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Interpretação quanto ao sujeito que faz 1. Quanto ao sujeito a interpretação se divide em autêntica, doutrinária e judicial. · Autêntica: a interpretação é autêntica quando é feita pelo próprio legislador. Ex.: o art. 327 do CP define funcionário público. É uma interpretação que conferirá melhor entendimento aos artigos antecedentes, que tratam dos crimes contra a administração pública. · Doutrinária: é feita pelos escritores de direito, em seus comentários às leis. · Judicial: É a que deriva dos órgãos judiciários (juízes e tribunais). Não tem força obrigatória (com exceção da súmula vinculante). Interpretação quanto aos meios empregados 1. Quanto aos meios a interpretação se divide em gramatical (literal ou sintética) e teleológica (ou lógica). · Gramatical: quando se recorre ao dizer das palavras. · Teleológica: É a que consiste na indagação da vontade ou intenção objetivada na lei. A interpretação teleológica se vale dos seguintes elementos: ratio legis, sistemático, histórico, Direito Comparado, extrapenal e extrajurídico. · Ratio legis: é a razão finalística que é alcançada quando se considera o bem jurídico a ser protegido. · Sistemático: a interpretação é feita olhando para outras normas do ordenamento jurídico que tratam dos mesmos preceitos. · Histórico: O intérprete procura a origem da lei, estuda a sua evolução e modificações antes de cuidar do exame dos aspectos de que se reveste no texto atual. · Direito comparado: É de interesse saber como determinada regra é exposta em outros países. · Extrapenal: deve-se olhar para o contexto social. A lei, para cumprir sua finalidade reguladora dos fatos sociais, deve ajustar-se à ininterrupta mobilidade da vida. · Extrajurídico: Por vezes, os conceitos jurídicos são insuficientes para estabelecer a vontade da norma, sendo necessário o exame de elementos extrajurídicos. 2. Se ocorrer contradição entre as conclusões da interpretação literal e lógica, deverá a desta prevalecer, uma vez que atenda às “exigências do bem comum” e aos “fins sociais” a que a lei se destina. Interpretação quanto ao resultado 1. Quanto ao resultado a interpretação pode ser declarativa, restritiva ou extensiva. · Declarativa: correspondência entre a letra e a vontade da lei. · Extensiva: Diz-se extensiva a interpretação quando o caso requer que seja ampliado o alcance das palavras da lei para que a letra corresponda à vontade do texto (para que a letra alcance um maior manancial de situações fáticas). · Restritiva: quando a lei diz mais do que desejava dizer. Deve-se restringir o alcance do texto. Interpretação progressiva 1. Interpretação progressiva, adaptativa ou evolutiva é a que se faz adaptando a lei às necessidades e concepções do presente. 2. Assim, por exemplo, as expressões “doença mental” e “coisa móvel”, dos arts. 26 e 155 do CP, devem ser interpretadas segundo os progressos da Psiquiatria e da Indústria. JESUS, Damásio de. Parte geral – arts. 1 ao 120 do CP. Vol 1. Atualizador: André Estefam. 37 ed. – São Paulo: Saraiva Educação, 2020.
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