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PLANO DE CONTAS • Conceito Imaginem, por exemplo, a gigantesca quantidade de transações que ocorrem diariamente e alteram o patrimônio de empresas como o Banco do Brasil, Usiminas, Vale. Cada transação (obtenção de empréstimo, saque de recursos, pagamento de despesas, depósitos bancários etc.) que altera o patrimônio deve ser registrada em conta específica, que melhor representa o evento. Toda empresa possui uma relação de contas já predeterminada, customizada, de acordo com as características e natureza de seu negócio. Essa relação de contas é denominada PLANO DE CONTAS. PLANO DE CONTAS Quando de sua elaboração, o Plano de Contas deve contemplar os seguintes três objetivos: a) Atender às necessidades dos usuários internos (administradores) das informações contábeis da empresa; b) Atender aos Princípios de Contabilidade e à legislação a qual a entidade deve obedecer (Lei nº 6.404/76, Normas Brasileiras de Contabilidade); c) Ser compatível com as normas expedidas por órgãos regulares específicos (Bacen, ANEEL etc.), caso aplicável. Resumindo: PLANO DE CONTAS é uma relação padronizada, ordenada, codificada, customizada de contas, previamente estabelecido, que norteia o registro dos fatos contábeis de determinada entidade, além de servir de parâmetro para a elaboração das demonstrações financeiras Plano de Contas •Segundo os itens 40, 41 e 42 da ITG–1000 – Interpretação Técnica Geral–1000 – Modelo Contábil para Microempresa e Empresa de Pequeno Porte, aprovada pela Resolução CFC nº 1418/12, as Microempresas e Empresas de Pequeno Porte devem ter plano de contas mesmo que simplificado, o qual deve conter, no mínimo, 4 níveis Basicamente, a montagem adequada de um Plano de Contas deve levar sempre em consideração a necessidade de atendimento aos usuários da informação contábil. O Plano de Contas deve ser elaborado por um profissional especializado na área contábil, através de um estudo prévio, considerando-se os seguintes aspectos: a) conhecimento adequado do tipo do negócio da empresa; b) porte da empresa, volume e tipo de transações; c) recursos materiais disponíveis na empresa ou da parte de quem vai processar o sistema contábil; d) necessidade de informação dos usuários, internos ou externos, especialmente quanto ao grau de detalhamento e saldos das transações mais relevantes para a gerência dos negócios. Não se pode perder de vista que o plano a ser elaborado precisa conter os detalhes mínimos exigidos para efeito da legislação do Imposto de Renda, para os seus acionistas ou para terceiros. Mas, prioritariamente, o Plano de Contas deve atender às necessidades de informação da administração da empresa. CODIFICAÇÃO A codificação deve ser feita de acordo com a estrutura do Plano de Contas e que permita que se identifique, sem permeio, as contas patrimonial e de resultado. A atribuição de códigos às contas deve levar em conta o tamanho da empresa e o tipo de equipamento utilizado para a contabilização. Desta forma, as grandes empresas costumam ter até 18 dígitos para cada conta. Para as pequenas empresas, por sua vez, 4 dígitos são suficientes para a elaboração de um bom plano. Quando da codificação das contas, a estrutura adotada deve deixar condições - espaço - para inúmeros acréscimos, levando-se em consideração a possibilidade futura de inserção de novas contas. A codificação das contas, além de agilizar naturalmente o trabalho de classificação dos documentos, é elemento indispensável par efeito do processamento de dados. X. X. X. XX. XXX > 5º grau (3 dígitos que indicam a conta objeto de lançamento) > 4º grau (2 dígitos que indicam as divisões da subcontas) > 3º grau (1 dígito que indica o sub-grupo) > 2º grau (1 dígito que indica o grupo) > 1º grau (1 dígito que indica a estrutura) Níveis e Grau das Contas ESTRUTURA E CLASSIFICAÇÃO DAS CONTAS PATRIMONIAIS A estrutura básica das contas patrimoniais e de resultados deve ser a seguinte: 1. Ativo; 2. Passivo e PL; 3. Receitas; 4. Despesas. • De acordo com a Lei nº 6.404/76, com as alterações da Lei nº 11.638/2007 e Medida Provisória nº 449/2008, as contas serão classificadas segundo os elementos do patrimônio que registrem, e agrupadas de modo a facilitar o conhecimento e a análise da situação financeira da companhia. • No ativo, as contas serão dispostas em ordem decrescente do grau de liquidez dos elementos nelas registrados, nos seguintes grupos: 1.1. Ativo Circulante; 1.2. Ativo Não Circulante 1.2.1. Realizável a Longo Prazo; 1.2.2. Investimentos; 1.2.3. Imobilizado; 1.2.4. Intangível. • No passivo e no patrimônio líquido, por sua vez, as contas serão dispostas em ordem decrescente de exigibilidade, apresentando o seguinte grupamento: 2.1. Passivo Circulante; 2.2. Passivo Não Circulante; • Nota: Com as alterações da Lei nº 11.638/2007 e MP nº 449/2008, os grupos Passivo Exigível a Longo Prazo e Resultado de Exercícios Futuros, desaparecem, pois foram incorporados, como subgrupos no Passivo não circulante. 2.3. Patrimônio Líquido; 2.3.1. Capital de Social; 2.3.2. Reserva de Capital; 2.3.3. Ajustes de Avaliação Patrimonial; 2.3.4. Reservas de Lucros; 2.3.5. Ações em Tesouraria; 2.3.6. Prejuízos Acumulados. • Segundo a Lei das S.A., conforme modificação introduzida pela Lei nº. 11.638/07, o lucro líquido do exercício deve ser integralmente destinado de acordo com os fundamentos contidos nos arts. 193 a 197 da Lei das S.A. • A referida Lei não eliminou a conta de lucros acumulados nem a demonstração de sua movimentação, que devem ser apresentadas como parte da demonstração das mutações do patrimônio líquido. • Essa conta, entretanto, tem natureza absolutamente transitória e deve ser utilizada para a transferência do lucro apurado no período, para a contrapartida das reversões das reservas de lucros e para as destinações do lucro. Plano de Contas O plano de contas é feito através de códigos, e cada conta contábil tem um determinado número ou código e os seus diversos graus, e cada grau possui um significado. Para ficar mais claro, veja o exemplo a seguir: 1º grau (dígito que indica a estrutura) 1 – Ativo 2 – Passivo e Patrimônio Líquido 3 – Receita e Deduções da Receita 4 – Custos e Despesas 2º grau (dígito que indica o grupo das contas) 1.1 – Ativo Circulante 1.2 – Ativo não Circulante 2.1 – Passivo Circulante 2.2 – Passivo não Circulante 2.3 – Patrimônio Líquido Plano de conta 3º grau (dígito que indica o subgrupo) 1.1.1 – Disponibilidades 1.1.2 – Clientes 2.1.1 – Fornecedores 2.1.2 – Obrigações Trabalhistas e Previdenciárias 4º grau (dígito que indica a composição do subgrupo) 1.1.1.1 – Caixa 1.1.1.2 – Bancos 1.1.1.3 – Aplicação Financeira 2.1.1.1 – Fornecedores 5º grau (de dois ou mais dígitos e indica a conta que receberá o registro, ou seja, o lançamento) 1.1.1.1.1 – Caixa Geral 1.1.1.2.1 – Banco A 1.1.1.2.2 – Banco B 2.1.1.1.1 – Fornecedor A 2.1.1.1.2 – Fornecedor B CONTAS • CONCEITO DE CONTA Os elementos patrimoniais (bens, direitos, obrigações, receitas e despesas) de uma entidade são representados por meio de CONTAS. Contas são nomes técnicos dados a elementos patrimoniais, os quais são determinados com base na natureza desses elementos. O nome de uma conta é aquele que melhor representa a natureza de um elemento, de forma a permitir que o usuário da informação contábil entenda o que a conta representa. Assim, por exemplo, se uma empresa concede um empréstimo a um de seus diretores, o direito que a empresa tem de ser reembolsada pelo diretor pode ser representado por uma conta no ativo com o nome “Empréstimo à diretoria”. Todos os fatos contábeis promovidos por uma entidade, tais como vendas, compras, obtenção de empréstimo, pagamento de salários, são registrados em suas respectivas contas TEORIA DAS CONTAS Alguns estudiosos da Contabilidade criaram teorias para classificar e explicar a diferença entre as naturezas das contas contábeis. Das três principais teorias, destaca-sea Teoria Patrimonialista. • Teoria Patrimonialista Essa teoria também é conhecida como Teoria Moderna da Contabilidade, sendo a mais utilizada no Brasil. Essa teoria considera o patrimônio como objeto da contabilidade, e classifica as contas da seguinte forma: a) Contas Patrimoniais: São as contas representativas dos bens, dos direitos, das obrigações e do patrimônio líquido da entidade; b) Contas de Resultado: São as contas que representam as receitas, custos e despesas da entidade. CONTAS RETIFICADORAS • Contas retificadoras são as contas de natureza inversa à do grupo no qual são registradas, causando efeito redutor do saldo do grupo, podendo, portanto, serem denominadas contas redutoras • As contas retificadoras do ativo têm natureza credora e têm como finalidade reduzir saldos dos ativos a que estão vinculadas aos seus prováveis valores de realização. • Exemplo: “Perdas estimadas em créditos de liquidação duvidosa - PECLD”, “Perdas estimadas por desvalorização de estoque”, “Perdas estimadas de investimentos” CONTAS RETIFICADORAS • As contas retificadoras do passivo têm natureza devedora e têm como finalidade reduzir saldos dos passivos a que estão vinculadas aos seus prováveis valores presentes de desembolso. • Devido à natureza credora do grupo patrimônio líquido, as contas retificadoras desse grupo também têm natureza devedora. Exemplos: “Juros a transcorrer” no passivo, “Ações em tesouraria” e “Prejuízos Acumulados” no patrimônio líquido. CONTAS DE COMPENSAÇÃO • CONTAS DE COMPENSAÇÃO As contas de compensação constituem uma forma de controle alternativo ao sistema patrimonial. As contas patrimoniais (ativo, passivo e patrimônio líquido) registram os eventos que alteraram o patrimônio da empresa, enquanto as contas de compensação servem exclusivamente para controle de determinados eventos, sem fazer parte do patrimônio. CONTAS DE COMPENSAÇÃO • Assim, as contas de compensação são um conjunto de contas de uso facultativo e destinado a finalidades internas da empresa, funcionando como controle de valores que não são registrados no balanço patrimonial, mas que normalmente são informados nas notas explicativas às demonstrações financeiras. • Portanto, as contas de compensação constituem fonte de informações que podem ser utilizadas em relatórios gerenciais e nas notas explicativas. • São exemplos de eventos que podem ser registrados e controlados em contas de compensação: valor dos bens do ativo imobilizado segurados; contratos de avais, hipotecas, alienações fiduciárias; bens dados como garantia; mercadorias recebidas em consignação; entre outros. Natureza das Contas Podemos resumir a natureza das contas e os efeitos dos registros de débitos e créditos: Contas Natureza Saldo da Conta Aumenta com Diminui com Ativo devedora débito crédito Passivo credora crédito débito Patrimônio líquido credora crédito débito Receita credora crédito débito Despesa e Custo devedora débito crédito ELEMENTOS DE UMA CONTA • TÍTULO CONTÁBIL: é o nome da Conta atribuído de acordo com a natureza do elemento patrimonial que ela identifica. Contém uma parte literal e um código; • DATA: é a data do registro da movimentação ocorrida no patrimônio. • HISTÓRICO: é o resumo da ocorrência verificada no patrimônio. • COLUNA DE DÉBITO: são os registros de entrada dos recursos na conta. • COLUNA DE CRÉDITO: são os registros de saídas dos recursos na conta. • COLUNA DE SALDO: é a diferença entre o total de débitos e créditos de uma conta. Pode apresentar os seguintes saldos: • saldo devedor: quando o débito é maior que o crédito; • saldo credor: quando o crédito é maior que débito. • saldo nulo (zero): quando o débito é igual ao crédito.
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