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UNIVERSIDADE PAULISTA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA CENIRA PEREIRA DA SILVA – RA 1885652 GISELE APARECIDA CÂNDIDO FRANCISCO – RA 1647894 JANE VALIENTE – RA 1892125 MARIA CAROLINA BRITES – RA 1824276 A IMPORTÂNCIA DA BRINCADEIRA NA EDUCAÇÃO INFANTIL AMAMBAI/MS 2021 UNIVERSIDADE PAULISTA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA CENIRA PEREIRA DA SILVA – RA 1885652 GISELE APARECIDA CÂNDIDO FRANCISCO – RA 1647894 JANE VALIENTE – RA 1892125 MARIA CAROLINA BRITES – RA 1824276 A IMPORTÂNCIA DA BRINCADEIRA NA EDUCAÇÃO INFANTIL AMAMBAI/MS 2021 Trabalho Monográfico – Curso de Graduação – Licenciatura em Pedagogia, apresentado à comissão julgadora da UNIP EaD sob a orientação do professora Mireili Lúcia de Sant’Anna. FICHA CATALOGRÁFICA (VERIFIQUE OS AVISOS E AS ORIENTAÇÕES SOBRE ONDE E COMO CONFECCIONÁ-LA) AGRADECIMENTOS Agradecemos, a Deus por estar sempre presente em nossas vidas, e tornar tudo possível; agradecemos às nossas famílias, por todo apoio e confiança, e que certamente contribuíram para tornar possível a realização deste trabalho; e a nossos filhos, razão do nosso viver. Obrigado(a). DEDICATÓRIA Dedicamos esse trabalho primeiramente a Deus que nos fortaleceu cada momento, também a nossa familia que é nosso porto seguro, e enfim, a todos nossos amigos professores que nos aulixiaram nessa caminhada. RESUMO Este trabalho tem como objetivo analisar o que pensam e o que fazem professores da Educa- ção Infantil acerca da brincadeira e do brincar, considerando que a brincadeira contribui para a criança como uma forma de desenvolvimento de suas potencialidades e de expressão para o seu pleno desenvolvimento. Buscaremos informações para responder às nossas indagações em forma de aplicação de instrumentos de pesquisa bibliográfica. Pudemos analisar que através dos jogos, brinquedos e brincadeiras as crianças desenvolvem a imaginação, criatividade e a fantasia. O lúdico vem ser um recurso indispensável no processo de aprendizagem, auxiliando o educador e proporcionando estratégias para que a criança se desenvolva frente as suas dife- rentes necessidades e interesses. Professores da Educação Infantil reconhecem a importância do uso da brincadeira em suas atividades pedagógicas, porém, o brincar não é colocado em prática, revelando um cotidiano desmotivador, em que as crianças não têm suas especificida- des respeitadas, onde o lúdico não é utilizado e a brincadeira não tem espaço, ou seja, descon- sideram as características principais das crianças e da diversidade na qual estão inseridas. Palavras - chave: Educação Infantil, Brincadeira, lúdico. SUMÁRIO INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 06 1 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .......................................................................................08 1.1 A IMPORTÂNCIA DA BRINCADEIRA NA EDUCAÇÃO INFANTIL……….............08 1.1.1 Brincar, brinquedo e brincadeira: convivendo e aprendendo culturalmente...................08 1.1.2 A brincadeira como elemento pedagógico da construção do conhecimento...................11 1.2 O PAPEL DO PROFESSOR NA ESCOLA DE EDUCAÇÃO INFANTIL ......................14 2 MÉTODO .............................................................................................................................17 3 ANÁLISE DOS DADOS .....................................................................................................18 CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................................19 REFERÊNCIAS ......................................................................................................................21 7 INTRODUÇÃO O referente trabalho tem como tema a importância da brincadeira na Educação Infantil, procurando retratar a brincadeira, os jogos, o brinquedo, a imaginação, a fantasia na infância, bem como delimitando-se a primeira etapa da educação básica, a qual tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança até o cinco anos de idade, onde o brincar se torna fundamental e é nessa etapa que as crianças descobrem novos valores, sentimentos, costumes, ocorrendo também o desenvolvimento da autonomia, da identidade e a interação com outras pessoas. O tema foi escolhido justamente porque através do brincar a criança aprende, experimenta o mundo, possibilidades, relações sociais, elabora sua autonomia de ação, organiza emoções. Refletem sobre sua realidade e a cultura em que vivem. Mas algumas crianças e alguns contextos escolares infantis nem sempre oportunizam o brincar de forma adequada, pois alguns fatores impedem que isso aconteça, fatores esses abordados no decorrer do nosso trabalho. O brincar desenvolve também a aprendizagem da linguagem e a habilidade motora. O momento da brincadeira é uma oportunidade de desenvolvimento para a criança. Assim, a realização deste trabalho justificou-se na necessidades de reflexão sobre o conteúdo e a prática pedagógica de professores que atuam na Educação Infantil, trocando o ensino passivo pelo entusiasmo de aprender, pela maneira de ver, pensar, dialogar, compreender e significar o conhecimento. Também, incluindo a importância de envolver a criança em atividades que despertem sua criatividade, seu raciocínio e seus processos de significação dos conteúdos propostos pelo currículo. Devemos refletir na problemática em que os currículos que as escolas de educação infantil têm apresentado em relação às diferentes modalidades de aprendizagem. O brincar de forma satisfatória, agradável e desafiador é um aliado de uma educação de qualidade. Este trabalho tem como objetivo buscar os aspectos relevantes que o brincar proporciona na educação integral da criança. A educação infantil, primeira etapa da vida escolar, é um espaço muito enriquecedor na vida escolar das crianças. Pular essa fase é um grande prejuízo sócio e afetivo que a criança deixará de vivenciar. Além de explicitar que o brincar na primeira etapa da Educação Básica, no qual o lúdico é importante fator no processo ensino e aprendizagem no contexto dessa primeira etapa educacional. O professor de educação infantil enquanto promotor e mediador da aprendizagem, possui este papel de estimular a construção, ensinar a aprender a construir brinquedos. Não se 8 trata de uma transformação da sala de aula em ambiente teórico, mas torná-la prazerosa e desafiadora. Conhecer o significado do brincar, conceituar os principais termos utilizados para designar o ato de brincar, tornando-se também fundamental compreender o universo lúdico, no qual a criança comunica-se consigo mesma e com o mundo, aceita a existência dos outros, estabelece relações sociais, constrói conhecimentos, desenvolvendo-se integralmente, e ainda, os benefícios que o brincar proporciona no ensino-aprendizagem infantil. Portanto, para realizar este trabalho, utilizamos a pesquisa bibliográfica, fundamentada na reflexão de leitura s nos livros e artigos científicos referências de diversos autores que trazem discussões teóricas sobre o tema destacando principalmente os autores Chateau, Kishimoto e Vygotsky. Outro tópico que se destaca no trabalho é o brincar, constituindo-se como atividade fundamental nesse período do desenvolvimentoinfantil. O brincar auxilia na aprendizagem fazendo com que as crianças criem conceitos, ideias, em que se possam construir, explorar e reinventar os saberes. Ressaltamos também o papel do professor da educação infantil como guardião do brincar. Desta forma, este estudo proporcionará uma leitura mais consciente acerca da importância do brincar na vida do ser humano, e, em especial na vida da criança. O referente trabalho se organiza em três capítulos, sendo que o primeiro retrataremos alguns apontamentos com breve histórico da infância e do brincar na da Educação Infantil e brincar nos documentos norteadores na Educação Infantil, na sequência falaremos da relação da criança e o brincar. No segundo capítulo que se intitula “A importância da brincadeira na Educação Infantil”, falaremos sobre o ato de brincar, do brinquedo e da brincadeira como cultura no conviver e aprender, também sobre a brincadeira como elemento pedagógico da construção do conhecimento. No capítulo três intitulado “O papel do professor da Educação Infantil”, discutiremos a importância de seu papel como mediador no processo de aprendizagem de forma integral na relação com a criança e os espaços de brincar. Terminando com as considerações finais. 9 CAPÍTULO I – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 1.1 PERSPECTIVA HISTÓRICA DA INFÂNCIA E DO BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL Ser criança é ter curiosidade. É investigar, transformar e se transformar através das brincadeiras, invenções e descobertas. É explorar o mundo e tornar a vida divertida, num mundo onde tudo é possível. Ser criança é estar livre de responsabilidades, é não ter vergonha de fazer nada, é aprender a conhecer o mundo sem temor. A cultura na qual a criança nasce cresce e se desenvolve é determinante para sua formação, porque a criança vive socialmente, ela é um ser cultural, vivendo experiências constantemente, e ela aprende principalmente através dos sentidos que são fortemente afetados pelo ambiente de convívio. Ela vive em tempo e cultura diferente, umas das outras, vive uma experiência de infância diferente e de modo bem particular, e através de relatos do passado podemos perceber bem isto, crianças que em determinadas épocas não recebiam o trato que mereciam. Costa (2002) nos diz que a Idade Média trouxe da Idade Antiga tradições não muito boas para com o trato das crianças. No Império Romano, a criança dependia totalmente do desejo do pai, que poderia criá-la ou rejeitá-la, podendo até mesmo ter a morte como destino. Na tradição germânica, não se praticava o infanticídio, mas o destino da criança estava nas mãos de seu pai, podendo ser aceita e criada pela família paterna ou rejeitada, sendo entregue aos parentes maternos. Na Idade Moderna o conceito de criança passou de ingênua, frágil, ser desvalorizado, imóvel, sem serventia, uma tabula rasa. Do Século XVI para o Século XVII foi atribuído à infância o conceito de ser frágil. Porém, no Século XVIII, com as mudanças profundas na sociedade, a criança começa a ser observada, investigada por seu grande valor, por ser pura e capaz de se expressar espontaneamente. A esse respeito Vasconcelos (2007) traz ainda a ideia de que a criança se cristaliza definitivamente, assumindo um caráter distintivo e constituindo-se como referenciadora de um grupo humano que não se caracteriza pela imperfeição, incompletude ou miniaturização do adulto, mas por uma fase própria do desenvolvimento humano. Por este motivo, este século ficou marcado como o período da descoberta da infância. No início do século XIX fatos políticos, e econômicos tais como: o movimento da Revolução Industrial, o crescimento do operariado, o começo da organização dos trabalhadores do campo para reivindicar melhores condições de trabalho, a incorporação 10 crescente de mulheres da classe média no mercado de trabalho, quando as famílias tinham que trabalhar e se ausentavam de suas casas etc.; começou a preocupação com os seus filhos e como iriam deixá-los e com quem. Houve então, uma pressão meio que indireta, se expandido posteriormente com auxílio dos sindicatos e outras entidades. Daí, novas exigências surgiram com o tratamento das crianças. Passou-se a pensar na escolaridade como importante para o desenvolvimento social, então, a criança passou a ser vista de outra maneira pela sociedade. De início a proposta centrava-se em cuidar do bem-estar físico da criança, tempos depois a visão foi se alterando e a partir daí começa-se a preocupar-se também com o cognitivo, o que a partir da formação do estado começa a pensar sobre essa tal problemática apoiado por vários teóricos, essa proposta afirmou-se cada vez. A influencia dos pensamentos de educadores e filósofos contribuíram para a implementação de uma pedagogia para crianças. Vários teóricos desenvolveram ideias sobre educação para a infância, como: João Amos Comênio, considerado o maior educador e pedagogista do Século XVII, organizou a sua didática em quatro períodos considerando os anos de desenvolvimento: a infância, puerícia, adolescência e juventude, sendo que cada um desses períodos durava seis anos. No seu plano da escola materna, compreendia que a fase da infância como a melhor fase para proporcionar aprendizagens de toda ordem, sem esquecer-se de atribuir aos pais a responsabilidade pela educação da criança antes dos sete anos de idade. Comênio (apud ALMEIDA, p.3) diz que: Todos os ramos principais que uma árvore virá a ter, ela fá-los despontar do seu tronco, logo nos primeiros anos, de tal maneira que, depois apenas é necessário que elas cresçam e se desenvolvam. Do mesmo modo, todas as coisas, que queremos instruir um homem para utilidade de toda a vida, deverão ser-lhes plantadas logo nesta primeira escola. No Século XVIII, Jean Jacques Rousseau foi considerado uma das personalidades mais destacadas da história da pedagogia, apesar de não ter sido propriamente um educador, demonstrou a necessidade de não mais considerar a criança como um homem pequeno, mas que ela vive em um mundo próprio. Enfatizou que na infância a criança apresenta características peculiares, que precisam ser respeitadas. Rousseau (apud LUZURIAGA, 1983) afirmou que: 11 Procuram sempre o homem no menino, sem cuidar no que ele é antes de ser homem. Cumpre, pois, estudar o menino... Não se conhece a infância; com as falsas ideias que se tem dela, quanto mais longe vão mais se extraviam... A infância tem maneiras de ver, de pensar, de sentir, que lhes são próprias. Rousseau foi aquele que mais demonstrou preocupação com a infância e defendia que a criança deveria viver ativamente cada fase de seu desenvolvimento. No Século XIX Friedrich Froebel foi quem, organizou ideias educacionais que tiveram uma aplicação prática na primeira infância, considerando que essa tal preocupação se estendera a todos os níveis educacionais. Tomou destaque para a pedagogia da infância ao compreender o aspecto educativo do brinquedo ou das atividades lúdicas, enfatizando seu papel ativo no processo de desenvolvimento das crianças. Também destacou a auto atividade como o melhor caminho para determinação de um processo educacional. Do final do Século XIX e inicio do Século XX, ficou marcada a ruptura do domínio da Igreja sobre a educação e, portanto, um grande movimento de renovação pedagógica surgiu influenciado por diferentes ciências como, por exemplo, a psicologia e a pedagogia, ressaltando conhecimentos importantes sobre o desenvolvimento infantil e sobre suas especificidades de pensar e agir sobre a realidade. O psicólogo francês Henri Wallon atribuiu diversas significações ao ato motor. Para ele o movimento tem um papel fundamental na afetividade e também na cognição. Antes de agir diretamente sobre o meiofísico, o movimento atua sobre o meio humano. É importante destacar na contribuição de Wallon, (apud GALVÃO, 2003, p.151), a presença de jogos e brincadeiras na Educação Infantil que envolve, naturalmente, o movimento, que vai predominar como componente necessário para o desenvolvimento da criança, pois, através dele, a criança se coloca no meio, inteirando-se com os objetos, com as pessoas, explorando seu próprio corpo e espaço físico. Outro teórico que também contribuiu para ressaltar a importância do movimento ou da brincadeira foi Jonh Dewey. Ele também afirmava que, “o jogo, que é uma atividade lúdica é um fator decisivo para assegurar o desenvolvimento natural da criança”. Tal recurso foi utilizado desde a antiguidade através de educadores utilizando doces e guloseimas em forma de letras e números, para o ensino das crianças. Nesse contexto de pensadores que tratam as crianças como seres com especificidades, destacamos Ovide Decroly, que inicialmente, desenvolveu suas atividades educativas junto a crianças normais. Sua preocupação era é de substituir o ensino formalista, tradicional, por uma educação voltada para os interesses e necessidades das crianças. 12 Concluiu que o que mais interessa ser conhecido pela criança é, em primeiro lugar, ela mesma, para depois conhecer o meio em que vive. Jean Piaget, criador da epistemologia genética, desenvolveu longos estudos e pesquisas nos mais diversos campos do saber. Poderíamos destacar, nas obras de Piaget, vários aspectos relevantes para a educação infantil, dentre eles a construção do real, a construção das noções de tempo e espaço, a gênese das operações lógicas. Esses conhecimentos são de extrema relevância para as práticas educativas desenvolvidas com e para as crianças, pois servem de norte para a compreensão das características do pensamento infantil. Ampliando esses conhecimentos, Semenovich Vygotsky dedicou-se ao estudo do desenvolvimento humano, buscando sempre compreender o homem em processos de interação social. Suas preocupações foram direcionadas para o entendimento das origens sociais e das bases culturais do desenvolvimento individual. Destacamos também, a contribuição deixada a respeito da “zona de desenvolvimento proximal” (ZDP). Para Vygotsky desenvolvimento e aprendizagem são processos interativos, no entanto, cabe ao processo de aprendizagem, realizado em um contexto social específico, possibilitar o processo de desenvolvimento, o aprendizado pressupõe uma natureza social específica e um processo através do qual as crianças penetram na vida intelectual daqueles que a cercam. Assim, a aprendizagem escolar deve atuar estabelecendo ZDP’s, ou seja, estimulando as crianças a gradativamente desenvolvendo a autonomia de modo a fazer sozinha aquilo que antes só era capaz de fazer com um adulto. É possível perceber o quanto a criança desperta o interesse de muitos estudiosos. Mais especificamente o século XX desperta para questões educativas da criança, e sobre as questões de seus direitos e da família enfatizando, sobretudo, o brincar. É sobre esse tema que discutiremos a seguir. 1.2 O BRINCAR NOS DOCUMENTOS NORTEADORES DA EDUCAÇÃO INFANTIL Até a Constituição de 1988, o atendimento das crianças de zero aos seis anos era visto como assistencialista, posteriormente, assume-se o caráter educacional as instituições infantis garantidos legalmente direitos a educação, que são iguais para todas as crianças. Com a LDB/96 (lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, nº 9394/96), a Educação Infantil foi definida como primeira etapa da educação básica. Assim, instituições que se propõem a trabalhar com este nível de escolaridade, têm o papel social de cuidar das 13 crianças de zero até seis anos e de educá-los de modo intencional, ou seja, cuidar preservando a vida, dando atenção, acolhimento, protegendo, envolvendo-os numa relação afetiva, oferecendo um bem-estar, segurança, saúde e higiene, e educar, orientando, ensinando, favorecendo seu crescimento pessoal, possibilitando apropriação de conhecimentos. Na década de 90, a criança passa a ser vista como um cidadão de direitos, tendo garantidos mesmo antes de nascer. Essa conquista foi dada a partir da lei nº 8069/90, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), e, posteriormente com a LDBEN no qual eleva a Educação Infantil ao status de educação básica apontando como finalidade da Educação Infantil proporcionar condições adequadas de desenvolvimento físico, emocional, cognitivo e social da criança e promover a ampliação de suas experiências e conhecimentos, estimulando seu processo de transformação da natureza pela convivência social (Lei nº 9.394, seção II, Art. 29). A afirmação de tal estrutura da educacional significou um avanço na ideia de respeito à criança e as suas especificidades, da compreensão da criança como um ser diferente do adulto, como um ser capaz de, interferir no meio em que vive, produzindo cultura, mas sendo também por ela condicionada. A implementação das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (DCNEI, Parecer CEB/CNE nº 05/2009) buscam estabelecer princípios que devem ser levados em conta no trabalho com crianças, ou seja, as DCNEI visam nortear o trabalho pedagógico nas instituições infantis, tomando como princípios educativos: I- Princípios éticos: valorização da autonomia, da responsabilidade, da solidariedade e do respeito ao bem comum, ao meio ambiente e às diferentes culturas, identidades e singularidades. II- Princípios Políticos: dos direitos de cidadania, do exercício da críticidade e do respeito à ordem democrática. III- Princípios estéticos: valorização da sensibilidade, da criatividade, da ludicidade e da diversidade de manifestações artísticas e culturais... (DCNEI, 2009) Neste sentido, a ludicidade apresenta-se como um dos princípios da Educação Infantil e, acreditamos que este princípio perpassa todo o cotidiano e práticas pedagógicas com as crianças de zero a cinco anos. As DCNEI, (Parecer CEB/CNE nº 05/2009), afirmam ainda que as instituições que oferecem Educação Infantil devem garantir esses princípios cumprindo plenamente suas funções: 14 [...] assumindo a responsabilidade de compartilhar e complementar a educação e cuidado das crianças com a família; possibilitando tanto a convivência entre crianças e entre adultos e crianças quanto à ampliação de saberes e conhecimentos de diferentes naturezas; promovendo a igualdade de oportunidades educacionais entre as crianças de diferentes classes sociais no que se refere ao acesso a bens culturais e às possibilidades de vivência da infância; construindo novas formas de sociabilidade e subjetividade comprometidas com a ludicidade [...] Para efetivação de seus objetivos, as instituições de Educação Infantil deverão também oferecer condições quanto ao espaço físico para a criança. As crianças precisam se movimentar, se deslocar em espaços amplos internos e externos, ter uma boa acessibilidade a materiais, objetos, brinquedos e uma melhor atenção, no caso das crianças com deficiência, transtornos globais de desenvolvimento e altas habilidades, superdotação. O mesmo documento coloca ainda que a educação infantil deve ter como eixos norteadores as interações, garantindo experiências que: • Promovam o conhecimento de si e do mundo por meio da ampliação de experiências sensoriais, expressivas, corporais que possibilitem movimentação ampla, expressão da individualidade e respeito pelos ritmos e desejos da criança; • Ampliem a confiança e a participação das crianças nas atividades individuais e coletivas; • Possibilitem situações de aprendizagem mediadas para a elaboração da autonomia das crianças nas ações de cuidado pessoal, auto-organização,saúde e bem-estar; • Incentivem a curiosidade, a exploração, o encantamento, o questionamento, a indagação e o conhecimento das crianças em relação ao mundo físico e social, ao tempo e à natureza. Reforçando ainda o caráter das experiências, os Parâmetros Nacionais de Qualidade para a Educação Infantil (BRASIL, 2006) apontam que, a criança, vivendo em nosso país, tem direito à dignidade e ao respeito e reforçam os princípios destacados nas diretrizes, reforçando a ludicidade como um princípio: III. Os princípios estéticos no que se refere à formação da criança para o exercício progressivo da sensibilidade, da criatividade, da ludicidade e da diversidade de manifestações artísticas e culturais. Além dessas possibilidades, destaca-se a presença que os jogos e brincadeiras nas praticas das instituições representam uma fonte de conhecimento sobre o mundo e sobre si mesmo e, que contribuem no desenvolvimento de recursos cognitivos e afetivos, na tomada de 15 decisões, solução de problemas e o desenvolvimento do potencial criativo, além de ser tomada como um parâmetro para avaliação da qualidade do atendimento nas instituições de educação infantil. Diante disso, a importância da educação infantil e da escola como prática social devendo assegurar espaços de brincadeiras em seu cotidiano, para fazer valer o direito da criança de brincar. É sobre esse tópico que aprofundaremos a seguir. 1.3 A CRIANÇA E O BRINCAR A criança é um ser social, onde compartilha de uma determinada cultura. São consideradas atualmente, cidadãos de direitos e, simultaneamente, seres que tem especificidades no seu desenvolvimento, pois, nesta fase vivenciam momentos significativos do seu processo de crescimento e estão constantemente influenciadas em seu convívio entre os adultos e, se desenvolvem em meio a este convívio. A teoria piagetiana contribuiu efetivamente para entendermos como funcionam os períodos em que cada criança está e como consequência, como se dá o seu desenvolvimento. Portanto, a criança de 4 e 5 anos necessita de uma relação direta e concreta com o objeto de conhecimento para que elas possam conhecer e aprender seus significados e sentidos. As crianças necessitam agir sobre os objetos e, na interação com os mesmos, vão construindo seu pensamento e sua inteligência. Em relação à importância da brincadeira na Educação Infantil Vygotsky (1991) afirma que a criança ao brincar cria uma situação imaginária onde existem, regras de comportamento que são representadas na brincadeira. Para ele o conhecimento é construído a partir de interações com os outros e com o meio social e cultural. Para este autor, a criança é um sujeito que tem ideias, desejos, opiniões, capacidades de decidir, de criar, de inventar, que se manifestam desde cedo através de seus movimentos, das suas expressões, no seu olhar, da sua fala, etc. Esses desejos, vontades, opiniões, essas capacidades de decidir, maneiras de pensar de se expressar e como ela compreende o mundo, são construídas através do meio social em que ela vive. Deste modo, a criança é vista como um ser que age e interage no ambiente no qual está inserida. Ao se relacionar com os pais, parentes, amigos e com os professores quando já está na idade escolar, à criança encontrando a uma infinidade de significados, pelos quais, ela vai se apropriando através do seu desejo e necessidade de conhecer o mundo, e a brincadeira é o meio pelo qual ela apreende o mundo. Assim, é possível entender que o brincar como característica do ser criança torna-se elemento importante que deve ser considerado seja no 16 ambiente familiar, escolar ou em outros lugares, nos quais a criança é o foco de atenção. Wajskop (2009, p. 25), afirma que: “A criança desenvolve-se pela experiência social, nas interações que estabelece, desde cedo, com a experiência sócio-histórica dos adultos e do mundo por eles criado”. Deste modo, o brincar é uma atividade indispensável para o desenvolvimento destas características das crianças. É uma maneira de a criança dar significado ao mundo adulto, buscando imitá-lo, já que não podem vivenciar plenamente as atividades do cotidiano. As crianças fazem do brincar, a vivência observada por elas no dia a dia no meio familiar e social, desenvolvendo assim, sua capacidade de abstração e expressando seus desejos, sentimentos e medos. Através desta observação da vida adulta, a criança ao brincar, também desenvolve a capacidade de transformar a realidade, por meio de sua capacidade de imaginar, isto acontece através da brincadeira do “faz de conta”. Como afirma Carvalho (2010), o brincar estimula a inteligência, possibilita uma maior e melhor compreensão do mundo, favorece a simulação de situações, antecipa soluções de problemas, sensibiliza, alivia tensões, estimula o imaginário e, consequentemente, a criatividade. Permite também o desenvolvimento do autoconhecimento, elevando a autoestima, propiciando o desenvolvimento físico-motor. Além de constituir num espaço social de transmissão de cultura, em que as crianças são agentes desse processo, e assim, crescem, ampliam seus conhecimentos de mundo, desenvolvem-se intelectualmente, emocionalmente e afetivamente, colocam-se na relação com o mundo para também se apropriar dos valores e das normas estabelecidas socialmente. Para uma atividade simples e comum como o brincar, não se tem ideia de quão importante é para o desenvolvimento do ser humano quando ainda criança. Muitas crianças têm dificuldade para brincar, se divertir, por estarem inseridas em ambientes pequenos, moradias que não oferecem nenhum espaço para o lazer. Então, muitas vezes estas crianças brincam na rua em busca de um melhor ambiente, lugar mais amplo, onde elas encontram um espaço de interação social e de brincadeiras. Porém, na grande maioria, são ruas movimentadas, que oferecem risco às crianças que não podem ficar sozinhas devido ao aumento de violência urbana que as isola dentro de suas casas (CARVALHO, 2002). Em decorrência da inserção da mulher no mercado de trabalho, as famílias se afastaram cada vez mais e as mães já não podem mais acompanhar seus filhos durante o decorrer do dia enquanto brincam. Daí então, as crianças se refugiam em casa, sem contato direto com o mundo, utilizando apenas a internet, televisores, quando estas têm acesso a tais tecnologias, quando não, se tornam crianças alheias a esses bens. Esses novos componentes 17 nos levam a rever as funções da escola e o seu papel no processo de apropriação e transformação das crianças. Confirma-se então, a necessidade de se oferecer às crianças pequenas instituições apropriadas para que as mesmas possam ter momentos de lazer diário e de forma segura e prazerosa. As muitas pesquisas realizadas por estudiosos na área comprovaram o valor de que o brincar é essencial à vida. Por isso, é um direito da criança, independente de raça, cor, situação social, do tipo de vida que se leve, todas as crianças precisam brincar, de alegria, de sonhos e fantasias para viver. Para tanto, a escola precisa disponibilizar ambientes que permitam as crianças experimentar novas formas de lazer, de pensar e de se comportar. No ambiente escolar, o professor pode organizar o tempo e o espaço para as brincadeiras livres e dirigidas com as crianças com o intuito de promover aprendizagens. Nessa relação pedagógica, as crianças aprendem determinados conhecimentos, e interage com seus pares e o adulto ali presente. É em relação à presença do adulto na brincadeira e o seu papel no desenvolvimento e aprendizagem das crianças que discutiremos no item a seguir. 18 1.1 A IMPORTÂNCIA DA BRINCADEIRA NA EDUCAÇÃO INFANTIL 1.1.1 BRINCAR, BRINQUEDO E BRINCADEIRA: CONVIVENDO E APRENDENDO CULTURALMENTE.A criança é, antes de tudo, um ser que brinca. Desde a barriga da mãe usa desse artifício para desenvolver suas capacidades intelectuais naturalmente falando. Quando usamos do mesmo artifício, podemos colocar o ensino ao nível da criança, fazendo de seus instintos naturais, aliados e não opositores. Assim, a capacidade de brincar possibilita às crianças um espaço para resolução dos probelmas que as rodeiam. A literatura especificalizada no crescimento e no desenvolvimento infantil considera que o ato de brincar é mais que a simples satisfação de desejos. O brincar é fazer em si, um fazer que requer tempo e espaços próprios; um fazer que se constitui de experiências culturais e universais porque facilita o crescimento e conduz aos relacionamentos grupais. Uma forma de comunicação consigo mesmo e com os outros (ABRAMOVICH; FANNY, 1995, p.115) A brincadeira é a forma que as crianças encontram para representar o contexto em que são inseridas. O modo como elas brincam revelam seu mundo interior. Dessa forma, por exemplo, o brincar de médico, ou de guerra, implica apropriar-se de algumas características da realidade. É uma forma de busca da compreensçao do meio em que estão inseridas. Ao brincar, as crianças aplicam no brinquedo sua sensibilidade sem duvidar daquilo que estão praticando ao brincar, do que isso representa à elas, pois ao brincar com um carrinho ou uma boneca, esses objetos não são meros brinquedos para elas, mais uma representação nítida de sua imaginação de forma real. Para Oliveira (1992), o brinquedo entendido como objeto, suporte da brincadeira, supõe relação íntima com a criança. O seu nível de desenvolvimento e indeterminação quanto ao uso pressupõe a ausência de um sistema de regras padronizadas que organize a sua utilização. Um boneca permite à crianças desde a sua manipulação, até brincadeiras como “mamãe e filhinha”. O brinquedo estimula a representação,a expressão de imagens que evocam aspectos da realidade. Ao contrário, jogos como xadrez, por exemplo, exige de modo explícito ou implícito, o desempenho de habilidades definidas pela estrutura do próprio objeto e suas regras. 19 O brinquedo representa certas realidades. Uma representação é algo presente no lugar de algo. Representar é responder à alguma coisa e premitir sua evocação, mesmo em sua ausência. O brinquedo coloca a criança na presença de reproduções sobre o que existe no cotidiano, na natureza e construções humanas. Pode-se dizer que um dos objetivos do brinquedo é dar à criança um substituto dos objetos reais, para que possa manipulá-los. Duplicando diversos tipos de realidade, o brinquedo, as metamorfoses e fotografia, não reproduzindo apenas objetos, mas uma totalidade social. (OLIVEIRA, 2007, p.68) Na maioria das vezes, a realidade representada incorpora modificações: como tamanho, formas delicadas e simples, estilizadas ou ainda, antropomórficas. Os brinquedos animados, seriados telivisivos, mundo de ficção científica, como motortes e robôs, mundo encantado dos contos de fada, estórias de piratas e índios. Ao representar realidades imaginárias, os brinquedos expressam, preferencialmente, personagens sob forma de bonecos, como manequisn articulados ou super-heróis, mistos de homens, animais, máquinas e monstros. O brinquedo propõe um mundo imaginário à crianças e representa a visão que o adulto tem a criança. No caso da criança, o imaginário varia conforme a idade: para pré-escolar de 3 anos está carregado de animismo, de 4 a 5 anos, integra predomindantemente elementos da realidade. Embora Oliveira (1992) afirma que o adulto introduz nos brinquedos imagens que varia de acordo com sua cultura, a criança pode cosntruir seu conhecimento sobre o mundo, tranformando o real com os recursos da fantasia e da imaginação. Nesse momento tem chance de ar vazão à afetividade, porém, em muitos casos, é barrada no decorrer da difícil luta pela sobrevivência enfrentada dia-a-dia por seus pais. Quando a criança brinca, mergulha na brincadeira de tal forma que muitas vezes não percebe o mundo ao seu redor, esquecendo do meio que a cerca, tranformando-se no personagem central vivenciado em suas fantasias. Ao se distanciar da realidade, conquista a afirmação de seu ser, proclamando seu poder e sua atonomia, permitindo ainda explorar o mundo e realizar pequenos ensaios compreendendo e assimilando gradativamente suas regras e padrões, observando em doses pequenas e toleráveis. Isso significa uma premissa valiosa para a criança, porque é importante para o desenvolvimento de toda a sua vida. Essa afirmação denota a contribuição do pesquisador Piaget ao contexto educacional ao propor a filosofia “ensinar brincando”. Lembramos que uma pedagogia moderna é aquela que faz uso dos recursos lúdicos em seu âmbito escolar. (SOUZA, 2000, p. 101) 20 Através desse ambiente, a criança se prepara para a vida mediante as assimilações da cultura vivenciada, conhece às condições que a vida lhe proporciona, aprende a cooperar com seus semelhantes, desenvolve a criantividade, a capacidade de inventar e de conviver como em sociedade. Ao brincar, as crianças vão construindo um conhecimento sobre a realiade, ao mesmo instante em que já vivem uma possibilidade de modificá-la. A criança está inserida, desde o seu nascimento, num contexto social e seus comportamentos estão impregnados por esta imersão inevitável. Não existe na criança uma brincadeira natural. A brincadeira é um processo de relações interindividuais, por tanto de cultura [...]. É preciso partir dos elementos que ela vai encontrar em seu ambiente, para se adaptar a suas capacidades. As brincadeiras pressupõem uma aprendizagem social. (BROUGÉRE, 1997, p. 97-98) De quelquer forma, a brincadeira é uma maneira que as crianças utilizam para interpretar e conhecer o mundo, os objetos, a cultura, as relações, as emoções, os conflitos e contradições e a afetividade. É uma situação privilegiada de aprendizagem, em que ela atinge níveis complexos nas interações, podendo recriar e estabelecer contato com as normas e os conteúdos vivenciados no cotidiano escolar e não-escolar. Podemos dizer que a brincadeira é então, um fato de caráter social privilegiado de interação que para a criança é fundamental, pois garante na fase infantil a construção do sujeito como ser humano, da autonomia e da produção de história e cultura. A convivência da criança em um ambiente com interações recíprocas contribui de forma relativa de sua socialização. O círculo humano e o ambiente formado pelos objetos contribuem para a socialização da criança e isso através de múltiplas interações, dentre as quais algumas tornam forma de brincadeira ou pelo menos de um comportamento reconhecido como tal pelo adulto. Esse comprtamento pode ser identificado como brincadeira na medida em que não se origina de nenhuma obrigação senão daquela que é livremente consentida, não parecendo buscar nehum resultado além do prazer que a atividade proporciona (BROUGÉRE, 1997, p.61) De acordo com o autor, a brincadeira aparece como a atividade que permite à criança a apropriação dos códigos culturais tendo em vista a sua socialização, pois através da brincadeira a criança tem entrada na cultura, numa cultura particular, tal como ela se faz presente num momento específico com seu valor histórico. Ao brincar, a criança entra em contato com o universo que o rodeia. 21 Dessa forma, o brincar é uma forma de manifestação cultural. A cultura é algo que pertence a um grupo social e que nos faz participar de ideias e objetivos comuns. As crianças promulgam a cultura por meio da brincadeiras sendo capaz de recriar, transformar e se apropriar do universoque as rodeiam, dando-lhes significações. Entendemos portanto, que a crinaça aprende e produz cultura e este aprendizado pode incluir comportamentos como agrassividade, violência, desejos compulsivos por comprar, por exemplo, desejo de dominância e se impôr sobre o outro, a ponto de anular o que o outro sente. Porém, o brincar pode significar também, uma possibilidade de modificação do real durante a manifestação da criança no ato educativo, representando apenas o imaginário. A brincadeira é o melhor instrumento para a satisfação das necessidades que vão surgindo no seu dia-a-dia. Para a criança, é um espaço de investigação e construção de conhecimento sobre si e sobre o mundo. É através da brincadeira que a crinaça expressa a froma de como ela ordena e desorganiza o mundo à sua maneira. Brincando, a crinaça percebe o mundo e dele recebe elementos importantes para a sua vida, desde os pequenos hábitos, até fatores determinantes da cultura de seu tempo. Também, é através do brincar que a crinaça expressa aquilo que tem dificuldade de colocar em palavras. 1.1.2 A BRINCADEIRA COMO ELEMENTO PEDAGÓGICO DA CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO Vygotsky aput Kishimoto (1998) analisou a brincadeira. Para ele, traz a oportunidade para a realização dos desejos e necessidades da criança e também a possibilidade para a criança exercitar-se no domínio do simbolismo. As brincadeiras são importantes no processo educativo, pois impilsiona o desenvolvimento da criança. A imaginação e a possibilidade de discussão durante o convívio com outras crianças estão presentes nas brincadeiras infantis, assim como naquelas consideradas tradicionais, a saber: nas brincadeiras de faz-de-conta e nos jogos. Vygotsky (1984) entende a brincadeira como instrumento relevante no sentido de preencher uma atividade básica da criança, consistindo-se num ensejo para a ação. Para Kishimoto (1998, p. 130), Vygotsky evidencia que quando a criança brinca, “ela cria uma situação imaginária, essaq característica define o brinquedo”. Nessa situação de imaginação, ao assumir um papel, a criança inicialmente imita o comportamento do adulto tal como ela observa em seu contexto, portanto, a essência da brincadeira é a criança de uma nova semelhança em meio ao campo do significado e o campo de percepção visual. 22 Para Vygotsky (1984), a aprendizagem implica em uma natureza de ordem social específica e num processo mediante o qual as crianças se elevam à vida intelectual daqueles que a rodeiam. É por isso que para o autor A brincadeira cria uma nova forma de desejos. Ensina-a a desejar, relacionando os seus desejos a um “eu” fictício, ao seu papel na brincadeira e suas regras. Dessa maniera, as maiores aquisições de uma criança são conseguidas no brinquedo, aquisições que no futuro torna-se-ão seu nível básico de ação real e moralidade. (VYGOTSKY, 1984, p.114) Assim, Vygotsky aput Kishimoto (1998) se contrapõe à ideia de brincadeira apenas como uma fonte de prazer, ou como instinto natural. Para o educador, é importante descobrir quais as necessidades que satisfazem a criança na brincadeira, para que possibilite o aprendizado particular da brincadeira como uma fonte de atividade. Desta maneira, é possível contar com a ajuda dos brinquedos como fator educativo. Na origem dos jogos entrelaçam-se processos geradores de tensão na criança, que surgem pelo fato de esta começar a experimentar as necessidades que não podem ser feitas; pela tendência da criança buscar satisfação imediata das suas necessidades e desejos e, finalmente, pela diminuição de sua capacidade de esquecer a não satisfação de outras necessidades, que é possível grças às transformações ocorridas em sua memória. (VYGOTSKY apud KISHIMOTO, 1998, p. 129). Brincar não é uma forma de aprender, é muito mais que isso. É experimentar, relacionar-se tranformar-se, negociar. As brincadeiras favorecem a formação da personalidade, e benefícios didáticos importantes. Conforme Brougére (1997), “a brincadeira só é possível se os seres que a ela se dedicam forem capazes de certo graus de metacomunicação, ou seja, se forem capazes de trocar sinais que veiculem a mensagem, isto é, uma brincadeira”. Assim, a maneira como a brincadeira é proporcionada na infância é fator de socialização no contexto em que a criança está inserida, dependente da época, classe social e consição de vida, e principalmente, entre outros fatores, da intencionalidade pedagógica do professor no tempo e espaço do processo de desenvolvimento e aprendizagem. Para isso e nesse sentido, a intensionalidade do professor precisa proporcionar o desenvolvimento da confiança, autonomia e da identidade, bem como o apegop, e relações com outras pessoas para poder observar, refletir e decidir sobre os comportamentos e padrões próprios do meio que está vivendo. Vygostsky (1984) atribui relevante papel ao ato de brincar na constituição do pensamento infantil. É brincando, jogando, que a criança revela seu estado cognitivo, visual, auditivo, tátil, motor, seu modo de aprender e entrar em uma relação cognitiva com o mundo de eventos, pessoas, coisas e símbolos. 23 A criança, por meio da brincadeira, reproduz o discurso externo e o internaliza, construindo seu próprio pensamento. A linguagem, segundo o mesmo autor, tem importante papel no desenvolvimento cognitivo da criança à medida que sistematiza suas experiências e ainda colabora na organização dos processos em andamento. A brincadeira cria para as crianças uma “zona de desenvolvimento proximal” que não é outra coisa senão a distância entre o nível atual de desenvolvimento, determinado pela capacidade de resolver independentemente um problema, e o nível atual de desenvolvimento potencial, determinado através da resolução de um problema sob a orientação de um adulto ou com a colaboração de um companheiro mais capaz. Lima (2006) salienta que o se envolver em uma relação lúdica, a criança pode ser o que desejar, representando vários papéis. Brincar não é ficar sem fazer nada. Ele tem caráter sério, porque é seu trabalho e por meio dessas atividades que a criança desenvolve qualidades, limites, atividades e conceitos de si mesma. A brincaderira é uma atividade social e de construção de conhecimento privilegiada em que as crianças se interagem. É esta interação que pode contribuir pedagogicamente com o processo de socialização da criança, visando à significação do conhecimento. Para tanto, é preciso diminuir o autoritarismo do professor, criar situações para o desenvolvimento da autonomia, incrementar ações que favoreçam a troca de opiniões e sugestões nas atividades. Ademais, a brincadeira constiui-se em um momento de aprendizagem que possibilite à criança vivenciar papéis, elaborar conceitos e exteriorizar a realidade. Assim, a brincadeira é uma atividade humana e social, fruto da cultura, pois é possivel apropriar-se de elementos da realidade e atribuir-lhes novos significados. 24 1.2 O PAPEL DO PROFESSOR NA EDUCAÇÃO INFANTIL O professor tem um papel importante na sala de aula atuando com crianças de diferentes faixas etárias. É ele quem organiza a sala de aula, planeja atividades e elabora os momentos do brincar, preparando o ambiente e tudo o que é necessário para aquele momento. No documento oficial do MEC, “Critérios para um Atendimento em Creche e Pré Escola que Respeite os Direitos Fundamentais das Crianças” (Brasil, 2009), o direito a brincadeira aparece como critérios a ser esboçado para a infância, tendo em vista a importância do lúdico nesse ambiente. As escolas de Educação Infantil constituem lugar privilegiado da educação das crianças pequenas e, portanto, devem considerar o brincar como elemento mais importante e eixo estruturante do currículo e do contexto das práticas pedagógicas dos professores.Neste sentido, o art. 8º da Lei de Diretrizes e Bases diz que: A proposta pedagógica das instituições de Educação Infantil deve ter como objetivo garantir à criança acesso aos processos de apropriação, renovação e articulação de conhecimentos e aprendizagens de diferentes linguagens, assim como o direito à proteção, à saúde, à liberdade, à confiança, ao respeito, à dignidade, à brincadeira, à convivência e à interação com outras crianças. (BRASIL, 1996) Nota-se que a brincadeira e o direto à saúde ou o respeito à dignidade são direitos equivalentes, nem maior, nem menor, ao mesmo tempo que aponta que tais direitos deve estar garantidos como elemento do cotidiano. Assim, não se trata de uma escolha por parte das instituições, mas de um direito que necessita ser garantido a todas as crianças. O mesmo caráter está explicito no art.10, ainda da LDB. O referido artigo ressalta que para que esses objetivos sejam alcançados as instituições devem criar procedimentos para o acompanhamento do trabalho pedagógico em prol do desenvolvimento das crianças a partir da observação das atividades propostas, das brincadeiras e das diferentes interações estabelecidas entre criança-criança e adulto-criança no cotidiano escolar. Neste sentido, o maior desafio das instituições que atendem a Educação Infantil é de manter uma organização adequada do ambiente escolar, oferecendo aos pequenos espaços organizados relacionados aos cuidados devidos e, com as características das crianças, de maneira que as mesmas possam usufruir de forma participativa e autônoma. É importante que nas instituições de Educação Infantil haja um acervo de jogos e brincadeiras apropriados às crianças, afim de que elas reinventem o que veem os adultos 25 fazerem. Assim, elas brincam de faz de conta, de brincadeiras cantadas, de brincadeiras tradicionais, de jogos de competição, jogos de mesa, jogos de sorte e azar, de jogos de linguagem, brincam em brinquedos de escorregar, balançar, rodopiar, enfim, vivenciam plenamente o brincar, mesclando diversas linguagens. Alguns professores veem o brincar em uma instituição educativa apenas como estratégia para aprender determinado conteúdo. Em outras situações, vemos professores deixarem as crianças “livres” para brincar, apenas como forma de ocupar o seu tempo na educação infantil, ou mesmo para os professores ficarem livres para conversar, arrumar o armário, organizar alguns materiais, entre outras atividades. Muitas vezes ainda, a brincadeira é utilizada apenas como uma recreação mediada, sem a valorização do brincar livre que é mais significativo. Segundo Kishimoto (2005) a brincadeira livre, escolhida pelas crianças é o brincar espontâneo. É durante essas brincadeiras que as crianças exprimem fragmentos de sua própria realidade, o que constitui uma ferramenta importante para o professor observar os interesses e habilidades das crianças. Outros professores, porém, concebem o brincar como uma forma privilegiada de a criança ser e estar no mundo, e reconhecem a importância dessa linguagem ser explorada desde muito cedo e de modo intencional na educação infantil. Nesse sentido, envolvem-se nas brincadeiras das crianças e organizam seu trabalho levando em conta uma concepção clara e consciente do brincar. As práticas docentes são diversas. Precisamos de professores inovadores, criativos, que estejam dispostos a caminhar por novos caminhos que possam levar a educação infantil a passar por uma transformação. Para Kishimoto (2002, p.134), o educador deve ser o mediador, observador, orientador, respeitando e compreendendo o universo infantil. Ele deve utilizar variadas técnicas de aprendizagens, diversos recursos didáticos e trocas de experiências que auxiliem na evolução e no progresso das crianças através da ludicidade. Almeida (2012 p.102) completa o pensamento anterior quando afirma que: O educador pode desempenhar um importante papel no transcorrer das brincadeiras se consegue discernir os momentos em que deve só observar, em que deve intervir na coordenação da brincadeira, ou em que deve integrar-se como participante das mesmas. A brincadeira é uma atividade lúdica de aprendizagem, algo em que os alunos desejam e sentem-se atraídos. Quando os educadores perceberem claramente que o brincar favorece a aprendizagem, e adequarem suas práticas pedagógicas às necessidades específicas 26 e às possibilidades de desenvolvimento e aprendizagem que as brincadeiras oferecem o brincar passará a ter um novo e maior significado. Pontes e Magalhães (2003), afirmam que é imprescindível que os professores compreendam a importância da brincadeira e suas implicações para organizar o processo educativo de modo mais positivo, Sem esta compreensão, corre-se o risco de uma prática educativa defasada, com professores apenas preocupados em desenvolver a brincadeira em sala de aula objetivando atitudes de cooperação, respeito, paciência, solidariedade entre os alunos, mas direcionando a atividade sempre para a competição e levando o aluno a seguir suas ordens sem ter a liberdade de pensar, agir sozinho e expressar suas ideias. O professor como adulto mais experiente, deve estimular brincadeiras, organizar o espaço da sala de aula, facilitando a disposição dos brinquedos e os demais elementos da sala de aula. Trazer propostas de brincadeiras diferenciadas visando incitar as crianças a se desenvolverem nesta ou naquela direção, mas nunca por obrigação, deixando-as tomarem a decisão de se engajarem na atividade, afinal, a preparação adequada aumenta grandemente as chances de ocorrer uma brincadeira produtiva. Diante da conduta lúdica o professor deve conhecer e considerar as singularidades das crianças, respeitando suas diferenças, costumes, valores e crenças. O professor deve brincar com as crianças, principalmente se elas o convidarem, procurando ter o máximo de cuidado e respeito às suas brincadeiras e ritmos. Deste modo, é preciso muita sensibilidade e bom nível de observação para participar de forma positiva. A partir dessas considerações, o educador constitui-se como parceiro, cuja função é propiciar e garantir um ambiente saudável, prazeroso e não discriminatório de experiências educativas e sociais variadas por meio da brincadeira. Diante disto, cabe á escola de Educação Infantil, assegurar espaços de brincadeiras em seu cotidiano, para que a criança desfrute do seu direito de brincar, com o direito de desenvolver melhor a sua formação humana e ainda possibilitar às crianças a vivência de alguns direitos, tais como o de ver atendidas as suas necessidades básicas de sono, alimentação, higiene, saúde, proteção, bem como a garantia do direito de desenvolver as múltiplas linguagens, de ter contato com a natureza, de se movimentar, de ter acesso aos saberes. Como já foi dito, as práticas dos professores são diversas e, suas concepções sobre o brincar também se apresentam diferentes. A seguir descobriremos o que pensam e o que fazem os os professores em relação ao brincar na educação infantil. 27 CAPÍTULO II – MÉTODOS Para a realização de tal pesquisa utilizamos o método de pesquisa bibliográfica, considerando a praticidade do método e a dificuldade de poder realizar uma pesquisa de campo evido à pandemia do Covit 19. O tema “A importância da brincadeira na Eucação Infantil” foi escolhido justamente quando realizamos nosso estágio em Educacação Infantil e ao fato de havermos planejado, estudando melhor essa etapa de ensino, analisamos que a ludicidade, a infância em si se demosntrou um fator disparante para escolhermos nosso foco de pesquisa. Quando percebemos que um planejamento para crianças dessa etapa não poderia ser feito desconsiderando as brincadeiras, a imaginação, a fantasia,o ser criança; percemos muito além, que para haver um resultado considerável de aprendizagem, que essa aprendizgem se tornasse de qualidade garantindo que as crianças que frequentam a Educação Infantil tivesse uma educação integral; os professores que são os gestores responsáveis pelo processo de ensino/aprendagem em sala, deveriam considerar de suma importância esses itens para obter sucesso em seu trabalho pedagógico. Além de que o currículo escolar, precisava garantir que as brincadeiras fossem assegurada como parte fundamental dentro dos conteúdos, ou mesmo, entrelaçadas nos métodos trabalhados pelos educadores. Utilizamos obras bibliográficas de autores renomados nas pesquisas nessa área, como: Chateau, Kishimoto e Vygotsky, Kishimoto, Brougére, Lima, Souza, Oliveira e demais colaboradores. Utilizamos comoreferncial também a LDB (lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira). Nossa pesquisa tinha como foco principal o sujeito criança, porém ao decorrer de nossos estudos e levantamentos, acabamos compreendendo que não poderíamos analisar um processo de ensino/aprendizagem onde os sujeitos não fosse criança/educador, portanto assim, o educador passou a ser sujeito de estudo e análise, bem como o espaço da Educação Infantil. A pesquisa se dividiu em quatro etapas principais, a escolha do tema, o levantamento dos dados bibliográficos e a elaboração da pesquisa (que nessa, era auxiliada por nosso orientador), culminando na análise dos dos para conclusão. Podemos dizer que toda pesquisa durabilizou quatro meses, desde a escolha do tema à conclusão do trabalho. 28 CAPÍTULO III – ANÁLISE E DISCUSSÃO De acordo com os estudos levantados, pode-se considerar que as brincadeiras são um processo que facilita a aprendizagem. Pois ela é capaz de estimular os sentidos da criança relacionando a brincadeira e o conteúdo proposto em aula. Entende-se que a brincadeira consegue atingir o processo de ludicidade quando a criança brinca de forma prazerosa e consegue se relacionar com o universo imaginário que a brincadeira pode oferecer. Ou seja, a criança deve interagir com a brincadeira, de forma a criar um ambiente que a criança sinta a brincadeira como um universo imaginário, onde ela possa fluir sua imaginação, sentir-se como sujeito desse universo. A forma pela qual os educadores utilizam em suas metodologias o lúdico como facilitador do processo da aprendizagem em sala de aula é a utilização de diferentes brincadeiras tais como: jogos, brincadeiras cantadas, brincadeiras de roda (livres ou dirigidas) nos planejamentos, torna o ensino mais atrativo e significativo para a criança. Por meio das diferentes brincadeiras busca-se alcançar mudanças de atitudes e aprendizado da vida de cada criança em particular e potencializando a aprendizagem de forma integral. Portanto, podemos dizer que o lúdico é a arte de proporcionar ao indivíduo momentos de entretenimento prazeroso, um mundo de faz de conta, onde o próprio indivíduo consegue interiorizar-se com situações, compreender e resolver problemas do seu mundo real, levantar hipóteses, criatividade, enriquecer e ampliar seu conhecimento, aprimorar respeito e valorização de si e ao próximo, conquista de autoestima, autonomia, segurança e maturidade. Em relação à contribuição das brincadeiras no desenvolvimento da aprendizagem, pode destacar: em relação ao cognitivo; contribui com o raciocínio lógico e concentração, em relação social; contribui com a interação (socialização) e respeito às normas e regras, em relação ao emocional, contribui com a conquista da autoestima, segurança, respeito e valorização de si e ao próximo, em relação ao cultural contribui com a ampliação do vocabulário, diversidade cultural, trocas de informações que enriquecem e ampliam o respeito e o conhecimento. Considera-se que as brincadeiras quando trabalhadas de forma intencional, planejada tem muito a contribuir com o desenvolvimento do “ser integral” da criança. 29 CONSIDERAÇÕES FINAIS Nesta pesquisa, constatou-se que é possível e bastante relevante considerar o brincar no currículo da Educação Infantil, pois o lúdico deve ganhar um espaço e um tempo planejados para seus próprios fins. Garantir um espaço de brincadeira na intituição é garantir a educação numa perspectiva de um lugar de socialização, de construção de relação com o otro, de apropriação e produção da cultura, de exercício de decisão e escolhas e de ampliação de imaginação e criatividade. Desse modo, a reciação de significados é elemento integrante da brincadeira e dá condições para que o indivíduo se constitua e se desenvolva em um ambiente de contínua mudança. Uma vez que a criança é produtora do seu próprio conhecimento e para isso é fundamental que o espaço e o tempo permitam esse desenvolvimento por meio de ações observadas, registradas e planejadas pelo professor, sendo ele o responsável por construir cenários, considerar o tempo e disponibilizar os materiais adequados para cada brincadeira. As crianças tem o direito de ter um brincar de qualidade dentro das instituições de educação básica, considerando os espaços planejados para elas, os objetos e materiais propostos e disponibilizados e o tempo proporcionadopara as situações lúdicas, dando às crianaçs a liberdade de expressões para ir e vir nas suas brincadeiras, de forma a ajudá-las a desenvolver identidade, autonomia e conhecimento. Além disso, a importância do brincar na educação infantil está relacionada ao favorecimento do desenvolviemnto físico, cognitivo, moral, motor e afetivo das crianças. Por isso, ele deve ser contemplado na rotina da crianças de 0 a 5 anos de idade. Portanto, o brincar é inerente à cultura da infância e para que seja garantido com qualidade, seria necessário, primeiramente, que a escola tenha em sua concepção, as atividafes lúdicas como principais fundamentos de seu projeto político pedagógico. Depois, os professores devem acreditar no brincar como uma atividade que possibilita a resignificação de antigos e novos conhecimentos, a construção de identidade e autonomia, além de resolução de conflitos. Dessa forma, é necessário que o educador planeje as situações do brincar, que seu trabalho seja intencional, assim como preparar cenários, delimitar o tempo, oferecendo assim, um trabalho de qualidade para promover uma educação de qualidade para acontecer um desenvolvimento infantil integral da criança que frequenta a Eucação Infantil. Pois quem trabalha nessa etapa da educação deve estar ciente de seu papel quanto profissional da educação e assumir nas atividades lúdicas um posicionamento de que é muito importante para 30 a criança o ato de brincar, já que na visão dela brincar é sério e ela sabe muito bem como utilizar isso a seu favor. 31 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABRAMOVICH, F. Literatura Infantil, gostosuras e bobices. São Paulo: Scipione, 1995. ALMEIDA, Lucila Silva de. 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A brincadeira e o desenvolvimento da imaginação e da cri- atividade. In Educação Infantil: fundamentos e métodos. São Paulo: Cortez, 2007. 32 PONTES, F. A. R.; MAGALHÃES, C. M. C. A transmissão da cultura da brincadeira: al- gumas possibilidades de investigação. Psicologia: reflexão e crítica, Porto Alegre, 2003. SOUZA, C. M. de M. A cultura da criança: por um uso lúdico da pedagogia. 2000. Dispo- nível em:<http://www.psicopedagogia.com.br/artigo.asp?entlD=14Z. acesso em 04 de abril de 2021. VYGOTSKY, L. S. A formação da mente. São Paulo: Martins Fones, 1984.
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