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RESUMÃO COMPLETO - SISTEMA SENSORIAL - IGOR DE ANGELI

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sistema sensorial 
IGOR DE ANGELI • MEDICINA – TURMA XXVIII 
 
 
 
 
IGOR DE ANGELI • MEDICINA – TURMA XXVIII 
 
1 
sistema sensorial 
 
 
O olho humano é o órgão responsável pela 
visão no ser humano e é um sistema óptico 
complexo, formado por vários meios 
transparentes além de um sistema fisiológico 
com inúmeros componentes. Todo o conjunto 
que compõe a visão humana é chamado 
globo ocular. 
• EMBRIOLOGIA DO OLHO: os olhos começam 
a se desenvolver no embrião de 22 dias, 
quando os sulcos ópticos surgem. Derivam de 
4 fontes: 
I) Neuroectoderma do prosencéfalo 
à retina, as camadas posteriores da 
íris e nervo óptico; 
II) Ectoderma da superfície da 
cabeça à cristalino e epitélio da 
córnea; 
III) Mesoderma localizado entre as 
duas camadas anteriores à 
envoltórios fibrosos e vasculares do 
olho; 
IV) Células da crista neural migram 
para o mesênquima à coroide, 
esclera e endotélio da córnea. 
O desenvolvimento das estruturas do sistema 
visual termina na 26° semana. 
- DETALHAMENTO DA EMBRIOLOGIA DO OLHO: 
a primeira indicação do desenvolvimento dos 
olhos são os sulcos ópticos nas pregas neurais 
na extremidade craniana do embrião. Os 
sulcos se formam no início da quarta semana 
e se aprofundam para formar a cavidade das 
vesículas ópticas que se projetam do 
prosencéfalo. 
As vesículas ópticas entram em contato com 
o ectoderma de superfície e induzem o 
desenvolvimento dos placoides do cristalino. 
Conforme o placoide do cristalino se espessa 
para formar a fosseta do cristalino e as 
vesículas do cristalino, as vesículas ópticas se 
invaginam para formar o cálice óptico. A 
retina deriva das duas camadas do cálice 
óptico. 
A retina, as fibras do nervo óptico, os músculos 
e o epitélio da íris, e o corpo ciliar são 
derivados do neuroectoderma do 
prosencéfalo. O esfíncter e o músculo 
dilatador da íris se desenvolvem a partir do 
ectoderma da borda do cálice óptico. O 
ectoderma da superfície dá origem ao 
cristalino e ao epitélio das glândulas lacrimais, 
pálpebras, conjuntiva e córnea. O 
mesênquima forma os músculos do olho, com 
exceção daqueles da íris, e a todos os tecidos 
conjuntivos e vasculares na córnea, íris, corpo 
ciliar, corioide e esclera. 
• ANATOMIA DO OLHO: o olho se localiza na 
cavidade orbital. Os ossos da órbita, que 
podem ser únicos (esfenóide, etmóide, 
frontal) ou duplos (maxilar superior, 
zigomático, lacrimal e palatino), são 
o olho 
 
 
 
IGOR DE ANGELI • MEDICINA – TURMA XXVIII 
 
2 
sistema sensorial 
inteiramente forrados pelo periósteo, que 
nesse local toma o nome de periórbita. 
O limite anterior da cavidade orbitária é o 
septo orbitário, que funciona como uma 
barreira entre as pálpebras e a órbita. 
Além disso, o cristalino divide o olho em 
câmaras anterior e posterior. Na porção 
anterior, há uma substância aquosa de cor 
clara, o humor aquoso, o qual é produzido no 
corpo ciliar. Já na porção posterior, o 
cristalino, está o humor vítreo, que se 
diferencia por ser mais gelatinoso. 
 
• HISTOLOGIA GERAL DO OLHO: o olho é 
formado por três túnicas: a mais externa, 
formada pela esclera e pela córnea; a túnica 
média (ou vascular), formada pelo coróide, 
corpo ciliar e íris; e a túnica mais interna, que 
é constituída pela retina. 
 
• ANEXOS OCULARES: as estruturas acessórias 
da visão são: 
a) PÁLPEBRAS: limitam as órbitas 
anteriormente, controlam a exposição 
da região anterior do bulbo do olho e 
secretam, distribuem e drenam a 
lágrima. 
b) CÍLIOS: proteção contra entrada de 
impurezas nos olhos e auxilia no 
fechamento completo das pálpebras. 
c) MÚSCULOS EXTRÍNSECOS DO BULBO DO 
OLHO: posicionam os bulbos dos olhos 
e levantam as pálpebras superiores. 
d) NERVOS E VASOS: encontrados no 
trajeto para os bulbos dos olhos e 
músculos. 
e) FÁSCIA ORBITAL: circunda os bulbos 
dos olhos e os músculos. 
f) APARELHO LACRIMAL: sua função é a 
de proteger o globo ocular de 
estranhos sólidos e corpos pequenos. 
• PÁLPEBRAS: são estruturas que, quando 
fechadas, cobrem o bulbo do olho 
anteriormente, protegendo-o contra lesão 
(entrada de corpos estranhos) e contra a luz 
excessiva. Também mantêm a córnea úmida 
por espalhamento do líquido lacrimal, pelo 
ato de piscar. 
- ANATOMIA DAS PÁLPEBRAS: a pálpebra é 
constituída por duas lamelas, a anterior (pele 
e músculo orbicular) e a posterior (tarso e 
conjuntiva), separadas no bordo pela linha 
 
 
 
IGOR DE ANGELI • MEDICINA – TURMA XXVIII 
 
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sistema sensorial 
cinzenta, e na pálpebra superior pela 
aponevrose do músculo levantador da 
pálpebra superior. 
 
- VASCULARIZAÇÃO DAS PÁLPEBRAS: o 
suprimento sanguíneo para as pálpebras é 
derivado das artérias lacrimal e oftálmica, 
pelos seus ramos palpebrais lateral e medial. 
A drenagem venosa das pálpebras é feita 
pela veia oftálmica e veias que drenam a 
testa e a têmpora. As veias estão dispostas 
nos plexos pré e pós-tarsais. 
- DRENAGEM LINFÁTICA DAS PÁLPEBRAS: a 
pálpebra superior drena para os linfonodos 
pré-auriculares e a pálpebra inferior drena 
para os linfonodos submandibulares. 
- INERVAÇÃO DAS PÁLPEBRAS: o suprimento 
sensorial para as pálpebras é derivado do 1° 
e 2° ramos do nervo trigêmeo, sendo a 
pálpebra superior (ramo oftálmico) e a 
pálpebra inferior (ramo maxilar). 
A inervação motora é feita pelo nervo facial 
(músculo orbicular do olho) e pelo nervo 
oculomotor (músculo levantador da 
pálpebra). 
- HISTOLOGIA DAS PÁLPEBRAS: são cobertas 
por uma fina camada de pele constituída por 
epitélio estratificado pavimentoso 
queratinizado e internamente por uma túnica 
mucosa transparente, a túnica conjuntiva da 
pálpebra. Entre essas camadas, possui o 
músculo estriado orbicular do olho e densas 
faixas de tecido conectivo (tarsos superior e 
inferior), onde são encontradas as glândulas. 
As glândulas da pálpebra são: 
a) TARSAIS: Glândula de Meibômio 
(secretam lipídios). 
b) CONJUNTIVAIS: Glândula de Krause e 
Wolfring (ajudam na produção da 
lágrima constante para lubrificação) e 
glândula produtora de muco 
(secretora de mucina). 
c) BASE DOS CÍLIOS: Glândula de Zeiss 
(glândulas sebáceas) e Moll (glândula 
sudorípara modificada). 
- REFLEXO/ATO DE PISCAR: o piscar é 
responsável pela distribuição da lágrima 
sobre a superfície ocular, contribuindo com a 
integridade da córnea e conjuntiva. A via 
aferente é nervo trigêmeo (NC V), com seus 
 
 
 
IGOR DE ANGELI • MEDICINA – TURMA XXVIII 
 
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sistema sensorial 
núcleos localizados na ponte e sua via 
eferente é o nervo facial (NC VII). 
• APARELHO LACRIMAL: o aparelho lacrimal 
consiste em: 
§ GLÂNDULA LACRIMAL: secreta líquido 
lacrimal, uma solução salina fisiológica 
aquosa que contém a enzima 
bactericida lisozima. O líquido 
umidifica e lubrifica as superfícies da 
conjuntiva e córnea e fornece à 
córnea alguns nutrientes e oxigênio 
dissolvido; quando produzido em 
excesso, o líquido forma lágrimas; 
§ DÚCTULOS EXCRETORES DA GLÂNDULA 
LACRIMAL: conduzem líquido lacrimal 
das glândulas lacrimais para o saco da 
conjuntiva; 
§ CANALÍCULOS LACRIMAIS: começam 
em um ponto lacrimal na papila 
lacrimal perto do ângulo medial do 
olho e drenam líquido lacrimal do lago 
lacrimal (um espaço triangular no 
ângulo medial do olho, onde se 
acumulam as lágrimas) para o saco 
lacrimal (a parte superior dilatada do 
ducto lacrimonasal); 
§ DUCTO LACRIMONASAL: conduz o 
líquido lacrimal para o meato nasal 
inferior (parte da cavidade nasal 
inferior à concha nasal inferior). A 
abertura do ducto é parcialmente 
coberta por uma prega da mucosa 
(válvula de Hasner). 
 
- LÁGRIMA E FILME LACRIMAL: a glândula 
lacrimal secreta líquido lacrimal, uma solução 
salina fisiológica aquosa que contém a 
enzima bactericida lisozima e lactoferrina, 
além de IgA e lipocalina. O líquido umidifica 
e lubrifica as superfícies da conjuntiva e 
córnea e fornece àcórnea alguns nutrientes 
e oxigênio dissolvido; quando produzido em 
excesso, o líquido forma lágrimas. 
O filme lacrimal é uma quantidade basal de 
lágrima, produzido principalmente pelas 
glândulas acessórias. Possui função de 
hidratação, lubrificação, nutrição e proteção 
do olho. 
- CAMADAS DO FILME LACRIMAL: são 3 
camadas: 
I) SUPERFICIAL: é uma película 
monomolecular de lipídios derivados 
das glândulas meibomianas. 
 
 
 
IGOR DE ANGELI • MEDICINA – TURMA XXVIII 
 
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sistema sensorial 
II) AQUOSA INTERMEDIÁRIA: é elaborada 
pelas glândulas lacrimais maiores e 
menores e contém substâncias 
hidrossolúveis (sais + proteínas). 
III) CAMADA MUCINOSA PROFUNDA: é 
composta por glicoproteínas e reveste 
as células epiteliais da córnea e da 
conjuntiva. 
- DRENAGEM DA LÁGRIMA: Glândulas 
Lacrimais → Ductos Excretores Lacrimais → 
Lagos Lacrimais → Pontos Lacrimais Superior e 
Inferior (situados no canto nasal palpebral) → 
Canalículos Lacrimais (superior e inferior) → 
Canalículo Comum → Saco Lacrimal → Ducto 
Nasolacrimal → Meato Nasal Inferior. 
• CONJUNTIVA: membrana mucosa e 
transparente/incolor que reveste 
posteriormente as pálpebras e cobre a 
superfície anterior do olho até a córnea. É 
firmemente aderida às pálpebras e forma o 
fundo de saco, chamado fórnice. 
A conjuntiva é composta de uma camada 
epitelial e de um estroma subjacente. Na 
camada epitelial encontramos as células 
caliciformes, responsáveis pela secreção de 
mucina (importante componente do filme 
lacrimal). 
Outras glândulas conjuntivais contribuem 
ainda na formação das camadas aquosa e 
lipídica do filme lacrimal. A conjuntiva facilita 
o livre movimento do globo ocular e promove 
uma superfície lisa para que as pálpebras 
deslizem sobre a córnea. 
• ÓRBITAS: são cavidades ósseas no 
esqueleto da face que se assemelham a 
pirâmides quadrangulares ocas, cujas bases 
estão voltadas na direção anterolateral e os 
ápices, na direção posteromedial. 
• TÚNICA FIBROSA DO OLHO: constituída de 
esclera, córnea e limbo da córnea. 
Focaremos nas duas primeiras estruturas. 
§ ESCLERA: parte opaca resistente da 
túnica (camada) fibrosa do bulbo do 
olho. É o local de fixação dos músculos 
extrínsecos e intrínsecos do bulbo do 
olho. 
§ CÓRNEA: parte transparente da túnica 
fibrosa do olho. É muito sensível, têm 
sua inervação realizada pelo nervo 
 
 
 
IGOR DE ANGELI • MEDICINA – TURMA XXVIII 
 
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sistema sensorial 
oftálmico e é nutrida por vasos do 
limbo e filme lacrimal. 
• TÚNICA VASCULAR DO OLHO: constituída de 
coroide, corpo ciliar, íris, lente (cristalino) e 
humor vítreo. 
§ COROIDE: camada marrom-
avermelhada escura situada entre a 
esclera e a retina, reveste a maior 
parte da esclera. 
§ CORPO CILIAR: é o local de fixação da 
lente. 
§ ÍRIS: um diafragma contrátil fino com 
uma abertura central, a pupila, para 
dar passagem à luz. 
§ CRISTALINO: estrutura biconvexa e 
transparente encerrada em uma 
cápsula e situa-se posteriormente à íris 
e anteriormente ao humor vítreo do 
corpo vítreo. 
• TÚNICA INTERNA DO OLHO: constituída pela 
retina, uma camada neural sensitiva do bulbo 
do olho. 
• NERVO ÓPTICO: os sinais visuais saem das 
retinas pelos nervos ópticos. No quiasma 
óptico, as fibras do nervo óptico das metades 
nasais das retinas cruzam para o lado oposto, 
onde se unem a fibras das retinas temporais 
opostas, para formar os tratos ópticos. As 
fibras de cada trato óptico, por sua vez, 
fazem sinapse no núcleo geniculado 
dorsolateral do tálamo e, daí, as fibras 
geniculocalcarinas se projetam, por meio da 
radiação óptica para o córtex visual primário 
na área da fissura calcarina do lobo occipital 
medial. 
 
- GLAUCOMA: doença que possui a função 
do humor aquoso desregulada, ou seja, o 
líquido produzido não flui para fora do olho 
corretamente. Essa deficiência faz com que a 
pressão do líquido restante no olho aumente, 
acarretando danos ao nervo óptico, 
podendo levar à perda da visão de forma 
gradual, até a cegueira. 
 
 
 
 
IGOR DE ANGELI • MEDICINA – TURMA XXVIII 
 
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sistema sensorial 
• ACUIDADE VISUAL: o exame da acuidade 
visual avalia o funcionamento da fóvea, área 
da retina responsável pela melhor acuidade 
visual. Ao encontrar distúrbios na acuidade, 
deve ser feita uma investigação 
oftalmológica completa. A acuidade visual é 
testada em cada um dos olhos 
separadamente. 
O método mais usado é o da carta ou quadro 
de Snellen, no qual o paciente fica sentado a 
aproximadamente 6 m (20 pés) de distância 
dele. 
 
• FUNDOSCOPIA: é um procedimento que 
serve para examinar as condições do 
seguimento posterior do olho, das artérias, 
veias e nervos da retina, auxiliando no 
diagnóstico de doenças como glaucoma. 
Na fundoscopia normal, observa-se: 
§ CRISTALINO: transparente e apresenta 
reflexo vermelho sem opacidades. 
§ RETINA: cor vermelho alaranjada, 
homogênea. 
§ DISCO ÓPTICO: coloração rósea, com 
bordas bem-definidas; está na parte 
nasal da retina 
§ ESCAVAÇÃO FISIOLÓGICA: área de 
penetração do nervo óptico, localiza-
se na porção central do disco, sendo 
de cor branca ou amarelo-pálida. 
§ VASOS RETINIANOS: projetam-se 
radialmente a partir do disco óptico, 
com a veia acompanhando a artéria 
na maioria das vezes. 
§ MÁCULA: lateralmente, no mesmo 
plano horizontal do disco óptico, e de 
coloração rosa-pálida. 
§ FÓVEA: pequena área vermelho-
escura no centro da mácula. 
 
• TESTE DO REFLEXO VERMELHO: o teste do 
reflexo vermelho ou “Teste do olhinho” é um 
exame simples, rápido, indolor e de baixo 
custo realizado em recém-nascidos e seu 
objetivo é a detecção precoce de 
problemas oculares congênitos que 
comprometem a transparência dos meios 
 
 
 
IGOR DE ANGELI • MEDICINA – TURMA XXVIII 
 
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sistema sensorial 
oculares e que podem impedir o 
desenvolvimento visual cortical. 
O TRV é realizado com o oftalmoscópio 
direto, cuja luz projetada nos olhos, atravessa 
as estruturas transparentes, atinge a retina e 
se reflete, causando o aparecimento do 
reflexo vermelho observado nas pupilas. 
 
• RETINA: a retina é um folheto fino, 
semitransparente e de múltiplas camadas 
que recebe os raios que se convergem no 
cristalino. 
- CAMADAS DA RETINA: é formada por 10 
camadas, sendo elas: 
1) EPITÉLIO PIGMENTAR DA RETINA: 
camada externa, que esta associada 
a camada neural; 
2) CAMADA DE BASTONETES E CONES: 
segmentos interno e externo das 
células fotorreceptoras; 
3) MEMBRANA LIMITANTE EXTERNA: limite 
apical das células de Müller; 
4) CAMADA NUCLEAR EXTERNA: corpos 
celulares de bastonetes e cones da 
retina; 
5) CAMADA PLEXIFORME EXTERNA: 
prolongamentos dos bastonetes e 
cones + das células horizontais, 
amácrinas e bipolares que os 
conectam; 
6) CAMADA NUCLEAR INTERNA: corpos 
celulares de células horizontais, 
amácrinas,bipolares e de Müller; 
7) CAMADA PLEXIFORME INTERNA: 
prolongamentos de células horizontais, 
amácrinas, bipolares e ganglionares 
que se interconectam; 
8) CAMADA DE CÉLULAS GANGLIONARES: 
corpos celulares de células 
ganglionares; 
9) CAMADA DE FIBRAS DO NERVO ÓPTICO 
(neuro fibrilas): prolongamentos de 
células ganglionares que vão da retina 
ao encéfalo; 
10) MEMBRANA LIMITANTE INTERNA: lâmina 
basal das células de Müller. 
 
• CONE: é um fotorreceptor que percebe 
cores e detalhes, pela presença do pigmento 
conhecido como iodopsina que percebe e 
discrimina cores azul, verde e vermelha. 
Quando excitados, os sinais são transmitidos, 
primeiramente, através de sucessivas 
 
 
 
IGOR DE ANGELI • MEDICINA – TURMA XXVIII 
 
9 
sistema sensorial 
chamadas de neurônios na própria retina e, 
por fim, propagam-se pelas fibras do nervo 
óptico e para o córtex cerebral. 
- MECANISMO TRICROMÁTICO DE DETECÇÃO 
DAS CORES: todas as teorias da visão em 
cores se baseiam na observação bem 
conhecida de que o olho humanoconsegue 
detectar quase todas as graduações de 
cores, quando apenas luzes monocromáticas 
vermelhas, verdes e azuis são 
apropriadamente misturadas em diferentes 
combinações. 
A estimulação aproximadamente igual de 
cones vermelhos, verdes e azuis dá a 
sensação de ver branco. Ainda assim, não 
existe comprimento de onda único 
correspondente ao branco; em lugar disso, o 
branco é a combinação de todos os 
comprimentos de onda do espectro. 
 
• BASTONETE: são fotorreceptores 
responsáveis pela detecção da penumbra e 
pela visão em preto e branco. Possui a 
rodopsina como substância fotoquímica. 
- MECANISMO DA VISÃO PELOS BASTONETES: o 
segmento externo dos bastonetes, que se 
projeta para a camada pigmentar da retina, 
tem concentração de 40% de pigmentos 
fotossensíveis, chamado de RODOPSINA. Essa 
substância é a combinação da proteína 
ESCOTOPSINA. 
O RETINAL é tipo particular, chamado 11-cis 
retinal, sendo a forma cis importante, porque 
somente ela pode se ligar à escotopsina, 
para sintetizar a rodopsina. 
Quando a energia luminosa é absorvida pela 
rodopsina, essa começa a se decompor 
dentro de uma fração muito pequena de 
segundo. 
A causa dessa rápida decomposição é a 
fotoativação de elétrons, na parte retinal da 
rodopsina, o que leva à mudança 
instantânea da forma cis do retinal para a 
forma trans. 
A forma trans-retinal não se ajusta mais nos 
locais de encaixe (reativo) da escotopsina, 
fazendo com que não produza mais 
rodopsina e sim, transforme em outra 
molécula. Com isso, o retinal todo-trans 
começa a se afastar da escotopsina. 
O produto imediato a ser formado é a 
Batorrodopsina, que é uma combinação 
muito instável da escotopsina e uma parte 
 
 
 
IGOR DE ANGELI • MEDICINA – TURMA XXVIII 
 
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sistema sensorial 
parcialmente degradada da retinal todo- 
trans. Como é muito instável, decai para 
Lumirrodopsina. Esse produto decais para 
metarrodopsina I e depois para 
metarrodopsina II (RODOPSINA ATIVA) e, por 
fim, muito mais lentamente (em segundos), 
decai para os produtos de degradação 
completos escotopsina e retinal todo-trans. 
A rodopsina ativa (metarrodopsina II), 
provoca alterações elétricas nos BASTONETES, 
e os bastonetes transmitem a imagem visual 
para o SNC sob a forma de potencial de 
ação do nervo óptico. 
 
• VISÃO FOTÓPICA, MESÓPICA E ESCOTÓPICA: 
a visão à luz do dia (fotópica) é mediada 
principalmente pelos cones, a visão ao 
entardecer (mesópica) por meio de uma 
combinação de cones e bastonetes, e a 
visão noturna (escotópica) pelos bastonetes. 
• VITAMINA A E A VISÃO: o retinol é uma 
forma de vitamina A. O retinol é convertido e 
combinado com a escotopsina para formar a 
rodopsina. 
A cegueira noturna (nictalopia) ocorre em 
indivíduos com deficiência de vitamina A, 
porque os bastonetes são os fotorreceptores 
maximamente utilizados quando há pouca 
luz no ambiente e a formação de rodopsina 
diminui drasticamente por causa da ausência 
da vitamina A. 
A vitamina A está presente no citoplasma dos 
bastonetes e na da camada pigmentar da 
retina. 
Portanto, a vitamina A normalmente está 
sempre disponível para formar novo retinal 
quando necessário. Inversamente, quando 
houver excesso de retinal da retina, será 
convertido de volta à vitamina A, reduzindo, 
assim, a quantidade de pigmento 
fotossensível na retina. 
• ADAPTAÇÃO AO ESCURO: se a pessoa 
permanecer no escuro por longo período, o 
retinal e as opsinas nos bastonetes e nos 
cones serão convertidos de volta a pigmentos 
sensíveis à luz. Além disso, a vitamina A é 
convertida de volta em retinal para aumentar 
os pigmentos sensíveis à luz, sendo o limite 
final determinado pela quantidade de 
opsinas nos bastonetes e nos cones, para se 
combinarem com o retinal. 
 
 
 
IGOR DE ANGELI • MEDICINA – TURMA XXVIII 
 
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sistema sensorial 
• FORMAÇÃO DA IMAGEM NA RETINA E 
INTERPRETAÇÃO PELO CEREBRO: a imagem é 
focalizada à invertida e reversa em relação 
pelo objeto. No entanto, os objetos são 
percebidos na posição correta, a despeito da 
orientação invertida da retina, porque o 
cérebro é treinado para codificar uma 
imagem invertida como normal. 
• MEIOS DIÓPTRICOS DO OLHO: o olho é 
opticamente equivalente à câmera 
fotográfica comum. Tem sistema de lentes, 
sistema de abertura variável (a pupila) e a 
retina que corresponde ao filme. O sistema de 
lentes do olho é composto por quatro 
interfaces refrativas: 
1) Interface entre o ar e a superfície 
anterior da córnea; 
2) Interface entre a superfície posterior da 
córnea e o humor aquoso; 
3) Interface entre o humor aquoso e a 
superfície anterior do cristalino e; 
4) Interface entre a superfície posterior do 
cristalino e o humor vítreo. 
O índice interno do ar é 1; o da córnea é 1,38; 
o do humor aquoso é 1,33; o do cristalino (em 
média) é 1,40; e o do humor vítreo é 1,34. 
 
O MAIOR PODER DE REFRAÇÃO É A CÓRNEA. 
• ERROS REFRACIONAIS: normalmente, o olho 
apresenta-se em emetropia (visão normal). 
Porém, os seguintes erros podem ocorrer: 
a) HIPERMETROPIA: 
à Cegueira para objetos próximos. 
à Os raios de luz são focalizados atrás da 
retina. 
à Correção: lente convexa. 
b) MIOPIA: 
à Cegueira para objetos distantes. 
à Os raios de luz são focalizados na frente da 
retina. 
à Correção: lente côncava. 
c) ASTIGMATISMO: 
à Diferenças substâncias nas curvaturas do 
olho ao longo de diferentes planos. 
à Os raios de luz entram e focalizam em 
pontos diferentes. 
à Correção: lente cilíndrica. 
d) CATARATA: 
à Opacidade que se forma em uma região 
da lente. 
à Correção: substituição da lente. 
e) CERATOCONE: 
à Córnea com um formato anômalo, com 
abaulamento proeminente em um dos lados, 
causando problemas de refração. 
à Correção: lente personalizada que adere a 
superfície da córnea. 
 
 
 
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sistema sensorial 
• ESTRUTURA DO CRISTALINO: é uma lente 
biconvexa que, em seu estado normal, 
funciona para colocar as imagens em foco 
na retina. Está posicionado imediatamente 
atrás da íris e é sustentado por fibras zonulares 
que surgem do corpo ciliar. Pelo fato de ser 
avascular e não ter inervação, o cristalino é 
suprido por nutrientes do humor aquoso. 
• MECANISMO DE ACOMODAÇÃO VISUAL: 
quando o cristalino está relaxado, ele assume 
um formato quase esférico, principalmente 
em virtude da retração elástica de sua 
cápsula. 
Os ligamentos suspensores fixam-se ao redor 
do cristalino e são constantemente 
tensionados por suas fixações na borda 
anterior da coroide e da retina à cristalino 
permaneça relativamente plano sob 
condições normais do olho. 
Os músculos ciliares estão localizados nas 
fixações laterais dos ligamentos do cristalino 
ao globo ocular e apresentam dois conjuntos 
de fibras musculares lisas, as fibras meridionais 
e as fibras circulares. 
O controle do mecanismo da acomodação 
é realizado quase que completamente por 
sinais transmitidos pelos nervos 
parassimpáticos para o olho através do nervo 
oculomotor que promove a contração das 
fibras e relaxamento dos ligamentos do 
cristalino. Isso gera um abaulamento e 
aumento da potência refrativa, ou seja, o 
olho focaliza objetos mais proximamente. 
Portanto, é compreensível que a estimulação 
simpática provoque relaxamento da 
musculatura ciliar. 
• HUMOR AQUOSO: produzido na câmara 
posterior pelos processos ciliares do corpo 
ciliar, é responsável por nutrir a córnea 
avascular e a lente. 
- CIRCULAÇÃO E DREGANEM DO HUMOR 
AQUOSO: Interior da câmara anterior do olho 
à vai para o ângulo entre a córnea e a íris à 
segue para o seio venoso da esclera à indo 
para as veias extraoculares. 
• HUMOR VÍTRO: é uma substância gelatinosa 
transparente nos quatro quintos posteriores 
do bulbo do olho, posterior à lente. Além de 
dar passagem à luz, o humor vítreo mantém a 
retina no lugar e sustenta a lente.• VIA VISUAL: as vias visuais são as vias da 
retina até o córtex visual. Sinais visuais saem 
das retinas pelos nervos ópticos. No quiasma 
óptico, as fibras do nervo óptico das metades 
nasais das retinas cruzam para o lado oposto, 
onde se unem a fibras das retinas temporais 
opostas, para formar os tratos ópticos. 
As fibras de cada trato óptico, por sua vez, 
fazem sinapse no núcleo geniculado 
dorsolateral do tálamo e, daí, as fibras 
geniculocalcarinas se projetam, por meio da 
radiação óptica (também chamada trato 
 
 
 
IGOR DE ANGELI • MEDICINA – TURMA XXVIII 
 
13 
sistema sensorial 
geniculocalcarino) para o córtex visual 
primário na área da fissura calcarina do lobo 
occipital medial. 
• DALTONISMO: também chamado de 
discromatopsia, é a redução da capacidade 
de perceber diferenças de cores. 
A visão de cores normal requer função 
saudável da mácula e do nervo óptico. A 
anormalidade mais comum é o “daltonismo 
em vermelho-verde”, que está presente em 
aproximada mente 8% da população do sexo 
masculino. É causado por uma deficiência 
congênita ligada ao X de um tipo específico 
de fotorreceptor da retina. 
- DIAGNÓSTICO DE DALTONISMO: um método 
rápido de determinar o daltonismo baseia-se 
no uso do quadro de pontos (Teste de 
Ishihara) onde são dispostos com uma mistura 
de pontos de diferentes cores. 
• CATARATA: é uma anormalidade ocular 
especialmente comum e que ocorre 
principalmente em pessoas idosas à é uma 
área enevoada ou opaca no cristalino. 
No 1° estágio, as proteínas em algumas das 
fibras do cristalino se tornam desnaturadas e, 
posteriormente, se coagulam, formando 
áreas opacas onde existiam fibras de 
proteínas transparentes normais. 
Quando a catarata obscurece a transmissão 
se luz de maneira tão intensa que 
compromete gravemente a visão, a 
condição pode ser corrigida por remoção 
cirúrgica do cristalino. 
• DMRI – DEGENERAÇÃO MACULAR 
RELACIONADO A IDADE: é uma doença 
degenerativa multifatorial progressiva que 
afeta a mácula. É caracterizada pela 
presença de drusas (exsudação mais 
profunda) e alterações no EPR (epitélio 
pigmentar da retina. Os estágios tardios da 
doença estão associados à deficiência visual. 
A patogênese é ainda pouco 
compreendida; no entanto, a degeneração 
do epitélio pigmentário da retina, ligada ao 
estresse oxidativo, parece ser um elemento 
essencial. Mudanças na matriz extracelular 
adjacente da membrana de Bruch e a 
formação de depósitos sub-retinianos são 
fundamentais para a evolução da doença. 
 
A orelha ou órgão vestibulococlear (parte 
externa) e o ouvido (parte interna), 
constituem os órgãos do sistema auditivo 
responsáveis pela audição e equilíbrio. 
• EMBRIOLOGIA DA ORELHA: 
- ORELHA INTERNA: composta pelo órgão 
vestibulococlear e atua na audição e no 
equilíbrio; a orelha interna é a primeira das 
três partes a se formar. Têm origem do 
ectoderma de superfície + mesênquima. 
a orelha 
 
 
 
IGOR DE ANGELI • MEDICINA – TURMA XXVIII 
 
14 
sistema sensorial 
A formação termina na metade do período 
fetal (20-22 semanas). 
- ORELHA MÉDIA: formada pelos três ossículos 
da audição. Têm origem do mesoderma e 
células neurais. 
- ORELHA EXTERNA: formada pelo pavilhão 
auricular, meato acústico externo e pela 
camada externa da membrana timpânica 
(tímpano). Têm origem do ectoderma e 
mesênquima. 
• ANATOMIA DA ORELHA EXTERNA: é 
composta por pavilhão, meato acústico 
externo e parede externa da membrana 
timpânica (tímpano). 
- PAVILHÃO: o pavilhão da orelha é 
constituído por um esqueleto fibrocartilagíneo 
e possui uma face externa e outra interna. 
A face externa está voltada para fora e para 
diante, apresentando saliências e depressões 
que lhe conferem aspecto característico. 
Na porção média do pavilhão, observa-se 
uma escavação profunda, a concha. Em 
torno da concha encontramos quatro 
saliências: o hélix, a antélice, o trago e o anti-
trago. Na porção inferior do pavilhão, 
encontra-se o lóbulo da orelha. A face interna 
do pavilhão está voltada para a apófise 
mastóide e limitando-se com a região 
mastóidea por meio do sulco retroauricular. 
- MEATO ACÚSTICO EXTERNO: o meato 
acústico externo é um canal sinuoso que 
prolonga a concha até a membrana do 
tímpano. É cartilagíneo no terço externo e 
ósseo nos dois terços internos. 
É constituído por quatro paredes: 
1) ANTERIOR: em relação com a 
articulação temporomandibular. 
2) POSTERIOR: correspondendo à apófise 
mastóide (o que explica o edema e 
até as fístulas dessa parede no decurso 
das masteoidites). 
3) SUPERIOR: em relação com a fossa 
cerebral média. 
4) INFERIOR: em relação com a glândula 
parótida. 
 
- TÍMPANO: é um tecido semitransparente, 
elástico, com forma cônica e elíptica que 
forma uma fronteira entre a orelha externa e 
a orelha média. 
• ANATOMIA DA ORELHA MÉDIA: é 
responsável pela transmissão, amplificação 
do som e proteção contra sons muito intensos. 
É composta de ossículos da audição, 
 
 
 
IGOR DE ANGELI • MEDICINA – TURMA XXVIII 
 
15 
sistema sensorial 
músculos estapédio e tensor do tímpano, o 
nervo corda do tímpano (ramo do NC VII) e 
plexo timpânicos de nervos. 
Além disso, a orelha média possui uma 
parede côncava que possui 6 paredes, que 
constituem a cavidade timpânica. 
- OSSÍCULOS DA AUDIÇÃO: formam uma 
cadeia móvel de pequenos ossos através da 
cavidade timpânica, desde a membrana 
timpânica até a janela do vestíbulo. 
Os ossículos são os primeiros ossos a se ossificar 
por completo durante o desenvolvimento e 
estão praticamente maduros ao nascimento. 
Os ossículos são cobertos pela túnica mucosa 
que reveste a cavidade timpânica; mas, ao 
contrário dos outros ossos, não têm uma 
camada adjacente de periósteo 
osteogênico. 
- MÚSCULOS ESTAPÉDIO E TENSOR DO 
TÍMPANO: 
§ MÚSCULO ESTAPÉDIO: é um pequeno 
músculo no interior da eminência 
piramidal, uma proeminência cônica 
oca na parede posterior da cavidade 
timpânica. O músculo estapédio 
traciona o estribo posteriormente e 
inclina sua base na janela do vestíbulo, 
tencionando, assim, o ligamento 
anular e reduzindo a amplitude 
oscilatória. Também impede o 
movimento excessivo do estribo. O 
nervo para o músculo estapédio 
origina-se do nervo facial (NC VII). 
§ MÚSCULO TENSOR DO TÍMPANO: é 
curto e se origina da face superior da 
parte cartilagínea da tuba auditiva, da 
asa maior do esfenoide e da parte 
petrosa do temporal. O músculo se 
insere no cabo do martelo e reduz a 
amplitude das oscilações da 
membrana timpânica. O músculo 
tensor do tímpano é suprido pelo nervo 
mandibular (NC V3). 
- CAVIDADE TIMPÂNICA: espaço diretamente 
interno à membrana timpânica que contêm 
6 paredes: 
§ PAREDE TEGMENTAL (TETO): lâmina fina 
de osso separa a cavidade da dura 
máter no assoalho da fossa média do 
crânio. 
§ PAREDE JUGULAR (ASSOALHO): lâmina 
de osso que separa a cavidade do 
bulbo superior da veia jugular interna. 
§ PAREDE MEMBRANÁCEA (PAREDE 
LATERAL): formada pela convexidade 
em pico da membrana timpânica e 
superiormente é formada pela parede 
óssea lateral do recesso timpânico. 
§ PAREDE LABIRÍNTICA (MEDIAL): separa 
a cavidade timpânica da orelha 
interna, tem o promontório da parede 
labiríntica (parte inicial da cóclea) e as 
 
 
 
IGOR DE ANGELI • MEDICINA – TURMA XXVIII 
 
16 
sistema sensorial 
janelas oval e redonda que se 
comunicam com a orelha interna. 
§ PAREDE MASTÓIDEA (PAREDE 
POSTERIOR): abertura na sua parte 
superior (ádito) ao antro mastoideo 
que une a cavidade timpânica e as 
células mastoideas. O canal para o 
nervo facial desce entre a parede 
posterior e o antro. 
§ PAREDE CARÓTICA (ANTERIOR): separa 
a cavidade timpânica do canal 
carótico; superiormente tem a 
abertura da tuba auditiva e o canal 
para o músculo tensor do tímpano. 
• ANATOMIA DA ORELHA INTERNA: contém o 
órgão vestibulococlear relacionadocom a 
recepção do som e a manutenção do 
equilíbrio. Constitui-se em labirinto ósseo 
(cóclea, vestíbulo e canais semicirculares) e 
labirinto membranáceo (labirinto vestibular, 
labirinto coclear e três ductos semicirculares, 
contendo endolinfa e perilinfa) e meato 
acústico interno. 
 
- LABIRINTO ÓSSEO: 
§ CÓCLEA: parte em forma de concha 
que contém o ducto coclear 
associada a audição. 
§ VESTÍBULO: pequena câmara oval que 
contém o utrículo e o sáculo e partes 
do aparelho do equilíbrio (labirinto 
vestibular). 
É continuo com cóclea anteriormente, 
os canais semicirculares 
posteriormente e a fossa posterior do 
crânio pelo aqueduto do vestíbulo. 
§ CANAIS SEMICIRCULARES: comunicam-
se com o vestíbulo do labirinto ósseo. 
- LABIRINTO MEMBRANÁCEO: 
§ ENDOLINFA: líquido aquoso cuja 
composição é semelhante à do líquido 
intracelular. 
§ PERILINFA: semelhante ao líquido 
extracelular, preenche o restante do 
labirinto ósseo. 
§ LABIRINTO VESTIBULAR: composto de 
utrículo e sáculo, dois pequenos sacos 
comunicantes no vestíbulo do labirinto 
ósseo. 
§ LABIRINTO COCLEAR: ducto coclear na 
cóclea. 
§ DUCTOS SEMICIRCULARES: abrem-se 
para o utrículo através de cinco 
aberturas, refletindo a forma como os 
canais semicirculares adjacentes 
abrem-se no vestíbulo. 
Ainda na anatomia da orelha interna, é 
preciso compreender que, ondas de pressão 
hidráulica geradas na perilinfa do vestíbulo 
pelas vibrações da base do estribo 
 
 
 
IGOR DE ANGELI • MEDICINA – TURMA XXVIII 
 
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sistema sensorial 
ascendem até o ápice da cóclea por um 
canal, a rampa do vestíbulo. As ondas de 
pressão então atravessam o helicotrema e 
voltam a descer até a volta basal da cóclea 
pelo outro canal, a rampa do tímpano. Aqui, 
mais uma vez as ondas de pressão tornam-se 
vibrações, dessa vez da membrana 
timpânica secundária na janela da cóclea, e 
a energia inicialmente recebida pela 
membrana timpânica (primária) acaba por 
se dissipar para o ar da cavidade timpânica. 
O teto do ducto coclear é formado pela 
membrana vestibular. O assoalho do ducto 
também é formado por parte do ducto, a 
lâmina basilar, mais a margem externa da 
lâmina espiral óssea. O receptor dos estímulos 
auditivos é o órgão espiral (de Corti), situado 
sobre a lâmina basilar. É coberto pela 
membrana tectória gelatinosa. 
- MEATO ACÚSTICO INTERNO: é um canal 
estreito que segue lateralmente por cerca de 
1 cm dentro da parte petrosa do temporal. O 
poro acústico interno do meato acústico 
interno está situado na parte posteromedial 
deste osso, alinhado com o meato acústico 
externo. 
Lateralmente, seguem através do plano do 
MAI, o nervo facial (NC VII), o nervo 
vestibulococlear (NC VIII) e suas divisões, além 
dos vasos sanguíneos. O nervo 
vestibulococlear divide-se perto da 
extremidade lateral do meato acústico 
interno em duas partes: um nervo coclear e 
um nervo vestibular. 
 
• INERVAÇÃO E DREGANEM LINFÁTICA DA 
ORELHA: 
- INERVAÇÃO: nervo auricular magno, nervo 
auriculotemporal e contribuições do nervo 
facial e vago. 
- DRENAGEM LINFÁTICA: a face lateral da 
metade superior da orelha drena para os 
linfonodos parotídeos superficiais, a face 
cranial para os linfonodos mastoideos e 
linfonodos cervicais profundos e, o restante 
da orelha, para os linfonodos superficiais. 
• CERA: a cera de ouvido ou cerume evita a 
entrada de pequenos corpos estranhos no 
meato, além de proteger seu revestimento de 
possível maceração pela retenção de água. 
Possui uma composição de secreções das 
glândulas ceruminosas e sebáceas, além de 
um pH ácido. 
• TUBA AUDITIVA: é um canal ósteo 
cartilaginoso que comunica a cavidade 
timpânica com a parte nasal da faringe. 
 
 
 
IGOR DE ANGELI • MEDICINA – TURMA XXVIII 
 
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sistema sensorial 
Mede 35 a 38mm de comprimento, sendo 1/3 
ósseo e 2/3 de fibrocartilagem e tem a função 
de igualar a pressão na orelha média à 
pressão atmosférica, permitindo o movimento 
livre da membrana timpânica. 
- HISTOLOGIA DA TUBA AUDITIVA: composta 
de osso na saída da cavidade timpânica à 
cartilagem elástica que se torna hialina na 
abertura na nasofaringe à o revestimento 
epitelial torna-se um epitélio colunar 
pseudoestratificado ciliado. 
- TUBA AUDITIVA NA CRIANÇA E NO ADULTO: 
ao nascer, a tuba auditiva (TA) tem 
aproximadamente 50% do comprimento 
daquele do adulto e se mantém em uma 
posição quase horizontal, comunicando-se 
com a nasofaringe no nível do palato duro. 
Com o crescimento, a TA se alonga, se alarga 
e se torna mais verticalizada, alcançando sua 
posição nasofaríngea entre 5 e 7 anos de 
idade. 
A contração dos músculos tensor e elevador 
do palato causa a abertura da TA. 
 
• TESTE DA ORELINHA: teste rápido, simples, 
não invasivo, com alta sensibilidade e 
especificidade, capaz de identificar a 
maioria das perdas auditivas cocleares em 
torno de 30 – 35 dB. 
• PROPAGAÇÃO DO SOM PELA OPRELHA: 
ondas sonoras que entram na orelha externa 
causam a vibração da membrana 
timpânica. As vibrações são transmitidas 
através dos ossículos da orelha média e suas 
articulações. 
A base do estribo vibra com maior força e 
menor amplitude que a janela do vestíbulo. 
Vibrações da base do estribo geram ondas 
de pressão na perilinfa da rampa vestibular. 
Dessa forma, essas ondas deslocam a lâmina 
basilar do ducto coclear. Ondas curtas 
(agudas), fazem o deslocamento perto da 
janela do vestíbulo; ondas mais graves 
(longas) causam deslocamento perto do 
helicotrema. 
O movimento da lâmina basilar curva as 
células pilosas do órgão de Corti. Há, então, 
liberação de neurotransmissor, estimulando 
potenciais de ação conduzidos pelo nervo 
coclear até o encéfalo. As vibrações são 
transferidas através do ducto coclear até a 
perilinfa da rampa do tímpano. 
Ondas de pressão são dissipadas pela 
membrana timpânica secundária na janela 
da cóclea até o ar da cavidade timpânica. 
 
 
 
IGOR DE ANGELI • MEDICINA – TURMA XXVIII 
 
19 
sistema sensorial 
 
• REFLEXO DE ATENUAÇÃO: quando sons 
intensos são transmitidos pelo sistema 
ossicular e, daí, para o sistema nervoso 
central, ocorre reflexo com período de 
latência de apenas 40 a 80 milissegundos, 
causando contração do músculo estapédio 
e, em menor grau, do músculo tensor do 
tímpano. 
O músculo tensor do tímpano puxa o cabo do 
martelo para dentro, enquanto o músculo 
estapédio puxa o estribo para fora. 
Essas duas forças se opõem entre si e assim 
fazem com que todo o sistema ossicular 
desenvolva aumento da rigidez, reduzindo 
muito a condução ossicular do som com 
baixa frequência, protegendo a cóclea. 
• MECANISMO DE IMPEDÂNCIA DO SOM: a 
impedância é a medida da resistência 
apresentada pela membrana timpânica ao 
ser colocada em movimento pelo som. É 
inversamente proporcional à velocidade de 
vibração do martelo. 
O sistema ossicular reduz a distância, mas 
aumenta cerca de 1,3 vezes a força de 
movimento, ou seja, na ausência dos ossículos 
e da membrana timpânica, as ondas sonoras 
ainda podem trafegar diretamente pelo ar 
da orelha média e adentrar a cóclea no nível 
da janela oval. Entretanto, a sensibilidade 
auditiva fica menor. 
• CÓCLEA: a cóclea tem o papel de 
converter a energia mecânica do som em 
impulsos elétricos, um processo denominado 
transdução mecanoelétrica. 
A cóclea diferencia a frequência dos sons 
pelo trajeto das ondas na membrana basilar. 
A onda sonora, inicialmente, faz com que a 
membrana basilar, na base da cóclea, se 
curve na direção da janela redonda. No 
entanto, cria-se uma tensão elástica nas 
fibras basilares durante esse processo, 
desencadeando uma onda de líquido que 
“trafega” ao longo da membrana basilar em 
direção ao helicotrema. 
Cada onda é relativamente fraca a princípio, 
mas se torna forte quando chega à parte da 
membrana basilar que tem frequência de 
ressonância natural, igual àrespectiva 
frequência do som. Nesse ponto, a 
membrana basilar pode vibrar para a frente e 
para trás com tal facilidade que a energia da 
onda se dissipa. Consequentemente, a onda 
morre nesse ponto e deixa de se propagar 
pela distância restante, ao longo da 
membrana basilar. Assim, tem-se: 
§ Onda sonora de alta frequência tem 
trajeto apenas por curta distância ao 
 
 
 
IGOR DE ANGELI • MEDICINA – TURMA XXVIII 
 
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sistema sensorial 
longo da membrana basilar, antes que 
chegue a seu ponto de ressonância e 
se dissipe; 
§ Onda sonora com frequência média 
trafega por cerca de meio caminho e, 
então, se dissipa; 
§ Onda sonora com frequência muito 
baixa trafega por toda a distância ao 
longo da membrana. 
 
- POTENCIAL DE AÇÃO NA CÓCLEA 
(POTENCIAL ENDOCOCLEAR): a rampa média 
é cheia com líquido, chamado endolinfa, 
enquanto a perilinfa é o líquido presente na 
rampa vestibular e na rampa timpânica. A 
endolinfa contém alta concentração de 
potássio e baixa de sódio, o que é 
exatamente oposto ao conteúdo da perilinfa. 
A importância do potencial endococlear é 
que os topos das células ciliadas se projetam, 
através da lâmina reticular, sendo banhados 
pela endolinfa da rampa média, enquanto a 
perilinfa banha os corpos das células ciliadas. 
Além disso, as células ciliadas têm potencial 
intracelular negativo de −70 milivolts em 
relação à perilinfa, mas −150 milivolts em 
relação à endolinfa, nas suas superfícies 
superiores, onde os cílios se projetam através 
da lâmina reticular para a endolinfa. 
Acredita-se que esse alto potencial elétrico 
nas pontas dos estereocílios sensibilize a 
célula em grau extra, aumentando, assim, sua 
capacidade de responder ao som mais 
discreto. 
• FREQUÊNCIA E INTENSIDADE DO SOM: 
§ FREQUÊNCIA: o principal método 
usado pelo sistema nervoso para 
detectar diferentes frequências é 
determinar as posições ao longo da 
membrana basilar que são mais 
estimuladas (princípio do lugar). 
§ INTENSIDADE: uma maior intensidade 
sonora leva a um aumento da 
amplitude de vibração da membrana 
basilar + células ciliadas à excitação 
das terminações nervosas com 
frequências + rápidas. Esse aumento 
da amplitude leva a estimulação de + 
células ciliadas a fazerem a somação 
espacial de impulsos. As células 
ciliadas externa só são estimuladas 
quando a vibração da membrana 
basilar esteja em uma intensidade 
 
 
 
IGOR DE ANGELI • MEDICINA – TURMA XXVIII 
 
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sistema sensorial 
elevada (notifica o sistema nervoso 
que o som é intenso). 
• FISIOLOGIA DA AUDIÇÃO: o som entra pelo 
pavilhão auricular através do meato acústico 
externo que segue pela: membrana 
timpânica à camada média da membrana 
timpânica (responsável pela vibração de alta 
qualidade) à cabo do martelo à cabeça do 
martelo (que é articulada com o corpo da 
bigorna à ramo longo da bigorna (que é 
articulado com a cabeça do estribo). 
A base do estribo é aderida na janela oval, 
onde há a rampa vestibular (coberta por 
perilinfa), que se relaciona com o 
helicotrema, indo para a rampa timpânica e, 
em seguida, para a janela redonda. 
A movimentação da perilinfa ao redor do 
ducto coclear (rampa média) – membrana 
basilar, estimula o órgão de Corti: responsável 
pela transformação de vibrações em 
impulsos nervosos. Em sua base existem fibras 
curtas e rígidas, que vibram melhor em ondas 
de alta frequência (perto da janela oval). Em 
seu ápice, existem fibras longas e flexíveis, que 
vibram melhor em ondas de baixa frequência 
(perto do helicotrema). 
As células ciliadas, importante estrutura no 
órgão de Corti, são células sensoriais 
eletromecânicas, que, ao receberem um 
estímulo mecânico, despolarizam-se, 
gerando impulsos nervosos para o nervo 
coclear. Na região apical das células ciliadas, 
existem os estereocílios (microvilosidades 
especiais). As células ciliadas estão fixadas na 
lâmina reticular, que é sustentada pelos 
bastonetes de Corti. Os ligamentos anulares 
frouxos evitam a movimentação da 
membrana tectónica. 
→ Despolarização: quando a membrana 
basilar se eleva, pela movimentação da 
perilinfa, os estereocílios tocam a membrana 
tectorial, que realiza um estímulo mecânico 
nos estereocílios. Sendo assim, suficiente para 
realizar a despolarização das células ciliadas, 
por meio do deslocamento dos estereocílios 
para o lado do cinocílio, há abertura dos 
canais de potássio. 
- VIA AFERENTE DA AUDIÇÃO: Glânglios Espirais 
→ Núcleo Coclear Dorsal e Ventral (Parte 
superior do bulbo) → Complexo Olivar 
Superior (Principalmente Contralateral) → 
Lemnisco Lateral (Ponte) → Colículo Inferior 
(Mesencéfalo) → Núcleo Geniculado Medial 
→ Córtex Auditivo Primário (Área 41 e 42 de 
Brod.) → Córtex Auditivo Secundário (Do lado 
do córtex primário). 
 
 
 
 
IGOR DE ANGELI • MEDICINA – TURMA XXVIII 
 
22 
sistema sensorial 
 
- ESTÍMULO SONORO E SUA CONDUÇÃO AO 
CÉREBRO: Orelha Externa → Membrana 
Timpânica → Ossículos → Janela vestibular → 
Vibração da perilinfa → Lâmina Basilar (órgão 
de Corti) → Nervo coclear → Gânglios Espirais 
→ Núcleo Coclear Dorsal e Ventral (Parte 
superior do bulbo) → Complexo Olivar 
Superior (Principalmente Contralateral) → 
Lemnisco Lateral (Ponte) → Colículo Inferior 
(Mesencéfalo) → Núcleo Geniculado Medial 
→ Córtex Auditivo Primário (Área 41 e 42 de 
Brod.) → Córtex Auditivo Secundário (Do lado 
do córtex primário). 
• TIPOS DE PERDAS AUDITIVAS: podem ser: 
§ PERDA AUDITIVA CONDUTIVA: 
alteração nas orelhas externa e média. 
§ PERDA AUDITIVA NEUROSSENSORIAL: 
alteração na orelha interna e/ou nervo 
auditivo. 
§ PERDA AUDITIVA MISTA: presença das 
duas perdas auditivas acima. 
§ PERDAS AUDITIVAS CENTRAIS: 
comprometimento das vias auditivas 
centrais. 
§ PERDAS AUDITIVAS FUNCIONAIS: 
comprometimento da função 
auditiva, sem haver alteração 
anatômica ou lesão orgânica que 
justifique esse comprometimento (de 
origem psicogênica ou simulação de 
perda auditiva). 
• SÍNDROME DE MENIÉRE: também conhecida 
como hidropisia endolinfática, caracteriza-se 
por um distúrbio funcional da orelha interna 
decorrente de mudanças na pressão e no 
volume da endolinfa labiríntica. É causada 
por obstrução do ducto ou suco 
endolinfático, alteração na absorção da 
endolinfa e lesão imunológica no ouvido 
interno à níveis elevados de Ig na endolinfa. 
O paciente apresenta, na clínica, sensação 
vertiginosa, zumbidos auriculares, hipoacusia 
e plenitude auricular. 
 
O nariz é a parte externa do sistema 
respiratório dos humanos, é o órgão do olfato 
o nariz 
 
 
 
IGOR DE ANGELI • MEDICINA – TURMA XXVIII 
 
23 
sistema sensorial 
e a principal via de passagem do fluxo de ar 
para dentro e para fora dos pulmões. 
• EMBRIOLOGIA DO NARIZ: os folhetos que 
dão origem ao nariz são mesoderma e 
ectoderma. 
 
• ANATOMIA DO NARIZ: 
 
 
• VASCULARIZAÇÃO DO NARIZ: artéria 
etmoidal, artéria esfenopalatina e ramo 
septal da artéria labial. 
• INERVAÇÃO DO NARIZ: a porção 
posteroinferior é inervada pelo nervo maxilar 
e nervo palatino maior. Já a porção 
anterossuperior, pelo nervo oftálmico (nervos 
etmoidais anterior e posterior). 
 
 
 
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sistema sensorial 
• HISTOLOGIA DO NARIZ: a lâmina própria da 
mucosa olfatória é diretamente contínua 
com o periósteo do osso subjacente. Esse 
tecido conjuntivo contém numerosos vasos 
sanguíneos e linfáticos, nervos olfatórios não 
mielinizados, nervos mielinizados e glândulas 
olfatórias. 
A região olfatória está localizada em parte da 
cúpula de cada cavidade nasal e, em grau 
variável, nas paredes nasais lateral e medial 
contíguas. 
O epitélio olfatório, assim como o epitélio da 
região respiratória, também é 
pseudoestratificado, mas contém tipos de 
células muito diferentes. Além disso, carecem 
de células caliciformes. 
O epitélio olfatório é formado pelosseguintes 
tipos de células: 
§ CÉLULAS RECEPTORAS OLFATÓRIAS: são 
neurônios olfatórios bipolares, que se 
estendem pela espessura do epitélio e 
entram no sistema nervoso central. 
§ CÉLULAS DE SUSTENTAÇÃO: são células 
colunares, que se assemelham às 
células neurogliais e fornecem suporte 
mecânico e metabólico às células 
receptoras olfatórias. Sintetizam e 
secretam proteínas de ligação de 
odores. 
§ CÉLULAS BASAIS: são células-tronco a 
partir das quais se diferenciam novas 
células receptoras olfatórias e células 
de sustentação. 
§ CÉLULAS EM ESCOVA: são o mesmo 
tipo celular que ocorre no epitélio 
respiratório. 
• FISIOLOGIA DO OLFATO: Substância 
odorífera → difunde-se no muco → liga-se às 
proteínas receptoras (parte extracelular) na 
membrana dos cílios → parte intracelular 
acoplada à proteína G → separação da 
subunidade alfa → ativação da adenilciclase 
→ conversão de ATP em AMPc → ativação de 
um canal iônico dependente de sódio → 
influxo de sódio → despolarização da célula 
olfatória → excitação do neurônio olfatório → 
nervo olfatório → SNC. 
 
 
 
 
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sistema sensorial 
- TRANSMISSÃO DOS SINAIS OLFATÓRIOS PARA 
O SNC: a maioria das substâncias odorantes 
induz a despolarização da membrana da 
célula olfatória, reduzindo o potencial 
negativo da célula do nível normal de -55 
milivolts para -30 milivolts ou menos — isto é, a 
voltagem passa a ser mais positiva. 
Paralelamente, o número de potenciais de 
ação aumenta para 20 a 30 por segundo, 
que é frequência alta para as fibras do nervo 
olfatório. 
Aproximadamente, 50% dos receptores 
olfatórios se adaptam em cerca do primeiro 
segundo de estimulação. Em seguida, eles se 
adaptam muito pouco e lentamente. Além 
disso, todos nós sabemos, por experiência 
própria, que as sensações de olfação se 
adaptam quase até a extinção em torno de 
1 minuto após entrar em ambiente 
fortemente odorífico. Por causa disso, a 
adaptação psicológica é muito maior do que 
o grau de adaptação dos receptores e é 
quase certo que a maior parte da 
adaptação adicional ocorre no sistema 
nervoso central, o que parece ser verdadeiro 
também para a adaptação das sensações 
gustatórias. 
O mecanismo neuronal, postulado para o 
fenômeno da adaptação, é o seguinte: fibras 
nervosas vindas dos receptores olfatórios à 
atravessam a lâmina cribiforme à nervo 
olfatório à bulbo olfatório à glomérulos 
olfatórios à trato olfatório. 
• SNC E MEMÓRIA OLFATIVA: considerando 
que o bulbo olfativo é parte do sistema 
límbico, muitas vezes chamado de cérebro 
emocional, o olfato desperta lembranças e 
respostas poderosas instantaneamente, 
graças ao seu íntimo acesso a amigdala 
(emoções) e ao hipocampo (aprendizado 
associativo). Assim, quando um cheiro é 
percebido pela primeira vez ocorre uma 
associação a um evento, a um indivíduo, a 
uma coisa ou mesmo a um momento. 
 
 
A língua é órgão muscular recoberto de 
mucosa, situado na boca e na faringe, 
responsável pelo paladar e auxiliar na 
mastigação, na deglutição e na fonação. 
• EMBRIOLOGIA DA LÍNGUA: o folheto 
embrionário que dá origem a língua é o 
mesênquima. A língua começa a se formar 
no final da quarta semana. As respostas 
faciais fetais podem ser induzidas por 
substâncias de gosto amargo, com 26 a 28 
semanas, indicando que as vias de reflexo 
entre os corpúsculos gustativos e os músculos 
faciais estão estabelecidas. 
Por volta dos 4 anos de idade, o terço 
posterior da língua desce para a orofaringe 
(parte oral da faringe). 
a língua 
 
 
 
IGOR DE ANGELI • MEDICINA – TURMA XXVIII 
 
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sistema sensorial 
 
• ANATOMIA DA LÍNGUA: 
 
• INERVAÇÃO DA LÍNGUA: todos os músculos 
da língua, com exceção do palatoglosso, 
recebem inervação motora do nervo 
hipoglosso. 
Para sensibilidade geral (tato e temperatura), 
a túnica mucosa dos dois terços anteriores da 
língua é suprida pelo nervo lingual, um ramo 
do NC V3. 
Para sensibilidade especial (paladar), essa 
parte da língua, com exceção das papilas 
circunvaladas, é suprida pelo nervo corda do 
tímpano, um ramo do NC VII. O nervo corda 
do tímpano une-se ao nervo lingual na fossa 
infratemporal e segue anteriormente em sua 
bainha. 
A mucosa do terço posterior da língua e as 
papilas circunvaladas são supridas pelo ramo 
lingual do nervo glossofaríngeo (NC IX) para 
sensibilidade geral e especial. 
 
• HISTOLOGIA DA LÍNGUA: os 2/3 anteriores da 
língua possuem feixes musculares 
esqueléticos em três direções (longitudinal, 
transversal e oblíqua). Já o 1/3 posterior, é 
composto de tecido linfoide (tonsilas linguais). 
§ PAPILAS CIRCUNVALADAS: grandes e 
com topo plano, situam-se 
diretamente anteriores ao sulco 
terminal e são organizadas em uma 
fileira em formato de V. São 
circundadas por depressões circulares 
 
 
 
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profundas, cujas paredes estão 
repletas de calículos gustatórios. Os 
ductos das glândulas serosas da língua 
abrem-se nas depressões. 
§ PAPILAS FOLHADAS: pequenas pregas 
laterais da túnica mucosa lingual. São 
pouco desenvolvidas nos seres 
humanos. 
§ PAPILAS FILIFORMES: longas e 
numerosas, contêm terminações 
nervosas aferentes sensíveis ao toque. 
Essas projeções cônicas e 
descamativas são rosa-acinzentadas e 
estão organizadas em fileiras com 
formato de V, paralelas ao sulco 
terminal, exceto no ápice, onde 
tendem a se organizar 
transversalmente. 
§ PAPILAS FUNGIFORMES: pontos em 
formato de cogumelo, rosa ou 
vermelhos, dispersos entre as papilas 
filiformes, porém mais numerosos no 
ápice e nas margens da língua. 
§ BOTÕES GUSTATIVOS: possuem células 
de sustentação e células gustativas 
(contornadas pelo poro gustativo). Do 
ápice projetam-se para fora das 
células gustativas microvilosidades ou 
cílios gustativos (fornecem a superfície 
receptora para o sabor). 
• FISIOLOGIA DA GUSTAÇÃO: a aplicação de 
uma substância gustativa nos cílios gustativos 
leva a uma despolarização da célula 
gustativa (potencial receptor do paladar). 
A ligação da substância a uma molécula 
receptora encontrada na superfície externa 
das células gustativas leva a abertura de 
canais iônicos (influxo de cátions Na+ e H+) 
que provoca a despolarização da 
negatividade normal da célula. 
Para os sabores salgado e azedo (íons Na+ e 
H+), há abertura do canal de sódio epitelial 
(NaEC) que promove a ativação dos 
receptores. Já para os sabores doce e 
amargo, receptores acoplados à proteína G 
levam a ativação de substâncias 
transmissoras do tipo segundo mensageiro 
(alterações químicas intracelulares levam à 
sinais de sabor). 
• TESTE DA LINGUINHA: é um exame cujo 
objetivo é de identificar precocemente a 
anquiloglossia em recém-nascidos, uma 
anomalia congênita que se caracteriza por 
um frênulo lingual anormalmente curto e 
espesso ou delgado, que pode restringir em 
diferentes graus os movimentos da língua. 
A avaliação não dói e permite detectar se há 
alguma alteração na membrana da língua 
capaz de interferir diretamente na qualidade 
da amamentação do bebê e no 
desenvolvimento da fala, mastigação, 
deglutição e higiene oral.

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