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TCC_Marilda_ Corrigido Fael Maio 2021

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Olá marilda,
Parabéns! Você finalizou a parte escrita do TCC. A nota é 5,0 (de 5,0). peço que não faça postagem nas próximas etapas, senão o sistema anula a nota. Agora é só aguardar as informações sobre a apresentação que serão enviadas em breve.
Abraço,
Professora Valéria
A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR PARA A EDUCAÇÃO INFANTIL
		¹SOUZA, Marilda Regina[footnoteRef:1] [1: Aluna do curso de Licenciatura em Pedagogia da Faculdade Educacional da Lapa – FAEL.] 
²MONTESCHIO TORTATO, Valéria Juliana[footnoteRef:2] [2: Professora Orientadora do Curso de Pedagogia da Faculdade Educacional da Lapa – FAEL.] 
RESUMO
A Importância do Brincar na Educação Infantil aponta as possibilidades e os benefícios às crianças no seu desenvolvimento e em vários aspectos, favorecendo seu crescimento, sua socialização e seu aprendizado através de atividades diversificadas. Brincando a criança constrói sua identidade, o brincar é vital para que desenvolva sua mente e corpo, adquirindo de forma prazerosa e interessante a motivação necessária para uma boa aprendizagem. Tais atividades ajudam na construção do conhecimento, e podem ser entendidas como situações em que a criança possa demonstrar seus diferentes tipos de sentimentos, podendo aos poucos aceitar a existência do outro. São as brincadeiras que ajudam a melhorar o convívio entre as crianças, fazendo com que vivam situações de colaboração, trabalho em equipe e respeito. É preciso também conceituar o papel do educador nesse processo lúdico e ainda os benefícios que o brincar proporciona, assim como ilustrar a importância da família, da comunidade e do poder público neste processo. Assim é entendido que todas as capacidades intelectuais, emocionais e ativas, são construídas ao longo da vida de cada indivíduo, pelo processo de interação do ser com o meio e esse processo é responsável pela aquisição da cultura, elaborada historicamente gerações precedentes, desde os tempos antigos até os dias de hoje. O presente artigo tem por finalidade realizar uma fundamentação teórica em relação ao tema do brincar na Educação Infantil, para tanto, foi usado uma abordagem qualitativa no viés da reflexão, autores que abordam sobre o tema foram relacionados, assim como as Leis que dão garantias de direitos sobre esse processo, sites, artigos e monografias para a concretização deste projeto de pesquisa bibliográfica. 
Palavras-chave: O brincar, Educação Infantil, criança, educador e atividades lúdicas.
INTRODUÇÃO
A razão pela escolha desse tema nasce do interesse em compreender melhor o conceito da educação infantil como espaço privilegiado da aprendizagem infantil, onde é possível assimilar o aprender com o brincar. 
De acordo com as pesquisas feitas e conhecendo a história da infância, aprendemos que a criança vê o mundo através dos brinquedos e das brincadeiras. O jeito de lidar, organizar, propor, respeitar e valorizar as brincadeiras das crianças, demonstra através da história da infância, o entendimento que se tem sobre a criança. 
Pode-se observar durante a pesquisa, que sempre existiu instrumentos, formas e jeitos para se brincar, temos como exemplos a bola, a cantiga de roda, jogar pedrinhas, brinquedos artesanais, corridas de saco, que são forma muito antiga de brincar. No contexto da Educação Infantil, a criança adquire inúmeros conhecimentos, desenvolve várias habilidades, tendo o auxílio das atividades lúdicas, sendo essas entendida como situações e/ou momentos em que as crianças expressam diferentes sentimentos, melhoram a socialização entre elas, vivenciando momentos de trabalho em equipe, de maneira lúdica e prazerosa e, sempre que se fala em crianças, pensa-se em brinquedos, brincadeiras, jogos. 
 A brincadeira é algo que pertence à criança, a infância e através do brincar, a criança experimenta, organiza-se, regula, constrói normas para si e para o outro, ela cria e recria a cada brincadeira no mundo que a cerca, brincar é uma forma de linguagem que a criança usa para compreender e interagir consigo, com o outro e com o mundo, onde elas são motivadas a ultrapassar os próprios limites, lembrando que, segundo Ferreira (2011), a criança enquanto cria, desenvolve além de outros fatores, o pensamento crítico. 
Com isso, o professor precisa pesquisar e estar atento às necessidades das crianças, para conseguir selecionar materiais adequados, que despertem nelas o interesse, favorecendo - lhes a criatividade, introduzindo personagens e situações novas, tornando o jogo mais rico, aumentando novas possibilidades de aprendizagem.
DESENVOLVIMENTO
Pelo que sabemos a criança está sempre descobrindo e aprendendo coisas novas, isto devido ao contato com o meio em que vive, obtendo também o domínio sobre o mundo com o passar dos anos. O ser humano nasceu para descobrir novos conhecimentos, aprender e garantir sua sobrevivência e a interação na sociedade como um ser crítico, dotado de identidade, com desejos que são descobertos durante o processo de desenvolvimento, e a criança atualmente é vista como um indivíduo que questiona, exige e detém seu espaço na sociedade, diferente de como era vista antigamente. 
Segundo pesquisador francês Philippe Ariès, (1981), a criança era vista como um adulto em miniatura nos séculos XIV, XV e XVI, e o tratamento dado a ela era igual ao dos adultos, pois logo se misturavam com os mais velhos, o importante era que as crianças crescessem rapidamente para participarem do trabalho e atividades dos adultos, a criança aprendia através da prática, e os trabalhos domésticos eram considerados uma forma comum de educação. 
Os colégios eram reservados a um pequeno número de clérigos. Foi entre os séculos XVI e XVII que a criança começa a ser percebida como um ser diferente dos adultos, a educação desse período pretendia torná-las pessoas honradas, portanto, a educação passou a ser teórica e não prática. Já no século XVIII, a criança foi vista como alguém que precisava ser cuidada e escolarizada. Nesta época, isolaram as crianças dos adultos e os ricos dos pobres. Em contrapartida, século XX, surge um novo sentimento em relação à infância, havendo um crescimento significativo quanto ao conhecimento da criança.
Segundo o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil, (RCNEI), Brasil, (1998):
A criança é um ser social que nasce com capacidades afetivas, emocionais e cognitivas. Tem desejo de estar próxima às pessoas e é capaz de interagir e aprender com elas de forma que possa compreender e influenciar seu ambiente. Ampliando suas relações sociais, interações e formas de comunicação, as crianças sentem-se cada vez mais seguras para se expressar (p.21) 
A criança é um ser que está em constante fase de crescimento, sendo capaz de agir, interagir, descobrir e transformar o mundo, com habilidades, limitações e potencialidades. Ter suas vivências e sentimentos respeitados fazem dela um ser único e singular, caracterizando assim seu eu interior e valorizando-se sua própria maneira de estar no mundo, portanto, a infância é uma etapa fundamental na vida da criança para que ela aprenda a brincar, essa etapa é considerada a idade das brincadeiras, com isso destaca-se o lúdico, sendo algo que faz com que a criança reflita e descubra sobre o mundo em que vive.
No Brasil, a legislação estabelece que a educação brasileira compreende três níveis de ensino: a Educação Infantil, o Ensino Fundamental e o Ensino Médio. A Educação Infantil refere-se às instituições de atendimento às crianças de 0 a 5 anos de idade, e são conhecidas como creches e pré-escolas, sendo assim encontrado na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB 9394/96.
Art. 29. A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, completando a ação da família e da comunidade. Art.30. A educação infantil será oferecida em: creches ou entidades equivalentes, para crianças de até três anos de idade; Pré-escolas, para crianças de até 5 anos de idade;Art. 31. Na educação infantil a avaliação far-se-á mediante acompanhamento e registro de seu desenvolvimento, sem o objetivo de promoção mesmo para o acesso ao ensino fundamental (BRASIL, 1996, p.20)
A principal finalidade do brincar é de favorecer o desenvolvimento da pessoa humana, numa dinâmica de interação lúdica, especialmente estimulando o processo de estruturação afetivo/cognitivo da criança, socializando criativamente o jovem e, manter o espírito de realização do adulto. As atividades lúdicas oferecem como objetivo principal, oportunizar uma maneira diferente para a criança brincar e ao mesmo tempo que ela se desenvolve, interage com outras crianças e adultos, e tem acesso a brinquedos diversificados. A brincadeira deve estar sempre presente na educação infantil, não para ocupar tempo mas, servindo para que a criança passe a desenvolver a intelectualidade, a autoconfiança, a exploração, a curiosidade, o raciocínio, a emoção, a psicomotricidade, que vai lavá-la a ampliar os valores e agrupar-se de modo sadio com as pessoas. 
A partir de estudos sobre os vínculos existentes entre os fenômenos transacionais e o brincar, neste contexto, o meio lúdico pode ser visto como um ambiente capaz de acolher a espontaneidade da criança em busca do seu próprio ser, onde ela pode ser criativa, espontânea e sentir-se segura. A brincadeira é assunto que tem conquistado espaço cada vez maior no panorama nacional, principalmente na educação infantil, por ser o brinquedo uma essência da infância e seu uso permitir um trabalho pedagógico que possibilite a produção do conhecimento da aprendizagem. 
A infância é, portanto, a aprendizagem necessária à idade adulta. Estudar na infância somente o crescimento, o desenvolvimento das funções, sem considerar o brinquedo, seria negligenciar esse impulso irresistível pelo qual a criança modela sua própria estátua. (CHATEAU, 1954, p.14). 
A criança é sujeito histórico e sua infância também está baseada no contexto histórico em que vive e dessa forma a concepção de infância nasce do tempo, espaço social e a cultura que a criança está inserida na infância, ocorrem vários processos de se associar o mundo e o meio em que a criança vive, quando isso ocorre, acontece uma aprendizagem significativa. KISHIMOTO (2001), relata que a infância é também a idade do possível, pode-se projetar sobre ela a esperança de mudança, de transformação social e renovação moral. Na busca em compreender a evolução da infância, pode-se observar juntamente a evolução da educação. 
A educação infantil envolve qualquer forma de educação da criança, seja na família, na comunidade, na sociedade e na cultura. De acordo com RCNEI, Brasil, (1998), as instituições de educação infantil, é um dos espaços de inserção das crianças nas relações éticas e morais que permeiam a sociedade na qual estão inseridas e é considerada a primeira etapa da educação básica, ajudando no desenvolvimento psicológico, físico e social da criança.
Na educação infantil, a criança cria condições para se desenvolver, conhecer e descobrir novos valores, costumes e sentimentos, através das interações sociais, e nos processos de socialização, o desenvolvimento da identidade e da autonomia. Segundo o RCNEI, Brasil, (1998): O desenvolvimento da identidade e da autonomia estão intimamente relacionados com os processos de socialização. Nas interações sociais se dá a ampliação dos laços afetivos que as crianças podem estabelecer com as outras crianças e com os adultos, contribuindo para que o reconhecimento do outro e a constatação das diferenças entre as pessoas. Isso pode ocorrer nas instituições de educação infantil que se constituem, por excelência, em espaços de socialização, pois propiciam o contato e o confronto com adultos e crianças de várias origens socioculturais, de diferentes religiões, etnias, costumes, hábitos e valores. (p.11). 
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC), apresenta seis direitos de aprendizagem e desenvolvimento para as crianças integrantes da Educação Infantil. São eles: conviver, brincar, participar, explorar, expressar, conhecer-se. Nela, a brincadeira figura como um dos direitos de aprendizagem e de desenvolvimento, assim como o direito de conviver, participar, explorar, comunicar e conhecer-se. É pois, direito da criança segundo a BNCC, “brincar cotidianamente de diversas formas, em diferentes espaços e tempos, com diferentes parceiros ou seja, crianças e adultos, ampliando e diversificando seu acesso a produções culturais, seus conhecimentos, sua imaginação, sua criatividade, suas experiências emocionais, corporais, sensoriais, expressivas, sociais e relacionais”. (p.36).
“A Educação Infantil precisa promover experiências nas quais as crianças possam fazer observações, manipular objetos, investigar e explorar seu entorno, levando hipóteses e consultar fontes de informação para buscar respostas às suas curiosidades e indagações. Assim, a instituição escolar está criando oportunidades para que as crianças ampliem seus conhecimentos do mundo físico e sociocultural e possam utilizá-los em seu cotidiano”. (BRASIL 2017, p.41).
Esse direito deve ser assegurado à criança da educação infantil nas creches e pré-escolas brasileiras através da proposição de “campos de experiências”, isto é, uma forma de organização curricular que também já estava indicada nas DCNEI e que “acolhe as situações e as experiências concretas da vida cotidiana das crianças e seus saberes, entrelaçando-os aos conhecimentos que fazem parte do patrimônio cultural.” (p 38).Acredita-se que, assim, os bebês (crianças de 0 a 1 ano e 6 meses), crianças bem pequenas (de 1 ano e 7 meses a 3 anos e 11 meses) e crianças pequenas (de 4 anos a 5 anos e 11 meses) contarão com as condições necessárias para que “aprendam em situações nas quais possam desempenhar um papel ativo em ambientes que as convidem a vivenciar desafios e a sentirem-se provocadas a resolvê-los, nas quais possam construir significados sobre si, os outros e o mundo social e natural.” (p.35) Segundo a BNCC, brincando, a criança pode se expressar, conhecer a si e ao outro, resolver conflitos e explorar o ambiente no qual está inserida. 
Para compreender o brincar como um direito é necessário anteceder ao tempo. A concepção de criança vem ao longo de décadas sofrendo alterações e sendo influenciada por diversas culturas. Por muito tempo, a criança foi considerada um ser a ser treinado para aprender apenas a função que deveria executar, ou seja, era vista como um adulto em miniatura, podemos considerar a infância como algo histórico e não natural. Em decorrência do aspecto sócio histórico e cultural da concepção de criança, o brincar também foi visto como um tempo perdido, a brincadeira era vista como uma atividade oposta ao trabalho e ao mundo produtivo e com o passar dos tempos a concepção de infância foi sendo construída, a escola passou a ser fator importante para as mudanças do mundo infantil. A sociedade também começou a entender que os pequenos seres tinham um jeito de pensar, de sentir e ver o mundo, e a revisão de literaturas, visam expor as principais ideias, a essência, da fundamentação lógica do trabalho. 
O fato de a criança, desde muito cedo, poder se comunicar por meio de gestos, sons e mais tarde representar determinado papel na brincadeira faz com que ela desenvolva sua imaginação. Nas brincadeiras as crianças podem desenvolver algumas capacidades importantes, tais como a atenção, a imitação, a memória, a imaginação. Amadurecem também algumas capacidades de socialização, por meio da interação e da utilização e experimentação de regras e papéis sociais (BRASIL, 1998, p. 22).
 
Segundo o RCNEI, Brasil, (1998), brincar funciona como um cenário no qual as crianças tornam-se capazes não só de imitar a vida como também de transformá-la, é através do brincar que a criança forma conceitos, seleciona ideias, percepções e se socializa cada vez mais. O brincar é uma atividade que auxilia na formação, socialização, desenvolvendo habilidades psicomotoras, sociais, físicas, afetivas, cognitivase emocionais. Ao brincar as crianças expõem seus sentimentos, aprendem, constroem, exploram, pensam, sentem, reinventam e movimentam-se. Fantasiando a criança revive angústias, conflitos, alegrias, desiste e refaz, deixando de lado a sujeição às ordens e exigências dos adultos, inserindo-se na sociedade onde assimilam valores, crenças, leis, regras, hábitos, costumes, princípios e linguagens: “As crianças são capazes de lidar com complexas dificuldades psicológicas através do brincar. Elas procuram integrar experiências de dor, medo e perda. Lutam com conceitos de bem e mal” (KISHIMOTO, 2001, p.67)”.
O lúdico é considerado prazeroso devido a sua capacidade de absorver a criança de forma única, intensa e total, possibilitando demonstrar sua personalidade e conhecer melhor a si mesma. Segundo KISHIMOTO (2001), enquanto a criança brinca, sua atenção está concentrada na atividade em si e não em seus resultados ou efeitos. Quando brinca, a criança estabelece vínculos entre as características do papel assumido, suas competências e as relações que possuem com outros papéis, ou seja, no lúdico a criança transforma os conhecimentos que já possui anteriormente em conceitos gerais com os quais brinca. O brincar é uma atividade natural, espontânea e necessária, para brincar é preciso que as crianças tenham certa independência para escolher seus companheiros, os papéis que assumirão no decorrer da brincadeira, o tema, o enredo, todos dependendo unicamente da vontade de quem brinca. E através do lúdico, a criança constrói seu próprio mundo, dá evolução aos pensamentos, colaborando sobremaneira no aspecto social, integrando-se na sociedade. 
Não devemos esquecer que o brincar é uma necessidade física e um direito de todos, brincar é uma experiência humana, rica e complexa. Portanto, brincar constitui-se, dessa forma, em uma atividade interna das crianças, baseada no desenvolvimento da imaginação e na interpretação da realidade, sem ser ilusão ou mentira, a criança tornam-se autoras de seus papéis, escolhendo, elaborando e colocando em práticas suas fantasias e conhecimentos, sem a intervenção direta do adulto, podendo pensar e solucionar problemas de forma livre das pressões situacionais da realidade imediata (BRASIL, 1998, p.23). Brincar então para a criança, não é apenas uma questão de diversão, mas também de educação, construção, socialização e desenvolvimento de suas potencialidades. Segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA): “Art. 53.
 A criança e o adolescente têm direito à educação, visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho” (BRASIL, 1990), a criança vai se preparando para o futuro, experimentando o mundo ao seu redor, nutrindo sua vida, descobrindo sua vocação através do brincar, contudo, nem sempre possuem oportunidades para isso, pois existem dois fatores que podemos observar cuidadosamente, que as impede desse direito de brincar. Um dos fatores que bloqueiam esse direito é o trabalho infantil, sendo considerado como um problema social, fazendo com que a criança deixe de frequentar a escola e ter seus direitos preservados, o trabalho infantil muitas vezes acontece devido à necessidade de ajudar financeiramente os familiares, ele é proibido por lei, observando-se no Princípio VII da Declaração dos Direitos da Criança, (1959) as seguintes afirmações:
”A criança terá direito a receber educação, que será gratuita e compulsória pelo menos no grau primário. Ser-lhe-á propiciada uma educação capaz de promover a sua cultura geral e capacitá-la a, em condições de iguais oportunidades, desenvolver as suas aptidões, sua capacidade de emitir juízo e seu senso de responsabilidade moral e social, e a tornar-se um membro útil da sociedade”. (BRASIL, 1959).
Não é responsabilidade da criança trabalhar para sustentar sua família, pois muitas crianças quando deixam de ir à escola e ao abandonarem ou simplesmente dividir esse tempo, o rendimento escolar é muito ruim e o despreparo para o mercado de trabalho é a consequência, impedindo também seu desenvolvimento físico, mental ou moral. Segundo o Princípio IX da Declaração dos Direitos da Criança, (1959), não será permitido à criança empregar-se antes da idade mínima conveniente; de nenhuma forma será levada a ou ser-lhe-á permitido empenhar-se em qualquer ocupação ou emprego que lhe prejudique a saúde ou a educação ou que interfira em seu desenvolvimento físico, mental ou moral. (BRASIL, 1959). Outro fator que também bloqueia esse direito é quando a Instituição de ensino não possui espaços adequados para que ocorra o brincar. Junto com o brincar, o espaço físico e social também é essencial para o desenvolvimento das crianças, já que por conta dessa interação entre eles, a criança constrói o conhecimento de si mesma. O espaço físico é lugar de desenvolvimento de várias habilidades e sensações, auxiliando, portanto, na aprendizagem.
O espaço na Instituição de Educação Infantil deve propiciar condições para que as crianças possam usufruí-lo em benefício do seu desenvolvimento e aprendizagem. Para tanto é preciso que o espaço seja versátil e permeável à sua ação, sujeito a modificações propostas pelas crianças e pelos professores em função das ações desenvolvidas (BRASIL, 1998, p.69). 
As crianças de hoje não têm tempo de usufruir de brincadeiras próprias da sua infância, a falta de tempo dos pais, a insegurança nas ruas, a redução dos espaços de lazer, os brinquedos industrializados, os aparelhos eletrônicos, entre outros fatores, tem colaborando para tornar as crianças adultas cada vez mais precoce e com sérios problemas de saúde, criando uma geração acostumada com as facilidades do mínimo esforço.
Conforme LEVIN (1997) esses fatores podem provocar profundas mudanças no desempenho motor das crianças. Segundo o mesmo autor, o meio ao qual a criança está inserida, os fatores históricos e culturais, irão interferir na condição da infância e como consequência no seu brincar. O brincar infantil não pode ser considerado apenas brincadeiras superficiais pois, no verdadeiro e profundo brincar, acordam, despertam e vivem forças e fantasias que chegam a ter uma ação direta sobre a formação e sobre a estrutura do pensamento da criança.
Vygotsky (1991) nos evidencia as características infantis, ao apontar a importância da linguagem e da percepção que envolve sentido e significado ao mundo visto pelas crianças, a mágica, o sonho e a fantasia englobam no imaginário infantil e são traduzidos pelos movimentos, pelos gestos espontâneos revelados por ações ingênuas ou até involuntárias, para Vygotsky, o ensino sistemático não é o único fator responsável por alargar os horizontes da zona de desenvolvimento proximal. Ele considera o brinquedo como importante fonte de promoção do desenvolvimento, pela qual podemos reconhecer o valor do brincar nas atividades educativas da criança, pois o brinquedo, apesar de não ser o aspecto predominante da infância, exerce enorme influência no desenvolvimento infantil. 
O autor, ao empregar o termo ¨brinquedo¨, num sentido amplo, refere principalmente à atividade ao ato de brincar, no entanto é necessário ressaltar também que embora ele analise o desenvolvimento do brinquedo e mencione outras modalidades, procura evidência no jogo de papéis ou nas brincadeiras do faz de conta, por exemplo, a amarelinha, brincadeira muito antiga e que faz parte do folclore, essa brincadeira estimula o equilíbrio, agilidade, socialização, que poderá brincar uma ou mais crianças. Tal fato explica a importância dessas brincadeiras para as crianças que aprendem a falar e que, portanto, já são capazes de representar simbolicamente, envolvendo-se numa situação imaginaria. 
Segundo KISHIMOTO (1999),” a criança que brinca sempre, com determinação, auto ativa, perseverando e esquecendo sua fadiga física pode certamente tornar-se uma pessoa determinada, capaz de auto sacrifício para a promoção do seu bem e dos outros”. 
O brincar é essencial pra vida da criança e revela-se de diversas formas, buscandomaneiras, contextos, símbolos, objetos, movimentos reveladores do sujeito que os habita, constitui auxilio na boa formação infantil nos aspectos emocional, intelectivo, social e físico. O uso do brinquedo, jogo educativo com fins pedagógicos remete para a relevância desse instrumento para situações de ensino-aprendizagem e de desenvolvimento infantil (KISHIMOTO, 1999. p.36) Ele observa ainda a importância do jogo na educação infantil e em suas pesquisas, procura discutir o significado atual do jogo na educação, suas funções lúdicas e pedagógicas. O autor ainda ressalta que os jogos foram transmitidos de geração em geração por meio de prática, permanecendo na memória infantil e que, o tradicionalismo e a universalidade dos jogos são observados, fato este que os povos, distintos e antigos, como os da Grécia e do Oriente, brincaram de amarelinha, empinar papagaio e jogar pedrinhas. O jogo tradicional infantil é do tipo livre, espontâneo, no qual a criança brinca pelo prazer de fazê-lo.
[...] a brincadeira é a atividade espiritual mais pura do homem neste estágio e, ao mesmo tempo, típico da vida humana enquanto todo – da vida natural/interna do homem e de todas as coisas. Ela dá alegria, liberdade, contentamento, descanso externo e interno, e paz com o mundo [...] a criança que brinca sempre, com determinação auto - ativa, perseverando, esquecendo sua fadiga física, pode certamente tornar-se um homem determinado, capaz de auto sacrifício para o seu bem e dos outros [...] O brincar, em qualquer tempo, não é trivial, é altamente sério e de profunda significação (FROEBEL apud, KISHIMOTO, 1999, p.23).
Segundo este autor, como a criança brinca com os conhecimentos de arrastar, andar, pegar, entre outros e quando aprende a representa-los mentalmente, passa a jogar com eles, pois com o jogo, no qual a brincadeira está inserida, as representações mentais, que são construídas pelo sujeito vão se desenvolvendo e construindo a realidade do mesmo. Para o autor, as vezes, uma simples brincadeira em uma caixa de areia em um parque da cidade traz mais alegria e conhecimento para a criança, porque ali ela pode formar castelos, sentir como ela escorrega de seus dedos, escrever com um graveto sobre a areia e infinitas atividades que vai lhe trazer aprendizado tanto individual como social, deve-se atrair o olhar de todos para as brincadeiras infantis, porque a brincadeira leva a criança a decidir, pensar, sentir emoções distintas, competir, cooperar, construir, experimentar, descobrir, aceitar limites, e surpreender-se.
Resume-se que educar é muito mais do que repassar informações ou mostrar apenas um caminho, mas mostras para a criança quem ela é, e de que é capaz. É oferecer várias formas para que o indivíduo possa ter possibilidades de escolha e encontrar novos caminhos, de preferência aquele que concilia com seus princípios, seu olhar para o mundo e com as possibilidades adversas que poderá encontrar, neste ponto de vista e de acordo com Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil (BRASIL, 1998, p. 30): o professor é mediador entre as crianças e os objetos de conhecimento, organizando e propiciando espaços e situações de aprendizagens que articulem os recursos e capacidades afetivas, emocionais, sociais e cognitivas de cada criança aos seus conhecimentos prévios e aos conteúdos referentes aos diferentes campos de conhecimento humano.
Segundo Vygotsky (1998), o educador poderá fazer o uso de jogos, brincadeiras, histórias e outros, para que de forma lúdica a criança seja desafiada a pensar e resolver situações problemáticas, para que imite e recrie regras utilizadas pelo adulto. O lúdico pode ser usado como uma estratégia de ensino e aprendizagem, assim o ato de brincar na escola sob a perspectiva de Santos (2002) está relacionada ao professor que deve apropriar-se de subsídios teóricos que consigam convencê-lo e sensibilizá-lo sobre a importância dessa atividade para aprendizagem e para a evolução da criança. É necessário, também, que se estimule a sua autonomia em relação ao autocuidado e que se favoreça a expressão corporal dos sentimentos, sensações, formas de perceber os seres, objetos e fenômenos que as rodeiam.
Estimular as crianças a trabalharem em equipe na solução de problemas, aprendendo a expressar seus próprios pontos de vista em relação ao outros e a si próprios. Portanto, estar ao lado do aluno, acompanhando sua evolução, para levantar problemas que os levem a desenvolver possibilidades, como também brinquedos apropriados para idade, com objetivo de promover o desenvolvimento infantil e a conquista de conhecimentos em todos os aspectos. O contexto contemporâneo da Educação Infantil exige do educador conhecimento teórico e prático sobre a influência da dimensão lúdica no processo de aprendizagem da criança, além disso, o professor precisa ter disponibilidade corporal para se envolver nas atividades lúdicas com as crianças, permitindo que elas expressem suas dificuldades, suas fantasias, seus desejos e suas necessidades.
É de extrema importância levar em consideração que as brincadeiras infantis são coisas sérias e que podem transformar a vida de uma criança, os governantes, as instituições de ensino, os pais ou responsáveis devem-se preocupar em oferecer melhores condições para que o brincar aconteça de forma efetiva. Outro fator importante é a criação de espaços públicos para todos, para isso, faz se necessário que a população ajude a preservar os espaços públicos; como praças, parques, clubes, dentre outros, e lutem para consegui-los, além dos espaços, é importante que as brincadeiras e os brinquedos estejam presentes, disponíveis nesses espaços, seja eles antigos ou modernos desde que lhe traga diversão e aprendizado. 
Atualmente, as mudanças de hábitos, a falta de tempo dos pais em programar atividades lúdicas e de lazer com os filhos, os brinquedos industrializados e as novas tecnologias como; tabletes, videogame, internet, etc., todos esses comportamentos acabam interferindo na saúde e qualidade de vida dos seres humanos, principalmente de crianças e adolescentes.  Portanto, a responsabilidade dos pais no incentivo de práticas que envolvem o corpo em movimento, incluindo brinquedos, brincadeiras e jogos são de fundamental importância. Pesquisas garantem que a criança que prática atividade física, brinca, corre, anda de bicicleta, apresenta mais chances de tornar-se um adulto mais ativo e saudável.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao brincar a criança aprende a conhecer, a fazer, a conviver e a ser, favorecendo o desenvolvimento da autoconfiança, curiosidade, autonomia, linguagem e pensamento.
Portanto, o brincar não é apenas uma questão de diversão, mas uma forma de educar, de construir e de se socializar. Constata-se que é necessário garantir o direito à educação evitando-se qualquer tipo de trabalho infantil, além de assegurarem-se espaços físicos e recursos materiais adequados para a garantia do brincar dentro das escolas de Educação Infantil.
O principal objetivo da brincadeira é explorar. Para uma criança pequena, tudo é experimento, até jogar e brincar com o prato de comida. A brincadeira é um espaço para explorar sentimentos e valores, assim como para desenvolver suas habilidades.
Através do brincar e a partir do sentimento que aflora em cada brincadeira, a criança faz a leitura do mundo e aprende a lidar com ele, recria, repensa, imita, desenvolvendo, além de aspectos físicos e motores, aspectos cognitivos, bem como valores sociais e morais.
Nas pesquisas realizadas foi possível perceber que a infância é uma das fases na qual a criança está começando a desenvolver suas habilidades e potencialidades. Portanto, torna-se importante proporcionar-lhes momentos prazerosos e educativos, envolvendo brincadeiras, jogos, brinquedos, histórias, faz de conta, fazendo com que ela se sinta livre para que possa usar sua imaginação.
Portanto, trabalhar com o lúdico é importante na construção do conhecimento na educação infantil, pois ela auxilia no desenvolvimento da imaginação, do raciocínioe da criatividade. Da mesma forma, na construção do sistema de representação, envolvendo a aquisição da leitura e escrita, visando a formação dos aspectos motor, cognitivo, físico e psicológico das crianças. 
Esse artigo abordou a importância do Brincar na Educação Infantil, procurando incentivar a reflexão dos educadores, esperando contribuir de forma positiva, com as práticas docentes.
REFERÊNCIAS
ARIÉS, Philippe. História social da criança e da família. 2.edi.Rio de Janeiro: LTC, 1991.
BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Ensino fundamental Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil. Vol 3. Brasília: MEC/SEF, 1998. Disponível em: portal.mec.gov.br/seb/arquivo/pdf/volume3pdf. Acesso em 16 de março de 2021. 
BRASILEIRO, Tânia Suely Azevedo et al. Reflexões e sugestões práticas para atuação na educação infantil. Campinas: Alínea, 2008. 
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