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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO
CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS 
CURSO DE ADMINISTRAÇÃO
CONSULTORIA: 
UM ESTUDO SOBRE O PAPEL DO CONSULTOR NA FORMAÇÃO
DA ESTRATÉGIA ORGANIZACIONAL
Ana Jéssica Machado da Silva
Luís Carlos Pereira Chagas
Maria José Meireles Pinheiro Sobrinha
Thiago França Batalha
Samária de Morais Bernardo
	
São Luís-MA 
2021
Introdução
O progresso tecnológico, o avanço científico e a incerteza de várias fontes têm influenciado (a exemplo: a pandemia da Covid-19) as organizações. É cada vez mais difícil destacar-se em meio a tantas empresas em mercados consolidados; sobreviver é o mínimo e não é o objetivo último das empresas. Por essas e outras razões, as empresas têm recorrido cada vez mais à consultoria, ao consultor, para ter maior segurança, uma espécie de orientação rumo a seus objetivos, com método, com conselhos fundamentados na experiência e em conhecimentos diversos. Há divergências quanto ao papel dos consultores na formação da estratégia organizacional, a depender dos autores e do enfoque. É exatamente isso o que norteia este estudo. 
Bases teóricas
O conhecimento tem sido visto cada vez mais como um saber fazer, não apenas um ‘saber’, isto é, concebe-se o conhecimento como uma prática. A estratégia, então, é algo que uma empresa, antes de tudo, faz, e não meramente possui. É a partir desse modo de ver a estratégia que Whittington a analisa e pensa como uma prática social, abrangendo a sensibilidade do praticante às conexões e aos relacionamentos, o reconhecimento das inserções sociais e uma atenção aos problemas sociais. 
 Estratégia como prática
A estratégia é vista, então, como uma prática, um agir orientado por um conhecimento, ou mesmo um conjunto de práticas orientadas por um conjunto de conhecimentos. O foco, de acordo com os autores (Whittington,2006;Jarzabbkowski;Balogun;Seidl,2007) é na prática/práxis na interconexão entre os autores, bem como sua conexão com a prática. 
Esses autores procuram entender como surgem as estratégias através do estudo de dois componentes: as atividades da organização e as práticas utilizadas no dia a dia. 
Dois modelos teóricos são apresentados neste estudo sobre a formação da estratégia organizacional: o modelo de Whittington e o de Jarzabkowski,Balogun e Seidl. Ambos abarcam a práxis, práticas e praticantes. 
De acordo com o primeiro modelo, há três variáveis: práxis, práticas e praticantes. Práxis significa as reflexões elaboradas pelos profissionais. Práticas: as rotinas e normas de trabalho da estratégia. Praticantes: gestores, assim como os atores internos e externos. A estratégia resultado do produto da inter-relação entre essas variáveis, e o estrategizar incorpora à organização novas estratégias. 
O segundo modelo teórico mostra que na construção das práticas as combinações, adaptações e também as coordenações podem ser físicas, motivacionais, comportamentais, cognitivas, processuais, discursivas. O estrategizar, assim, está na intersecção entre a práxis, as práticas e os praticantes. 
Consultoria organizacional
Com o objetivo de entender o papel do consultor externo na formação da estratégia de uma organização, duas vertentes sobre consultoria organizacional – a de pacote e a de processo. 
De acordo com Czander e Eisold (2003) e Crocco e Guttman (2005), a consultoria tem por objetivo oferecer soluções e opções de mudanças para as organizações contratantes. Essas soluções, que servem como caminhos a serem seguidos, estão ligadas diretamente ao diagnóstico. 
A consultoria também pode ser vista como um processo. Nesse caso, o consultor não mais oferece o diagnóstico: ele ensina a organização e seus membros a tornarem-se seus próprios diagnosticadores. O papel do consultor, aí, é o de facilitar e orientar a integração e o diálogo no contexto da organização, para que se tenha uma compreensão do todo. 
Procedimento Metodológicos
O procedimento utilizado trouxe bons resultados para análise , pois a coleta de dados diretamente com quem vivi a situação em seu cotidiano é uma das melhores formas de obter informações coerente, possibilitando a coleta de informações e pontos de vista das partes envolvidas, tanto a empresa quanto o consultor contratado.
A análise dos dados por meio da categorização das respostas semelhantes e cruzamento entre as diferentes categorias possibilitou o agrupamento das variadas perspectivas do processo de consultoria e do papel do consultor para a empresa.
Resultados
Os resultados obtidos nesse artigo mostram que, o processo de consultoria está ligado à instigação da reflexão, percebe-se o consultor como um orientador, alguém que indica possíveis caminhos à organização. Nesse sentido, o consultor precisa trabalhar em parceria com o cliente e desenvolver atividades para ajudá-lo a se apropriar de uma determinada habilidade, de forma que o cliente possa ter autonomia em relação às soluções a serem executadas e, terminando o processo de consultoria possa caminhar sozinho. O consultor deve atuar de forma didática para que o cliente possa compreender os aspectos maquis importantes da consultoria, também deve demonstrar comprometimento, dedicação ao trabalho e mostrar-se disponível para rediscutir as intervenções. Segundo o artigo, um dos aspectos dificultadores da consultoria é a falta de disponibilidade do cliente para efetivamente participar do processo, onde os próprios clientes assumem a limitação de tempo imposta pelas próprias organizações para que o processo seja concluído. 
Qual papel dos consultores na formação da estratégia organizacional?
Parte dos consultores entrevistados relacionou o consultor a um orientador, aquele que indica possíveis caminhos para a organização seguir. Czander e Eisold (2003) e Head, et al (2006). O objetivo da consultoria organizacional oferecer soluções e opções de mudanças para as organizações contratantes. O processo de interação com o cliente, o consultor demonstre claramente que a intervenção recomendada verdadeiramente tem o potencial de ser bem-sucedida.
O papel do consultor é instigar o cliente a refletir, de modo que seja possível criar condições para que o cliente desenvolva sua própria aprendizagem. Com isso, a atenção do consultor deve estar voltada em como manter ou aumentar a autonomia do cliente.
Os modelos apresentados por Whittington (2006) e Jarzabkowski, Balogun e Seidl (2007) preservam a ideia da reflexividade dos indivíduos, que tiram partido da abertura dos sistemas sociais para introduzir novas práticas. Ao avaliarem as suas experiências e explorarem sua diversidade, os praticantes podem adaptar sua práxis e sintetizar novas práticas.
Assim, os consultores organizacionais podem ajudar os praticantes a refletirem sobre suas práticas, modificando e concretizando-as em ações estratégicas. A reflexão do cliente deve considerar a integração entre as ações organizacionais e o diálogo entre os indivíduos. Essa reflexão sobre a problemática deve ser efetuada de maneira holística, buscando-se entender o que pode estar errado e como o contratante pode mudar sua atitude em relação ao problema. 
Para possibilitar essa reflexão, o consultor em estratégia deve criar um ambiente investigativo da estratégica organizacional, cuja legitimação é dada pelo contexto organizacional, de modo que aos profissionais reflitam e modifiquem as suas práxis. Isso indica que o consultor precisa estudar as experiências vividas pelos profissionais que estão realizando a estratégia para compreender as ações que constituem a sua realidade
Neste processo, as habilidades pessoais, didáticas e experiência do consultor agregam um valor muito grande ao serviço prestado, ser uma pessoa que tenha uma capacidade muito boa de escuta e uma percepção aguçada para captar o impacto do seu trabalho para aquela organização. E provocar reflexões que permitam insights a estes sobre as dificuldades vivenciadas e os possíveis cursos de ações a serem tomados. Assim, os clientes podem ressignificar os valores e as intenções que guiam suas práticas, deslocando-se de uma posiçãoautomatizada, adquirida com a rotina diária.
Devem também demonstrar disponibilidade para rediscutir pontos da intervenção e mostrar-se flexível para mudar os cursos de ações de acordo com a necessidade do grupo ou da própria atividade de consultoria.
O cliente é o elo do consultor com a organização. Para tal, é necessário que o cliente participe das atividades sugeridas e reflita sobre as ações que podem atender aos objetivos da intervenção. Deve também acompanhar o andamento do processo, a fim de verificar se a metodologia utilizada é adequada à resolução do problema diagnosticado. Se não, o cliente deve interferir e discutir com o consultor os ajustes necessários.
Considerações Finais
Pode-se entender que este artigo tem como objetivo focalizar o papel dos consultores na formação, da estratégia organizacional.E para se entender melhor foi feita uma investigação ,no qual foi realizado um estudo qualitativo,cujo a coleta de dados ocorreu por meio de entrevistas semi estruturadas com dez consultores e sete clientes de consultoria em estratégica organizacional,com essa investigação foi possível entender melhor o papel do consultor alem de observar os riscos inerentes que envolve o trabalho de um consultor ,como risco da dependência do cliente em relação ao consultor que deve ser objeto de reflexão , nesse sentido,a dependência pode refletir na concepção que consultor e o cliente tem a respeito de seu papel que todavia deve respeitar a interdependência entre o consultor e o cliente de forma que ele possa ser capaz de diagnosticar e solucionar seus próprios problemas ,não deixando tudo a cargo do consultor ,como um dos entrevistados definem que o papel do consultor como facilitador que ele está na organização para deixar lugar melhor do que estava mas sem criar dependência ,para que o cliente com ajuda do consultor ele consiga enxergar os problemas e ter autonomia de para solucioná-los.
Pode-se observar que este estudo oferece algumas contribuições ao campo da consultoria organizacional contudo pelo estudo ter um numero reduzido de indivíduos entrevistados isso pode refletir na percepção de um grupo especifico ,alem disso os entrevistados não deixaram perceber como ações estratégicas são realizadas ,por isso é necessário observar quais os fundamentos que utilizam e como essas pessoas se relacional durante o processo de elaboração da estratégia e para isso seria necessário que novas pesquisa futuras sejam desenvolvidas usando como base a etnografia a fim de identificar como são traçadas as ações estratégicas durante e após o processo de consultoria

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