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1 2 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 5 2 TEXTO ................................................................................................................ 6 2.1 Tipos de texto ............................................................................................... 6 3 GÊNERO TEXTUAIS .......................................................................................... 9 3.1 Bula de remédio .......................................................................................... 10 3.2 Cardápio ..................................................................................................... 11 3.3 Carta ........................................................................................................... 11 3.4 Carta argumentativa ................................................................................... 11 3.5 Conto .......................................................................................................... 11 3.6 Crônica ....................................................................................................... 12 3.7 Entrevista .................................................................................................... 12 3.8 Narração ..................................................................................................... 12 3.9 Poesia ......................................................................................................... 12 3.10 Prosa ....................................................................................................... 13 3.11 Reportagem ............................................................................................. 13 3.12 Texto instrucional .................................................................................... 13 4 A PRODUÇÃO DE TEXTOS NO CONTEXTO ESCOLAR ................................ 14 4.1 A concepção de linguagem e a produção de textos ................................... 15 4.2 Produção de texto e escola ........................................................................ 17 4.3 Produção textual e anos iniciais ................................................................. 19 5 LEITURA, PRODUÇÃO TEXTUAL E ORATÓRIA ............................................ 21 6 PRODUÇÃO DE TEXTO: COMO INCENTIVAR OS ALUNOS A ESCREVER . 24 6.1 Incentivo à leitura ........................................................................................ 24 6.2 Autoconfiança e incentivo à leitura ............................................................. 27 6.3 Criatividade e leitura ................................................................................... 27 7 TÉCNICAS PARA A PRODUÇÃO DE TEXTO .................................................. 28 3 7.1 Clareza ....................................................................................................... 29 7.2 Precisão ...................................................................................................... 29 7.3 Fluência ...................................................................................................... 30 7.4 Coesão ....................................................................................................... 30 7.5 Coerência textual ........................................................................................ 31 7.6 Outros cuidados durante a escrita .............................................................. 32 7.7 Produção textual - Análise discursiva ......................................................... 33 8 ESCREVENDO DE FORMA CLARA ................................................................. 33 8.1 Estabeleça objetivos compatíveis com a série escolar ............................... 34 8.2 A leitura no processo de aprendizagem ...................................................... 34 8.3 Estratégias efetivas para o grupo ............................................................... 35 8.4 Produção textual consciente ....................................................................... 35 8.5 Contribuições para escrita .......................................................................... 35 8.6 Tecnologia e a escrita ................................................................................. 36 8.7 Mostre a importância da revisão ................................................................. 36 9 TÉCNICA, COERÊNCIA E CRIATIVIDADE- PRODUÇÃO DE TEXTOS .......... 37 9.1 Leitura e produção de textos ...................................................................... 38 9.2 Produção de texto ....................................................................................... 38 9.3 Estrutura dos textos .................................................................................... 39 9.4 Dicas para facilitar a produção de textos .................................................... 39 10 A PRODUÇÃO DE TEXTO COMO PRÁTICA SOCIAL ..................................... 40 10.1 O processo de escrever ........................................................................... 41 10.2 Estratégias para produzir textos .............................................................. 43 10.3 Produção textual na escola ..................................................................... 43 10.4 A voz do autor ......................................................................................... 46 11 CONCLUSÃO .................................................................................................... 46 12 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................. 48 4 13 REFERÊNCIAS SUGERIDAS ........................................................................... 53 5 1 INTRODUÇÃO Prezado aluno! A Rede Futura de Ensino, esclarece que o material virtual é semelhante ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em tempo hábil. Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que lhe convier para isso. A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser seguida e prazos definidos para as atividades. Bons estudos! 6 2 TEXTO Fonte: dicio.com.br Um texto é, maioritariamente, um conjunto organizado de palavras, que formam frases, que formam parágrafos, que formam o próprio texto. Essa unidade estruturada apresenta um sentido completo e tem um objetivo comunicativo. O conceito de texto, contudo, tem vindo a ser alargado ao longo do tempo, abrangendo não só textos escritos e verbais, como também textos orais e visuais. O mais importante é que haja uma intenção comunicativa definida e que apresente um sentido completo. 2.1 Tipos de texto Os textos podem ser classificados em tipos textuais, conforme a finalidade e as características que apresentam. Texto argumentativo: Texto argumentativo é aquele que tem como principais características defender uma ideia, hipótese,teoria ou opinião e o objetivo de convencer o leitor para que acredite nela. Tem uma estrutura bem definida: apresenta sua tese e depois utiliza justificativas e alegações com o propósito de persuadir a sua audiência. Texto narrativo: Um narrador conta uma história formada por uma sucessão de acontecimentos reais ou imaginários estruturados em introdução, desenvolvimento e 7 conclusão. O enredo da história é vivenciado por personagens num determinado tempo e espaço. É caracterizado por narrar uma história, ou seja, contar uma história através de uma sequência de várias ações reais ou imaginárias. Essa sucessão de acontecimentos é contada por um narrador e está estruturada em introdução, desenvolvimento e conclusão. Ao longo dessa estrutura narrativa são apresentados os principais elementos da narração: espaço, tempo, personagem, enredo e narrador. Texto descritivo: É feita uma descrição de um objeto, ser, pessoa, paisagem, situação, que permite ao leitor criar uma imagem mental do que está sendo descrito. A descrição pode ser mais objetiva, focando aspectos físicos, ou mais subjetiva, focando aspectos psicológicos e emocionais. Pode ainda ser sensorial, visando provocar diferentes sensações no leitor. É caracterizado por descrever algo ou alguém detalhadamente, sendo possível ao leitor criar uma imagem mental do objeto ou ser descrito, de acordo com a descrição efetuada. Descrição essa, tanto dos aspectos mais importantes e característicos que generalizam um objeto ou ser, como dos pormenores e detalhes que os diferenciam dos outros. Não é, por norma, um tipo de texto autônomo, encontrando-se presente em outros textos, como o texto narrativo. Passagens descritivas ocorrem no meio da narração quando há uma pausa no desenrolar dos acontecimentos para caracterizar pormenorizadamente um objeto, um lugar ou uma pessoa, sendo um recurso útil e importante para capturar a atenção do leitor. Texto dissertativo: É feita uma exposição clara, objetiva e rigorosa sobre um determinado assunto, com o objetivo de informar e esclarecer o leitor. Um texto dissertativo- expositivo não procura convencer o leitor, dado que pretende apenas expor um ponto de vista. Já um texto dissertativo-argumentativo pretende persuadir o leitor, convencendo-o a concordar com a tese defendida. Tem como objetivo persuadir e convencer, ou seja, levar o leitor a concordar com a tese defendida. É expressa uma opinião crítica acerca de um assunto, sendo defendida uma tese sobre esse assunto através de uma argumentação clara e objetiva, fundamentada em fatos verídicos e dados concretos. 8 O saber científico demanda letramento de mesma natureza, isto é, a capacidade de compreender as características da ciência, de diferenciá-la de outras formas de conhecimento e investigação e de empregá-la para formular questões, explicar fenômenos, elaborar conclusões e adquirir novos conhecimentos pautados em evidências científicas. (BRASIL/INEP, 2011, apud PEREIRA, 2017). Texto explicativo: É fornecida uma informação acerca de um determinado procedimento visando instruir e guiar a ação do leitor. Mediante o grau de obrigatoriedade no cumprimento das instruções dadas, pode ser considerado injuntivo ou prescritivo. Os textos explicativos injuntivos permitem que haja uma certa liberdade de atuação do leitor. Já os textos explicativos prescritivos limitam a liberdade do leitor, exigindo que se proceda de um determinado modo. São textos cuja finalidade é a instrução do leitor. Não só fornecem uma informação, como incitam à ação, guiando a conduta do leitor. Texto injuntivo e texto prescritivo: São textos cuja finalidade é a instrução do leitor. Não só fornecem uma informação, como incitam à ação, guiando a conduta do leitor. Embora considerados sinônimos por alguns autores, podemos distinguir os textos injuntivos dos textos prescritivos devido ao grau de obrigatoriedade existente no seguimento das instruções dadas. Os textos injuntivos informam, ajudam, aconselham, recomendam e propõem, dando alguma liberdade de atuação ao interlocutor. Os textos prescritivos obrigam, exigem, ordenam e impõem, exigindo que as determinações sejam cumpridas da forma que estão referidas, sem margem para alterações. Texto injuntivo: O texto injuntivo (ou instrucional) apresenta as seguintes características: Instrui o leitor acerca de um procedimento; Induz o leitor a proceder de uma determinada forma; Permite a liberdade de atuação ao leitor; Utiliza linguagem objetiva e simples; Utiliza predominantemente verbos no infinitivo, imperativo ou presente do indicativo com indeterminação do sujeito. Exemplos: receita culinária, bula de remédio, manual de instrução, livro de autoajuda, guia rodoviário. Texto prescritivo: O texto prescritivo apresenta as seguintes características: Instrui o leitor acerca de um procedimento; Exige que o leitor proceda de uma determinada forma; Não permite a liberdade de atuação ao leitor; Apresenta caráter 9 coercitivo; Utiliza linguagem objetiva e simples; Utiliza predominantemente verbos no infinitivo, imperativo ou presente do indicativo com indeterminação do sujeito. Exemplos: cláusulas contratuais, leis, códigos, constituição, edital de concursos públicos, regras de trânsito. 3 GÊNERO TEXTUAIS A expressão ‘gênero’ esteve na tradição ocidental, especialmente ligada aos (gêneros literários, cuja análise se inicia com Platão para se firmar com Aristóteles, passando por Horácio e Quintiliano, pela Idade Média, o Renascimento e a Modernidade, até os primórdios do século XX. (MARCUSCHI, 2008, apud NOVAES, 2019). O estudo dos gêneros textuais é hoje uma área interdisciplinar, com atenção especial para a linguagem em funcionamento e para as atividades culturais e sociais. Desde que não concebamos os gêneros como modelos estanques nem como estruturas rígidas, mas como formas culturais e cognitivas de ação social (Miller, 1984) corporificadas na linguagem, somos levados a ver os gêneros como entidades, cujos limites e demarcação se tornam fluidos (MARCUSCHI, 2008, p. 151). Ainda de acordo com MARCUSCHI, “É impossível não se comunicar verbalmente por um gênero, assim como é impossível não se comunicar verbalmente por algum texto”. Isso porque toda manifestação verbal se dá sempre por meio de textos realizados em algum gênero. Daí a centralidade da noção de gênero textual no trato sociointerativo da produção linguística. Nessa perspectiva, ele acrescenta que gêneros textuais são: [...] os textos materializados em situações comunicativas recorrentes. Os gêneros textuais são os textos que encontramos em nossa vida diária e que apresentam padrões sociocomunicativos característicos definidos por composições funcionais, objetivos enunciativos e estilos concretamente realizados na integração de forças históricas, sociais, institucionais e técnicas (MARCUSCHI, 2008, p. 155, Apud SILVA E. G. 2018). Ao produzir um texto, o aluno precisa dominar estratégias de organização e planejamento de texto. Para tanto, faz-se necessária a elaboração de esquemas topicalizados, ou seja, o uso do pré-texto ou texto prévio que auxiliará o aprendiz a expor suas ideias, primeiramente de forma esquemática, para, então, construí-lo de forma clara, com argumentos consistentes e que atendam à proposta. ANTUNES (2003, p. 54) aborda 10 que o texto escrito não é somente a codificação de ideias ou de informações através de sinais gráficos. A escrita, portanto, é uma forma de atuação social entre dois ou mais sujeitos. Conforme os PCN (2000, p. 24): É na interação em diferentes instituições sociais (a família, o grupo de amigos, as comunidades de bairro, as igrejas, a escola, o trabalho, as associações, etc.) que o sujeito aprende e apreende as formas de funcionamento da língua e os modos de manifestação da linguagem; ao fazê-lo, vai construindoseus conhecimentos relativos aos usos da língua e da linguagem; em diferentes situações. Também nessas instâncias sociais, o sujeito constrói um conjunto de representações sobre o que são os sistemas semióticos, o que são as variações de uso da língua e da linguagem, bem como qual seu valor social. (Apud SILVA E. G. 2018) Assim sendo, faz-se necessário que o docente promova condições interacionistas no sentido de desencadear uma melhor aprendizagem nas atividades, no caso aqui específico, nas produções de textos escritos, para que os textos produzidos apresentem sentido, discursividade e que sejam compreendidos por estarem simplesmente contextualizados. Como por exemplo, mostrar e incentivar o aluno a escrever e desenvolver uma charge. Elas têm como objetivo tornar seus leitores competentes, críticos e capazes de transformar e modificar a realidade em que se inserem, fazer a interação entre a linguagem escrita e a linguagem visual, apresentando uma linguagem objetiva e clara, utilizando recursos que estimulam o receptor, levando-o a desenvolver a criticidade. Os sujeitos, em situações reais de comunicação, se constituem no trabalho com os gêneros, ao mesmo tempo em que os gêneros se constituem no trabalho dos sujeitos. É uma „via de mão dupla ‟, um processo recíproco de constituição, e não um processo unilateral em que os gêneros estão constituídos e os sujeitos estão em constituição (VIDON, 2012, apud FREIRE, 2017). 3.1 Bula de remédio Trata-se de um gênero textual descritivo, dissertativo-expositivo e injuntivo que tem por obrigação fornecer as informações necessárias para o correto uso do medicamento. 11 3.2 Cardápio O cardápio é um gênero textual informativo. Seu principal objetivo é informar e orientar o consumidor sobre pratos e produtos oferecidos no estabelecimento. Os cardápios podem variar de acordo com o local e podem ser utilizados em restaurantes, bares, lanchonetes, sorveterias entre outros estabelecimentos. 3.3 Carta A carta está entre os gêneros textuais mais utilizados. Ela necessita de um emissor e um receptor. Nos tempos atuais, a forma mais utilizada para a carta é o e- mail. Existem três tipos básicos de carta: a carta/ correspondência oficial, carta/ correspondência comercial e a carta/ correspondência pessoal. 3.4 Carta argumentativa A carta argumentativa é composta pela saudação inicial, introdução, desenvolvimento, conclusão e despedida. Além do texto dissertativo-argumentativo, a carta argumentativa, embora menos usual, também pode ser exigida em exames para ingresso em universidades ou concursos públicos. A principal diferença entre os dois modelos de gênero textual está no fato de que o texto dissertativo-argumentativo é dirigido a um receptor universal, enquanto a carta argumentativa é destinada a um receptor específico. Ambos têm como objetivo a persuasão. 3.5 Conto O conto é um texto narrativo do gênero literário. Ele tem o foco em um fato ou um determinado acontecimento, geralmente é uma ficção, ou seja, é uma história inventada. Os contos são fantasiosos, histórias de faz de conta que são muito contadas para as crianças. O conto possui um narrador, que é quem conta a história e um enredo, ou seja, a história é dividida em começo, meio e fim. 12 3.6 Crônica A crônica é um gênero textual que se caracteriza por retratar questões vinculadas ao cotidiano, de modo, ao mesmo tempo, leve e crítico. A principal característica da crônica localiza-se na sua temática: o cotidiano é o grande assunto desse gênero. Nesse sentido, quase tudo que, de alguma forma, é significativamente importante para alguém transmitir a seus companheiros ou conhecidos pode ser um motivo para escrever uma crônica. Nos jornais, é normal que os cronistas abordem os assuntos mais importantes ou inusitados dos dias anteriores. A crônica é subdividida em duas formas: Narrativa, jornalística e humorística. 3.7 Entrevista Este gênero textual é fundamentalmente dialogal. É representado pela conversação de duas ou mais pessoas, o entrevistador e o(s) entrevistado(s), com a finalidade de obter informações sobre o entrevistado, ou até mesmo, sobre outro assunto. Envolve aspectos dissertativo-expositivos, em especial, quando trata de entrevista à imprensa ou entrevista jornalística. Também encontramos aspectos narrativos como ocorre, por exemplo, em uma entrevista de emprego, ou aspectos descritivos, como na entrevista médica. 3.8 Narração A principal característica de uma narração é contar uma história, seja ela fictícia, ou não, geralmente contextualizada em um tempo e espaço, nos quais transitam personagens. A notícia possui características narrativas. O fato ocorrido que se deu em um determinado momento e em um determinado lugar, envolvendo determinadas personagens. Essas últimas e também o local são, muitas vezes, minuciosamente descritos. 3.9 Poesia A Poesia é um texto poético, geralmente em verso, que faz parte do gênero literário denominado "lírico". Combina palavras, significados e qualidades estéticas. Nela, prevalece 13 a estética da língua sobre o conteúdo, de forma que utiliza de diferentes dispositivos fonéticos, sintáticos e semânticos. 3.10 Prosa A prosa é um gênero textual caracterizado pelo discurso direto e escrito em parágrafos. É o tipo de texto que a maioria das pessoas costuma escrever habitualmente, sem preocupação estilística com rima, estética ou figuras de linguagem. Ela nomeia a forma como um texto é escrito. Contrapõe-se à estrutura do verso e ao conteúdo da poesia, adotando uma linguagem com sentido denotativo ou conotativo. Nesse tipo de texto, o escritor expressa-se pela objetividade. A prosa pode ser narrativa e demonstrativa. Quando narrativa compreende outras duas categorias, o histórico e a ficção. A prosa demonstrativa abrange a oratória e a didática como tratados, ensaios, diálogos e cartas. Os gêneros textuais, por seu caráter intermediário e integrador, fundamentam as práticas e atividades de linguagem. sob a metáfora de o gênero ser um mega instrumento – “uma configuração estabilizada de vários subsistemas semióticos (sobretudo linguísticos, mas também paralinguísticos). (DOLZ, 2010, apud SANTOS, 2012). 3.11 Reportagem A reportagem é um gênero textual jornalístico de caráter dissertativo-expositivo. Seu objetivo é informar e levar os fatos ao leitor de uma maneira clara, com linguagem direta. 3.12 Texto instrucional Esse gênero é utilizado em manuais de eletrodomésticos, jogos eletrônicos, receitas, rótulos de produtos, entre outros. Como o próprio nome diz, ele instrui a realizar alguma coisa, desde uma receita para uma dona de casa, ou até mesmo uma sequência de jogos para um adolescente. https://www.guiaestudo.com.br/figuras-de-linguagem 14 4 A PRODUÇÃO DE TEXTOS NO CONTEXTO ESCOLAR Fonte: escolaeeducacao.com.br A produção de textos, na escola, é uma questão de grande preocupação social. Apesar da elaboração de variados textos durante o período de ensino básico obrigatório, muitas pessoas se sentem despreparadas ao se deparar com propostas de construção de texto no dia a dia. O ato de produzir, sejam textos ou rabiscos, está ligado à percepção visual, auditiva, coordenação motora e leva tanto a quem produz quanto a quem interpreta a criação de estratégias para atribuir significado a mensagem. A leitura por si é um ato secreto, pois consta de duas fontes de informação: leitor e autor, que possuem múltiplos significados. A maturidade necessária para se aprender a construir hipóteses ao saber que escrevemos para que alguém leia e nos entenda, vem da prática contínua e incentivada desde muito cedo na vida escolar. As crianças só aprendem quando os adultos ensinam, e embutir esse ensinamento é um ato nobre que perdura por toda vida. Valorizar toda produção realizada pelos alunos os incentivae os auxilia a diferenciar no tempo certo o desenho da escrita. “A questão dos métodos se subordina à dos conteúdos: se o objetivo é privilegiar a aquisição do saber, e de um saber vinculado às realidades sociais, é preciso que os métodos favoreçam a correspondência dos conteúdos com os interesses dos alunos, e que estes possam reconhecer nos conteúdos o auxílio ao seu esforço de compreensão da realidade (prática social)” (p. 40).( LIBÂNEO, 1985, apud DE OLIVEIRA, 2016). 15 4.1 A concepção de linguagem e a produção de textos Muitos estudantes possuem dificuldades na utilização da língua seja de forma oral ou escrita. No entanto, essa dificuldade não deve ser classificada como uma incapacidade de expressão desses estudantes, mas sim como uma incapacidade de sintetizar informações e juízos para transformá-los em sentenças linguísticas. A linguagem é a forma ou instrumento que os falantes de uma determinada língua utilizam para expressar ou comunicar algo a alguém. Segundo KOCH (2012), a linguagem é a capacidade que o ser humano tem de interagir com o meio social através de uma língua, das mais variadas formas e variados propósitos e resultados. Em outras palavras, a linguagem, seja na modalidade oral ou escrita, pode se manifestar de diferentes formas, levando em conta os propósitos e resultados daquilo que é dito ou escrito. Antes de qualquer atividade em sala de aula, é necessário considerar que toda e qualquer metodologia de ensino relaciona-se a uma opção política que envolve teorias de compreensão e de interpretação da realidade com mecanismos usados em sala de aula. (GERALDI, 1996, apud FUZA, 2011). A linguagem pode ser concebida de formas diferentes que norteiam como ela é apresentada, seja oralmente ou em forma de escrita. As concepções de linguagem podem ser divididas em três modalidades. A primeira é a linguagem como expressão de pensamento. Para João Wanderley GERALDI (2006) essa concepção de linguagem é adotada, é como se afirmasse que as pessoas não conseguem se expressar por não pensarem. Em síntese, essa concepção admite a expressão puramente como produto do pensamento, sem levar em conta o contexto e o receptor da mensagem que envolve essa expressão linguística. Em comparação a GERALDI (2006), KOCH (2012) apresenta essa concepção que, por sinal, é a mais antiga das concepções linguísticas, como uma forma de representação do pensamento e conhecimento de mundo do homem por meio da língua, isto é, a língua tem a finalidade somente de representar o pensamento humano. Essa concepção valoriza a gramática pura no processo comunicativo. Quando se leva em conta essa concepção na escrita de um texto, aquele que o escreve expõe no papel as suas ideias, valendo-se da gramática normativa, sem pensar se aquele texto atingirá seus objetivos e poderá ser compreendido por outras pessoas no ato da leitura. 16 A segunda concepção apresenta a linguagem como instrumento de comunicação. Nela, leva-se em consideração a interação entre o emissor e o receptor da mensagem. Os autores GERALDI, et al apontam essa concepção da língua como um código que somente transmite a mensagem ao receptor, que, por sinal, recebe-a de forma passiva. A terceira e última concepção, é a linguagem como forma de interação. Nesse sentido, ela assume um papel diferenciado das concepções anteriores. Em oposição à linguagem como expressão do pensamento e como forma de comunicação, essa terceira envolve a interação entre o emissor e receptor da mensagem, ambos participam de forma ativa no processo comunicativo. A linguagem se torna a ponte entre o locutor e o interlocutor no processo da fala e da escrita. GERALDI (2006) afirma que nessa concepção interacionista. (...) mais do que possibilitar uma transmissão de informações de um emissor a um receptor, a linguagem é vista como um lugar de interação humana. Por meio dela, o sujeito que fala pratica ações que não conseguiria levar a cabo, ao não ser falando; com ela o falante age sobre o ouvinte, constituindo compromissos e vínculos que não preexistiam à fala. (GERALDI, 2006, p. 41, Apud BATISTA, 2018) Pode-se compreender que a linguagem como forma de interação vai além do ato de ler e escrever. Essa envolve a interação entre atores comunicativos e contexto social ou cultural em que o locutor e interlocutor vivem. As propostas de produção textual elaboradas pelo professor, quando assumem a concepção interacionista, permitem ao aluno saber qual papel ele deve exercer e de que forma ele pode permitir a participação do receptor da mensagem ou leitor do seu texto. Dessa forma, os alunos têm consciência de perguntas essenciais para a escrita de um bom texto, tais como: Quem é o enunciador? (Aquele que escreve o texto); quem é o enunciatário? (Aquele que recebe a mensagem ou leitor do texto); qual é o propósito do texto e em qual gênero deve ser escrito? Quando essas perguntas são usadas nas construções de textos, os alunos se sentem mais seguros na sua elaboração e, ao mesmo tempo, as correções das produções se tornam mais claras, tanto para o professor quanto ao aluno. 17 4.2 Produção de texto e escola A produção de textos na escola, muitas vezes, é um tormento para muitos alunos e também para os professores. Um dos influenciadores da dificuldade dos alunos na criação de textos está relacionado com os temas propostos para os textos. Segundo GERALDI (2006), os alunos anualmente fazem redações com os mesmos temas e esses geralmente são baseados em datas comemorativas. Essa repetição de propostas faz com que os alunos não gostem de produzir textos, por ser uma atividade exaustiva e repetitiva, além de escreverem textos com temas sem utilidade prática. Os textos produzidos na escola além de trazer dissabores para os alunos, também se tornam algo ruim para os professores, que se sentem frustrados ao avaliar textos mal redigidos e ver a falta de interesse dos alunos de melhorar nas produções textuais. Escrever um texto exige sempre que o sujeito nele se exponha, porque ele resulta de uma criação. Por isso cada texto difere do outro, apesar de tratar do mesmo tema e estar expresso na configuração de um mesmo gênero. A escrita se caracteriza pela singularidade de seus gestos. (GERALDI, 2015, apud NOVAES, 2019). GERALDI (2006) mostra que as produções de texto na escola são feitas voltadas para o professor que é, geralmente, o único leitor do texto. Com isso, os estudantes se sentem desmotivados e não demonstram empenho na escrita de algo que será somente lido por uma pessoa que, no caso, é o professor. O emprego da língua, na escola, então, foge de sua utilidade real que deveria contar com a participação e interação de vários atores no processo comunicativo e isso torna o emprego da língua artificial. É interessante que os alunos escrevam textos que possam ser compartilhados com outros alunos da escola e até mesmo para outras pessoas fora da escola. O professor precisa promover atividades com os textos redigidos pelos alunos para que, dessa forma, os estudantes se sintam motivados a produzir bons textos para que outros possam lê-los. Outra questão importante na produção de textos é a leitura. Quanto mais se lê, maior é a bagagem de conhecimento argumentativo na elaboração de um bom texto. A leitura é um fator importante para se produzir bons textos e esse é um problema que acomete o sistema escolar brasileiro. Um ditado popular brasileiro afirma que o “brasileiro não gosta de ler”. Não é que o brasileiro não goste de ler. A raiz do problema é que muitos brasileiros não têm um bom hábito de leitura. 18 O fazer pedagógico que esteve presente no universo escolar brasileiro está diretamente relacionado a perspectivas educacionais e a perspectivas políticoideológicas (BEZERRA, 2010, apud DA SILVA, 2013). Essa falta de interesse pela leitura é refletidana escola desde o início das séries iniciais até o fim do ensino fundamental. Os discentes geralmente leem por “obrigação” livros que o professor considera importantes para a sua formação. A maioria dos professores seja conscientemente ou não, por algum motivo ou outro delimita o que os alunos precisam ler e não permitindo sugestões. Com isso, os alunos não possuem acesso a alguns tipos e gêneros textuais e desconhecem outros que fazem diferença na sua formação de bons leitores e escritores. As maiores dificuldades com relação a produções de textos pelos alunos, se deve a falta de objetivos claros nas propostas e inadequações dos temas propostos. A produção de texto na escola muitas vezes possui aspecto limitado, no qual são privilegiados alguns tipos e gêneros textuais, resultando em desconhecimento e insegurança por parte dos alunos ao se depararem com uma proposta de produção de texto. A produção textual é vista de maneira negativa pelos alunos, por ser na maioria das vezes, algo repetitivo e desgastante. Diante disso, o professor precisa se preocupar em variar temas e tipos textuais, além de definir objetivos claros em suas propostas de produção de textos. Com relação à correção e avaliação dos textos produzidos pelos alunos, compreende-se que o professor precisa se valer de diferentes critérios linguísticos claros, para que se possam identificar as dificuldades dos alunos e consequentemente pensar em estratégias de intervenção nessas dificuldades. Quando não há critérios de correção definidos, o professor seja de forma consciente ou inconsciente, fica desorientado, correndo o risco de não ter argumentos diante de questionamento de alunos e até mesmo de pais, com relação aos “erros de ortografia” e inadequações das propostas de textos. É importante que o professor encare a produção de textos de forma qualitativa, para que sua avaliação tenha por objetivo de ajudar ao aluno e não o reprovar. Contudo a produção de textos na escola é algo de grande preocupação, por que durante todo o tempo de escola, são feitas muitas produções de textos e ainda assim, muitas pessoas saem da escola inseguranças e incapazes de produzir bons textos. A competência de escrita de bons textos, de fato é, um aspecto importante e até mesmo decisivo no mercado de trabalho, por isso, desde cedo o trabalho com a produção de textos 19 na escola seja ela pública ou particular, precisa desenvolver essa capacidade nos alunos, para que estes no futuro possam estar preparados e possam concorrer de forma justa com outros candidatos, na busca de uma colocação no mercado de trabalho. 4.3 Produção textual e anos iniciais Engloba, portanto, a capacidade da criança de refletir acerca dos aspectos microlinguísticos do texto, como os coesivos e a pontuação, e dos aspectos macrolinguísticos, como organização geral do texto, seu conteúdo e sua estrutura, como noções sobre gêneros textuais. (SPINILLO, et al, 2003, apud SALLES, 2014). A criança recém-saída da alfabetização escreve todo o texto em um único parágrafo. Aos poucos, os professores podem iniciar o incentivo, dividindo- o em duas ou três partes. Nessa fase, o trabalho com parágrafo deve ter o objetivo de levar a criança a perceber a existência de espaços no texto e investigar a sua função. Por isso, são interessantes exercícios que trabalhem com o significado do espaço na escrita. Apresente textos curtos, como parlendas (combinações de palavras com temática infantil, que fazem parte do folclore brasileiro), adivinhas e provérbios em que não há espaço entre as palavras. Peça aos alunos que separem as palavras com barrinhas. Em seguida, solicite a cópia de um trecho no caderno. Discuta sobre a necessidade do espaço, destacando as impressões ao ler o texto inicial. Peça para as crianças escreverem bilhetes, sem deixar espaço entre as palavras, e trocá-los com os amigos. Depois, comente sobre a dificuldade para decifrar as mensagens. Após esta primeira etapa, o trabalho com parágrafos propriamente dito, se faz necessário. Exemplos e sugestões de atividades: Solicite que as crianças pintem, em pequenos textos, as áreas dos parágrafos. Levante hipóteses sobre o motivo de se usar essas divisões. Na fase do segundo ano, não deve haver preocupação com uma sistematização mais intensa com relação ao uso do parágrafo. O objetivo principal deve ser chamar a atenção da criança para a existência do espaço utilizado para marcá-lo, para a necessidade da letra maiúscula e para a mudança de linha que deve ser feita junto à margem. A prioridade, nesse momento, deve ser o incentivo à criação e ao desenvolvimento das ideias, sem tanta preocupação com os aspectos mais formais do texto. 20 No terceiro ano, a maioria das crianças iniciam essa fase produzindo textos nos quais alternam grandes blocos com alguns parágrafos simples. Elas já estão mais atentas ao aspecto espacial do parágrafo. Sugestões de atividades: Faça uma atividade de simulação de filmagem. Mostre uma gravura grande e diga que, a partir dela, ele irá inventar uma história. As crianças devem imaginar que estão filmando a história em suas mentes. O mesmo pode ser feito com a leitura de um texto em voz alta. Peça às crianças que relatem as imagens filmadas em cada parte da história. Ao final da atividade, discuta com elas o que aconteceu. A câmera não fica parada, vai mudando o foco para diferentes imagens e situações do texto. Estabeleça uma relação dessas mudanças de imagens com o parágrafo na escrita, utilizado para marcar passagens de cenas da história. Após a proposta inicial, é possível planejar algumas atividades de sistematização, com base em textos de interesse da classe. Ofereça textos que está parte com parágrafos e parte sem. Discuta sobre a diferença entre eles. Peça para copiarem o trecho sem parágrafos, organizando-o. (Exemplo: enumere os parágrafos, depois discuta com a classe se seria possível montar o texto de outra forma, seguindo outra sequência de parágrafos). Nos quartos e quintos anos, as crianças serão capazes de produzir textos com parágrafos simples, contendo de duas a três frases. Algumas (isso dependerá da visão de cada educador), conseguiram formar textos maiores e mais complexos. Nesta fase o sentido de parágrafo, coerência na escrita devem se adequar a regra formal. 21 5 LEITURA, PRODUÇÃO TEXTUAL E ORATÓRIA Fonte: estantemagica.com.br De acordo com o Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (PNAIC), “a alfabetização na perspectiva do letramento busca favorecer situações propícias de aprendizagem do funcionamento do sistema de escrita alfabética, de modo articulado e simultâneo às aprendizagens relativas aos usos sociais da escrita e da oralidade”. Os eixos Leitura, Oralidade e Produção Textual descritos na proposta da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), na área de Linguagens, Língua Portuguesa, contemplam aspectos relevantes: Eixo Leitura: compreende as práticas de linguagem que decorrem da interação ativa do leitor/ouvinte/espectador com os textos escritos, orais e multissemióticos e de sua interpretação, sendo exemplos as leituras para: fruição estética de textos e obras literárias; pesquisa e embasamento de trabalhos escolares e acadêmicos; realização de procedimentos; conhecimento, discussão e debate sobre temas sociais relevantes; sustentar a reivindicação de algo no contexto de atuação da vida pública; ter mais conhecimento que permita o desenvolvimento de projetos pessoais, dentre outras possibilidades. (BRASIL, p. 69) Eixo Oralidade: compreende as práticas de linguagem que ocorrem em situação oral com ou sem contato face a face, como aula dialogada, web conferência, mensagem gravada, spot de campanha, jingle, seminário, debate, programa de rádio, entrevista, 22 declamação de poemas (com ou sem efeitos sonoros), peça teatral, apresentaçãode cantigas e canções, playlist comentada de músicas, de histórias, diferentes tipos de podcasts e vídeos, dentre outras. Envolve também a oralização de textos em situações socialmente significativas e interações e discussões envolvendo temáticas e outras dimensões linguísticas do trabalho nos diferentes campos de atuação. O tratamento das práticas orais compreende. (BRASIL, p. 77) Eixo da Produção de Textos: compreende as práticas de linguagem relacionadas à interação e à autoria (individual ou coletiva) do texto escrito, oral e multissemiótico, com diferentes finalidades e projetos enunciativos como, por exemplo, construir um álbum de personagens famosas, de heróis/heroínas ou de vilões ou vilãs; produzir um almanaque que retrate as práticas culturais da comunidade; narrar fatos cotidianos, de forma crítica, lírica ou bem-humorada em uma crônica; comentar e indicar diferentes produções culturais por meio de resenhas ou de playlists comentadas; descrever, avaliar e recomendar (ou não) um game em uma resenha, gameplay; escrever verbetes de curiosidades científicas; sistematizar dados de um estudo em um relatório ou relato multimidiático de campo; divulgar conhecimentos específicos por meio de um verbete de enciclopédia digital colaborativa; relatar fatos relevantes para a comunidade em notícias; cobrir acontecimentos ou levantar dados relevantes para a comunidade em uma reportagem; expressar posição em uma carta de leitor ou artigo de opinião; denunciar situações de desrespeito aos direitos por meio de fotorreportagem, foto denúncia, poema, lambe-lambe, microrroteiro, dentre outros. (BRASIL, p. 74). Certamente, em termos de desenvolvimento humano, a fala é o status primário. Culturalmente os homens aprendem a falar antes de ler e escrever. Todas as crianças aprendem a falar (excluindo-se as patologias): muitas crianças não aprendem a ler e a escrever. Todas as culturas fazem uso da comunicação oral; muitas línguas são ágrafas. De uma perspectiva histórica e da teoria do desenvolvimento, a fala é claramente primária. (FÁVERO, 1999, apud MACHADO, 2008). A leitura, a escrita e a oratória, são práticas sociais de valiosa importância para o desenvolvimento da cognição humana. Proporcionam o desenvolvimento do intelecto e da imaginação, além de promoverem a aquisição de conhecimentos. Dessa maneira, quando lemos ocorrem diversas sinapses no cérebro que nos permitem desenvolver o raciocínio. Além de aguçar nosso senso crítico por meio da capacidade de interpretação. Nesse sentido, vale lembrar que a “interpretação” dos textos é uma das chaves essenciais da 23 leitura. Afinal, não basta ler ou decodificar os códigos linguísticos, faz-se necessário compreender e interpretar essa leitura. Muitos são os benefícios que a leitura proporciona: desenvolvimento da imaginação, da criatividade, da comunicação, bem como o aumento do vocabulário, dos conhecimentos gerais e do senso crítico. Além desses benefícios, com a leitura exercitamos nosso cérebro, o que facilita a interpretação de textos de forma a promover competência e habilidade na escrita. Ao ler, o indivíduo adquire maior repertório, ampliando e expandindo seus horizontes cognitivos. Para além disso, estudos apontam que o ato de ler é muito prazeroso na medida em que reduz o estresse ao mesmo tempo que estimula reflexões. Por esse motivo, a leitura deve ser incentivada desde a Educação Infantil. Incentivar os filhos pequenos em casa e criar hábitos são condições importantes para que as crianças desenvolvam o gosto pela leitura. Valorizar cada aspecto gráfico dos textos dos alunos, que compreende a qualidade dos traços, a distribuição espacial e das formas, a orientação espacial entre direita e esquerda e em cima e embaixo e que, além de explorarmos o contexto cultural, evoluímos ao dar oportunidade aos alunos de diferenciar o desenhar do escrever, que nos remete a habilidade de aspectos construtivos sujeitos a evolução a cada ano escolar. (FERREIRO, 2011, apud DE OLIVEIRA, 2016). Segundo GOMES (2013), a língua é vista como um código, isto é, um conjunto de signos que se combinam segundo regras. Desse modo, nessa nova percepção já se percebe o ato de comunicação, e se considerando o emissor e receptor, sendo que ambos deveriam dominar o código para que a comunicação seja efetiva. Partindo da concepção da língua escrita como sistema formal (de regras, convenções e normas de funcionamento) que se legitima pela possibilidade de uso efetivo nas mais diversas situações e para diferentes fins, somos levados a admitir o paradoxo inerente à própria língua: por um lado, uma estrutura suficientemente fechada que não admite transgressões sob pena de perder a dupla condição de inteligibilidade e comunicação; por outro, um recurso suficientemente aberto que permite dizer tudo, isto é, um sistema permanentemente disponível ao poder humano de criação (GERALDI, 93). Para produzir textos de qualidade, os alunos precisam saber o que querem dizer, para quem escrevem e qual é o gênero textual que melhor exprime essas ideias. O segredo é ler muito e revisar constantemente a escrita. A priori, o reconhecimento dos diversos tipos de gênero textual discursivo é essencial para a organização da escrita 24 e, consequentemente, o planejamento das ideias. Assim o trabalho com os gêneros textuais na sala de aula é primordial para o incentivo e desenvolvimento da leitura e escrita. A linguagem vista enquanto um código, objetiva apenas a transmissão de informações, ou seja, o código – a língua – era vista como algo objetivo e externo à consciência individual, havendo assim uma limitação ao estudo do funcionamento interno da língua e desconsiderando-se o uso da língua em contextos sociais mais amplos. (KOCH, 2000, apud GOMES, 2013). A produção de textos escritos é um eixo da língua materna que deve ser ensinado e desenvolvido em sala de aula e o desencadeamento desse ensino se dá através dos gêneros textuais discursivos. 6 PRODUÇÃO DE TEXTO: COMO INCENTIVAR OS ALUNOS A ESCREVER O incentivo à leitura deve iniciar desde cedo às crianças, pois quanto mais elas leem mais fácil de começar a escrever. Esse incentivo vem de casa pelos pais e familiares. E para que o gosto da escrita nasça, é preciso deixá-la dar os primeiros passos. Valorizar o que vai sendo produzindo, como um simples desenho ou até mesmo um rabisco é um grande incentivo. Se o hábito da leitura, não for conquistado em casa, pela família, caberá a escola dar condições as crianças ao contato com os livros, muito embora, no interior de muitas escolas concebem-se a leitura como decodificação de signos linguísticos, não concebendo assim uma produção de significados. A leitura e a escrita se completam, uma depende da outra, para o sujeito ser um bom leitor e também um bom escritor, elas devem ser incentivadas juntas. Só se aprende a escrever com gosto, se formos livres de escrever aquilo que queremos. 6.1 Incentivo à leitura Segundo KOCH (2000), quando as crianças chegam às escolas já dominam a língua falada. Ao entrar em contato com a escrita, precisa adequar-se às exigências desta, o que não é tarefa fácil. É por essa razão que seus textos se apresentam eivados de marcas da oralidade, que, aos poucos deverão ser eliminadas. Na fase inicial de aquisição da escrita, 25 a criança transpõe para o texto escrito os procedimentos que está habituada a usar em sua fala. Somente com o tempo e com a intervenção contínua e paciente do professor é que vai construir seu modelo de texto escrito. Existem várias formas de incentivar a criança a gostar de ler, bem como a criar o hábito de leitura. Ser um bom contador de histórias é uma dessas formas, pois as crianças se encantam com o professor, com a entonação de sua voz, os gestos que faz, as caras e bocas, os risos ou choros, enfim, tudo aquilo que traz emoçãopara o momento. E mais tarde tentam imitá-lo agindo da mesma forma. A valorização da leitura primária, nos tempos atuais, vem sendo trabalhada com enfoque de mudança na geração futura, pois, ainda hoje é possível observar que a leitura mostra que existe deficiência na sua aceitação por parte do alunado. Se hoje a leitura é vista pelos educadores como uma atividade preciosa para a alfabetização, comprova a importância que a mesma apresentará nas próximas décadas. A inclusão do ato de ler com qualidade desde os primeiros anos do ensino fundamental faz com que as futura gerações tenham um conhecimento superior à que existe hoje. Se a produção de leitores continuar sendo incentivada, essa produtividade irá gera bons frutos, e não haverá rupturas em sua base evolutiva. Entretanto, a leitura não deve ser somente para o prazer, mas com o objetivo de promover a capacidade reflexiva e crítica, o que acontece quando o professor abre espaço para discussões após a mesma, dando oportunidade de os alunos darem suas opiniões, elogiando ou não o livro, repensando suas ideias acerca do tema abordado, ou até mesmo mudando o final da história. A leitura é basicamente um processo de representação. Como esse processo envolve o sentido da visão, ler é, na sua essência, olhar para uma coisa e ver outra. A leitura não se dá por acesso direto à realidade, mas por intermediação de outros elementos da realidade. Nessa triangulação da leitura o elemento intermediário funciona como um espelho; mostra um segmento do mundo que normalmente nada tem a ver com sua própria consistência física. Ler é, portanto, reconhecer o mundo através de espelhos. Como esses espelhos oferecem imagens fragmentadas do mundo, a verdadeira leitura só é possível quando se tem um conhecimento prévio desse mundo. (LEFFA, 1996, apud ARAÚJO, 2018). Outra forma, considerável, de se incentivar a leitura é levar os alunos a fazerem uma visita semanal à biblioteca da escola, tendo estes, o direito de livre escolha dos livros. Voltando para a sala de aula, cada aluno poderá fazer um desenho ou um resumo, a fim de registrar e demonstrar o que foi lido, bem como a forma que compreendeu a história. 26 Brincar com teatro, fantasias, buscando a representação dos textos lidos também é uma excelente forma de incentivar a leitura, pois o aluno percebe que para simular precisa ter um texto, uma história em mente. Além disso, o teatro é uma forma prazerosa de se aprender, promove descontração e muita troca de conhecimento. A representação não tem necessariamente de ser apenas de livro de história, mas pode ser de filmes, conteúdos de outras disciplinas, fatos do cotidiano, entre outros. O importante é que a escola abra espaço para esse tipo de trabalho e que os professores os incentivem sempre, visando o aumento do vocabulário, a riqueza de ideias, a desinibição, a constituir uma fala desenvolta e a ficar mais próximos dos acontecimentos sociais. No ambiente escolar, um dos primeiros contatos dos estudantes com o texto acontece pela leitura. Ela estimula e instiga a criatividade infantil com histórias que apresentam diferentes cenários, personagens e valores que são internalizados nas crianças. O hábito de ler faz com que o estudante crie compreensão dos diversos estilos de contar uma história: narrativa, fábula, argumentação, conto, poesia etc. Portanto, estimular a leitura em sala de aula é uma maneira de incentivar a produção textual. [...] a presença do texto na sala de aula implica desistir de um ensino como transmissão de um conhecimento pronto e acabado, tratar-se-ia de assumir um ensinar sem objeto direto fixo e imutável – um conhecimento estabelecido; tratar- se-ia de não mais perguntar ‘ensinar o quê’, mas ‘ensinar para quê’, pois do processo de ensino não se esperaria uma aprendizagem que se lastrearia na experiência de produzir algo sempre nunca antes produzido – uma leitura ou um 57 texto – manuseando os instrumentos tornados disponíveis pelas produções anteriores. (GERALDI, 2015, apud NOVAES, 2019). É importante, porém, que os livros sejam apresentados como elementos de diversão e fonte de conhecimento. Ou seja, os estudantes não podem encarar a leitura como uma obrigação acadêmica, tornando a prática maçante e pouco atrativa. Promover rodas de leituras, buscar produções que dialoguem com a realidade do estudante e deixar os livros acessíveis são maneiras de incentivar a prática. 27 6.2 Autoconfiança e incentivo à leitura O nervosismo e a falta de confiança são impeditivos para liberarem sua criatividade e deixarem o texto fluir. Em alguns casos, essa barreira pode significar o sentimento de limitação no conhecimento de vocabulário ou das regras gramaticais. Para tentar superar essa barreira, o professor tem um papel fundamental. É ele quem precisa estimular a autoconfiança dos estudantes, mostrando que a prática leva ao melhoramento da escrita. Criar ambientes abertos para discussão também auxilia os estudantes a se sentirem menos inibidos. Abordar a produção textual como uma atividade divertida e útil para os estudantes também facilita a autoconfiança. Além disso, o professor precisa compreender que cada aluno expressará a escrita de forma pessoal e que isso precisa ser valorizado. 6.3 Criatividade e leitura Para conseguir desenvolver boas produções textuais é fundamental ter criatividade. O estímulo e valorização de ambientes que instiguem e fortaleçam essa característica nos estudantes é de extrema importância. Colar cartazes com informações diversas em sala de aula, auxilia na criatividade do aluno ao escrever. O professor também pode deixar um tempo para que cada aluno faça uma escrita livre. Nesse caso, não é necessário apontar temas, formatos ou padrão, apenas permitir que o estudante desenvolva um conteúdo sobre o seu gosto pessoal. Assim eles conseguirão superar o nervosismo e liberar a escrita e criatividade. http://54.207.29.105/o-que-e-sala-de-aula-invertida-e-quais-as-vantagens-desse-metodo/ 28 7 TÉCNICAS PARA A PRODUÇÃO DE TEXTO Fonte: youtube.com O aluno apenas aprenderá escrever, escrevendo. Com isso, antes de começar o texto, é necessário realizar um esboço, com o intuito de que, inicialmente, ele terá a utilidade de um roteiro e que, durante a produção, poderá sofrer modificações. Um método bastante simples de se estruturar as ideias começa com a anotação de todas elas, não se preocupando com uma sequência lógica. Tudo o que vier à mente dever ser escrito na folha, não importando a ordem ou os erros gramaticais. Apenas escreva. Essa técnica é conhecida como brainstorm, ou tempestade cerebral, e tem por objetivo registrar tudo sobre o assunto, para que mais tarde seja possível avaliar e organizar as ideias. Esse processo costuma gerar bons resultados. Tempestade cerebral ou braistorming trata-se de uma técnica que permite o desenvolvimento da criatividade e a produção de uma grande quantidade de ideias em um curto espaço de tempo. Nessa técnica apresenta-se um tema para os estudantes e pede que os mesmos verbalizem o que entendem sobre o referido tema sem preocupação com o certo ou errado, ou seja, com plena liberdade. (MASSETO, 2003, apud MARQUES, 2017). Também é necessário que haja a consciência de que pensar supõe diálogo. Assim que se conhecem as expectativas do receptor, é possível compreender as principais informações que devem estar contidas no texto. Quando a transmissão é objetiva, pode-se 29 chegar à organização ideal do texto. Atribuir a atenção devida ao leitor faz dimensionar o valor e dar destaque ao assunto mencionado no texto. Uma elaboração prévia faz com que as informações menos importantes fiquem designadas a um segundo plano, ou mesmo desprezadas. Fique atento àquelas que são capazes de deixar o texto fluir; elas merecem um detalhamento maior. O controle das palavras écompletamente possível quando se faz uma redação. O importante, para isso, é saber como fazer uma boa redação! É preciso, para isso, lê-las em voz alta, primeiro, e ouvir como soam aos seus ouvidos, perguntando se o contexto faz sentido. Também é possível pronunciá-las em baixo tom, perguntando se realmente transmitem o que deseja. Reescrevendo o que já escreveu, aparecem várias chances de acertar, antes de mandar a mensagem para o receptor. Para escrever bem e de maneira simples, atribuindo qualidades à linguagem, alguns pontos devem ser levados em consideração. São eles: clareza, fluência, concisão, precisão, coesão e coerência. 7.1 Clareza Clareza textual é a comunicação, o objetivo principal que todos os textos possuem, sejam eles, orais ou escritos. Portanto é muito importante fazer-se compreender, sendo este fator indispensável para o bom funcionamento da linguagem. Saber escolher o tema e escrever dentro deste tema é primordial. Para isso o escritor deve manter sempre informado para discorrer sobre qualquer assunto. O domínio sobre o tema influi diretamente na clareza da escrita. 7.2 Precisão Esse componente textual se refere a uma escrita clara, coerente e precisa. Nesse âmbito, palavras eruditas não têm vez. Empregá-las é um jeito fracassado de tentar impressionar o leitor/examinador. Elas geram um texto pedante, cheio de ideias emaranhadas. Ao contrário do que muitos pensam, a simplicidade é o segredo para uma boa dissertação. Não se trata de usar palavras próprias dos diálogos informais, mas de selecionar as expressões que ajudarão a sustentar seu ponto de vista, de forma direta e 30 clara. Palavras vazias não cabem também quando o intuito é alcançar a precisão vocabular e, com ela, um texto atraente e objetivo. Refiro-me a construções baseadas em conceitos muito gerais, que não representam fatos concretos. 7.3 Fluência Um texto fluente é aquele que é compreensível à primeira leitura sem a necessidade de grande esforço para entendê-lo. Quem trabalha com palavras (como Jornalistas ou Relações Públicas) têm o dever de realizar textos bem escritos e de fácil entendimento, porém estes textos claros também são importantes para qualquer pessoa que pretenda passar alguma informação. Vemos como um exemplo simples as redes sociais, que são fontes de comunicação utilizadas por vários usuários, em situações cotidianas. Concisão: Ser conciso é dizer o necessário com o mínimo de palavras, sem prejudicar a clareza da frase. É ser objetivo e direto. ao expressar a informação, dizendo apenas o que precisa ser dito, evitando a tagarelice e a redundância. Deste modo, conseguiremos uma comunicação efetiva da nossa investigação apresentando as ideais de uma maneira organizada, concisa e fluida que nos permitirão alcançar adequadamente o público-alvo e uma melhor divulgação dos resultados. 7.4 Coesão A coesão é responsável pelos sentidos encontrados na superfície do texto. Através dela é estabelecida a relação semântica (relações de sentido entre as palavras) entre os elementos do discurso através do uso adequado de conectivos, que servirão para encadear de maneira lógica as ideias do texto. Para escrever um texto coeso, conheça agora os cinco tipos de coesão textual: Coesão por referência: é um dos tipos mais utilizados em um texto. Graças a ela, evitamos repetições de termos, descuido que pode tornar desagradável a leitura de um texto. https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/redacao/uso-adequado-dos-conectivos.htm 31 Exemplo: Rafaela saiu do trabalho. Ela foi trabalhar na loja e mais tarde foi ao curso de dança. De acordo com o exemplo, o termo "ela" retoma o sujeito "Rafaela", evitando assim, a repetição desnecessária. Coesão por substituição: são empregadas palavras e expressões que retomam termos já enunciados através da anáfora. Exemplo: Os alunos foram advertidos pelo mau comportamento. Caso volte a acontecer, eles serão suspensos. Coesão por elipse: Ocorre por meio da omissão de uma ou mais palavras sem que isso comprometa a clareza de ideias da oração Coesão por conjunção: Esse tipo de coesão possibilita relações entre os termos do texto através do emprego adequado de conjunções. Exemplo: Como não consegui ingressos, não fui ao show, contudo, assisti ao espetáculo pela televisão. Coesão lexical: ocorre por meio do emprego de sinônimos, pronomes, hipônimos ou heterônimos. Esse tipo de coesão textual é essencial para manutenção da unidade temática do texto que necessita de uma carga de redundância. A coesão lexical constrói uma cadeia de sentidos fazendo remissão das mesmas ideias através diferentes expressões. Exemplo: Machado de Assis é considerado o maior escritor brasileiro. O carioca nasceu no dia 21 de junho de 1839 e faleceu no Rio de Janeiro no dia 29 de setembro de 1908. Gênio maior de nossas letras, foi um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras. As diferenças estruturais entre textos deveriam ser atribuídas não tanto a diferenças gerais entre fala e escrita, mas a diferença de gênero e registro que dependem dos objetivos comunicativos do narrador (falante ou escritor) e do contexto da comunicação. (TANNEN, 1982, apud GONÇALVES, 2003). 7.5 Coerência textual É um importante elemento para a compreensão de um texto, sendo construída através dos conhecimentos sociocognitivos de cada leitor. Segundo WIDDOWSON (1978) coesão é o processo através do qual as frases ou partes são conectadas para garantir o 32 desenvolvimento proposicional, revelando- se através de índices formais sintáticos, sem apelo ao pragmático, ou seja, a coesão está ligada aos aspectos gramaticais. VAN DIJK E KINTSCH (1983), classificam a coerência em dois tipos: uma coerência local que está relacionada às partes do texto, situada a nível das sentenças ou das proposições, e em coerência global, a qual relaciona-se ao texto como um todo. Estes autores enfatizam também, o papel fundamental da coerência em diversos níveis linguísticos. Nível semântico: que se constitui na relação entre os significados dos elementos locais ou entre a totalidade textual. Nível sintático: representa o uso de recursos coesivos e sintagmas nominais como recursos auxiliares indispensáveis à coerência semântica do texto. Nível estilístico: que se constitui nas características linguísticas de um referido tipo de texto. Nível pragmático: está relacionado à função comunicativa na qual o texto encontra- se inserido, caracterizados pelos atos de fala entre os interlocutores. 7.6 Outros cuidados durante a escrita Cuidado com a pontuação: Ordem direta X Inversões sintáticas: Nos textos não literários, prefira a ordem direta, cuja construção sintática obedece à regra sujeito + verbo + complemento. Ao privilegiar a ordem direta, você estará contribuindo para a clareza textual. Nos textos literários, inversões estão liberadas, já que nesse tipo de linguagem há um compromisso com aspectos estilísticos da escrita. Evite abreviaturas e siglas: Recursos muito utilizados quando precisamos redigir de maneira dinâmica, as abreviaturas e as siglas devem ser evitadas na linguagem escrita, pois devemos considerar a possibilidade de que nem todos os leitores conheçam determinado termo em sua forma reduzida. Subjetividade X objetividade: A subjetividade é um recurso expressivo da linguagem que deve ficar restrito aos textos literários. Subjetivismos geralmente revelam estados emocionais, característica que prejudica a objetividade e a clareza textual. 33 7.7 Produção textual - Análise discursiva Um texto se constrói a partir da combinação perfeita entre as palavras dispostas em frases, períodos subsequentes e, por fim, manifestadas em parágrafos formados por um todo coeso, claro e coerente parágrafo. Outro aspecto que se evidencia é o fato de que constantemente o emissor precisa fazeruma releitura de sua produção, pois, no momento em que está redigindo não se atém para possíveis falhas que porventura incidam diretamente na qualidade da mensagem. Ao realizar tal procedimento, ele poderá acrescentar e/ou suprimir elementos, contribuindo assim para o aprimoramento da performance discursiva. Na verdade, o texto é um objeto complexo que envolve não apenas operações linguísticas como também cognitivas, sociais e interacionais. Isso quer dizer que na produção e compreensão de um texto não basta o conhecimento da língua, é preciso também considerar conhecimentos de mundo, da cultura em que vivemos, das formas de interagir em sociedade (KOCH, et al, 2016, p. 15, Apud SANTOS, 2018). 8 ESCREVENDO DE FORMA CLARA Fonte: freitasbastos.com 34 8.1 Estabeleça objetivos compatíveis com a série escolar O desenvolvimento da competência de escrita é um processo longo. Nele, está envolvido o domínio de uma série de conhecimentos linguísticos e gerais adquiridos gradualmente, no decorrer da escolaridade. Entre as qualidades que contribuem para a proficiência na escrita, podemos destacar: Vocabulário; Bom uso da pontuação e da gramática; Compreensão da finalidade e da estrutura de cada gênero textual. Portanto, essa habilidade é desenvolvida à medida que o aluno tem contato com os conteúdos acima e, principalmente, aprende a aplicá-los na comunicação. Por esse motivo, os objetivos referentes à produção textual precisam ser estabelecidos de forma progressiva, coerente com o nível de ensino. Eles devem desafiar o aluno a alcançar um novo patamar, mas sempre de acordo com suas possibilidades. A Teoria dos Gêneros reconhece que i) há uma variedade de comunidades discursivas com suas próprias normas e convenções para a construção do conhecimento e o debate acerca dele, e que os textos variam linguisticamente de acordo com sua finalidade e contexto. (MARTIN, 2000, apud STREET, 2010). 8.2 A leitura no processo de aprendizagem O ser humano tem, naturalmente, o impulso da comunicação. Aprendemos a falar a partir da nossa interação com falantes. Quando se trata da escrita, esse diálogo acontece por meio da leitura. Por isso, o primeiro passo para formar escritores competentes é criar bons leitores. À medida que o aluno aprecia e valoriza tudo o que recebe por meio da leitura, ele se sente estimulado a compartilhar suas próprias experiências, percepções e opiniões por meio da escrita. Portanto, trata-se da construção de significado e valor (do “por que escrever”). A partir do momento em que dá aos estudantes uma motivação para escrever, a leitura passa a desempenhar outros papéis. Ela veicula informações e amplia o repertório do aluno, fazendo com que ele tenha “o que escrever”. Finalmente, essa prática o familiariza com os diferentes gêneros textuais, para que ele saiba “como escrever”. https://gutennews.com.br/blog/2017/10/20/producao-textual/ https://gutennews.com.br/blog/2018/07/24/como-mapear-as-habilidades-de-leitura-dos-alunos/ 35 8.3 Estratégias efetivas para o grupo Assim como os objetivos, as estratégias utilizadas devem ser compatíveis com a série e o nível de desenvolvimento dos estudantes. É essencial fornecer estímulos adequados a cada faixa etária, promovendo o engajamento e despertando o prazer de compartilhar pensamentos ou experiências por meio da escrita. Para ensinar os alunos a escrever de forma clara ou proficiente, a produção textual precisa ser muito bem planejada e executada. É necessário que ela seja o ponto culminante de um processo de aprendizagem e não uma atividade isolada. 8.4 Produção textual consciente A atividade de escrita deve ser desenvolvida de forma consciente. Isso significa que o estudante precisa, em primeiro lugar, ter um objetivo claro ao desenvolvê-la. Qual é o propósito do texto que será construído? Ele vai contar uma história? É preciso convencer o leitor de determinada ideia ou posicionamento. Será narrado um fato, uma ocorrência? Pretende-se emocionar, divertir ou informar? A partir dessa definição, o estudante pode estabelecer o gênero textual mais apropriado para alcançar seu objetivo. Mais do que isso, ele deve conhecer a estrutura e os elementos de cada um deles, além de aprender a usá-los de modo a transmitir sua mensagem. Portanto, o professor ensina a planejar e executar as diferentes etapas da produção textual, como título, enredo e estrutura. Depois, ele atua como orientador na escrita do conteúdo e na revisão do texto. À medida que se torna cada vez mais consciente desse processo, o aluno adquire a capacidade de realizar esse ciclo sozinho no futuro. 8.5 Contribuições para escrita Professores e alunos estão em um processo constante de construção de conhecimento. Mesmo quem já concluiu várias etapas de ensino se depara com assuntos que não conhece, além de temas novos e desafiadores, que exigem pesquisa e estudo. https://gutennews.com.br/blog/2018/05/03/leitura-na-escola-como-ela-ajuda-no-desenvolvimento-do-aluno/ https://gutennews.com.br/blog/2018/04/13/em-busca-conteudo-perfeito/ 36 Por esse motivo, todo trabalho de escrita deve ser precedido de um preparo. É extremamente produtivo explorar o tema da produção por diferentes perspectivas: vídeos e análises de imagens ou textos de vários gêneros (jornalísticos, charges, quadrinhos, poesias), além de uma ampla discussão. As convenções que orientam a escrita não são transparentes para aqueles que participam da comunidade acadêmica ou para aqueles que querem fazer parte dessa comunidade, ao mesmo tempo que defende a necessidade de um diálogo entre professores e alunos com vistas a melhor lidarem com esse “mistério” em torno da escrita. (LILLIS, 1999, apud DA SILVA, 2013). 8.6 Tecnologia e a escrita A tecnologia é uma fonte infinita de pesquisa, na qual o educador consegue encontrar todos os recursos necessários para a etapa anterior. Eles estão não só nos sites abertos da internet, mas também em plataformas desenvolvidas especificamente para contribuir com o trabalho do professor. Segundo MIRANDA (2013), o ambiente virtual passou a ser visto e explorado como contexto emergente de investigação para muitas disciplinas em diversas áreas como estudos matemáticos, linguísticos, pedagógicos e biológicos, entre outros. Além de ser uma fonte de conhecimento, a tecnologia desempenha outro papel fundamental: o de veículo de compartilhamento. Afinal, os textos são produzidos pensando sempre em um destinatário. Nesse sentido, a web ganha destaque. O educador pode criar espaços virtuais que reúnem diferentes grupos de alunos, nos quais as produções são publicadas e discutidas. 8.7 Mostre a importância da revisão Além de planejar e escrever o texto, o aluno precisa ser ensinado a revisá-lo e reescrevê-lo. Essas ações também fazem parte da produção e contribuem para que o escritor se certifique de que as ideias foram expressas de acordo com seus objetivos. Para tanto, a revisão não pode ser apenas ortográfica ou gramatical. O desenvolvimento da capacidade de enxergar o texto com os olhos do leitor e de identificar pontos que não estão claros ou transmitindo a ideia que o escritor intencionava deve começar cedo. https://gutennews.com.br/blog/2017/10/19/novos-recursos/ 37 Há muitas formas de desenvolver esse olhar, inclusive trabalhando em grupos. Já no Ensino Fundamental, os alunos podem receber trechos que necessitem de aperfeiçoamento, discuti-los em grupo e reelaborar uma escrita em conjunto. Com o passar do tempo, o professor deve incentivá-los a fazer essa revisão e reescrita por meio de troca e, finalmente, a demonstrar tal consciência em relação à própria produção. 9 TÉCNICA, COERÊNCIA E CRIATIVIDADE- PRODUÇÃO DE TEXTOS Fonte: paramais.com.br Por possibilitar a mobilização de inúmeros gêneros textuais como modos de participação da produção do jornal escolar,contribuindo com a aprendizagem dos alunos, a unidade temática de exercícios didáticos exerceu a função de gênero catalisador durante a intervenção realizada. (SIGNORINI, 2006, apud SILVA, 2008). Produção de textos pode ser mais fácil do que muitos imaginam. Conseguir colocar no papel de maneira clara e objetiva um pensamento ou ideia relacionada a determinado assunto exige apenas estudo e prática. Para isso, é importante utilizar algumas regras que contribuirão para deixar o conteúdo escrito coeso, interessante e de fácil entendimento. Produzir textos de qualidade pode ser um grande diferencial para os estudantes que estão se preparando para o vestibular em busca de uma vaga na universidade. 38 9.1 Leitura e produção de textos Primeiro é fundamental ter noção da importância da leitura para uma boa escrita. Quem tem o hábito de ler, seja livro, revista, jornal, blog, etc., consegue desenvolver uma excelente capacidade de produção de textos. Isso porque a leitura estimula a mente, aprimora o repertório cultural com novas informações, expande o vocabulário, sendo possível conhecer uma variedade de novas palavras e seus significados. Tudo isso contribui para que, na produção de textos, seja possível elaborar um conteúdo mais relevante, eloquente e persuasivo. Para isso, ninguém precisa se ver obrigado a ler sobre absolutamente tudo, de imediato, para conseguir produzir os melhores textos. Uma dica para começar a criar o hábito da leitura é escolher assuntos de acordo com as preferências pessoais. Por exemplo, ler revistas sobre o estilo musical favorito; matérias sobre novos games, para quem gosta de jogos e tecnologia; textos sobre o universo da moda e beleza; livros com histórias de ficção; entre outros. Dessa forma, a leitura não será vista como uma obrigação, e sim, como um prazer. Consequentemente, isso impactará de forma positiva na produção de textos bons, atrativos e interessantes. 9.2 Produção de texto A produção textual é um processo complexo que mobiliza diversas capacidades e conhecimentos de escrita. Tem como objetivo transmitir uma mensagem, cumprindo uma finalidade comunicativa. Para uma eficaz produção de texto, é importante que o autor entenda bem o assunto sobre o qual vai escrever, bem como qual será o propósito comunicativo do texto. Conhecer os diferentes tipos de texto é também essencial para que possa utilizar uma estrutura que mais se adéque ao objetivo do texto. Por fim, é imprescindível que se domine o código escrito da língua portuguesa e que se escreva com coesão e coerência. A produção de um texto estrutura-se em três procedimentos complementares e indispensáveis: o planejamento do texto, a escrita do texto e a revisão do texto. 39 9.3 Estrutura dos textos Todos os tipos de texto são estruturados em três partes: introdução, desenvolvimento e conclusão. Porém um detalhe que não pode ser esquecido é o título. O título é uma parte fundamental no texto, pois é ele que pode chamar a atenção e atrair para a leitura do conteúdo. Muitas pessoas, deixam para definir o título após a produção do texto, enquanto outras deixam para elaborá-lo depois. Não há uma regra definida para isso. A introdução deve conter os principais pontos sobre o assunto que será abordado no decorrer do texto. Nesse momento, o leitor terá uma noção geral do tema e a importância da sua abordagem. Para que essa primeira parte do texto seja atrativa e prenda a atenção de quem está lendo é imprescindível usar a criatividade e, a depender do tema, aspectos que mostrem o impacto do assunto para a sociedade. Na sequência vem o desenvolvimento. É a parte do texto onde estarão os argumentos que reforçarão o que foi introduzido no primeiro parágrafo. Pode-se usar fatos de conhecimento geral, dados estatísticos e/ou exemplos reais, sem excessos, para que o texto não perca a atratividade. Por fim, a conclusão, que como o próprio nome diz, encerra o texto e conterá um resumo objetivo de tudo que foi abordado, além de uma proposta de solução para o problema. Nas redações de vestibular, é comum o limite de 30 linhas para o texto. Nesse caso, a estrutura pode ser dividida da seguinte forma: Introdução: média de cinco linhas; Desenvolvimento: média de 14 a 18 linhas; Conclusão: média de quatro a seis linhas. 9.4 Dicas para facilitar a produção de textos Além de todas as técnicas citadas acima, as características que determinam um bom texto perpassam, principalmente, pela coesão e coerência. 40 Apresentar ideias que sigam uma linha de raciocínio lógico, sem contradições, com o uso correto das regras gramaticais e de concordância, são fundamentais para alcançar um texto de qualidade. Algumas dicas que poderão ajudar a desenvolver a capacidade de produção de textos: Criar o hábito de ler, inicialmente sobre assuntos de preferência, expandindo para leitura sobre temas diversos; conhecer os tipos de texto; usar a criatividade, explorando o que for possível de acordo com o tema; Ter atenção com as regras gramaticais. Um texto com erros desse tipo não passa credibilidade; usar uma linguagem adequada, sem gírias ou palavras informais; evitar repetir palavras, utilizando-se de sinônimos para enriquecer o texto; ser coeso e coerente para não fugir do tema escolhido. Assim como em relação à leitura, pode-se iniciar a produção de textos sobre os temas que mais gosta e, aos poucos, começar a abordar assuntos de impacto social, ligados à saúde, educação, segurança, meio ambiente, política, esportes, entre outros. Acompanhar os jornais e o que está sendo debatido nas rodas de conversa e redes sociais também é importante para ter um parâmetro no momento da produção de textos. Desta forma, será possível assimilar as técnicas, corrigir possíveis erros ou equívocos, aumentar a capacidade crítica e avaliar o seu próprio desenvolvimento. Produção de textos não é um “bicho de sete cabeças” e pode ser aprendida por qualquer um que esteja disposto. Esse aprendizado só trará benefícios e será levado para toda a vida, da escola à faculdade e na vida profissional. Além disso, saber escrever bem pode também ser considerado um importante diferencial, inclusive, no momento do processo seletivo. 10 A PRODUÇÃO DE TEXTO COMO PRÁTICA SOCIAL Estudantes de todos os níveis de ensino relatam dificuldades para escrever, tornando-se um desafio para os educadores, em curtos períodos letivos, não só motivar os estudantes a praticar a produção textual, mas também a obter resultados positivos no que se refere à competência dos textos produzidos. Tratamos a produção de texto como prática social e interacional, levando em conta determinado interlocutor no processo de escrever. Abordamos também algumas 41 estratégias para o desenvolvimento das ideias e a organização do texto, além de ressaltarmos a importância da coesão e da coerência para a interligação e associação dos elementos que compõem o texto, concatenando as ideias nele contidas. 10.1 O processo de escrever A concepção interacional que vimos apresentando para entender a linguagem e o texto nos impede de abordar a prática de produção de texto apenas com foco na língua ou no autor do texto. Considerando o caráter dialógico da língua, é possível compreender que, tanto aquele que escreve um texto, quanto o leitor desse texto são construtores sociais que, no processo de interação, dão sentido à escrita. Como observa ANTUNES (2005), “não tem sentido escrever quando não se está procurando agir com outro, trocar com alguém alguma informação, alguma ideia, dizer-lhe algo, sob algum pretexto”. Ou seja: ao escrever, o autor deve pensar em seu leitor, com foco na interação. Escrever sob essa perspectiva significa abandonar o foco na língua ou no escritor. KOCH e et al (2018) explicam que subjacente à concepção de escrita com foco na língua encontra-se
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