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Super Genios - Livro - Dra Fernanda Monteiro

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Prévia do material em texto

Super Gênios 
Os Cinco pilares da estimulação infantil 
capazes de gerar pessoas extraordinárias.
Você acredita que as pessoas nascem predestinadas a 
aptidões e talentos para ter sucesso? Dr. Fernanda 
Monteiro, autora de SUPER GÊNIOS, nos mostrará que 
somente a vocação não é sufic ien te para o 
desenvolvimento pleno.
Até 90% do cérebro se desenvolve até os 6anos de idade 
e os estímulos do ambiente e afeto familiar exercem uma 
forte influência sobre a quantidade, variedade e 
intensidade de conexões dos neurônios que garantirão o 
potencial máximo de genialidade de uma pessoa. A 
definição de GÊNIO desde livro adjetiva um ser humano 
com habilidade intelectuais, físicas e sócio-emocionais 
extraordinárias, capaz de realizar o que ele desejar para 
ser feliz.
Dra. Fernanda nos apresenta seu método BRINC de 
estimulação de bebês e crianças, desenvolvido e 
aprimorado em sua jornada de centenas de atendimentos 
clínicos em mais de uma década de pesquisas 
neurológicas adaptadas ao cotidiano dos pais e 
educadores. Ela nos detalha seu método com princípios e 
dicas de fácil aplicação à rotina diária.
Embora novas formas de estímulos sejam introduzidas 
no mundo cada vez mais digital, é a substituição de 
estímulos básicos novos padrões de rotina e novas 
relações nas famílias que estão se mostrando perigoso 
para o desenvolvimento das novas gerações.
Este livro torna-se fundamental para qualquer pessoa 
responsável por um bebê ou criança que pode e quer 
fazer a diferença na formação de novos SUPER GÊNIOS.
1ª edição - 2018
Copyright © 2018 by Fernanda Monteiro
HoodID - Certificado de registro nº 43427217
Todos os direitos reservados.

A AUTORA
Dr. Fernanda Monteiro é Terapeuta Ocupacional, pós 
graduada em Ergonomia e Gestão Organizacional. Foi 
professora da Universidade Federal do Paraná e 
pesquisadora da CAPES / CNPQ na Bridgewater 
University em Boston - EUA.
Tem longa experiência com atendimento de crianças e 
bebês no desenvolvimento neuropsicomotor na primeira 
infância. Há mais de 12 anos, trabalha com estimulação 
infantil em atendimentos clínicos e atuou em diversas 
instituições para conhecer as realidades da infância.
Após o nascimento de sua filha Alice adaptou toda 
interferência e benefícios que a família pode oferecer ao 
desenvolvimento da criança.Com adaptação de técnicas 
de estimulação, desenvolveu simples e processos 
estruturados para estimulação no dia a dia de qualquer 
família.
Em dois anos dedicados à sua filha, associado a toda 
bagagem prática e nos mais recentes estudos da 
neurociência, criou o método BRINC que estabelece 
cinco pilares para direcionar a estimulação e 
potencializar o desenvolvimento de todo bebê ou criança.
Fundadora da stimullus.com, a empresa com a missão de 
disseminar seus conhecimentos e método ao maior 
número de famílias, focado na orientação de pais, 
cuidadores e educadores.
Acompanhe os artigos, dicas, cartilhas e videos no site:
stimullus.com
http://stimullus.com
Agradecimentos
Minha gratidão à todas e todos incentivadores que 
participaram da realização desse sonho.
Mas meu agradecimento especial à minha filha Alice, que 
foi a grande inspiração para dividir toda a prática e teoria 
científica com as famílias, e demonstrar que uma infância 
feliz, pode gerar adultos estruturados, realizados e 
generosos, pessoas que podem mudar o mundo.
Prefácio
O cérebro é o órgão mais estudado e, ao mesmo tempo, 
menos conhecido do corpo humano. As descobertas a 
respeito de sua anatomia e de seu funcionamento tem 
sido uma longa viagem através dos últimos séculos.
Há mais de 3.000 anos, é possível encontrar papiros 
egípcios descrevendo de forma bastante detalhada a 
estrutura do cérebro humano, embora suas funções 
fossem totalmente desconhecidas até àquele momento 
da história da humanidade. Em uma época na qual a 
ciência, a religião e o místico se confundiam, as doenças 
neurológicas eram tidas como provenientes de 
possessões divinas ou demoníacas. E este pensamento 
mágico, infelizmente, se estendeu por grande parte da 
Idade Média.
Foi ainda, três séculos antes do nascimento de Cristo, 
que o filósofo Platão afirmou pela primeira vez que o 
cérebro estaria, de alguma forma, relacionado à 
constituição da consciência. Mesmo assim, durante 
muitos séculos se acreditou que o cérebro seria tão 
somente um sistema hidráulico que comandaria o 
comportamento humano.
Possivelmente, o maior passo até este momento em 
direção
A compreensão do cérebro foi dado após o surgimento, 
nas últimas décadas, dos exames de neuroimagem, 
particularmente a ressonância magnética. Esta, nos 
permitiu observar o tecido cerebral e nos revelou seus 
menores detalhes, culminando com uma rápida 
transformação do conhecimento nesta área.
Bom... e qual é, verdadeiramente, o motivo de tanto 
empenho em conhecer a anatomia e a fisiologia do 
cérebro?
Desvendar, em todas as suas minúcias o comportamento 
humano, como se processa seu desenvolvimento e suas 
anormalidades.
Embora os primeiros estudos a respeito de doenças 
neurológicas em adultos datem de milênios, textos 
científicos a respeito do desenvolvimento neurológico 
normal e anormal em crianças surgiram na literatura 
somente nos últimos dois séculos. Portanto, muito ainda 
há que se compreender a respeito de como se processa o 
desenvolvimento motor, comportamental, cognitivo e da 
linguagem na infância.
E é, exatamente neste contexto, que a obra “SUPER 
GÊNIOS”, da Dra. Fernanda Monteiro, traz uma 
contribuição significativa.
Através de relatos de suas experiências pessoais e 
clínicas, a autora aborda temas fundamentais, que 
abrangem desde a importância das atividades lúdicas na 
vida diária das crianças até seu impacto sobre o 
neurodesenvolvimento. Temas como a importância do 
estabelecimento de rotinas, como as atividades de vida 
diária podem ser facilmente transformadas em estímulos 
e técnicas para aperfeiçoar a relação e a interação entre 
pais e filhos são tratadas de forma clara, objetiva e, 
sobretudo, útil.
Por fim, a obra aborda as características gerais do 
desenvolvimento infantil em cada idade específica e 
como podemos estimular nossos filhos no sentido de 
obter o máximo potencial neurológico de cada criança.
Esta obra não tem, nem poderia ter, a pretensão de 
esgotar um assunto de tamanha complexidade. Por outro 
lado, acreditamos que os fundamentos para a 
compreensão da importância dos estímulos para o 
desenvolvimento neurológico e cognitivo das crianças 
estejam todos aqui.
Com este trabalho voltado aos pais, cuidadores e 
profissionais da neurologia e áreas afins, a Dra. Fernanda 
Monteiro acrescenta uma importante contribuição à 
neurociência.
Desejo que todos tenham uma leitura prazerosa e 
transformadora!!
Paulo Liberalesso. Médico do Departamento de 
Neurologia Infantil do Hospital Pequeno Príncipe, 
Curitiba, PR, Brasil. Mestre em Neurociências. Doutor em 
Distúrbios da Comunicação Humana. Presidente do 
Departamento de Neurologia da Sociedade Paranaense 
de Pediatria. Membro Titular do Departamento Científico 
de Neurologia da Sociedade Brasileira de Pediatria.
Sumário
A AUTORA 4
Agradecimentos 6
Prefácio 7
Apresentação 12
Introdução 20
Capítulo I 28
O Método BRINC 28
Como surgiu? 28
Como funciona? 33
Estimulação do desenvolvimento infantil 35
Como estimular seu filho ou filha 46
BRINCAR 50
Por que brincar? 50
Capítulo III 63
RELAÇÃO 64
Capítulo IV 70
INTERAÇÃO 70
Capítulo V 75
NEURODESENVOLVIMENTO 75
Capítulo VI 90
CONDUTA 90
Rotina 91
Regras e limites 93
Independência 97
Capítulo VII 107
Fases do desenvolvimento 107
DE ZERO A TRÊS MESES 111
DE TRÊS A SEIS MESES 117
DE SEIS A NOVE MESES 122
DE NOVE A DOZE MESES 127
DE DOZE A DEZOITO MESES 132
DE 18 MESES A 24 MESES 137
AOS DOIS ANOS 140
AOS TRÊS ANOS 145
AOS QUATRO ANOS 150
AOS CINCO ANOS 157
Capítulo VIII 162
Brincar com segurança 162
Referências Bibliográficas 165
Apresentação
A era digital vem forçando mudanças drásticas nos 
comportamentos sociais, relações de trabalho,consumo de 
informação e a forma como aprendemos.
Um dos principais questionamentos e preocupações que a 
neurociência nos traz hoje está relacionado ao impacto 
(positivo e negativo) que todas essas mudanças estão 
causando no desenvolvimento cerebral de bebês e crianças 
nascidos imersos na era digital.
Como se beneficiar da tecnologia sem negligenciar estímulos 
fundamentais da formação cerebral na primeira fase da vida?
Cercados de aplicativos de celular e tablets, videogames 
interativos, brinquedos educativos, aulas especializadas, 
maior carga de aula escolar e tantas ferramentas que 
prometem tornar uma criança “mais inteligente“, o que é real, 
comprovado, saudável e seguro para no processo de 
formação, estimulação e educação do cérebro em formação 
dos bebês e crianças?
O que é irreal, pode atrapalhar e tem dificultado o 
desenvolvimento natural das crianças na era digital?
Como vivemos em uma era tecnológica, nossa percepção de estimulação 
está diretamente relacionada ao excesso de informação, e a quantidade de 
conteúdo e tempo de exposição a “aprendizagem”.
Sou Terapeuta Ocupacional com vivência clínica em 
atendimento de centenas de famílias, crianças e bebês há 
mais de 12 anos. Como mãe da minha pequena Alice de 4 
anos, tenho agora em casa o doce resultado do impacto que a 
estimulação traz na vida dela, na minha e na do meu marido.
Tenho observado um aumento constante e significativo das 
queixas de pais em buscam de tratamentos por suspeitas de 
atraso motor, de fala, de aprendizagem, de déficit de atenção, 
hiperatividade, autismo e queixas comportamentais de 
convivência em casa ou na escola.
Por outro lado, diminuiu muito a qualidade do tempo que pais 
passam com seus filhos e em busca de formas de terceirizar 
a responsabilidade dessa formação. Seja para as escolas com 
metodologias renomadas, atividades e cursos adicionais à 
escola e uso excessivo de tecnologia para estimular, ensinar 
e entreter as crianças.
Esse cenário cada vez mais comum foi o que me motivou a 
escrever essa obra. Quero te mostrar de forma prática como 
garantir a estimulação eficiente de um cérebro em formação 
com resultados transformadores de rápido efeito e resultado 
potencializado para a vida adulta.
Minha grande missão de vida:
Foi ainda na faculdade que entendi que trabalharia com 
crianças.
Fascinada com a rapidez do processo, continuei trilhando 
esse caminho, estudando e analisando cada vez mais o ponto 
comum entre as queixas e o resultado final de tratamentos de 
estimulação.
Logo que comecei a interagir dentro do centro interdisciplinar 
de atendimento a crianças com os mais variados tipos de 
atrasos de desenvolvimento e deficiências, fiquei encantada 
com a rapidez com como que as plasticidades dos pequenos 
cérebros são capazes de responder de forma tão rápida e 
surpreendente aos tratamentos.
Você vai se surpreender e se apaixonar quando entender 
como pode ser simples e prazeroso estimular nossos 
pequenos incríveis na fase mais mágica da vida.
Trabalhei em muitas áreas e busquei muitas metodologias 
que pudessem acelerar processos de recuperação, dar 
conforto e maior independência a pacientes que 
apresentavam alguma deficiência e atendimento a casos em 
sua maioria tratativas e muito poucos preventivos.
No começo eu atendia um a um dentro do consultório e na 
sequência iniciei também atendimentos em grupo.
Quando a minha filha Alice, nasceu, tive um grande impacto.
Senti que era hora de ampliar direcionar o escopo dos meus 
estudos e prática para levar o benefício da estimulação para 
um número muito maior de crianças.
Começaram a cair algumas fichas – principalmente no que 
era relacionado à dificuldade que alguns pais traziam para 
colocar atividades em prática e dedicar mais tempo aos seus 
filhos.
Então passei a perceber a da importância de atenção e 
estimulação do filho, por menor tempo que os pais tenham 
poderia fazer diferença. E que a falta de tempo, que eles 
alegavam podia melhorar muito com organização e definição 
de prioridades.
Comecei a testar em casa, promovendo o estímulo da minha 
filha ainda bebê. Quando a colocava no sling, e a carregava 
junto para colocar a roupa para lavar. Durante o banho, 
enquanto trocava sua roupa. E conforme ela foi crescendo, 
fui percebendo que existiam grandes oportunidades dentro 
de casa para que a criança fosse estimulada e se 
desenvolvesse sob o olhar dos pais. Aliás, mais 
oportunidades que dificuldades. Tive que passar por um 
processo de adequação, de entendimento e percepção de 
oportunidades e quando funcionou virou uma diversão para 
ela e uma atividade ainda mais prazerosa para mim.
Pois, por mais que já realize essas orientações no consultório 
para as famílias, nesse momento com minha milha, eu 
realmente estava tendo a real experiência, e podia entender o 
que funcionava ou não.
Comecei a coletar os resultados da importância da voz da 
mãe para o bebê que eu tanto orientava meus pacientes. 
Perceber que funcionava de forma muito mais eficiente na 
estimulação que qualquer interação com CD de música por 
exemplo. O toque, a presença, as pequenas modificações nas 
atividades que poderiam sendo incorporadas na rotina diária.
Foram 02 anos em que me dediquei integralmente à essa 
descoberta e laboratório integral com a Alice, e quando me 
organizei para retornar ao consultório, comecei a me 
preocupar com outra fase: como faria tudo isso sem perder a 
qualidade de tempo que tinha com ela.
Como seria essa dinâmica da mãe e do pai que trabalham o 
dia todo fora e tem filhos? Como garantir a efetividade no 
desenvolvimento completo dos filhos nessa fase?
Essa dúvida martelava em minha cabeça e eu comecei a 
estudar sobre o que era de fato o tempo de qualidade do qual 
tantos falavam.
Nesse laboratório com minha própria filha, comecei a 
mensurar o tempo x qualidade da importância da fala, do 
colo, da expressão não verbal, de deitar e ficar em silêncio.
Da presença com ela.
Então, entendi que, como mãe, eu conseguia olhar ainda com 
mais facilidade para a dinâmica familiar e identificar onde 
estavam os grandes desafios.
Um ponto permanecia constante, o mesmo de muitos anos 
atrás, a maioria dos casos continuavam sendo atenuados e 
as queixas deixaram de existir quando trabalhava com os 
pais e não somente as crianças. Eram problemas causados 
pela falta de olhar, falta de presença, e na maioria dos casos 
rotina desorganizada.
Não adiantava olhar só para a criança, se a família não estava 
integrada, organizada e preparada para dar os estímulos que 
a criança demandava.
Então, ao reorganizarmos as rotinas familiares daquelas 
famílias, os pais começavam a perceber que ficar mais tempo 
com o filho resolvia inúmeras questões, inclusive dados 
tratados como patológicas.
Muitos desses progressos foram mais que satisfatórios – 
foram emocionantes.
O incentivo partia desde a criança ter autonomia, abotoando 
seu próprio casaco, como de fortalecer sua autoestima.
Isso era salutar para seu desenvolvimento.
Foi com base nos resultados apresentados por uma 
amostragem considerável de famílias que comecei a 
desmist ificar a est imulação. Resgatando todo o 
conhecimento anterior de anos de clínica e agora associando 
às minhas próprias experiências como mãe.
Eu queria contar aos quatro ventos que as crianças não 
precisavam ser estimuladas por um especialista – nem 
ensinadas a brincar, nem fazer tarefas obrigatórias. Elas não 
precisavam ligar o tablet o tempo todo como remédio ou 
solução para a falta de tempo dos pais.
As famílias precisavam ficar atentas ao que estavam fazendo 
com seus filhos. E como a maneira tecnológica de criá-los 
estava, na verdade, restringindo sua capacidade elástica 
ilimitada de se desenvolver e até criando problemas que não 
eram observados, pelo simples afastamento dos pais e filhos.
Eu estava cada vez mais decidida a escrever este livro, mas 
agora de maneira diferente, pois a primeira versão eu ainda 
não era mãe, mas já tinha a visão da importânciada 
participação da família no desenvolvimento dos bebês e das 
crianças. Agora o olhar era ainda mais experiente. E percebi a 
urgência de publicar esse conhecimento quando me dei conta 
de que as crianças estavam sem explorar o próprio corpo e 
sua capacidade se resumia ao dedo, que ficava viciado na 
posição do touch das telas. As dores de coluna e cifose muito 
precoce, devido a posição em que a criança permanece por 
tanto tempo segurando um celular.
Os pais acreditavam que os filhos estavam mais espertos, 
quando seus bebês já nasciam sabendo mexer no celular, 
quando na verdade, o celular fazia quase tudo sozinho. Com a 
incrível usabilidade pensada cientificamente para que cada 
app possa ser capaz ser manipulado por um bebê e até por 
animais.
Toda interação, seja com desenhos animados na televisão, 
app no tablet e os brinquedos eletrônicos geram estímulos 
específicos no cérebro humano e não é diferente com bebês e 
crianças. O que os pais muitas vezes não se dão conta é do 
quanto cantar parabéns com voz desafinada interagindo com 
o bebê, estimula muito mais sinapses, sentimentos de bem-
estar, atenção e memórias afetivas necessárias da formação 
do ser humano adulto que um programa de televisão.
Este livro nasce do embasamento de muito estudo e das 
aplicações na prática de consultório e aos inúmeros insights 
da adaptação de novas práticas rotineiras enquanto eu dava 
banho na Alice, ou enquanto conversamos durante as 
refeições.
Se você é pai, mãe ou tem alguma responsabilidade na 
educação e cuidado de uma criança, eu quero te apresentar 
nos próximos capítulos, como é fundamental, e os efeitos que 
a estimulação causa na primeira infância. Esse tempo 
infelizmente não volta – podem ser tão simples – mas não 
podem ser esquecidos.
Sabe aquele colo bem dado cobrado pelo seu filho que estava 
sendo interpretado como uma ‘artimanha infantil’ para 
envolver os pais? Era na verdade uma necessidade real de 
contato humano. Sabe aquele choro, que surge de repente, e 
interpretamos como birra? Pode ser um período de carinho.
Eu quero alertar para a impactante ausência de vínculo e 
acolhimento que está criando crianças desorganizadas 
emocionalmente.
Ninguém se organiza sozinho se não nasce autossuficiente
Precisamos resgatar os cuidados que importam. Precisamos 
ensinar a sociedade de que os movimentos de não ‘culpar’ ou 
‘entender’ sempre achando uma ‘boa justificativa’ para as 
ações dos pais, estão trazendo danos irreversíveis para as 
crianças - futuros adultos.
Eu precisava me posicionar.
Como mãe.
Como profissional.
Introdução
Existe receita para criar filhos para o mundo? Existe algo que 
podemos fazer para que se possa potencial izar o 
desenvolvimento de um filho?
Sempre estudei e pesquisei acerca do tema. Esse tema sempre 
me intrigou e me traz muito interesse.
As perguntas que surgiam eram sempre as mesmas:
“Será que já está na hora do bebê sentar?
“O bebê da minha vizinha já engatinha, e o meu bebê tem muita 
preguiça”.
“Na escolinha, os outros bebês já falam um monte de 
palavrinhas, o meu só fala mamãe e papai. Já perguntei ao 
pediatra, mas ele disse que não há nada de errado”
“Minha filha tem 06 anos, mas não sabe abotoar a blusa e 
fechar o zíper, será que já deveria saber”.
“Não sei mais o que faço para meu filho de 03 anos largar o 
tablet, mas será que faz mal”?
“Não sei brincar com meus filhos, pronto falei! ”
São questionamentos que surgem independente da idade do 
filho. Comparações, dúvidas, medos infundados e outros para 
lá de batidos, mas muito presentes.
Mas, até que ponto aquela falta de preparo dos pais para criar 
os filhos poderia impactar na formação neurológica da criança?
Nos dias de hoje, existe uma peculiaridade que parece desafiar 
ainda mais pais e mães em busca de saúde mental e emocional.
Na maioria das vezes precisamos trabalhar e deixá-los na casa 
da avó, ou pelo menos meio período na escola, quando não em 
período integral.

Então, quando todos se reúnem em casa, no fim do dia, 
exaustos, é apenas o início da terceira jornada: o preparo do 
jantar, o banho, a roupa para lavar... ao mesmo tempo, começa 
o choro.
A criança não quer tomar banho, nem pensa em ir dormir e 
exige que os pais brinquem com ela para que possa ficar mais 
tempo em sua companhia.
Se você se identificou com qualquer um dos casos, saiba que 
não está sozinho. Essas e outras muitas situações não 
acontecem só com você ou comigo.
Ela acontece também com muitas mães, pais e até avós. 
Situações que nos deixam perdidos, cansados e até duvidando 
de nossa própria capacidade de cuidar.
“Não sei como estimular meu filho, não sei como brincar, do 
que brincar, nem sei se gosto de brincar. Não sei se ele está se 
desenvolvendo bem e no tempo certo, não sei como estimular 
suas habilidades”, são dúvidas pertinentes que aparecem 
inúmeras vezes.
Como estamos envolvidos emocionalmente com todas essas 
questões, não conseguimos achar uma solução, encontrar um 
caminho, mas precisamos encontrá-lo.
Caminho para conseguirmos nos organizar, organizar a rotina 
de nossos filhos, entender o que é estimulação, e nos 
empoderarmos para desenvolvermos as capacidades de nossos 
filhos, de maneira simples e divertida. Assim todos podem 
aproveitar o tempo com mais qualidade; pais, filhos, avós, 
cuidadores, e naturalmente diminuem os conflitos e melhoram 
os vínculos afetivo e o desenvolvimento integral da criança.
Ao descobrirmos que uma criança está a caminho, passamos a 
perceber o mundo de outra maneira. Os dias se misturam, em 
muitos casos, entre a alegria da notícia, a ansiedade da espera 
e o medo do desconhecido.
Então os pequenos chegam e, com eles, o instinto de 
superprotegê-los de tudo, o desejo do apego e, principalmente, 
o peso da responsabilidade que nos damos por conta daquela 
vida indefesa que está em nossas mãos.
E a responsabilidade não é pouca: A ciência comprova o que a 
sabedoria popular sempre afirmou: o papel que nós, pais, 
educadores e cuidadores temos é fundamental para o 
desenvolvimento pleno de nossas crianças.
Personalizar e qualificar relações para que cada momento seja 
único é vital para o desenvolvimento de bebês e crianças. As 
relações devem ser fortalecidas por meio da atenção que 
damos aos nossos filhos. Quando eles nos convidam a brincar, 
a ler uma história ou dançar uma música. Quando sentamos 
todos à mesa para a refeição e contamos sobre nosso dia, ou 
até mesmo quando nossos filhos no ajudam na preparação de 
um bolo.
Identificar e atender a cada fase, com muito amor e carinho. 
Entender o tempo e oferecer caminhos e novas oportunidades 
na primeira infância. Observar e criar novas condições para as 
atividades em andamento.
Vibrar e aproveitar a cada evolução. Apaixonada por cada nova 
reação, imergi por anos em estudos de neurociência.
E chegou a hora de compartilhar o método que desenvolvi para 
que todos saibam como é possível criar momentos de 
qualidade junto aos pequenos, dispensando amor, atenção e 
estímulos.
Trago com esse livro iniciativas para que todos participem 
ativamente de cada uma das etapas do neurodesenvolvimento 
de suas crianças, conscientes de cada passo, atitude e 
momento. Sem medo ou inseguranças, mas com muito amor e 
dedicação.
Desde os primeiros atendimentos, ainda estagiando na 
faculdade, sempre fiz questão de informar e orientar os pais das 
crianças, o que e como estávamos estimulando e as condutas 
terapêuticas. Sempre solicitei a participação de todos em casa, 
pois estava claro que apenas 1hora e 30 minutos por semana, 
não teria a eficácia que buscávamos. E que se os pais não 
soubessem o porquê estavam fazendo aquilo, não se 
engajariam.
A cada atendimento, sempre trouxe os pais para dentro da sala, 
explicava detalhadamente, neurologicamente, fisiologicamente 
o que acontecia com a criança e como deveríamos proceder 
para que a criança ganhasse independência. Até mesmo os 
casos em que as queixas eram dificuldade para aprender, 
escrever, se vestir, entre outrose que quando avaliava, percebia 
que era falta de prática. Ou seja, a criança não fazia por ela, não 
abotoava. Pois, a mãe estava sempre a disposição. Não rasgava 
papel em casa para não fazer sujeira. Crianças com 3 anos que 
não tinham lápis e tinta em casa para não riscar a parede e sujar 
o tapete. Então, quando chegam na escola, não tinham 
conhecimento desse material e dessas atividades, nunca 
haviam experimentado essas sensações.
Comecei a observar então, que para que a criança pudesse se 
desenvolver adequadamente, ela precisava de algumas bases 
de estruturação. E descrevi a listar do que achava 
imprescindível para todos os bebês e crianças, mesmo as que 
têm alguma deficiência. Cada base dessa, estudei 
profundamente, com várias teorias, e filosofias, mas 
principalmente pelo embasamento que a neurociência nos 
fornece. E mais uma vez, somando a experiência prática com as 
teorias científicas, surgiram a letras que fazem todo o sentido e 
demonstram a teoria que estabelece os cinco pilares que 
sustentam o desenvolvimento saudável e pleno de bebês e 
crianças: BRINC.
▪ Brincar, que é a atividade pelo qual a criança é 
estimulada a aprender, desenvolver suas habilidades e 
se relacionar com o mundo;
▪ Relação: onde nosso afeto fortalece o desenvolvimento 
emocional, e enriquece a estimulação e fixa as 
informações recebidas para a formação de todas as 
outras áreas (cognitiva, motora, linguagem e social);
▪ Interação, na qual a criança realiza e divide atividades 
com seus pais, irmãos, avós e demais cuidadores, e 
que é necessária para fortalecimento da relação e do 
vínculo afetivo;
▪ Neurodesenvolvimento, a trajetória genética de 
desenvolvimento físico, cognitivo e emocional, e de 
fundamental importância de conhecimento por parte 
dos pais, para que possam acompanhar a evolução de 
seus filhos;
▪ Conduta, essa uma das mais complexas, pois exige que 
estejamos sempre atentos à condução da orientação 
que damos, como o incentivo a independência e 
autonomia, como estabelecer limites e o principal, 
como organizar a rotina para o tempo de qualidade que 
tanto desejamos e necessitamos ter com os pequenos 
para que todas as outras letras BRIN estar presentes no 
dia a dia.
Com todas essas informações, conseguimos nos estruturar e 
estruturar nossas crianças, e todos temos muito a ganhar. 
Funcionou com as famílias que atendi, mas tive mesmo a 
comprovação quando tudo isso que sempre falei, eu também fiz 
com minha filha. E faço até hoje, aliás farei sempre. Porque 
resolve nossas angustias de mães e de cuidadoras, nos dá 
direcionamento claro e nos empodera para resolver todas as 
questões, pois conseguimos nos organizar e tomar decisões
Por isso convido você a mergulhar na maravilhosa experiência 
de participar de forma ativa e decisiva na estimulação e 
desenvolvimento pleno dos seres humanos mais incríveis, 
nossos bebês e crianças. E que aguardam ansiosos por 
estímulos, afeto, descobertas e experiências. Entenda de forma 
prática o que a ciência nos mostra sobre o desenvolvimento 
infantil e o quanto o nosso papel quanto mediadores desse 
processo é de fundamental importância para o sucesso de 
nossas crianças.
São técnicas muitos simples, que podemos utilizar com nossos 
filhos sem medo de ser feliz, sem contraindicação e que nos 
auxiliará a acompanhar todo esse progresso com menos 
pressão e muita harmonia. Porque conhecer o processo de 
desenvolvimento infantil, saber o poder que nossa E a Conduta, 
essa uma das mais complexas, pois exige que estejamos 
sempre atentos à condução da orientação que damos, como o 
incentivo a independência e autonomia, como estabelecer 
limites e o principal, como organizar a rotina para o tempo de 
qualidade que tanto desejamos e necessitamos ter com os 
pequenos para que todas as outras letras BRIN estar presentes 
no dia a dia.
Com todas essas informações, conseguimos nos estruturar e 
estruturar nossas crianças, e todos temos muito a ganhar. 
Funcionou com as famílias que atendi, mas tive mesmo a 
comprovação quando tudo isso que sempre falei, eu também fiz 
com minha filha. E faço até hoje, aliás farei sempre. Porque 
resolve nossas angustias de mães e de cuidadoras, nos dá 
direcionamento claro e nos empodera para resolver todas as 
questões, pois conseguimos nos organizar e tomar decisões. 
Por isso convido você a mergulhar na maravilhosa experiência 
de participar de forma ativa e decisiva na estimulação e 
desenvolvimento pleno dos seres humanos mais incríveis, 
nossos bebês e crianças que aguardam ansiosos por 
estímulos, descobertas e experiências. Entenda de forma 
prática o que a ciência nos mostra sobre o desenvolvimento 
infantil e o quanto o nosso papel quanto mediadores desse 
processo é de fundamental importância para o sucesso de 
nossas crianças.

Capítulo I
O Método BRINC
Como surgiu?
O Método BRINC foi desenvolvido a partir da combinação entre 
teorias de desenvolvimento e neurociência. Autores como Jean 
Piaget, Henry Wallon, John Bowlby, Arnold Gesell, Lev 
Vygotsky, e estudiosos como Jack P. Shonkoff, Anna Lucia 
Campos, Suzana Herculano-Houzel, James Heckman, que 
discutem o processo do desenvolvimento neuropsicomotor, 
cerebral e sócio emocional, serviram como referências para 
embasamento dos estudos.
Como terapeuta ocupacional, atendendo crianças com e sem 
deficiência, bem como suas famílias, reuni conhecimento e aliei 
à minha experiência como mãe.
Muitas das queixas que atendia em meu consultório eram em 
relação à falta de atenção e concentração, atraso no 
desenvolvimento psicomotor e dificuldade para iniciar o 
processo de alfabetização.
Em todos os casos de atendimento terapêutico ocupacional, 
observei que a participação da família e, muitas vezes, dos 
educadores era de fundamental importância para uma melhor 
evolução do quadro das crianças.
Por isso, propus a potencialização, ao máximo, do 
desenvolvimento de bebês e crianças, e, para isso, utilizando 
brincadeiras e atividades lúdicas durante a rotina como 
ferramentas de estimulação, sempre prezando pela interação e 
relação afetiva entre o adulto e a criança, para fortalecer esse 
processo.
Você sabia que qualquer momento pode servir como estímulo, 
desde que haja interação, atenção e que a atividade realizada 
tenha significado?
E eu estou falando de significado emocional, lúdico e 
participação efetiva, seja a hora do banho, da preparação de 
alimentos ou da troca de fraldas.
Assim, nasceu o Método BRINC (Brincar, Relação, Interação, 
Neurodesenvolvimento e Conduta) com a proposta principal do 
acompanhamento dos pais, cuidadores e educadores para 
ajudar a estimular o desenvolvimento saudável de bebês e 
crianças, de zero até seis anos de idade, período em que o 
cérebro está mais suscetível a receber e guardar informações, 
unindo o brincar ao vínculo afetivo entre elas e os adultos.
Foi esse método que, como mãe, testei e aprovei na minha filha. 
E, por saber o quanto propiciou a ela, desenvolvimento, 
autonomia e uma incrível capacidade de interação, percebi que 
não era só no consultório que aquela teoria fazia sentido – na 
prática, eu tinha muito mais a ensinar.
Todos os pilares são igualmente importantes e faz-se 
necessário que cada um deles seja utilizado e entendido como 
essencial ao desenvolvimento infantil. Vamos conhecê-los.
O Brincar
É a ferramenta utilizada pela criança para explorar e conhecer a 
si mesma, o outro e o mundo que a cerca. É uma atividade 
natural e necessária para o desenvolvimento social, emocional, 
motor e cognitivo. É uma necessidade básica da criança, 
essencial para incentivar momentos de aprendizado e 
crescimento, e para formar adultos saudáveis e aptos para lidar 
com situações adversas.
Todo mundo aprende brincando. Essa é uma máxima que pode 
ser considerada uma grande verdade. E brincar é simples.
A Relação
É a ligação afetiva entre a criança e seus pais, ou outro adulto 
que seja uma referência de carinho e afeto para a criança. O 
afeto e a relação, são iniciados durantea gestação, ou no 
primeiro contato com o bebê ou criança. E vão sendo 
construídos, principalmente, através da interação e do contato 
acolhedor.
Percebi isso, em casa, ao construir pequenos momentos únicos 
com minha filha. Mesmo quando parecia não haver tempo. Eu 
criava movimentos, momentos e construía vínculo a partir de 
nossa rotina e afazeres diários.
Foi assim que ela aprendeu as cores, tirando as roupas da 
máquina de lavar. Ou entendeu o nome de cada alimento, e até 
mesmo contar quantos ingredientes ia em cada receita.Esse 
tipo de interação familiar, tão rara e necessária, faz a criança 
crescer e a família fortalecer uma relação de confiança e 
segurança.
Pais e filhos num convívio salutar e absolutamente necessário.
A Interação
É como agir reciprocamente, com afeto, respeito e atenção. 
Mesmo que haja uma relação de afeto e amor, os pais, 
cuidadores e educadores podem se relacionar com a criança de 
maneira mais intensa.
Intenso é olhar, tocar, conversar, interagir e estar presente. É 
participar dos momentos de brincar, de colocar para dormir e 
de dar colo quando percebemos que nosso filho não se sente 
bem. Esses momentos são importantes para a criança, e fazê-la 
perceber que nós também nos importamos com esses 
momentos, faz com que ela gere identificação, acolhimento e 
fortalecimento do vínculo afetivo. Gera confiança, e segurança 
para todos os momentos.
O melhor é que isso pode ser ofertado durante as atividades 
cotidianas.
A criança só aprende quando suas ações, brincadeiras e 
sentimentos são significados, ou seja, quando seus 
apontamentos são percebidos pelo adulto e, também, 
respondidos. A aprendizagem só acontece com a pergunta e a 
resposta, a dúvida e a confirmação, a expressão e a recepção, o 
receio e o encorajamento
O Neurodesenvolvimento
Você sabe o que são sinapses?
Desde a concepção até os seis anos de idade, 90% do cérebro 
da criança se formará, assim como a maior parte das conexões 
entre seus neurônios. O bebê nasce com milhões de neurônios 
e bilhões de conexões.
Ou seja , o cérebro nasce com todo potencia l de 
desenvolvimento e é preparado para a vida adulta durante a 
infância. Nascemos com uma pré-condição genética, mas o 
meio ambiente tem grande influência na manutenção das 
conexões e maturação do sistema nervoso de maneira geral. 
Para que o cérebro possa seguir seu rumo natural de 
desenvolvimento precisamos oferecer estímulos adequados, 
segurança e afeto. O que precisaremos para estudar, trabalhar e 
dar conta de tudo que a vida de adulto exige, incluindo as 
relações sociais, as relações de trabalho e amorosa. Tudo está 
sendo formada nesse momento, por isso a importância de 
conhecermos o desenvolvimento e olharmos para essa fase 
com toda atenção e carinho.
A Conduta
Faz parte do processo de estimulação, que ajuda a criança
a criar suas referências, organizar-se internamente e 
desenvolver-se de forma integral.
Esse tópico também está diretamente ligado ao limite 
(principalmente ao respeito ao próximo e às regras sociais, ao 
desenvolvimento do autocontrole, e consequências às escolhas 
e decisões tomadas), à rotina (a razão de ter horários, o que 
atividades organizadas e definidas podem significar na criação 
das crianças), e o incentivo da autonomia da criança 
(independência, identificação do que ela já consegue realizar 
sozinha, como encorajá-la a tentar desenvolver o que ainda não 
faz sozinha e como administrar suas frustrações).
Muitos pais têm dificuldade em determinar a medida certa de 
intervir ou incentivar, e isso acaba uma grande confusão, na 
qual filhos determinam as regras de casa, sem ter ainda a 
capacidade completa de autonomia, sem entender onde 
começam as suas capacidades e onde seus pais estão 
facilitando demais suas vidas.
Quando minha filha completou quatro anos as pessoas ficavam 
espantadas quando eu contava que ela comia de garfo e faca, 
se trocava sozinha, e ainda acordava no meio da noite para ir ao 
banheiro sem qualquer ajuda.
O que deveria ser comum, tornou-se motivo de espanto. O 
receio dos pais em frustrar, em dizer não a criança não 
conseguir lidar com essa emoção negativa. Fazer birra e se 
jogar no chão. Evitar momentos conturbados, mas que são 
fundamentais para o desenvolvimento de resiliência e controle 
emocional.
Como funciona?
A base do Método BRINC está em estimular crianças de zero a 
seis anos por meio da transformação de tarefas cotidianas em 
momentos de interação afetuosos e estimulantes, e de 
brincadeiras significativas entre adultos e bebês ou crianças.
No decorrer deste livro, será apresentado o embasamento 
teórico e científico que sustenta a Stimullus e o Método BRINC. 
As fases de desenvolvimento e as habilidades que poderão ser 
percebidas nos bebês e nas crianças também serão expostas, 
oferecendo um guia consistente de como acompanhar e 
estimular o desenvolvimento dos pequenos
O objetivo não é criar uma receita para dizer como fazer, mas 
sim, incentivar a descoberta de oportunidades de estimulação 
que fazem parte da rotina diária de uma família, de maneira que 
esta possa atuar de forma participativa e amorosa, promovendo 
a diferença no desenvolvimento e na interação com as crianças. 
É tornar a conivência familiar momentos agradáveis e 
estimulantes, que confortem as crianças e transmitam 
segurança e oportunidades para se desenvolver, convivendo 
com seus pais que serão sempre seus exemplos de vida.
Vamos juntos?
Acompanhe também os artigos complementares
 - 7 dicas práticas para estimular seu bebê ainda na barriga
- Dicas de estimulação para recém nascidos 
- Como os pais podem estimular os bebês recém nascidos


https://www.stimullus.com/como-estimular-seu-bebe-ainda-na-barriga/
http://www.apple.com/br
https://www.stimullus.com/dicas-para-estimulacao-de-recem-nascidos/
https://www.stimullus.com/como-os-pais-podem-estimular-bebes-recem-nascidos/
Estimulação do desenvolvimento infantil
Você também acha que estimulação tem a ver com precocidade, 
antecipação, influenciar a criança a fazer algo que ainda não 
condiz com sua etapa de desenvolvimento?
Então seu conceito de estímulo está totalmente equivocado.
Estimular não é nada terapêutico ou algo que acontece em 
consultório, após o diagnóstico de alguma lacuna no 
desenvolvimento. Ou mesmo que você precise frequentar um 
espaço para mães, no qual terapeutas e professores irão 
orientar como estimular os bebês, que tipo de música ouvir e 
como brincar.
Pode ser tudo isso, caso haja indicação e encaminhamento 
para tratamento, mas não necessariamente.
A estimulação que vamos propor não é um processo complexo. 
Pelo contrário. A estimulação para o neurodesenvolvimento, é 
feita de diversas atividades que fazem sentido para a criança, e 
que não precisa de “receita específica”, nem seja obrigatória.
Mesmo que a criança realize qualquer procedimento 
terapêutico, os pais podem estimular em casa. Seguindo as 
orientações do profissional que acompanha.
Não é necessário agendar um horário diário com um tapete de 
EVA no chão, com grandes bolas e rolos de espuma para 
colocar o bebê em cima. Ou brinquedos específicos 
direcionados para o desenvolvimento de cada habilidade e, 
assim, estimular as crianças.
Gostaria de deixar ainda mais claro, ao que me refiro, quando 
falo em estímulo. Não defino estimulação como acontecendo 
em um lugar especial, onde vamos 2 x por semana. Nem 
necessariamente da busca na internet por receitas de 
brinquedos e jogos para se fazer nessa faixa etária com 
materiais específicos que nem sempre temos à mão. Nem 
brinquedos educativos, pedagógicos ou brinquedos 
sofisticados importados. Menos ainda de brinquedos 
tecnológicos ou tutoriais que ensinam a brincar. Podemos 
utilizar tudo isso, mas não é “obrigatório”, não deve haver 
dependência de nenhuma dessas ferramentas. A estimulação 
não acontece apenas na presença ou utilização desses 
artifícios.
Refiro-me a tudo que falamos até agora, o essencial pode ser 
simples e com maior poder de estimulação:atenção, afeto e 
oportunidades de exploração.
Tive algumas experiências fantásticas, com “atividades lúdicas” 
e que proporcionaram muita diversão e conhecimento. Uma 
delas, foi um menininho de 2 anos de idade que tinha todos os 
tipos de brinquedos em casa, mas que raramente permanecia 
mais que alguns minutos com cada um deles. Então levei 
bexigas, vazias, e entreguei a ele. Imediatamente, ele pediu para 
a mãe encher, e assim que ela enchia ele soltava e corria atrás. 
Brincou por quase uma hora dessa maneira, ria, corria, se 
jogava no chão e estava sempre com a mãe. Uma experiência 
extremamente rica e supersimples, e que trouxe muitas 
informações e principalmente a atenção da mãe.
Outra experiência, superinteressante foi com minha filha, que 
achou uma tira de papel no chão, deitou-se e me chamou para 
ver a “lagartixa da barriga branca” que ela havia achado. Pegou 
a lanterna e ficou iluminando e brincando que a lagartixa tinha 
filhotes e estavam perdidos na floresta, ficou muito tempo 
andando pelo quarto com a lanterna procurando os “filhotes”. 
Ou, atividade de tomar banho no escuro, fingindo estar em uma 
caverna.
Quanto mais natural e divertido for o processo, maior será seu 
impacto positivo. A estimulação pode acontecer através de 
simples interações, como em uma conversa, no banho ou 
montando um quebra-cabeça. Durante a interação entre 
crianças, entre crianças e adultos, entre crianças e animais e 
até quando a criança brinca sozinha, o processo também está 
presente. Todo momento de exploração rende, aos bebês e 
crianças, informações (cognitivas, motoras, sensoriais) que 
imediatamente acionam conexões cerebrais, o que faz com que 
a criança adquira conhecimentos diversos e se desenvolva. Não 
somente nas áreas motoras ou cognitivas, mas também, 
emocional.
Minha filha com oito meses, passava creme nos pezinhos e nas 
perninhas todos os dias após o banho. Eu a colocava na cama e 
ela já pegava o creme e mostrava o dedinho. Eu colocava o 
creme e ela passava. Enquanto isso eu inventava músicas e ela 
tentava acompanhar, com o ritmo. Ela aprendeu a passar o 
creme, porque desde que ela nasceu, eu fazia massagem. Após 
o banho, na troca de fraldas, antes de dormir e dizia as partes 
do corpo, beija e cheirava. E assim seu corpinho foi sendo 
reconhecido por ela.
Isso é uma atividade de estimulação. Bem simples, onde eu só 
precisei de um pote de creme e de disposição para esperar ela 
passar o creme e boa vontade, cantar enquanto ela desenvolvia 
a linguagem, consciência corporal, coordenação óculo manual, 
ritmo e muito afeto.
Cada fase apresenta suas habilidades ou comportamentos 
específicos, portanto, não se pode exigir que um bebê de seis 
meses saia andando. Afinal, não há estimulação que faça com 
que ele pule etapas de maturação neurológica. Cada bebê ou 
criança tem seu tempo e apresenta características individuais 
de desenvolvimento. Contudo, há habilidades que devem ser 
desenvolvidas durante certos períodos. Um bebê de seis meses, 
por exemplo, que ainda não consegue sustentar a própria 
cabeça, e deveria ter adquirido essa habilidade por volta dos 
três meses de vida, precisa de uma avaliação mais detalhada. 
Atrasos no desenvolvimento podem resultar de alguma 
desordem neurológica, por exemplo. No entanto, muitas vezes, 
também ocorrem por falta de estímulo. Sendo assim, muitos 
momentos devem ser aproveitados para que os pequenos sejam 
estimulados ao aprendizado e, assim, possam adquirir 
habilidades físicas, sensoriais, cognitivas, motoras, sócio 
emocionais e de linguagem.
Vamos desmistificar esta crença
Inicialmente, é importante entender que a primeira infância é 
uma das fases mais críticas e vulneráveis no desenvolvimento 
de qualquer criança. É nesta altura que se estabelecem as 
bases para o desenvolvimento intelectual, emocional e moral. 
Daí a necessidade e importância da estimulação.
E que a criança não precisa ser estimulada 100% do tempo. Ela 
pode não fazer nada, pode ter seus cochilos, pode ter um 
momento só de colo. Isso é extremamente importante, saber 
dosar e respeitar o tempo do bebê e da criança. Todo excesso é 
prejudicial, e fará o efeito oposto do que se pretende. Quando 
me perguntar o que é estimular, eu respondo que
estimular é apresentar o mundo à criança, os cheiros, as cores, 
os sabores, as formas, volumes, tamanhos, formas de 
comunicação, andar, correr, respeito ao próximo, resiliência, 
lidar com frustração, solução de problemas muitas outras 
habilidades. E isso pode acontecer de inúmeras formas.
A estimulação ocorre naturalmente em um ambiente saudável, 
com estímulos variados, realização de atividades de cuidado 
(banho, troca de fralda e alimentação, por exemplo) e um bom 
grau de interação afetiva entre a criança e seu cuidador, seja ele 
o pai, a mãe ou outro responsável.
Eu mesma, desde que a Alice nasceu, vivia com ela no sling 
fazendo as tarefas de casa e conversando. Caminhava com ela 
até a padaria, para mostrar o tempo, o vento, as árvores, o 
cheiro do pão...
Não é sentar e mostrar as cores – é pegar a meia preta no balde 
de roupa suja e mostrar para a criança: vamos lavar essa meia 
preta?
Deixá-la tocar nas texturas, explorar o ambiente, estimulando 
seu lado sensorial, sua curiosidade e suas habilidades inatas. É 
deixar que pegue a gelatina com a mão ou aperte uma banana. 
Pegue a esponja durante o banho ou bata na água com as 
mãozinhas.
Para que novas habilidades sejam conquistadas é fundamental 
que a estrutura cerebral esteja madura. Por exemplo: por mais 
que estimulemos, não é possível fazer com que um bebê de 
cinco meses ande, pois, a região do cérebro responsável por 
esta atividade ainda não está plenamente desenvolvida e 
depende de uma ordem cronológica para que isso aconteça. 
Bebês sustentam a própria cabeça, sentam, engatinham e 
andam.
A estimulação vem para chancelar o que o bebê tem para 
desenvolver em determinada fase.
Por exemplo: em geral, aos três meses de idade, um bebê tem 
condições de sustentar sua cabeça. Mas, se ele passar grande 
parte do tempo no carrinho é possível que esta função leve um 
pouco mais de tempo para aparecer. No entanto, se os pais o 
colocarem de bruços por alguns minutos, incentivando-o nesta 
posição, deixando- o livre para brincar no chão, carregando-o 
no colo, sentadinho de frente, as chances de este bebê se 
apropriar desta habilidade serão bem maior.
Isso serve para muitos pais que colocam o bebê no andador. 
Muitas vezes são incentivados a usar com 7 ou 8 meses. Além 
de extremamente perigoso (maior causa de acidente em bebês) 
estão sendo forçadas áreas de maturação cerebral que não 
estão prontas para andar. As perninhas, os pezinhos e o 
equilíbrio estão se formando. Quando o bebê estiver pronto 
para isso, ele irá se agarrar na cama, no berço e nas cadeiras e 
sair andando, até que esteja completamente formado e andará 
sozinho.
O cuidado em não pular etapas é essencial. Toda fase que for 
“pulada” fará falta em algum momento.
É através do brincar e do afeto que o bebê passará pela 
maturação neurológica, estabelecendo mais e melhores 
conexões neurais, e fortalecendo essa rede.
A estimulação pode ser feita com todos os bebês, sem 
contraindicação.
Pode ser realizada durante o banho, a alimentação ou uma em 
caminhada pela rua. Basta que você se proponha a interagir 
com este bebê e tornar essa atividade em momento lúdico e 
significativo.
E o melhor de tudo é que você pode fazer isso com prazer.
Você pode se divertir com isso.
A criança é pura exploração.
Explorar é sentir, enxergar, ver, tocar, abraçar, se envolver.
Um dos propósitos da estimulação é apresentar ao bebê ou à 
criança as possibilidades de explorar o mundo através de 
diferentes formas, cores, tamanho e texturas, por isso, é 
importante manusear objetos e colocá-los na boca, cheirá-los, 
tocá-los e empurrá-los, entre outras formas de interação.
Sabe aquela coisa de não querer ver a casa bagunçada ou suja? 
Esquece.
Quando a Alice nasceu,percebi que mesmo que eu tivesse as 
paredes cheias de mão ou giz, eu não precisava me preocupar 
com a casa naquele momento.
Vejo tanta gente com casa impecável, mas com o filho com 
grande atraso, diante do IPAD em tempo integral sem conseguir 
virar o pescoço.
Adianta robotizar a criança e depois investir uma fortuna em 
tratamentos para tirar a criança daquele casulo que os próprios 
pais a enfiaram?
Precisamos nos conscientizar sobre o que é, de fato, necessário 
para as crianças.
Além de facilitar a maturação neurológica, estímulos corretos 
fazem um registro sensorial, ou seja, uma memória de sensação 
daquele material e de seu tamanho, som, textura, entre outras 
características.
O que facilitará, mais tarde, o aprendizado dos conceitos de 
forma, tamanho, peso, cor e quantidade, conceitos estes que 
serão fundamentais para a formação de memórias afetivas, a 
alfabetização e o processo de aprendizagem acadêmico.
Por exemplo, quando ainda bebê você começa a ensinar as 
cores, naturalmente, a memória sensorial da cor será acionada. 
Assim, uma criança que manuseou objetos coloridos, “bateu no 
azul”, “mordeu o azul”, “sacudiu o azul” terá muito mais 
facilidade em fazer associações que uma criança que não 
vivenciou essa experiência quando era bebê. O mesmo serve 
para conceitos de grande, pequeno, duro e mole, dentro e fora, 
macio e áspero, e assim por diante.
Experimentar é diferente de ensinar. E ambos são aliados para o 
processo de aprendizagem.
Se você levar seu filho ao supermercado vai entender do que 
estou falando.
Costumo levar minha filha sempre comigo. Conto o número de 
tomates vermelhos, as bananas com casca bem amarela. Ela 
fica encantada com as cores das frutas e ainda adora cheirar as 
maças.
Aprendeu através das nossas conversas. E observar as cores 
apenas num caderno numa escola com quinze crianças para 
cada pedagogo não traria, nem de longe, a mesma experiência. 
Muito menos uma tela de tablet. Ela complementa o que a 
criança já traz de casa. Essas atividades complementam o 
aprendizado adquirido em casa com experiências anteriores e 
exploratórias. Pois, somente no livro, ou os desenhos do 
smartphone, não há cheiro, não há textura, não há sensação 
emocional que as experiências da compra no supermercado, ou 
na feira traz. Não deixa de ser um complemento, mas tudo 
precisa estar interligado. Os bebês, as crianças precisam de 
todos os tipos de experiências com as cores, para adquirir o 
conhecimento.
Por isso bato na tecla da importância das experiências em casa.
Outro exemplo interessante: antes dos seis meses, um objeto 
não permanece na mão do bebê por muito tempo; é muito 
comum que ele largue sem perceber. Depois dos seis meses, o 
bebê já segura um objeto com as duas mãos, então segura um 
objeto em cada mão. Aos 11 meses, se você oferecer um 
terceiro brinquedo, ele larga um para pegar o que você está 
oferecendo, e logo aprende a segurar os três. O que se 
consegue é o registro sensorial de nenhum, um, dois e três. 
Futuramente, na escola, ao aprender quantidade, essa memória 
será ativada e facilitará a aquisição de conceitos mais 
complexos.
Quanto mais informações apresentarmos aos bebês, mais áreas 
e mais neurônios serão ativados no cérebro, maior o número de 
conexões formadas, o que possibilita um aumento e 
fortalecimento do processo de aprendizado.
Entre as atividades de estimulação está o ato de explorar 
brinquedos ou objetos tanto em sua forma original quanto de 
outras maneiras. Logo, um lápis pode servir para desenhar e 
para bater em um tambor, peças de um quebra-cabeça também 
podem ser notas de dinheiro e uma toalha de mesa pode virar 
um cobertor ou uma toalha de banho para a boneca. O 
importante é oferecer brinquedos ou objetos variados (colheres, 
tampas de panela, potes de plástico e caixas) com cores, 
texturas, formas, características e funções variadas, 
possibilitando significar e resignificar o brinquedo e a 
brincadeira. Isso exige um exercício de criar conceitos, testar 
possibilidades e de muita imaginação.

Como estimular seu filho ou filha
Rafaela já vai para a escolinha, está com dois anos e sete 
meses, e gosta muito de brincar. Parece estar se desenvolvendo 
como as outras crianças, mas, em casa, ela só fica em frente a 
televisão. A mãe, Luciana, se sente culpada por não saber quais 
atividades proporcionar à filha. Muitas brincadeiras que ela 
encontra não parecem ser apropriadas para a idade dela ou 
requerem muitos produtos que não são triviais. Brinquedos, a 
Rafaela tem um monte. Mas, parece estar enjoada de todos 
eles...
Conhece alguém assim?
Pois é – o que acontece é que geralmente a mãe da Rafaela fica 
perdida, não sabe o que fazer e tem receio de que a filha 
comece a apresentar algum atraso de desenvolvimento. Ela 
gostaria que Rafaela tivesse boas recordações de sua infância, 
das brincadeiras e das atividades que fazia, e da presença da 
mãe e do pai se divertindo com ela.
Com tantas preocupações, muitos pais se esquecem do básico.
Toda hora é hora, toda brincadeira e qualquer atividade do dia a 
dia pode ser estimuladora. Não há necessidade de brincadeiras 
direcionadas ou brinquedos específicos o tempo todo. Músicas, 
leitura, massagem, a hora do banho, de vestir e trocar a fralda, 
tudo isso é informação e momento de aprendizagem, e o 
resultado é o desenvolvimento do bebê além de memórias 
agradáveis de sua infância!
Quais as melhores lembranças que você tem da infância? Se 
você cavar na memória, vai entender do que estou falando:
éum piquenique, ou é uma tarde na casa da vó, ou o cheiro de 
café da tarde com sua mãe, ou aquela hora que ela penteava 
seu cabelo ou fazia um ritual só com você.
Guardamos na memória coisas significativas. E pode ser até 
mesmo o preparo de uma sopa.
Aqui vão algumas dicas simples e muito valiosas para 
estimulação.
Proponha momentos para estimular o bebê:
■Ambiente e experiências diversas;
■ Muita atenção, conversa, toque e olho no olho durante 
qualquer atividade;
■ Facilitar o contato social: pais, família, amigos, escola;
■ Permitir um ambiente tranquilo e amoroso para o bebê;
■ Participar, incentivar e comemorar suas descobertas; ■ 
Estar presente, brincar, dar atenção, olhar nos olhos, abraçar, 
beijar, dançar, cantar, rolar no chão, etc. Não tenha vergonha de 
se entregar a esses momentos maravilhosos;
■ Dar oportunidade, oferecer a ele objetos e brinquedos com 
diversas texturas, tamanhos, sons, cheiros e gostos, espaços e 
desafios;
■ Lembrar de que para os bebês muito pequenos não há 
melhor estímulo que a face humana. Olhar nos olhos, falar, fazer 
caretas e imitar as caretas do seu bebê. 
■ Contar histórias, mostrar os livros com figuras
Proponha momentos para estimular a criança:
■ Orientar quanto aos cuidados que a criança precisa ter ao 
subir e descer escadas, móveis, escorregador, balanço, e fique 
sempre por perto; mas, permita que ela experimente a 
sensação, tenha coragem, desafie seus próprios limites e crie 
confiança no que está fazendo;
■ Abaixar-se para falar com a criança com os olhos no mesmo 
nível;
■ Permitir que as crianças maiores participem e ajudem nas 
atividades domésticas;
■ Propor atividades com tintas, areia, argila, algodão e água;
■ Participar das atividades de faz de conta, incentivar o 
teatrinho, contar histórias;
■ Ter sempre livros a disposição, contar historias e incentivar a 
leitura, assim como lápis de cor, giz e muitos tamanhos e tipos 
de papel.
■ Trazer oportunidades, quando possível, para que as crianças 
possam fazer escolhas, como optar entre colocar um vestido ou 
saia e camiseta, o sabor do sorvete, o sabor do suco, etc.
Como mãe, eu sempre tento incentivar a minha filha a trocar de 
roupa, vestir sua fantasia preferida, tirar a roupa, tomar banho e 
comer sozinha. Tomar no copo, colocar os sapatos ou tirar as 
meias. Ajudar em algumas atividades na cozinha, guardar as 
meias na gaveta, colocar os talheres e guardanapos na mesa. 
Como profissional, dou exatamenteas mesmas orientações 
para meus pacientes. E como costumo testar na minha própria 
casa, vejo o resultado e suas dificuldades de realização.
Por isso, a mãe da Rafaela, começou a disponibilizar para ela 
brincar, mais materiais como caixas, garrafas, algodão, bolas 
de diversos tamanhos, pincéis de diversos tamanhos, ou seja, 
um brincar mais livre, com mais possibilidades de exploração e 
criação, que os brinquedos prontos que ela tem oferecem. 
Luciana então, percebeu grande melhora no interesse e no 
tempo em que Rafaela passa brincando.
Costumo dizer que não há regras, mas a liberdade deve 
prevalecer. Isso faz bem para o bebê, para a criança e para as 
mamães, papais e todos que convivem com as crianças; 
estimula a imaginação e liberta a mente de receitas prontas. 
Experimente inventar uma brincadeira, uma música ou uma 
história. A mensagem não precisa ser exatamente a do livro e 
os jogos não precisam ser pesquisados na internet. Permita-se 
inventar, descobrir e ter momentos de diversão.
Schiavo e Ribó (2007) afirmam que a criança, quando 
estimulada, se torna mais ativa, dinâmica, criativa, 
emocionalmente equilibrada e saudável, e passa a realizar 
melhor as atividades propostas, a encontrar soluções e a 
apresentar uma boa socialização.
Capítulo II
BRINCAR
Por que brincar?
O que se entende por “brincar”? É algo que precisa ser 
direcionado? É uma ação que será mais interessante se for 
alguma coisa comprada porque passou nas propagandas? 
Brincar com material educativo é necessário para que a criança 
possa aprender enquanto brinca? Brincar se ensina e se 
aprende? Qual é o brincar de melhor qualidade?
A referência para o resultado da brincadeira, se está 
funcionando ou não, é a diversão. Ela está se divertindo com o 
brinquedo, independente de qual seja, ou com uma brincadeira 
sem brinquedo? A resposta é sim? Então a brincadeira está 
sendo aproveitada por ela. Não existe brincar sem diversão, não 
há eficácia e aproveitamento sem o prazer no que está fazendo.
Pois bem, compare o tempo e a qualidade do brincar de seu 
filho ou filha, sobrinho ou sobrinha, neta ou neto, a criança que 
você cuida, seu aluno e aluna, com o tempo e a qualidade que 
você brincava na sua infância. Quando você não estava na 
escola, e mesmo na escola, brincava o tempo todo! 
Brincadeiras de correr, subir, saltar, balançar, jogar, empurrar, 
lançar, pegar, cantar, dançar, pular, molhar, gritar, imitar, 
arremessar.... Muitos verbos! Hoje, poucos verbos descrevem o 
brincar: assistir, jogar (celular, tablet, vídeo game), ouvir...
Com o que você brincava? Tinha todos os brinquedos que 
passavam nas propagandas? Onde estavam seus pais 
enquanto você se divertia?
Os tempos são outros, isso é fato. Atualmente, tudo é muito 
corrido, compromissos precisam ser agendados, as 24 horas 
do dia são poucas para realizar todas as tarefas e, por isso, 
algumas coisas acabam sendo terceirizadas. Infelizmente, a 
educação, o brincar, o afeto e a atenção às nossas crianças têm 
sofrido as consequências disso.
Como a competitividade está cada vez maior, pensamos que 
nossos filhos têm que ser os melhores e, dessa forma, 
ocupamos seu tempo com atividades que acreditamos que irão 
destacá-los dos demais. Natação, inglês, piano, judô, balé, 
espanhol, aulas particulares de matemática, português, violão...
Para os bebês, participação em grupos de estimulação, que vão 
ensinar como brincar e como torná-lo um gênio. Não há nada de 
errado em fazer atividades extras, mas, elas devem ser um 
momento de aprendizagem, de diversão e prazer para a criança. 
Não apenas uma obrigação para que ele se torne uma criança 
prodígio, e sim, para estar feliz. Esse é o verdadeiro sentido de 
tudo que a criança realiza e que oferecemos a ela, nada mais 
que torná-la feliz. Ao chegar em casa, todos estão exaustos...E, 
pior! Ainda há muito pela frente: limpar a casa, cozinhar, passar, 
lavar, isso sem contar o trabalho que levamos para terminar em 
casa, e os e-mails que não param de chegar. E as crianças? 
Ficam a “brincar” com a babá virtual: tablet, celular e vídeo 
game. Resultado: os pais e cuidadores se sentem culpados por 
não estarem com as crianças durante o tempo que deveriam ou 
gostariam. Então, compensam isso com presentes, mimos e 
permissividade excessiva. Ações que também podem 
desencadear grandes problemas futuros, principalmente, na 
adolescência.
Rodrigo é um menino de um ano e nove meses, filho único e 
que não permanece por muito tempo com um mesmo 
brinquedo. “Brinca poucos minutos e larga, vai mexer onde não 
deve”, sua mãe já não sabe mais que brinquedo comprar, pois 
nenhum parece satisfazê-lo. “O menino não presta atenção em 
nada, só fala: “papa”, “mama”, “pipiu”, e é bastante irritado”, 
diz a mãe, já preocupada. “E eu não sei do que brincar com ele, 
o que oferecer, se tudo que dou de presente não serve, e ele 
parece não saber brincar. Será que eu não sei ensiná-lo a 
brincar? Ele parece se interessar mais por tablet ou desenhos 
na TV e fica mais tranquilo, então acabo deixando”.
Quanto tempo, efetivamente, de qualidade, de presença de 
alma, de atenção, e não somente de corpo, nós passamos com 
nossos filhos e filhas? Quanto conversarmos, para que a 
linguagem se desenvolva. Quanto de atenção estamos dando 
ao brinquedo, ao brincar e mostrando para a criança quanto é 
divertido explorar. O quanto os incentivamos e encorajamos a 
descobrir o mundo?
Essa pergunta deve permear sua mente diariamente. Não para 
trazer culpa, mas para trazer para o presente. Para você se 
responsabilizar pelos atos e atitudes em todos os momentos.
O desenvolvimento, físico, motor, sensorial, moral e emocional 
são profundamente afetados pela nossa presença – ou falta 
dela.
Começamos a aprender a lidar com nossos filhos desde o seu 
nascimento, e refletir sobre como dar conta das necessidades 
deles faz parte deste aprendizado. Sendo assim, precisamos 
analisar nossa rotina para descobrirmos como será possível 
dar a atenção, o carinho e o olhar dos quais nossas crianças 
realmente precisam para serem saudáveis e felizes.
Eu não digo isso para que você se desespere, mas para que 
tome as rédeas de sua vida: afinal, quanto de presença genuína 
você tem dedicado aos seus filhos?
Para que você possa colocar tudo em prática e aproveitar ao 
máximo, diminuindo as angústias e tornando o crescer 
divertido e prazeroso, a primeira coisa é aprender que o brincar 
faz total diferença no desenvolvimento da criança.
Quer saber o porquê?
É incrível a capacidade que as crianças têm de aprender, 
principalmente, quando elas recebem estímulos.
Até os dois anos de idade, o aprendizado é feito pelos sentidos 
e pela área motora. Nesse período, a criança explora o mesmo 
objeto de formas variadas, experimenta ações e resolve 
problemas por meio de repetição e de tentativas de acerto e 
erro. Por isso, a importância do brincar, da exploração do 
ambiente e da interação com o outro.
Durante a fase de maturação cerebral, as ligações entre os 
neurônios são maiores, logo, quanto mais informações e 
estimulação o bebê receber, mais ligações neurais ele formará, 
o que interfere na estrutura e na funcionalidade do cérebro, e, 
consequentemente, nas habilidades que serão desenvolvidas 
(motora, linguagem, sensorial, emocional e cognitiva). (OEA,
2010)
As crianças aprendem por repetição, por isso, fazem as 
mesmas brincadeiras várias vezes, querem ouvir a mesma 
música e mesma história outras diversas vezes, por exemplo. É 
por isso também que muitas vezes você deixa ela ali brincando 
de uma coisa e quando volta, ela está incansavelmente 
brincando com a mesma coisa.
A criança precisa brincar, receber carinho, precisa da presença 
do adulto e, também, da de outras crianças para imitar, copiar e 
se espelhar. Além de reforçar suas ações e ter quem a apoie e 
incentive. Ela precisa explorar, tentar, errar, acertar, ficar feliz, 
rir, chorar, sentir saudade, disputar, conseguir, buscar, ter, não 
ter, querer e não querer.Resumindo, precisa passar por muitas 
experiências, positivas e negativas.
Para a criança, o brincar é tão importante quanto o trabalho é 
para o adulto. A brincadeira é essencial para o desenvolvimento 
intelectual e emocional, e as crianças precisam aprender a 
perseverar, a controlar sua atenção e suas emoções.
Natural para uma criança brincar, com ou sem brinquedo. 
Qualquer objeto desperta a curiosidade e a ação de brincar. 
Assim, brincam enquanto comem, por exemplo, ou recusam-se 
a ir almoçar, sair ou tomar banho porque estão brincando.
Costumo dizer que quando uma criança deixa de brincar, isso 
sim é motivo de preocupação. Quando a criança brinca, ela 
conhece seu corpo, seu espaço, e seus limites, explora a 
relação com o ambiente e com o outro, testa suas capacidades, 
adquire formas de comunicação, internaliza a relação de ação e 
reação, e interage com o mundo. Tem a possibilidade de testar 
muitas maneiras de agir, de conhecer seus sentimentos, gostos 
e desejos. Descobre seus interesses, pode lidar com medos, 
elaborar frustrações, criar situações e fantasiar a realidade.
A exploração livre, com o uso da imaginação, sem regras ou 
orientações e intervenções diretas (mas sob olhar atento), 
também é fundamental, pois incentiva a autonomia, a 
criatividade, solução de problemas e a área cognitiva.
Permite que a criança pense, organize, imagine, descubra, crie 
as regras, elabore o plano, experimente o que dá certo ou não, e 
se frustre porque algo não saiu do jeito que ela imaginava.
Ainda assim, de maneira equilibrada, a intervenção dos pais, ou 
de outro adulto, a orientação durante a brincadeira, o incentivo, 
o direcionamento e o reforço positivo são importantes para o 
vínculo e para autoestima da criança.
As crianças precisam criar, imaginar e inventar suas maneiras 
de brincar. Estabelecer suas próprias regras, experimentar e 
testar. Esse é um ótimo momento para disponibilizar materiais 
diversificados para a criança, organizando o ambiente para criar 
o espaço ideal, principalmente, no caso do uso de tintas, cola, 
canetas hidrográficas, caixas de papelão, folhas de papel, 
algodão, forminhas de papel, massinha ou argila. Deixe-as 
brincar, ofereça as ferramentas e informe que ela pode usá-las 
da maneira que quiser, bem como ensinar aos adultos como 
prefere manipulá-las. Mais importante do que entregar um 
brinquedo pronto para a criança é possibilitar a mágica de 
construí-lo com ela, ou ainda, de a própria criança descobrir 
que conseguiu construir algo sozinha, sem a ajuda do adulto, 
mas sim, com o apoio e incentivo dele. Toquinhos de madeira, 
pedaços de tecidos, cordas, canudos de papel, pedaços de 
papel de vários tipos, saco de papel de pão, palitos de sorvete, 
caixas entre muitos outros. Parecem sucatas que não servem 
para nada, mas é chamado pelo psicólogo Leontiev de material 
de largo alcance, ou nesse caso brinquedos de largo alcance, 
que são brinquedos que podem assumir várias ações ou 
funções durante o brincar, e tem por objetivo estimular a 
imaginação, criatividade e desenvolvimento intelectual da 
criança.
A presença do adulto no universo infantil não pode acontecer 
só através de regras e intervenção, nem totalmente sem regras 
e orientação. É necessário haver equilíbrio. É entender que 
cada criança é diferente e tem suas preferências, curiosidades e 
necessidades de estimulação, assim como sua própria maneira 
de explorar e capturar as informações que chegam por meio da 
interação dela com o ambiente e os objetos. Mesmo um 
brinquedo pronto, pode se transformar em outro. A moda de 
“brinquedos de madeira” ou “criar seus próprios brinquedos” 
assistindo tutorias, não é mais educativo apenas pelo material 
que foi criado. E sim pela maneira como é explorado e incentiva 
a descoberta e imaginação. Mais uma vez, reforço a importância 
do equilíbrio. Muitos brinquedos e jogos “prontos”, de plástico, 
também são ótimos para estimular e muito divertidos. Vai 
depender de como a criança interage e explora, e de quem 
participa. Cada criança aprende à sua maneira e a seu tempo. 
Por isso, é importante ficar sempre atento, deixando livros, 
brinquedos e materiais como papel, lápis, giz, potes, rolos de 
papel – como o de papelão, que fica no meio do papel toalha – 
pratinhos de isopor, pedaços de tecido, grampos de roupas, 
entre outros, à disposição das crianças, assim, elas podem se 
servir de acordo com sua inspiração e imaginação. Essa é uma 
ótima maneira de possibilitar que a criança invente e crie, sem 
interferência do adulto, porém, sob o olhar cuidadoso dele.
Assim, como jogos, brinquedos estruturados. Cada brinquedo 
oferece sua contribuição, maneiras diferentes de agir e 
estimular.
Certa vez, estávamos na cozinha, fazendo o almoço e minha 
filha encontrou no chão, uma pequena joaninha. Ficou durante 
aproximadas duas horas rondando a joaninha, conversou, 
dançou, cantou, até que ela fosse embora.
Naquele momento, eu não era necessária. Ela estava 
construindo seu próprio mundo e se descobrindo, além de 
descobrir a relação dela com o novo mundo. E explorar a 
fantasia uma das coisas mais fantásticas que pode existir para 
uma criança.
Brinquedos, brincadeiras, jogos, fantasias, livros e materiais 
diversificados propiciam a exploração, tanto do objeto quanto 
do ambiente, o que instiga a imaginação, a criatividade, o “faz 
de conta” e a aprendizagem, estimulam o raciocínio, o jogo de 
causa e efeito, a atenção, as escolhas e tomadas de decisão, 
além de outras inúmeras habilidades físicas, cognitivas, 
sensoriais, sociais e de linguagem. Permita e estimule o livre 
brincar, o brincar sozinho, o brincar com os pais e o brincar 
com outras crianças.
Brincar com outra criança traz diversas possibilidades de 
aprendizagem, principalmente emocionais e sociais. Os 
pequenos aprendem a compartilhar seus brinquedos e seu 
lanche, colocar suas ideias, negociar regras, exercitar a 
empatia, criar resiliência, aprender a lutar por seus desejos 
utilizando a palavra, evitando brigas, empurrões e frustração, 
entendendo a necessidade de ter paciência e esperar sua vez, 
pedir e não tomar, e de ajudar e ser ajudado diante de 
dificuldades. Enquanto brinca com outra criança, seu filho 
começa a compreender que nem sempre as coisas são da 
maneira que ele quer e que precisamos respeitar a opinião e 
desejo da outra pessoa. Aprendem a conversar e não tomar da 
mão do amigo.
A controlar seus impulsos e respeitar o próximo. Essa 
aprendizagem não é tão simples, mas as brincadeiras oferecem 
grandes oportunidades para que esse aprendizado seja 
desenvolvido de maneira natural.
Ter contato com outros adultos, também é importante para que 
a criança perceba que eles agem de maneira diferente, que o 
avô brinca e interage diferente da tia que, por sua vez, brinca 
diferente da madrinha e do vizinho, ou que a vovó não 
consegue brincar de pega-pega, mas que é ótima fazendo 
bolachas de massinha, enquanto o papai dá banho diferente da 
mamãe e a babá conta histórias diferentes da professora da 
escola. Isso ajuda na visão de diversidade, de flexibilidade e 
adaptação a diferentes situações e pessoas, além de ampliar o 
repertório da criança.
Vejo muita gente que quer direcionar o jeito de brincar do outro. 
Mães que dizem que os pais e avós devem brincar desta ou 
daquela maneira. Mas desta forma, estão impedindo que a 
criança tenha novas referências e relações.
Muitas mães, na tentativa de proteger a criança, acabam 
impedindo que ela tenha relações saudáveis com outros 
familiares (desde que as brincadeiras não ofereçam risco físico 
ou emocional à criança).
E esse é um dos equívocos, já que o princípio de tudo é que as 
relações sejam prazerosas.
Não podemos nos esquecer do brincar com os animais de 
estimação. Essa relação também é fundamental e estimula 
muitos sentidos e noções que são diferentes do contato com 
pessoas. Conviver com animais de estimação desenvolve o 
respei to pelos b ichos, o car inho, a empat ia , e a 
responsabilidadede cuidar de outro ser vivo, além de outras 
formas de interação e brincadeira, que devem ser 
supervisionadas.
Muitas pessoas me perguntam se devem permitir o convívio de 
animais com seus filhos e eu acredito que esse relacionamento 
é saudável e absolutamente benéfico.
O brincar estimula muitas áreas cerebrais e desenvolve 
diferentes habilidades ao mesmo tempo e produzem conexões 
cerebrais. Algumas brincadeiras necessitam de habilidades 
mais precisas, como coordenação motora fina para fazer uma 
bolinha de papel, mas essa atividade também irá estimular o 
desenvolvimento da motricidade, da atenção, do conhecimento 
das cores, da coordenação óculo-manual, da destreza, entre 
outros. Por isso, o brincar deve ser amplo, descontraído e não 
com o objetivo de realizar uma estimulação direcionada para 
determinada habilidade.
As atividades lúdicas, proporcionam estímulos de maneira 
integral: sensorial, visomotora, noção espacial, propriocepção, 
lateralizarão, integração bimanual, equilíbrio, destreza, inibição, 
noção corporal, motricidade fina, motricidade ampla, ritmo, 
noção temporal e todas as áreas (cognitiva, motora, social, 
afetiva e de linguagem). Mas, acima de tudo, as atividades 
lúdicas facilitam o reconhecimento de sentimentos e 
possibilitam sua elaboração e registro, além de desenvolverem 
a socialização a área mais importante: a que, a partir da 
diversão, constrói vínculos afetivos entre as crianças e seus 
pais, avós, tios e demais cuidadores. O que é necessário a 
aquisição da empatia e cooperação.
Por isso, transforme qualquer hora e qualquer lugar em hora e 
lugar de brincar. Crianças podem desenhar quando estão 
sentadas à mesa do restaurante, auxiliar nas compras no 
supermercado ou ler um livro de histórias enquanto estão na 
sala de espera do médico. 
Tudo deve ser ponderado, e a utilização do celular ou tablet 
para jogos e desenhos quando, nesses ambientes, o choro, o 
cansaço e a correria exigem um recurso de “salvação”. 
Principalmente, porque as crianças pequenas ainda não têm o 
poder de concentração e autocontrole dos adultos para 
passarem duas horas sentadas à mesa ouvindo uma conversa, 
ou 30 minutos sentadas no carrinho, olhando para prateleiras 
de um mercado, de maneira passiva. Mas esse recurso deve ser 
evitado para não se tornar um hábito ruim. Hábitos construídos 
na infância são dificilmente tirados.
Uma das maneiras de resolver esses dramas, ou de evitá-los, 
recorrer a atividades simples e interessantes para as crianças, 
como levar o brinquedo preferido ao sair de casa ou ter na 
bolsa lápis, giz, adesivos e papel para entretê-las.
Outros momentos que podem proporcionar muita estimulação 
são os de brincadeira durante atividades rotineiras. O banho 
pode ser muito divertido, com bolinhas, brinquedos e 
historinhas. Podemos ampliar o paladar e reforçar o 
conhecimento sobre legumes e frutas enquanto preparamos a 
refeição e a criança ajuda a separá-los. É possível estimular a 
noção de “um para um” (raciocínio lógico) quando solicitamos 
ajuda para colocar a mesa: um prato para o papai, um para a 
mamãe, um para mim, por exemplo.
A imaginação não tem limite quando descobrimos o quanto 
podemos oferecer às crianças nesses momentos tão triviais, 
mas que se tornam mágicos quando estamos dedicando 
atenção total ao bebê ou à criança, conversando, acariciando e 
oferecendo conhecimento através da interação. É importante 
estar atento às atividades de rotina ao invés de usar o piloto 
automático para que as chances de interagir com as crianças 
não sejam perdidas.
O brincar pode ser livre, direcionado, individual ou em grupo. 
Com crianças, adultos ou com o bichinho de estimação, desde 
que seja divertido para todos que estão participando.
O brincar ainda pode ser com um jogo de tabuleiro, com uma 
colher, uma boneca que fala, um quebra-cabeça, algumas folhas 
de árvores, um balde de água ou um livro, e de muitas outras 
maneiras divertidas.
Quanto mais a criança participa de experiências físicas, 
sensoriais, afetivas e sociais, maior será o enriquecimento de 
suas 
sociais e afetivas estão sendo formadas, sua compreensão do 
mundo está sendo ampliada e conhecimentos estão sendo 
adquiridos.
“A criança, quando estimulada se torna mais ativa, dinâmica, 
criativa, emocionalmente equilibrada e saudável, e passa a 
realizar melhor as atividades propostas, a encontrar soluções e 
a apresentar uma boa socialização.” (SCHIAVO E RIBÓ, 2007).
Acompanhe outros artigos sobre esse assunto:
- Tempo de brincar, tempo de aprender 
- As brincadeiras na natureza trazem muitos benefícios para 
as crianças 
- Cinco razões para brincar com seu filho 
- Quanto mais a criança brincar, menos estressada ela será
Capítulo III
https://www.stimullus.com/tempo-de-brincar-tempo-de-aprender/
https://www.stimullus.com/brincadeiras-na-natureza-beneficios-para-criancas/
https://www.stimullus.com/brincadeiras-na-natureza-beneficios-para-criancas/
https://www.stimullus.com/5-razoes-brincar-com-seu-filho/
https://www.stimullus.com/crianca-brincar-desenvolvimento-cerebral/
RELAÇÃO
O vínculo e o afeto, fatores essenciais para o desenvolvimento 
infantil
O afeto, o carinho, o olhar, a atenção e o aconchego transmitido 
desde os primeiros momentos de vida são a base para a 
estruturação emocional da criança e afetarão sua vida adulta.
Quando falamos em relação, estamos nos referindo aos 
contatos próximos, onde existe sentimento, sensação de 
segurança e proteção, afeto e identificação. Iniciamos a relação 
entre mãe e bebê ainda na barriga. Depois nos braços de seus 
pais, e assim esse círculo vai ampliando. Mais tarde a relação 
entre a criança e outras crianças, entre a criança e seus 
professores e assim por diante. Mas tudo se inicia desde muito 
pequeno.
O vínculo afetivo do bebê com seus pais ou cuidadores é 
fundamental para o desenvolvimento neurológico do bebê, 
afinal, é por meio do afeto que o bebê começa sua adaptação ao 
mundo, que seus pais lhe transmitirão segurança para explorar 
o ambiente a sua volta, que ele aprenderá a controlar a 
ansiedade do desconhecido, a interagir com o outro e a confiar 
em si mesmo, além de regular todo o desenvolvimento cerebral, 
ligado ao comportamento e às emoções (OEA, 2010).
O desenvolvimento do bebê será o resultado da carga genética 
e do meio em que está inserido, mas, fundamentalmente, de 
qual incentivo e apoio ele terá para explorar o mundo. Por isso, 
a relação com pai, mãe, família ou cuidador é fundamental para 
seu desenvolvimento emocional e cognitivo.
Sabe-se que o impacto de um primeiro ano de vida seguro, 
resguardado em atenção e suporte emocional, está diretamente 
relacionado ao comportamento e ao relacionamento que a 
criança terá com todas as pessoas à sua volta, apresentando 
melhores competências emocionais e maior resiliência diante 
das dificuldades encontradas durante seu desenvolvimento.
Receber ou não carinho modifica para sempre como o cérebro 
vai reagir diante do estresse e da frustração (HERCULANO, 
2005). 
Médico e psicanalista infantil, Donald Winnicott escreveu que 
os pais não precisam ser perfeitos, mas devem ser bons. 
E o que são pais bons? São aqueles que têm compreensão e 
respeito às necessidades reais da criança e atendem adequada 
e satisfatoriamente tais necessidades. 
São pais que criam condições ambientais que satisfaçam as 
necessidades físicas e psicológicas da criança, e que sejam 
estáveis e dignos de confiança.
Dessa forma, a presença de bons pais e bons cuidadores na 
vida do bebê é o que mais contribui para o desenvolvimento de 
suas habilidades, capacidades e de sua socialização. A 
presença e participação de pessoas de referência, que 
transmitem confiança e carinho, servem como base para 
crianças saudáveis emocionalmente e futuros adultos felizes.
A interação familiar com o adulto é essencial para o 
desenvolvimento emocional que, por sua vez, é primordial para 
a evolução da criança, sobretudo, de suas funções executivas: 
atenção, comportamento,

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