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Disciplina 
 Fundamentos da Linguística Aplicada 
 
 
Coordenador da Disciplina 
Professor Cícero Miranda 
 
10ª Edição
 
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados desta edição ao Instituto UFC Virtual. Nenhuma parte deste material poderá ser reproduzida, 
transmitida e gravada por qualquer meio eletrônico, por fotocópia e outros, sem a prévia autorização, por escrito, dos autores. 
 
Créditos desta disciplina 
 
Realização 
 
 
Autor 
 
 Profª. Maria da Glória Guará Tavares 
 
 
 
Sumário 
 
Aula 01: Afinal, o que é Linguística Aplicada ........................................................................................ 01 
 Tópico 01: Introdução ............................................................................................................................ 01 
 Tópico 02: Linguística ........................................................................................................................... 02 
 Tópico 03: Linguística Aplicada ............................................................................................................ 04 
 Tópico 04: LA Como Área de Investigação .......................................................................................... 07 
 
Aula 02: Breve Histórico da Linguística Aplicada ................................................................................ 13 
 Tópico 01: O surgimento da Linguística Aplicada ................................................................................ 13 
 Tópico 02: A trajetória da Linguística Aplicada: um primeiro momento.............................................. 15 
 Tópico 03: A Trajetória da Linguística Aplicada: de um segundo momento aos dias de hoje ............. 17 
 Tópico 04: Consensos e dissensos em Linguística Aplicada: o que já parece ser consenso ................. 20 
 Tópico 05: Consensos e dissensos em Linguística Aplicada: o que é ainda parece ser dissenso .......... 22 
 
Aula 03: Linguística Aplicada e suas diversas áreas de atuação .......................................................... 25 
 Tópico 01: Uma visão geral das linhas de pesquisa em LA .................................................................. 25 
 Tópico 02: Programas de pós-graduação em LA no Brasil ................................................................... 29 
 
Aula 04: Algumas Contribuições da Linguística Aplicada ................................................................... 32 
 Tópico 01: Contribuições da LA: teorias de aprendizagem e as diferenças individuais ....................... 32 
 Tópico 02: Contribuições da LA: a pesquisa na sala de aula de línguas e formação de professores .... 36 
 Tópico 03: A Relevância da LA para uma Política Educacional Brasileira .......................................... 42 
 
Aula 05: Repensando o Papel da Linguística Aplicada na Vida Contemporânea .............................. 49 
 Tópico 01: LA e vida contemporânea .................................................................................................... 49 
 Tópico 02: LA e globalização ................................................................................................................ 54 
 
Fundamentos da Linguística Aplicada 
Aula 01: Afinal, o que é Linguística Aplicada? 
Tópico 01: Introdução
O curso está dividido em 5 aulas:
Aula 1
- Afinal, o que é Linguística Aplicada? 
Aula 2
- Breve Histórico da Linguística Aplicada. 
Aula 3
- Linhas de pesquisa da Linguística Aplicada.
Aula 4
- Contribuições da Linguística Aplicada para ensino de línguas estrangeiras e 
para uma política educacional brasileira.
Aula 5
- Repensando o papel da Linguística Aplicada.
Cada aula está organizada em tópicos, portfólios e fóruns. Várias atividades práticas, tais como, 
entrevistas e pesquisas, são propostas. Reflexões e curiosidades também fazem parte de nossas aulas 
para que vocês tenham oportunidade de refletir sobre temas importantes, assim como, explorar novas 
fontes de conhecimento através de web sites contendo artigos, entrevistas, dentre outros.
1
Fundamentos da Linguística Aplicada 
Aula 01: Afinal, o que é Linguística Aplicada? 
Tópico 02: Linguística
Embora a LA venha crescendo em nosso país e no mundo, a pergunta: “Afinal, o que é Linguística 
Aplicada?” feita por autores como Moita Lopes e Alba Celani ainda apresenta desafios aos que tentam 
respondê-la. Definir LA é uma tarefa complexa. Como é a primeira vez que abordo o assunto em nossa 
disciplina, devo começar por responder outra pergunta:
O que é linguística?
Segundo Orlandi (1986), Linguística é o estudo científico da linguagem verbal humana (oral 
ou escrita). Ainda segundo o autor, na história da Linguística há dois momentos cruciais. O 
primeiro é o século XVII, o século das ‘gramáticas gerais’ e o segundo é o século XIX, o século 
das ‘gramáticas comparadas’. Os estudos do século XVII são enfatizados pelo racionalismo.
Século XVII
Os estudiosos desse período concentraram esforços em estudar a linguagem 
como forma de representação do pensamento e buscaram provar que as línguas 
seguem princípios racionais e lógicos, os quais regem todas as línguas. Nesse 
período, os estudiosos estavam concentrados em encontrar princípios universais.
Século XIX
O século XIX ou século das gramáticas comparadas, por sua vez, teve como 
foco o fato de que as línguas se transformam com o tempo. Os estudiosos dessa 
época tentaram provar que as línguas se transformam com o tempo e que tais 
mudanças seguem uma direção, não são desordenadas. Em outras palavras, 
Linguística é o estudo científico da linguagem verbal humana, com foco em suas 
universalidades e transformações ao longo dos tempos.
LEITURA COMPLEMENTAR
Para ler mais sobre Linguística, acesse o link abaixo:
Linguística [1]
2
REFERÊNCIAS 
ORLANDI, E. P. O que é Linguística. Editora brasiliense. (1986). 
3
Fundamentos da Linguística Aplicada 
Aula 01: Afinal, o que é Linguística Aplicada? 
Tópico 03: Linguística Aplicada
Afinal, o que é linguística aplicada?
Ao visitar o web site da SALA (Sociedade de Linguística Aplicada) [2] é possível ler o resultado de uma 
enquete cujo título é: Você consegue definir Linguística Aplicada? Dentre os 125 participantes que 
responderam à pergunta, 59% afirmaram que ‘sim’ saberiam responder, e 41% ficaram divididos entre as 
demais respostas.
RESPOSTAS
É uma pergunta interessante’, ‘como assim’? ‘não’, ‘primeiro tenho que explicar o que é linguística’, 
‘é muito difícil de explicar.
Se partirmos do pressuposto que as pessoas que acessam a SALA são indivíduos interessados em 
LA, parece razoável concluir que esta pergunta não apresenta uma resposta tão fácil ou óbvia, uma vez, 
que 41% de interessados em LA não afirmaram serem capazes de responder. Os resultados da enquete, 
portanto, parecem confirmar a minha afirmação anterior: definir LA é uma tarefa complexa.
Ribeiro e Ribeiro (2007) definem LA como o estudo da linguagem nas práticas do dia a dia, ou seja, 
uma ciência que estuda a questão da linguagem na prática. Rojo (2007, p. 1762), seguindo a mesma linha 
de raciocínio de Ribeiro e Ribeiro (2007), tende a tornar o conceito de LA mais complexo: 
Trata-se, então, de se estudar a língua real, o uso situado da linguagem, 
os enunciados e discursos, as práticas de linguagem em contextos 
específicos, buscando não romper esse frágil fio que garante a visão da rede, 
da trama, da multiplicidade, da complexidade dos objetos-sujeitos em suas 
práticas.
Moita Lopes (1996) entende a LA como uma área de investigação aplicada, interdisciplinar e focada 
na resolução de problemas de uso da linguagem. Para Celani (1992), a LA é uma área essencialmente 
humanista, pois a linguagem é essencialmente humana e se faz presente em todas as circunstâncias da 
vida social. Assim sendo, fazer LA é acima de tudo uma busca, uma tentativa de uma melhor 
compreensão de nós mesmos.
Diante dessas visões aqui expostas,é razoável concluir que os autores 
entendem a LA como o estudo de questões socialmente relevantes que tenham 
como foco principal a linguagem em uso.
REFLEXÃO
O que você entende por:
• Práticas do dia a dia?
4
• Uso real da linguagem?
• Uso situado da linguagem?
• Questões socialmente relevantes?
CLIQUE AQUI PARA CHECAR POSSÍVEIS RESPOSTAS ÀS 
REFLEXÕES PROPOSTAS. 
• Práticas do dia a dia correspondem às diversas atividades da vida social, tais 
como, ir à escola, acessar um web site, participar de um fórum da licenciatura a 
distância, ir ao dentista, ao supermercado, traduzir um texto, ler um livro, 
assistir a uma entrevista, consultar um dicionário. Assim sendo, LA é o estudo 
da linguagem humana nestas práticas.
• Uso real da linguagem trata-se da linguagem em ação, a linguagem que ocorre 
durante as práticas do dia a dia.
• Uso situado da linguagem trata-se da linguagem, seu contexto de ocorrência, ou 
seja, onde a comunicação verbal humana acontece (supermercado, dentista, 
escola, universidade, jornais, etc.) e seus participantes, ou seja, quem faz parte 
dessa comunicação, interação (caixa do supermercado-cliente, dentista-
paciente, professor-aluno, escritor-leitor, etc.).
• Questões socialmente relevantes são questões, problemas da vida social, tais 
como, melhorar o ensino de línguas estrangeiras em escolas públicas, adotar 
uma linguagem que demonstre paciência e calma por parte de um dentista para 
com seu paciente, estudar problemas relacionados a textos internacionais 
traduzidos para o Português, melhor expressar linguagem da propaganda em 
anúncios de supermercados, entender o discurso de um político, etc. Enfim, 
relevante é qualquer questão da vida dos seres humanos que mereça uma 
melhor compreensão e que tenha como foco principal a linguagem humana em 
uso.
LEITURA COMPLEMENTAR
Para ler o texto completo de Ribeiro e Ribeiro (2007) e outras informações sobre Linguística 
Aplicada, acesse: 
http://www.sala.org.br [3]
REFERÊNCIAS 
CELANI, M. A. A. Afinal, o que é Linguística aplicada? In PASCHOAL, M.S.Z. & CELANI, M.A.A. (1992). 
MOITA LOPES, L. P. Oficina de Linguística Aplicada. Campinas: Mercado de Letras (1996). 
5
RIBEIRO, L. e RIBEIRO, W. O que é Linguística Aplicada. http://www.sala.org.br [4]  (2007).
ROJO, R.H.R. Gêneros do discurso no círculo de Bakhtin - ferramentas para a análise transdisciplinar 
de enunciados em dispositivos e práticas didáticas.  Anais do IV simpósio internacional de estudos e 
gêneros textuais.  Tubarão/SC, agosto de 2007. p. 1761-1775
6
Fundamentos da Linguística Aplicada 
Aula 01: Afinal, o que é Linguística Aplicada? 
Tópico 04: LA Como Área de Investigação
Segundo Moita Lopes (1996), a melhor maneira de se identificar a LA como área de investigação é 
através do desenvolvimento de pesquisa. Em outras palavras, para se identificar a LA, devemos 
compreender como a pesquisa é desenvolvida em LA.
Moita Lopes (1996) afirma que o percurso da pesquisa em LA é de natureza aplicada, focaliza a 
linguagem do ponto de vista processual, tem natureza interdisciplinar e mediadora, envolve 
formulação teórica e utiliza métodos de investigação de cunho positivista e interpretativista.
O que você entende por pesquisa de natureza aplicada?
Segundo Moita Lopes (1996), a pesquisa aplicada é um tipo de investigação que foca especialmente 
na resolução de problemas de uso da linguagem.
EXEMPLO 
Suponhamos que alunos de uma determinada escola pública usem uma 
linguagem agressiva para com os professores que tendem a focar a habilidade 
oral em sala de aula. Na tentativa de solucionar o problema, o professor ou 
diretor ou algum outro pesquisador decide entrevistar os alunos para saber por 
qual motivo eles usam de linguagem agressiva com os professores que 
enfatizam a linguagem oral. Após as entrevistas, é detectado que a maioria dos 
alunos não tem interesse em aprender a falar Espanhol ou Inglês. O interesse 
dos alunos é primordialmente pela leitura. É descoberto ainda que a falta de 
interesse é decorrente da crença dos alunos sobre a falta de necessidade de 
falar Espanhol ou Inglês no contexto de suas vidas. Os mesmos acreditam que 
jamais terão oportunidade de viajar ao exterior ou de interagir com falantes 
nativos. Diante desse problema, os professores, diretores e demais membros da 
escola podem pensar em uma solução. Eles podem, então, decidir focar na 
leitura já que os alunos têm mais interesse por ler em um idioma estrangeiro. Por 
outro lado, os membros da escola podem decidir fazer palestras de 
conscientização com os alunos sobre a necessidade de aprender a falar línguas 
estrangeiras como forma de maior acesso a bons empregos que exijam o 
domínio da habilidade oral. 
Outro exemplo de problema seria dificuldades na leitura de legendas de filmes. As traduções 
poderiam ser lentas, ocorrendo bem após a fala dos atores o que causaria monotonia. Por outro lado, as 
legendas poderiam ser rápidas, o que dificultaria a leitura e compreensão e levaria a uma redução da 
7
audiência de filmes traduzidos por certas firmas de tradução. Esse também seria um problema a ser 
investigado por pesquisas em LA. 
REFLEXÃO
Pense em um problema envolvendo o uso da linguagem a ser investigado por pesquisa.
Moita Lopes (1996) afirma ainda que a pesquisa em LA enfatiza a linguagem do ponto de vista 
processual. O que você entende por linguagem processual? Para Moita Lopes, linguagem processual 
significa a linguagem fruto da interação social, ou seja, interação linguística oral e/ou escrita. O autor 
defende que só uma teoria linguística de interação que explique as competências e procedimentos 
envolvidos na interação é que vai ser útil ao linguista aplicado.
Ainda segundo Moita Lopes (1996), a pesquisa em LA é de caráter interdisciplinar e mediador.
O que você entende por interdisciplinar? Mediadora?
Vamos conferir.
Interdisciplinar
Significa que a LA interage com outras áreas do conhecimento psicologia, 
antropologia, educação, linguística, sociologia, dentre outras.
Mediadora
Significa que a tarefa da LA é exercer um papel de ponte entre o conhecimento 
teórico originário dessas áreas de conhecimento e o problema a ser investigado.
Por exemplo, uma redução na motivação para a leitura entre jovens de uma universidade x. Para 
investigação deste problema, seria necessário entender sobre psicologia do aprendiz e também um 
conhecimento sobre o problema destes alunos da referida universidade. Assim, a pesquisa em LA é 
interdisciplinar e problema a ser investigado. A figura abaixo ilustra o caráter mediador e interdisciplinar 
da pesquisa em LA:
INTERDISCIPLINAR
Á medida que utiliza conhecimento de outras disciplinas, ex. a psicologia.
PROBLEMA A SER INVESTIGADO
Motivação para leitura.
8
Fonte [5]
Moita Lopes (1996) afirma ainda que a pesquisa em LA deve também ser formuladora de teorias. Ou 
seja, a LA opera com conhecimento de outras áreas e também formula modelos teóricos. Por exemplo, ao 
conduzir uma pesquisa sobre motivação para a leitura, a LA opera com conhecimentos advindos da 
Psicologia e a partir dos resultados obtidos com essa pesquisa, a LA pode criar um modelo teórico de 
motivação para a leitura. Assim sendo, a LA utiliza teorias de outras áreas e também cria teorias.
Finalmente, Moita Lopes (1996) defende a ideia de que a LA deve utilizar métodos de pesquisa 
positivista e interpretativista.
POSITIVISTA
Quantitativos.
INTERPRETATIVISTA
Qualitativos.
A pesquisa positivista faz uso de métodos rígidos e quantitativos, usando estatística para verificar 
relações de causa e efeito. Este tipo de investigação foca o produto final.
REFLEXÃO
Questão típica de uma pesquisa positivista.
a) A introdução de textos sobre problemas contemporâneos incrementa a motivação para a leitura? 
Esse ganho em motivação é significante?
RESPOSTA 
Neste tipo de pesquisa, serão utilizados testes para medir os níveis de motivação 
quando os professores utilizamtextos sobre problemas contemporâneos. Então, será 
possível comparar estes níveis de motivação com os níveis de motivação quando ocorre a 
utilização de outros tipos de textos.
9
Por outro lado, a pesquisa interpretativista utiliza instrumentos tais como entrevistas, observações, 
questionários, protocolos. O foco dessa pesquisa não são números ou produtos finais, mas a percepção 
que os participantes têm da interação linguística. O foco desse tipo de investigação é o processo.
REFLEXÃO
Questão típica de uma pesquisa interpretativista.
a) Quais as crenças dos professores sobre a relação entre o uso de textos sobre problemas 
contemporâneos e a motivação dos alunos?
RESPOSTA 
Neste tipo de pesquisa, serão utilizados questionários, entrevistas e observações de 
aulas de leitura para investigar as crenças dos professores a respeito da motivação dos 
alunos.
ATIVIDADE DE PORTFÓLIO
1. Leia as descrições de 4 pesquisas e identifique se as mesmas estão relacionadas com a Linguística 
ou Linguística aplicada. Justifique suas respostas.
RESPOSTA 
Abaixo estão descritas quatro pesquisas. 1) Identifique se as mesmas estão 
relacionadas com estudos da área de Linguística (L) ou Linguística Aplicada (LA) e 2) 
justifique suas respostas.
• Pesquisa que investiga como as línguas europeias se transformaram durante o século XX. ( )
• Pesquisa que investiga estratégias de aprendizagem que possam incrementar a produção 
oral dos alunos dos cursos de Letras/Espanhol e Letras/Inglês. ( )
• Pesquisa que investiga as técnicas usadas na tradução em legendas de filmes infantis. ( )
• Pesquisa que investiga a interação professor-aluno em aulas de línguas estrangeiras 
(Espanhol e/ou Inglês) nas escolas públicas da periferia de Fortaleza. ( )
2. Leia os resumos de 2 pesquisas e indique se as mesmas são pesquisas que utilizam métodos 
positivistas (quantitativos) ou interpretativista (qualitativos).
As pesquisas abaixo são de natureza positivista ou interpretativista? Justifique suas respostas.
PESQUISA 1 
Título:
10
CRENÇAS DOS PROFESSORES DE ESPANHOL DO NÚCLEO DE 
LÍNGUAS ESTRANGEIRAS DA UECE SOBRE O PAPEL DA LEITURA NAS 
AULAS DE E/LE
Autor(es): GIRLENE MOREIRA DA SILVA 
Resumo: O Núcleo de Línguas Estrangeiras é um projeto de extensão da 
Universidade Estadual do Ceará (UECE), no qual professores, ainda em 
formação no Curso de Letras, têm a oportunidade de iniciarem sua carreira 
docente. Conscientes da importância da leitura no processo de 
ensino/aprendizagem de línguas resolvemos investigar as principais 
crenças que norteiam a prática dos professores de Espanhol como língua 
estrangeira (E/LE) dessa Instituição, sobre o papel da leitura nas suas 
aulas de E/LE e como se dá esse ensino. Segundo ALVAREZ (2007), a 
noção de crença é relevante na hora de interpretar e analisar as ações do 
professor, pois eles interpretam uma situação de ensino a partir das suas 
crenças sobre o que seja a aprendizagem e ensino de LE. Acreditamos que 
muitos professores continuam com concepções errôneas sobre o ensino 
de leitura, como por exemplo, que o indivíduo dever ser proficiente na 
língua-meta antes de aprender a ler, ou que leitura é apenas um processo 
de decodificação e que não pode ser ensinada. A relevância desta 
pesquisa está na reflexão que os professores podem fazer sobre suas 
atitudes e crenças sobre o ensino de leitura e como elas interferem nas 
suas aulas. A pesquisa foi realizada através de questionários, respondidos 
por todos os professores-bolsistas de Espanhol que atuam nos níveis 
básico, intermediário e avançado. Ao final, serão apresentados os 
resultados dos questionários, mostrando que o pensamento do professor 
é influenciado não só por suas crenças, mas também pelo conhecimento 
que ele possui sobre a matéria e o ensino, no caso em específico, de 
leitura. 
http://www.alb.com.br/anais17/txtcompletos/sem08/COLE_3538.pdf [6] (Visite a aula 
online para realizar download deste arquivo.)
PESQUISA 2 
Título: Planejamento pré-tarefa, memória de trabalho e desempenho oral em 
L2
Autor(es): Maria da Glória Guará Tavares
Resumo: O presente estudo investiga a relação entre planejamento pré-tarefa, 
capacidade da memória de trabalho e desempenho oral em L2. Mais 
especificamente, ele investiga se diferenças individuais na capacidade de 
memória de trabalho afetam tanto o desempenho oral em condições de 
planejamento quanto os processos nos quais os aprendizes embarcam 
quando planejam uma tarefa oral. Uma população de 50 alunos dos 
cursos de Letras Licenciatura, Letras Secretariado e Cursos 
Extracurriculares foi dividida em dois grupos: controle e experimental. 
11
Participantes do grupo controle foram submetidos à coleta de dados que 
consistiu de: um teste de memória de trabalho, duas tarefas narrativas 
sob a condição de não planejamento e uma entrevista retrospectiva. 
Participantes do grupo experimental foram submetidos à coleta de dados 
que consistiu de um teste de memória de trabalho, duas tarefas narrativas 
(uma na condição de não planejamento e outra na condição de 
planejamento), um protocolo verbal e uma entrevista retrospectiva. O 
desempenho oral foi medido através da fluência, acurácia e complexidade. 
Foi realizado tratamento estatístico.  Em geral, os resultados mostram que 
na condição de não planejamento, há correlação significativa entre 
capacidade de memória de trabalho e fluência (para o grupo 
experimental), assim como também, entre capacidade de memória de 
trabalho e acurácia (para o grupo controle). Na condição de planejamento, 
há correlação significativa da capacidade de memória de trabalho com 
fluência e complexidade. Os resultados mostram também que o 
planejamento levou a diferenças significativas em acurácia e 
complexidade e que os alunos focam principalmente em organização de 
ideias, buscas lexicais, ensaio e monitoramento quando planejam uma 
tarefa oral em L2. Os resultados indicam ainda que o número de 
estratégias metacognitivas utilizadas durante o planejamento é 
significativamente maior para participantes com maior capacidade de 
memória de trabalho. 
http://www.tede.ufsc.br/tedesimplificado//tde_busca [7]
Escreva e salve suas respostas em arquivo do WORD e salve em seu portfólio como Ativ. 1 Unid. 
1, Tóp. 4.
FÓRUM
No fórum da aula 1, reflita e discuta as questões abaixo com seus colegas:
• Com suas palavras, tente explicar o que você entende por 1) Linguística e 2) Linguística Aplicada.
• Imagine que você concluiu sua licenciatura em Letras na UFC-UAB e tem que decidir entre fazer 
uma pós-graduação em Linguística ou Linguística Aplicada. Qual área você escolheria? Por quê?
Fontes das Imagens
1 - http://pt.wikipedia.org/wiki/Lingu%C3%ADstica
2 - http://www.sala.org.br
3 - http://www.sala.org.br
4 - http://www.sala.org.br/
5 - http://colorirdesenhos.com/files/desenhos/ponte.gif
6 - http://www.alb.com.br/anais17/txtcompletos/sem08/COLE_3538.pdf
7 - http://www.tede.ufsc.br/tedesimplificado//tde_busca
12
Fundamentos da Linguística Aplicada 
Aula 02: Breve Histórico da Linguística Aplicada 
Tópico 01: O surgimento da Linguística Aplicada
A LA é uma área que começa durante a segunda guerra mundial com o 
objetivo de desenvolver estudos e materiais para o ensino de línguas 
estrangeiras (Moita Lopes, 2009). Assim, a LA é impulsionada pela necessidade 
de comunicação entre falantes de diferentes línguas, necessidade esta 
decorrente de atos de guerra.
Simultaneamente, o surgimento da LA também foi motivado pelo descontentamento com o método 
de ensino de línguas estrangeiras predominante na época - Gramática e Tradução. O referido método tinha 
como foco a leitura e centrava-se na tradução de listas de palavras cujo objetivo era facilitar a 
compreensão de textos.
Assim sendo, podemos inferir que as tentativas por partes dos 
linguistas da época de desenvolver novos métodos de ensino de línguas 
podem ser caracterizadas como o nascimentoda LA como campo de 
investigação científico.
É importante enfatizar que tanto nos Estados Unidos quanto na Inglaterra, a LA surgiu, então, como 
uma tentativa de enfoque científico para a resolução de problemas relacionados aos processos de ensino 
e aprendizagem de línguas. Provavelmente é essa a razão pela qual a LA era denominada inicialmente de 
Linguística Aplicada ao Ensino de Línguas. Ainda hoje é possível verificar a tendência de equacionar a LA 
com o ensino de línguas. Ao navegar pela Internet é possível encontrar vários cursos de especialização 
com este título: Linguística Aplicada ao Ensino de Línguas.
Embora a LA tenha nascido como uma tentativa de melhor compreender os processos de ensino e 
aprendizagem de línguas, a área não está mais restrita a este fim. Hoje a LA é um campo de atuação bem 
mais amplo, focando a linguagem em uso em diversos contextos, não apenas o de ensino/aprendizagem 
(Moita Lopes, 2009; Menezes, Silva e Gomes, 2009; Soares, 2008, dentre outros). Até tornar-se o campo de 
investigação amplo, interdisciplinar e autônomo que é hoje, a LA tem percorrido uma longa trajetória.
PARADA OBRIGATÓRIA
• O link abaixo traz mais informações sobre o método Gramática e Tradução:
O Ensino de Língua Estrangeira: História e Metodologia [1]
• Os links abaixo trazem informações sobre cursos de especialização em Linguística aplicada ao ensino 
de línguas:
Especialização em Linguística Aplicada ao Ensino de Língua Inglesa [2]
Pós-graduação em Linguística Aplicada ao Ensino da Língua Estrangeira [3]
EXERCITANDO
13
Verdadeiro ou Falso?
1. A Linguística Aplicada surgiu durante o período da segunda guerra mundial em decorrência da 
necessidade de comunicação entre falantes de diferentes línguas e da insatisfação com os métodos 
de ensino vigentes na época. 
2. A Linguística Aplicada surgiu como tentativa de maior compreensão científica sobre os processos de 
ensino e aprendizagem de línguas, campo o qual a LA está restrita até hoje. 
3. O método Gramática e Tradução tinha como foco o desenvolvimento da habilidade oral em 
contextos comunicativos 
RESPOSTAS 
1. V 
2. F 
3. F 
REFERÊNCIAS 
MENEZES, V. SILVA, M. M., GOMES, I. F., Sessenta anos de Linguística Aplicada: de onde viemos e 
para onde vamos. Em PEREIRA, R. C., e ROCA, P. (orgs.) Linguística Aplicada um caminho com 
diferentes acessos, 2009. Editora Contexto.
MOITA LOPES, L. P. Da Aplicação de Linguística à Linguística Aplicada Indisciplinar. Em PEREIRA, R. 
C., e ROCA, P. (orgs.) Linguística Aplicada um caminho com diferentes acessos, 2009. Editora 
Contexto.
SOARES, D. A. Introdução à Linguística Aplicada e sua utilidade para as pesquisas em sala de aula de 
língua estrangeira. http://www.filologia.org.br/revista/40suple/introdao_a_linguistica%20.pdf [4] 
(Visite a aula online para realizar download deste arquivo.)
14
Fundamentos da Linguística Aplicada 
Aula 02: Breve Histórico da Linguística Aplicada 
Tópico 02: A trajetória da Linguística Aplicada: um primeiro momento
O início da trajetória da LA consistiu principalmente em aplicar teorias 
linguísticas na tentativa de desenvolver métodos de ensino.
Na primeira metade do século XX, o foco da LA era a aplicação de teorias linguísticas de natureza 
formalista com base nos estudos de Ferdinand de Saussure, um linguista e filósofo suíço cujas 
elaborações teóricas propiciaram o desenvolvimento da linguística enquanto ciência e desencadearam o 
surgimento do estruturalismo. Na segunda metade desse mesmo século, o foco da LA era a aplicação de 
teorias linguísticas de natureza formalista com base nos estudos de Noam Chomsky, um linguista e 
filósofo americano, criador da abordagem linguística conhecida como gramática ge(ne)rativa 
transformacional.
Estes foram os primeiros momentos do trajeto da LA. Moita Lopes (2009) denomina essa fase da LA 
de Aplicação de linguística. Alguns estudiosos entendem, então, que na primeira fase de sua trajetória, a 
LA era uma consumidora de teorias linguísticas vigentes. Em outras palavras, a LA não produzia teorias, 
apenas aplicava teorias linguísticas já existentes, o que implicava em uma dependência da LA em relação 
à Linguística.
ESTUDIOSOS
Moita Lopes, Celani, Rajagopalan, dentre outros.
A ênfase da LA não parecia de fato ser a resolução de problemas, mas a 
aplicação de teorias. Consequentemente, o trabalho dos linguistas aplicados 
passou a ter uma conotação de menor relevância, menor complexidade e 
menor teor científico. Essa concepção de LA, como usuária de teorias de 
linguística teórica é comumente chamada de concepção habitual da LA.
Mas o que é concepção habitual?
CONCEPÇÃO HABITUAL 
Essa concepção habitual da LA como área de aplicação de teorias 
linguísticas tem sido alvo de questionamentos de estudiosos da área nos últimos 
anos. Tais questionamentos têm provocado uma intensa reflexão sobre a 
concepção da LA no meio o qual a mesma é inserida. Reivindica-se uma 
mudança da condição de área usuária de teorias linguísticas e, por sua vez, 
derivante da linguística teórica para a condição de área autônoma, produtora de 
teoria e de conhecimentos. 
15
DICA
Os links abaixo trazem mais informações sobre as teorias linguísticas de Saussure e Chomsky, 
teorias que foram foco de aplicação da LA no início de sua trajetória.
Ferdinand_de_Saussure [5]
Estruturalismo [6]
Noam_Chomsky [7]
Gramática transformacional [8]
REFLEXÃO
- Em sua opinião, durante esse primeiro momento da trajetória da Linguística Aplicada, o qual 
consistia em aplicação de teorias linguísticas ao ensino de línguas, a LA era de fato menos relevante 
do que a Linguística? Por quê?
- Em sua opinião, o papel do linguista aplicado deve ser restrito a aplicação de teorias linguísticas?
16
Fundamentos da Linguística Aplicada 
Aula 02: Breve Histórico da Linguística Aplicada 
Tópico 03: A Trajetória da Linguística Aplicada: de um segundo momento aos dias de hoje
Alguns autores apontam o final dos anos 70 como o surgimento de um 
segundo momento da LA (Moita Lopes, 1998, 2009; Signorini e Cavalcanti, 
1998; Rojo, 2007). Um momento no qual surgem reflexões sobre as práticas de 
investigação em LA e sobre a distinção entre aplicação de Linguística e LA. 
Moita Lopes (2009) refere-se a este momento da LA como “A primeira virada: 
da Aplicação de Linguística à Linguística Aplicada”.
Moita Lopes (2009) aponta Widdowson como o precursor da discussão acerca dessa distinção.
REFLEXÃO DE WIDDOWSON MAIS DETALHADA 
Primeiramente, ele discute a restrição da LA a contextos educacionais. Essa 
reflexão é coerente, pois se a LA investiga problemas que tem como foco a 
linguagem em uso, os contextos educacionais não são os únicos que podem 
oferecer problemas merecedores de investigação. Afinal, a linguagem humana se 
faz presente em diversos contextos sociais, não apenas nas escolas. Em 
segundo lugar, Widdowson discute a questão da LA ser restrita a aplicação de 
teorias linguísticas. Para ele, é necessário que a LA não seja dependente de uma 
teoria linguística. 
Segundo Moita Lopes (2009), Widdowson alerta para o fato de que noções intuitivas de pessoas 
envolvidas no ensino e aprendizagem de línguas, por exemplo, podem ser relevantes. Se a LA está 
relacionada a resolução de problemas da realidade, “não há nenhuma razão para, então, que os linguistas 
tenham acesso privilegiado a realidade” (Widdowson, 1979, p.236, apud Moita Lopes, 2009). Assim sendo, 
Widdowson clama por uma teoria para a LA que não seja dependente da Linguística para que possa ser 
uma área autônoma de conhecimento.
OBSERVAÇÃO
Moita Lopes chama atenção para o fato de que Widdowson não nega ou descarta as 
contribuições da linguística para a LA. Ou seja, não é uma questão de negar as teorias linguísticas, 
mas de ir além delas. Os processos envolvidos no ensino e aprendizagem de línguas são complexos e 
precisam ser compreendidos também a partir de teorias advindas de outros campos do 
conhecimento,tais como, a Psicologia e a Sociologia, dentre outras (Moita Lopes, 2009). Uma única 
área de conhecimento parece insuficiente para abranger toda a complexidade relativa aos processos 
de ensino e aprendizagem de línguas. Essa reflexão remete novamente à questão da natureza 
interdisciplinar da LA mencionada anteriormente.
REFLEXÃO
17
Em sua opinião, como este segundo momento da Linguística Aplicada difere do primeiro?
SEGUNDO MOMENTO DA LA 
Outro momento da LA que passa a ser bem perceptível a partir dos anos 90 é o que 
Moita Lopes chama de “Segunda virada: Linguística Aplicada em contextos institucionais 
diferentes de escolares”. Em outras palavras, o foco da LA extrapola os contextos de ensino 
de aprendizagem de línguas estrangeiras e parte para investigar contextos educacionais 
diversos, tais como, contextos de língua materna, estudos sobre letramento, e parte também 
para a investigação de contextos não escolares, como a mídia, empresas, tribunais, 
delegacias, hospitais, dentre outros. Moita Lopes (2009) afirma que se a linguagem é 
constitutiva, essencial à vida institucional, a LA como área centrada na resolução de 
problemas envolvendo a linguagem em uso, passa a ser também exercida fora da sala de 
aula. Ou seja, a resolução de problemas de uso da linguagem situados na vida social, na 
realidade dos seres humanos de uma forma mais ampla. Moita Lopes (2009) afirma ainda 
que se a LA passa a operar em contextos institucionais diversos, há um incremento na 
quantidade de seus tópicos de investigação e, consequentemente, uma maior a 
necessidade de interagir com outras áreas do conhecimento para gerar teorias acerca 
desses inúmeros tópicos de investigação que podem ser abraçados pela LA. Essa 
concepção implica em uma ressignificação do objeto de estudo da LA, do ensino de línguas 
para a sociedade em geral. 
CURIOSIDADE
• O Primeiro curso independente de Linguística Aplicada foi na Universidade de Michigan (1946) 
onde Charles Fries Robert Lado lecionavam.
• Em 1956, houve a fundação da University of Edinburgh School of Applied Linguistics, iniciativa do 
Conselho Britânico.
• Em 1957, houve a fundação do Center for Applied Linguistics, em Washington.
• A Associação Internacional de Linguística Aplicada (AILA) foi criada em 1964, na França.
• Alguns marcos da expansão da Linguística aplicada no Brasil foram:
◦ Criação do Programa de Linguística Aplicada da Pontifícia Universidade de São Paulo, em 
1970. E em seguida, a criação do Programa de Pós-graduação em estudos da Linguagem 
(LAEL), com a criação do curso de doutorado.
◦ Criação do Programa de Pós-graduação em Linguística Aplicada da Universidade de 
Campinas (UNICAMP) e criação de seu periódico Trabalhos em Linguística Aplicada.
◦ Criação da Associação de Linguística Aplicada do Brasil (ALAB) em 1990.
Fonte [9] (Visite a aula online para realizar download deste arquivo.)
18
ATIVIDADE DE PORTFÓLIO
Tendo em mente as leituras e discussões da Aula 2: A trajetória da Linguística Aplicada, responda 
as perguntas abaixo, salve suas respostas em arquivo do WORD e salve em seu portfólio como Ativ. 2 
Unid. 2, Tóp. 2.
O que você entende por concepção habitual da Linguística Aplicada?
1. O que você entende por:
- Linguística Aplicada usuária (ou derivante)?
- Linguística Aplicada autônoma? 
2. Descreva os momentos da LA referidos por Moita Lopes respectivamente como “A primeira virada” 
e “A segunda virada”. O que caracteriza cada uma dessas viradas na LA?
REFERÊNCIAS 
MOITA-LOPES, L. P. A transdisciplinaridade é possível em Linguística Aplicada? In: SIGNORINI, I; 
CAVALCANTI, M.C.(Orgs.) Linguística Aplicada: perspectivas. Campinas/SP: Mercado das Letras, 
1998
MOITA LOPES, L. P. Da Aplicação de Linguística à Linguística Aplicada Indisciplinar. Em PEREIRA, R. 
C., e ROCA, P. (orgs.) Linguística Aplicada um caminho com diferentes acessos.Editora Contexto, 
2009. 
ROJO, R.H.R. Gêneros do discurso no círculo de Bakhtin - ferramentas para a análise transdisciplinar 
de enunciados em dispositivos e práticas didáticas.  Anais do IV simpósio internacional de estudos e 
gêneros textuais.  Tubarão/SC, agosto de 2007. p. 1761-1775
SIGNORINI, I; CAVALCANTI, M.C. (Orgs.) Linguística Aplicada: perspectivas. Campinas/SP: Mercado 
das Letras, 1998.
19
Fundamentos da Linguística Aplicada 
Aula 02: Breve Histórico da Linguística Aplicada 
Tópico 04: Consensos e dissensos em Linguística Aplicada: o que já parece ser consenso
VERSÃO TEXTUAL 
Consenso - acordo, opinião geral
Dissenso - desacordo, opinões diferentes
Após traçarmos a trajetória da LA com base em alguns momentos marcantes, vamos neste tópico 
estudar alguns dos consensos e dissensos em LA. Rojo (2006), em seu artigo “Fazer Linguística Aplicada 
em perspectiva sócio-histórica privação sofrida e leveza do pensamento” publicado em Moita Lopes 
(2006): Por uma Linguística Aplicada INdisciplinar, refere-se de forma clara e didática a alguns destes 
consensos e dissensos.
Segundo Rojo (2006), as respostas à pergunta: “O que é fazer Linguística Aplicada?” representam um 
consenso atual da comunidade. Em outras palavras, “hoje podemos afirmar um consenso mais maduro da 
comunidade de LA sobre o que é fazer LA” (Rojo, 2006, p. 257). A autora cita alguns autores para 
exemplificar alguns dos consensos acerca do fazer da LA, tais como:
(Moita Lopes, 1996, p. 19-20, apud Rojo, 2006)
“trata-se de pesquisa de natureza aplicada em ciências sociais [...] Trata-se de 
pesquisa aplicada no sentido em que se centra primordialmente na resolução de 
problemas de uso da linguagem tanto no contexto da escola, como fora dele, embora 
possa também contribuir para a formação teórica, como a chamada pesquisa básica 
[...] A LA é uma ciência social, já que seu foco é em problemas de uso da linguagem 
enfrentados pelos participantes do discurso no contexto social... “ (Moita Lopes, 
1996, p. 19-20, apud Rojo, 2006).
Kleiman, 1998, p. 55, apud Rojo, 2006
“A LA se caracteriza pela expansão dos dados que estuda, das disciplinas-fonte 
e das metodologias, em função da necessidade de entendimento dos problemas 
sociais de comunicação em contextos específicos (o seu objeto abrangente) que 
procura resolver (o seu objetivo abrangente) (Kleiman, 1998, p. 55, apud Rojo, 2006).
Como é possível perceber nos exemplos acima, há uma ênfase em resolução de problemas; 
menciona-se o exercício da LA dentro e fora da escola; há a possibilidade de formulação teórica 
reforçando-se, então, a visão da LA autônoma; e se faz referência também a disciplinas-fonte, o que 
remete ao caráter interdisciplinar da LA.
Seguindo a mesma linha de pensamento, outros exemplos de consenso sobre o que é fazer LA, 
segundo Rojo (2006), são:
20
Ferramentas administrativas
“Os linguistas aplicados parecem estar dando uma resposta contra a tradicional 
divisão do trabalho entre teoria e prática, que seria baseada na relevância social e 
não em valores como a superioridade da produção de teoria”.
Ferramentas de ensino
“Os linguistas aplicados parecem estar dando uma resposta contra a tradicional 
divisão do trabalho entre teoria e prática, que seria baseada na relevância social e 
não em valores como a superioridade da produção de teoria”.
Ferramentas de interação
“Os linguistas aplicados parecem estar dando uma resposta contra a tradicional 
divisão do trabalho entre teoria e prática, que seria baseada na relevância social e 
não em valores como a superioridade da produção de teoria”.
Como se pode ver nos três últimos exemplos concatenados por Rojo (2006) há novamente a ênfase 
central na resolução de problemas, tais problemas são específicos aos contextos os quais pertencem. 
Isso implica em busca por compreensão desses contextos específicos com um foco em problemas locais 
e não em verdades universais. E finalmente, percebe-se também uma preocupação com o fazer da LA no 
sentido de produzir pesquisas que informem a vida social, que contribuam com os seressociais do mundo 
contemporâneo. Ou seja, a pesquisa em LA gera conhecimento sobre a vida social e, assim sendo, 
contribui com a mesma.
Dentro dessa perspectiva, é possível perceber que a preocupação da 
pesquisa em LA não está centrada principalmente no estudar e descrever a 
linguagem usada em contextos sociais, mas em contribuir com tais contextos 
na medida em que busca uma maior compreensão dos mesmos.
Alguns casos ilustrativos seriam os seguintes: a pesquisa em LA não trata principalmente de estudar 
e descrever, por exemplo, a linguagem usada em delegacias de mulheres, mas de como novas 
possibilidades de uso da linguagem nestes contextos podem contribuir com os participantes sociais dos 
mesmos (ex. mulheres vítimas e funcionários de uma delegacia). Uma investigação em LA não trata 
especialmente de estudar e descrever a linguagem em aulas de leitura, mas de como novas possibilidades 
de uso da linguagem nestes contextos podem trazer benefícios aos participantes envolvidos (ex. 
professores e alunos). O fazer da LA não trata primordialmente de estudar e descrever características de 
uso da linguagem em contextos de Educação a distância (EAD), nem em descrever novas formas de 
tecnologia, mas de como novas possibilidades de linguagem com a mediação tecnológica podem 
transformar a realidade social dos participantes desse contexto de EAD (ex. professores, alunos). 
Com base na discussão de Rojo (2006), é possível compreender que há um certo consenso na 
comunidade da LA sobre ‘o que’ é fazer LA. Porém, segundo a autora, esse consenso não se aplica à 
questão de ‘como’ fazer LA. Esse é o nosso foco de discussão do próximo tópico. 
21
Fundamentos da Linguística Aplicada 
Aula 02: Breve Histórico da Linguística Aplicada 
Tópico 05: Consensos e dissensos em Linguística Aplicada: o que é ainda parece ser dissenso
Há, entre os linguistas aplicados, uma intensa discussão sobre o caráter do ‘como fazer Linguística 
Aplicada’. É comum em artigos de periódicos, livros e congressos de LA encontrarmos termos, tais como, 
LA interdisciplinar, transdisciplinar, indisciplinar. Rojo (2007, p.1763, grifos da autora)  diferencia práticas 
transdisciplinares de práticas interdisciplinares:
[...] práticas de investigação interdisciplinares enfocam o objeto a partir 
de múltiplos pontos de vista disciplinares, com ou sem interação entre esses 
pontos de vista, mas não chegam a (re)configurar o objeto no campo de 
investigação da LA, constituindo-o como complexo, isto é, como “um todo 
mais ou menos coerente, cujos componentes funcionam entre si em 
numerosas relações de interdependência ou de subordinação”.
Já os “percursos transdisciplinares de investigação geram configurações teórico-metodológicas 
próprias, isto é, não coincidentes com, nem redutíveis às contribuições das disciplinas de referência.”
Como se pode ver, interdisciplinaridade propõe diálogos entre diferentes disciplinas, uma interface 
entre diferentes áreas do conhecimento para maior compreensão de um determinado problema a ser 
resolvido. Transdisciplinaridade, por sua vez, propõe uma relação mais intensa, o que implica em uma 
simbiose ou perda de oposições entre as disciplinas e sugere construções conceituais conjuntas. Para 
ilustrar a diferença, sugiro o exemplo do estudo da motivação na aprendizagem de línguas estrangeiras. 
Em abordagem interdisciplinar, poderíamos ter as áreas da Psicologia e Linguística Aplicada interagindo 
para melhor compreender o que motiva (ou não) os aprendizes; cada área do conhecimento com seus 
conceitos próprios, suas fronteiras e limites contribuiriam para resolução a questão. Por outro lado, em 
uma abordagem transdisciplinar dessa mesma questão (motivação em aprendizagem de línguas 
estrangeiras), as duas áreas gerariam configurações teóricas próprias, como uma teoria de motivação do 
aprendiz de línguas estrangeiras. Ao invés de tratarmos de motivação (em Psicologia) e de aprendizagem 
de línguas (em LA), trataríamos de um novo complexo, a motivação do aprendiz de LA, ou seja, de forma 
mais intensa, sem fronteiras entre as disciplinas. Temos, então, uma simbiose de conceitos e de 
metodologias.
Moita Lopes, por sua vez, afirma que a transdisciplinaridade só é possível em pesquisa se tivermos 
uma equipe de pesquisadores das diversas áreas que integrarão tal investigação. O autor propõe uma LA 
22
Indisciplinar. Moita Lopes (2009) clama por uma LA que fale ao mundo em que vivemos, uma LA 
antidisciplinar ou até mesmo transgressiva. Moita Lopes (2009) afirma que:
“Ela é indisciplinar tanto no sentido que reconhece a necessidade de não 
se constituir como disciplina, mas como uma área mestiça e nômade, e 
principalmente porque deseja ousar pensar de forma diferente, para além de 
paradigmas consagrados que se mostram inúteis e que precisam ser 
desaprendidos (Fabrício, 2006) para compreender o mundo atual”.
Como se pode observar na citação de Moita Lopes, o autor clama por uma LA transgressiva de fato, 
que nem ao menos se constitua como uma disciplina, mas que rompa barreiras, seja mestiça, e nômade 
para que possa acompanhar as mudanças da vida social, gerar conhecimento sobre a vida 
contemporânea e contribuir com a mesma.
Não é objetivo do presente tópico apontar qual abordagem “Inter-, Trans-, ou In- disciplinar é a melhor 
ou mais apropriada para nortear a questão de como fazer LA, mas salientar o fato de que essa discussão 
traduz a necessidade de uma permeabilidade entre diferentes áreas do conhecimento. Em outras palavras, 
a visão contemporânea da LA traz consigo a possibilidade de contribuições de diversas áreas na tentativa 
de resolver problemas socialmente relevantes que tenham a linguagem em uso como foco principal. 
LEITURA COMPLEMENTAR
Sessenta anos de linguística aplicada: de onde viemos e para onde vamos [10] (Visite a aula 
online para realizar download deste arquivo.).
Introdução à linguística aplicada [11] (Visite a aula online para realizar download deste arquivo.).
MULTIMÍDIA
Assista à entrevista da linguista aplicada Dra. Vera Menezes, professora da Universidade Federal 
de Minas Gerais.
Acesse a aula online para visualizar este conteúdo
EXERCITANDO
Sobre a entrevista é correto afirmar que:
1. A professora afirma que a Linguística Aplicada já nasceu transdisciplinar.
2. A professora afirma que a Linguística Aplicada já nasceu indisciplinar.
3. A professora afirma que a Linguística Aplicada é por excelência transdisciplinar
4. A professora afirma que as áreas do conhecimento devem ser bem separadas e delimitadas.
23
5. As afirmativas a e c estão corretas.
RESPOSTA 
Resposta correta: 5
FÓRUM
Discuta as seguintes questões com seus colegas.
1. Na sua opinião, quais dos consensos sobre ‘O que é fazer LA’ é o mais interessante? Por que?
• Consenso sobre a LA tratar-se da resolução de problemas de uso da linguagem dentro e fora da 
escola.
• Consenso sobre a LA buscar a resolução de problemas específicos e não verdades universais.
• Consenso sobre a LA ser contra a clássica divisão entre teoria e prática, fundamentando a 
importância de sua pesquisa primordialmente na relevância social e não em valores como a 
superioridade da produção de teoria.
2. O mundo contemporâneo é realmente muito complexo e se transforma muito rapidamente. Nesse 
sentido, o clamor de Moita Lopes por uma LA transgressiva, indisciplinar, mestiça e nômade parece 
coerente para a compreensão da vida social contemporânea. É impossível compreender as 
complexidades do mundo contemporâneo através de um único olhar, ou disciplinas bem delimitadas 
umas das outras, sem uma área de investigação mestiça e nômade capaz de abraçar os diferentes 
aspectos e as transformações da vida social. Por outro lado, uma área de investigação indisciplinar, 
nômade e mestiça não correria o risco de se transformar em um Frankstein? Ou seja, uma área 
fragmentada, sem identidade própria e, consequentemente, sem status entre as diferentesáreas do 
conhecimento científico? O que você pensa sobre os dois lados dessa questão? Qual sua opinião?
Fontes das Imagens
1 - http://www.hottopos.com/videtur6/selma.htm
2 - http://www.educaedu-brasil.com/especializacao-em-linguistica-aplicada-ao-ensino-de-lingua-inglesa-pos-graduacao-
17645.html
3 - http://www.educaedu-brasil.com/pos-graduacao-em-linguistica-aplicada-ao-ensino-da-lingua-estrangeira-pos-graduacao-
18015.html
4 - http://www.filologia.org.br/revista/40suple/introdao_a_linguistica%20.pdf
5 - http://pt.wikipedia.org/wiki/Ferdinand_de_Saussure
6 - http://pt.wikipedia.org/wiki/Estruturalismo
7 - http://pt.wikipedia.org/wiki/Noam_Chomsky
8 - http://pt.wikipedia.org/wiki/Gram%C3%A1tica_generativa_transformacional
9 - http://www.veramenezes.com/linaplic.pdf
10 - http://www.veramenezes.com/linaplic.pdf
11 - http://www.filologia.org.br/revista/40suple/introdao_a_linguistica%20.pdf
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Fundamentos da Linguística Aplicada 
Aula 03: Linguística Aplicada e suas diversas áreas de atuação 
Tópico 01: Uma visão geral das linhas de pesquisa em LA
Como estudamos nos tópicos anteriores, a LA surgiu como uma tentativa de melhor 
compreender os complexos processos envolvidos no ensino/aprendizagem de línguas 
estrangeiras no contexto da segunda guerra mundial e, ao longo de sua trajetória, a LA se 
expandiu imensamente e passou a atuar também em contextos diferentes dos contextos 
escolares. Consequentemente, a LA teve um incremento na quantidade de seus tópicos de 
investigação.
Atualmente, a LA abraça várias linhas de pesquisa, tais como, aquisição de línguas, tradução, 
bilinguismo, análise do discurso, dentre outras. Essas linhas de pesquisa serão o foco de estudo do 
presente tópico. É importante ressaltar que não existe uma lista com uma classificação definitiva sobre as 
linhas de pesquisa da LA. Há algumas discrepâncias possíveis de serem vistas quando analisarmos 
diferentes programas de pós-graduação de LA pelo Brasil e pelo mundo.  Veremos que alguns cursos, por 
exemplo, classificam a Análise do discurso como uma área da Linguística e outros como uma área da 
Linguística Aplicada. Assim sendo, o objetivo do presente tópico não é chegar a um consenso final, 
definitivo, preciso e matemático a respeito das linhas de pesquisa abrangidas pela LA. Afinal, em LA, nada 
parece ser tão definitivo, preciso e matemático. 
PARADA OBRIGATÓRIA
O objetivo do presente tópico é propiciar uma compreensão a nível mais geral de linhas de 
pesquisa que são abraçadas pela LA e também de algumas possíveis controvérsias a esse respeito.
Em nosso estudo das linhas de pesquisa da LA, tomaremos como base o artigo produzido por Vera 
Menezes, Marina Morena Silva e Iran Felipe “Sessenta anos de Linguística Aplicada: de onde viemos e 
para onde vamos” publicado em “Linguística Aplicada: um caminho com diferentes acessos ”publicado 
por Regina Celi Pereira e Pilar Roca, em 2009. 
Além desse artigo, faremos também uso de websites de programas de pós-graduação de 
universidades brasileiras.  
Na tentativa de traçar um perfil das linhas de pesquisa da LA, (Menezes et al., 2009) fazem uma 
síntese do índice de alguns manuais internacionais de LA, apresentam listas de grupos de trabalho ou 
comissões científicas de associações de LA, assim como também, compila vários artigos sobre LA em 
periódicos nacionais e internacionais. 
Uma referência a qual considero importante por envolver pesquisadores de todo o mundo, é a lista de 
agrupamento de pesquisadores da AILA (Associação internacional de Linguística Aplicada). 
25
MENEZES ET AL (2009) TRAZEM ESSA LISTA EM SEU ARTIGO 
1. Aprendizagem de línguas por adultos;
2. Linguagem infantil;
3. Comunicação nas profissões;
4. Linguística contrastiva e análise de erros;
5. Análise do discurso;
6. Tecnologia educacional e aprendizagem de línguas;
7. Metodologia do ensino de línguas estrangeiras e formação de 
professor;
8. Linguística forense;
9. Educação em contexto de imersão;
10. Interpretação e tradução;
11. Língua em contato e mudança linguística;
12. Linguagem e ecologia;
13. Linguagem e educação em contextos multilingues;
14. Linguagem e gêneros;
15. Linguagem e mídia1;
16. Linguagem para fins específicos;
17. Planejamento linguístico;
18. Autonomia do aprendiz na aprendizagem de línguas;
19. Lexicografia;
26
20. Letramento;
21. Educação em língua materna
22. Psicolinguística;
23. Retórica e estilística;
24. Aquisição de segunda língua;
25. Linguagem dos sinais.
Fonte: “Sessenta anos de Linguística Aplicada: de onde viemos e para onde vamos” (Menezes, 
Silva e Gomes, 2009)
Em . PEREIRA, R.C, e ROCA, P. “Linguística Aplicada: um caminho com diferentes acessos 
(2009). 
Como se pode observar, a lista contendo as diversas áreas nas quais os grupos de pesquisadores 
membros da AILA (Associação Internacional de LA) atuam é vasta. Ainda assim, ela não é uma lista 
definitiva ou conclusiva.
Os autores Vera Menezes, Marina Silva e Iran Felipe alertam para o fato de que alguns estudiosos 
adicionam ainda alguns temas à lista. Segundo eles, são:
Candlin
Avaliação de programas,
Avaliação da linguagem e identidades sociais,
Linguagem e vida social.
Bygate
Patologia da linguagem,
Perda da língua,
Linguagem e desenvolvimento profissional,
Linguagem e família,
Linguagem e serviços públicos,
Linguagem e saúde, dentre outros. 
Seidlhofer (2003, apud Menezes et al, 2009) faz uma crítica no que diz 
respeito aos critérios utilizados para unificar o que seria parte da LA. Afinal, 
como determinar se uma párea pertence ou não à LA?
A reflexão de Seidlhofer  é pertinente, pois se a LA é uma área do conhecimento tão vasta, inter-, 
trans-, ou até mesmo, in-disciplinar, mestiça e nômade, é necessário uma maior clareza sobre quais 
27
critérios devem ser utilizados para excluir uma linha de pesquisa  da LA. Mais especificamente, Seidlhofer 
(2003, apud Menezes  et al, 2009)  traz como exemplo o fato de que a Análise do discurso faz parte da 
lista e a Pragmática, por sua vez, não está presente. 
Menezes et al (2009) também mencionam a organização dde Cook (2003, apud Menezes et al. 2009) 
para as áreas que podem ser abraçadas pela LA. Segundo o autor, três grandes áreas são as principais, e 
estas, por sua vez, incluiriam alguns temas:
Áreas
Linguagem e educação.
Linguagem, trabalho e leis.
Linguagem, informação e efeitos. 
Segundo Menezes et al. (2009), nenhuma dessas classificações é ideal no sentido de ser capaz de 
abraçar todas as possibilidades da LA. A linguagem é essencial á vida social, está presente em todas as 
esferas da vida humana. Consequentemente, a LA é flexível e aberta o suficiente para abraçar várias 
possibilidades de uso da linguagem, e interagir com várias outras áreas do conhecimento. 
REFLEXÃO
Com base na lista da AILA exposta na tabela acima, podemos observar como a LA atua em 
contextos escolares e não escolares. Quais áreas dessa lista você pensa fazer parte de contextos 
escolares? E quais fazem parte de contextos fora da escola?
CURIOSIDADE
Para conhecer alguns dos periódicos nacionais e internacionais com publicações de pesquisas 
em LA, acesse:
Revista Brasileira de Linguística Aplicada [1]
REFERÊNCIAS 
MENEZES, V. , SILVA, M.M., I. F. GOMES. Sessenta anos de Linguística Aplicada: de onde viemos e 
para onde vamos. Em PEREIRA, R.C. e ROCA, P. (orgs.). Linguística Aplicada um caminho com 
diferentes acessos, 2009. .
28
Fundamentos da Linguística Aplicada 
Aula 03: Linguística Aplicada e suas diversas áreas de atuação 
Tópico 02: Programas de pós-graduação em LA no Brasil
Após traçarmos um breve perfil das linhas de pesquisas da LA, com base 
no trabalho de síntese de Menezes et al (2009), vamos agora observar alguns 
programas de pós-graduação em LA no Brasil. Aceitam o desafio?
É importante observar que nem todos os programas de pós-graduação que incluem estudos em LA 
são chamados programas em Linguística Aplicada. Muitos deles sãodenominados “Programa de pós-
graduação em Estudos da Linguagem”, “Programa de Pós-graduação em Linguística”, “Programa de Pós-
graduação em Letras”, dentre outros nomes. Assim sendo, esclareço que observaremos programas que de 
alguma forma (como área, subárea, linha de pesquisa) fazem pesquisa em LA, não unicamente cursos que 
tenham LA em seus nomes. Vamos analisar dois cursos de pós-graduação, o da Universidade Federal de 
Minas Gerais e o da Universidade Estadual do Ceará.  
Ao acessarmos o website do Programa de Pós-graduação em estudos Linguísticos da Universidade 
Federal de Minas Gerais [2], por exemplo,  vamos observar a seguinte organização. Primeiro, o nome do 
curso é Programa de Pós-graduação em Estudos Linguísticos. 
Segundo, o curso é organizado em 3 linhas de pesquisa: 1. Linguística Teórica e Descritiva, 2. 
Linguística do texto e do discurso, e 3. Linguística Aplicada. 
Linguística Teórica e Descritiva
Está subdividida em: Estudo da variação e mudança linguística, Organização 
sonora da comunicação humana, Estudo da língua em uso, Processamento da 
linguagem, Estudos linguísticos baseados em corpora, Estudos em sintaxe formal, 
Gramática de Línguas indígenas, Fonologia, Estudos na Interface sintaxe e semântica 
lexical.
Linguística do texto e do discurso
Está subdividida em Análise do discurso e Textualidade e Textualização em 
Língua Portuguesa.
Linguística Aplicada
Está subdividida em Ensino/ aprendizagem de línguas estrangeiras, Estudos da 
tradução, Linguagem e tecnologia, Ensino do Português.
Partimos agora para o website do Programa de pós–graduação em Linguística Aplicada da 
Universidade Estadual do Ceará (UECE) [3].
Primeiro, o nome do curso é Mestrado Acadêmico em Linguística Aplicada, com uma área de 
concentração- Estudos da Linguagem- e  três linhas de pesquisa: 
• Leitura e escrita em L2/LE, 
• Desenvolvimento e Ensino de L2/LE, e 
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• Tradução, Lexicologia e Processamento da Linguagem. 
Como é possível perceber, há diferenças e semelhanças entre o que é abraçado pela LA nestes dois 
programas. Primeiro, o ensino/aprendizagem de línguas estrangeiras está presente nas duas linhas, assim 
como, a Tradução. Por outro lado, o Processamento da Linguagem é abraçado pela Linguística geral e 
descritiva no programa da UFMG, porém, é parte da LA no programa da UECE. Estas diferenças podem ser 
fruto das diferentes ideologias de cada um dos programas, assim como, pode ser decorrente da 
abordagem, da forma como cada uam das áreas é estudada. É possível estudar Processamento da 
linguagem tanto da perspectiva da Linguística geral e descritiva, quanto em nível de questões mais 
práticas acerca desse processamento, propondo soluções para possíveis problemas de processamento 
da linguagem em ensino/aprendizagem de línguas, por exemplo. 
ATIVIDADE DE PORTFÓLIO
Acesse os websites dos seguintes programas de pós-graduação:
• Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) [4]
• Universidade Federal da Paraíba (UFPB) [5]
• Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) [6]
Sua tarefa ao acessar cada um desses websites é a seguinte: 
1. Identifique o nome de cada um desses programas de pós-graduação
2. Identifique as linhas de pesquisas de cada um dos programas
3. Identifique as áreas incluídas na linha de pesquisa em Línguas Inglesa e Linguística Aplicada da 
UFSC
4. Identifique quais estudos são abraçados pela Linguística Aplicada da UFPB E DA UFRJ
5. Estabeleça algumas semelhanças entre os três programas
6. Estabeleça algumas diferenças entre os três programas. 
Escreva e salve suas respostas (de 1 a 6) em arquivo do word e salve em seu portfólio como ativ. 
3 unid. 3, tóp. 1.
ATIVIDADE DE PORTFÓLIO
O seu tutor irá indicar uma entrevista no YouTube de um profissional da Linguística Aplicada no 
Brasil. 
Após assistir a entrevista, elabore um resenha crítica em que você destacará:
- área de atuação deste(a) professor(a) dentro da Linguística Aplicada. 
- que pesquisa desenvolve? Possui grupo de estudos? Há publicado livros?
- quais as contribuições que a pesquisa em sua área de atuação pode trazer para o ensino/ 
aprendizagem de línguas estrangeiras? 
- quais as contribuições para a vida contemporânea em um sentido mais amplo?
IMPORTANTE: salve suas respostas na área privada e também na área pública de seu portfólio. 
Todos os alunos precisam ter acesso às respostas uns dos outros, pois o próximo fórum será sobre 
estas resenhas. 
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FÓRUM
Discuta as seguintes questões com seus colegas. 
1. Dentre as resenhas postadas na área pública, quais as DUAS áreas de atuação da LA que você 
achou mais interessante? Por quê? 
2. Dentre as contribuições mencionadas nas resenhas, qual você considera a mais relevante para o 
ensino/aprendizagem de línguas estrangeiras? Por quê?
3. Dentre as contribuições mencionadas nas resenhas, qual você considera a mais relevante para a 
vida contemporânea? Por quê?
REFERÊNCIAS 
MENEZES, V. , SILVA, M.M., I. F. GOMES. Sessenta anos de Linguística Aplicada: de onde viemos e 
para onde vamos. Em PEREIRA, R.C. e ROCA, P. (orgs.). Linguística Aplicada um caminho com 
diferentes acessos. Editora contexto, 2009. 
Fontes das Imagens
1 - http://www.alab.org.br/publicacoes/periodicos
2 - http://www.poslin.letras.ufmg.br/index.php/proposta-do-programa
3 - http://www.uece.br/posla/
4 - http://ppglin.posgrad.ufsc.br/
5 - http://www.prac.ufpb.br/
6 - http://www.letras.ufrj.br/linguisticaaplicada/
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Fundamentos da Linguística Aplicada 
Aula 04: Algumas Contribuições da Linguística Aplicada 
Tópico 01: Contribuições da LA: teorias de aprendizagem e as diferenças individuais
VERSÃO TEXTUAL 
O presente tópico tem como objetivo apontar algumas das contribuições da LA para o 
ensino/aprendizagem de línguas estrangeiras. Como visto nas aulas anteriores, a LA surgiu no 
contexto da segunda grande guerra com o objetivo de gerar uma maior compreensão sobre os 
processos envolvidos no ensino/aprendizagem de línguas e, então, possibilitar e intensificar a 
comunicação entre falantes de diferentes línguas. A LA surgiu atrelada a este fim, embora hoje 
seja uma área que atua em vários campos do conhecimento.
Vale ressaltar que, mesmo com a expansão da LA para além de seu propósito inicial, ainda há nos 
dias de hoje intensa pesquisa sobre ensino e aprendizagem de línguas estrangeiras na LA.
Este é um campo de pesquisa plenamente atuante no contexto 
contemporâneo. A LA se expandiu, mas não abandonou a pesquisa centrada 
nos objetivos que a originou.
Após quase sessenta anos de LA, impossível não pensar nos vários aspectos do 
ensino/aprendizagem nas quais houve (e ainda há) intensa atividade de pesquisa. A LA tem gerado 
inúmeras contribuições para o ensino/aprendizagem de línguas a medida em que gera conhecimento 
sobre o mesmo. Como é impossível traçar todas as contribuições da LA para com o ensino/aprendizagem 
de línguas estrangeiras (nem sei ao certo se tal lista teria um fim), o presente tópico terá como foco as 
teorias de aprendizagem de línguas e as diferenças individuais.
Neste tópico, vamos mencionar as inúmeras teorias que hoje temos sobre a aprendizagem de línguas 
e as pesquisas acerca das diferenças individuais na aprendizagem de línguas estrangeiras. 
TEORIAS SOBRE A APRENDIZAGEM DE LÍNGUAS 
Como a aprendizagem de umas línguas estrangeira e/ou segunda língua 
ocorre? Teoria pode ser definida como um conjunto de afirmações sobre um 
fenômeno que explica como tal fenômeno ocorre da forma que ocorre 
(VanPatten e Williams, 2007). Se tomarmos como exemplo a aprendizagem de 
uma língua estrangeira, uma teoria será um conjunto de afirmações que pretende 
explicar como aprendemos da forma que aprendemos. Penso ser necessário 
ressaltar o fato de que no presente texto, usarei os termos aprendizagem e 
aquisição de forma intercambial, assim como, os termos língua estrangeira e 
segunda língua. 
As várias pesquisas nesta área geraram um número considerável de teorias.Temos teorias de natureza mais psicológica, focada nos processos mentais da 
aprendizagem, tais como, a teoria Behaviorista e a teoria (cognitiva) de 
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Processamento da Informação. Outra teoria que merece destaque é a teoria 
baseada na Gramática Universal que investiga se os mesmos processos de 
competência linguística que se aplicam à aquisição de uma primeira língua se 
aplicam a uma segunda língua (White,1989). Temos ainda teorias de base 
interacionista, focando a interação e contexto social como fatores essenciais à 
aprendizagem (Long, 1996; Lantolf, 2006). 
Devido à complexidade dos processos envolvidos na aprendizagem de 
línguas estrangeiras, temos teorias que tentam explicar tal fenômeno partindo de 
diferentes perspectivas. Alguns estudiosos criticam essa multiplicidade de 
teorias e clamam por uma teoria unificada para a aquisição de línguas 
estrangeiras (Gregg, 1996, por exemplo). Outros, porém, entendem essa 
proliferação de teorias como uma tendência interdisciplinar da área e até 
afirmam que possivelmente o melhor para a área de aquisição de línguas 
estrangeiras seja a coexistência de teorias que se complementem mutuamente 
(Ortega, 2007).
DIFERENÇAS INDIVIDUAIS NA APRENDIZAGEM DE LÍNGUAS 
ESTRANGEIRAS 
É consenso na área que, no que diz respeito à língua materna, as diferenças 
individuais são tênues, pelo menos em indivíduos sem impedimentos ou 
patologias da linguagem. Em outras palavras, todos nós somos capazes de 
aprender nossa língua materna. Por outro lado, há mais variação (mais 
diferenças) entre os níveis de aprendizagem de línguas estrangeiras. Muitas 
vezes, em uma mesma sala de aula de Espanhol ou Inglês, por exemplo, é 
possível perceber indivíduos com níveis de aprendizagem bastante diferentes. É 
comum que em uma mesma sala de aula de língua estrangeira, tenhamos alunos 
que sejam relativamente fluentes e gramaticalmente precisos que conseguem se 
comunicar na língua estrangeira, e outros que tenham dificuldades de 
comunicação, apresentando uma produção truncada com pausas e /ou erros 
gramaticais que venham a impedir a comunicação. 
A pesquisa sobre diferenças individuais na aprendizagem de línguas busca 
uma compreensão de quais fatores podem levar a diferenças nos níveis de 
aprendizagem dos aprendizes. Alguns dos fatores intensamente pesquisados 
são aptidão (Carrol, 1990), motivação (Dornyei, 1990), estilos de aprendizagem 
(Reid, 1998), capacidade de memória de trabalho (Miyake e Friedman (1998), 
crenças dos aprendizes (Horwitz,1988) disposição para a comunicação 
(McIntyre, Babin e Clement, 1999), idade (Harley e Hart, 1997), dentre outros. 
Em termos bem gerais, a pesquisa nessa área tem mostrado que a 
aprendizagem pode ser influenciada por estes fatores, e como os indivíduos 
podem apresentar diferentes níveis de motivação e aptidão, por exemplo, ou 
diferentes estilos de aprender e diferentes crenças sobre aprendizagem, as 
diferenças relacionadas a esses fatores podem acarretar diferenças nos níveis 
de aprendizagem. 
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REFLEXÃO
Na sua opinião, o que é mais importante para a aprendizagem de uma língua estrangeira: aptidão 
(tendência, propensão, habilidade) ou motivação?
Você é um aprendiz motivado?
CURIOSIDADE
Para ler mais sobre motivação no ensino de línguas, acesse:
Education and Training [1]
Estudo da motivação e da autonomia como base para a aprendizagem da língua espanhola [2]
Para ler mais sobre teorias de aquisição de línguas, acesse:
http://www.nuspple.cce.ufsc.br/teoricos_teorias_de_aquisicao.htm [3]
http://www3.mackenzie.br/editora/index.php/tl/article/viewFile/919/649 [4]
REFERÊNCIAS 
CARROL, J. B. Cognitive abilities in foreign langauge aptitude: Then and now. In:T. Parry & C. Stanfield 
(Eds.) Language Aptitude Reconsidered. Pp. 11-29. Englewood Cliffs, NJ: Prentice Hall Regentes. 
1990.
Dornyei, Z. Conceptualizing motivation in foreign language learning. Language Learning, 40, 46-78. 
1990.
GREGG, K. R. The logical and the developmental problem in second language acquisition. In W. Ritchie 
& T. K. BATHIA (Eds.) The Handbook of Second LAnguage Acquisition: Vol 2. Second Language 
Acquisition, pp. 49-81. San Diego, CA: Academic Press. 1996.
HARLEY,   B., & HART, D. Language aptitude and second language proficiency in classroom learners of 
different starting ages. Studies in Second Language Acquisition. 19(3), 379-400.1997.
HORWITZ, E. K. The beliefs about language learning of beginning university foreign language 
students. Modern Language Journal, 72, 283-294. 1988.
LANTOLF, J. Socicultural Theory  and  Second Language development: state-of-the-art. Studies in 
Second Language Acquisition, 28, 67-109. 2006.
LONG, M. The role of the linguistic environment in second language acquisition. In W. Ritchie & T. K. 
BATHIA (Eds.) The Handbook of Second LAnguage Acquisition: Vol 2. Second Language Acquisition, 
pp. 413-468. San Diego, CA: Academic Press. 1996.
MACINTYRE, P. D., BABIN, P. A., CLEMENT, R. Wlillingness to communicate: Antescedents and 
consequences. Communication Quarterly, 47, 215-229.
MOITA LOPES, L. P. Oficina de Linguística Aplicada. Campinas: Mercado de Letras, 1996. 
MIYAKE, A., Friedman, D. Individual differences in second langauge proficiency: Working memory as 
language aptitude. In A. F. HEALY & L. E. BOUNE (Eds.), Foreign Language Learning: Psycholinguistic 
studies on training and Retention (pp. 339-364). MAhwah, N.J.: Lawrence Erlbaum Associates.
34
ORTEGA, L. Second language acquisition explained? SLA across nine contemporary theories. In 
VANPATTEN, B. & WILLIAMS, J. Theories of Second Language Acquisition. Mahwah, N. J. Lawrence 
Erlbaum Associates, 2007. 
REID, J. Understanding learning styles in the second language classroom. Upper Saddler River, N. J.: 
Prentice Hall Regents. 
VANPATTEN, B. & WILLIAMS, J. Theories of Second Language Acquisition. Mahwah, N. J. Lawrence 
Erlbaum Associates, 2007. 
WHITE, L. Universal Grammar and Second Language Acquisition. Amsterdam: Benjamins. 1989.
35
Fundamentos da Linguística Aplicada 
Aula 04: Algumas Contribuições da Linguística Aplicada 
Tópico 02: Contribuições da LA: a pesquisa na sala de aula de línguas e formação de professores
Outras áreas que merecem destaque dentre as contribuições da LA para o ensino/aprendizagem de 
línguas estrangeiras são a pesquisa na sala de aula de línguas e a formação de professores.
Primeiramente, pense na resposta para a seguinte pergunta:
REFLEXÃO
Primeiramente, pense na resposta para a seguinte pergunta:
Quem pode fazer pesquisa na sala de aula de línguas?
É bem verdade que muitos pesquisadores da área da LA fazem pesquisa em sala de aulas de 
línguas, alguns já experientes, docentes de universidades; outros mais inexperientes, por exemplo, 
estudantes de programas de pós-graduação em LA. Porém, o professor de línguas estrangeiras 
também pode fazer pesquisa em sala de aula de línguas.
Surpresos? Vamos refletir um pouco. 
O que é LA? Lembra? Dentre outras definições, a LA é o estudo de problemas socialmente relevantes 
que tenham como foco a linguagem em uso. Lembram da ponte da Aula 1? A pesquisa em LA representa 
uma ponte entre conhecimento teórico e problema de uso da linguagem. Então, se o professor está 
diretamente envolvido em questões de uso da linguagem na sala de aula, ele pode, sim, fazer pesquisa 
sobre problemas dentro do contexto da sala de aula de línguas. 
Moita Lopes (1996) lembra que quando o professor realiza pesquisa em sala de aula (o chamado 
professor-pesquisador), este profissional deixa de ser um cliente, consumidor de pesquisas conduzidas 
por outros e passa a ser um pesquisador envolvido com a investigação crítica da própria prática docente. 
Essa tendência é denominada de pesquisa-ação e pode ser interpretada como uma forma privilegiada de 
gerar conhecimento, pois o professor tem notável percepção e conhecimento de sua própria sala de aula. 
Pode ainda ser considerada como um avanço educacional, envolvendoo professor na reflexão crítica de 
seu trabalho. 
Moita Lopes (1996) distingue dois tipos básicos de pesquisa na sala de aula de línguas: pesquisa de 
diagnóstico e pesquisa de intervenção.
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Pesquisa de diagnóstico
Centrada na investigação do processo de ensinar/aprender dentro da sala de 
aula, isto é, como é concretizado nas salas de aulas. Pesquisas deste tipo podem 
investigar, por exemplo, a interação entre professor e aluno, os estilos de ensinar dos 
professores, a receptividade dos alunos para com o material didático, os conflitos 
entre alunos e entre professores e alunos, as estratégias de aprendizagem dos 
alunos. Enfim, as possibilidades são inúmeras.
Pesquisa de Intervenção
Tem como foco a possibilidade de modificação de uma realidade ou situação 
existente. Por exemplo, como é possível modificar a crença de que não é possível 
aprender uma língua estrangeira na escola pública, como incrementar a motivação 
para a leitura, como desenvolver materiais de ensino de línguas mais apropriados 
para o contexto da escola pública, dentre outros. Em outras palavras, enquanto a 
pesquisa de diagnóstico busca detectar questões, a pesquisa de intervenção busca 
investigar as possibilidades de mudança de uma determinada situação já detectada.
OLHANDO DE PERTO
Segundo Moita Lopes (1996), a tendência metodológica nestes dois tipos de pesquisa- 
diagnóstico e intervenção - é o uso de metodologias qualitativas etnográficas em oposição a análise 
interativista. As duas metodologias têm como foco a observação de sala de aula. Entretanto, o modo 
de realização da observação e interpretação é diferente.
Moita Lopes (1996) afirma que na análise interativista, o pesquisador faz uso de uma grade pronta, já 
constituída de categorias previamente estabelecidas com o objetivo de classificar o comportamento de 
professores e alunos dentro dessas categorias. Este tipo de análise tem sido criticado pelo fato de já 
trabalhar com categorias pré-existentes.
Outro tipo de metodologia, diferente da análise interativista, é a etnografia.
ETNOGRAFIA
“A etnografia na sala de aula é uma DESCRIÇÃO narrativa dos padrões característicos da vida 
diária dos participantes sociais (professores e alunos) na sala de aulas de línguas na tentativa de 
compreender os processos de aprender/ensinar línguas. Para fazer este tipo de pesquisa é necessário 
participar na sala de aula como observador participante, escrever diários, entrevistar alunos e 
professores, gravar aulas em áudio, vídeos, etc” (Moita Lopes, 1996, p. 88).
Com base na definição de Moita Lopes, é possível observar que na 
metodologia etnográfica, não se parte de categorias preestabelecidas 
anteriormente a entrada no contexto a ser investigado, como acontece na 
metodologia interativista. Na etnografia, parte-se de uma questão que guiará o 
estudo (ex. interação professor/aluno) sem usar listas ou categorias já 
37
existentes que possam classificar tal interação como X ou Y. A questão de 
pesquisa (interação) será classificada, analisada partindo da compreensão do 
que é observado dentro do próprio contexto, isto é, a sala de aula.
CURIOSIDADE
Para ler um artigo sobre o ensino de línguas estrangeiras para crianças, acesse:
O ensino de línguas para crianças no contexto educacional brasileiro. [5]
Para ler um artigo sobre o Professor, seu saber e sua pesquisa, acesse:
O Professor, seu saber e sua pesquisa. [6] (Visite a aula online para realizar download deste 
arquivo.)
OLHANDO DE PERTO
Na metodologia interativista, o pesquisador entra na sala de aula com critérios preestabelecidos 
de observação. . Por exemplo, suponhamos que o pesquisador queira investigar os estilos de ensinar 
do professor. Então, ele busca na literatura classificações de estilos de ensino, como a classificação 
proposta por Felder e Henriques (1995) e vai tentar classificar os professores dentro dos estilos 
propostos pela classificação já existente. Fica implícito neste tipo de pesquisa que a natureza de 
estilos de ensino de professores de línguas é universal, ou seja, todos os professores podem ser 
classificados dentro dessa lista.
Por outro lado, na metodologia etnográfica, o pesquisador criaria classificações de estilos de 
ensino dos professores com base no que seria observado dentro da sala de aula, e não com base em 
categorias já estabelecidas a priori. Fica implícito neste tipo de pesquisa, que a natureza de estilos de 
ensino dos professores não é algo universal, ou seja, uma classificação pré-existente não abraçaria 
todos os professores de diversos contextos sociais. Dessa forma, a metodologia etnográfica busca 
compreender contextos mais específicos e não buscar verdades universais.
REFLEXÃO
Quanto à LA, você lembra se ela comumente busca verdades universais ou o conhecimento de 
contextos específicos? Volte à Aula 2 e revise os consensos sobre o que é fazer LA e você encontrará 
possíveis respostas para a presente reflexão.
Moita Lopes (1996) afirma que até os anos 90, a pesquisa sobre formação de professores 
concentrou-se principalmente em análise linguística dos processos de ensino/aprendizagem e métodos 
de ensino. A partir dos anos 90, parece ter havido uma mudança de foco: da sala de aula para o professor 
de línguas.
Gil (2005) aponta SEIS focos para a pesquisa em formação de professores de línguas:
CLIQUE AQUI PARA ABRIR 
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1. Formação de professores e práticas reflexivas,
2. Formação de professores e crenças, 
3. Formação de professores e novas tecnologias,
4. Formação de professores e gêneros textuais,
5. Formação de professores e leitura/letramento,
6. Formação de professores e ideologias. 
Com relação aos métodos de pesquisa mais utilizados nas investigações sobre formação de 
professores, os estudos empíricos são principalmente de natureza qualitativa interpretativa e usam 
instrumentos de coleta de dados, tais como, pesquisa-ação, diários, entrevistas, observação de sala de 
aula, sessões reflexiva, dentre outros.
Em geral, os estudos demonstram que uma maior conscientização das 
próprias práticas pedagógicas, oportunidades de reflexão, conscientização 
das próprias crenças acerca dos processos de ensino/aprendizagem levam 
ao desenvolvimento de um profissional mais crítico em relação a sua própria 
prática, rompendo assim, paradigmas de professores como meros 
consumidores de teorias e materiais didáticos.
Dentre os grandes linguístas aplicados que se dedicam à pesquisa na área de formação de 
professores temos José Carlos Paes de Almeida Filho, João Telles, Telma Gimenez, Glória Gil, dente 
outros.
Um recente estudo realizado por Da Silva (2009) acerca das ideias de três dos grandes linguístas 
nacionais, José Carlos Paes de Almeida Filho, Luiz Paulo da Moita Lopes e João Telles, revelou que eles 
sugerem adotar:
1. O paradigma de construção de conhecimento para a formação profissional.
2. O modelo reflexivo de ciência aplicada ou o modelo reflexivo experiencial para a formação 
de professores.
3. A pesquisa de base etnográfica para a abordagem de práticas reflexivas.
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CURIOSIDADE
Para ler mais sobre formação de professores de línguas, acesse: 
Formação de Professores em Lingua Estrangeira [7] (Visite a aula online para realizar download 
deste arquivo.)
http://www.let.unb.br/mlortiz/images/stories/professores/documentos/artigos/
artigos_pdf/Artigo_para_Anais_da%20_UFG.pdf [8] (Visite a aula online para realizar download deste 
arquivo.)
REFLEXÃO
Como futuro professor de línguas, você consegue imaginar uma questão na aprendizagem de 
Espanhol e/ou Inglês que você gostaria de pesquisar?
EXERCITANDO
Tendo em mente os tipos de pesquisa e de metodologia apontados por Moita Lopes (1996), leia 
as pesquisas descritas na tabela 2 e responda corretamente as questões propostas.
Leia as pesquisas descritas abaixo e suas respectivas metodologias e classifique as mesmas 
usando (1), (2), (3), (4). 
Tipos de pesquisa: (1) Pesquisa de diagnóstico, (2) Pesquisa

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