DOSSIÊ-barragem brumadinho

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Universidade do Estado do Pará - UEPA 
Centro de Ciências Naturais e Tecnologia - CCNT 
Curso: Engenharia florestal 
Disciplina: Ética e Exercício Profissional 
 
 
 
 
 
 
 
DOSSIÊ - ROMPIMENTO DA 
BARRAGEM EM BRUMADINHO: 
Crime ambiental 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Paragominas – PA 
Set/2019 
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1 INTRODUÇÃO 
Depois de três anos após do rompimento da barragem em Mariana, outra barragem 
volta a se romper no Estado de Minas Gerais, na cidade de Brumadinho. A barragem da 
multinacional VALE continha mineiro de ferro, causando prejuízos irreparáveis a vida 
humana e ao meio ambiente, sendo caracterizado como maior acidente de trabalho da 
história do Brasil (WARTCHOW, 2018), como podemos observar na figura 1. 
Figura 1: Fluxograma das ocorrências de rompimento de barragem no Brasil. 
 
Fonte: WARTCHOW, 2018 – Adaptado pelo autor. 
Diferente de Mariana a barragem não recebia mais rejeito desde 2016, mas tinham 
inúmeras pontos em comuns, como eram construídos pelo mesmo método de alteamento 
a montante, considerado menos seguro, em ambos os casos houve falhas nos sistemas de 
monitoramento e alerta de rompimento, assim como respostas ás emergências, o que 
contribuiu para o aumento da proporção dos danos causados (WARTCHOW, 2018). 
Sendo este um método bastante usado no Brasil, devido ser mais barato, são 
construídos com os rejeitos que depositados na própria barragem, formando uma "praia" 
de resíduos da mineração que, com o tempo, é adensada. Esse material é usado, com o 
tempo, para fazer novos alteamentos, como mostra a figura2 abaixo. 
1986
• Rompimento da 
barragem de rejeito 
da Mina de 
Fernadinho, em 
Itabrito - MG, com 
7 trabalhadores 
mortos.
2001
• Rompimenta da 
barragem da 
mineração Rio 
Verde em Maracos -
MG, com 5 
trabalhadores 
mortos.
2003
• Rompimento do 
reservatório da 
Indústria de Papel, 
contaminando o 
corrego do catalago 
e o rio pomba com 
licor negro, 
deixando 600 mil 
pessoas sem água.
2007
• Rompimento da 
barragem da 
mineradora Rio 
Pomba Catarinense, 
atingindo 4.000 
moradores que 
ficaram desalojado 
e 1.200 casas 
atingidas.
2014
• Rompimenta da 
barragem de rejeito 
desativada de 
Herculano 
mineração (Itabirito 
- MG), soterrando 
operarios, com três 
mortes.
2015
• Rompimento da 
barragem do fundão 
em Mariana - MG, 
com 62 milhões de 
m³ de rejeito 
despejados na 
natureza, com 19 
mortos.
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Figura 2: Barragem pelo método amontante. 
 
Fonte: Editora Globo. 
Segundo a empresa “a barragem foi construída em 1976, pela Ferteco Mineração e 
adquirida pela Vale em 27 de abril de 2001, tinha uma altura de 86 m e comprimento de 
720 m, sendo construída pelo método do de alteamento a montante (VALE, 2019). 
 
2 DATA DE INÍCIO 
No dia 25 de janeiro de 2019, por volta das 12:28h, horário de Brasília, a 
Barragem I da mina de Feijão rompeu-se, liberando 12 milhões de metros cúbicos de 
rejeitos de mineração (CNDH, 2019). 
3 DANOS (SOCIAL E AMBIENTAL) 
3. 1 Social 
Os dados da Defesa Civil (2019), confirmam que 727 pessoas foram expostas a 
risco de vida e ficaram em situação de desaparecidas no dia do rompimento da barragem. 
Desse total de 727 pessoas, 394 pessoas foram “localizadas” (sendo 225 funcionários da 
Vale e 169 de empresas terceirizadas e da comunidade), em decorrência dos esforços de 
buscas da população e da defesa civil. Deste total de 727 pessoas, 134 foram mortas no 
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desastre e outras 199 seguem desaparecidas (resultando num total de 333 mortos e 
desaparecidos). 
3. 2 Ambiental 
Após o rompimento, estimada que o rejeito tenha atingido uma velocidade de 70 
km/h, seguindo seu curso vale abaixo, levando o que tinha pela frente, contaminando os 
rios e afluentes da bacia hidrográfica da região. A velocidade dos rejeitos passou a ser 
deslocar de 1 km/h, após o rompimento e vazamento, atingindo o Rio Paraopeba, 
afluentes do Rio São Francisco, passando por várias cidades vizinhas como mostra a 
figura 3 abaixo. 
Figura 3: Municípios atingidos pelo rejeito. 
 
Fonte: CNDH, 2019. 
De acordo com o processo (ACP Processo 69758-61.2015.4.01.340) instaurado 
pelo Estado de Minas Gerais, Espirito Santos e União, onde foram descritos os impactos 
ambientais e sociais após o rompimento da barragem 1 do córrego do feijão, listados 
abaixo. 
a) Destruição de habitat e extermínio da ictiofauna em extensão dos rios atingidos; 
b) Contaminação da água dos rios atingidos com lama de rejeitos de minério; 
c) Suspensão das captações de água para atividades econômicas, propriedades 
rurais e pequenas comunidades; 
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d) Assoreamento do leito dos rios e dos reservatórios das barragens de geração de 
energia; 
e) Soterramento das lagoas e nascentes adjacentes ao leito dos rios; 
f) Destruição da vegetação ripária e aquática; 
g) Interrupção da conexão com tributários e lagoas marginais; 
h) Alteração do fluxo hídrico; 
i) Destruição de áreas de reprodução de peixes; 
j) Destruição das áreas “berçários” de reposição da ictiofauna (áreas de alimentação 
de larvas e juvenis); 
k) Alteração e empobrecimento da cadeia trófica em toda a extensão do dano; 
l) Interrupção do fluxo gênico de espécies entre corpos d’água; 
m) Perda de espécies com especificidade de habitat (corredeiras, locas, poços, 
remansos, etc); 
n) Mortandade de espécimes em toda a cadeia trófica; 
o) Piora no estado de conservação de espécies já listadas como ameaçadas e 
ingresso de novas espécies no rol de ameaçadas; 
p) Comprometimento da estrutura e função dos ecossistemas aquáticos e terrestres 
associados; 
q) Comprometimento do estoque pesqueiro - impacto sobre a pesca; 
r) Impacto no modo de vida e nos valores étnicos e culturais de povos indígenas e 
populações tradicionais; 
 
4 VISÃO DAS ORGANIZAÇÕES LIGADAS AO MEIO AMBIENTE 
Várias organizações ligadas ao meio ambiente emitiram notas solidarizando-se com 
a situação em Brumadinho e cobrando leis mais severas, como mostra a lista dos textos 
copilados na figura 4 abaixo. 
Figura 4: Manifestação das organizações não governamentais. 
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Fonte: CNDH, 2019 – Adaptado. 
 
5 ENVOLVIDOS 
 Empresa Vale; 
 Trabalhadores; 
 Sociedade civil. 
 
6 SENTENÇAS 
Segundo Lovisi (2019), foram presos 8 funcionários da Vale que segundo a 
acusação eles negligenciaram os riscos de rompimento da barragem I da Mina Córrego 
do Feijão, em Brumadinho, mas está agora respondendo em liberdade. Na figura 5 em 
anexo estão descritos os funcionários que estão sendo acusado pelo rompimento da 
barragem. 
 
7 PRINCIPAIS FALTA DE CONDUTA 
 A falta de conduta permeia pelos funcionários da empresa que até o 
momento, pois as investigações estão mostrando falta de profissionalismos e cuidado com 
a segurança da empresa; 
 A empresa não verificava o sistema de alerta, pois o mesmo não funcionou, 
sendo assim as vítimas não tiveram chances de defesa; 
“Lamentamos imensamente o rompimento da Barragem I de Mina do Feijão, em 
Brumadinho (MG), que tirou novamente a vida de pessoas. Nossa solidariedade vai, 
antes de mais nada, para todos os afetados por essa tragédia. É importante frisar que 
esta é de fato uma tragédia, mas não um acidente. Um desastre dessas proporções pode 
– e deve – ser evitado por meio de leis ambientais que garantam a segurança das 
comunidades e da natureza. ”
“SOS Mata Atlântica: “A Fundação SOS Mata Atlântica se solidariza com todos atingidos e 
impactados por mais uma grave tragédia no país, dessa vez envolvendo uma ou mais 
barragens de rejeitos de minério da Barragem Feijão, em Brumadinho (MG), da empresa 
Vale. Já foram confirmadas 34 mortes, e se estima que ainda existam 300 pessoas 
desaparecidas – número de vítimas que já supera, infelizmente, o do rompimento de 
barragem em Mariana, três anos atrás. Trata-se, portanto, de um novo primeiro e 
vergonhoso lugar no ranking de maiores tragédias. 
“Este novo desastre com barragem de rejeitosde minérios, desta vez em Brumadinho 
(MG), é uma triste consequência da lição não aprendida pelo Estado brasileiro e pelas 
mineradoras com a tragédia da barragem de Fundão, da Samarco, em Mariana (MG), 
também controlada pela Vale. Minérios são um recurso finito que devem ser explorados 
de forma estratégica e com regime de licenciamento e fiscalização rígidos. A reciclagem e 
reaproveitamento devem ser priorizados.
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 A união e o Estado de Minas Gerais por não fazer a fiscalização de forma 
adequada, mesmo após o rompimento da barragem de Mariana em MG. 
ANEXOS 
Figura 5: Funcionários acusados no caso Brumadinho. 
 
Fonte: Lovisi (2019). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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REFERÊNCIAS 
CNDH – Conselho nacional de Direitos Humanos. Relatório da missão 
emergencial a brumadinho/MG após rompimento da barragem da vale s/a. Tiragem: 
1º edição - 2019 - versão impressa. 
DEFESA CIVIL. Nota de Esclarecimento - Ações de saúde em Brumadinho. 
Disponível em:<http://www.defesacivil.mg.gov.br>. Acesso 17. Set, 2019. 
VALE. Últimas informações sobre barragens. Disponível 
em:http://brumadinho.vale.com/Esclarecimentos-sobre-abarragem-I-da-Mina-de-
Corrego-do-feijao.html>. Acesso em 18. Set, 2019. 
JULHIO, R. A. Modelo de barragem usado em Brumadinho e Mariana é o mais 
barato e menos seguro. Disponível em:< 
https://epocanegocios.globo.com/Brasil/noticia/2019>. Acesso em: 19. Set, 2019. 
LOVISI, P. Funcionários da Vale presos por tragédia em Brumadinho deixam 
penitenciária. Disponível em:< https://www.em.com.br/app/noticia/gerai>. Acesso em: 
18. Set, 2019. 
Processo 69758-61.2015.4.01.340 
WARTCHOW, M. Segurança em barragem de mineração. Revista proteção. 
2018. 13 p.