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A Black Friday surge, nos Estados Unidos, como uma ação promocional na quarta sexta-feira do mês de novembro, que seguiria o tradicional feriado do “Thanksgiving”, que traduzido fica como dia de ação de graças (4; 5). Essa sexta-feira não é um feriado nos Estados Unidos, porém, é um período que já está arraigado na cultura do país (5). 
3 Com origem no mercado norte-americano, a BF pode ser considerada uma ação promocional de vendas anual, na qual as lojas físicas e on-line oferecem promoções de diversos produtos durante 24 horas. A BF chegou ao Brasil em 2010, e depois de cinco temporadas gerou muita controvérsia.
Os resultados mostraram que a BF se tornou, para alguns varejistas, a data mais importante do ano em termos de vendas, levando muitas empresas a repensar seu planejamento comercial e financeiro para maximizar os ganhos dessa ação estratégica.
4 Com o advento do capitalismo, o mercado do consumo torna-se cada vez maior, surgindo vários mecanismos para atrair o consumidor e aumentar a quantidade de vendas. No Brasil, não foi diferente e, ano após ano, uma considerável ferramenta promocional passou a ganhar relevância em nosso país, ferramenta está conhecida como Black Friday ou, em português, “sexta-feira negra”, cuja origem é norte-americana e significa uma ação promocional de vendas anual, que ocorre na 4ª sexta-feira do mês de novembro, na qual as lojas físicas e on-line disponibilizam promoções de diversos produtos durante 24 horas, mostrando-se um relevante dia de vendas no varejo brasileiro, que chegou em 2010 pelo site Busca Descontos e, desde então, cresce exponencialmente, batendo recorde de vendas ano a ano.
1 https://www.tandfonline.com/doi/full/10.1080/20932685.2022.2085600?scroll=top&needAccess=true
PETERS, Cara; THOMAS, Jane. Black Friday: Has the game changed?. Journal of Global Fashion Marketing, v. 13, n. 4, p. 344-359, 2022.
When asked about whether they believed Black Friday had changed since they originally started shopping the holiday, most of the informants said the event had, in fact, changed. Overall, the informants explained that the changes to Black Friday had made the shopping day less impactful for consumers. 
Simply put, for many of the informants, issues with in-store shopping on Black Friday, such as aggressive consumers fighting over products, stock outs, and long check-out lines have caused a bit of frustration. Combine those frustrations with stores extending Black Friday sales to multiple days, and then add in a breadth of easy-to-access, online shopping alternatives, the result is that retailer strategies have “taken away from the experience” (Kristen, 22). And because consumers value the social nature of shopping on that day and the deep discounts that come with a one-day sale, Black Friday has become less impactful for consumers who had originally viewed it as a fun, engaging adventure.
So to today’s consumers, the extension of Black Friday has migrated beyond one day to multiple days and includes both in-store and online shopping. Furthermore, when the discounts were extended to several days, the informants perceived the discounts to be lower than when Black Friday was just a single day.
Again, the informants explained that the pandemic has also contributed to lessening the impact of the shopping holiday. Mostly the informants explained that shoppers are afraid to get sick from being in larger crowds in retail stores. And they generally feel safer shopping online from home, in addition to online shopping being very convenient.
Some of the informants also talked about the role of store policies during the pandemic, which were restricting space, such as the number of shoppers allowed in the store at one time and requiring social distancing throughout the store, as negatively impacting the in-store aspects of Black Friday shopping.
And while consumers were moving more online for Black Friday shopping prior to the pandemic, the trend was exacerbated with the potential for safety issues and people wanting to avoid getting exposed to others while shopping.
The informants who had done online shopping for Black Friday explained that the breadth of websites and products, search functions, and discounts online were the primary benefits driving online shopping on Black Friday.
Interestingly, when probed, most of the informants who talked about online shopping also talked about shopping in stores on Black Friday. From these comments, it appeared that consumers were doing more multi-channel shopping over an extended period of time, whereas they typically shopped in stores on one day in the past. Several informants talked about how, in today’s world, shopping is always both in-store and online. Furthermore, these comments suggested that doing more multi-channel shopping, may potentially result in purchasing more products.
The common thread that existed among the responses from the informants was that the economy was likely going to impact Black Friday shopping going forward. The informants discussed things like monetary payments from the government as potentially increasing spending. But, at the same time, people losing their jobs, rising prices, and other negative aspects of the economy would also impact Black Friday shopping.
These informants argued that, as people feel the negative effects of the economy, they may focus on a smaller number of high quality purchases, as opposed to buying larger quantities of lower quality items that they do not really need. This perspective suggests that as the economy tightens, people may be more aware of their conspicuous consumption and purchase less on Black Friday accordingly.
Consumers are no longer motivated as strongly by Black Friday sales in stores, as they once were, due to the impact of the pandemic, more days to shop, and available online shopping alternatives. Furthermore, the role of the economy and cultural trends have also contributed to a changing of the rules for Black Friday in the minds of consumers.
2 http://www.scielo.edu.uy/scielo.php?pid=S1688-42212022000201213&script=sci_arttext
Persuasão e emoções: fraudes ao consumidor na Black Friday Brasil
TUYANI ARAÚJO SOARES, Sarah; MODESTO, João Gabriel. Persuasão e emoções: fraudes ao consumidor na Black Friday Brasil. Ciencias Psicológicas, v. 16, n. 2, 2022.
A Black Friday no Brasil é um evento controverso. Apesar de ter como objetivo proporcionar grandes promoções, o evento recebe diversas reclamações relacionadas a fraude ao consumidor, principalmente no quesito maquiagem de preço/propaganda enganosa. Por esse motivo, consumidores brasileiros apelidaram o evento de Black Fraude.
Modelo de Probabilidade de Elaboração (ELM) - O ELM propõe que a persuasão se dá a partir da ativação de duas rotas cognitivas: central e periférica. Central – exige maior consciência do indivíduo, maiores informações do produto, e maior envolvimento do consumidor. Periférica - menos consciência, mais atrativo, persuasão, emoção, autoridade, estética
Sabe-se que as emoções são fenômenos de grande relevância em processos persuasivos.
O ELM propõe quatro maneiras pelas quais as emoções podem influenciar atitudes por meio da cognição primária. Em primeiro lugar, quando a elaboração do indivíduo é baixa, as emoções podem servir como simples indicações. Isto é, quando uma pessoa não está muito envolvida em uma mensagem persuasiva, as emoções podem ter impacto na mudança de atitude, pois se a mensagem estiver associada a um sentimento positivo, provavelmente essa mensagem será mais apreciada e considerada do que se fosse associada a um sentimento negativo (Petty & Briñol, 2014).
Em segundo lugar, quando a elaboração é alta, as emoções podem servir de argumentos. Isto é, quando um indivíduo se encontra muito envolvido com uma mensagem, todas as informações relevantes naquele contexto serão julgadas. Logo, se as reações emocionais de um indivíduo forem julgadas como relevantes, as emoções podem favorecer a mudança de atitude em relação à mensagem (Petty& Briñol, 2014).
Em terceiro lugar, quando a elaboração é alta, as emoções podem influenciar também na cognição. Ou seja, as emoções podem melhorar a recuperação de informações emocionalmente congruentes com a mensagem persuasiva e inibir emoções incongruentes para aquele momento. Nesse sentido, se um indivíduo apresentar pensamentos positivos, isso influenciará na interpretação das mensagens de forma mais favorável (Petty & Briñol, 2014).
Por último, as emoções podem influenciar a quantidade de pensamento quando a elaboração é sem restrições. Em uma situação de elaboração sem restrições, o indivíduo ainda não tem ideia exata da relevância pessoal da mensagem e com isso não tem compreensão da elaboração da mensagem, se será alto ou baixo. Nesse contexto, as emoções podem influenciar a forma como o indivíduo vai codificar a mensagem, ou seja, a emoção vai indicar se a mensagem será elaborada a partir da rota central ou periférica (Petty & Briñol, 2014).
Tendo em vista a importância da influência das emoções na persuasão, as empresas buscam, a partir de mensagens persuasivas, mudar o estado de ânimo ou associar produtos e marcas com respostas afetivas positivas.
De maneira geral, o evento da Black Friday apresentou sentimentos negativos, totalizando 55,17 % do total dos tweets da análise de sentimentos. Nota-se que essas emoções negativas podem estar relacionadas à vivência de fraude (ex. categoria fraude) bem como à percepção de impossibilidade de comprar (ex. categoria ausência de dinheiro).
Apesar da predominância de emoções negativas na análise do evento, chama atenção a categoria Percepção de Promoções com apenas 15,2 % de emoções negativas. Levando em consideração que a Black Friday é um evento no qual as pessoas buscam promoções, quando as encontram, tendem apresentar felicidade, o que corrobora com o fato da maioria dos tweets dessa categoria serem positivos.
Considerando que o objetivo da Black Friday é proporcionar promoções, o evento pode apresentar distrações, como por exemplo, diversas mensagens persuasivas com descontos. 
Sobre a categoria Atitude frente à Black Friday, observou-se que 75,1 % apresentaram sentimentos negativos, indicando atitude negativa em relação ao evento. A Black Friday no Brasil tem, em parte, sua popularidade negativa por conta das reclamações relacionadas à fraude ao consumidor ao longo das edições.
o fato de um consumidor ter uma atitude negativa antes do evento pode reduzir a elaboração das mensagens e, embora diminua as chances de cair em uma fraude, pode favorecer com que não perceba possíveis promoções durante o evento. (isso pode afastar novos clientes em lojas, a black friday ter fama negativa poderia piorar a situação do coméricio).
Sobre a categoria Percepção de Promoções, diferente das categorias Fraude e Atitude frente à Black Friday, prevaleceram emoções positivas. Conforme mencionado, essas emoções positivas podem ser explicadas pelo fato do evento envolver uma busca por promoções e boas oportunidades de compra. Ou seja, as pessoas ficam felizes se as expectativas aparentemente são atingidas.
3 https://www.researchgate.net/profile/Alberto-Guerra-3/publication/312328239_Black_Friday_como_ferramenta_de_promocao_de_vendas_um_estudo_de_multicaso_no_varejo_brasileiro/links/587a935608ae9275d4deed48/Black-Friday-como-ferramenta-de-promocao-de-vendas-um-estudo-de-multicaso-no-varejo-brasileiro.pdf
GUERRA, Alberto Alexandre Carreras; NIELSEN, Flávia Angeli Ghisi. Capítulo 3-Black Friday como ferramenta de promoção de vendas: um estudo de multicaso no varejo brasileiro. Varejo Competitivo, v. 20, p. 47-67, 2016.
Com origem no mercado norte-americano, a BF pode ser considerada uma ação promocional de vendas anual, na qual as lojas físicas e on-line oferecem promoções de diversos produtos durante 24 horas. A BF chegou ao Brasil em 2010, e depois de cinco temporadas gerou muita controvérsia.
Os resultados mostraram que a BF se tornou, para alguns varejistas, a data mais importante do ano em termos de vendas, levando muitas empresas a repensar seu planejamento comercial e financeiro para maximizar os ganhos dessa ação estratégica.
Em 2012, os recordes de faturamento e número de lojas participantes superaram as expectativas e, em 2014, esse evento foi ainda fortalecido com milhares de ofertas, descontos e promoções de lojas com até 80% de desconto, confirmando sua adesão por parte dos brasileiros.(...) Na prática, para quem é do varejo a BF tem sido uma ação tão relevante nos últimos anos que na maioria das empresas a data já é considerada inclusive para a elaboração do orçamento anual de vendas.
Para Garner (2002), Shimp (2002), Blessa (2006), Zenone e Buairide (2005) e Jaber e Goggins (2013), dentre os principais métodos de promoção de vendas do composto do marketing, destaca-se o desconto, de fácil entendimento e grande apelo ao consumidor, sendo uma forma de adquirir novos compradores, mas também criar alguns problemas para os lojistas, pois raramente ajuda a construir uma relação de longo prazo com a marca.
Atualmente a temporada de compras de final de ano nos Estados Unidos é aberta com a BF, que acontece na última sexta-feira de novembro, logo após o feriado do Dia Ação de Graças.
Existem várias teorias sobre a origem do termo, todos associados ao dia de ação de graças. Ou como um dia em que haveria muito tráfego de pessoas e carros, que parariam as cidades, ou como a saída do vermelho para o negro, indicando melhora econômica para as lojas
A partir do século 21, com as crises financeiras e as dívidas hipotecárias nos Estados Unidos, o perfil de compras no período de BF nos Estados Unidos começou a mudar. Os consumidores ficaram inseguros com a economia e começaram a buscar descontos para economizar dinheiro. 
Outro fato negativo marcou a BF: os consumidores brasileiros nas redes sociais e nos sites de reclamação do consumidor, como o Reclame Aqui, publicaram milhares de queixas acerca de falsas promessas de descontos de até 70% e apelidaram a BF, de forma irônica, de “Black Fraude”
É muito comum, dentro das táticas aplicadas pelos varejistas ao longo dos anos, utilizar a redução de preço por curtos períodos como forma de trazer resultados rápidos de vendas (SHIMP, 2002; MATTAR, 2011; KOTLER, 2012; PARENTE, 2014), que é um fenômeno observado em datas consagradas, como a Black Friday. O desconto de preços é uma das ferramentas de maior entendimento e adesão pelos consumidores, pois segundo Jaber e Goggins (2013), oferece benefício econômico imediato ao consumidor. Além disso, pode gerar algum impacto nas crenças dos compradores em relação ao varejista, uma vez que tende a reforçar sentimentos e emoções positivas da relação à lembrança da marca. Garner (2002) acrescenta que fortes cortes de preços, como o desconto, pode ser uma forma de adquirir 22 novos compradores, inclusive aqueles que não adquiriram a marca antes. Shimp (2002) apresenta como vantagem adicional o aumento de tráfego e vendas. Entretanto, Garner (2002) alerta que a busca por resultados de curto prazo pelos varejistas com a repetição de ação de descontos, apesar de atrair novos compradores, pode levar a um “vício” dos consumidores por comprar produtos somente em promoção e, assim, deixar de criar um relacionamento de lealdade com a marca. Kotler (2012) acrescenta que a prática contínua de desconto pelos varejistas pode saturar o mercado e tornar difícil “desacostumar” os consumidores aos preços com descontos.
Após cinco temporadas da BF no Brasil, analisando as diversas publicações ao longo destes anos (agência de notícias Reuters, revista Exame, o Diário do Comércio e Indústria & Serviços, Claro, E-Commerce News), somadas as respostas dos questionários dos executivos das seis empresas pesquisadas é possível observar evidências de que a BF destacase no calendário promocional do varejo brasileiro e apresenta-se como uma importante ferramenta de promoção de vendas baseada em descontos. Ao mesmo tempo, observa-se uma maior preocupação por parte dos varejistas no que diz respeito à preparaçãoe planejamento mais bem estruturado para o evento, indicando a relevância atual e a potencialidade futura, e finalmente, o modelo da BF brasileira apresenta-se em formato diferente do modelo americano no que diz respeito à credibilidade junto ao consumidor, adesão dos diversos seguimentos de varejo e a sua maturidade.
4 https://editoraforum.com.br/wp-content/uploads/2020/04/PF_RFDC_23.pdf#page=65
SANTOS, Thayanny Teixeira. Práticas abusivas e publicidades enganosas na Black Friday no contexto do direito do consumidor brasileiro. RFDC, p. 63 - 85, 2020.
Com o advento do capitalismo, o mercado do consumo torna-se cada vez maior, surgindo vários mecanismos para atrair o consumidor e aumentar a quantidade de vendas. No Brasil, não foi diferente e, ano após ano, uma considerável ferramenta promocional passou a ganhar relevância em nosso país, ferramenta está conhecida como Black Friday ou, em português, “sexta-feira negra”, cuja origem é norte-americana e significa uma ação promocional de vendas anual, que ocorre na 4ª sexta-feira do mês de novembro, na qual as lojas físicas e on-line disponibilizam promoções de diversos produtos durante 24 horas, mostrando-se um relevante dia de vendas no varejo brasileiro, que chegou em 2010 pelo site Busca Descontos e, desde então, cresce exponencialmente, batendo recorde de vendas ano a ano.
Com base nos dados do Reclame AQUI (www.reclameaqui.com.br)(...) a BF do ano de 2018, no dia 23 de novembro, data oficial do evento, teve 5.607 reclamações, número esse maior que no ano de 2017, que teve 3,5 mil reclamações.
Entre o período do dia 21 de novembro de 2018 até o dia 31 de janeiro de 2019, os números de problemas aumentaram e foram computadas 97.281 reclamações, e, como previsto, o atraso na entrega liderou o ranking de principais motivos de queixas após o evento. Isso porque os consumidores permaneceram fazendo reclamações até mesmo depois da data da BF
Além desse canal, existe a Fundação PROCON (Programa de Proteção e Defesa do Consumidor), que similarmente verificou as irregularidades apresentadas na BF, e as principais queixas foram sobre produtos ofertados não disponíveis, mudanças de preço logo após a finalização da compra, pedidos cancelados após o fim da venda, páginas bloqueadas devido ao congestionamento nos sites, lentidão do servidor, desrespeito aos prazos de entrega dos produtos, preços abusivos, sites de fachadas e maquiagem de descontos – inclusive essa foi a reclamação mais feita no PROCON no ano de 2015, com cerca de 28,3% de queixas, que oportunamente fizeram com que esse evento fosse caracterizado como “black fraude”, muito conhecido como “metade do dobro”, pois o vendedor anuncia 50% de desconto em um produto que já foi superfaturado 100% em época anterior, motivando a realização das compras pelos mesmos preços e não com descontos, aproveitando-se do momento de euforia da época para aplicar golpes aos consumidores mais desavisados e desatentos.
Nesse diapasão, demonstraremos algumas das práticas abusivas motivadoras dessas reclamações na Black Friday, a começar pela chamada “maquiagem nos preços”, que ocorre quando o fornecedor aumenta absurdamente o preço das suas mercadorias mais vendidas na semana da BF, com posterior redução, objetivando ludibriar o consumidor, praticando conduta abusiva, violando o Código de Defesa do Consumidor (CDC), vez que a época em questão é mais propícia para vendas, e a expectativa de descontos é maior para conseguir certa aquisição. Trata-se de uma forma enganosa de publicidade, que se utiliza da técnica denominada de “chamariz” para atrair o consumidor de forma enganosa, apresentando falsos descontos.
Devido a essa prática tornar-se costumeira nos primeiros anos de realização do evento no país, a BF acabou sendo apelidada de “Black Fraude”: tudo pela metade do dobro
Muitas reclamações dos consumidores também dizem respeito a uma técnica enganosa de publicidade que se utiliza da “informação distorcida”, vez que atraem o consumidor com um prazo de entrega fictício, quando o próprio estabelecimento já sabe de antemão que não será capaz de cumprir com o prazo.
Outra forma enganosa de publicidade utilizada na BF diz respeito ao anúncio que traz ambiguidade.
No atual panorama, a Black Friday está em constante crescimento no país e, com isso, são praticadas cada vez mais enganosidades para com os consumidores. Para evitar que estes não caiam mais nessas fraudes, é importantíssimo que certas atitudes sejam tomadas, como: prestar muita atenção e analisar bem o site, o produto, o valor do frete e o tempo de entrega, ficando atento aos detalhes, já que os mesmos podem passar despercebidos, devido a expectativa do momento, fazendo com que uma compra que seria tão desejada se torne uma frustração.
Daí ser indispensável, antes de fazer uma compra em uma loja virtual que anuncie praticar descontos de BF, verificar se a mesma aderiu ao programa da câmara-e.net ou se pode ser encontrada na listagem de “evite esses sites”, mantida e atualizada constantemente pelo Procon-SP
De toda sorte, tendo em vista que não existe selo análogo para os estabelecimentos comerciais físicos, incumbe ao próprio consumidor exercer a função de fiscalizador da autenticidade das informações promocionais divulgadas no âmbito da Black Friday, devendo acautelar-se antes de optar pela aquisição de produtos durante o evento.
Seja qual for o meio pelo qual se pretende comprar um produto, é imprescindível pesquisar os preços na concorrência, e verificar se a oferta está clara ou não, caso em que se deve questionar o fornecedor, e, se for o caso, denunciá-lo. Além disso, o ideal é procurar pela reputação do estabelecimento, fazer uma pesquisa prévia sobre eventuais reclamações da empresa no Reclame AQUI, e buscar na própria internet depoimentos de outros consumidores e amigos nas redes sociais sobre a loja em que deseja comprar.
Outra forma de potencializar a realização de boas compras durante esse período é pesquisar os valores cobrados pelos produtos regulares antes do evento e os comparar com os preços no período da promoção. Além de fazer a comparação entre os preços oferecidos pelas empresas participantes e não participantes da Black Friday, para que o consumidor possa ter um parâmetro de quais produtos realmente estão com descontos verídicos.
5 https://journals.sagepub.com/doi/full/10.1177/0973258614545019
BELL, Gina Castle et al. Investigating the celebration of Black Friday as a communication ritual. Journal of Creative Communications, v. 9, n. 3, p. 235-251, 2014.
Black Friday is the Friday following Thanksgiving Day in the United States (US), resulting in Black Friday occurring between the 23rd and the29th of November.
Although Black Friday is not an official holiday, it has become a universally understood part of American culture.
The combination of having the day after Thanksgiving off and being courted by retailers’ low prices has traditionally produced a substantial surge in consumer presence at brick-and-mortar stores.
This study explores the meaningfulness of Black Friday to the consumers who participate in the event at brick-and-mortar stores. The theoretical framework used to study Black Friday is ‘communication ritual’. We position Black Friday as a ritual practice, which is performed annually in the US. Rituals produce latent, if not obvious, impacts on participants and outcomes.
However, our focus is on the repetitive, symbolic, sacred role of ritual through participation in Black Friday as a major annual event in the US.
We propose that ritual provides a means of becoming more customer-centric in marketing because: it provides insight into meanings guiding behaviours (for example, what is the symbolic meaning guiding the actions?); it reveals important values held by the customer (for example, what sacred objects are acknowledged through the ritual?); and it yields insight into some predictable consumer behaviours (for example, what is the structured sequence of the acts performed?). Our study of the communication ritual on Black Fridayprovides a means of better understanding how patterned behaviour is girded by a culturally informed system of meaning.
By learning what patterns people are enacting and the reasons for enacting those behaviours, marketing strategies may more effectively align with customer actions and the motivations for those actions. In addition to aligning with customer actions and motivations, retailers can also engage ritual to ‘create strong and distinctive brand values’ that can extend beyond the ritual itself (Gilde et al. 2011, p. 629). In other words, a better understanding of Black Friday as a communication ritual can promote better sales during the Black Friday ‘holiday’ and throughout the rest of the fiscal year.
Of particular concern to marketers are the sacred objects shoppers acknowledged celebrating through this ritual: materialism, relational bonding, Christmas and tradition.
First, the materialistic drive to get a ‘good deal’ suggests that customers would welcome materialistic ‘perks’ for waiting outside. For example, offering deals (through physical coupons or quick response [QR] code scans on smart phones) for special discount only for the Black Friday shoppers waiting outside a specific store or shopping within a specific store at that time would serve as a motivator for shoppers to go to that store. If marketing strategies can be employed during those hours which heighten the customer excitement and perception of getting a good deal, visiting that particular brick-and-mortar store may become part of their holiday shopping rituals.
The data on relational bonding suggest that the Black Friday event provides a venue for celebrating relational bonds. Marketers could respond to this consumer value and promote customer-centricity by enhancing opportunities to promote relational bonds. Small games or contests could be organized for customers waiting outside the store. For example, the largest family group waiting among the guests outside could receive a prize. Trivia sheets could be completed in groups to ‘earn’ additional discounts. Store floor plans could be distributed to consumers waiting outside to facilitate team ‘game plans’ for shopping. Group pictures could be made and given to shoppers congregating outside. For stores catering to primarily male consumers, retailers can capitalize on the parallels between Black Friday ‘camping’ to traditional camping and to tailgating. Hot chocolate or warm apple cider could be provided. Shoppers who do not prefer to pass the time this way would not need to participate. 
The third sacred object identified was that of Christmas. Retailer recognition of the Christmas holiday could be accomplished before the store opened by holding performances outside the store. For example, an occasional Christmas carol could be sung, Santa’s sleigh could make a journey through the parking area with Santa waving at the waiting customers or dramatic readings of Christmas poems or stories could be performed. Once the customers pass through the doors, they are focused on getting the shopping work accomplished. During the wait outside, many would likely welcome some holiday spirit.
Finally, shoppers celebrate tradition through Black Friday. Due to online shopping opportunities, the actual need to journey to a brick-and-mortar store has become obsolete. It is important for retailers to recognize that a recollection of traditions from bygone years is drawing some customers. The store can enact annual attractions such as those just mentioned that become part of the tradition. In doing so, the store can establish longer-term relationships with the consumers at a time when most retailers are ignoring them.
6 https://www.infomoney.com.br/consumo/black-friday-tem-desempenho-fraco-em-2023-apontam-dados-de-vendas/
O e-commerce brasileiro registrou queda no número de vendas e faturamento na Black Friday 2023.
Da 0h de quinta-feira (23) às 23h59 de domingo (26) foram realizados um total de 8,2 milhões de pedidos, queda de 16,3% em comparação ao mesmo período de 2022.
os dados mostram que o consumidor está concentrando menos as compras na data oficial da Black Friday e, em vez disso, tem distribuído os gastos durante o mês – no “Esquenta Black Friday” ou “Black November”.
O Reclame Aqui informou que a Black Friday 2023 foi a edição com maior volume de reclamações desde a estreia da data no Brasil. Até as 23h59 da sexta-feira (24), 12.141 queixas haviam sido registradas no site, um crescimento de 30% em relação a 2022 e o maior número de reclamações desde 2014, que bateu 12 mil reclamações.
7 https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91585/codigo-de-defesa-do-consumidor-lei-8078-90
8 ética a nicômaco

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