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Qual o conceito de Dor pélvica crônica? Qual prevalência de sintomas na dor pélvica crônica? Quais etiologias da dor pélvica crônica? Qual fisiopatologia da dor pélvica crônica? O que são aderências pélvicas? sintomas dolorosos percebidos como originários de órgãos/estruturas pélvicas, tipicamente com duração maior que 6 meses. Está frequentemente associado com consequências negativas do ponto de vista cognitivo, comportamental, sexual e emocional, bem como com sintomas sugestivos de disfunção do trato urinário, intestinal, assoalho pélvico, miofascial ou ginecológica Geralmente aparecem nas mulheres em idade fértil relacionadas ao ciclo menstrual 16,8 - 81% - dismenorreia 8 - 21% dispareunia 2 - 24% dor pélvica acíclica Natureza multifatorial O acometimento de diferentes órgãos e sistemas pode levar a uma mesma manifestação clínica em decorrência da complexa inervação da pelve GINECOLÓGICAS: Aderências peritoniais; Cistos anexiais; Salpingite/endometrite crônica; Endossalpingiose; Síndrome do ovário residual; Síndrome do ovário remanescente; Síndrome de congestão pélvica; Cistos peritoneais pós operatórios; Adenomiose; Endometriose; Leiomioma; Distopias genitais UROLÓGICAS: Cistite intersticial; GASTRINTESTINAIS: Obstrução intestinal crônica intermitente; Síndrome do intestino irritável Osteomuscular, psicológica. Diminuição do limiar nociceptivo (hiperalgesia primária) Alterações neurológicas da transmissão da dor , a resposta se torna mais intensa e prolongada aos estímulos nociceptivos. e na extensão espacial da zona dolorosa (hiperalgesia secundária) Aumento da sensibilidade da membrana e da eficácia sináptica As aderências são formações fibrosas regenerativas, decorrentes de traumas mecânicos, infecções, inflamações ou sangramentos, Remetem à infertilidade, dor pélvica crônica, dispareunia e em casos mais graves, obstrução intestinal Suspeita-se em casos de: dor ou desconforto pélvico inespecífico tanto na sua caracterização, como localização,, início, periodicidade. Comum em pacientes pós cirurgias pélvicas ou DIP´s. Dor que não está associado a um período, não é cíclico. Dor pélvica crônica Saúde da mulher Possíveis causas de Dor pélvica crônica Carcinoma de cólon Obstrução intestinal crônica intermitente Moléstias inflamatórias: Fadiga, diarreia, cólica abdominal, perda de peso e febre, com ou sem sangramento grave, são as principais características da doença de Crohn. O processo inflamatório causa fibrose importante que pode evoluir com quadros obstrutivos do intestino delgado Obstipação crônica Hérnias de parede abdominal Síndrome do intestino irritável: É uma síndrome caracterizada por dor gastrointestinal crônica ou intermitente, dor abdominal, que está associada à função intestinal, na ausência de qualquer causa orgânica Dor miofascial pélvica Fibromialgia - pacientes que tem dores somadas para o diagnóstico, e uma delas pode ser a dor pélvica crônica. O paciente deve apresentar dor em todos os quatro quadrantes do corpo ❖ Presença de dor em pelo menos 11 áreas distintas do corpo, num total de 18 áreas possíveis. Síndrome do piriforme Coccialgia crônica Alterações de coluna lombosacral Alterações posturais: A má postura pode causar desequilíbrio muscular envolvendo a musculatura abdominal, fáscia toracolombar, lombar, extensores ou flexores do quadril e abdutores, levando a dor local ou referida. caracteriza-se principalmente por hiperlordose, anteversão pélvica e hiperextensão de joelhos Neuralgias osteítepúbica: síndrome inflamatória dolorosa da sínfise púbica ❖ A dor é agravada por movimentos como andar, subir escadas e tosse. Espasmos musculares de assoalho pélvico O que são varizes pélvicas? Observa-se dilatação e tortuosidade do plexo venoso pélvico associado à diminuição do retorno venoso. Dentre os fatores que poderiam justificar a ocorrência de varizes pélvicas destacam-se: A desembocadura da veia ovariana esquerda na veia renal esquerda em ângulo reto A transmissão da pulsação da aorta no cruzamento desta artéria com a veia renal esquerda Presença de dano valvular observado em muitas veias ovarianas. A congestão pélvica afeta com maior frequência mulheres multíparas, e relata-se relação com desconforto abdominal baixo, principalmente após longa permanência em posição ortostática. Podem ser encontradas em mulheres assintomáticas 1. 2. 3. Possíveis causas de Dor pélvica crônica Como se dá o sintoma de dor pélvica por leiomiomas uterinos Possíveis causas de Dor pélvica crônica Podem causar sintomas de pressão e induzir dor pela compressão. Também podem causar dor aguda devido à: degeneração, torção, ou expulsão dos leiomiomas através do colo do útero. A dor crônica é comum nas portadoras de miomas uterinos tratamento: Miomectomia ou histerectomia 1 2 3 Como ocorre a dor pélvica por cistite intersticial Causa urológica que gera a síndrome da bexiga dolorosa É uma condição inflamatória crônica da bexiga que causa dor pélvica e disfunção irritável da bexiga, com vontade exagerada de urinar e aumento da frequência urinária (polaciúria e poliúria). É uma inflamação sem infecção A incontinência urinária é também um sintoma associado. Neoplasia de bexiga: Carcinoma in situ e carcinoma invasivo de bexiga podem apresentar sintomas semelhantes aos da cistite intersticial. A possibilidade de neoplasia deve ser considerada em mulheres com hematúria, história de tabagismo, ou que tenham mais de 60 anos de idade. Possíveis causas de Dor pélvica crônica de origem urológica Quais são as causas gastrointestinais de dor pélvica? Quais são as causas osteomusculares de dor pélvica? Ascite deve suscitar hipótese de malignidade Volume aumentado do útero e/ou contornos irregulares, principalmente se útero móvel Somatização: É um diagnóstico de exclusão. Para diagnóstico, devem estar presentes os seguintes critérios: 1. Quatro locais diferentes de dor 2. Dois sintomas gastrointestinais 3. Além da dor, um sintoma neurológico, 4. Um problema sexual e reprodutiva (que não seja a dor). Uso excessivo de drogas (dependêcia de opiódes): pacientes com dor crônica têm uma resposta diminuída aos analgésicos opioides, de tal forma que doses superiores às normais são necessários para a analgesia adequada Assédio (ou abuso) sexual ou moral: Até 47% das mulheres com o DPC refere a história da física e sexual abuso. Depressão: Parece ocorrer mais frequentemente em mulheres com DPC Distúrbios do sono: Os distúrbios do sono podem ser resultado de dor crônica, bem como podem contribuir para a sua piora e agravamento de doenças psíquica Como se dá o diagnóstico de dor pélvica crônica através da anamnese? características da dor: cólica, em peso, pontada, queimação Realização de consultas estruturadas de forma clássica ou pelo emprego de questionários específicos para a avaliação de mulheres com DPC, A história da dor deve ser completa e deve avaliar todos os possíveis sistemas envolvidos: 1. Sistema genital 2. Gastrointestinal 3. Urinário 4. Músculo esquelético Investigação de tratamentos prévios, ou de qualquer forma de abuso. As características da dor devem ser registradas de forma detalhada, incluindo dados sobre: 1. A primeira ocorrência do quadro 2. Início da dor (súbito, insidioso) 3. Tipo (cólica, pontada, queimação) 4. Localização 5. Duração (constante ou intermitente) 6. Intensidade 7. Fatores de melhora e de piora 8. Irradiação 9. Sintomas associados, principalmente queixas urinárias, intestinais e dipareunia. O examinador deve sempre aplicar algum método objetivo de quanti cação da dor que contenha as características de cada episódio, mapa da dor e outras Quais achados específicos de aumento dos anexos uterinos? Cistos ou tumores ovarianos, endometriomas, gestação ectópica, hidro/hematossalpinge e abscesso tubo-ovariano. Se a palpação de uma massa pélvica após realização ooforectomia e/ou histerectomia: síndrome do ovário remanescente Quais são as causas neurológicasde dor pélvica? Como se dá o diagnóstico de dor pélvicacrônica através do exame físico? Inspeção da genitália, em busca de anormalidades anatômicas e lesões visíveis Palpação de linfonodos inguinais, avaliando-se linfonodomegalia inguinal ou mesmo tumorações endurecidas Colo uterino, vagina, conteúdo vaginal e presença de secreção endocervical devem ser analisados com auxílio de um espéculo. O toque bi-manual fornece informações quanto ao tamanho e contorno uterino, bem com quanto a sua mobilidade e ocorrência de dor à mobilização Anexos quando palpáveis, pode-se detectar presença de cistos ou tumorações anexiais. Na presença de formações anexiais palpáveis, deve-se atentar para o tamanho, mobilidade, consistência e dor à manipulação. A inspeção do orifício anal em busca de alterações, como doenças orificiais e prolapso retal, bem como o toque retal podem fornecer informações adicionais, especialmente quando se suspeita de doenças intestinais, endometriose e malignidades Quais achados específicos de ascite? Quais achados específicos de leiomiomas e adenomiose? Dor à palpação unidigital durante o toque vaginal reflexo anal: Pode esta ausente Dor em queimação localizada e generalizada provocada ou espontânea -> associada ao vaginismo Útero endurecido, fixo e não móvel Dor a mobilização do colo uterino Dor a palpação difusa do abdome, da base da bexiga e da uretra Quais achados específicos da doença do assoalho pélvico? Quais achados específicos de vulvodínea? Quais achados específicos de aderências pélvicas e endometriose? Quais achados específicos de DIP e endometrite crônica? Quais achados específicos da síndrome da congestão pélvica? Amolecimento do ovário durante compressão suave Quais achados específicos da síndrome da cistite intersticial? Teoria da menstruação retrógrada de Sampson: As células endometriais fluem para trás através das trompas de falópio e vão para a cavidade peritoneal. Como se a paciente menstruasse para trás. Teoria da metaplasia celômica: Originam de tecidos normais que sofrem um processo de diferenciação metaplásica.. Alteração na embriogênese do indivíduo. Teória genética: Predisposição genética ou alterações epigenéticas associadas a modificações no ambiente peritoneal (fatores inflaamtórios, imunológicos, hormonais e estresse oxidativo). Endometriose pré-menarca: Existência de restos embrionários Mullerianos (lesões antecedentes pré-existentes). Dor pélvica crônica: Aumento de mediadores inflamatórios e disfunção neuronal (provocada por estrógeno) Infertilidade: Distorção anatômica provocada por aderências pélvicas ou endometriais e produção de substâncias hostis à ovulação e implantação. A teoria mais aceita depende dos fatores de risco de cada paciente Nuliparidade e gestação tardia Exposição prolongada ao estrogênio endógeno (menarca precoce <8/9 anos) Menopausa tardia Menor ciclos menstruais Obstrução do trato genital inferior (hímen imperfurado) História familiar materna Malformações uterinas Raça branca e asiática Baixo IMC Consumo exagerado de álcool e café Duração aumentada do fluxo menstrual Estenose cervical Analgesia: evitar uso de opiodes (dependência). Inibidores da recaptação seletiva de serotonina, antidepressivos triciclicos, gabapentina e pré-gabalinna Tratamento específico para cada doença: quando indicar a cirurgia Fisioterapia motora Injeções em pontos de gatilho Glândulas endometriais que estão fora da cavidade uterina Com isso a paciente menstrua fora do útero. Ovários, fundo de saco, ligamentos laterais posteriores, ulterossacros, o útero, trompas, cólon, apêndice e ligamentos redondos, septo retrovaginal, bexiga, ureteres, umbigo Quais fatores de risco para endometriose? Quais tratamentos para DPC? Qual a definição de endometriose? 70% DPC 50% Infertilidade Qual a prevalência de endometriose? Quais são os sítios que tem endometriose? Quais teorias justificam a presença de endometriose? Anamnese (dor pélvica cíclica que começou um pouco depois da menarca) Exame físico (Sensibilidade no exame vaginal, nódulod ou abaulamentos no fórnice posterior ou na parede retovaginal, massas anexiais) Laparoscopia com biópsia Laboratório (nenhum marcador é útil; aumento inespecífico de CA-125 -marcador de tumores ovarianos) Exame de imagem (USG TV e USG para pesquisa de endometriose profunda, RNM da pelve com preparo intestinal) Sintomas de dor + massa palpável com padrão cíclico Local mais comum: Trato intestinal (colón e reto) - Dor abdominal e ou lombar, hemorragia retal cíclica, constipação e obstrução Pulmonar: Pneumotórax, hemotórax e hemoptise durante a menstruação. Acometimento umbilical: Massa palpável e cíclica Infertilidade: distorção anatômica (aderências pélvicas e endometriomas) Produção de substâncias: Prostaglandinas a(ambientes hostil - Função ovariana, fertilização e implantação) Multiparidade Intervalos prolongados de lactação Menarca tardia Endometriose peritoneal: Implantes superficiais no peritônio Endometriose ovariana: Implantes superficiais no ovário ou cistos (endometriomas). Marcador de gravidade, de doença profunda e deve-se avaliar malignidade Endometriose profunda: Lesão que penetra no espaço retroperitoneal ou na parede dos órgãos pélvicos com uma profundidade de 5mm ou mais . Mias difícil de trata. Dor pélvica: (sintomas mais comum) - 3/4 das paciente sintomáticas. Cíclica (durante o período menstrual) ou crônica (diariamente) Dismenorreia: Mais sugestiva quando surge após alguns anos de menstruação sem dor. Inicia no preríodo pré menstrual. Distribuição bilateral da dor. Os sintomas podem decorrer de acometimento retal, vesical e ureteral A intensidade dos sintomas NÃO se relaciona com a quantidade de focos endometriais Dispareunia e dor ao defecar Sítio da dor: Pode indicar localização da lesão Quais são as formas de diagnóstico para endometriose? Quais fatores que diminuem o risco de endometriose? Quais as 3 classificações da endometriose? Qual a sintomatologia da endometriose? Qual mecanismo da dor na endometriose? Qual quadro clínico da endometriose extrapélvica? Mecanismos: Inflamação peritoneal local Inflamação profunda com lesão tecidual Formação de aderências Espessamento fibrótico Acúmulo de sangue (Tração doloroso com a movimentação dos tecidos) 1. 2. 3. 4. 5. Estrogênio: Acredita-se que o crescimento e desenvolvimento dos focos endometrióticos são estrogênio dependente Enzima aromatase P450: Essa enzima transforma testosterona em estradiol e androstenediona em estrona. A sua atividade é potencializada pela PG E2 e produz estrogênio continuamente no endométrio Enzima 17-beta-hidroxiesteroide-desidrogenase: Tipo 2 endometrial combinada com altas concentrações de estrogênio podem ajudar a estabelecer e a estimular a doença. COX-2: Produz prostaglandina (PG E2) - Potente estimulador da aromatase e, ortanto, desencadeia um feedback positivo para a produção contínua endometrial de estrogênio. Implantes peritoneais superficiais e profundos, aderências e cistos ovarianos Dor pélvica persistente que não corresponde à terapia medicamentosa (após 3 meses de tratamento) Pacientes que não podem usar terapia hormonal Avaliação de sintomas graves que limitam a função e o tratamento de anormalidades anatômicas. Evitar o risco de danificar os órgãos pélvicos durante a cirurgia Evitar o risco de formação de aderências pós operatórias Tratar implantes não visualizados durante a cirurgia Trata sintomas, o que trata a doença é a cirurgia. Com bloqueio hormonal a doença não progride Quais fatores hormonais influenciam na endometriose? Quais indicações de realizar laparoscopia na endometriose ? Quais vantagens do tratamento da endometriose? Quais tratamentos medicamentosos para endometriose? Como a endometriose pode se apresentar? AINES: Primeira escolha para a dor Lembrar de antidepressivos a longo prazo Anticoncepcionais combinados: Combinado oral, adesivo transdérmico, injetável, anel vaginal Progesterona isolada: o dienogest Gestrinona: Estudo danazol X gestrinona: houve reduçãosemelhante da dor Implante de etnogestrel: Diminuição da dor semelhante ao AMP DIU de levonogestrel: DIU pós-operatório diminui a dismenorreia em endometriose cirurgicamente confirmadas Agonistas do GnRh: Utilizados a curto prazo - risco de perda de massa óssea e sintomas menopausais Qual idade média de diagnóstico de endometriose? 25 - 30 anos Ovários Ligamentos uterossacros Fundo de saco posterior Folheto posterior do ligamento largo Fundo de saco anterior Quais localizações mais comuns da endometriose ? Quais manifestações clínicas para endometriose? Dismenorreia progressiva: Mais frequente e geralmente de inicio da 3° década de vida. É altamente sugestiva de endometriose. Dura além do ciclo menstrual. Dor difusa e intensa na pelve, região lombar ou coxas. Sensação de compressão retal, náuseas e episódios diarreicos. Dispareunia: Causada pela infiltração em fundo de saco, associada a nódulos palpáveis ao toque vaginal e retal. Dor pélvica crônica Infertilidade: Aderências pélvicas que bloqueiam a motilidade tubo-ovariana e a captção do óvulo Endometriose extrapélvica: Dor e/ou massa palpável fora da pelve com um padrão cíclico de aparecimento. Geralmente acomete intestino grosso, delgado, apêndice e trato urinário. Referências: Medcurso 2016 Manual FEBRASGO doença pélvica crônica