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Imunidade Inata

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Imunologia 
Kevilly Ramos – Nutrição UFPI 
 
 
 
 
“A imunidade inata ou natural consiste de 
mecanismos que existem antes da infecção, que são 
capazes de rápidas respostas aos microrganismos e 
que reagem do mesmo modo às infecções 
repetidas. É mais geral, reconhece padrões.” 
 
Imunidade Inata X Adquirida 
 
Características 
- A imunidade inata é a primeira etapa essencial na 
defesa do hospedeiro contra as infecções. 
- Os componentes da imunidade inata reconhecem 
estruturas que são compartilhados por vários tipos 
de micróbios e não estão presentes em células 
hospedeiras. 
- Os componentes da imunidade inata têm evoluído 
para reconhecer estruturas de micróbios que são 
muitas vezes essenciais para a sobrevivência e 
infectividade desses micróbios. 
- Os receptores do sistema imune inato são 
codificados na linhagem germinativa e não são 
produzidos por recombinação somática de genes. 
- O sistema imune inato não reagir contra o 
hospedeiro; não reage ao próprio. 
- O sistema imunitário inato responde da mesma 
maneira para repetir o encontro com um micróbio, 
ao passo que o sistema imune adaptativo responde 
 
 
 
 
de forma mais eficiente para cada encontro 
sucessivo com um micróbio. 
- A especificidade das imunidades inata e 
adquirida. A tabela resume as características 
importantes da especificidade e dos receptores das 
imunidades inata e adquirida, com exemplos 
selecionados ilustrados. Ig, Imunoglobulina 
(anticorpo); TCR, receptor de célula T. 
- Os dois principais tipos de reações do sistema 
imunológico inato são a inflamação e a defesa 
antiviral. 
- Inflamação: consiste no acúmulo e na ativação 
de leucócitos e proteínas plasmáticas em locais de 
infecção ou lesão tecidual. Essas células e proteínas 
atuam em conjunto para matar, sobretudo, 
microrganismos extracelulares e para eliminar 
tecidos danificados. 
- Defesa antiviral: a defesa imunológica inata 
contra vírus intracelulares é mediada 
principalmente por células natural killer (NK), que 
matam células infectadas por vírus, e por citocinas 
chamadas interferons tipo I, que bloqueiam a 
replicação viral dentro das células do hospedeiro. 
IMUNIDADE INATA 
Imunologia 
Kevilly Ramos – Nutrição UFPI 
 
- O sistema imunológico inato normalmente 
responde da mesma maneira em encontros 
subsequentes com um patógeno, enquanto o 
sistema imunológico adquirido responde de 
maneira mais eficaz a cada encontro sucessivo com 
um patógeno. 
- Ou seja, a imunidade inata não gera memória, 
diferente da imunidade adquirida. 
- O sistema imunológico inato reconhece estruturas 
que são comuns a diversas classes de 
microrganismos e que não estão presentes nas 
células normais do hospedeiro: bactérias, fungos, 
protozoários e vírus. 
 
Resposta imunológica inata 
A resposta imunológica inata pode ser considerada 
como uma série de reações que proporcionam 
defesa nos seguintes estágios de infecções 
microbianas: 
• Nos portais de entrada para 
microrganismos: a maior parte das 
infecções microbianas é adquirida através 
do epitélio da pele e dos sistemas 
gastrointestinal e respiratório. Os primeiros 
mecanismos de defesa ativos nesses locais 
são epitélios oferecendo barreiras físicas e 
moléculas antimicrobianas e células 
linfoides nesses epitélios. 
• Nos tecidos: microrganismos que rompem 
o epitélio, bem como células mortas em 
tecidos, são detectados por macrófagos 
residentes, células dendríticas e outras 
células sentinelas. Algumas dessas células 
reagem principalmente a citocinas 
secretoras, que iniciam o processo de 
inflamação, e fagócitos destroem os 
microrganismos e eliminam as células 
danificadas. 
 
 
 
 
 
• No sangue: proteínas plasmáticas, 
incluindo proteínas do sistema 57 
complemento, reagem contra 
microrganismos e promovem sua 
destruição. 
• Vírus promovem reações especiais, 
incluindo a produção de interferons em 
células infectadas que inibem a infecção de 
outras células e a morte de células 
infectadas pelas células NK. 
 
Receptores celulares para os 
microrganismos 
- Os receptores do tipo Toll são homólogos a uma 
proteína de Drosophila, chamada Toll, que foi 
descoberta por sua participação no padrão dorsal-
ventral e mais tarde mostrou-se essencial para a 
proteção da mosca contra infecções. 
- Esses receptores são específicos para diferentes 
componentes dos microrganismos. 
- Sua função, em resumo, é o reconhecimento do 
patógeno e a estimulação da resposta imunológica 
contra agentes patológicos. 
- Os sinais gerados pela ligação dos TLRs ativam 
fatores de transcrição que estimulam a expressão 
dos genes que codificam citocinas, enzimas e 
outras proteínas envolvidas nas funções 
antimicrobiana dos fagócitos ativados e das 
células dendríticas. 
- Dois dos mais importantes fatores de transcrição 
ativados por sinais TLR são NF-kB (nuclear factor 
kB), que promove a expressão de várias citocinas e 
moléculas de adesão endotelial e IRF-3 (interferon 
resposta factor-3), que estimula a produção do tipo 
I interferons, citocinas, que bloqueiam a replicação 
viral. 
 
 
 
 
Imunologia 
Kevilly Ramos – Nutrição UFPI 
 
Receptores Tipo Toll 
- Os sinais gerados pela ligação dos receptores tipo 
Toll ativam fatores de transcrição que estimulam a 
produção de genes que codificam citocinas, 
enzimas e outras proteínas envolvidas nas funções 
antimicrobianas dos fagócitos ativados e das outras 
células. 
- Entre os mais importantes fatores de transcrição 
ativados pelos sinais dos TLR estão o κB (NF-κB), 
que promove a expressão de várias citocinas e 
moléculas de adesão endotelial, e os fatores de 
resposta ao interferon (IRF, do inglês, interferon 
regulatory factors), que estimulam a produção das 
citocinas antivirais, interferons tipo 1. 
 
 
 
 
 
 
 
- Outros receptores podem ser: 
• Barreiras epiteliais; 
• Fagócitos: neutrófilos e 
monócitos/macrófagos; 
• Células dentríticas; 
• Células Natural Killer; 
• Outras classes de linfócitos; 
• Citocinas; 
• Outras moléculas plasmáticas; 
 
- Os macrófagos desempenham vários papéis 
importantes na defesa do hospedeiro – eles 
produzem citocinas que iniciam e regulam a 
inflamação, ingerem e destroem microrganismos, 
além de limpar tecidos mortos e iniciar o processo 
de reparação tecidual. 
 
 
 
Imunologia 
Kevilly Ramos – Nutrição UFPI 
 
- As células naturais killer (NK), ou 
exterminadoras naturais, são uma classe de 
linfócitos que reconhecem células infectadas e 
estressadas e respondem destruindo essas células e 
produzindo uma citocina que ativa os macrófagos, 
o IFN-γ 
- As células NK destroem as células do hospedeiro 
infectadas por microrganismos intracelulares, 
eliminando, assim, os reservatórios de infecção. B, 
as células NK respondem à interleucina-12 (IL-12) 
produzida pelos macrófagos e secretam interferon-
γ (IFN-γ), que ativa os macrófagos para que 
destruam os microrganismos que foram 
fagocitados. 
- Os receptores inibidores de células NK, que 
bloqueiam a sinalização pelos receptores de 
ativação, são específicos para moléculas de MHC 
classe I próprias, que são expressas em todas as 
células nucleadas saudáveis. Portanto, a expressão 
do MHC classe I protege células saudáveis da 
destruição por células NK. 
- A célula de um hospedeiro normal expressa 
moléculas do complexo principal de 
histocompatibilidade (MHC), que são reconhecidas 
pelos receptores inibitórios, assegurando, então, 
que as células NK não ataquem as células normais 
do hospedeiro. As células saudáveis expressam 
ligantes para a ativação dos receptores (como 
mostrado) ou podem não expressar tais ligantes, 
mas eles não são atacados pelas células NK, porque 
eles ocupam os receptores inibitórios. B, as células 
NK são ativadas por células infectadas em que o 
ligante para ativação dos receptores é expresso 
(frequentemente emaltos níveis) e a expressão do 
MHC classe I é reduzida, assim os receptores 
inibitórios não são ocupados. O resultado é que as 
células infectadas são mortas. 
 
 
 
 
 
 
Sistema Complemento 
- O sistema complemento é uma coleção de 
proteínas presentes na circulação e ligadas à 
membrana que são importantes na defesa contra os 
microrganismos. 
- Muitas proteínas do complemento são enzimas 
proteolíticas, e sua ativação envolve a ativação 
sequencial dessas enzimas, algumas vezes 
chamada de cascata enzimática. 
- A cascata do complemento pode ser ativada por 
três vias: 
- Via alternativa: é desencadeada quando algumas 
proteínas do complemento são ativadas na 
superfície dos microrganismos e não podem ser 
controladas, porque as proteínas reguladoras do 
complemento não estão presentes nos patógenos 
(mas estão presentes nas células do hospedeiro). A 
via alternativa é um componente da imunidade 
inata. 
- Via clássica: é desencadeada com mais 
frequência depois que anticorpos se ligam a 
microrganismos ou a outros antígenos, sendo um 
componente do braço humoral da imunidade 
adquirida. 
- Via da lectina: é ativada quando uma proteína 
plasmática ligante de carboidrato, a lectina ligante 
de manose, liga-se à manose terminal nas 
glicoproteínas da superfície dos microrganismos. A 
lectina ativa proteínas da via clássica, mas como é 
Imunologia 
Kevilly Ramos – Nutrição UFPI 
 
iniciada por um produto bacteriano na ausência de 
anticorpos, é um componente da imunidade inata. 
- As proteínas ativadas do complemento são 
enzimas proteolíticas que lisam outras proteínas do 
complemento, em uma cascata enzimática que 
pode ser rapidamente ampliada. 
- O componente central do complemento é uma 
proteína plasmática chamada C3, que é clivada 
pelas enzimas geradas nas etapas iniciais. 
- O principal fragmento proteolítico de C3, 
chamado C3b, se liga de maneira covalente a 
microrganismos, sendo capaz de ativar proteínas do 
complemento presentes na superfície bacteriana. 
- As três vias de ativação do complemento diferem 
em como são iniciadas, mas compartilham as 
etapas finais, desempenhando as mesmas funções 
efetoras. 
 
- O sistema do complemento tem três funções na 
defesa do hospedeiro: 
- Em primeiro lugar, o C3b reveste os 
microrganismos, ligando-os às células 78 
fagocitárias por meio de receptores para o C3b 
expresso nos fagócitos. Assim, os microrganismos 
 
que são revestidos com as proteínas do 
complemento são ingeridos rapidamente e 
destruídos pelos fagócitos. Esse processo de 
revestir um microrganismo com moléculas que são 
reconhecidas por receptores em fagócitos é 
chamado de opsonização. 
- Em segundo lugar, alguns fragmentos 
proteolíticos das proteínas do complemento, em 
especial C5a e C3a, são quimioatrativos para 
leucócitos (sobretudo neutrófilos e monócitos), 
promovendo o recrutamento dos leucócitos 
(inflamação) no local da ativação do complemento. 
- Em terceiro lugar, a ativação do complemento 
culmina na formação de um complexo proteico 
polimérico que se insere na membrana celular 
microbiana, perturbando a permeabilidade da 
barreira que leva à lise osmótica ou à apoptose do 
microrganismo. 
 
Citocinas da Imunidade Inata 
- Em resposta aos patógenos, as células dendríticas, 
os macrófagos e outras células secretam citocinas, 
que são intermediárias em muitas reações celulares 
da imunidade inata. 
- A maioria das citocinas cuja estrutura molecular 
está definida é chamada, por convenção, de 
interleucina, o que significa que essas moléculas 
são produzidas pelos leucócitos e atuam nos 
leucócitos. 
- As citocinas são produzidas em pequenas 
quantidades em resposta a um estímulo externo e se 
ligam a receptores de alta afinidade nas células-
alvo. A maioria das citocinas age nas células que as 
produzem (ações autócrinas) ou nas células 
adjacentes (ações parácrinas). 
- Na reação imunológica inata contra as infecções, 
pode ser ativado um grande número de macrófagos 
e células dendríticas, de forma que são produzidas 
grandes quantidades de citocinas que podem atuar 
em locais distantes de onde foram secretadas (ações 
endócrinas). 
Imunologia 
Kevilly Ramos – Nutrição UFPI 
 
- O fator de necrose tumoral (TNF, do inglês, tumor 
necrosis factor), a interleucina-1 (IL-1) e as 
quimiocinas (citocinas quimioatrativas) são as 
principais citocinas envolvidas no recrutamento de 
neutrófilos no sangue e monócitos aos locais de 
infecção (descritos posteriormente). 
- As citocinas da imunidade inata estimulam a 
inflamação (TNF, IL-1, quimiocinas), ativam as 
células NK (IL-12) e os macrófagos (IFNγ) e 
previnem as infecções virais (IFN tipo I). 
Figura: A, Os macrófagos e as células dendríticas 
que respondem aos patógenos produzem citocinas 
que estimulam a inflamação (recrutamento dos 
leucócitos) e ativam as células natural killer (NK), 
que produzem o interferon-γ (IFN-γ), uma citocina 
que ativa os macrófagos. B, São enumeradas 
algumas características importantes das principais 
citocinas da imunidade inata. Observe que o IFN-γ 
e o fator transformante de crescimento-β (TGF-β) 
são citocinas de imunidade inata e adaptativa (Cap. 
5). O nome fator de necrose tumoral (TNF) 
originou-se de uma experiência que demonstrou 
que uma citocina induzida pelo LPS destruía 
tumores em ratos. Atualmente sabemos que esse 
efeito resulta da trombose dos vasos sanguíneos do 
tumor induzida pelo TNF, que é uma forma 
exagerada de uma reação que ocorre na inflamação. 
O nome interferon refere-se à capacidade de essas 
citocinas “interferirem” na infecção viral. O IFN-γ 
apresenta uma reação antiviral fraca quando 
comparado com os IFN tipo I. Mais informações 
sobre essas citocinas e seus receptores são dadas no 
Apêndice II. MHC, Complexo principal de 
histocompatibilidade. 
 
Evasão microbiana da imunidade inata 
 
 
Papel da Imunidade Inata na estimulação da 
imunidade adquirida 
- A resposta imunológica inata tem a importante 
função de alertar o sistema imunológico adquirido 
de que é necessária uma resposta imunológica 
eficaz. 
- A resposta imunológica inata gera moléculas que 
funcionam como “segundos sinais” que, junto com 
os antígenos, ativam os linfócitos T e B. 
- Sinal I: próprio antígeno; 
- Sinal II: molécula produzida ou induzida pelos 
microrganismos; resposta imunológica inata; danos 
as células do hospedeiro. 
- Essa necessidade do segundo sinal garante que o 
sistema adaptativo resposta a agentes infecciosos e 
não a substâncias não inofensiva.

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