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UNIDADE I Teorias e Metodologias do Ensino da Arte e da Literatura Centro Universitário Maurício de Nassau 2021.2 A Sumário Compreendendo Como funciona o ensino das disciplinas de arte e literatura………02 1) O ensino de literatura nas escolas vírgulas de acordo com os documentos que norteiam a Educação Nacional…………………………………………………………………….03 2) A disciplina de arte e os parâmetros curriculares nacionais………………………...09 Aplicando as técnicas de leitura e escrita nas aulas de arte, língua e literatura, nos anos finais do ensino fundamental………………………………………………………………………....15 1) A leitura e a escrita nos anos finais do ensino fundamental………………………...16 2) A leitura e a escrita nos anos finais do Ensino Fundamental de acordo com os PCN’s…………………………………………………………………………………………………………...19 3) A importância da contextualização da literatura brasileira nas escolas……...26 Aplicando técnicas de leitura e escrita nas aulas de arte, Literatura e língua nos anos finais do ensino médio…………………………………………………………………………………………...30 1) Critérios para correção de textos………………………………………………………………..39 Executando os procedimentos de diferentes abordagens nas disciplinas de arte, língua e literatura…………………………………………………………………………………………………...45 1) Técnicas de refacção de texto: uma abordagem de aperfeiçoamento………….46 2) A Literatura e a arte: unindo abordagens ao trabalho no âmbito de linguagens, códigos e suas tecnologias…………………………………………………………………………..50 1 Compreendendo Como Funciona o Ensino das Disciplinas de Arte e Literatura Ao término deste Capítulo você será capaz de entender como funciona o ensino da arte e da literatura. Isto será fundamental para o exercício da sua profissão. As pessoas que tentaram ministrar aulas dessas disciplinas tanto no ensino fundamental, quanto no ensino médio, sem a devida instrução, encontraram diversos problemas relacionados às questões didáticas, por isso a compreensão de tais metodologias de ensino será fundamental para o exercício da sua profissão. E então? Motivado para desenvolver esta competência? Então vamos lá. Avante! 2 O Ensino de Literatura nas Escolas, de Acordo com os Documentos que Norteiam a Educação Nacional A língua portuguesa é uma das principais disciplinas da grade Curricular da educação brasileira. O ensino de literatura é primordial para que os educandos possam compreender melhor outras áreas do conhecimento, pois é a partir do estudo da língua materna que o aluno passa a construir conceitos e a desvendar significados. Sendo assim, é por meio da prática da escrita e da oralidade que a comunicação vai sendo aprimorada, e é por meio do uso devido da comunicação que o aluno se torna um membro efetivo na sociedade. 3 A educação brasileira passou por diversas fases até chegar onde se encontra agora. Podemos dividir essas fases em 5: Brasil colônia, a reforma pombalina, o advento da República até meados do século XX, as décadas de 1960 e 1970, e a década de 1980 até os dias de hoje. Sabe-se que é uma garantia de todos os cidadãos a igualdade perante as leis, segundo o Estado de Direito. O artigo 5 da constituição federal nos confirma isso: "todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no país a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade [...] (BRASIL, 1988) Nem sempre a educação brasileira teve como seu ideal o que a Constituição Federal descreve em seu artigo 5º. Desde a expulsão dos Jesuítas 4 do Brasil, existiram diversas irregularidades no que se refere à educação, que nem sempre foi acessível para todos os brasileiros. De forma que durante algum tempo, somente as classes privilegiadas tiveram acesso a uma educação completa, deixando à margem as classes menos favorecidas da sociedade e o gênero feminino. Dentro da literatura escrita em língua portuguesa, temos diversos autores, dentre eles podemos citar: Conceição Evaristo, Paulina Chiziane, Machado de Assis, José Saramago, José de Alencar, Domingos Pelegrini, dentre muitos outros. No entanto, o único escritor de literatura escrita em língua portuguesa, a receber um prêmio Nobel de Literatura, foi José Saramago, em 1998. 5 José Saramago nasceu em 1922 e morreu no ano de 2010. O escritor também ganhou o prêmio Camões, que é o mais importante Prêmio Literário da língua portuguesa. Desse modo, José Saramago foi reconhecido literariamente por suas obras e também é considerado o responsável pelo reconhecimento mundial da prosa escrita em língua portuguesa. A aprendizagem é um processo, e é durante este processo que o professor deve passar ao aluno os valores adquiridos pela sociedade ao longo dos anos. O ambiente escolar não deve se restringir somente aos conteúdos didáticos, mas também deve transmitir aos alunos conceitos de ética, moralidade e cidadania. De acordo com as diretrizes curriculares de ensino pode-se afirmar que: "[...] O processo de ensino deve transmitir aos alunos a lógica do conhecimento de referência. [...] é do saber especializado e acumulado pela humanidade que devem ser extraídos os Conceitos e os princípios a serem ensinados aos alunos" (DCE-LÍNGUA PORTUGUESA, 2008, p. 17 apud LOPES,2002, p. 151-152). O objetivo da escola é integrar o sujeito ao meio social em que ele vive, logo a instituição de ensino deve ser mediadora entre o sujeito, as práticas de letramento e o meio social. Quando refletimos sobre o ensino da linguagem, tendo como base o ensino da língua e da literatura, deve-se levar em 6 consideração também as contradições existentes, no quadro Complexo da contemporaneidade. No ensino de língua portuguesa a, além da Tríade oralidade, Literatura e escrita, deve-se trabalhar também a Literatura e análise linguística. Sobre a questão da oralidade, deve-se ter em mente que a escola é uma instituição democrática, e que o aluno, quando chega a instituição, já tem o domínio da oralidade, e muitas vezes a escola desconsidera esse domínio do discente, apresentando a hegemonia da Norma culta. No que tange a literatura, pode-se afirmar de acordo com as diretrizes curriculares de ensino que: [...] Compreende-se a leitura como ato dialógico, interlocutivo, que envolve demandas sociais, históricas, políticas, econômicas, pedagógicas e ideológicas de determinado momento. Ao ler, o indivíduo busca as suas experiências, os seus conhecimentos prévios, a sua formação familiar, religiosa, cultural, enfim, as várias vozes que o constituem (DCE-LÍNGUA PORTUGUESA, 2008, p. 56). No procedimento da Leitura, um texto se interliga com o outro e conduz para uma política de singularização do leitor que, requisitado pelo texto, participa na produção dos significados, confrontando-o com seu próprio conhecimento, sua experiência de vida. Sobre a escrita, é de suma importância que quando o professor propuser uma atividade prática de escrita, deixe claro que os alunos devem considerar para quem irão escrever, com qual finalidade 7 irão escrever, para só assim passarem a decidir sobre o que irão escrever, pois é necessário levar em conta que: "a escrita, na diversidade de seus usos, cumpre funções comunicativas socialmente específicas e relevantes" (DCE-LÍNGUA PORTUGUESA, 2008, p. 56 apud ANTUNES, 2003, p. 47). Antônio Cândido coloca que a literatura como arte assume o papel de humanizadora e transformadora do homem e da sociedade em que ele vive, pois ela exerce três funções, sendo elas: a psicológica, a social e a formadora. Psicológica porque permite que os seres humanos fujam da realidade e possam viajar para outros mundos fantásticos. Social, visto que a arte, ou seja, a literatura imita a realidade, retrata as diversas partes da Sociedade. E por último, formadora, uma vez que ela é utilizada dentro da formação das pessoas, mostrando as outras realidades que a ideologia dominante esconde. Sendo assim: a literatura pode formar; mas não segundo a pedagogia oficial. [...] Ela age como impacto indiscriminado da própria vida e educa como ela. [...] Dado que a literatura ensina na medida em que com toda sua gama, é artificial querer que ela funcione como os manuais de virtude e boa conduta. [...] É um dos meios porque o jovem entra em contato com realidades que se tenciona escamotear-lhe. [...] Ela não corrompe e nem edifica portanto; mas, trazendo livremente em si o que chamamos o bem o que chamamos o mal, humaniza em sentido profundo, porque faz viver (CANDIDO, 1972, p. 805-8060). 8 O docente de língua portuguesa deve propiciar aos alunos a prática da discussão, e precisa trazer para a sala de aula textos de diferentes esferas sociais. Desde textos jornalísticos a textos literários, bem como, publicitários e digitais. As práticas discursivas abrangem muito mais do que os textos falados e escritos, e do que a interação e a integração da linguagem verbal com as outras linguagens. O professor deve saber que o letramento vai muito além da alfabetização, pois esta é uma atividade denominada mecânica, que traz ao sujeito a garantia do conhecimento linguístico, que tange tanto a qualificação quanto a decodificação. Portanto: alguns gêneros são adaptados, transformados, renovados, multiplicadas ou até mesmo criados a partir da Necessidade que o homem tem de se comunicar com outro, tendo em vista que "todos os diversos Campos da atividade humana estão ligadas ao uso da linguagem" (DCE-LÍNGUA PORTUGUESA, 2008, p. 52 apud BAKHTIN, 1992, p. 261). A Disciplina de Artes e os Parâmetros Curriculares Nacionais 9 A disciplina de artes é norteada pelos seguintes conteúdos, dentro de 3 eixos: produzir, apreciar e contextualizar. Dessa forma, o aluno por meio do ato de "produzir" pode se expressar, de modo a experimentar todas as linguagens artísticas, através da apreciação, o discente pode entrar em contato com a produção histórica e social da arte. De acordo com Niskier: “ o ensino da arte constituirá componente curricular obrigatório, nos diversos níveis da Educação Básica, de forma a promover o desenvolvimento cultural dos alunos” (NISKIER, 1998, p. 83). A concepção do ensino de arte deve abranger a arte contemporânea, as artes visuais, o teatro, a dança e a música. Logo, o ensino de arte na escola deve possibilitar ao discente a experiência de um trabalho de criação. "A arte capacita o homem Para compreender a realidade e o ajuda não só suportá-la, como transformá-la aumentando-lhe a determinação e torná-la mais humana e mais hospitaleira para a humanidade" (FISCHER, 2002, p. 57). Arte está presente em tudo o que nos cerca, pois ela foi criada pelo homem, e é por meio dela que podemos transmitir nossas ideias, crenças, e 10 também é por meio da arte que se aprende a interpretar objetos e cenas. Para Alfredo Bosi são decisivos três momentos do processo artístico: o fazer, o conhecer e o exprimir. Pode-se afirmar que a literatura é a arte, pois seus diversos gêneros possuem uma dimensão estética. Assim, para Alfredo Bosi (1999, p. 57): “ neste sentido, qualquer atividade humana a, desde que conduz a regularmente a um fim, pode chamar-se artística". O professor exerce um papel de grande relevância no processo de ensino-aprendizagem das aulas de arte e literatura. Desse modo, para que o discente venha a aprender de forma prazerosa, é ideal que o docente opte por trabalhar com temas, práticas e situações que lhes sejam interessantes, pois estudar a arte, a Literatura e a sua relação com a vida como uma forma de representação da realidade é uma forma muito fascinante de despertar o desejo de aprendizagem dos alunos. É por meio da arte que os seres humanos podem expressar suas emoções, sentimentos e ideias. De acordo com os parâmetros curriculares nacionais: o conhecimento da arte abre perspectivas para que o aluno tenha uma compreensão do mundo na qual a dimensão poética esteja presente: a arte ensina que é possível transformar continuamente a existência, que é preciso mudar referências a 11 cada momento, ser flexível. Isso quer dizer que criar e conhecer são indissociáveis e a flexibilidade é condição fundamental para aprender (BRASIL, 1997, p. 19). O professor desempenha um papel muito relevante nas aulas de arte, pois cabe a ele mediar e atrair a vontade dos alunos pela pesquisa. Assim, o docente deve despertar a curiosidade dos alunos, instigando-os a descobrir novos mundos por meio das Produções artísticas. De forma que tal curiosidade se torne objetiva e aprimorada, para que o aluno possa exprimir suas próprias manifestações vírgulas vindo a opinar de forma crítica e estruturada. De acordo com as diretrizes curriculares: o ensino de arte deve basear-se no processo de reflexão sobre a finalidade da educação, os objetivos específicos dessa disciplina e a coerência entre tais objetivos, os conteúdos programados (os aspectos teóricos) e a metodologia proposta. Pretende-se que os alunos adquiram conhecimentos sobre a diversidade de pensamento e de criação artística para expandir sua capacidade de criação e desenvolver o pensamento crítico (DCE-ARTE, 2008, p. 52). Tanto o ensino de literatura, quanto o ensino de arte, requerem que o professor realize o planejamento das aulas. Visto que este é um dos requisitos fundamentais que norteiam o sucesso do docente e que pode garantir de certo modo o aprendizado dos discentes. 12 Assim, é por meio do planejamento de suas aulas que o professor pode perceber onde estão seus acertos e, bem como os seus erros, de forma que o planejamento possibilita adaptações às formas de ensinar, de acordo com o aproveitamento de cada turma. No entanto, é preciso que o professor compreenda as particularidades de cada indivíduo, pois cada aluno possui as suas próprias experiências de vida, de acordo com a sua própria bagagem. Logo, o processo de ensino-aprendizagem será diferente em cada turma e na interação com os mais diversos sujeitos da Educação Básica. Para uma melhor compreensão das experiências e necessidades dos sujeitos da Educação Básica, pode-se afirmar que: "um sujeito é fruto do seu tempo histórico, das relações sociais em que está inserido, mas é, também, um ser singular, que atua no mundo a partir do modo como compreende e como dele é possível participar" (DCE-ARTE, 2008, p. 14). Os sujeitos do Ensino Fundamental 2 e ensino médio, possuem uma bagagem de vida que advém de seus familiares. Cada família possui uma cultura, uma crença e uma ideologia diferente, por isso, cabe ao professor respeitar essas divergências durante o processo de ensino-aprendizagem. Os conteúdos passados em sala de aula tem obrigação de serem aplicados de maneira contextualizada a, para que os alunos possam ter uma 13 compreensão maior do que estão aprendendo, sem contar que o docente deve também utilizar situações concretas do mundo dos alunos, com intuito de facilitar ainda mais o aprendizado dos discentes. E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema de estudo deste Capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido que o ensino de Literatura e de arte no Brasil, nem sempre foi realizado da forma que conhecemos atualmente. Tais disciplinas passaram por um processo de revolução dentro do ambiente escolar ao longo da história da educação brasileira, na qual verificou-se a importância do ensino da arte e da literatura na Educação Básica. Sabe-se que é por meio da arte que o ser humano tem a capacidade de se expressar, e é através da literatura que o homem pode aprender a desenvolver o seu senso crítico. Logo, o docente possui um papel fundamental no processo de ensino-aprendizagem dessas duas disciplinas, pois é por meio do seu planejamento que o sucesso de suas aulas pode ser garantido, bem como, o triunfo da comprovação da aprendizagem de seus alunos. No entanto, é preciso que o professor respeite as particularidades de cada indivíduo, pois a educaçãoé composta por diversos sujeitos, que advém em diferentes culturas. Assim, respeitar essas culturas é fundamental para o êxito do processo de construção de conhecimento, tanto no ensino médio, quanto no ensino fundamental 2. 14 Aplicando as Técnicas de Literatura e Escrita nas Aulas de Arte, Língua e Literatura nos Anos Finais do Ensino Fundamental Ao término deste Capítulo Você será capaz de compreender quais são as técnicas de leitura e escrita nas aulas de arte, língua e de literatura, nos anos finais do Ensino Fundamental. Aprender a aplicar as técnicas, será algo de suma importância para o exercício de sua profissão. As pessoas que tentaram ministrar aulas dessas disciplinas tanto do ensino fundamental quanto no ensino médio, sem o conhecimento de quais são essas técnicas, encontraram diversos problemas relacionados às inúmeras questões concorrentes às metodologias de ensino. Por isso a compreensão de tais técnicas de ensino, serão de grande relevância para o desempenho de sua profissão. E então? Motivado para desenvolver mais uma competência? Vamos lá! 15 A Leitura e a Escrita nos Anos Finais do Ensino Fundamental Nas escolas poucos são professores de literatura que destinam um tempo exclusivo para o exercício da atividade da Leitura. No entanto, se os alunos não adquirem o hábito de leitura na escola, que em garante que eles irão adquirir tal hábito em suas casas? Nas quais existem outras diversas distrações vírgulas e nas quais geralmente, a leitura é um hábito pouco comum. Existem diversas pesquisas que apontam que o brasileiro lê em média um livro, ou menos do que isso, por ano. Você já imaginou uma coisa dessas? E esses brasileiros são os pais dos alunos que estão todos os dias nas salas de aula das escolas, sendo que poucos deles possuem livros em casa, ou são instigados por sua própria família a lerem livros. Assim, verifica-se que o principal agente que pode transformar a realidade da Leitura na sociedade brasileira, é a escola. Sabe-se que poucos brasileiros tiveram boas oportunidades de estudos, e uma grande massa da população brasileira pode ser considerada como um reflexo do que chamamos de analfabetismo funcional ponto final portanto, para que os discentes possam adquirir o hábito de ler livros e vir a desenvolver um pensamento crítico, 16 instigá-los em sala de aula para que venham a ler livros de, será algo fundamental para mudar este cenário. É indubitável que um professor de língua, arte e literatura, que não possui o hábito de leitura, dificilmente terá êxito ao instigar seus alunos para que desenvolvam esta prática. Sendo assim, é de suma importância que o professor leia, e que leia muito. A leitura pode transformar suas aulas, bem como elevar o padrão de sua didática. Quando os alunos forem à biblioteca da escola ou à biblioteca municipal, é muito importante que eles possam se sentir à vontade para escolher o livro que despertasse o interesse, sem censuras. Provas escritas e orais acerca da leitura de livros tendem a desenvolver o pensamento crítico dos alunos. É claro que nem sempre todas as leituras poderão ser realizadas de forma individual, e a importante que sejam realizadas leituras de livros no conjunto da turma, pois assim você poderá desenvolver debates com os alunos 17 Acerca das obras literárias vírgulas complementando assim o processo de ensino-aprendizagem. A leitura de livros clássicos (aqueles que compõem o cânone literário) serão de suma importância para o processo de ensino-aprendizagem dos alunos. Todavia, muitas vezes esses livros não despertam o interesse das crianças e dos adolescentes, por isso, as adaptações e releituras dessas obras são uma boa alternativa. Assim, utilizar por exemplo uma HQ da obra de Dom Casmurro de Machado de Assis, pode Instigar muito mais a vontade dos alunos de aprenderem mais sobre a história, do que aquele livro clássico em que a capa é vermelha com rosas desenhadas com o miolo Repleto De folhas amareladas. Além disso, existem muitas adaptações cinematográficas de obras literárias, e apresentá-las para a turma pode ser uma boa forma de fazer com que os alunos sintam o desejo de ler o livro no qual o filme foi baseado. 18 Outra alternativa é desenvolver leituras em conjunto com uma turma, com professores de outras disciplinas, por exemplo escolher uma obra que se encaixe para o ensino de português, arte e ciências, é um bom modo de fazer com que os alunos leão de forma efetiva a obra ela em cada, e que esta obra seja estudada dentro de seus mais diversos aspectos. É claro, que muitas vezes a biblioteca do colégio pode não possuir diversos exemplares da mesma obra literária. E é aí que o uso da tecnologia pode melhorar as suas aulas. Existem diversas obras disponibilizadas de forma integral no site do domínio público, e que podem ser lidas pelos alunos em um arquivo em PDF por meio de um celular, computador ou tablet. A leitura e a escrita nos anos finais do Ensino Fundamental de acordo com os PCN ‘s Meu caro aluno, de acordo com os PCN’s - parâmetros curriculares nacionais (1997, p. 53) a leitura é: [...] é um processo no qual o leitor realiza um trabalho ativo de construção do significado do texto, a partir dos seus objetivos, do seu conhecimento sobre o assunto ou irregular sobre o autor e de 19 tudo o que se sabe sobre a língua. Não se trata apenas de extrair informações da escrita, decodificando-a, letra por letra, palavra por palavra. Trata-se de uma atividade que implica, necessariamente, compreensão na qual os sentidos começam a ser constituídos antes da leitura propriamente dita. Qualquer leitor que conseguir analisar sua própria leitura constatará que a decodificação é apenas um dos procedimentos que utiliza quando lê. Sabe-se que atividades de leitura e escrita são requisitos para que um cidadão possa viver em sociedade e é de suma importância que tais atividades sejam executadas de forma integral na escola, para que os alunos possam vir a enfrentar sem medo as mais diversas situações do cotidiano nas quais a linguagem se interpõe. Uma forma de desenvolver o hábito de leitura de seus alunos, inseri-los em redes sociais de leitura. Você pode criar um clube de leitura na escola, ou pode levá-los à sala de informática e fomentar que os alunos participem da rede social Skoob, que é uma plataforma online para quem ama ler. Realizando o cadastro Skoob, os alunos poderão registrar quais livros eles já leram, qual foi a data dessas leituras, eles podem escrever e ler resenha sobre o livro que estão lendo no momento. Podem classificar O livro de 1 a 5 estrelas, criar uma lista de livros que eles pretendem ler no futuro e muito mais. Acesse: https://www.skoob.com.br/ e saiba mais sobre a rede social de quem ama ler. 20 https://www.skoob.com.br/ Um livro é constituído por diversos elementos macrotextual e, tais como: prefácio, capa, contracapa, introdução, lombada, orelha, notas entre outros. De acordo com Gérard Genette (2009) os paratextos que acompanham um livro são de suma importância para uma compreensão mais eficaz da obra literária, nas palavras de Genette: [...] Título, subtítulo, intertítulos, prefácios, advertências, prólogos e etc ponto e; notas marginais, de rodapé, de fim de texto; epígrafes; ilustrações; é rata, orelha, capa, e tantos outros tipos de sinais acessórios, autógrafos ou alógrafos, que fornecem ao texto um aparato (variável) e por vezes um comentário, oficial ou oficioso, do qual o leitor, o mais por está e o menos vocacionado a erudição externa, nem sempre pode dispor tão facilmente como desejaria e pretende (GENETTE, 2009, p. 9). Assim, analisando a capa, a contracapa, e os diversos elementos paratextuais de uma obra, podemos compreender a qual espécie de público uma obra literária se destina. Isso acontece muito com os best-sellers, que geralmente trazem em suas capas abordagens que refletem o seu público leitor, e também se a obra se trata de um livro de literaturaadulta, infantil, infanto-juvenil, de cunho motivacional, entre outros. De tal modo, nas aulas de artes, as capas, as contra-capas e as orelhas das obras literárias, podem ser trabalhadas em sala de aula. 21 O professor pode impedir que o aluno realize a reprodução da capa de uma obra literária, e que analise qual foi o intuito da editora que a publicou inserindo as imagens que estão na capa, de forma que o aluno venha a desenvolver o seu senso crítico. Além disso, quando foram estudadas as obras em histórias em quadrinhos, animações, ou outros tipos de adaptações, o professor pode desenvolver atividades acerca da representação dos personagens de forma física nos desenhos ilustrados. No que se refere ao tempo, ele pode ser cronológico, narrativo ou psicológico. O tempo cronológico é aquele que denominamos como tempo real, pois é igual para todos, e também pode ser chamado de tempo social ou coletivo. Assim, este é o tempo da natureza marcado pelo relógio, conhecido como o tempo histórico. No qual temos as horas, os dias da semana, meses, anos, mais este tempo pode ser representado na obra literária como as estações, ou de acordo com os períodos do ano, tais como o natal e o carnaval, e também pelos períodos do dia, das como: manhã, tarde e noite. O tempo cronológico é tido como o tempo externo, pois está a parte do personagem, Pois é externo a ele. 22 O tempo psicológico é o tempo individual, ele não é igual para todos, pois na obra literária que possui o recurso de tempo psicológico, ele passa de forma diferente para o narrador ou para o personagem. Assim, o tempo psicológico é determinado pela influência das emoções, situações e sentimentos que permeiam uma história, e que determinam a passagem deste tempo, desse modo podemos considerar o tempo psicológico como o tempo inteiro. Já o tempo narrativo é o tempo que o narrador utiliza para narrar os fatos. O espaço é um elemento de grande relevância para as obras literárias vírgulas pois ele constrói as histórias. Assim, por meio dele compreendemos o plano de fundo de cada história. O espaço pode ser dividido na maioria das narrativas entre real e psicológico. O espaço real é onde os personagens vivem na história. No entanto, o espaço psicológico é aquele que se dá nas memórias dos personagens, nas lembranças de um local, período, ou de um fato do passado. Sobre as configurações das personagens narrativas, Maussad Moisés afirma o seguinte: [...] É sabido que podem ser ordenadas em dois grupos conforme suas características básicas: Personagens redondas e personagens planas. Estas seriam bidimensionais, dotadas de altura e largura mas não de profundidade: um só defeito ou uma só qualidade. Quanto às personagens 23 redondas, ostentariam a dimensão que falta às outras, e, por isso, possuiriam uma série complexa de qualidades e/ou defeitos. As personagens planas geram os tipos e caricaturas, enquanto as outras envolvem os caracteres. Pensando nas formas em prosa, teríamos que as primeiras comparecem as mais das vezes nos contos, nas novelas e nos romances lineares, ao passo que as redondas predominam nos romances psicológicos e introspectivos (2007, p. 106). Desse modo, as personagens redondas são aquelas que possuem uma profundidade psicológica desenvolvida ao longo da narrativa. Já as personagens planas são aquelas que não possuem um desenvolvimento de consciência. O enredo é o conteúdo do texto e é nele que se desenrolam as ações que formam o tecido da narrativa. Nele temos a apresentação, a complicação que é o que determina o nível de tensão da obra, o clímax desfecho. Consoante com Antonio Candido: o enredo existe através dos personagens; as personagens vivem do enredo. Enredo e personagens Exprimem, ligados,Os intuitos do romance, a visão da vida que decorre dele, os significados e Valores que o animal. (CANDIDO, 1987, p. 534) . 24 A leitura está relacionada à escrita, portanto quem pouco lê, dificilmente conseguirá escrever bem. No entanto, sabe-se que a escrita é um processo de aperfeiçoamento, pois quanto mais se escreve, melhor se escreve. À vista disso, é importante que nas atividades de escrita na escola, o aluno tem a oportunidade de escrever e reescrever seu texto, pois muitos teóricos não acreditam na escrita, mas sim em uma constante reescrita, pois quanto mais se reescreve um texto, mas ele é melhorado. Assim, cabe ao professor fazer as correções necessárias para que o aluno veja onde está errado, e possa desse modo, corrigir o seu erro, escrevendo seu texto. 25 A Importância da Contextualização da Literatura Brasileira nas Escolas A literatura brasileira é vasta, e possui diversos títulos, dentre os mais diversos gêneros literários: contos, crônicas, narrativas, romances, novelas, dentre outros. O Capítulo intitulado: ‘literatura de dois gumes”, escrito por António Cândido contido no livro “A educação e a noite” aborda o tema da literatura no Brasil, e de como ela é vista pelos historiadores. Cândido afirma que a nossa literatura é Primeiramente europeia em sua formação. Sobre a formação da literatura brasileira, Cândido também cita que ela não foi somente resultado de uma fusão folclóricas, mas uma modificação do universo de uma literatura já existente; em suas palavras: A ideia enganadora de que a literatura foi aqui produto do encontro de três tradições culturais dos pontos a do português, a do índio e africano. Hora, as influências dos dois últimos grupos sociais exerceram (E aí intensamente) no plano folclórico ponto-e-vírgula na literatura escrita atuaram de maneira remota, na medida em que influíram na transformação da sensibilidade portuguesa, favorecendo o modo de ser que, por sua vez, foi influir na criação literária. Portanto, o que houve não foi fusão prévia para formar uma literatura, mas modificação do universo de uma literatura já existente, importada com a conquista e 26 submetida ao processo Geral de colonização e ajustamento ao novo mundo (CANDIDO, 2011, p. 164). Segundo Cândido, do ponto de vista histórico, pode-se dizer que no Brasil a literatura foi uma expressão da cultura do colonizador e de um ponto de vista político, ela foi uma peça eficiente do processo de colonização. Sendo assim, a literatura no Brasil desempenha um papel de suma importância no processo de colonização e de imposição cultural do colonizador. Desde a proibição da língua tupi-guarani, até a imposição do cristianismo como religião principal de nossa nação. Por isso, é importante apresentar para os alunos dos anos finais do Ensino Fundamental textos representativos deste período, e que são importantes para a literatura brasileira. Para os colonizadores: as letras deviam exprimir a religião imposta aos primitivos e as normas políticas encarnadas na monarquia; mas mesmo quando desprovidas do aspecto ideológico ostensivo, seriam uma forma de disciplina mental da Europa, que deveria ser aplicada ao meio rústico a modo de instrução e defesa da civilização (CANDIDO, 2011, p. 165). No período da colonização, a literatura brasileira não existia de forma concreta, ou seja, os textos literários, só eram utilizados durante as datas comemorativas, datas Quais que geralmente estavam ligadas à festas religiosas e de ordem política. Sendo assim, a literatura era uma ferramenta de colonização e imposição da Cultura, que tinha por objetivo moldar o 27 pensamento do Povo, de acordo com as normas do governo monárquico português. Certamente, isso foi algo que influenciou os textos literários escritos naquele período. O século XVIII representa uma fase de amadurecimento no processo de adaptação da cultura e da literatura. Observam-se nele à ocorrência de temas novos e novas maneiras de tratar velhos temas, Inclusive a preferência muito significativa por certas formas de composição em prosa e verso, que permitiam exprimir de maneira mais adequada uma realidade física e social diferente; esta, nascida da dinâmica interna da colonização(CANDIDO, 2011, p. 167). Sem este passado, não poderíamos afirmar qual teria sido o futuro da literatura no Brasil, portanto, não existe literatura brasileira sem século XVIII nem século XVIII no Brasil sem a literatura. Verifica-se que contextualizar a literatura brasileira em sala de aula, é algo muito importante para que os alunos compreendam o percurso de nossa literatura. Sendo assim, é importante também destacar o papel de cada escola literária na literatura brasileira. Tanto a arte quanto a literatura brasileira andam de mãos dadas, por isso é importante que as obras artísticas literárias sejam ensinadas em sala de aula. Neste capítulo você deve ter aprendido que tanto a arte quanto a literatura brasileira possuem uma história, sendo assim é importante contextualizá-las no ensino destas disciplinas. Logo, é de suma importância 28 que sejam realizadas nas escolas aulas de leitura, com o intuito de fomentar o hábito de leitura na vivência dos alunos. Além disso, ao trabalhar com uma obra literária, essa pode ser utilizada nas aulas de arte, bem como para que sejam realizadas as análises literárias de tempo, espaço e enredo nas aulas de língua portuguesa. Assim, podem ser desenvolvidas atividades de escrita, nas quais devem ser contemplados os percursos de uma obra literária. É importante ressaltarmos que não existe escrita, mas sim uma constante reescrita, por isso é importante que o docente conceda ao aluno a oportunidade de reescrever seus textos. 29 Aplicando técnicas de leitura e escrita nas aulas de arte, Literatura e língua nos anos finais do ensino médio O professor que ministrar as disciplinas do âmbito da área de linguagens, códigos e suas Tecnologias, deve estar ciente de que a linguagem é um processo social que se define por meio das relações humanas. Diferença entre língua x linguagem: A língua pode ser compreendida como um agrupamento de elementos (gestos e sons) que possibilitam a comunicação. Já a linguagem é a capacidade que os indivíduos possuem em compreender a língua, bem como produzir e desenvolvê-la dentro de suas manifestações, que inclui a dança, a pintura e a música. Algo que deve ser ensinado aos estudantes é que devemos respeitar as variações linguísticas, portanto o preconceito linguístico deve ser um tema abordado em suas aulas. De forma que devem ser apresentados aos alunos os mais diversos tipos de comunicação. Portanto, os educandos devem compreender que existem diferenças nos tipos de comunicação, que podem se distinguir pelo uso da linguagem formal e informal. Logo, essa diferença se dá 30 no contexto em que elas são utilizadas, bem como nas palavras e expressões escolhidas durante o Ato da comunicação. Assim, a linguagem formal remete ao uso de normas da gramática, já a linguagem informal contempla as situações do cotidiano, nas quais a escolha das palavras e das expressões podem ocorrer com uma maior liberdade. Norma padrão x Norma culta: Sabe-se que a norma padrão é a norma gramatical da língua portuguesa, a qual tem suas bases na gramática tradicional e normativa. Já a norma culta é a variação que mais se aproxima desse padrão. A disciplina de língua portuguesa deve ensinar o aluno a utilizar de forma adequada a norma culta, mas isso não significa que somente essa forma deve ser utilizado em sala de aula, pois, o aluno chega ao ambiente escolar desconhecendo a norma culta irá entrar em contato com ela Somente durante o processo de letramento. O ensino de língua materna nunca pode desconsiderar as variações linguísticas de, muito pelo contrário, O professor precisa abordar as variedades linguísticas em sala de aula, para que os discentes compreendam o espaço de uso de cada uma delas, evitando desta forma todo e qualquer preconceito linguístico. Segundo os PCNEM: no estudo da linguagem verbal, a abordagem da norma-padrão deve considerar a sua representatividade, como variante linguística de determinado grupo social, e o valor atribuído a ela, no contexto 31 das legitimações sociais. Aprende-se a valorizar determinada manifestação, porque socialmente ela representa o poder econômico e simbólico de certos grupos sociais que autorizam sua legitimidade (PCNEM, 2000, p. 7) . Podemos dizer que as aulas ministradas na disciplina de Língua Portuguesa no ensino médio, precisam proporcionar aos alunos o refinamento das habilidades de leitura e de escrita, de fala e audição. Desta forma, os cidadãos do ensino médio desenvolveram a capacidade de reflexão acerca da língua e da linguagem. Visto que, o objetivo da escola é integrar o sujeito ao meio social em que ele vive, a instituição de ensino deve ser a mediadora entre o sujeito, as práticas de letramento e o meio social. É fato que vivemos na denominada "era da informática", que nos possibilita acesso rápido à leitura de variadas informações. Porém, encontraste a esse fato, sabemos que vivemos em uma época que possui o índice crescente do chamado "analfabetismo funcional" e, podemos ver os reflexos nos resultados das avaliações educacionais, que revelam claramente, o baixo desempenho dos discentes em relação a compreensão dos textos lidos vírgulas e aí que entra o ensino da língua no que concerne a interpretação textual. Primeiramente, deve-se afirmar que os conteúdos passados em sala de aula tem a obrigação de serem aplicados de maneira contextualizada a, para que os alunos possam ter uma compreensão maior do que estão aprendendo, 32 sem contar que também devemos utilizar situações concretas do mundo dos alunos para facilitar ainda mais o aprendizado dos discentes. É imprescindível salientarmos em sala de aula que o signo linguístico só se define em sua relação com outro signo, portanto uma palavra isolada não possui significado, seu significado só passa a existir quando outros signos (palavra) é adicionado ao seu contexto. Logo, ao lermos e ao escrevermos um texto, a questão contextual deve ser sempre considerada a vírgula de acordo com os PCNEM: é importante ressaltar a diferença entre o signo linguístico e símbolo dois pontos de um lado, o signo, aquilo que significa, o componente da trama textual, a palavra; de outro, o sentido simbólico que o signo gera ao remeter a elementos extraverbais (PCNE M, 2000, p. 59). Além disso, o ensino de língua portuguesa no ensino médio deve abordar o ensino da gramática de forma contextualizada, bem como os textos literários. De acordo com os parâmetros curriculares nacionais para o ensino médio (PCNEM): supondo que os estatutos básicos relativos ao funcionamento da língua portuguesa foram aprendidos ao longo do ensino fundamental, cabe ao ensino médio oferecer aos estudantes oportunidades de uma compreensão mais aguçada dos mecanismos que regulam nossa língua, tendo como ponto de apoio alguns dos produtos mais caros as culturas letradas: textos escritos, especialmente os literários. As competências e habilidades propostas pelos 33 parâmetros curriculares nacionais para o ensino médio (PCNEM) permitem inferir que o ensino de língua portuguesa, hoje, busca desenvolver no aluno seu potencial crítico, Sua percepção das múltiplas possibilidades de expressão linguística irregular sua capacitação como leitor efetivo dos mais diversos textos representativos de nossa cultura. Para além da memorização mecânica de regras gramaticais ou das características de determinado movimento literário, o aluno deve ter meios para ampliar e articular conhecimentos e competências que possam ser mobilizados nas inúmeras situações do uso da língua com que se depara, na família, entre amigos, na escola, no mundo do trabalho (2000, p. 55). Desse modo, durante as aulas de língua, os alunos devem aprender a articular os conhecimentos que envolvem as competências linguísticas da língua portuguesa. No ensino médio segundo a lei de diretrizes de bases de 9394/96 ser considerado como um período de consolidação e o aprofundamento dos conhecimentos construídos ao longo do Ensino Fundamental.Portanto, espera-se que os alunos ao saírem do ensino médio possam atuar de forma ética e responsável na sociedade; por isso o ensino médio deve garantir ao cidadão da preparação básica para o prosseguimento dos estudos, e deve garantir também uma formação sólida para que tais sujeitos possam viver no mundo de forma a exercitar a cidadania e também deve preparar os cidadãos para a sua inserção no mundo do trabalho. 34 Durante as aulas de língua e de literatura devem ser destacadas nas atividades de escrita e de leitura, sendo assim, o tempo de leitura que abordamos no capítulo anterior, também se encaixa nas aulas do ensino médio. Bem como, as atividades de análise literária. Acerca da elaboração e interpretação de texto, de acordo com os PCNEM: os textos são a concretização dos discursos proferidos nas mais variadas situações cotidianas. O ensino e aprendizagem de uma língua não podem abrir mão dos textos Pois estes, ao revelarem usos da língua e levarem as reflexões contribuem para a criação de competências e habilidades específicas (2000, p. 59). No que tange a literatura, podemos dizer que: compreende-se a leitura como ato dialógico, interlocutivo, que envolve demandas sociais, históricas, políticas econômicas, pedagógicas e ideológicas de determinado momento. Ao ler o indivíduo busca as suas experiências os seus conhecimentos prévios, a sua 35 formação familiar, religiosa, cultural, enfim, as várias vozes que constituem (DCE, 2008, p. 56). Durante o processo de ensino-aprendizagem, o docente deve saber claramente que quanto maior for o contato do discente com a linguagem nas diferentes esferas sociais, maiores serão as possibilidades de se compreender o texto, seus sentidos, e sua visão de mundo. Então, no que tange a linguagem, é preciso pontuar na interlocução, e também execução de atividades planejadas que possibilitem ao aluno a leitura, a produção oral e escrita e que o levem a refletir sobre o uso da linguagem em várias situações por sinal dessa forma, surgirá um trabalho pedagógico que prioriza as práticas sociais. Pois: Quando se assume a língua como interação, em uma dimensão linguístico-discursiva, o mais importante é criar oportunidades para o aluno refletir, construir, considerar hipóteses A partir da leitura e da escrita de diferentes textos, instância em que pode chegar a compreensão de como a língua funciona e a de corrente competência textual. O ensino da nomenclatura gramatical irregular de definições ou regras a serem construídas as vírgulas com a mediação do professor, deve ocorrer somente após o aluno ter realizado a experiência de interação com o texto (DCE, 2008, p. 60-61) . As orientações curriculares para o ensino médio trazem diversas concepções acerca do ensino de língua portuguesa e abordam questões da construção de uma escola que proporcionem a convivência de diferentes etnias 36 na produção e socialização de conhecimentos. Relatando assim, que os conteúdos devem ser pensados e desenvolvidos de acordo com a capacidade de ação e linguagem dos sujeitos. E ainda afirmam que: Saliente-se, assim, que cabe à escola, junto com os professores, precisar os conteúdos a serem transformados em objetivos de ensino e de aprendizagem bem como os procedimentos por meio dos quais se efetivará a sua operacionalização. A a função desse expediente pela escola é algo de fundamental importância na organização de seu objetivo pedagógico, uma vez que a proposição de conteúdos a serem ensinados em qualquer modalidade de ensino assim como a abordagem metodológica que deve ser conferida ação uma ação que traz a cena, de uma maneira ou de outra, a concepção que a escola possui dos papéis de aluno e professor e do que vem a ser ensinar e aprender; o conteúdo ou objeto de conhecimento ponto-e-vírgula a produção e socialização de conhecimentos; os eventos/práticas de nossa sociedade em relação a uma compreensão pelo aluno acerca do mundo, sincronizada (ou não) com o seu tempo (OCNEM, p. 35) Nas diretrizes, as disciplinas escolares são compreendidas como áreas de conhecimento, que são identificadas por seus conteúdos. Podemos dizer que as disciplinas são o pressuposto para interdisciplinaridade. Entendemos por interdisciplinaridade a transferência de métodos de diferentes disciplinas, por meio de ação didático-pedagógica mediada pelos docentes. Portanto: 37 a valorização e o aprofundamento dos conhecimentos organizados nas diferentes disciplinas escolares são condição para se estabelecerem as relações interdisciplinares, entendidas como necessárias para a compreensão da totalidade (DCE, 2008, p. 20). É fato que as relações do processo de integração recíproca entre várias disciplinas e campos de conhecimento se estabelecem quando algumas teorias, conceitos ou práticas de uma determinada matéria escolar são chamados ao diálogo, auxiliando a compreensão de um recorte de conteúdo qualquer de outra disciplina. Dessa forma, estabelecemos uma perspectiva de que constituir relações entre as disciplinas não é uma tarefa que se restringe simplesmente a readequar uma metodologia curricular. A avaliação pode ser considerada um ato natural e preciso para que os professores fiquem à par dos conteúdos que foram atingidos pelos alunos, como também tem uma resposta e as metodologias que foram adotadas por eles estão tendo o resultado esperado. Portanto, o professor deve levar em conta, os tipos de inteligências dos sujeitos pertencentes aquela turma, pois sabemos que existem alunos que são mais visuais, outros mais auditivos e alguns alunos aprendem melhor quando exercitam a escrita. Então se sugere que os professores trabalham com diferentes tipos de avaliação, e que a avaliação seja feita para medir o crescimento dos alunos e verificar suas 38 dificuldades, e não para que os alunos se sintam testados e frustrados, a avaliação deve reforçar positivamente o ensino e não criar aversão ao estudo. Existem muitos documentos que podem auxiliar o docente em sala de aula, para que este conduza seus educandos a uma formação consolidada no que se refere a língua, capacitando-os para utilizá-la nas mais diversas situações de comunicação do cotidiano. Critérios para a correção de textos Uma forma de correção de textos muito utilizado é a correção por meio das cinco competências, sendo que cada uma delas vale o total de (2,0) pontos, totalizando 10 pontos na soma de todas, assim se o aluno errar algo dentro de alguma dessas competências o desconto deverá ser proporcional a competência na qual ele cometeu o erro. 39 Esses critérios se aplicam a correção de textos dissertativos-argumentativos e deverão ser adaptados caso sejam utilizados para correção de outras tipologias textuais dentro da produção de textos. 1) Domínio da Norma culta (Vale 2,0 pontos): O aluno pode ser considerado nesta etapa como (precário, razoável, com um bom domínio ou com muito bom domínio da Norma culta): o aluno poderá ser considerado precária no que se refere ao uso da Norma culta (pontuando apenas 0,5 nesta competência), Devido a graves e frequentes desvios gramaticais. Razoável (e pontuando 1,0 nesta competência) caso decente apresente um uso razoável da Norma culta, tendo alguns desvios gramaticais, no que se refere a escolha de registro e das Convenções de escrita. Sendo assim o aluno obterá essa pontuação caso o texto com tenha um uso pouco aceitável da Norma culta de acordo com a sua fase de escolaridade. O aluno será considerado como tendo um bom domínio da Norma culta (pontuando 1,5 nesta competência) caso apresente alguns desvios pontuais de escrita e alguns erros gramaticais. E por fim, o aluno poderá ser considerado como muito bom domínio da Norma culta, (pontuando 2.0 nesta competência) caso apresente Raros desvios gramaticais e de Convenções de escrita. 2) Compreensão da proposta de redação, uso do conhecimento adquirido para o desenvolvimento do tema, respeito aos limites estruturais do 40 texto (Vale2,0 pontos): O aluno irá pontuar (0,5) nesta competência caso apresente um desenvolvimento razoável do texto em um domínio razoável desta tipologia textual, com argumentos comuns ao senso comum. Caso o aluno apresente A Fuga do tema proposto, a pontuação sugerida nesta competência e 0,1 no entanto alguns professores opção poderá a redação inteira, caso o texto do aluno apresente A Fuga do tema, mas acreditamos que essa escolha fica a critério de cada professor dentro do texto de cada sala de aula, bem como na sua relação com os discentes.A pontuação de (1,0) será atribuída para aqueles alunos que apresentaram em um domínio mediano desta tipologia textual, e que apresentar em uma compreensão mediana no desenvolvimento do tema. O aluno irá pontuar (1,5) caso apresente o desenvolvimento satisfatório do tema e um domínio satisfatório desta tipologia textual, que é um texto dissertativo argumentativo. O aluno irá pontuar (2,0) nesta competência caso apresente o desenvolvimento mais que satisfatório do tema da produção textual, bem como se apresentar um domínio mais que satisfatório desta tipologia textual, tendo argumentos que não são baseados no senso comum, revelando um bom repertório Cultural de informações. É importante que os alunos aprendam em sala de aula como se dá o uso do senso comum em uma redação, para que eles não o reproduzam em suas Produções textuais. 41 3) Coesão dos argumentos: Relacionar, selecionar, interpretar e organizar informações de, opiniões e argumentos para a defesa de um determinado ponto de vista (Vale 2,0 pontos), sendo assim: o aluno irá pontuar (0,5) nesta competência caso selecione de forma precária as informações abordadas ao longo de sua produção textual, refletindo em uma argumentação precária no texto dissertativo-argumentativo. O aluno irá pontuar (1,0) nesta competência caso se limite a somente reproduzir opiniões que estão presentes nos textos de apoio, sem explanar informações de sua própria bagagem cultural, reproduzido meramente os argumentos da proposta de redação vírgulas sem inserir uma opinião diversificada que contribua com a sua argumentação. O aluno irá pontuar (1,5) nesta competência caso selecione opiniões e fatos pertinentes ao tema proposto, argumentando de forma consistente, bem como caso utilize informações de forma articulada com o texto dissertativo argumentativo. O aluno irá pontuar (2,0) nesta competência caso selecione de forma consistente Fatos e opiniões acerca do tema de redação proposto. Bem como, caso realize uma argumentação pertinente ao tema proposto de acordo com o seu projeto de texto. Os conceitos de coesão e coerência devem ser trabalhados em sala de aula. 4) Demonstrar conhecimento das estruturas linguísticas com sermentes a construção da argumentação: Vale (2,0 pontos). o aluno irá pontuar (0,5) nesta competência caso apresente em sua redação a desarticulação 42 das partes do texto. A ligação dos parágrafos da redação deve ser trabalhada em sala de aula. A pontuação (1,0) será obtida caso transpareça uma forma de articulação precária, devido a problemas concernentes ao uso de recursos coesivos. O aluno irá pontuar (1,5) nesta competência caso apresente uma articulação razoável das partes que compõem o texto, tendo alguns problemas na utilização de recursos de coesão. O aluno irá pontuar abre parêntese 2,0) nesta competência caso apresente uma boa articulação das partes do texto, sem problemas graves no que se refere à utilização dos recursos de coesão. A próxima competência se refere à proposta de solução ao problema do tema da redação. Assim, na prova do Enem esta é uma competência muito cobrada, na qual os alunos devem elaborar uma proposta de intervenção social. Por isso, é importante que a elaboração de solução de problemas dos textos dissertativos argumentativos devem ser trabalhadas em sala de aula. 5) Elaborar uma proposta de solução para o problema abordado: Vale (2,0) pontos. o aluno irá pontuar (0,5) nessa competência caso não elabore de forma explícita uma proposta de solução. O aluno irá pontuar (1,0) nesta competência caso faça um esboço de núcleo de uma proposta de solução. O aluno irá pontuar (1,5) nesta competência casa Elabore uma proposta genérica de forma a solucionar o tema da redação. Por fim, o aluno irá 43 pontuar (2,0) nesta competência caso elabore uma proposta coerente e solução para o tema apresentado. Neste capítulo, você deve ter aprendido que são diversos os documentos que regem o ensino em nosso país. Desse modo, o professor deve procurar obedecer aos pontos que regulam esses documentos para que exerça um bom desempenho em sala de aula. Além disso, você deve ter visto que existem diversos pontos que norteiam a correção de uma redação, dentro de inúmeras competências, sendo assim cabe ao docente escolher a forma de correção que melhor se aplica a sua turma, para que realize uma avaliação do texto escrito de forma justa. 44 Executando os Procedimentos de Diferentes Abordagens nas Disciplinas de Arte, Língua e Literatura Ao término deste Capítulo você será capaz de compreender quais são as abordagens de ensino das disciplinas de arte, língua e da literatura. Aprender a aplicar as técnicas vírgulas será de suma importância para o exercício de sua profissão. A compreensão de tais abordagens de ensino será de grande relevância para o desempenho de sua profissão. E então? Motivado para desenvolver mais uma competência? Vamos lá! 45 Técnicas de refacção de textos: uma abordagem de aperfeiçoamento Sabe-se que não existe escrita perfeita, mas sim uma constante reescrita que pode levar um texto à perfeição. Ensinar aos alunos que o aprimoramento da escrita é um fator importante, é papel do professor de língua. Sendo assim, durante as aulas de redação é importante que os discentes tenham a oportunidade de escrever um texto, e após a correção reescrevê-lo, corrigindo assim eventuais falhas. Algumas teorias sugerem que a correção das redações dos alunos deve ser desenvolvida a lápis e não a caneta. A técnica de reescrita, pode ser utilizada também nas aulas de literatura, a partir de obras já existentes. Sendo assim, o professor pode sugerir que o aluno reescreva um conto ou uma crônica, ou parte de algum desses textos, não sendo necessário muitas vezes que o aluno Reescreva o texto inteiro. Sobre a reescrita nas aulas de língua, os parâmetros curriculares nacionais de língua portuguesa afirmam o seguinte: 46 a constatação das dificuldades inerentes ao ato de escrever textos - Dificuldades decorrentes da exigência de coordenar muitos aspectos ao mesmo tempo - requer a apresentação de propostas para os alunos iniciantes que possam "eliminar" algumas delas para que se concentrem em outras. É importante que essas situações sejam planejadas de tal forma que os alunos apenas se preocupem com as variáveis que o professor priorizou por se relacionarem com o desenvolvimento do conteúdo em questão. Por exemplo: reescrever ou para fazer bons textos já repertoriadas mediante leitura; dar começo de um texto para os alunos continuarem (ou o fim ou o começo); planejar coletivamente o texto para que depois cada aluno Escreva a sua versão (ou que o façam em pares ou trios) (1997, p. 74-75). Sendo assim, o procedimento de reescrita não garante por si só o aperfeiçoamento dos alunos. Desse modo, o professor exerce um papel fundamental neste processo de aperfeiçoamento do conhecimento, visto que as intervenções realizadas pelo docente durante as atividades de correção, que podem ser realizadas de forma individual ou em grupo, é um elemento-chave no reconhecimento de erros textuais dos alunos. Assim, quando o aluno tem seu texto revisado e o passa a limpo, não repetindo mais o mesmo erro, o procedimento reflete e uma melhora contínua deste processo de aprendizagem. 47 O professor pode também revisar uma redação juntamente com os alunos, sem identificar quem foi o discente responsável pelaredação que está sendo corrigido, evitando deste modo o desconforto do aluno. Logo, durante o processo de correção coletiva, os educandos podem desenvolver um olhar crítico sobre o ato da escrita, o que poderá aperfeiçoar o desenvolvimento da turma durante as produções textuais. O processo de reescrita é um agente formador de escritores competentes e autônomos. Durante as aulas de literatura, pode-se trabalhar a técnica de refacção de textos literários, por exemplo, o professor pode trabalhar um conto com uma turma, e sugerir que os alunos reescrevam um final para a história. De acordo com o guia de orientações do programa ler e escrever, utilizado na rede pública estadual de São Paulo: "a reescrita de histórias conhecidas em um importante procedimento didático para que os alunos aprendam a escrever narrativas dos pontos como conhecem o enredo e podem se apoiar no texto fonte, o desafio refere-se a linguagem. Sua preocupação enquanto escrevem será buscar a melhor forma de contar aquela história, utilizando o seu vocabulário, mesmo que algumas palavras sejam "emprestadas" da história ouvida”. Fonte 2 pontos São Paulo, Secretaria de Educação. Ler e escrever: guia de planejamento e orientações didáticas; professor - 3 ano/SEE, FDE; Adaptação do material original. Claudia Rosenberg 48 Aratangy, Ivânia Paula Almeida, Rosalinda Soares Ribeiro de Vasconcelos - 3 ed. São Paulo: FDE, 2010. Ao propor uma atividade de reescrita de uma obra literária, o professor deve escolher um texto que respeite o interesse dos alunos. Quantos que possuem elementos de literatura gótica, são boa opção, tanto para as turmas de anos finais do Ensino Fundamental, quanto para os alunos do ensino médio. Alguns contos que podem ser utilizados para essa finalidade, e que possuem uma boa recepção nas salas de aulas são: O Chamado Cthulhu de Howard Philiphs Lovecarft, Petúnia de Murilo Rubião, A queda da Casa de Usher - Edgar Allan Poe, Segundas Núpcias de Coelho Neto, O Jovem Goodman Brown de E.T.A Ho�man, entre outros. 49 A leitura e a arte: unindo abordagem ao trabalhar no âmbito de linguagens, códigos e suas tecnologias A pintura e a poesia possuem uma relação desde a época de Platão, assim o efeito sinestésico e o foco na imagem visual advém dos séculos passados. Desse modo, a relação entre o aspecto verbal e visual fornece aos alunos uma proposta interdisciplinar, intertextual e que concerne a tradução intersemiótica. Mas afinal, o que é a tradução intersemiótica? Como o próprio nome já nos revela, a tradução intersemiótica surgiu como conceito a partir de estudos na área de tradução. Podemos afirmar, que os estudos descritivos da tradução, sofreram diversas modificações ao longo dos séculos, de forma que a produção significa nos dias de hoje, um processo de interpretação e transposição. Roman Jakobson o termo “tradução intersemiótica” no ano de 1959. Em seu ensaio "aspectos linguísticos da tradução", Jakobson define a tradução intersemiótica como aquela que ocorre de um sistema de signos a outro. 50 Haroldo de Campos (apud PALAZA, 2010, p. 28 ) Afirmou que a: "tradução será sempre recriação ou criação paralela, autônoma, porém recíproca". Sendo assim, podemos entender a tradução intersemiótica como a extensão da atividade crítica que é parte do todo o processo tradutório. Desse modo, podemos inferir que existe aproximação dos conceitos de tradução e adaptação. As comparações entre poesia e pintura existem desde antiguidade. Desta forma, enquanto a pintura utiliza elementos como: ambiente, tonalidade, linha e forma que remetem a questões visuais, a poesia se ocupa da imagem pela exploração da palavra. Neste sentido, a pintura pau-brasil (1924- 1925) de Tarsila do Amaral é irmã da poesia Manifesto pau-brasil, de Oswald de Andrade, tal relação se deu no período em que Tarsila e Oswald formavam um par romântico. 51 Oswald de Andrade escreveu um poema intitulado Manifesto pau-brasil em 1924, que tem relação com esse quadro. 52 Manifesto pau-brasil de Oswald de Andrade Manifesto pau-brasil A poesia existe nos fatos. Os casebres de açafrão e de ocre nos verdes da Favela, sob o azul cabralino, são fatos estéticos. O Carnaval no Rio é o acontecimento religioso da raça. Pau-Brasil. Wagner submerge ante os cordões de Botafogo. Bárbaro e nosso. A formação étnica rica. Riqueza vegetal. O minério. A cozinha. O vatapá, o ouro e a dança. Toda a história bandeirante e a história comercial do Brasil. O lado doutor, o lado citações, o lado autores conhecidos. Comovente. Rui Barbosa: uma cartola na Senegâmbia. Tudo revertendo em riqueza. A riqueza dos bailes e das frases feitas. Negras de Jockey. Odaliscas no Catumbi. Falar difícil. O lado doutor. Fatalidade do primeiro branco aportado e dominando politicamente 53 as selvas selvagens. O bacharel. Não podemos deixar de ser doutos. Doutores. País de dores anônimas, de doutores anônimos. O Império foi assim. Eruditamos tudo. Esquecemos o gavião de penacho. A nunca exportação de poesia. A poesia anda oculta nos cipós maliciosos da sabedoria. Nas lianas da saudade universitária. Mas houve um estouro nos aprendimentos. Os homens que sabiam tudo se deformaram como borrachas sopradas. Rebentaram. A volta à especialização. Filósofos fazendo filosofia, críticos, critica, donas de casa tratando de cozinha. A Poesia para os poetas. Alegria dos que não sabem e descobrem. Tinha havido a inversão de tudo, a invasão de tudo : o teatro de tese e a luta no palco entre morais e imorais. A tese deve ser decidida em guerra de sociólogos, de homens de lei, gordos e dourados como Corpus 54 Juris. Ágil o teatro, filho do saltimbanco. Agil e ilógico. Ágil o romance, nascido da invenção. Ágil a poesia. A poesia Pau-Brasil. Ágil e cândida. Como uma criança. Uma sugestão de Blaise Cendrars : – Tendes as locomotivas cheias, ides partir. Um negro gira a manivela do desvio rotativo em que estais. O menor descuido vos fará partir na direção oposta ao vosso destino. Contra o gabinetismo, a prática culta da vida. Engenheiros em vez de jurisconsultos, perdidos como chineses na genealogia das idéias. A língua sem arcaísmos, sem erudição. Natural e neológica. A contribuição milionária de todos os erros. Como falamos. Como somos. Não há luta na terra de vocações acadêmicas. 55 Há só fardas. Os futuristas e os outros. Uma única luta – a luta pelo caminho. Dividamos: Poesia de importação. E a Poesia Pau-Brasil, de exportação. Houve um fenômeno de democratização estética nas cinco partes sábias do mundo. Instituíra-se o naturalismo. Copiar. Quadros de carneiros que não fosse lã mesmo, não prestava. A interpretação no dicionário oral das Escolas de Belas Artes queria dizer reproduzir igualzinho… Veio a pirogravura. As meninas de todos os lares ficaram artistas. Apareceu a máquina fotográfica. E com todas as prerrogativas do cabelo grande, da caspa e da misteriosa genialidade de olho virado – o artista fotógrafo. Na música, o piano invadiu as saletas nuas, de folhinha na parede. Todas as meninas ficaram pianistas. Surgiu o piano de manivela, o piano de patas. A pleyela. E a ironia eslava compôs para a pleyela. Stravinski. 56 A estatuária andou atrás. As procissões saíram novinhas das fábricas. Só não se inventou uma máquina de fazer versos – já havia o poeta parnasiano. Ora, a revolução indicou apenas que a arte voltava para as elites. E as elites começaram desmanchando. Duas fases: 10) a deformação através do impressionismo, a fragmentação, o caos voluntário. De Cézanne e Malarmé, Rodin e Debussy até agora. 20) o lirismo, a apresentação no templo, os materiais, a inocência construtiva. O Brasil profiteur. O Brasil doutor. E a coincidência da primeira construção brasileira no movimento de reconstrução geral. Poesia Pau-Brasil. Como a época é miraculosa, as leis nasceram do próprio rotamento dinâmico dos fatores destrutivos. 57 A síntese O equilíbrio O acabamento de carrosserieA invenção A surpresa Uma nova perspectiva Uma nova escala. Qualquer esforço natural nesse sentido será bom. Poesia Pau-Brasil O trabalho contra o detalhe naturalista – pela síntese; contra a morbidez romântica – pelo equilíbrio geômetra e pelo acabamento técnico; contra a cópia, pela invenção e pela surpresa. Uma nova perspectiva. A outra, a de Paolo Ucello criou o naturalismo de apogeu. Era uma ilusão 58 ética. Os objetos distantes não diminuíam. Era uma lei de aparência. Ora, o momento é de reação à aparência. Reação à cópia. Substituir a perspectiva visual e naturalista por uma perspectiva de outra ordem: sentimental, intelectual, irônica, ingênua. Uma nova escala: A outra, a de um mundo proporcionado e catalogado com letras nos livros, crianças nos colos. O redame produzindo letras maiores que torres. E as novas formas da indústria, da viação, da aviação. Postes. Gasômetros Rails. Laboratórios e oficinas técnicas. Vozes e tics de fios e ondas e fulgurações. Estrelas familiarizadas com negativos fotográficos. O correspondente da surpresa física em arte. A reação contra o assunto invasor, diverso da finalidade. A 59 peça de tese era um arranjo monstruoso. O romance de idéias, uma mistura. O quadro histórico, uma aberração. A escultura eloquente, um pavor sem sentido. Nossa época anuncia a volta ao sentido puro. Um quadro são linhas e cores. A estatuária são volumes sob a luz. A Poesia Pau-Brasil é uma sala de jantar domingueira, com passarinhos cantando na mata resumida das gaiolas, um sujeito magro compondo uma valsa para flauta e a Maricota lendo o jornal. No jornal anda todo o presente. Nenhuma fórmula para a contemporânea expressão do mundo. Ver com olhos livres. Temos a base dupla e presente – a floresta e a escola. A raça crédula e dualista e a geometria, a algebra e a química logo depois da mamadeira e do chá de erva-doce. Um misto de "dorme 60 nenê que o bicho vem pegá" e de equações. Uma visão que bata nos cilindros dos moinhos, nas turbinas elétricas; nas usinas produtoras, nas questões cambiais, sem perder de vista o Museu Nacional. Pau-Brasil. Obuses de elevadores, cubos de arranha-céus e a sábia preguiça solar. A reza. O Carnaval. A energia íntima. O sabiá. A hospitalidade um pouco sensual, amorosa. A saudade dos pajés e os campos de aviação militar. Pau-Brasil. O trabalho da geração futurista foi ciclópico. Acertar o relógio império da literatura nacional. Realizada essa etapa, o problema é outro. Ser regional e puro em sua época. O estado de inocência substituindo o estada de graça que pode ser uma atitude do espírito. 61 O contrapeso da originalidade nativa para inutilizar a adesão acadêmica. A reação contra todas as indigestões de sabedoria. O melhor de nossa tradição lírica. O melhor de nossa demonstração moderna. Apenas brasileiros de nossa época. O necessário de química, de mecânica, de economia e de balística. Tudo digerido. Sem meeting cultural. Práticos. Experimentais. Poetas. Sem reminiscências livrescas. Sem comparações de apoio. Sem pesquisa etimológica. Sem ontologia. Bárbaros, crédulos, pitorescos e meigos. Leitores de jornais. Pau-Brasil. A floresta e a escola. O Museu Nacional. A cozinha, o minério e a dança. A vegetação. Pau-Brasil. Correio da Manhã, 18 de março de 1924 (Fonte: https://www.portalsaofrancisco.com.br/obras-literarias/poemas-oswald-de -andrade#4) 62 https://www.portalsaofrancisco.com.br/obras-literarias/poemas-oswald-de-andrade#4 https://www.portalsaofrancisco.com.br/obras-literarias/poemas-oswald-de-andrade#4 O movimento pau-brasil é um poema de Oswald de Andrade, que se destacou dentre os movimentos modernistas, na primeira fase do Modernismo no Brasil, o qual tinha cunho patriótico. Tal movimento se iniciou com a publicação do livro intitulado pau-brasil de Oswald de Andrade e, bem como a pintura de mesmo título de Tarsila do Amaral, que na época era esposa de Oswald. Assim verifica-se que a pintura de Tarsila do Amaral, se trata de uma tradução intersemiótica do poema de Oswald de Andrade. Final de modo que Literatura e Arte se correlacionam nestas duas obras do modernismo brasileiro, as quais podem ser utilizadas tanto nas aulas de arte, quanto nas aulas de literatura, pois correspondem a um aspecto importante da competência de linguagens, códigos e suas Tecnologias, na qual a disciplina de língua portuguesa e de arte estão presentes. Neste capítulo você deve ter aprendido que existem diversas técnicas que permeiam a reescrita de textos, as quais podem ser utilizadas em sala de aula. Sendo assim, o docente pode desenvolver em sua classe e, práticas de reflexão de textos que poderão englobar tanto redações de textos dissertativos-argumentativos, entre outras, quanto reflexões de obras literárias (contos, crônicas e etc). De forma que a leitura e a escrita passaram a ser trabalhadas em sala de aula de forma interativa. Além disso, você deve ter visto que a Literatura e a arte estão correlacionadas as vírgulas um exemplo 63 disso é o poema pau-brasil de Oswald Andrade, que recebeu uma ilustração em tela feita por Tarsila do Amaral, sendo que tal pintura pode ser considerada uma tradução intersemiótica da obra de Andrade. E então, você gostou do que lhe foi ensinado neste capítulo? Então vamos para a próxima unidade! 64 ATENÇÃO Por motivos de não publicação dos e-books da disciplina de Teorias e Metodologias do Ensino da Arte e Literatura no Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) das instituições que são mantidas pelo grupo SER EDUCACIONAL, foi criado este PDF para facilitação dos estudos dos alunos! As devidas referências não foram feitas pois a própria instituição não as disponibilizou no Ambiente Virtual de Aprendizagem. Por este motivo, fica RESTRITO o compartilhamento deste material apenas aos alunos da instituição que estejam pagando esta disciplina. Qualquer compartilhamento além deste, será de responsabilidade do indivíduo! Obrigado! 65
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