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LINGUÍSTICA APLICADA AULA 1 Profª Jovania Maria Perin Santos 2 CONVERSA INICIAL A linguística aplicada (LA) como área de estudos é relativamente pouco conhecida pelo público em geral e mesmo por estudantes iniciantes nos cursos superiores. Entende-se que envolve estudos relacionados à linguagem ou à comunicação humana. No entanto, a linguística aplicada está fortemente ligada às práticas de ensino de línguas, seja materna ou estrangeira e, nessa realidade, muitos professores, ao praticar diariamente observações e análises, estão desenvolvendo estudos aplicados. Isso porque refletir, analisar e também buscar soluções práticas para os problemas ligados ao ensino está intimamente ligado ao pensar científico que envolve a LA. Trata-se de um campo de estudos que é ainda bastante recente se considerarmos a sua formalização enquanto disciplina em cursos universitários, mas sabemos que os esforços em encontrar soluções e alternativas para melhorar as várias situações que envolvem o ensino de línguas é muito antigo. O termo aplicada remete-se à aplicação de algo que no meio educacional logo relacionamos a aplicar alguma teoria. Foi mais ou menos esse caminho que os primeiros linguistas aplicados percorreram, sobretudo em meados do século XX até os anos 1980, quando uma nova configuração foi se constituindo. Atualmente as pesquisas em LA tanto se concentram em encontrar modos para aplicar as teorias como para produzir estudos considerando suas observações com base na realidade sociocultural em que atuam. Áreas de estudo aplicadas fazem parte de diversos campos do conhecimento e sua característica principal é a proximidade com os espaços sociais em que o(s) objeto(s) de estudo está(ão) presente(s). Se o propósito é observar, descrever, enfim, estudar os espaços sociais, necessariamente precisamos considerar o aspecto fluido ou movediço que é intrínseco a esse campo de estudos. Isso quer dizer que, para um linguista aplicado, é essencial observar o caráter transitório em que as relações humanas ocorrem. Essa visão implica perceber as mudanças, os movimentos, os fluxos e as ligações ou as conexões que continuamente em alguma medida fazem parte da linguagem. Embora tendo se consolidado como uma ciência de cunho social e linguístico, a LA não é vista com prestígio por alguns campos de estudo. Na verdade, essa falta de reconhecimento ocorre com muitas áreas aplicadas, pois o que se entende é que há certa fragilidade quanto ao aporte teórico, entre outras 3 questões. Talvez isso seja um fato real em alguns casos, mas é possível também que isso seja uma forma preconceituosa de ver os estudos aplicados. Vamos, no decorrer desta aula, trazer algumas considerações sobre o percurso histórico da LA, alguns conceitos e também uma descrição para compreender o que difere a linguística da linguística aplicada e, finalmente, reflexões sobre o conceito de transgressividade nos estudos da LA. TEMA 1 – BREVE HISTÓRICO DA LINGUÍSTICA APLICADA Vamos trazer algumas referências históricas para nos ajudarem a situar e a entender as características da LA e o seu percurso, assim como algumas informações pontuais sobre a constituição dessa área de estudos. Talvez você não se interesse muito por textos históricos ou que recuperem dados fundadores de teorias, no entanto convidamos você a nos acompanhar nesse caminho histórico. Nossa proposta não é fazer listas de datas e fatos que certamente vão entediar nosso leitor. Em vez disso, pesquisamos alguns acontecimentos para nos ajudar a entender a constituição da LA. Vamos então a esses fatos. Segundo Souza e Andrade (2016, p. 6), é considerado como marco inicial da LA o lançamento da revista Language Learning: a journal of Applied Linguistics (Aprendizagem de Línguas: um jornal de Linguística Aplicada) em 1948. As revistas científicas eram (e ainda são) livros com vários capítulos (ou artigos) e cada um deles descrevendo pesquisas científicas realizadas. Chamam-se ainda hoje de revistas, mas atualmente a tendência é de tê-las apenas em formato eletrônico. Existem revistas em todas as áreas do conhecimento ou de pesquisas científicas. A palavra revista tem a ideia das publicações periódicas com novidades recentemente “saídas do forno”. E foi isso o que aconteceu com a revista Language Learning: a journal of Applied Linguistics, publicada nos Estados Unidos no pós-guerra. Não por acaso, sua publicação foi nesse período, pois era um momento de grande efervescência científica em relação aos estudos da linguagem. A necessidade de métodos para o ensino de línguas foi muito grande devido às diversas relações criadas entre aliados e inimigos daquela época. O que resultou em termos práticos foi o desenvolvimento de alguns métodos, entre eles o mais famoso, o “audiolingual”, durante muito tempo conhecido como o mais importante método de ensino de línguas. Suas influências foram os estudos teóricos estruturalistas e os behavioristas. 4 Na introdução desta aula, falamos sobre uma fase em que predominavam estudos práticos baseados em teorias, e que o trabalho aplicado significava conectar teoria e prática. Entretanto, por mais prestigiados que fossem essas teorias, seu objeto de estudo e sua concepção de análise eram voltados ao rigor científico. Você pode imaginar uma pesquisa descritiva em biologia, por exemplo, que classifica, separa e define as unidades mínimas de constituição de uma planta? Então, mais ou menos isso aconteceu com alguns estudos linguísticos. Podemos citar o estruturalismo e o gerativismo. Relativamente na mesma linha, o behaviorismo era uma teoria da psicologia que tinha como objeto de estudo o comportamento e defendia que a aquisição da linguagem não era inata, mas desenvolvida por meio de hábitos e condicionamentos de estímulo e resposta vividos no âmbito social. Por outro lado, o gerativismo é uma teoria que entende a aquisição da linguagem como sendo inata, ou seja, que ocorre por dispositivos naturais que nascem com as pessoas e que são estimulados pelas relações sociais. O gerativismo desenvolve descrições arbóreas que exemplificam como a linguagem se constitui na mente humana. Essas representações arbóreas tentam explicar a adequação gramatical ou a gramaticalidade das sentenças bem formadas. Frases como “Intensamente profissionais sofrem desempregados atletas” (Guimarães, 2017, p. 34) são consideradas agramaticais, ou seja, não fazem sentido, logo temos uma não sentença. Outro exemplo poderia ser: “Liquidificador bolo no preparou João um”. Observe que com um esforço até poderia ser possível entendermos o que a frase está expressando, mas não se trata de uma sentença estruturada dentro do que é comum e ideal em língua portuguesa, por exemplo. Estamos nos alongando com essa explicação porque isso tudo é fundamental para entendermos a contraposição apresentada por Dell Hymes, que é um marco do início dos estudos em LA. Voltando ao gerativismo, uma das expressões usadas para se referir à produção de sentenças bem formadas foi a do “falante ideal”. Foi justamente esse conceito que por muito tempo provocou (e ainda provoca) embates entre gerativistas e linguistas aplicados. Um dos mais célebres embates foi apresentado pelo sociolinguista Dell Hymes, que, em 1966, na Universidade de Yeshiva, Nova Iorque, defendeu a ideia de que havia “necessidade de se desenvolver uma teoria que responda à aquisição de linguagem pelo falante ‘real’, aquele que faz uso da língua” (Almeida, 2010, p. 46). Dell Hymes também 5 repensou os conceitos de competência e desempenho e insistiu na importância em estudar, entender e pensar sobre o falante real e não o ideal. O novo campo de estudos que se formava era a sociolinguística, uma ciência voltada a estudar a relação entre língua e sociedade. Oolhar desses estudiosos era muito diferente dos linguistas formais do início do século. A linguagem do ponto de vista sociolinguístico era vista como um fato social e uma forma de ação. A partir dos anos 1960, temos então parâmetros diferentes que influenciam a pesquisa em linguagem e o ensino-aprendizagem de línguas. Uma questão a ser observada é que cada ponto de vista é filtrado por um modo de ver segundo as percepções de linhas teóricas que acreditam. É como se cada um usasse óculos diferentes e através deles passassem a entender o mundo por essa lente. Os embates teóricos foram bastante intensos entre os linguistas e os linguistas aplicados, e ainda podemos presenciá-los. É comum em universidades brasileiras e estrangeiras haver separação ou atrito entre esses dois campos da linguagem. Entretanto, parecem ter ampliado recentemente, embora timidamente, alguns estudos que se interessam por juntar essas duas áreas, ou fazer estudos que envolvem conhecimentos de ambos os campos teóricos de forma complementar. Vamos agora falar sobre o período em que a LA teve grande desenvolvimento e “amadureceu” enquanto ciência social. TEMA 2 – LINGUÍSTICA APLICADA: UMA ÁREA AUTÔNOMA A Linguística Aplicada (LA) teve grande desenvolvimento nos anos 1970 e em especial no Brasil a partir dos anos 1980. Muitos estudos no âmbito universitário contribuíram para isso, e também a abertura de instituições que fomentaram discussões e intercâmbio de informações entre os estudiosos da área. Essas iniciativas aumentaram o número de pesquisadores e de publicações (livros, artigos, dissertações e teses). Com isso, diferentes vertentes foram criadas. Estamos nos referindo às transformações que a LA tem vivido, como é o caso da Linguística Aplicada Crítica que veremos em breve. 6 2.1 Contribuição de Widdowson Vamos destacar a contribuição do linguista aplicado Henry Widdowson por ter escrito um dos primeiros estudos em LA e que trouxe grande desenvolvimento para o entendimento e aceitação da autonomia da área. Em 1956 foi fundado, na Universidade de Edimburgo, o Departamento de Linguística Aplicada. Essa iniciativa teve grande repercussão nos estudos da linguagem, conforme explicam Souza e Andrade (2016). H. Widdowson foi professor dessa universidade e um dos maiores teóricos sobre o ensino de línguas comunicativo, o que ficou conhecido como abordagem comunicativa. Sua publicação mais importante foi Teaching language as communication, trabalho de grande destaque por apresentar conceitos inovadores. Widdowson analisou práticas de sala de aula de ensino de língua inglesa e passou a questionar o método audiolingual, especialmente as perguntas com o intuito de sistematizar estruturas na língua. Sua crítica estava ligada à artificialidade das perguntas feitas pelos professores e que os alunos deveriam responder e memorizar. Um exemplo dessas perguntas ficou marcado como um método conservador e restrito de aprendizagem. Um exemplo: Prof.: What is on the table? Alunos: There is a book on the table. Essas perguntas não estavam inseridas em um contexto ou numa situação comunicativa, nem mesmo faziam parte de um ato de fala. Apenas o exercício era repetir muitas vezes essas frases. A crítica de Widdowson foi no sentido de ser uma prática limitada, pois os alunos não utilizariam essas estruturas para interagir socialmente. Seriam úteis se um aluno estivesse procurando algum objeto que tivesse perdido, mas em situações cotidianas precisaríamos de muitas outras formas para interagir. Outro estudo muito importante realizado por Widdowson foi o aprimoramento das descrições sobre competências comunicativas. A obra desse autor é bastante consistente e permitiu significativo avanço para a LA. 2.2 Contribuição de associações e eventos de apresentação de estudos Vamos agora falar sobre a criação de associações e a realização de congressos, simpósios ou conferências para a divulgação de trabalhos em LA. 7 Em 1964 na França, foi fundado a AILA (Associação Internacional de Linguística Aplicada), que contribuiu para a divulgação dos trabalhos feitos no âmbito da LA através dos eventos que realiza anualmente. Além disso, contribuiu para a autonomia desse campo de estudo. Esses eventos são realizados em diferentes países do mundo. Saiba mais No ano de 2017, aconteceu na cidade do Rio de Janeiro. Você poderá acessar informações sobre o evento em: AILA 2017 – 18º Congresso Mundial de Linguística Aplicada, 23-28 jul. 2017. Disponível em: <https://alab.org.br/aila-2017/>. Acesso em: 8 maio 2019. No Brasil a LA teve grande desenvolvimento a partir dos anos 1980 e em 1990 com a criação da ALAB (Associação de Linguística Aplicada do Brasil). O objetivo dessa associação é fomentar estudos e reflexões na área da LA não relacionados à aplicação de teorias linguísticas, “mas como um campo de investigação de usos situados da linguagem nas diversas esferas do meio social”. Saiba mais ALAB – Associação de Linguística Aplicada no Brasil. Disponível em: <https://alab.org.br/>. Acesso em: 8 maio 2019. Além dessas iniciativas, podemos citar como contribuições importantes estudos realizados por outras áreas que trouxeram avanços para o ensino- aprendizagem de línguas, como é o caso do sociointeracionismo, da Teoria dos atos de fala, da linguística textual, da análise do discurso, entre outros. TEMA 3 – O QUE DIFERENCIA A LINGUÍSTICA DA LINGUÍSTICA APLICADA No primeiro tema desta aula, citamos algumas teorias ou estudos entendidos como pertencentes ao campo da linguística. São trabalhos frequentemente tidos como formais ou tradicionais. Apenas para refrescar a memória, são as teorias conhecidas como estruturais, behavioristas, gerativistas, entre outras. Esses estudos são ainda hoje muito influentes e estudados por pesquisadores em todo o mundo. A questão é que os linguistas aplicados entendem que os estudos linguísticos não são capazes de apresentar respostas à problemática do ensino-aprendizagem de línguas em sala de aula. Segundo Lopes (2006, p. 18), “Uma teoria linguística pode fornecer uma 8 descrição mais acurada de um aspecto linguístico do que outra, mas ser completamente ineficiente do ponto de vista do processo de ensinar/aprender línguas”. Há muitas controvérsias sobre a possibilidade de as teorias linguísticas poderem ser úteis ou capazes de serem eficientes em relação ao ensino de línguas, seja língua materna ou estrangeira. Se lermos autores aplicados como Widdowson (1978); Cavalcanti (1986); Lopes (1996); Kleiman (1998) e Jordão (2007) apenas para citar alguns, vamos encontrar várias críticas às teorias linguísticas e à sustentação do ponto de vista de que são insuficientes ou inadequadas. Em alguns ambientes universitários, essas duas áreas (Linguística e LA) podem ser pouco conectadas e até ter sofrido uma cisão ou rompimento. No entanto, é possível também encontrarmos estudos que conectam as duas áreas. TEMA 4 – CONCEITOS DE LINGUÍSTICA APLICADA Até agora falamos bastante sobre a linguística aplicada nesta aula, mas não apresentamos conceitos sobre essa área. Vamos, então, trazer algumas colocações fornecidas por linguistas aplicados. A definição que gostaríamos de citar é a de Cook (2008, p. 5), segundo o qual a LA é uma “disciplina acadêmica preocupada com a relação do conhecimento sobre linguagem para tomada de decisões no mundo real”. Vemos que a LA é entendida como uma disciplina acadêmica e não se restringe à área do ensino-aprendizagem. Por outro lado, é até abrangente referindo-se ao conhecimento sobre linguagem de uma forma mais ampla, no entanto considerando o mundo real. Com isso, o autor destaca a função social e a preocupação com situações comunicativas vivenciadas em contextos reais. Vamos ver outro conceito. Agora de Soares (2008, p. 9), que define a LA como “disciplinaenxergada com um grande espectro de pesquisas orientadas para o uso da língua e que se beneficia da multidisciplinaridade, dialogando com diversas áreas do conhecimento humano”. Podemos observar que esse conceito se diferencia do primeiro, principalmente por citar os benefícios da multidisciplinaridade, outra característica marcante da LA, que é o contato próximo com outras áreas dos estudos humanísticos. Para categorizar as áreas que frequentemente estão envolvidas na perspectiva multidisciplinar da LA, Cook (2008, citado por Souza; Andrade, 2016, 9 p. 6) propõe uma divisão de três grandes grupos que são classificados como: “Linguagem e educação; Linguagem, trabalho e direito; e Linguagem, informação e efeitos”. Segundo o autor, no primeiro grupo estaria a educação de primeira e segunda línguas ou línguas estrangeiras, linguística clínica e teorias de avaliação. Como parte da segunda área, ele inclui a comunicação em ambiente de trabalho, o planejamento da linguagem e a linguística forense; para concluir, o terceiro grupo envolve a estilística literária, análise crítica do discurso, tradução e interpretação, além disso, design de informação e lexicografia (Cook, 2008). Com a classificação apresentada, também podemos ver a amplitude de áreas que podem envolver a pesquisa e a atuação profissional no campo da LA. Existem muitos outros conceitos sobre o que é a LA. Dependendo da linha ou tendência teórica, vemos que, mesmo dentro do que se costuma entender como LA, temos uma variedade de conceitos. TEMA 5 – A LINGUÍSTICA APLICADA E A TRANSGRESSIVIDADE O conceito de transgressividade faz parte da LA há poucas décadas. É entendida como uma característica constitutiva dos estudos aplicados, pois consegue juntar a ideia da reflexão e do desejo de mudança para a melhoria e ampliação do campo em estudo. Essa característica vemos em estudo apresentado por Lopes (2006, p. 20), em que o autor explica ser próprio da LA fazer problematizações. Para o autor, havia uma ideia de que a LA era “como um lugar de encontrar soluções para problemas relativos ao uso da linguagem, apagando a complexidade e efemeridade das situações de uso estudadas...” Para o linguista aplicado, a visão entendida é que a LA seja mais do que uma ciência que visa encontrar soluções para os problemas, mas que reflita, questione as práticas vivenciadas e as relações de poder que envolvem a linguagem. Lopes (2006, p. 76) diz que a teoria transgressiva pode ser categorizada como uma área cujo objetivo é “atravessar fronteiras e quebrar regras em uma posição reflexiva sobre o quê e por que atravessa”. Outro autor importante para a LA é Pennycook. Esse autor destaca a necessidade de “compreender o papel do discurso na constituição do sujeito”. Além disso, ele considera o sujeito como “múltiplo e conflitante, por isso a 10 necessidade da reflexividade na produção do conhecimento” (Pennycook, 2006, p. 83). Posteriormente, retornaremos em especial a esse tema (LA transgressiva), que considera reflexões sobre as diferenças vivenciadas socialmente, como as diferenças sexuais, raciais, classe social, entre outras. NA PRÁTICA Identifique quatro pesquisadores da área da linguística aplicada, sendo dois que tenham realizado estudos entre os anos 1940 até 1980 e outros dois mais atuais (estrangeiros e brasileiros). Procure algumas informações gerais sobre a biografia desses pesquisadores e algumas de suas principais contribuições para a LA. FINALIZANDO Nesta aula, procuramos fornecer informações básicas sobre a constituição da LA enquanto ciência social e área ligada aos estudos da linguagem. Procuramos nos alongar com descrições relacionadas ao histórico da LA porque julgamos importante que você, leitor, tenha um panorama sobre o que impulsionou os estudos em LA e suas principais características. Destacamos que se trata de um campo de estudos que tem forte conexão com outras áreas de conhecimento. A LA se constitui como uma ciência que não está fechada e direcionada a teorias específicas do seu meio, mas é abrangente e pode se relacionar ou conectar com outras ciências ou estudos. Procuramos também destacar a reflexibilidade e variabilidade de estudos considerados aplicados. Estudos em LA têm como objeto de estudo questões ligadas a interações e circunstâncias variadas de situações comunicativas reais, ou ainda podemos dizer que procura observar, descrever, explicar, problematizar ou questionar essas situações comunicativas. 11 REFERÊNCIAS ALMEIDA, V. P. Competência comunicativa e abordagem comunicativa: Dell Hymes fragmentado. Revista Signo. Santa Cruz do Sul, v. 35, n. 59, p. 44-57, jul.-dez., 2010. CAVALCANTI, M. A propósito de linguística aplicada. Trabalhos de linguística aplicada, v. 7, p. 5-12, 1986. COOK, G. Applied Linguistics. Oxford Introductions to Language Studies. Oxford: Oxford University Press, 2008 GUIMARÃES, M. Os fundamentos da teoria linguística de Chomsky. Petrópolis, RJ: Vozes, 2017. JORDÃO, C. As lentes do discurso: letramento e criticidade no mundo digital. Trabalho de Linguística Aplicada, Campinas, São Paulo. v. 46, n. 1, p. 19-29, jan./jun., 2007. KLEIMAN, A. B. O estatuto disciplinar da linguística aplicada: o traçado de um percurso, um rumo para o debate. In: SIGNORINI, I.; CAVALCANTE, M.C. (Org.). Linguística aplicada: perspectivas. Campinas: Mercado das Letras, 1998. LOPES, A. M. Uma linguística aplicada transgressiva. In LOPES, A. M. (Org.). Por uma linguística aplicada indisciplinar. São Paulo: Parábola, 2006. PENNYCOOK, A. Uma linguística aplicada transgressiva. In: LOPES, A. M. (Org.) 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