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UNIDADE I (1) - ARTE E LITERATURA

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UNIDADE I
Teorias e
Metodologias do
Ensino da Arte e da
Literatura
Centro Universitário Maurício de Nassau
2021.2 A
Sumário
Compreendendo Como funciona o ensino das disciplinas de arte e literatura………02
1) O ensino de literatura nas escolas vírgulas de acordo com os documentos que
norteiam a Educação Nacional…………………………………………………………………….03
2) A disciplina de arte e os parâmetros curriculares nacionais………………………...09
Aplicando as técnicas de leitura e escrita nas aulas de arte, língua e literatura, nos
anos finais do ensino fundamental………………………………………………………………………....15
1) A leitura e a escrita nos anos finais do ensino fundamental………………………...16
2) A leitura e a escrita nos anos finais do Ensino Fundamental de acordo com os
PCN’s…………………………………………………………………………………………………………...19
3) A importância da contextualização da literatura brasileira nas escolas……...26
Aplicando técnicas de leitura e escrita nas aulas de arte, Literatura e língua nos anos
finais do ensino médio…………………………………………………………………………………………...30
1) Critérios para correção de textos………………………………………………………………..39
Executando os procedimentos de diferentes abordagens nas disciplinas de arte,
língua e literatura…………………………………………………………………………………………………...45
1) Técnicas de refacção de texto: uma abordagem de aperfeiçoamento………….46
2) A Literatura e a arte: unindo abordagens ao trabalho no âmbito de linguagens,
códigos e suas tecnologias…………………………………………………………………………..50
1
Compreendendo Como Funciona o
Ensino das Disciplinas de Arte e
Literatura
Ao término deste Capítulo você será capaz de entender como funciona o
ensino da arte e da literatura. Isto será fundamental para o exercício da sua
profissão. As pessoas que tentaram ministrar aulas dessas disciplinas tanto no
ensino fundamental, quanto no ensino médio, sem a devida instrução,
encontraram diversos problemas relacionados às questões didáticas, por isso a
compreensão de tais metodologias de ensino será fundamental para o exercício
da sua profissão. E então? Motivado para desenvolver esta competência? Então
vamos lá. Avante!
2
O Ensino de Literatura nas Escolas, de
Acordo com os Documentos que Norteiam a
Educação Nacional
A língua portuguesa é uma das principais disciplinas da grade
Curricular da educação brasileira. O ensino de literatura é primordial para que
os educandos possam compreender melhor outras áreas do conhecimento, pois
é a partir do estudo da língua materna que o aluno passa a construir conceitos e
a desvendar significados. Sendo assim, é por meio da prática da escrita e da
oralidade que a comunicação vai sendo aprimorada, e é por meio do uso devido
da comunicação que o aluno se torna um membro efetivo na sociedade.
3
A educação brasileira passou por diversas fases até chegar onde se
encontra agora. Podemos dividir essas fases em 5: Brasil colônia, a reforma
pombalina, o advento da República até meados do século XX, as décadas de
1960 e 1970, e a década de 1980 até os dias de hoje. Sabe-se que é uma garantia
de todos os cidadãos a igualdade perante as leis, segundo o Estado de Direito. O
artigo 5 da constituição federal nos confirma isso: "todos são iguais perante a
lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos
estrangeiros residentes no país a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à
igualdade, à segurança e à propriedade [...] (BRASIL, 1988)
Nem sempre a educação brasileira teve como seu ideal o que a
Constituição Federal descreve em seu artigo 5º. Desde a expulsão dos Jesuítas
4
do Brasil, existiram diversas irregularidades no que se refere à educação, que
nem sempre foi acessível para todos os brasileiros. De forma que durante
algum tempo, somente as classes privilegiadas tiveram acesso a uma educação
completa, deixando à margem as classes menos favorecidas da sociedade e o
gênero feminino.
Dentro da literatura escrita em língua portuguesa, temos diversos
autores, dentre eles podemos citar: Conceição Evaristo, Paulina Chiziane,
Machado de Assis, José Saramago, José de Alencar, Domingos Pelegrini, dentre
muitos outros. No entanto, o único escritor de literatura escrita em língua
portuguesa, a receber um prêmio Nobel de Literatura, foi José Saramago, em
1998.
5
José Saramago nasceu em 1922 e morreu no ano de 2010. O escritor
também ganhou o prêmio Camões, que é o mais importante Prêmio Literário
da língua portuguesa. Desse modo, José Saramago foi reconhecido
literariamente por suas obras e também é considerado o responsável pelo
reconhecimento mundial da prosa escrita em língua portuguesa.
A aprendizagem é um processo, e é durante este processo que o
professor deve passar ao aluno os valores adquiridos pela sociedade ao longo
dos anos. O ambiente escolar não deve se restringir somente aos conteúdos
didáticos, mas também deve transmitir aos alunos conceitos de ética,
moralidade e cidadania.
De acordo com as diretrizes curriculares de ensino pode-se afirmar que:
"[...] O processo de ensino deve transmitir aos alunos a lógica do conhecimento
de referência. [...] é do saber especializado e acumulado pela humanidade que
devem ser extraídos os Conceitos e os princípios a serem ensinados aos
alunos" (DCE-LÍNGUA PORTUGUESA, 2008, p. 17 apud LOPES,2002, p.
151-152).
O objetivo da escola é integrar o sujeito ao meio social em que ele vive,
logo a instituição de ensino deve ser mediadora entre o sujeito, as práticas de
letramento e o meio social. Quando refletimos sobre o ensino da linguagem,
tendo como base o ensino da língua e da literatura, deve-se levar em
6
consideração também as contradições existentes, no quadro Complexo da
contemporaneidade.
No ensino de língua portuguesa a, além da Tríade oralidade, Literatura
e escrita, deve-se trabalhar também a Literatura e análise linguística. Sobre a
questão da oralidade, deve-se ter em mente que a escola é uma instituição
democrática, e que o aluno, quando chega a instituição, já tem o domínio da
oralidade, e muitas vezes a escola desconsidera esse domínio do discente,
apresentando a hegemonia da Norma culta. No que tange a literatura, pode-se
afirmar de acordo com as diretrizes curriculares de ensino que: [...]
Compreende-se a leitura como ato dialógico, interlocutivo, que envolve
demandas sociais, históricas, políticas, econômicas, pedagógicas e ideológicas
de determinado momento. Ao ler, o indivíduo busca as suas experiências, os
seus conhecimentos prévios, a sua formação familiar, religiosa, cultural,
enfim, as várias vozes que o constituem (DCE-LÍNGUA PORTUGUESA, 2008, p.
56).
No procedimento da Leitura, um texto se interliga com o outro e conduz
para uma política de singularização do leitor que, requisitado pelo texto,
participa na produção dos significados, confrontando-o com seu próprio
conhecimento, sua experiência de vida. Sobre a escrita, é de suma importância
que quando o professor propuser uma atividade prática de escrita, deixe claro
que os alunos devem considerar para quem irão escrever, com qual finalidade
7
irão escrever, para só assim passarem a decidir sobre o que irão escrever, pois é
necessário levar em conta que: "a escrita, na diversidade de seus usos, cumpre
funções comunicativas socialmente específicas e relevantes" (DCE-LÍNGUA
PORTUGUESA, 2008, p. 56 apud ANTUNES, 2003, p. 47).
Antônio Cândido coloca que a literatura como arte assume o papel de
humanizadora e transformadora do homem e da sociedade em que ele vive,
pois ela exerce três funções, sendo elas: a psicológica, a social e a formadora.
Psicológica porque permite que os seres humanos fujam da realidade e possam
viajar para outros mundos fantásticos. Social, visto que a arte, ou seja, a
literatura imita a realidade, retrata as diversas partes da Sociedade. E por
último, formadora, uma vez que ela é utilizada dentro da formação das
pessoas, mostrando as outras realidades que a ideologia dominante esconde.
Sendo assim: a literatura pode formar; mas não segundo a pedagogia oficial.
[...] Ela age como impacto indiscriminado da própria vida e educa como ela.
[...] Dado que a literatura ensina na medida em que com toda sua gama, é
artificial querer que ela funcione como os manuais de virtude e boa conduta.
[...] É um dos meios porque o jovem entra em contato com realidades que se
tenciona escamotear-lhe. [...] Ela não corrompe e nem edifica portanto; mas,
trazendo livremente em si o que chamamos o bem o que chamamos o mal,
humaniza em sentido profundo, porque faz viver (CANDIDO, 1972, p.
805-8060).
8
O docente de língua portuguesa deve propiciar aos alunos a prática da
discussão, e precisa trazer para a sala de aula textos de diferentes esferas
sociais. Desde textos jornalísticos a textos literários, bem como, publicitários e
digitais.
As práticas discursivas abrangem muito mais do que os textos falados e
escritos, e do que a interação e a integração da linguagem verbal com as outras
linguagens.
O professor deve saber que o letramento vai muito além da
alfabetização, pois esta é uma atividade denominada mecânica, que traz ao
sujeito a garantia do conhecimento linguístico, que tange tanto a qualificação
quanto a decodificação. Portanto: alguns gêneros são adaptados,
transformados, renovados, multiplicadas ou até mesmo criados a partir da
Necessidade que o homem tem de se comunicar com outro, tendo em vista que
"todos os diversos Campos da atividade humana estão ligadas ao uso da
linguagem" (DCE-LÍNGUA PORTUGUESA, 2008, p. 52 apud BAKHTIN, 1992, p.
261).
A Disciplina de Artes e os Parâmetros
Curriculares Nacionais
9
A disciplina de artes é norteada pelos seguintes conteúdos, dentro de 3
eixos: produzir, apreciar e contextualizar. Dessa forma, o aluno por meio do
ato de "produzir" pode se expressar, de modo a experimentar todas as
linguagens artísticas, através da apreciação, o discente pode entrar em contato
com a produção histórica e social da arte.
De acordo com Niskier: “ o ensino da arte constituirá componente
curricular obrigatório, nos diversos níveis da Educação Básica, de forma a
promover o desenvolvimento cultural dos alunos” (NISKIER, 1998, p. 83).
A concepção do ensino de arte deve abranger a arte contemporânea, as
artes visuais, o teatro, a dança e a música. Logo, o ensino de arte na escola deve
possibilitar ao discente a experiência de um trabalho de criação.
"A arte capacita o homem Para compreender a realidade e o ajuda não
só suportá-la, como transformá-la aumentando-lhe a determinação e
torná-la mais humana e mais hospitaleira para a humanidade" (FISCHER,
2002, p. 57).
Arte está presente em tudo o que nos cerca, pois ela foi criada pelo
homem, e é por meio dela que podemos transmitir nossas ideias, crenças, e
10
também é por meio da arte que se aprende a interpretar objetos e cenas. Para
Alfredo Bosi são decisivos três momentos do processo artístico: o fazer, o
conhecer e o exprimir. Pode-se afirmar que a literatura é a arte, pois seus
diversos gêneros possuem uma dimensão estética.
Assim, para Alfredo Bosi (1999, p. 57): “ neste sentido, qualquer
atividade humana a, desde que conduz a regularmente a um fim, pode
chamar-se artística".
O professor exerce um papel de grande relevância no processo de
ensino-aprendizagem das aulas de arte e literatura. Desse modo, para que o
discente venha a aprender de forma prazerosa, é ideal que o docente opte por
trabalhar com temas, práticas e situações que lhes sejam interessantes, pois
estudar a arte, a Literatura e a sua relação com a vida como uma forma de
representação da realidade é uma forma muito fascinante de despertar o desejo
de aprendizagem dos alunos.
É por meio da arte que os seres humanos podem expressar suas
emoções, sentimentos e ideias.
De acordo com os parâmetros curriculares nacionais: o conhecimento
da arte abre perspectivas para que o aluno tenha uma compreensão do mundo
na qual a dimensão poética esteja presente: a arte ensina que é possível
transformar continuamente a existência, que é preciso mudar referências a
11
cada momento, ser flexível. Isso quer dizer que criar e conhecer são
indissociáveis e a flexibilidade é condição fundamental para aprender (BRASIL,
1997, p. 19).
O professor desempenha um papel muito relevante nas aulas de arte,
pois cabe a ele mediar e atrair a vontade dos alunos pela pesquisa. Assim, o
docente deve despertar a curiosidade dos alunos, instigando-os a descobrir
novos mundos por meio das Produções artísticas. De forma que tal curiosidade
se torne objetiva e aprimorada, para que o aluno possa exprimir suas próprias
manifestações vírgulas vindo a opinar de forma crítica e estruturada.
De acordo com as diretrizes curriculares: o ensino de arte deve
basear-se no processo de reflexão sobre a finalidade da educação, os objetivos
específicos dessa disciplina e a coerência entre tais objetivos, os conteúdos
programados (os aspectos teóricos) e a metodologia proposta. Pretende-se que
os alunos adquiram conhecimentos sobre a diversidade de pensamento e de
criação artística para expandir sua capacidade de criação e desenvolver o
pensamento crítico (DCE-ARTE, 2008, p. 52).
Tanto o ensino de literatura, quanto o ensino de arte, requerem que o
professor realize o planejamento das aulas. Visto que este é um dos requisitos
fundamentais que norteiam o sucesso do docente e que pode garantir de certo
modo o aprendizado dos discentes.
12
Assim, é por meio do planejamento de suas aulas que o professor pode
perceber onde estão seus acertos e, bem como os seus erros, de forma que o
planejamento possibilita adaptações às formas de ensinar, de acordo com o
aproveitamento de cada turma.
No entanto, é preciso que o professor compreenda as particularidades
de cada indivíduo, pois cada aluno possui as suas próprias experiências de vida,
de acordo com a sua própria bagagem.
Logo, o processo de ensino-aprendizagem será diferente em cada
turma e na interação com os mais diversos sujeitos da Educação Básica.
Para uma melhor compreensão das experiências e necessidades dos
sujeitos da Educação Básica, pode-se afirmar que: "um sujeito é fruto do seu
tempo histórico, das relações sociais em que está inserido, mas é, também, um
ser singular, que atua no mundo a partir do modo como compreende e como
dele é possível participar" (DCE-ARTE, 2008, p. 14).
Os sujeitos do Ensino Fundamental 2 e ensino médio, possuem uma
bagagem de vida que advém de seus familiares. Cada família possui uma
cultura, uma crença e uma ideologia diferente, por isso, cabe ao professor
respeitar essas divergências durante o processo de ensino-aprendizagem.
Os conteúdos passados em sala de aula tem obrigação de serem
aplicados de maneira contextualizada a, para que os alunos possam ter uma
13
compreensão maior do que estão aprendendo, sem contar que o docente deve
também utilizar situações concretas do mundo dos alunos, com intuito de
facilitar ainda mais o aprendizado dos discentes.
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tudinho?
Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema de
estudo deste Capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter
aprendido que o ensino de Literatura e de arte no Brasil, nem sempre foi
realizado da forma que conhecemos atualmente. Tais disciplinas passaram por
um processo de revolução dentro do ambiente escolar ao longo da história da
educação brasileira, na qual verificou-se a importância do ensino da arte e da
literatura na Educação Básica. Sabe-se que é por meio da arte que o ser humano
tem a capacidade de se expressar, e é através da literatura que o homem pode
aprender a desenvolver o seu senso crítico. Logo, o docente possui um papel
fundamental no processo de ensino-aprendizagem dessas duas disciplinas,
pois é por meio do seu planejamento que o sucesso de suas aulas pode ser
garantido, bem como, o triunfo da comprovação da aprendizagem de seus
alunos. No entanto, é preciso que o professor respeite as particularidades de
cada indivíduo, pois a educaçãoé composta por diversos sujeitos, que advém
em diferentes culturas. Assim, respeitar essas culturas é fundamental para o
êxito do processo de construção de conhecimento, tanto no ensino médio,
quanto no ensino fundamental 2.
14
Aplicando as Técnicas de Literatura
e Escrita nas Aulas de Arte, Língua
e Literatura nos Anos Finais do
Ensino Fundamental
Ao término deste Capítulo Você será capaz de compreender quais são as
técnicas de leitura e escrita nas aulas de arte, língua e de literatura, nos anos
finais do Ensino Fundamental. Aprender a aplicar as técnicas, será algo de
suma importância para o exercício de sua profissão. As pessoas que tentaram
ministrar aulas dessas disciplinas tanto do ensino fundamental quanto no
ensino médio, sem o conhecimento de quais são essas técnicas, encontraram
diversos problemas relacionados às inúmeras questões concorrentes às
metodologias de ensino. Por isso a compreensão de tais técnicas de ensino,
serão de grande relevância para o desempenho de sua profissão. E então?
Motivado para desenvolver mais uma competência? Vamos lá!
15
A Leitura e a Escrita nos Anos Finais do
Ensino Fundamental
Nas escolas poucos são professores de literatura que destinam um
tempo exclusivo para o exercício da atividade da Leitura. No entanto, se os
alunos não adquirem o hábito de leitura na escola, que em garante que eles irão
adquirir tal hábito em suas casas? Nas quais existem outras diversas distrações
vírgulas e nas quais geralmente, a leitura é um hábito pouco comum.
Existem diversas pesquisas que apontam que o brasileiro lê em média
um livro, ou menos do que isso, por ano. Você já imaginou uma coisa dessas? E
esses brasileiros são os pais dos alunos que estão todos os dias nas salas de aula
das escolas, sendo que poucos deles possuem livros em casa, ou são instigados
por sua própria família a lerem livros.
Assim, verifica-se que o principal agente que pode transformar a
realidade da Leitura na sociedade brasileira, é a escola. Sabe-se que poucos
brasileiros tiveram boas oportunidades de estudos, e uma grande massa da
população brasileira pode ser considerada como um reflexo do que chamamos
de analfabetismo funcional ponto final portanto, para que os discentes possam
adquirir o hábito de ler livros e vir a desenvolver um pensamento crítico,
16
instigá-los em sala de aula para que venham a ler livros de, será algo
fundamental para mudar este cenário.
É indubitável que um professor de língua, arte e literatura, que não
possui o hábito de leitura, dificilmente terá êxito ao instigar seus alunos para
que desenvolvam esta prática. Sendo assim, é de suma importância que o
professor leia, e que leia muito. A leitura pode transformar suas aulas, bem
como elevar o padrão de sua didática.
Quando os alunos forem à biblioteca da escola ou à biblioteca
municipal, é muito importante que eles possam se sentir à vontade para
escolher o livro que despertasse o interesse, sem censuras.
Provas escritas e orais acerca da leitura de livros tendem a desenvolver
o pensamento crítico dos alunos.
É claro que nem sempre todas as leituras poderão ser realizadas de
forma individual, e a importante que sejam realizadas leituras de livros no
conjunto da turma, pois assim você poderá desenvolver debates com os alunos
17
Acerca das obras literárias vírgulas complementando assim o processo de
ensino-aprendizagem. A leitura de livros clássicos (aqueles que compõem o
cânone literário) serão de suma importância para o processo de
ensino-aprendizagem dos alunos. Todavia, muitas vezes esses livros não
despertam o interesse das crianças e dos adolescentes, por isso, as adaptações
e releituras dessas obras são uma boa alternativa.
Assim, utilizar por exemplo uma HQ da obra de Dom Casmurro de
Machado de Assis, pode Instigar muito mais a vontade dos alunos de
aprenderem mais sobre a história, do que aquele livro clássico em que a capa é
vermelha com rosas desenhadas com o miolo Repleto De folhas amareladas.
Além disso, existem muitas adaptações cinematográficas de obras literárias, e
apresentá-las para a turma pode ser uma boa forma de fazer com que os alunos
sintam o desejo de ler o livro no qual o filme foi baseado.
18
Outra alternativa é desenvolver leituras em conjunto com uma turma,
com professores de outras disciplinas, por exemplo escolher uma obra que se
encaixe para o ensino de português, arte e ciências, é um bom modo de fazer
com que os alunos leão de forma efetiva a obra ela em cada, e que esta obra
seja estudada dentro de seus mais diversos aspectos. É claro, que muitas vezes
a biblioteca do colégio pode não possuir diversos exemplares da mesma obra
literária. E é aí que o uso da tecnologia pode melhorar as suas aulas. Existem
diversas obras disponibilizadas de forma integral no site do domínio público, e
que podem ser lidas pelos alunos em um arquivo em PDF por meio de um
celular, computador ou tablet.
A leitura e a escrita nos anos finais do
Ensino Fundamental de acordo com os PCN
‘s
Meu caro aluno, de acordo com os PCN’s - parâmetros curriculares
nacionais (1997, p. 53) a leitura é: [...] é um processo no qual o leitor realiza
um trabalho ativo de construção do significado do texto, a partir dos seus
objetivos, do seu conhecimento sobre o assunto ou irregular sobre o autor e de
19
tudo o que se sabe sobre a língua. Não se trata apenas de extrair informações da
escrita, decodificando-a, letra por letra, palavra por palavra. Trata-se de uma
atividade que implica, necessariamente, compreensão na qual os sentidos
começam a ser constituídos antes da leitura propriamente dita. Qualquer leitor
que conseguir analisar sua própria leitura constatará que a decodificação é
apenas um dos procedimentos que utiliza quando lê.
Sabe-se que atividades de leitura e escrita são requisitos para que um
cidadão possa viver em sociedade e é de suma importância que tais atividades
sejam executadas de forma integral na escola, para que os alunos possam vir a
enfrentar sem medo as mais diversas situações do cotidiano nas quais a
linguagem se interpõe.
Uma forma de desenvolver o hábito de leitura de seus alunos, inseri-los
em redes sociais de leitura. Você pode criar um clube de leitura na escola, ou
pode levá-los à sala de informática e fomentar que os alunos participem da
rede social Skoob, que é uma plataforma online para quem ama ler. Realizando
o cadastro Skoob, os alunos poderão registrar quais livros eles já leram, qual
foi a data dessas leituras, eles podem escrever e ler resenha sobre o livro que
estão lendo no momento. Podem classificar O livro de 1 a 5 estrelas, criar uma
lista de livros que eles pretendem ler no futuro e muito mais. Acesse:
https://www.skoob.com.br/ e saiba mais sobre a rede social de quem ama ler.
20
https://www.skoob.com.br/
Um livro é constituído por diversos elementos macrotextual e, tais
como: prefácio, capa, contracapa, introdução, lombada, orelha, notas entre
outros. De acordo com Gérard Genette (2009) os paratextos que acompanham
um livro são de suma importância para uma compreensão mais eficaz da obra
literária, nas palavras de Genette: [...] Título, subtítulo, intertítulos, prefácios,
advertências, prólogos e etc ponto e; notas marginais, de rodapé, de fim de
texto; epígrafes; ilustrações; é rata, orelha, capa, e tantos outros tipos de sinais
acessórios, autógrafos ou alógrafos, que fornecem ao texto um aparato
(variável) e por vezes um comentário, oficial ou oficioso, do qual o leitor, o
mais por está e o menos vocacionado a erudição externa, nem sempre pode
dispor tão facilmente como desejaria e pretende (GENETTE, 2009, p. 9).
Assim, analisando a capa, a contracapa, e os diversos elementos
paratextuais de uma obra, podemos compreender a qual espécie de público
uma obra literária se destina. Isso acontece muito com os best-sellers, que
geralmente trazem em suas capas abordagens que refletem o seu público
leitor, e também se a obra se trata de um livro de literaturaadulta, infantil,
infanto-juvenil, de cunho motivacional, entre outros.
De tal modo, nas aulas de artes, as capas, as contra-capas e as orelhas
das obras literárias, podem ser trabalhadas em sala de aula.
21
O professor pode impedir que o aluno realize a reprodução da capa de
uma obra literária, e que analise qual foi o intuito da editora que a publicou
inserindo as imagens que estão na capa, de forma que o aluno venha a
desenvolver o seu senso crítico. Além disso, quando foram estudadas as obras
em histórias em quadrinhos, animações, ou outros tipos de adaptações, o
professor pode desenvolver atividades acerca da representação dos
personagens de forma física nos desenhos ilustrados.
No que se refere ao tempo, ele pode ser cronológico, narrativo ou
psicológico. O tempo cronológico é aquele que denominamos como tempo real,
pois é igual para todos, e também pode ser chamado de tempo social ou
coletivo. Assim, este é o tempo da natureza marcado pelo relógio, conhecido
como o tempo histórico. No qual temos as horas, os dias da semana, meses,
anos, mais este tempo pode ser representado na obra literária como as
estações, ou de acordo com os períodos do ano, tais como o natal e o carnaval, e
também pelos períodos do dia, das como: manhã, tarde e noite. O tempo
cronológico é tido como o tempo externo, pois está a parte do personagem,
Pois é externo a ele.
22
O tempo psicológico é o tempo individual, ele não é igual para todos,
pois na obra literária que possui o recurso de tempo psicológico, ele passa de
forma diferente para o narrador ou para o personagem. Assim, o tempo
psicológico é determinado pela influência das emoções, situações e
sentimentos que permeiam uma história, e que determinam a passagem deste
tempo, desse modo podemos considerar o tempo psicológico como o tempo
inteiro. Já o tempo narrativo é o tempo que o narrador utiliza para narrar os
fatos.
O espaço é um elemento de grande relevância para as obras literárias
vírgulas pois ele constrói as histórias. Assim, por meio dele compreendemos o
plano de fundo de cada história.
O espaço pode ser dividido na maioria das narrativas entre real e
psicológico. O espaço real é onde os personagens vivem na história. No
entanto, o espaço psicológico é aquele que se dá nas memórias dos
personagens, nas lembranças de um local, período, ou de um fato do passado.
Sobre as configurações das personagens narrativas, Maussad Moisés
afirma o seguinte: [...] É sabido que podem ser ordenadas em dois grupos
conforme suas características básicas: Personagens redondas e personagens
planas. Estas seriam bidimensionais, dotadas de altura e largura mas não de
profundidade: um só defeito ou uma só qualidade. Quanto às personagens
23
redondas, ostentariam a dimensão que falta às outras, e, por isso, possuiriam
uma série complexa de qualidades e/ou defeitos. As personagens planas geram
os tipos e caricaturas, enquanto as outras envolvem os caracteres. Pensando
nas formas em prosa, teríamos que as primeiras comparecem as mais das
vezes nos contos, nas novelas e nos romances lineares, ao passo que as
redondas predominam nos romances psicológicos e introspectivos (2007, p.
106).
Desse modo, as personagens redondas são aquelas que possuem uma
profundidade psicológica desenvolvida ao longo da narrativa. Já as
personagens planas são aquelas que não possuem um desenvolvimento de
consciência.
O enredo é o conteúdo do texto e é nele que se desenrolam as ações que
formam o tecido da narrativa. Nele temos a apresentação, a complicação que é
o que determina o nível de tensão da obra, o clímax desfecho.
Consoante com Antonio Candido: o enredo existe através dos
personagens; as personagens vivem do enredo. Enredo e personagens
Exprimem, ligados,Os intuitos do romance, a visão da vida que decorre dele, os
significados e Valores que o animal. (CANDIDO, 1987, p. 534) .
24
A leitura está relacionada à escrita, portanto quem pouco lê,
dificilmente conseguirá escrever bem.
No entanto, sabe-se que a escrita é um processo de aperfeiçoamento,
pois quanto mais se escreve, melhor se escreve. À vista disso, é importante que
nas atividades de escrita na escola, o aluno tem a oportunidade de escrever e
reescrever seu texto, pois muitos teóricos não acreditam na escrita, mas sim
em uma constante reescrita, pois quanto mais se reescreve um texto, mas ele é
melhorado. Assim, cabe ao professor fazer as correções necessárias para que o
aluno veja onde está errado, e possa desse modo, corrigir o seu erro,
escrevendo seu texto.
25
A Importância da Contextualização da
Literatura Brasileira nas Escolas
A literatura brasileira é vasta, e possui diversos títulos, dentre os mais
diversos gêneros literários: contos, crônicas, narrativas, romances, novelas,
dentre outros. O Capítulo intitulado: ‘literatura de dois gumes”, escrito por
António Cândido contido no livro “A educação e a noite” aborda o tema da
literatura no Brasil, e de como ela é vista pelos historiadores. Cândido afirma
que a nossa literatura é Primeiramente europeia em sua formação. Sobre a
formação da literatura brasileira, Cândido também cita que ela não foi somente
resultado de uma fusão folclóricas, mas uma modificação do universo de uma
literatura já existente; em suas palavras:
A ideia enganadora de que a literatura foi aqui produto do encontro de
três tradições culturais dos pontos a do português, a do índio e africano.
Hora, as influências dos dois últimos grupos sociais exerceram (E aí
intensamente) no plano folclórico ponto-e-vírgula na literatura escrita
atuaram de maneira remota, na medida em que influíram na
transformação da sensibilidade portuguesa, favorecendo o modo de ser
que, por sua vez, foi influir na criação literária. Portanto, o que houve
não foi fusão prévia para formar uma literatura, mas modificação do
universo de uma literatura já existente, importada com a conquista e
26
submetida ao processo Geral de colonização e ajustamento ao novo
mundo (CANDIDO, 2011, p. 164).
Segundo Cândido, do ponto de vista histórico, pode-se dizer que no
Brasil a literatura foi uma expressão da cultura do colonizador e de um ponto
de vista político, ela foi uma peça eficiente do processo de colonização. Sendo
assim, a literatura no Brasil desempenha um papel de suma importância no
processo de colonização e de imposição cultural do colonizador. Desde a
proibição da língua tupi-guarani, até a imposição do cristianismo como
religião principal de nossa nação. Por isso, é importante apresentar para os
alunos dos anos finais do Ensino Fundamental textos representativos deste
período, e que são importantes para a literatura brasileira.
Para os colonizadores: as letras deviam exprimir a religião imposta aos
primitivos e as normas políticas encarnadas na monarquia; mas mesmo
quando desprovidas do aspecto ideológico ostensivo, seriam uma forma de
disciplina mental da Europa, que deveria ser aplicada ao meio rústico a modo
de instrução e defesa da civilização (CANDIDO, 2011, p. 165).
No período da colonização, a literatura brasileira não existia de forma
concreta, ou seja, os textos literários, só eram utilizados durante as datas
comemorativas, datas Quais que geralmente estavam ligadas à festas religiosas
e de ordem política. Sendo assim, a literatura era uma ferramenta de
colonização e imposição da Cultura, que tinha por objetivo moldar o
27
pensamento do Povo, de acordo com as normas do governo monárquico
português. Certamente, isso foi algo que influenciou os textos literários
escritos naquele período.
O século XVIII representa uma fase de amadurecimento no processo de
adaptação da cultura e da literatura. Observam-se nele à ocorrência de temas
novos e novas maneiras de tratar velhos temas, Inclusive a preferência muito
significativa por certas formas de composição em prosa e verso, que permitiam
exprimir de maneira mais adequada uma realidade física e social diferente;
esta, nascida da dinâmica interna da colonização(CANDIDO, 2011, p. 167).
Sem este passado, não poderíamos afirmar qual teria sido o futuro da
literatura no Brasil, portanto, não existe literatura brasileira sem século XVIII
nem século XVIII no Brasil sem a literatura. Verifica-se que contextualizar a
literatura brasileira em sala de aula, é algo muito importante para que os
alunos compreendam o percurso de nossa literatura. Sendo assim, é
importante também destacar o papel de cada escola literária na literatura
brasileira. Tanto a arte quanto a literatura brasileira andam de mãos dadas, por
isso é importante que as obras artísticas literárias sejam ensinadas em sala de
aula.
Neste capítulo você deve ter aprendido que tanto a arte quanto a
literatura brasileira possuem uma história, sendo assim é importante
contextualizá-las no ensino destas disciplinas. Logo, é de suma importância
28
que sejam realizadas nas escolas aulas de leitura, com o intuito de fomentar o
hábito de leitura na vivência dos alunos. Além disso, ao trabalhar com uma
obra literária, essa pode ser utilizada nas aulas de arte, bem como para que
sejam realizadas as análises literárias de tempo, espaço e enredo nas aulas de
língua portuguesa. Assim, podem ser desenvolvidas atividades de escrita, nas
quais devem ser contemplados os percursos de uma obra literária. É
importante ressaltarmos que não existe escrita, mas sim uma constante
reescrita, por isso é importante que o docente conceda ao aluno a oportunidade
de reescrever seus textos.
29
Aplicando técnicas de leitura e escrita nas
aulas de arte, Literatura e língua nos anos
finais do ensino médio
O professor que ministrar as disciplinas do âmbito da área de
linguagens, códigos e suas Tecnologias, deve estar ciente de que a linguagem é
um processo social que se define por meio das relações humanas.
Diferença entre língua x linguagem: A língua pode ser compreendida
como um agrupamento de elementos (gestos e sons) que possibilitam a
comunicação. Já a linguagem é a capacidade que os indivíduos possuem em
compreender a língua, bem como produzir e desenvolvê-la dentro de suas
manifestações, que inclui a dança, a pintura e a música.
Algo que deve ser ensinado aos estudantes é que devemos respeitar as
variações linguísticas, portanto o preconceito linguístico deve ser um tema
abordado em suas aulas. De forma que devem ser apresentados aos alunos os
mais diversos tipos de comunicação. Portanto, os educandos devem
compreender que existem diferenças nos tipos de comunicação, que podem se
distinguir pelo uso da linguagem formal e informal. Logo, essa diferença se dá
30
no contexto em que elas são utilizadas, bem como nas palavras e expressões
escolhidas durante o Ato da comunicação. Assim, a linguagem formal remete
ao uso de normas da gramática, já a linguagem informal contempla as
situações do cotidiano, nas quais a escolha das palavras e das expressões
podem ocorrer com uma maior liberdade.
Norma padrão x Norma culta: Sabe-se que a norma padrão é a norma
gramatical da língua portuguesa, a qual tem suas bases na gramática
tradicional e normativa. Já a norma culta é a variação que mais se aproxima
desse padrão.
A disciplina de língua portuguesa deve ensinar o aluno a utilizar de
forma adequada a norma culta, mas isso não significa que somente essa forma
deve ser utilizado em sala de aula, pois, o aluno chega ao ambiente escolar
desconhecendo a norma culta irá entrar em contato com ela Somente durante o
processo de letramento. O ensino de língua materna nunca pode desconsiderar
as variações linguísticas de, muito pelo contrário, O professor precisa abordar
as variedades linguísticas em sala de aula, para que os discentes compreendam
o espaço de uso de cada uma delas, evitando desta forma todo e qualquer
preconceito linguístico.
Segundo os PCNEM: no estudo da linguagem verbal, a abordagem da
norma-padrão deve considerar a sua representatividade, como variante
linguística de determinado grupo social, e o valor atribuído a ela, no contexto
31
das legitimações sociais. Aprende-se a valorizar determinada manifestação,
porque socialmente ela representa o poder econômico e simbólico de certos
grupos sociais que autorizam sua legitimidade (PCNEM, 2000, p. 7) .
Podemos dizer que as aulas ministradas na disciplina de Língua
Portuguesa no ensino médio, precisam proporcionar aos alunos o refinamento
das habilidades de leitura e de escrita, de fala e audição. Desta forma, os
cidadãos do ensino médio desenvolveram a capacidade de reflexão acerca da
língua e da linguagem. Visto que, o objetivo da escola é integrar o sujeito ao
meio social em que ele vive, a instituição de ensino deve ser a mediadora entre
o sujeito, as práticas de letramento e o meio social.
É fato que vivemos na denominada "era da informática", que nos
possibilita acesso rápido à leitura de variadas informações. Porém, encontraste
a esse fato, sabemos que vivemos em uma época que possui o índice crescente
do chamado "analfabetismo funcional" e, podemos ver os reflexos nos
resultados das avaliações educacionais, que revelam claramente, o baixo
desempenho dos discentes em relação a compreensão dos textos lidos vírgulas
e aí que entra o ensino da língua no que concerne a interpretação textual.
Primeiramente, deve-se afirmar que os conteúdos passados em sala de
aula tem a obrigação de serem aplicados de maneira contextualizada a, para
que os alunos possam ter uma compreensão maior do que estão aprendendo,
32
sem contar que também devemos utilizar situações concretas do mundo dos
alunos para facilitar ainda mais o aprendizado dos discentes.
É imprescindível salientarmos em sala de aula que o signo linguístico só
se define em sua relação com outro signo, portanto uma palavra isolada não
possui significado, seu significado só passa a existir quando outros signos
(palavra) é adicionado ao seu contexto. Logo, ao lermos e ao escrevermos um
texto, a questão contextual deve ser sempre considerada a vírgula de acordo
com os PCNEM: é importante ressaltar a diferença entre o signo linguístico e
símbolo dois pontos de um lado, o signo, aquilo que significa, o componente da
trama textual, a palavra; de outro, o sentido simbólico que o signo gera ao
remeter a elementos extraverbais (PCNE M, 2000, p. 59).
Além disso, o ensino de língua portuguesa no ensino médio deve
abordar o ensino da gramática de forma contextualizada, bem como os textos
literários.
De acordo com os parâmetros curriculares nacionais para o ensino
médio (PCNEM): supondo que os estatutos básicos relativos ao funcionamento
da língua portuguesa foram aprendidos ao longo do ensino fundamental, cabe
ao ensino médio oferecer aos estudantes oportunidades de uma compreensão
mais aguçada dos mecanismos que regulam nossa língua, tendo como ponto de
apoio alguns dos produtos mais caros as culturas letradas: textos escritos,
especialmente os literários. As competências e habilidades propostas pelos
33
parâmetros curriculares nacionais para o ensino médio (PCNEM) permitem
inferir que o ensino de língua portuguesa, hoje, busca desenvolver no aluno seu
potencial crítico, Sua percepção das múltiplas possibilidades de expressão
linguística irregular sua capacitação como leitor efetivo dos mais diversos
textos representativos de nossa cultura. Para além da memorização mecânica
de regras gramaticais ou das características de determinado movimento
literário, o aluno deve ter meios para ampliar e articular conhecimentos e
competências que possam ser mobilizados nas inúmeras situações do uso da
língua com que se depara, na família, entre amigos, na escola, no mundo do
trabalho (2000, p. 55).
Desse modo, durante as aulas de língua, os alunos devem aprender a
articular os conhecimentos que envolvem as competências linguísticas da
língua portuguesa. No ensino médio segundo a lei de diretrizes de bases de
9394/96 ser considerado como um período de consolidação e o
aprofundamento dos conhecimentos construídos ao longo do Ensino
Fundamental.Portanto, espera-se que os alunos ao saírem do ensino médio
possam atuar de forma ética e responsável na sociedade; por isso o ensino
médio deve garantir ao cidadão da preparação básica para o prosseguimento
dos estudos, e deve garantir também uma formação sólida para que tais
sujeitos possam viver no mundo de forma a exercitar a cidadania e também
deve preparar os cidadãos para a sua inserção no mundo do trabalho.
34
Durante as aulas de língua e de literatura devem ser destacadas nas
atividades de escrita e de leitura, sendo assim, o tempo de leitura que
abordamos no capítulo anterior, também se encaixa nas aulas do ensino médio.
Bem como, as atividades de análise literária.
Acerca da elaboração e interpretação de texto, de acordo com os
PCNEM: os textos são a concretização dos discursos proferidos nas mais
variadas situações cotidianas. O ensino e aprendizagem de uma língua não
podem abrir mão dos textos Pois estes, ao revelarem usos da língua e levarem
as reflexões contribuem para a criação de competências e habilidades
específicas (2000, p. 59).
No que tange a literatura, podemos dizer que: compreende-se a leitura
como ato dialógico, interlocutivo, que envolve demandas sociais, históricas,
políticas econômicas, pedagógicas e ideológicas de determinado momento. Ao
ler o indivíduo busca as suas experiências os seus conhecimentos prévios, a sua
35
formação familiar, religiosa, cultural, enfim, as várias vozes que constituem
(DCE, 2008, p. 56).
Durante o processo de ensino-aprendizagem, o docente deve saber
claramente que quanto maior for o contato do discente com a linguagem nas
diferentes esferas sociais, maiores serão as possibilidades de se compreender o
texto, seus sentidos, e sua visão de mundo. Então, no que tange a linguagem, é
preciso pontuar na interlocução, e também execução de atividades planejadas
que possibilitem ao aluno a leitura, a produção oral e escrita e que o levem a
refletir sobre o uso da linguagem em várias situações por sinal dessa forma,
surgirá um trabalho pedagógico que prioriza as práticas sociais. Pois:
Quando se assume a língua como interação, em uma dimensão
linguístico-discursiva, o mais importante é criar oportunidades para o
aluno refletir, construir, considerar hipóteses A partir da leitura e da
escrita de diferentes textos, instância em que pode chegar a
compreensão de como a língua funciona e a de corrente competência
textual. O ensino da nomenclatura gramatical irregular de definições ou
regras a serem construídas as vírgulas com a mediação do professor,
deve ocorrer somente após o aluno ter realizado a experiência de
interação com o texto (DCE, 2008, p. 60-61) .
As orientações curriculares para o ensino médio trazem diversas
concepções acerca do ensino de língua portuguesa e abordam questões da
construção de uma escola que proporcionem a convivência de diferentes etnias
36
na produção e socialização de conhecimentos. Relatando assim, que os
conteúdos devem ser pensados e desenvolvidos de acordo com a capacidade de
ação e linguagem dos sujeitos. E ainda afirmam que:
Saliente-se, assim, que cabe à escola, junto com os professores,
precisar os conteúdos a serem transformados em objetivos de ensino e
de aprendizagem bem como os procedimentos por meio dos quais se
efetivará a sua operacionalização. A a função desse expediente pela
escola é algo de fundamental importância na organização de seu
objetivo pedagógico, uma vez que a proposição de conteúdos a serem
ensinados em qualquer modalidade de ensino assim como a abordagem
metodológica que deve ser conferida ação uma ação que traz a cena, de
uma maneira ou de outra, a concepção que a escola possui dos papéis de
aluno e professor e do que vem a ser ensinar e aprender; o conteúdo ou
objeto de conhecimento ponto-e-vírgula a produção e socialização de
conhecimentos; os eventos/práticas de nossa sociedade em relação a
uma compreensão pelo aluno acerca do mundo, sincronizada (ou não)
com o seu tempo (OCNEM, p. 35)
Nas diretrizes, as disciplinas escolares são compreendidas como áreas
de conhecimento, que são identificadas por seus conteúdos. Podemos dizer que
as disciplinas são o pressuposto para interdisciplinaridade. Entendemos por
interdisciplinaridade a transferência de métodos de diferentes disciplinas, por
meio de ação didático-pedagógica mediada pelos docentes. Portanto:
37
a valorização e o aprofundamento dos conhecimentos organizados nas
diferentes disciplinas escolares são condição para se estabelecerem as
relações interdisciplinares, entendidas como necessárias para a
compreensão da totalidade (DCE, 2008, p. 20).
É fato que as relações do processo de integração recíproca entre várias
disciplinas e campos de conhecimento se estabelecem quando algumas teorias,
conceitos ou práticas de uma determinada matéria escolar são chamados ao
diálogo, auxiliando a compreensão de um recorte de conteúdo qualquer de
outra disciplina. Dessa forma, estabelecemos uma perspectiva de que
constituir relações entre as disciplinas não é uma tarefa que se restringe
simplesmente a readequar uma metodologia curricular.
A avaliação pode ser considerada um ato natural e preciso para que os
professores fiquem à par dos conteúdos que foram atingidos pelos alunos,
como também tem uma resposta e as metodologias que foram adotadas por
eles estão tendo o resultado esperado. Portanto, o professor deve levar em
conta, os tipos de inteligências dos sujeitos pertencentes aquela turma, pois
sabemos que existem alunos que são mais visuais, outros mais auditivos e
alguns alunos aprendem melhor quando exercitam a escrita. Então se sugere
que os professores trabalham com diferentes tipos de avaliação, e que a
avaliação seja feita para medir o crescimento dos alunos e verificar suas
38
dificuldades, e não para que os alunos se sintam testados e frustrados, a
avaliação deve reforçar positivamente o ensino e não criar aversão ao estudo.
Existem muitos documentos que podem auxiliar o docente em sala de
aula, para que este conduza seus educandos a uma formação consolidada no
que se refere a língua, capacitando-os para utilizá-la nas mais diversas
situações de comunicação do cotidiano.
Critérios para a correção de textos
Uma forma de correção de textos muito utilizado é a correção por meio
das cinco competências, sendo que cada uma delas vale o total de (2,0) pontos,
totalizando 10 pontos na soma de todas, assim se o aluno errar algo dentro de
alguma dessas competências o desconto deverá ser proporcional a
competência na qual ele cometeu o erro.
39
Esses critérios se aplicam a correção de textos
dissertativos-argumentativos e deverão ser adaptados caso sejam utilizados
para correção de outras tipologias textuais dentro da produção de textos.
1) Domínio da Norma culta (Vale 2,0 pontos): O aluno pode ser
considerado nesta etapa como (precário, razoável, com um bom domínio
ou com muito bom domínio da Norma culta): o aluno poderá ser
considerado precária no que se refere ao uso da Norma culta (pontuando
apenas 0,5 nesta competência), Devido a graves e frequentes desvios
gramaticais. Razoável (e pontuando 1,0 nesta competência) caso decente
apresente um uso razoável da Norma culta, tendo alguns desvios
gramaticais, no que se refere a escolha de registro e das Convenções de
escrita. Sendo assim o aluno obterá essa pontuação caso o texto com
tenha um uso pouco aceitável da Norma culta de acordo com a sua fase
de escolaridade. O aluno será considerado como tendo um bom domínio
da Norma culta (pontuando 1,5 nesta competência) caso apresente
alguns desvios pontuais de escrita e alguns erros gramaticais. E por fim,
o aluno poderá ser considerado como muito bom domínio da Norma
culta, (pontuando 2.0 nesta competência) caso apresente Raros desvios
gramaticais e de Convenções de escrita.
2) Compreensão da proposta de redação, uso do conhecimento adquirido
para o desenvolvimento do tema, respeito aos limites estruturais do
40
texto (Vale2,0 pontos): O aluno irá pontuar (0,5) nesta competência
caso apresente um desenvolvimento razoável do texto em um domínio
razoável desta tipologia textual, com argumentos comuns ao senso
comum. Caso o aluno apresente A Fuga do tema proposto, a pontuação
sugerida nesta competência e 0,1 no entanto alguns professores opção
poderá a redação inteira, caso o texto do aluno apresente A Fuga do tema,
mas acreditamos que essa escolha fica a critério de cada professor dentro
do texto de cada sala de aula, bem como na sua relação com os
discentes.A pontuação de (1,0) será atribuída para aqueles alunos que
apresentaram em um domínio mediano desta tipologia textual, e que
apresentar em uma compreensão mediana no desenvolvimento do tema.
O aluno irá pontuar (1,5) caso apresente o desenvolvimento satisfatório
do tema e um domínio satisfatório desta tipologia textual, que é um texto
dissertativo argumentativo. O aluno irá pontuar (2,0) nesta competência
caso apresente o desenvolvimento mais que satisfatório do tema da
produção textual, bem como se apresentar um domínio mais que
satisfatório desta tipologia textual, tendo argumentos que não são
baseados no senso comum, revelando um bom repertório Cultural de
informações. É importante que os alunos aprendam em sala de aula
como se dá o uso do senso comum em uma redação, para que eles não o
reproduzam em suas Produções textuais.
41
3) Coesão dos argumentos: Relacionar, selecionar, interpretar e organizar
informações de, opiniões e argumentos para a defesa de um determinado
ponto de vista (Vale 2,0 pontos), sendo assim: o aluno irá pontuar (0,5)
nesta competência caso selecione de forma precária as informações
abordadas ao longo de sua produção textual, refletindo em uma
argumentação precária no texto dissertativo-argumentativo. O aluno irá
pontuar (1,0) nesta competência caso se limite a somente reproduzir
opiniões que estão presentes nos textos de apoio, sem explanar
informações de sua própria bagagem cultural, reproduzido meramente
os argumentos da proposta de redação vírgulas sem inserir uma opinião
diversificada que contribua com a sua argumentação. O aluno irá pontuar
(1,5) nesta competência caso selecione opiniões e fatos pertinentes ao
tema proposto, argumentando de forma consistente, bem como caso
utilize informações de forma articulada com o texto dissertativo
argumentativo. O aluno irá pontuar (2,0) nesta competência caso
selecione de forma consistente Fatos e opiniões acerca do tema de
redação proposto. Bem como, caso realize uma argumentação pertinente
ao tema proposto de acordo com o seu projeto de texto. Os conceitos de
coesão e coerência devem ser trabalhados em sala de aula.
4) Demonstrar conhecimento das estruturas linguísticas com sermentes a
construção da argumentação: Vale (2,0 pontos). o aluno irá pontuar
(0,5) nesta competência caso apresente em sua redação a desarticulação
42
das partes do texto. A ligação dos parágrafos da redação deve ser
trabalhada em sala de aula. A pontuação (1,0) será obtida caso
transpareça uma forma de articulação precária, devido a problemas
concernentes ao uso de recursos coesivos. O aluno irá pontuar (1,5) nesta
competência caso apresente uma articulação razoável das partes que
compõem o texto, tendo alguns problemas na utilização de recursos de
coesão. O aluno irá pontuar abre parêntese 2,0) nesta competência caso
apresente uma boa articulação das partes do texto, sem problemas
graves no que se refere à utilização dos recursos de coesão. A próxima
competência se refere à proposta de solução ao problema do tema da
redação. Assim, na prova do Enem esta é uma competência muito
cobrada, na qual os alunos devem elaborar uma proposta de intervenção
social. Por isso, é importante que a elaboração de solução de problemas
dos textos dissertativos argumentativos devem ser trabalhadas em sala
de aula.
5) Elaborar uma proposta de solução para o problema abordado: Vale (2,0)
pontos. o aluno irá pontuar (0,5) nessa competência caso não elabore de
forma explícita uma proposta de solução. O aluno irá pontuar (1,0) nesta
competência caso faça um esboço de núcleo de uma proposta de solução.
O aluno irá pontuar (1,5) nesta competência casa Elabore uma proposta
genérica de forma a solucionar o tema da redação. Por fim, o aluno irá
43
pontuar (2,0) nesta competência caso elabore uma proposta coerente e
solução para o tema apresentado.
Neste capítulo, você deve ter aprendido que são diversos os documentos
que regem o ensino em nosso país. Desse modo, o professor deve procurar
obedecer aos pontos que regulam esses documentos para que exerça um bom
desempenho em sala de aula. Além disso, você deve ter visto que existem
diversos pontos que norteiam a correção de uma redação, dentro de inúmeras
competências, sendo assim cabe ao docente escolher a forma de correção que
melhor se aplica a sua turma, para que realize uma avaliação do texto escrito de
forma justa.
44
Executando os Procedimentos de
Diferentes Abordagens nas
Disciplinas de Arte, Língua e
Literatura
Ao término deste Capítulo você será capaz de compreender quais são as
abordagens de ensino das disciplinas de arte, língua e da literatura. Aprender a
aplicar as técnicas vírgulas será de suma importância para o exercício de sua
profissão. A compreensão de tais abordagens de ensino será de grande
relevância para o desempenho de sua profissão. E então? Motivado para
desenvolver mais uma competência? Vamos lá!
45
Técnicas de refacção de textos: uma
abordagem de aperfeiçoamento
Sabe-se que não existe escrita perfeita, mas sim uma constante
reescrita que pode levar um texto à perfeição. Ensinar aos alunos que o
aprimoramento da escrita é um fator importante, é papel do professor de
língua. Sendo assim, durante as aulas de redação é importante que os discentes
tenham a oportunidade de escrever um texto, e após a correção reescrevê-lo,
corrigindo assim eventuais falhas.
Algumas teorias sugerem que a correção das redações dos alunos deve
ser desenvolvida a lápis e não a caneta.
A técnica de reescrita, pode ser utilizada também nas aulas de
literatura, a partir de obras já existentes. Sendo assim, o professor pode sugerir
que o aluno reescreva um conto ou uma crônica, ou parte de algum desses
textos, não sendo necessário muitas vezes que o aluno Reescreva o texto
inteiro.
Sobre a reescrita nas aulas de língua, os parâmetros curriculares
nacionais de língua portuguesa afirmam o seguinte:
46
a constatação das dificuldades inerentes ao ato de escrever textos -
Dificuldades decorrentes da exigência de coordenar muitos aspectos ao
mesmo tempo - requer a apresentação de propostas para os alunos
iniciantes que possam "eliminar" algumas delas para que se
concentrem em outras. É importante que essas situações sejam
planejadas de tal forma que os alunos apenas se preocupem com as
variáveis que o professor priorizou por se relacionarem com o
desenvolvimento do conteúdo em questão. Por exemplo: reescrever ou
para fazer bons textos já repertoriadas mediante leitura; dar começo de
um texto para os alunos continuarem (ou o fim ou o começo); planejar
coletivamente o texto para que depois cada aluno Escreva a sua versão
(ou que o façam em pares ou trios) (1997, p. 74-75).
Sendo assim, o procedimento de reescrita não garante por si só o
aperfeiçoamento dos alunos. Desse modo, o professor exerce um papel
fundamental neste processo de aperfeiçoamento do conhecimento, visto que as
intervenções realizadas pelo docente durante as atividades de correção, que
podem ser realizadas de forma individual ou em grupo, é um elemento-chave
no reconhecimento de erros textuais dos alunos.
Assim, quando o aluno tem seu texto revisado e o passa a limpo, não
repetindo mais o mesmo erro, o procedimento reflete e uma melhora contínua
deste processo de aprendizagem.
47
O professor pode também revisar uma redação juntamente com os
alunos, sem identificar quem foi o discente responsável pelaredação que está
sendo corrigido, evitando deste modo o desconforto do aluno. Logo, durante o
processo de correção coletiva, os educandos podem desenvolver um olhar
crítico sobre o ato da escrita, o que poderá aperfeiçoar o desenvolvimento da
turma durante as produções textuais. O processo de reescrita é um agente
formador de escritores competentes e autônomos.
Durante as aulas de literatura, pode-se trabalhar a técnica de refacção
de textos literários, por exemplo, o professor pode trabalhar um conto com
uma turma, e sugerir que os alunos reescrevam um final para a história.
De acordo com o guia de orientações do programa ler e escrever,
utilizado na rede pública estadual de São Paulo: "a reescrita de histórias
conhecidas em um importante procedimento didático para que os alunos
aprendam a escrever narrativas dos pontos como conhecem o enredo e podem
se apoiar no texto fonte, o desafio refere-se a linguagem. Sua preocupação
enquanto escrevem será buscar a melhor forma de contar aquela história,
utilizando o seu vocabulário, mesmo que algumas palavras sejam
"emprestadas" da história ouvida”. Fonte 2 pontos São Paulo, Secretaria de
Educação. Ler e escrever: guia de planejamento e orientações didáticas;
professor - 3 ano/SEE, FDE; Adaptação do material original. Claudia Rosenberg
48
Aratangy, Ivânia Paula Almeida, Rosalinda Soares Ribeiro de Vasconcelos - 3
ed. São Paulo: FDE, 2010.
Ao propor uma atividade de reescrita de uma obra literária, o professor
deve escolher um texto que respeite o interesse dos alunos. Quantos que
possuem elementos de literatura gótica, são boa opção, tanto para as turmas de
anos finais do Ensino Fundamental, quanto para os alunos do ensino médio.
Alguns contos que podem ser utilizados para essa finalidade, e que possuem
uma boa recepção nas salas de aulas são: O Chamado Cthulhu de Howard
Philiphs Lovecarft, Petúnia de Murilo Rubião, A queda da Casa de Usher -
Edgar Allan Poe, Segundas Núpcias de Coelho Neto, O Jovem Goodman Brown
de E.T.A Ho�man, entre outros.
49
A leitura e a arte: unindo abordagem ao
trabalhar no âmbito de linguagens, códigos
e suas tecnologias
A pintura e a poesia possuem uma relação desde a época de Platão,
assim o efeito sinestésico e o foco na imagem visual advém dos séculos
passados. Desse modo, a relação entre o aspecto verbal e visual fornece aos
alunos uma proposta interdisciplinar, intertextual e que concerne a tradução
intersemiótica.
Mas afinal, o que é a tradução intersemiótica? Como o próprio nome já
nos revela, a tradução intersemiótica surgiu como conceito a partir de estudos
na área de tradução. Podemos afirmar, que os estudos descritivos da tradução,
sofreram diversas modificações ao longo dos séculos, de forma que a produção
significa nos dias de hoje, um processo de interpretação e transposição. Roman
Jakobson o termo “tradução intersemiótica” no ano de 1959. Em seu ensaio
"aspectos linguísticos da tradução", Jakobson define a tradução intersemiótica
como aquela que ocorre de um sistema de signos a outro.
50
Haroldo de Campos (apud PALAZA, 2010, p. 28 ) Afirmou que a:
"tradução será sempre recriação ou criação paralela, autônoma, porém
recíproca". Sendo assim, podemos entender a tradução intersemiótica como a
extensão da atividade crítica que é parte do todo o processo tradutório. Desse
modo, podemos inferir que existe aproximação dos conceitos de tradução e
adaptação.
As comparações entre poesia e pintura existem desde antiguidade.
Desta forma, enquanto a pintura utiliza elementos como: ambiente,
tonalidade, linha e forma que remetem a questões visuais, a poesia se ocupa da
imagem pela exploração da palavra. Neste sentido, a pintura pau-brasil (1924-
1925) de Tarsila do Amaral é irmã da poesia Manifesto pau-brasil, de Oswald de
Andrade, tal relação se deu no período em que Tarsila e Oswald formavam um
par romântico.
51
Oswald de Andrade escreveu um poema intitulado Manifesto pau-brasil
em 1924, que tem relação com esse quadro.
52
Manifesto pau-brasil de Oswald de Andrade
Manifesto pau-brasil
A poesia existe nos fatos. Os casebres de açafrão e de ocre
nos verdes da Favela, sob o azul cabralino, são fatos estéticos.
O Carnaval no Rio é o acontecimento religioso da raça. Pau-Brasil.
Wagner submerge ante os cordões de Botafogo. Bárbaro e nosso.
A formação étnica rica. Riqueza vegetal. O minério.
A cozinha. O vatapá, o ouro e a dança.
Toda a história bandeirante e a história comercial do Brasil.
O lado doutor, o lado citações, o lado autores conhecidos. Comovente.
Rui Barbosa: uma cartola na Senegâmbia. Tudo revertendo em riqueza.
A riqueza dos bailes e das frases feitas. Negras de Jockey. Odaliscas no Catumbi.
Falar difícil.
O lado doutor. Fatalidade do primeiro branco aportado e dominando
politicamente
53
as selvas selvagens. O bacharel. Não podemos deixar de ser doutos.
Doutores. País de dores anônimas, de doutores anônimos.
O Império foi assim. Eruditamos tudo. Esquecemos o gavião de
penacho.
A nunca exportação de poesia. A poesia anda oculta nos cipós
maliciosos da sabedoria. Nas lianas da saudade universitária.
Mas houve um estouro nos aprendimentos. Os homens que sabiam tudo se
deformaram
como borrachas sopradas. Rebentaram.
A volta à especialização. Filósofos fazendo filosofia,
críticos, critica, donas de casa tratando de cozinha.
A Poesia para os poetas. Alegria dos que não sabem e descobrem.
Tinha havido a inversão de tudo, a invasão de tudo : o teatro
de tese e a luta no palco entre morais e imorais. A tese deve ser decidida
em guerra de sociólogos, de homens de lei, gordos e dourados como Corpus
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Juris.
Ágil o teatro, filho do saltimbanco. Agil e ilógico. Ágil
o romance, nascido da invenção. Ágil a poesia.
A poesia Pau-Brasil. Ágil e cândida. Como uma criança.
Uma sugestão de Blaise Cendrars : – Tendes as locomotivas cheias,
ides partir. Um negro gira a manivela do desvio rotativo em que estais. O
menor descuido vos fará partir na direção oposta ao vosso
destino.
Contra o gabinetismo, a prática culta da vida. Engenheiros em vez
de jurisconsultos, perdidos como chineses na genealogia das idéias.
A língua sem arcaísmos, sem erudição. Natural
e neológica. A contribuição milionária de todos
os erros. Como falamos. Como somos.
Não há luta na terra de vocações acadêmicas.
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Há só fardas. Os futuristas e os outros.
Uma única luta – a luta pelo caminho. Dividamos: Poesia de importação.
E a Poesia Pau-Brasil, de exportação.
Houve um fenômeno de democratização estética nas
cinco partes sábias do mundo. Instituíra-se o naturalismo. Copiar.
Quadros de carneiros que não fosse lã mesmo, não prestava.
A interpretação no dicionário oral das Escolas de Belas
Artes queria dizer reproduzir igualzinho… Veio a pirogravura. As meninas
de todos os lares ficaram artistas. Apareceu a máquina fotográfica.
E com todas as prerrogativas do cabelo grande, da caspa e da misteriosa
genialidade
de olho virado – o artista fotógrafo.
Na música, o piano invadiu as saletas nuas, de folhinha na parede.
Todas as meninas ficaram pianistas. Surgiu o piano de manivela, o piano de
patas. A pleyela. E a ironia eslava compôs para a pleyela. Stravinski.
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A estatuária andou atrás. As procissões saíram
novinhas das fábricas.
Só não se inventou uma máquina de fazer versos –
já havia o poeta parnasiano.
Ora, a revolução indicou apenas que a arte voltava para as
elites. E as elites começaram desmanchando. Duas fases: 10) a deformação
através do impressionismo, a fragmentação, o caos voluntário.
De Cézanne e Malarmé, Rodin e Debussy até agora. 20)
o lirismo, a apresentação no templo, os materiais, a inocência
construtiva.
O Brasil profiteur. O Brasil doutor. E a coincidência da primeira construção
brasileira no movimento de reconstrução geral. Poesia Pau-Brasil.
Como a época é miraculosa, as leis nasceram do próprio
rotamento dinâmico dos fatores destrutivos.
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A síntese
O equilíbrio
O acabamento de carrosserieA invenção
A surpresa
Uma nova perspectiva
Uma nova escala.
Qualquer esforço natural nesse sentido será bom. Poesia Pau-Brasil
O trabalho contra o detalhe naturalista – pela síntese; contra
a morbidez romântica – pelo equilíbrio geômetra e
pelo acabamento técnico; contra a cópia, pela invenção
e pela surpresa.
Uma nova perspectiva.
A outra, a de Paolo Ucello criou o naturalismo de apogeu. Era uma ilusão
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ética. Os objetos distantes não diminuíam. Era uma lei
de aparência. Ora, o momento é de reação à
aparência. Reação à cópia. Substituir a
perspectiva visual e naturalista por uma perspectiva de outra ordem:
sentimental,
intelectual, irônica, ingênua.
Uma nova escala:
A outra, a de um mundo proporcionado e catalogado com letras nos livros,
crianças nos colos. O redame produzindo letras maiores que torres.
E as novas formas da indústria, da viação, da aviação.
Postes. Gasômetros Rails. Laboratórios e oficinas técnicas.
Vozes e tics de fios e ondas e fulgurações. Estrelas familiarizadas
com negativos fotográficos. O correspondente da surpresa física
em arte.
A reação contra o assunto invasor, diverso da finalidade. A
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peça de tese era um arranjo monstruoso. O romance de idéias,
uma mistura. O quadro histórico, uma aberração. A escultura
eloquente, um pavor sem sentido.
Nossa época anuncia a volta ao sentido puro.
Um quadro são linhas e cores. A estatuária são volumes
sob a luz.
A Poesia Pau-Brasil é uma sala de jantar domingueira, com passarinhos
cantando na mata resumida das gaiolas, um sujeito magro compondo uma
valsa
para flauta e a Maricota lendo o jornal. No jornal anda todo o presente.
Nenhuma fórmula para a contemporânea expressão do mundo.
Ver com olhos livres.
Temos a base dupla e presente – a floresta e a escola. A raça
crédula e dualista e a geometria, a algebra e a química logo
depois da mamadeira e do chá de erva-doce. Um misto de "dorme
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nenê que o bicho vem pegá" e de equações.
Uma visão que bata nos cilindros dos moinhos, nas turbinas elétricas;
nas usinas produtoras, nas questões cambiais, sem perder de vista o
Museu Nacional. Pau-Brasil.
Obuses de elevadores, cubos de arranha-céus e a sábia preguiça
solar. A reza. O Carnaval. A energia íntima. O sabiá. A hospitalidade
um pouco sensual, amorosa. A saudade dos pajés e os campos de aviação
militar. Pau-Brasil.
O trabalho da geração futurista foi ciclópico. Acertar
o relógio império da literatura nacional.
Realizada essa etapa, o problema é outro. Ser regional e puro em sua
época.
O estado de inocência substituindo o estada de graça que pode
ser uma atitude do espírito.
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O contrapeso da originalidade nativa para inutilizar a adesão acadêmica.
A reação contra todas as indigestões de sabedoria. O
melhor de nossa tradição lírica. O melhor de nossa demonstração
moderna.
Apenas brasileiros de nossa época. O necessário de química,
de mecânica, de economia e de balística. Tudo digerido. Sem meeting
cultural. Práticos. Experimentais. Poetas. Sem reminiscências
livrescas. Sem comparações de apoio. Sem pesquisa etimológica.
Sem ontologia.
Bárbaros, crédulos, pitorescos e meigos. Leitores de jornais.
Pau-Brasil. A floresta e a escola. O Museu Nacional. A cozinha, o minério
e a dança. A vegetação. Pau-Brasil.
Correio da Manhã, 18 de março de 1924 (Fonte:
https://www.portalsaofrancisco.com.br/obras-literarias/poemas-oswald-de
-andrade#4)
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https://www.portalsaofrancisco.com.br/obras-literarias/poemas-oswald-de-andrade#4
https://www.portalsaofrancisco.com.br/obras-literarias/poemas-oswald-de-andrade#4
O movimento pau-brasil é um poema de Oswald de Andrade, que se
destacou dentre os movimentos modernistas, na primeira fase do Modernismo
no Brasil, o qual tinha cunho patriótico.
Tal movimento se iniciou com a publicação do livro intitulado
pau-brasil de Oswald de Andrade e, bem como a pintura de mesmo título de
Tarsila do Amaral, que na época era esposa de Oswald.
Assim verifica-se que a pintura de Tarsila do Amaral, se trata de uma
tradução intersemiótica do poema de Oswald de Andrade. Final de modo que
Literatura e Arte se correlacionam nestas duas obras do modernismo
brasileiro, as quais podem ser utilizadas tanto nas aulas de arte, quanto nas
aulas de literatura, pois correspondem a um aspecto importante da
competência de linguagens, códigos e suas Tecnologias, na qual a disciplina de
língua portuguesa e de arte estão presentes.
Neste capítulo você deve ter aprendido que existem diversas técnicas
que permeiam a reescrita de textos, as quais podem ser utilizadas em sala de
aula. Sendo assim, o docente pode desenvolver em sua classe e, práticas de
reflexão de textos que poderão englobar tanto redações de textos
dissertativos-argumentativos, entre outras, quanto reflexões de obras
literárias (contos, crônicas e etc). De forma que a leitura e a escrita passaram a
ser trabalhadas em sala de aula de forma interativa. Além disso, você deve ter
visto que a Literatura e a arte estão correlacionadas as vírgulas um exemplo
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disso é o poema pau-brasil de Oswald Andrade, que recebeu uma ilustração em
tela feita por Tarsila do Amaral, sendo que tal pintura pode ser considerada
uma tradução intersemiótica da obra de Andrade. E então, você gostou do que
lhe foi ensinado neste capítulo? Então vamos para a próxima unidade!
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ATENÇÃO
Por motivos de não publicação dos e-books da disciplina de
Teorias e Metodologias do Ensino da Arte e Literatura no
Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) das instituições que são
mantidas pelo grupo SER EDUCACIONAL, foi criado este PDF para
facilitação dos estudos dos alunos! As devidas referências não
foram feitas pois a própria instituição não as disponibilizou no
Ambiente Virtual de Aprendizagem. Por este motivo, fica
RESTRITO o compartilhamento deste material apenas aos alunos
da instituição que estejam pagando esta disciplina. Qualquer
compartilhamento além deste, será de responsabilidade do
indivíduo!
Obrigado!
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