Buscar

Terapêutica - Receituário e Prescrição de Medicamentos

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Vinícius Bandeira | @viniciusbdentista
Normas de prescrição de
medicamentos
A Denominação Comum Brasileira (DCB) é
uma nomenclatura oficial, em língua portuguesa,
de fármacos ou princípios ativos utilizados no país,
que foram aprovados pela Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (Anvisa), órgão federal
subordinado ao Ministério da Saúde.
Atualmente, a lista da DCB conta com mais
de 10 mil nomes genéricos, utilizados nas
prescrições por profissionais habilitados, em
registros e manipulação de medicamentos,
licitações, legislação e qualquer forma de trabalho
ou pesquisa científica. A lista da DCB é atualizada
periodicamente pela Anvisa, em função de
inclusões, alterações e exclusões de fármacos ou
princípios ativos.
Tipos de receitas
Toda e qualquer indicação do uso de medicamentos a
um paciente, seja qual for a finalidade, deve ser feita na forma
de receita, em talonário próprio de receituário, por profissional
habilitado.
Com base no Art. 6° da Lei no 5.081/66, o
cirurgião-dentista tem competência para
prescrever e aplicar especialidades farmacêuticas
de uso interno e externo, indicadas em
odontologia.
O cirurgião-dentista poderá fazer suas
prescrições utilizando dois tipos de receitas:
a receita comum e a receita de controle especial.
● Receita comum: empregada na prescrição
de medicamentos de referência ou
genéricos, ou quando se deseja selecionar
fármacos ou outras substâncias,
quantidades e formas farmacêuticas, para
manipulação em farmácias.
● Receita de Controle Especial: utilizada na
prescrição de medicamentos à base de
substâncias sujeitas a controle especial, de
acordo com a Portaria no 344/98, da
Anvisa.
Normas legais para a prescrição de
medicamentos
O Art. 35 da Lei no 5.991/733 estabelece que a
receita deve ser concluída quando:
1. estiver escrita à tinta,* de modo legível,
observadas a nomenclatura e o sistema de
pesos e medidas oficiais;
2. contiver o nome e o endereço residencial do
paciente;
obs.: a receita pode ser manuscrita ou informatizada.
De próprio punho, somente a data e a assinatura do
profissional.
3. contiver descrito o modo de usar do
medicamento;
4. contiver a data e a assinatura do profissional,
o endereço do consultório ou da residência e
o número de inscrição do respectivo Conselho
Profissional.
Em relação aos genéricos, a RDC n° 10/2001
estabelece os seguintes critérios:
1. No âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS),
as prescrições pelo profissional responsável
adotarão obrigatoriamente a Denominação
Comum Brasileira (DCB) ou, na sua falta, a
Denominação Comum Internacional (DCI).
2. Nos serviços privados de saúde, a prescrição
ficará a critério do prescritor, podendo ser
pelo nome genérico ou comercial (fantasia),
que deverá ressaltar, quando necessária, a
intercambialidade.
Como prescrever por meio de uma
receita comum?
Identificação do profissional
Quando o cirurgião-dentista exerce suas
atividades em clínica privada, o talonário próprio
para receituário deverá conter:
● Seu nome;
● Sua(s) especialidade(s);
● Seu número de inscrição no Conselho
Regional (CRO) e o endereço do local de
trabalho e/ou residência;
O número do telefone para contato é optativo e não
há restrição quanto a cor do papel do talonário.
Quando o profissional atua em serviços
públicos de saúde, o talonário próprio para
Terapêutica | Odontologia UFPE (2021.1)
Vinícius Bandeira | @viniciusbdentista
receituário deverá conter o nome e o endereço da
instituição.
Neste caso, o nome do cirurgião-dentista e seu
respectivo número de inscrição no CRO devem ser
informados logo abaixo da data e assinatura. Para isso,
cada profissional deverá possuir seu próprio carimbo
com esses dados.
Cabeçalho
O cabeçalho de uma receita deverá conter o
nome e o endereço do paciente e a forma de uso
do medicamento, que pode ser interno ou
externo.
O medicamento é de uso interno somente quando
for deglutido, ou seja, quando passar através do tubo
gastrintestinal, como é o caso dos comprimidos, cápsulas,
drágeas, soluções orais, suspensões, xaropes, elixires, etc.
Todas as demais formas farmacêuticas são de uso
externo (comprimidos sublinguais, soluções para
bochechos, pomadas, cremes, supositórios, soluções
injetáveis).
Inscrição
A inscrição de uma receita comum deverá conter:
● O nome do medicamento, que pode ser o
nome genérico ou o do fármaco de
referência (original), se o prescritor assim
desejar.
● A concentração (quando esta não for
padrão):
No caso da prescrição de amoxicilina, na forma
de suspensão oral, deve-se acrescentar sua
concentração, pois no mercado farmacêutico são
encontradas suspensões orais de amoxicilina nas
concentrações de 125, 200, 250, 400 e 500 mg/5
mL. Ao contrário, quando se prescreve uma
solução oral de penicilina V, não é preciso
acrescentar sua concentração (400.000 U.I. /5 mL),
por ser a única forma de apresentação.
● A quantidade:
2 (duas) caixas, 1 (um) frasco, etc. Quando o
medicamento puder ser fracionado: 4
comprimidos, 6 drágeas, 12 cápsulas, etc.
Orientação
Destina-se ao paciente, com as informações
de:
● Como fazer uso da medicação,
● Especificando as doses;
● Os horários das tomadas ou aplicações
dos medicamentos;
● E a duração do tratamento;
Deve ser escrita por extenso, evitando-se
abreviaturas.
A receita também poderá conter as
precauções com relação ao uso da medicação,
como não ingerir bebidas alcoólicas durante o
tratamento, não ingerir com leite, não deglutir a
solução, etc.
No caso das intervenções cirúrgicas
odontológicas que exigem cuidados
pós-operatórios por parte do paciente, como não
fazer bochechos de qualquer espécie nas primeiras 24 h,
evitar esforço físico, exposição demorada ao sol, etc., ou
orientações relativas à dieta alimentar, essas
informações deverão estar contidas fora do
corpo da prescrição de medicamentos, numa
folha de receituário anexa ou por meio de
impressos explicativos.
Data e assinatura do profissional
A data e a assinatura (ou rubrica) do
profissional devem ser acrescentadas ao final da
receita, à tinta e de próprio punho.
Outras recomendações
A prescrição de formulações magistrais para
manipulação em farmácias deve ser feita em
duas folhas do talonário separadas. A primeira
deverá conter apenas a solicitação da
preparação da formulação ao farmacêutico; a
segunda, trazer as orientações ao paciente para
o uso da medicação.
Deve-se registrar a medicação prescrita no
prontuário clínico, que poderá servir como prova
legal em caso do uso indevido da mesma.
Na prescrição de ansiolíticos do grupo dos
benzodiazepínicos, a receita comum deverá ser
acompanhada da notificação de receita do tipo
B, de cor azul, para a dispensação do
medicamento nas farmácias.
…
Terapêutica | Odontologia UFPE (2021.1)
Vinícius Bandeira | @viniciusbdentista
Receita de Controle Especial
A receita de controle especial deve ser
preenchida em duas vias, com os dizeres:
“1ª via ‒ Retenção da Farmácia ou Drogaria” e
“2ª via ‒ Orientação ao Paciente”.
Tem validade em todo o território nacional.
Pode ser informatizada, desde que obedeça ao
modelo que consta em um dos anexos da
Portaria no 344/98.
Os medicamentos sujeitos a controle especial, em sua
maioria, contêm princípios ativos capazes de produzir
modificações nas funções nervosas superiores, sendo
distribuídos em diferentes listas da Portaria n° 344/98, cuja
prescrição está sujeita à receita de controle especial ou à
notificação de receita.
De interesse para a odontologia, as
preparações à base de codeína e tramadol
constam na lista A-2 das substâncias
entorpecentes, sujeitas à notificação de receita
“A”, de cor amarela. Entretanto, caso a quantidade
desses princípios ativos não exceda a 100 mg por
unidade posológica, a prescrição fica sujeita
apenas à receita de controle especial, em duas
vias.
Essa mesma Portaria n° 344/982 traz outra
Lista, denominada “C1” (outras substâncias
sujeitas a controle especial), da qual agora fazem
parte os anti-inflamatórios seletivos para a
cicloxigenase-2 (COX-2), onde se enquadram o
celecoxibe e o etoricoxibe, empregados em
odontologiapara a prevenção e o tratamento de
processos inflamatórios agudos, cuja prescrição
também deve ser feita pela receita de controle
especial, em duas vias.
No cabeçalho, além do endereço, deverão ser
incluídos dados de idade e sexo do paciente, com
o objetivo de aperfeiçoar o monitoramento do
perfil farmacoepidemiológico do uso de
antimicrobianos no país.
Em resumo, os medicamentos sujeitos a
controle especial, de uso odontológico, podem ser
prescritos e dispensados por meio da receita de
controle especial ou da receita comum, ambas
em duas vias, sendo a segunda via retida nas
farmácias ou drogarias.
Relação de medicamentos à base de
substâncias sujeitas a controle especial,
com indicação na clínica odontológica.
Nome
genérico
Grupo
farmacológico
Indicação em
odontologia
Amitriptilina Antidepressiv
o tricíclico
Tratamento
da dor crônica
da ATM
Codeína Analgésico de
ação central
Controle da
dor
Tramadol Analgésico de
ação central
Controle da
dor
Dextropropoxi
feno
Analgésico de
ação central
Controle da
dor
Hidrato de
cloral
Hipnótico-sedativo Sedação em
crianças
Levomeproma
zina
Neuroléptico Sedação em
crianças
Periciazina Neuroléptico Sedação em
crianças
Celecoxibe Anti-inflamatório
não esteroide
Controle da
dor e edema
Etoricoxibe Anti-inflamatório
não esteroide
Controle da
dor e edema
Notificação de receita
É o documento que autoriza a dispensação
de medicamentos à base de outras substâncias
que também estão sujeitas a controle especial,
com base nas listas da Portaria n° 344/98.
De interesse para a clínica odontológica, são
apresentadas as normas de preenchimento da
notificação de receita “B”, que deve acompanhar
a receita comum por ocasião da prescrição dos
benzodiazepínicos, empregados para a sedação
mínima de crianças, adultos e idosos.
Notificação de receita “B” (azul) – Exigida na
dispensação de substâncias psicotrópicas que constam
na lista B1 (p. ex., todos os benzodiazepínicos).
Terapêutica | Odontologia UFPE (2021.1)
Vinícius Bandeira | @viniciusbdentista
O documento deverá conter os seguintes
itens e características, devidamente impressos,
de acordo com a Portaria no 344/98.
1. Sigla da Unidade da Federação;
2. Identificação numérica: a sequência numérica será
fornecida pela Autoridade Sanitária competente dos
Estados, Municípios e Distrito Federal;
3. Identificação do emitente: nome do profissional com o
número de sua inscrição no CRO, com a sigla da
respectiva Unidade Federativa; ou nome da instituição,
endereço completo e telefone. Esses dados podem ser
impressos na gráfica autorizada ou inseridos por meio de
carimbo;
4. identificação do usuário: nome e endereço completo do
paciente
5. nome do medicamento ou substância: de acordo com a
forma da DCB, com sua dosagem ou concentração,
forma farmacêutica, quantidade (em algarismos arábicos
e por extenso) e posologia
6. data da emissão;
7. assinatura do prescritor;
8. identificação do comprador, que necessariamente não
precisa ser o próprio usuário: nome completo,
documento de identificação, endereço e telefone;
9. identificação do fornecedor: nome e endereço completo,
nome do responsável pela dispensação e data do
atendimento;
10. identificação da gráfica: nome, endereço e CGC
impressos no rodapé de cada folha do talonário. Deverão
constar, também, a numeração inicial e final concedida
ao profissional ou instituição e o número da autorização
para confecção de talonários emitida pela Vigilância
Sanitária local.
Referência
Eduardo Dias de Andrade.
Terapêutica Medicamentosa em Odontologia.
3ª Edição.
São Paulo: Artes Médicas, 2014.
Terapêutica | Odontologia UFPE (2021.1)

Continue navegando