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Antigeno e Anticorpo

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Imunologia 
Kevilly Ramos – Nutrição UFPI 
 
 
 
 
Imunógenos e Antígenos 
A resposta imune devido a exposição a estímulos 
não-próprios; O não-próprio provoca uma resposta 
- Antígeno: é qualquer agente capaz de se ligar 
especificamente a componentes da resposta imune, 
tais como linfócitos e anticorpos solúveis. 
- Imunógeno: é qualquer agente capaz de induzir 
uma resposta imunológica 
“Todo imunógeno é um antígeno, mas nem todo 
antígeno é um imunógeno.” 
Exigências para a Imunogenicidade 
- Ser estranho: quanto mais estranha mais 
imunogênica; 
- Ter alto peso molecular; 
- Ter complexidade química: os anticorpos podem 
reconhecer as 4 estruturas de organização das 
proteínas; 
- Capacidade de ser degradado: 
• Processamento antigênico: os antígenos 
são apresentados aos linfócitos T pelas 
células APC”s através do MHCI ou 
MHCII; 
• Peptídeos compostos por D-aminoácidos 
resistentes à degradação não são 
imunógenos; 
• A substância têm que ser suscetível à 
degradação parcial durante o 
“processamento” de antígenos por APC”s 
- Outros requisitos: Composição química do 
indivíduo; Repertório de células T e B do 
indivíduo; Dosagem / via de apresentação; 
 
 
 
 
 
 
Haptenos 
- São substâncias que falham na indução de uma 
resposta imune devido ao seu baixo peso molecular 
e à sua simplicidade química; 
- Tornam-se imunogênicos se conjugados com 
carreadores de peso molecular alta e estrutura 
complexa 
- Haptenos não são imunogênicos; 
 
Epitopos Antigênicos 
- É a menor parte do antígeno capaz de ligar-se a 
anticorpos; 
- Substâncias podem apresentar 1 ou + epítopos 
capazes de reagir com componentes do sistema 
imune; 
- A resposta imune direcionada contra essas 
substâncias envolve a produção de anticorpos ou 
geração de células específicas para a maioria ou 
todos os epítopos; 
 
 
 
 
Antígenos e anticorpos 
Imunologia 
Kevilly Ramos – Nutrição UFPI 
 
Reconhecimento de Antígenos por células B 
e T 
 
Classes principais de antígenos 
Podem ser: 
- Carboidratos (polissacarídeos): potencialmente, 
mas nem sempre, imunogênicos; 
Ex: sistema ABO. 
- Lipídeos: raramente imunogênicos. Pode ser 
induzido se associado a carreadores; 
- Ácidos nucléicos: também não são muito 
imunogênicos a não ser quando associados a 
carreadores; 
- Proteínas: quase todas são muito imunogênicas 
(quanto maior o grau de complexidade da proteína, 
mais vigorosa será a resposta imune contra ela). 
 
Ligação entre antígeno e anticorpo ou 
células T antígenos específicas 
- É importante enfatizar que a ligação de antígenos 
e anticorpos ou células imunocompetentes não 
envolve ligações covalentes. 
- As ligações podem envolver interações 
eletrostáticas, hidrofóbicas, pontes de hidrogênio e 
forças do tipo van de Valls. 
- Uma vez que estas ligações são fracas, o 
“encaixe” entre antígeno e sítio complementar no 
seu receptor tem de envolver uma área grande o 
suficiente para permitir a adição total de todas as 
possíveis interações disponíveis 
Reatividade imunológica cruzada 
- Denota uma situação em que duas ou mais 
substâncias com diferentes graus de dessemelhança 
compartilham epítopos. Isto levaria, portanto, a 
uma reação com componentes da resposta imune 
induzida contra qualquer dessas substâncias. 
Ex: Utilização de toxóides em vacinas; infecção prévia 
de vaccínia protege contra varíola; 
- ADJUVANTE: (“ajudar”): é uma substância que 
aumenta a resposta imune contra um imunógeno 
quando misturado a este. 
OBS: Aumenta a resposta imune, mas não confere 
imunogenicidade para haptenos. - Sulfato de 
potássio e alunínio - alúmen 
 
Anticorpos 
- Glicoproteínas solúveis produzidas por linfócitos 
B e células plasmáticas após a estimulação com 
uma macromolécula (antígeno). 
- Têm a capacidade de se ligar ao antígeno, 
pertencem a um grupo de grandes polipeptídios 
chamados imunoglobulinas (separação 
eletroforética). 
- Molécula com uma forma semelhante à letra Y. 
- Interação Ag – Ac se dá através de forças não 
covalentes (ligações de hidrogênio, atração 
eletrostática e força de van der Waals) 
- Imunoglobulinas são expressas como moléculas 
secretadas (plasmócitos) ou moléculas ligadas à 
membrana (células B virgens) onde serve de 
receptor específico para o antígeno. 
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Kevilly Ramos – Nutrição UFPI 
 
 
Requisitos para participação no SI 
- Especificidade: conferida por uma região definida 
da molécula de anticorpo que contém regiões 
hipervariáveis; determinantes de 
complementariedade (CDR); 
- Atividade biológica: neutralização de toxinas ou 
de vírus, imobilização de microrganismos, a 
aglutinação, a aglutinação, formação de 
precipitados com antígenos solúveis (fagocitose, 
NK), ativação do complemento. 
“As diferenças nas atividades biológicas 
dependem das estruturas dos anticorpos que 
definem os isótipos.” 
Estrutura 
- A imunoglobulina pode ser dividida em duas 
porções: 
• Fab: onde ocorre a ligação com o Ag. 
• Fc: cristalizável (funções biológicas) 
- Tratamentos enzimáticos podem clivar a 
molécula de imunoglobulina: 
• Papaína: 3 fragmentos (2 Fab, 1Fc). 
• Pepsina: 2 fragmentos F(ab’)2 e vários 
subfragmentos Fc. 
Composição dos Anticorpos 
- Presentes no soro; 
- Ac são compostos de polipeptídios com regiões: 
• Região variável (Fab) 
 
 
• Região constante (Fc) 
• Cadeias pesadas 
• Cadeias leves 
- Massa 150 – 200 kDa 
- 4 cadeias polipeptídicas 
• 2 leves 
• 2 pesadas 
- Cada cadeia tem segmentos relativamente 
estáveis ou constantes (C), que controlam as 
funções efetoras da molécula. 
- Há também uma zona na qual a sequência de 
aminoácidos varia enormemente: regiões variáveis 
(V). 
- Conteúdo de carboidrato: 2 – 12% 
- Ligações dissulfeto 
- Domínios (numerados de acordo com a cadeia). 
 
Variabilidade e Hipervariabilidade nos 
Anticorpos 
- Algumas áreas da molécula de imunoglobulina 
possuem as mesmas sequências de aminoácidos, ou 
sequências similares, em outras há um pico de 
variação na escolha dos aa. 
- As regiões de variabilidade (3 em cada cadeia leve 
e pesada) são denominadas: regiões hipervariáveis 
ou determinantes de complementaridade (CDRs). 
 
Sítio de Ligação Ag 
- Variam na forma 
- Variam nas propriedades físicas 
- Baseados em forças não covalentes 
- Nem todos os CDR fazem contato com Ag 
 
 
Imunologia 
Kevilly Ramos – Nutrição UFPI 
 
Imunoglobulinas 
- As imunoglobulinas consistem em dois tipos de 
cadeias polipeptídicas, uma cadeia leve (L) e uma 
cadeia pesada (H). 
- Cada cadeia L é ligada a uma cadeia H por uma 
ponte de sulfeto, e as cadeias H são ligadas entre si 
por pelo menos uma ponte de sulfeto. 
- Tanto a cadeia pesada quanto a cadeia leve 
consistem em uma região variável e uma região 
constante. 
- A região variável da cadeia pesada tem o mesmo 
comprimento que a da cadeia leve, enquanto a 
região constante é cerca de três vezes maior. 
- Uma característica estrutural comum dos 
domínios das imunoglobulinas é a presença de dois 
folhas largas de fitas beta antiparalelas. 
- Muitas cadeias laterais hidrófobas são fortemente 
envolvidas por estes filamentos, que são unidos por 
uma ligação de sulfeto. Este tema estrutural 
repetido é chamado de dobramento de 
imunoglobulina. 
- Os domínios C (constantes) contêm três fitas beta 
em uma folha e quatro na oposta. Os domínios V 
(variáveis) são similares, exceto pela adição de 
duas fitas beta em uma das alças. 
IgG 
– Mais abundante (10g/l) 
- Sangue, linfa e nos líquidos cerebroespinal e 
peritoneal; 
 – 3 domínios constantes na cadeia H (γ); 
– Monômero: 4 subclasses: IgG1, IgG2, IgG3 (7 
dias), IgG4; todas as outros 23 dias, (90%); 
– Principal Ig dos espaços extravasculares 
– Transferência placentária – exceção da IgG2 
– Fixa Complemento 
– Opsonina – ‘preparar para comer” 
 – ADCC – a IgG focaliza asNK em seus alvos 
– Neutraliza toxinas: isotipo de escolha p/ 
imunização passiva 
– Neutraliza vírus 
 
Alótipos e Idiótipos 
- Alótipos: determinados marcadores genéticos 
presentes nas regiões C das cadeias H, resultantes 
de diferenças em um ou dois aminoácidos, 
distinguem indivíduos de uma mesma espécie. 
- Idiótipos: são marcadores que surgem de 
diferenças através da combinação única de 
aminoácidos que constituem o local de combinação 
do anticorpo, e são específicos para um 
determinado anticorpo (Regiões V) 
 
IgM 
- Primeiro Ac produzido 
- Possui um domínio CH a mais, Pentâmero 
(Macroglobulina) 
- Resposta primária (baixa afinidade) 
- Predominante nos espaços intravasculares 
- Encontrada na superfície de células, junto com 
IgD, serve de BCR 
- Não atravessa a placenta. Sintetizada à partir do 5 
meses de vida fetal. 
- Não neutraliza vírus ou toxinas. 
Imunologia 
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- Ativam complemento, são isoemaglutininas 
(ABO), aglutinação. 
Obs.: Níveis elevados de IgM normalmente indicam 
uma infecção recente ou uma exposição recente do Ag. 
Níveis elevados no feto indicam infecção congênita ou 
perinatal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
IgA 
- 2ª mais abundante no soro (monomérica) 
– Ocorre como monômero e como dímero (2 mol. 
unidas por um peptídeo) 
– Principal Ig secretada para superfícies externas 
(mucosas) 
Lágrimas, saliva, suco gástrico e secreções 
pulmonares principal no colostro e no leite 
– Não fixa Complemento 
– Neutraliza vírus 
– Bactericida contra Gram-negativas, na presença 
de lisozima. 
 
IgD 
– Concentrações séricas baixas 
– Vida curta 
– Menos caracterizada das imunoglobulinas do 
ponto de vista funcional 
– Sensível à proteólise 
– Está na superfície do LB 
– Não liga Complemento 
 
 
 
 
 
 
 
IgE 
– Monômero longo com 4 domínios CH 
– Baixa concentração no soro 
• Liga via porção Fc em basófilos e 
mastócitos (Não requer a presença do 
antígeno para se ligar) 
– Indivíduos saudáveis, os níveis de IgE são baixos 
(mg/l) – Reações alérgicas 
 
Imunologia 
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- Níveis aumentam na resposta a parasitas ou 
pacientes com hipersensibilidade do tipo I; 
– Interação mastócito / IgE / Ag, causa a ativação 
do mastócito com efeitos vasculares potentes 
localizados. 
– Infecções parasitárias (Helmintos) 
• Ligação via Fc aos eosinófilos 
– Não fixa Complemento, não aglutina. 
 
 
Função dos Anticorpos 
- Na defesa do hospedeiro: 
• Marcação de organismos infecciosos 
• Recrutamento, no hospedeiro de 
mecanismos efetores de destruição 
• Neutralização de toxinas 
• Remoção de antígenos estranhos da 
circulação 
- Na medicina clínica: 
• Níveis de Ac específicos antipatógeno 
usados no diagnóstico/monitoramento de 
uma doença; 
• Conjunto de Ac administrados 
passivamente para a terapia/proteção do 
hospedeiro; 
- Em laboratórios científicos: 
• Diagnostico 
• Pesquisa 
- Neutralizante: se liga ao patógeno e impede de 
interagir com membrana celular; é o processo que 
transforma as moléculas invasoras inofensivas; 
- Opsonização: revestimento patógeno por 
proteínas sistema imune; nesse processo o 
anticorpo se une ao antígeno e produz um 
complexo antígeno-anticorpo, ajudando a induzir a 
fagocitose; 
- Ativação complemento: as proteínas são 
ativadas e causam a ruptura da membrana de 
organismos invasores.

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