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REGIME DE BENS NO CASAMENTO

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REGIME DE BENS NO CASAMENTO
No âmbito patrimonial, vigora o princípio da autonomia privada, segundo o qual os cônjuges, em regra, têm o direito de disciplinar e regulamentar todas as bases relativas à comunhão de interesses econômicos que irá vigorar durante e após o casamento, no caso de dissolução do vínculo matrimonial.
Há situações em que os cônjuges não poderão escolher ou optar pelo regime de bens que melhor lhes aprouver (art. 1.655, CC). 
 
PACTO ANTENUPCIAL 
É o instrumento que materializa a vontade dos cônjuges quanto às regras relativas aos direitos patrimoniais que vigorarão na constância do casamento. 
As principais características do pacto antenupcial são: natureza contratual; acessoriedade em relação ao casamento; ato solene (escritura pública como condição de validade); caráter nitidamente patrimonial (a legislação brasileira não permite que questões existenciais sejam inseridas no pacto antenupcial); submetido a uma condição suspensiva (realização do casamento) e, essencialmente, norteado pelo princípio da autonomia privada.
- Em relação a terceiros, o art. 1.657, CC dispõe que as convenções antenupciais não terão efeitos senão depois de transcritas em livro especial, pelo Oficial do Registro de Imóveis do domicílio dos cônjuges.
- Como o pacto antenupcial está atrelado ao contrato principal de casamento, tem natureza acessória e, por conta disso, a invalidade do casamento o contaminará. É desdobramento da regra de que a invalidade da obrigação principal repercute e invalida a acessória (art. 184, CC)
· Nada impede, porém, que o casamento inválido, acompanhado de pacto antenupcial, produza efeitos, caso caracterizada a putatividade (art. 1.561, CC), o que só poderá ocorrer em relação aos cônjuges de boa-fé.
- O art. 1.655, CC declara ser nulo o pacto antenupcial ou a cláusula do pacto que seja contrária à disposição absoluta de lei. Por isso, é nulo o pacto antenupcial que trate de questões sucessórias, mesmo de natureza patrimonial, ante a vedação expressa do art. 426, CC.
· Em atenção ao princípio da conservação e redução do negócio jurídico, a eventual nulidade de uma cláusula não invalidará todo o pacto, conforme preceitua o art. 184, CC. As demais cláusulas, não contaminadas pela nula, permanecerão inalteradas.
- Os menores, relativa ou absolutamente incapazes, desde que autorizados, podem celebrar pacto antenupcial. A autorização para o pacto deverá ser específica. A autorização para o casamento não se confunde com a autorização para o pacto antenupcial.
- As partes, no pacto, podem estabelecer regras sobre procedimento (negócio processual – art. 190, CPC) que possam ser compatíveis com seus interesses.
MUTABILIDADE DO REGIME DE BENS 
A imutabilidade deixa de ser absoluta para ser relativa. O §2º do art. 1.639, CC permite a alteração do regime de bens durante a constância da sociedade conjugal.
Requisitos:
· Pedido de ambos os cônjuges. O pedido deverá ser conjunto. Não há previsão de alteração por vontade unilateral.
· O pedido deve ser motivado e as razões justificadas.
· O pedido motivado deve ser objeto de autorização judicial. Caberá ao juiz apreciar e apurar a procedência das razões invocadas.
· Por fim, a alteração do regime de bens, que deverá ser realizada com intensa publicidade, não pode prejudicar direito de terceiro.
O art. 734, CPC, disciplina o procedimento de alteração de regime de bens durante a vigência do casamento.
VARIEDADE DO REGIME DE BENS
O Código Civil disponibiliza aos cônjuges quatro modelos de regime de bens, a fim de formar o estatuto patrimonial durante a sociedade conjugal.
- Se não houver a escolha de qualquer regime por meio de pacto antenupcial ou se o pacto for nulo ou ineficaz, vigorará, quanto aos bens entre os cônjuges, o regime da comunhão parcial (art. 1.640, CC)
- A única ressalva é o regime da separação legal e obrigatória, quando caracterizada qualquer das causas previstas no art. 1.641, CC.
- Nada impede que os cônjuges criem regimes específicos para regular a relação patrimonial, com a mescla de elementos e regras dos já existentes (princípio da autonomia patrimonial).
COMUNHÃO PARCIAL DE BENS
No regime de comunhão parcial há uma divisão entre os bens de cada um dos cônjuges até a data do casamento, denominados bens particulares, e os bens adquiridos na constância do casamento, que serão os bens comuns. Os bens particulares não integram a comunhão e os bens adquiridos na constância do casamento formarão um acervo patrimonial comum.
O esforço comum e a colaboração são presumidos, sendo desnecessária qualquer prova desses fatos.
BENS EXCLUÍDOS DA COMUNHÃO:
· Os bens que cada cônjuge possuir ao casar, e os que lhe sobrevierem, na constância do casamento, por doação ou sucessão, e os sub-rogados em seu lugar;
· Os bens adquiridos com valores exclusivamente pertencentes a um dos cônjuges em sub-rogação dos bens particulares;
A sub-rogação ou substituição de bem particular por outro bem não integrará a comunhão. Portanto, substituir um bem particular por outro ou por parte de outro bem não integrará tal bem ao acervo comum.
· As obrigações anteriores ao casamento;
A regra é óbvia, uma vez que tais obrigações são de natureza pessoal e o casamento não é causa para a responsabilidade solidária do outro consorte.
· As obrigações provenientes de atos ilícitos, salvo reversão em proveito do casal;
· Os bens de uso pessoal, os livros e instrumentos de profissão;
· Os proventos do trabalho pessoal de cada cônjuge;
Incompreensível...
· As pensões, meios-soldos, montepios e outras rendas semelhantes.
Tem caráter pessoal e, da mesma forma, ainda que adquiridos na constância do casamento, não entram na comunhão.
· Em relação aos móveis, há presunção relativa, é verdade, de que os bens foram adquiridos na constância do casamento. Se houver prova de que foram adquiridos em data anterior, serão considerados bens particulares (art. 1.662, CC)
BENS QUE SE COMUNICAM: 
· os bens adquiridos na constância do casamento por título oneroso, ainda que só em nome de um dos cônjuges;
· os bens adquiridos por fato eventual, com ou sem o concurso de trabalho ou despesa anterior;
Os bens adquiridos em razão de fato eventual são os provenientes de jogos, loterias, entre outros.
· os bens adquiridos por doação, herança ou legado, em favor de ambos os cônjuges;
· as benfeitorias em bens particulares de cada cônjuge;
· os frutos dos bens comuns, ou dos particulares de cada cônjuge, percebidos na constância do casamento, ou pendentes ao tempo de cessar a comunhão.
Os frutos dos bens particulares como juros, aluguéis, entre outros, entram na comunhão.
· As dívidas contraídas por qualquer dos cônjuges na administração de seus bens particulares e em benefício destes não obrigam os bens comuns (art. 1.666, CC).
COMUNHÃO UNIVERSAL DE BENS 
Em regra, o regime da comunhão universal de bens importará a formação de patrimônio comum, com a comunicação de todos os bens presentes e futuros dos cônjuges e suas dívidas. No entanto, há muitas exceções legais, razão pela qual, mesmo no regime da comunhão universal de bens, haverá bens particulares.
BENS EXCLUÍDOS DA COMUNHÃO:
· Os bens doados ou herdados com a cláusula de incomunicabilidade e os sub-rogados em seu lugar;
· Os bens gravados de fideicomisso e o direito do herdeiro fideicomissário, antes de realizada a condição suspensiva;
O fideicomisso é uma forma de substituição testamentária em que o fiduciário poderá ser substituído pela prole eventual, o fideicomissário. Antes de realizada a condição para que o herdeiro fideicomissário possa ser titular do bem, o fiduciário tem mera propriedade resolúvel (art. 1.952, CC) e, por isso, não haverá comunicação.
· As dívidas anteriores ao casamento, salvo se provierem de despesas com seus aprestos, ou reverterem em proveito comum;
· As doações antenupciais feitas por um dos cônjuges ao outro com a cláusula de incomunicabilidade;
· Os bens referidos nos incisos V a VII do art. 1.659.
· V - os bens de uso pessoal, os livros e instrumentos de profissão;
· VI - osproventos do trabalho pessoal de cada cônjuge;
· VII - as pensões, meios-soldos, montepios e outras rendas semelhantes.
- A incomunicabilidade não se estende aos frutos, quando se percebam ou vençam durante o casamento. Portanto, os frutos dos bens particulares (como aluguéis) serão integrados ao patrimônio comum e, por isso, se comunicarão.
- Por fim, de acordo com o art. 1.671 do CC, extinta a comunhão e efetuada a divisão do ativo e do passivo, cessará a responsabilidade de cada um dos cônjuges com os credores do outro.
SEPARAÇÃO DE BENS
a) Regime da separação convencional de bens
A finalidade desse regime é evitar a comunicação de bens particulares existentes antes do casamento, bem como aqueles que forem amealhados por cada um dos cônjuges durante a vigência da sociedade conjugal. Tal regime não se confunde com o regime da separação legal e obrigatória.
· É fundamental dissociar o regime da separação legal do regime da separação convencional, porque naquele a jurisprudência e a doutrina admitem a comunicação dos aquestos adquiridos durante a sociedade conjugal, mediante a incidência dos efeitos da súmula 377 do STF. No regime da separação convencional não há possibilidade de comunicação dos aquestos e não se cogita da aplicação da referida súmula.
- Portanto, os bens particulares serão administrados exclusivamente pelos respectivos donos, sem que haja interferência do outro na referida administração. Cada cônjuge manterá seu patrimônio particular.
- De acordo com CHAVES e ROSENVALD, o regime da separação convencional de bens ostenta as seguintes características: “a administração particular dos bens por cada consorte; a liberdade de disposição patrimonial; a responsabilidade patrimonial individual pelas dívidas e obrigações assumidas”.
- Por outro lado, a separação de patrimônios não impede a necessidade do rateio das despesas para a manutenção do domicílio conjugal.
- De acordo com o magistério de PAULO NADER, “a formação e permanência das economias próprias e separadas não exclui, entre os cônjuges, o dever de mútua assistência. Destarte, se um deles carece de recursos para o sustento próprio, ao outro impõe fornecê-los, e a hipótese não configura empréstimo, mas ato de solidariedade própria do casamento e essencial à comunhão de vida”.
b) Regime de separação obrigatória de bens (separação legal) 
O princípio da autonomia privada que permite a liberdade de escolha em relação ao estatuto patrimonial dos cônjuges suporta restrição e mitigação quando restarem caracterizadas quaisquer das causas ou hipóteses previstas no art. 1.641 do Código Civil.
Art. 1.641. É obrigatório o regime da separação de bens no casamento:
I - das pessoas que o contraírem com inobservância das causas suspensivas da celebração do casamento;
II – da pessoa maior de 70 (setenta) anos;
III - de todos os que dependerem, para casar, de suprimento judicial.
- Como principais efeitos jurídicos patrimoniais desse regime da separação legal e obrigatória, não haverá partilha dos bens adquiridos durante a sociedade conjugal, os cônjuges não podem estabelecer sociedade entre si ou com terceiros (Art. 977, CC); os cônjuges não precisam de vênia conjugal para vender aos seus descendentes (art. 496, CC); e, finalmente, haverá reflexo nos direitos sucessórios, porque o regime da separação obrigatória e legal de bens impede a concorrência sucessória (art. 1829, CC), ao contrário da separação convencional de bens, em que a concorrência sucessória do cônjuge estará preservada.
- O Supremo Tribunal Federal, por meio da súmula 377, enunciou que: “no regime da separação legal de bens comunicam-se os adquiridos na constância do casamento”, que são os aquestos, bens adquiridos onerosamente na constância do casamento, por conta de uma presunção de esforço comum do casal na aquisição desses bens.
· Tal enunciado sumular somente tem aplicação ao regime da separação legal. Ao contrário da separação convencional, na separação legal, por força da referida súmula, a separação não é absoluta, e sim relativa.
- “É lícito aos que se enquadrem no rol de pessoas sujeitas ao regime de separação obrigatória de bens (art. 1.641, CC) estipular, por pacto antenupcial ou contrato de convivência, o regime de separação de bens, a fim de assegurar os efeitos de tal regime e afastar a incidência da Súmula 377 do STF”. É a preponderância do princípio da autonomia privada.
· Em 2018, o STJ, em embargos de divergência, considerou que a comunicação/partilha dos bens adquiridos na constância do casamento submetido ao regime da separação legal de bens depende da comprovação do esforço comum na aquisição do acervo. 
Porém, o esforço comum deve ser presumido...
PARTICIPAÇÃO FINAL NOS AQUESTOS 
É um regime patrimonial misto ou híbrido, que mescla regras análogas à comunhão parcial de bens com regras semelhantes ao regime da separação convencional.
- Em regra, durante sua vigência, o casamento fica submetido a um sistema análogo ao regime da separação convencional, com a separação do patrimônio particular de eventual patrimônio comum e, em caso de dissolução da sociedade conjugal, os aquestos, bens adquiridos na constância do casamento, que foram submetidos ao regime da separação convencional, agora serão partilhados ou participados de acordo com as regras da comunhão parcial de bens.
- Em regra, mesmo no regime da participação final dos aquestos, os imóveis somente podem ser alienados mediante autorização do outro cônjuge, salvo se houver autorização no pacto antenupcial para a livre alienação desses imóveis, desde que particulares. Os imóveis comuns somente podem ser alienados se houver autorização do outro, o que é uma obviedade.
- Ao determinar o montante dos aquestos, computar-se-á o valor das doações feitas por um dos cônjuges, sem a necessária autorização do outro. Nesse caso, o bem poderá ser reivindicado pelo cônjuge prejudicado ou por seus herdeiros, ou declarado no monte partilhável, por valor equivalente ao da época da dissolução (art. 1.675, CC).
- Salvo se beneficiar a família, a dívida de um dos cônjuges não obriga ao outro ou seus herdeiros (arts 1.678 e 1866, CC).
- De acordo com o art. 1.682, CC, o direito à meação, na vigência desse regime matrimonial, não é passível de renúncia pelo cônjuge que a ele tem direito, cessão a qualquer título ou penhora.
· Após a dissolução do casamento com a incorporação da meação a que faz jus de direito, e consolidado esse direito patrimonial, poderá seu titular renunciar, ceder e até submeter a meação ao regime de penhora por dívidas.
- No regime da participação final dos aquestos, o cônjuge sobrevivente concorre com descendentes e ascendentes
- Caiu em desuso, pouco utilizado.
OUTORGA UXÓRIA
A Lei Civil exige autorização (vênia conjugal ou outorga uxória) do cônjuge em relação a determinados atos e negócios jurídicos, em razão da relevância social destes para o núcleo familiar.
Nenhum dos cônjuges pode, sem autorização do outro, praticar os seguintes atos e/ou negócios (art. 1.647, CC):
I - alienar ou gravar de ônus real os bens imóveis;
Com exceção do regime da separação convencional, ainda que o bem imóvel não integre a comunhão, haverá a necessidade de vênia conjugal para a alienação ou a imposição de ônus real. A razão é simples: No regime da comunhão parcial entram na comunhão as benfeitorias particulares de cada cônjuge e também os frutos dos bens particulares. O mesmo ocorre na comunhão universal em relação aos frutos (art. 1.669, CC). Portanto, há interesse do cônjuge na disposição de imóveis, ainda que particulares ou exclusivos, ou, que não integram a comunhão.
II - pleitear, como autor ou réu, acerca desses bens ou direitos;
Trata-se de regra processual. O dispositivo impõe a formação de litisconsórcio ativo ou passivo entre os cônjuges nas ações reais imobiliárias, como as ações reivindicatórias, por exemplo.
Portanto, para compor o polo ativo, o cônjuge necessitará do consentimento do outro e, no polo passivo, obrigatoriamente, será formado litisconsórcio passivo necessário, nostermos do art. 114 do CPC.
III - prestar fiança ou aval;
Tais garantias pessoais prestadas por pessoa casada dependerão de vênia conjugal, sob a pena de invalidação da totalidade dessas garantias, conforme a Súmula 332 do STJ. 
· O STJ, em Recurso Especial, considerou que o aval dado aos títulos de créditos nominados ou típicos, por força do artigo 903 do Código Civil, prescinde de outorga uxória ou marital.
Na referida decisão, o artigo 1.647, III, CC, ficou restrito aos títulos de crédito atípicos, regidos pelo próprio Código Civil.
IV - fazer doação, não sendo remuneratória, de bens comuns, ou dos que possam integrar futura meação.
Tal inciso proíbe qualquer dos cônjuges faça a doação de bens comuns ou de bens capazes de integrar futura meação sem a devida vênia conjugal. As doações remuneratórias (art. 540, CC), ou seja, em contraprestação a determinados serviços, independem de autorização do outro.
· No entanto, a doação remuneratória não pode exceder o valor do serviço, pois o excesso não perderá o caráter de liberalidade e, por isso, dependerá de vênia conjugal.
O parágrafo único do art. 1.647 do CC dispõe serem válidas as doações nupciais feitas aos filhos quando casarem ou estabelecerem economia separada, ainda que sejam realizadas por apenas um dos cônjuges. O objetivo é a tutela da família, pois permitirá que os pais prestem auxílio material aos filhos no início da vida. 
O art. 1.647, CC faz duas ressalvas quanto à necessidade de vênia conjugal para a prática dos atos e negócios ali referidos:
· A primeira está relacionada ao art. 1.678 do Código Civil, segundo o qual o juiz poderá, em todas as hipóteses do art. 1.647, CC, suprir a outorga ou a ausência de consentimento do cônjuge, quando tal recusa for imotivada e abusiva ou, ainda, em caso de impossibilidade de concedê-la, como na situação do cônjuge que está em coma ou é doente terminal e não tem condições de conferir a autorização ao seu consorte.
· A segunda ressalva tem relação com o regime de bens da “separação absoluta”, como reza o art. 1.647, CC. Se os cônjuges forem casados nesse regime de bens, os atos previstos no referido artigo podem o ser sem a necessidade de autorização conjugal.
Em resumo, a segunda ressalva é restrita ao regime da separação convencional de bens, que, de fato, é absoluta, a teor do disposto no art. 1.687 do CC.

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