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Aula 15 30945780-regimes-de-bens-e-outros-direitos-patrimoniais-nas-relacoes-familiares

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DIREITO CIVIL
REGIMES DE BENS E OUTROS DIREITOS 
PATRIMONIAIS NAS RELAÇÕES 
FAMILIARES
Livro Eletrônico
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Regimes de Bens e outros Direitos Patrimoniais nas Relações Familiares
DIREITO CIVIL
Regime de Bens de Bem de Família .................................................................................3
1. Princípios Básicos........................................................................................................3
2. Pacto Antenupcial ......................................................................................................5
3. Separação Obrigatória de Bens .................................................................................. 7
4. Regras Gerais quanto ao Regime de Bens ...................................................................8
5. Regras Especiais quanto ao Regime de Bens ............................................................. 11
5.1. Regime de Comunhão Parcial .................................................................................. 11
5.2. Regime de Comunhão Universal ............................................................................ 15
5.3. Regime de Participação Final nos Aquestos ........................................................... 16
5.4. Regime de Separação Convencional de Bens ......................................................... 21
6. Bem de Família .........................................................................................................22
6.1 Bem de Família Voluntário ou Convencional ............................................................22
6.2 Bem de Família Legal .............................................................................................25
Questões de Concurso .................................................................................................27
Gabarito .......................................................................................................................34
Gabarito Comentado .....................................................................................................35
Questões de Concurso ................................................................................................. 51
Gabarito .......................................................................................................................54
Gabarito Comentado ....................................................................................................55
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Regimes de Bens e outros Direitos Patrimoniais nas Relações Familiares
DIREITO CIVIL
REGIME DE BENS DE BEM DE FAMÍLIA
O regime de bens entre cônjuges cuida dos direitos patrimoniais relacionados com o ca-
samento. Dessa forma, temos um conjunto de normas aplicáveis às relações e interesses 
econômicos resultantes do casamento, envolvendo questões sobre propriedade, fruição, ad-
ministração e disponibilidade de bens de ambos os cônjuges ou de apenas um deles, desde o 
momento da celebração do matrimônio até a sua dissolução (art. 1.639, § 1º do CC).
Art. 1.639, § 1º O regime de bens entre os cônjuges começa a vigorar desde a data do casamento.
Os bens materiais são destinados a satisfazer as necessidades do casal e dos filhos, mas 
é indispensável um ordenamento que estruture as relações pecuniárias. Os cônjuges optam 
por um dos vários sistemas, que são denominados regimes de bens, e que representam um 
verdadeiro estatuto do patrimônio das pessoas casadas.
1. PrincíPios Básicos
As relações econômicas entre os cônjuges submetem-se a alguns princípios básicos.
Princípio da autonomia privada ou livre estipulação:
A autonomia privada decorre da liberdade e da dignidade humana, sendo o direito que a 
pessoa tem de se autorregulamentar. Dessa forma, o art. 1.639, caput, do CC, estabelece ple-
na liberdade na escolha do regime de bens.
Art. 1.639. É lícito aos nubentes, antes de celebrado o casamento, estipular, quanto aos seus bens, 
o que lhes aprouver.
Este princípio é irrestrito, apenas encontrando limites nas normas de ordem pública (au-
tonomia plena), conforme prevê o art. 1.655 do CC.
Art. 1.655. É nula a convenção ou cláusula dela que contravenha disposição absoluta de lei.
Dessa forma, cláusulas que dispensam os cônjuges dos deveres conjugais ou que privem 
um deles do poder familiar, não terão validade.
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DIREITO CIVIL
É possível que os cônjuges celebrem casamento por outro regime de bens, que não seja 
um dos mencionados pela legislação em vigor, ou mesmo combine os vários regimes de bens 
existentes, hipótese em que o regime será chamado de regime misto. Vide Enunciado n. 331 
do CJF/STJ da IV Jornada de Direito Civil:
Art. 1.639. O estatuto patrimonial do casal pode ser definido por escolha de regime de bens distinto 
daqueles tipificados no Código Civil (art. 1.639 e parágrafo único do art. 1.640), e, para efeito de fiel 
observância do disposto no art. 1.528 do Código Civil, cumpre certificação a respeito, nos autos do 
processo de habilitação matrimonial.
Como exemplo, imagine que determinado casal pretenda adotar o regime da comunhão 
parcial de bens. Entretanto, por razões pessoais, eles pretendem que não há comunhão quan-
to às futuras participações de um deles em sociedades empresariais. Sendo assim, o pacto 
antenupcial pode prever a comunhão parcial como regra, excetuando-se quotas ou ações e 
demais participações societárias. Temos aqui um regime misto, pois, em regra, segue-se a 
comunhão parcial, mas com um certo aspecto de separação de bens.
Princípio da indivisibilidade do regime de bens: apesar de ser possível a criação de outros 
regimes que não estejam previstos em lei, não é possível fracionar os regimes em relação aos 
cônjuges. Ou seja, o que vigorar para o marido também deve vigorar para a mulher, sendo o 
regime único para os consortes.
Como exemplo de aplicação desse princípio, será nulo o pacto antenupcial que determi-
nar o regime da comunhão universal de bens para o marido e o da separação de bens para a 
esposa.
Princípio da variedade de regime de bens. A lei coloca à disposição dos nubentes quatro 
regimes de bens:
• comunhão universal de bens;
• comunhão parcial de bens;
• separação convencional ou legal de bens;
• participação final nos aquestos.
Durante esta aula, nós estudaremos as características mais importantes de cada um deles.
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Princípio da mutabilidade justificada: o art. 1.639, § 2º do CC possibilita a alteração do 
regime de bens.
Art. 1.639, § 2º É admissível alteração do regime de bens, mediante autorização judicial em pedido 
motivado de ambos os cônjuges, apurada a procedência das razões invocadas e ressalvados os 
direitos de terceiros.Como exemplo, imagine duas pessoas casadas sob o regime da comunhão universal de 
bens que resolvam constituir uma sociedade empresária. Conforme preconiza o art. 977 do 
CC, tal sociedade não poderá ser constituída em decorrência do regime de bens adotado.
Art. 977. Faculta-se aos cônjuges contratar sociedade, entre si ou com terceiros, desde que não 
tenham casado no regime da comunhão universal de bens, ou no da separação obrigatória.
Dessa forma, para a sociedade entre os cônjuges poder ser constituída, o regime de bens 
poderia ser alterado para a comunhão parcial de bens, por exemplo.
2. Pacto antenuPcial
O pacto antenupcial (convenção) é um contrato solene, firmado pelos próprios nubentes 
habilitados matrimonialmente e, se menores, assistidos pelo representante legal, antes da 
celebração do ato nupcial, por meio do qual dispõem a respeito da escolha do regime de bens 
que deverá vigorar entre eles enquanto durar o matrimônio, tendo conteúdo patrimonial, não 
podendo conter estipulações alusivas às relações pessoais dos consortes.
Art. 1.640. Não havendo convenção, ou sendo ela nula ou ineficaz, vigorará, quanto aos bens entre 
os cônjuges, o regime da comunhão parcial.
Parágrafo único. Poderão os nubentes, no processo de habilitação, optar por qualquer dos 
regimes que este código regula. Quanto à forma, reduzir-se-á a termo a opção pela comunhão 
parcial, fazendo-se o pacto antenupcial por escritura pública, nas demais escolhas.
Na falta, nulidade ou ineficácia do pacto antenupcial, deverá ser adotado o regime da co-
munhão parcial de bens.
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Com exceção do regime da comunhão parcial de bens e do regime da separação obrigatória, 
deve-se ser celebrado o pacto antenupcial.
Art. 1.653. É nulo o pacto antenupcial se não for feito por escritura pública, e ineficaz se não lhe 
seguir o casamento.
Percebe-se que a forma prescrita para o pacto antenupcial é a escritura pública, sendo 
inválido se celebrado por instrumento particular.
Art. 1.654. A eficácia do pacto antenupcial, realizado por menor, fica condicionada à aprovação de 
seu representante legal, salvo as hipóteses de regime obrigatório de separação de bens.
O pacto antenupcial, quando realizado por menor em idade núbil, tem sua validade con-
dicionada à aprovação de seu representante legal. Excetuam-se, apenas, os casos de regime 
obrigatório de separação de bens. Tal exigência justifica-se, uma vez que o menor não tem 
capacidade para, sozinho, firmar o pacto antenupcial.
Destaca-se que a autorização concedida pelo representante legal do menor para o casa-
mento (causa de emancipação) não se estende ao pacto antenupcial, sendo necessária a as-
sistência do representante legal na escritura pública do pacto antenupcial.
Art. 1.656. No pacto antenupcial, que adotar o regime de participação final nos aquestos, poder-se-á 
convencionar a livre disposição dos bens imóveis, desde que particulares.
No regime de participação final nos aquestos, o patrimônio próprio de cada cônjuge é por 
ele administrado com exclusividade. Mas a liberdade para alienação de bens restringe-se aos 
bens móveis, conforme estudaremos mais adiante. Tratando-se de bens imóveis, é necessária 
a outorga do cônjuge não proprietário para que ocorra tal alienação. Entretanto, caso exista 
cláusula no pacto antenupcial que autorize a venda de bens imóveis, independentemente da 
outorga do outro cônjuge, esta é válida, na hipótese de bens do patrimônio particular do alie-
nante.
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Art. 1.657. As convenções antenupciais não terão efeito perante terceiros senão depois de registra-
das, em livro especial, pelo oficial do Registro de Imóveis do domicílio dos cônjuges.
A publicidade do pacto antenupcial é uma formalidade complementar exigida para que o 
ato possa produzir efeitos contra terceiros. A falta do registro não invalida o pacto antenupcial, 
entretanto os efeitos ficarão restritos aos cônjuges e seus herdeiros.
3. seParação oBrigatória de Bens
Embora os nubentes tenham liberdade para escolher o regime matrimonial de bens que 
lhes aprouver, a lei, por precaução ou para puni-los, impõe, em certos casos excepcionais, um 
regime obrigatório, que é o da separação de bens (art. 1.641 do CC). Nesses casos também 
não é necessária a celebração do pacto antenupcial.
Art. 1.641. É obrigatório o regime da separação de bens no casamento:
I – das pessoas que o contraírem com inobservância das causas suspensivas da celebração do 
casamento;
II – da pessoa maior de sessenta anos;
II – da pessoa maior de 70 (setenta) anos; (Redação dada pela Lei n. 12.344, de 2010)
III – de todos os que dependerem, para casar, de suprimento judicial.
Vejamos a análise de cada uma das causas.
Pessoas que contraírem casamento com inobservância das causas suspensivas: as cau-
sas suspensivas aqui citadas estão previstas no art. 1.523 do CC.
Art. 1.523. Não podem casar:
I – o viúvo ou a viúva que tiver filho do cônjuge falecido, enquanto não fizer inventário dos bens do 
casal e der partilha aos herdeiros;
II – a viúva, ou a mulher cujo casamento se desfez por ser nulo ou ter sido anulado, até dez meses 
depois do começo da viuvez, ou da dissolução da sociedade conjugal;
III – o divorciado, enquanto não houver sido homologada ou decidida a partilha dos bens do casal;
IV – o tutor ou o curador e os seus descendentes, ascendentes, irmãos, cunhados ou sobrinhos, com 
a pessoa tutelada ou curatelada, enquanto não cessar a tutela ou curatela, e não estiverem saldadas 
as respectivas contas.
Parágrafo único. É permitido aos nubentes solicitar ao juiz que não lhes sejam aplicadas as causas 
suspensivas previstas nos incisos I, III e IV deste artigo, provando-se a inexistência de prejuízo, res-
pectivamente, para o herdeiro, para o ex-cônjuge e para a pessoa tutelada ou curatelada; no caso 
do inciso II, a nubente deverá provar nascimento de filho, ou inexistência de gravidez, na fluência do 
prazo.
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Nas situações aqui listadas, a ocorrência da inobservância de tais regras não faz com que 
o casamento seja inválido, acarretando apenas, como punição, a imposição legal do regime da 
separação obrigatória de bens.
Casamento de pessoa maior de 70 anos: temos aqui uma alteração no Código Civil que 
costuma ser cobrada em concursos. Se um dos cônjuges tiver idade superior a 70 anos, o re-
gime de bens imposto por lei é o da separação obrigatória.
Idade superior a 70 anos – regime da separação obrigatória de bens.
Trata-se de uma restrição com eminente caráter protetivo, que visa impedir a realização 
de um casamento por interesse exclusivamente econômico.
Casamento de pessoa quedepende de suprimento judicial para casar: os menores que 
dependem do suprimento judicial do consentimento dos pais para casar terão, por imposição 
legal, o regime matrimonial da separação de bens. Também se trata de um dispositivo com 
intuito de proteção.
4. regras gerais quanto ao regime de Bens
Os arts. 1.639 a 1.652 do CC estabelecem regras gerais quanto ao regime de bens. Res-
salta-se que os arts. 1.639 a 1.641 do CC já foram estudados; dessa forma, vamos aos dis-
positivos seguintes:
Art. 1.642. Qualquer que seja o regime de bens, tanto o marido quanto a mulher podem livremente:
I – praticar todos os atos de disposição e de administração necessários ao desempenho de sua 
profissão, com as limitações estabelecida no inciso I do art. 1.647;
II – administrar os bens próprios;
III – desobrigar ou reivindicar os imóveis que tenham sido gravados ou alienados sem o seu con-
sentimento ou sem suprimento judicial;
IV – demandar a rescisão dos contratos de fiança e doação, ou a invalidação do aval, realizados 
pelo outro cônjuge com infração do disposto nos incisos III e IV do art. 1.647;
V – reivindicar os bens comuns, móveis ou imóveis, doados ou transferidos pelo outro cônjuge ao 
concubino, desde que provado que os bens não foram adquiridos pelo esforço comum destes, se o 
casal estiver separado de fato por mais de cinco anos;
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VI – praticar todos os atos que não lhes forem vedados expressamente.
O art. 1.642 do CC enumera uma lista de atos patrimoniais que podem ser praticados pelo 
cônjuge sem a necessidade de outorga do outro.
Art. 1.643. Podem os cônjuges, independentemente de autorização um do outro:
I – comprar, ainda a crédito, as coisas necessárias à economia doméstica;
II – obter, por empréstimo, as quantias que a aquisição dessas coisas possa exigir.
Já o art. 1.643 do CC enumera duas situações que tratam de atos necessários à economia 
doméstica. Nessas duas situações, está dispensada a necessidade de outorga marital (do 
marido) e uxória (da esposa).
Art. 1.644. As dívidas contraídas para os fins do artigo antecedente obrigam solidariamente ambos 
os cônjuges.
Os cônjuges que contraírem dívidas para adquirir bens necessários à economia doméstica 
responderão por elas solidariamente, podendo o credor acionar qualquer um dos dois para 
obter o que lhe é devido.
Art. 1.645. As ações fundadas nos incisos III, IV e V do art. 1.642 competem ao cônjuge prejudicado 
e a seus herdeiros.
O art. 1.645 do CC trata da legitimidade para demandar ações nos casos citados.
Art. 1.646. No caso dos incisos III e IV do art. 1.642, o terceiro, prejudicado com a sentença favorável 
ao autor, terá direito regressivo contra o cônjuge, que realizou o negócio jurídico, ou seus herdeiros.
Está previsto também o direito regressivo de terceiro lesado, com decisão favorável ao 
autor que demandou anulabilidade de venda de imóvel, de constituição de anticrese ou de 
hipoteca, invalidação de aval ou rescisão de contrato de fiança ou doação, por terem sido tais 
atos praticados pelo seu cônjuge sem sua outorga.
Art. 1.647. Ressalvado o disposto no art. 1.648, nenhum dos cônjuges pode, sem autorização do 
outro, exceto no regime da separação absoluta:
I – alienar ou gravar de ônus real os bens imóveis;
II – pleitear, como autor ou réu, acerca desses bens ou direitos;
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III – prestar fiança ou aval;
IV – fazer doação, não sendo remuneratória, de bens comuns, ou dos que possam integrar futura 
meação.
Parágrafo único. São válidas as doações nupciais feitas aos filhos quando casarem ou estabelece-
rem economia separada.
Por meio do art. 1.647 do CC, são previstas algumas restrições aos poderes de adminis-
tração de cada cônjuge e, em razão de tal restrição, estabelece-se a necessidade de outorga 
marital ou uxória.
Tal dispositivo legal tem em vista preservar o patrimônio familiar, de modo que, em casa-
mentos celebrados em regime que não seja o da separação absoluta de bens, faz-se necessá-
ria a anuência conjugal na alienação, ou gravame de ônus real sobre bens imóveis.
Art. 1.648. Cabe ao juiz, nos casos do artigo antecedente, suprir a outorga, quando um dos cônjuges 
a denegue sem motivo justo, ou lhe seja impossível concedê-la.
O suprimento judicial da outorga ocorre quando é negada de forma injustificada por um 
dos cônjuges, ou quando um deles não puder dar seu consentimento.
Art.  1.649. A  falta de autorização, não suprida pelo juiz, quando necessária (art.  1.647), tornará 
anulável o ato praticado, podendo o outro cônjuge pleitear-lhe a anulação, até dois anos depois de 
terminada a sociedade conjugal.
Parágrafo único. A aprovação torna válido o ato, desde que feita por instrumento público, ou parti-
cular, autenticado.
É anulável o ato praticado pelo cônjuge sem o consentimento do outro, ou sem o respecti-
vo suprimento judicial, dependendo do caso. A anulação somente pode ser pleiteada no prazo 
legal, que é de dois anos contados a partir da dissolução da sociedade conjugal. Anulada a 
venda realizada sem a devida outorga, o bem alienado é reintegrado ao patrimônio do casal, 
ressalvado ao terceiro prejudicado o direito de buscar o ressarcimento de seus prejuízos.
Art. 1.650. A decretação de invalidade dos atos praticados sem outorga, sem consentimento, ou 
sem suprimento do juiz, só poderá ser demandada pelo cônjuge a quem cabia concedê-la, ou por 
seus herdeiros.
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No art. 1.650 do CC, está prevista a legitimidade ativa para invalidar ato praticado sem 
outorga conjugal ou sem suprimento judicial do cônjuge ou dos herdeiros.
Art. 1.651. Quando um dos cônjuges não puder exercer a administração dos bens que lhe incumbe, 
segundo o regime de bens, caberá ao outro:
I – gerir os bens comuns e os do consorte;
II – alienar os bens móveis comuns;
III – alienar os imóveis comuns e os móveis ou imóveis do consorte, mediante autorização judicial.
De acordo com o art. 1.651 do CC, no caso de impedimento de um dos cônjuges (interdi-
ção, ausência, prisão etc.) para administrar os seus bens, ao outro, em conformidade com o 
regime matrimonial, caberá substituí-lo, assumindo a direção exclusiva da sociedade conjugal, 
bem como a gerência dos bens comuns e os bens do consorte; a alienação dos bens móveis 
comuns; a alienação dos imóveis comuns e dos móveis ou imóveis do consorte, mediante au-
torização judicial.
Art. 1.652. O cônjuge, que estiver na posse dos bens particulares do outro, será para com este e 
seus herdeiros responsável:
I – como usufrutuário, se o rendimento for comum;
II – como procurador, se tiver mandato expresso ou tácito para os administrar;
III – como depositário,se não for usufrutuário, nem administrador.
Finalizando as regras gerais quanto ao regime de bens, o art. 1.652 do CC prevê a respon-
sabilidade como usufrutuário, procurador ou depositário de um dos cônjuges em relação aos 
bens do outro.
5. regras esPeciais quanto ao regime de Bens
5.1. regime de comunhão Parcial
Prevalece este regime se os consortes não fizerem pacto antenupcial, ou, se o fizerem, 
o pacto for nulo ou ineficaz. Por essa causa, tal regime também é chamado de regime legal ou 
supletivo.
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Regimes de Bens e outros Direitos Patrimoniais nas Relações Familiares
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Caracteriza-se o regime da comunhão parcial de bens pela existência de três patrimônios 
distintos durante o casamento. O primeiro é o patrimônio comum formado pelos bens adquiri-
dos na constância do casamento; o segundo e o terceiro referem-se, respectivamente, ao patri-
mônio pessoal do marido e ao da mulher que, via de regra, são os bens que cada um já possuía 
antes do casamento e os recebidos, na constância, do casamento, por doação ou sucessão.
Graficamente temos o seguinte:
ANTES DO CASAMENTO DURANTE O CASAMENTO
– patrimônio do marido;
– patrimônio da esposa.
– patrimônio comum do casal;
– patrimônio do marido;
– patrimônio da esposa.
Art. 1.658. No regime de comunhão parcial, comunicam-se os bens que sobrevierem ao casal, na 
constância do casamento, com as exceções dos artigos seguintes.
O artigo seguinte indicará todas as hipóteses de incomunicabilidade, ou seja, bens adqui-
ridos durante o casamento que não irão pertencer ao patrimônio comum do casal.
Art. 1.659. Excluem-se da comunhão:
I – os bens que cada cônjuge possuir ao casar, e os que lhe sobrevierem, na constância do casa-
mento, por doação ou sucessão, e os sub-rogados em seu lugar;
II – os bens adquiridos com valores exclusivamente pertencentes a um dos cônjuges em sub-ro-
gação dos bens particulares;
III – as obrigações anteriores ao casamento;
IV – as obrigações provenientes de atos ilícitos, salvo reversão em proveito do casal;
V – os bens de uso pessoal, os livros e instrumentos de profissão;
VI – os proventos do trabalho pessoal de cada cônjuge;
VII – as pensões, meios-soldos, montepios e outras rendas semelhantes.
No regime da comunhão parcial de bens, os bens e obrigações referidos nos incisos I a 
VII do art. 1.659 do CC, deixam de integrar o patrimônio comum do casal, permanecendo na 
esfera dos bens particulares de cada cônjuge.
Os bens citados nos incisos V a VII (sublinhados) também são excluídos da comunhão 
quando se tratar do regime da comunhão universal de bens.
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Art. 1.660. Entram na comunhão:
I – os bens adquiridos na constância do casamento por título oneroso, ainda que só em nome de 
um dos cônjuges;
II – os bens adquiridos por fato eventual, com ou sem o concurso de trabalho ou despesa anterior;
III – os bens adquiridos por doação, herança ou legado, em favor de ambos os cônjuges;
IV – as benfeitorias em bens particulares de cada cônjuge;
V – os frutos dos bens comuns, ou dos particulares de cada cônjuge, percebidos na constância do 
casamento, ou pendentes ao tempo de cessar a comunhão.
Por outro lado, o art. 1.660 do CC, por meio de seus incisos, estabelece situações em que 
irá ocorrer a comunicabilidade dos bens. Ou seja, são situações onde o bem irá pertencer ao 
patrimônio comum do casal.
Art. 1.661. São incomunicáveis os bens cuja aquisição tiver por título uma causa anterior ao casa-
mento.
De acordo com o art. 1.661 do CC, não se comunicam os bens cuja aquisição tenha por 
título uma causa anterior ao casamento.
Exemplos:
- os bens adquiridos por título oneroso ou gratuito, mas sob condição suspensiva;
- que só se verificou na constância do matrimônio;
- os bens vendidos antes, por um dos cônjuges, sob condição resolutiva que só veio a realizar-
-se depois de contraído o matrimônio;
- os bens reivindicados por ação anteriormente iniciada;
- o domínio útil preexistente, consolidado no direito depois do casamento.
Art. 1.662. No regime da comunhão parcial, presumem-se adquiridos na constância do casamento 
os bens móveis, quando não se provar que o foram em data anterior.
O art. 1.662 do CC estabelece uma presunção relativa (júris tantum) de que os bens móveis 
adquiridos durante o casamento pertencem ao patrimônio comum do casal.
Art. 1.663. A administração do patrimônio comum compete a qualquer dos cônjuges.
§ 1º As dívidas contraídas no exercício da administração obrigam os bens comuns e particulares do 
cônjuge que os administra, e os do outro na razão do proveito que houver auferido.
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§ 2º A anuência de ambos os cônjuges é necessária para os atos, a título gratuito, que impliquem 
cessão do uso ou gozo dos bens comuns.
§ 3º Em caso de malversação dos bens, o  juiz poderá atribuir a administração a apenas um dos 
cônjuges.
A direção da sociedade conjugal é exercida, em colaboração, pelos cônjuges. Dessa for-
ma, a administração do patrimônio comum caberá a qualquer deles indistintamente, que terá o 
encargo de gerir a massa comum de bens, agindo como representante do outro.
As dívidas contraídas no exercício da administração dos bens são garantidas pelo pa-
trimônio comum do casal e pelos bens particulares do cônjuge que os administra. Os bens 
particulares do outro cônjuge serão alcançados, apenas, na medida do proveito que houver 
auferido.
A administração dos bens comuns deverá atender ao princípio geral de que a direção da 
sociedade será sempre exercida no interesse do casal e dos filhos. Ferido esse princípio pela 
malversação do patrimônio comum, poderá o cônjuge prejudicado solicitar que lhe seja atri-
buída, com exclusividade, a administração dos bens comuns.
Art.  1.664. Os  bens da comunhão respondem pelas obrigações contraídas pelo marido ou pela 
mulher para atender aos encargos da família, às despesas de administração e às decorrentes de 
imposição legal.
Conforme já estudamos, o marido e a mulher são igualmente responsáveis pela adminis-
tração e sustento da família. É natural, portanto, que as obrigações contraídas para atender 
aos encargos da família, às  despesas com a administração dos bens e às decorrentes de 
imposição legal, independentemente de quem as contraiu, obriguem os bens integrantes do 
patrimônio comum do casal.
Art. 1.665. A administração e a disposição dos bens constitutivos do patrimônio particular compe-
tem ao cônjuge proprietário, salvo convenção diversa em pacto antenupcial.
De acordo com o art. 1.665 do CC, a liberdade na administração dos bens particulares é o 
princípio. Não se aplica o princípio, apenas, quando os nubentes, em pacto antenupcial, deci-
dem de forma diferente.
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Art. 1.666. As dívidas, contraídas por qualquer dos cônjuges na administração de seus bens particu-
lares e em benefício destes, não obrigam os bens comuns. Tendo em vista que os bens particulares 
são livremente administrados por cada titular, quando o administrador contrai dívidas em benefício 
dos bens particulares, tais dívidas não obrigam os bens comuns. Apenas os bens particulares res-
ponderão por essas dívidas.
Dessa forma, a esposa não pode responder por uma dívida assumida pelo marido com 
relação aos seus bens particulares quando se tratar do regime da comunhão parcial de bens.
5.2. regime de comunhão universal
Os nubentes poderão, por meio de pacto antenupcial, estipular que o regime matrimonial 
de bens será o da comunhão universal, pelo qual todos os seus bens (móveis e imóveis) pre-
sentes e futuros e suas dívidas passivas, adquiridas antes ou depois do matrimônio, tornam-se 
comuns, construindo uma só massa, instaurando um estado de indivisibilidade, passando a ter 
casa consorte o direito à metade ideal do patrimônio comum e das dívidas comuns.
Art. 1.667. O regime de comunhão universal importa a comunicação de todos os bens presentes e 
futuros dos cônjuges e suas dívidas passivas, com as exceções do artigo seguinte.
Graficamente temos o seguinte:
ANTES E DURANTE O CASAMENTO COM A DISSOLUÇÃO DA SOCIEDADE CONJUGAL
– patrimônio do marido;
– patrimônio da esposa.
– patrimônio do marido;
– patrimônio da esposa;
– equalização do patrimônio adquirido durante o casamento.
Art. 1.668. São excluídos da comunhão:
I – os bens doados ou herdados com a cláusula de incomunicabilidade e os sub-rogados em seu 
lugar;
II – os bens gravados de fideicomisso e o direito do herdeiro fideicomissário, antes de realizada a 
condição suspensiva;
III – as dívidas anteriores ao casamento, salvo se provierem de despesas com seus aprestos, ou 
reverterem em proveito comum;
IV – as doações antenupciais feitas por um dos cônjuges ao outro com a cláusula de incomunica-
bilidade;
V – Os bens referidos nos incisos V a VII do art. 1.659.
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Apesar de o regime de comunhão universal dos bens acarretar a comunicabilidade dos 
bens presentes e futuros, de forma excepcional, a lei, por meio do art. 1.668 do CC, exclui da 
comunhão alguns bens, por terem efeitos personalíssimos ou devido a sua própria natureza.
Art. 1.669. A incomunicabilidade dos bens enumerados no artigo antecedente não se estende aos 
frutos, quando se percebam ou vençam durante o casamento.
A incomunicabilidade dos bens arrolados no artigo 1.668 do CC não se estenderá aos 
frutos civis, naturais, industriais (colheitas, aluguel de imóveis, juros, dividendos etc.) e, ana-
logicamente, aos produtos (ex: de minas e pedreiras) percebidos ou vencidos na constância 
do matrimônio.
Dessa forma, imagine duas pessoas casadas sob o regime da comunhão universal, no 
qual a esposa recebe a título de herança um imóvel com cláusula de incomunicabilidade. Tal 
imóvel irá pertencer ao patrimônio exclusivo da esposa, entretanto, se tal imóvel for alugado, 
o valor recebido a título de aluguel durante o casamento irá pertencer ao patrimônio comum 
do casal.
Art. 1.670. Aplica-se ao regime da comunhão universal o disposto no Capítulo antecedente, quanto 
à administração dos bens.
Explicita o artigo que sobre a administração dos bens aplicam-se as mesmas regras do re-
gime da comunhão parcial, que estão dispostas nos arts. 1.663 e 1.665 do CC. As observações 
pertinentes já foram feitas nos artigos referidos.
Art. 1.671. Extinta a comunhão, e efetuada a divisão do ativo e do passivo, cessará a responsabili-
dade de cada um dos cônjuges para com os credores do outro.
A separação judicial e o divórcio acarretam o fim do regime matrimonial de bens, extinguin-
do-se a comunhão. A partir do momento que termina a comunhão, as dívidas contraídas não 
podem mais se comunicar.
5.3. regime de ParticiPação Final nos aquestos
O regime de participação final nos aquestos caracteriza-se pela existência de dois patri-
mônios distintos. Um pertencente ao homem e outro pertencente à mulher. Tal situação per-
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dura até a dissolução da sociedade conjugal, quando se fará a apuração dos bens adquiridos 
pelos cônjuges, a título oneroso, na constância do casamento, partilhando-os meio a meio.
Art. 1.672. No regime de participação final nos aquestos, cada cônjuge possui patrimônio próprio, 
consoante disposto no artigo seguinte, e lhe cabe, à época da dissolução da sociedade conjugal, 
direito à metade dos bens adquiridos pelo casal, a título oneroso, na constância do casamento.
A tabela a seguir sintetiza o assunto:
ANTES E DURANTE O CASAMENTO COM A DISSOLUÇÃO DA SOCIEDADE CONJUGAL
– patrimônio do marido;
– patrimônio da esposa.
– patrimônio do marido;
– patrimônio da esposa;
– equalização do patrimônio adquirido durante o casamento.
Art. 1.673. Integram o patrimônio próprio os bens que cada cônjuge possuía ao casar e os por ele 
adquiridos, a qualquer título, na constância do casamento.
Parágrafo único. A administração desses bens é exclusiva de cada cônjuge, que os poderá livre-
mente alienar, se forem móveis.
No regime de participação final nos aquestos, o patrimônio próprio de cada cônjuge é o 
conjunto de bens que cada um possuía à data das núpcias e dos que por eles forem adquiri-
dos, onerosa ou gratuitamente, durante a vigência matrimonial.
Entretanto, mesmo que os bens imóveis integrem o patrimônio particular de um dos côn-
juges, em caso de alienação deverá haver autorização do outro cônjuge.
REGIME DE PARTICIPAÇÃO FINAL NOS AQUESTOS
BENS MÓVEIS São de livre alienação, ou seja, é desnecessária a outorga conjugal.
BENS IMÓVEIS Dependem de outorga conjugal para serem alienados.
Art. 1.674. Sobrevindo a dissolução da sociedade conjugal, apurar-se-á o montante dos aquestos, 
excluindo-se da soma dos patrimônios próprios:
I – os bens anteriores ao casamento e os que em seu lugar se sub-rogaram;
II – os que sobrevieram a cada cônjuge por sucessão ou liberalidade;
III – as dívidas relativas a esses bens.
Parágrafo único. Salvo prova em contrário, presumem-se adquiridos durante o casamento os bens 
móveis.
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Ocorrendo o fim dasociedade conjugal, cessa, também, o regime matrimonial de bens. No 
caso do regime de participação final nos aquestos, será feita a apuração dos bens adquiridos 
na constância do casamento, excluindo-se:
• os bens anteriores ao casamento e os que em seu lugar se sub-rogarem;
• os que sobrevierem a cada cônjuge por sucessão ou liberalidade;
• as dívidas relativas a esses bens.
Estão incluídos no acervo partilhável os bens móveis, salvo prova de sua aquisição ante-
rior ao casamento.
Posteriormente, com a avaliação do monte partilhável tomando-se por base a data da 
cessação da convivência conjugal, haverá a divisão equitativa dos bens.
Art. 1.675. Ao determinar-se o montante dos aquestos, computar-se-á o valor das doações feitas 
por um dos cônjuges, sem a necessária autorização do outro; nesse caso, o bem poderá ser rei-
vindicado pelo cônjuge prejudicado ou por seus herdeiros, ou declarado no monte partilhável, por 
valor equivalente ao da época da dissolução.
Caso o cônjuge proprietário tenha feito doação sem a autorização do consorte, o bem do-
ado poderá ser reivindicado pelo cônjuge prejudicado ou por seus herdeiros, ou, simplesmen-
te, declarado no monte partilhável pelo valor que tinha à época da dissolução. O valor apurado 
integrará a meação do cônjuge doador.
Art. 1.676. Incorpora-se ao monte o valor dos bens alienados em detrimento da meação, se não 
houver preferência do cônjuge lesado, ou de seus herdeiros, de os reivindicar.
O art. 1.676 do CC assegura uma justa partilha dos bens adquiridos, a título oneroso, na 
constância do casamento. Caso o cônjuge aliene bens com a finalidade de burlar a meação, 
poderá o cônjuge lesado, ou seus herdeiros, reivindicá-los, ou requerer a inclusão do valor 
desses bens no monte partilhável para que ocorra a devida compensação.
Art. 1.677. Pelas dívidas posteriores ao casamento, contraídas por um dos cônjuges, somente este 
responderá, salvo prova de terem revertido, parcial ou totalmente, em benefício do outro.
O art. 1.677, regulamenta a compensação das dívidas pessoais de um cônjuge, em detri-
mento da final igualdade partidária dos aquestos. A  disposição refere-se aos débitos estri-
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tamente pessoais a cargo do cônjuge devedor e que oneram seus bens privativos, pois tais 
dívidas não podem comprometer solidariamente o patrimônio comunicável.
Art. 1.678. Se um dos cônjuges solveu uma dívida do outro com bens do seu patrimônio, o valor 
do pagamento deve ser atualizado e imputado, na data da dissolução, à meação do outro cônjuge.
As dívidas contraídas em proveito próprio, por qualquer um dos cônjuges, obrigam ape-
nas o patrimônio pessoal de cada um. Pode ocorrer, entretanto, que o cônjuge não obrigado 
pelo débito pague a dívida com um bem de seu patrimônio pessoal. Tal fato gera direito de 
compensação por ocasião da partilha. O valor do pagamento será atualizado e computado na 
meação do cônjuge devedor
Art. 1.679. No caso de bens adquiridos pelo trabalho conjunto, terá cada um dos cônjuges uma 
quota igual no condomínio ou no crédito por aquele modo estabelecido.
Apesar de o regime de participação final nos aquestos caracterizar-se por patrimônios in-
dividualizados, podem os cônjuges adquirirem bens com fruto do trabalho comum, de modo a 
se estabelecer um regime de condomínio (copropriedade).
Art. 1.680. As coisas móveis, em face de terceiros, presumem-se do domínio do cônjuge devedor, 
salvo se o bem for de uso pessoal do outro.
A presunção estabelecida nesse artigo, ou seja, de que as coisas móveis, em face de ter-
ceiros, são do domínio do cônjuge devedor, cederá em duas circunstâncias:
• se for provada a aquisição anterior ao casamento pelo cônjuge não devedor;
• se o bem for de uso pessoal do outro cônjuge.
Art. 1.681. Os bens imóveis são de propriedade do cônjuge cujo nome constar no registro.
Parágrafo único. Impugnada a titularidade, caberá ao cônjuge proprietário provar a aquisição regular 
dos bens.
Já estudamos que o título aquisitivo de propriedade imobiliária tem efeito erga omnes 
quando devidamente registrado no Cartório de Imóveis competente. Ou seja, a transferência 
do domínio apenas se dá com o registro. Dessa forma, é proprietário do bem imóvel o cônjuge 
cujo nome constar no registro imobiliário.
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Art. 1.682. O direito à meação não é renunciável, cessível ou penhorável na vigência do regime ma-
trimonial.
Com o término do casamento, efetuar-se-á a partilha, conferindo-se a cada consorte a me-
tade dos bens, amealhados pelo casal, a título oneroso, trata-se da meação. Tal direito à me-
ação é insuscetível de renúncia, cessão (gratuita ou onerosa) ou penhora, protegendo-se o 
patrimônio da família e do cônjuge.
Art. 1.683. Na dissolução do regime de bens por separação judicial ou por divórcio, verificar-se-á o 
montante dos aquestos à data em que cessou a convivência.
A equalização dos bens para posterior divisão entre os consortes tem como limite a data 
em que ocorreu o fim da convivência, ou seja, a data em que ocorreu a separação de fato e não 
a data da dissolução da sociedade conjugal ou do divórcio.
Art. 1.684. Se não for possível nem conveniente a divisão de todos os bens em natureza, calcular-se-
-á o valor de alguns ou de todos para reposição em dinheiro ao cônjuge não proprietário.
Parágrafo único. Não se podendo realizar a reposição em dinheiro, serão avaliados e, mediante au-
torização judicial, alienados tantos bens quantos bastarem.
O artigo trata de mecanismos objetivos para a partilha dos bens entre os cônjuges. Em 
primeiro lugar, tentar-se-á a divisão atribuindo-se a cada cônjuge a propriedade exclusiva de 
determinados bens. Não sendo possível, avaliar-se-ão alguns ou todos os bens, com a finalida-
de de reposição em dinheiro ao cônjuge não proprietário. Inviabilizada esta segunda solução, 
os bens serão avaliados e alienados tantos quantos bastem para a precisa meação do patri-
mônio. Esta última hipótese depende de autorização judicial.
Art. 1.685. Na dissolução da sociedade conjugal por morte, verificar-se-á a meação do cônjuge so-
brevivente de conformidade com os artigos antecedentes, deferindo-se a herança aos herdeiros na 
forma estabelecida neste Código.
A morte do cônjuge põe termo à sociedade conjugal, e, consequentemente, extingue o regi-
me matrimonial de bens. A apuração do acervo partilhável far-se-á na seguinte proporção: 50% 
caberá ao cônjuge sobrevivente e a outra metade é transmitida aos herdeiros, em obediência 
às regras estabelecidas neste Código.
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Art. 1.686. As dívidas de um dos cônjuges, quando superiores à sua meação, não obrigamao outro, 
ou a seus herdeiros.
O art. 1.686 do CC trata da responsabilidade pelo pagamento das dívidas contraídas por 
um dos cônjuges quando superiores à sua meação. Em tais casos, o cônjuge que não contraiu 
a dívida não responde por ela, e os herdeiros são solidários até o valor correspondente à mea-
ção do falecido, ou seja, até o valor da herança.
5.4. regime de seParação convencional de Bens
Ter-se-á o regime de separação de bens quando, por lei ou pacto antenupcial, cada consor-
te conservar, com exclusividade, o domínio, a posse e a administração de seus bens presentes 
e futuros, e a responsabilidade pelos débitos anteriores e posteriores ao matrimônio.
Art. 1.687. Estipulada a separação de bens, estes permanecerão sob a administração exclusiva de 
cada um dos cônjuges, que os poderá livremente alienar ou gravar de ônus real.
Dessa forma, cada cônjuge, uma vez adotado o regime de separação de bens, conservará 
a integral administração e fruição do que lhe pertence, sendo que nem mesmo dependerá da 
anuência do outro cônjuge para alienar imóveis ou gravar seus bens de ônus real.
Conclui-se que antes e durante o casamento existirão patrimônios distintos para cada um 
dos cônjuges, conforme tabela a seguir:
ANTES DO CASAMENTO DURANTE O CASAMENTO
– patrimônio do marido;
– patrimônio da esposa.
– patrimônio do marido;
– patrimônio da esposa.
Art. 1.688. Ambos os cônjuges são obrigados a contribuir para as despesas do casal na proporção 
dos rendimentos de seu trabalho e de seus bens, salvo estipulação em contrário no pacto antenup-
cial.
Apesar de existirem patrimônios distintos para cada um dos cônjuges, o Código Civil es-
tipula a obrigação de ambos contribuírem com as despesas comuns do casal, na proporção 
dos rendimentos de seu trabalho e de seus bens, salvo disposição em contrário expressa em 
cláusula no pacto antenupcial.
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6. Bem de Família
O bem de família pode ser conceituado como o imóvel utilizado como residência da en-
tidade familiar, decorrente de casamento, união estável, entidade monoparental, ou entidade 
de outra origem, protegido por previsão legal específica. O ordenamento jurídico brasileiro faz 
a interpretação extensiva de proteção da moradia para atingir o imóvel em que reside pessoa 
solteira, separada ou viúva (Súmula 364 do STJ).
Súmula n. 364 – O conceito de impenhorabilidade de bem de família abrange também o imóvel per-
tencente a pessoas solteiras, separadas e viúvas.
A nossa legislação prevê duas espécies de bem de família:
1) Bem de Família Voluntário ou Convencional – estudado nos arts. 1711 a 1722 do CC; e
2) Bem de Família Legal – regulado pela Lei n. 8.009/1990.
6.1 Bem de Família voluntário ou convencional
O art. 1.711 do CC estipula a forma pela qual o bem de família deve ser instituído (escritura 
pública ou testamento), bem como o limite de 1/3 do patrimônio líquido. Tal limite visa pro-
teger eventual credores que, em decorrência da impenhorabilidade do bem de família, podem 
ficar sem receber suas dívidas.
Dessa forma, se uma pessoa tem o patrimônio de três milhões, somente um milhão pode-
rá ser constituído como bem de família.
Art. 1.711. Podem os cônjuges, ou a entidade familiar, mediante escritura pública ou testamento, 
destinar parte de seu patrimônio para instituir bem de família, desde que não ultrapasse um terço 
do patrimônio líquido existente ao tempo da instituição, mantidas as regras sobre a impenhorabi-
lidade do imóvel residencial estabelecida em lei especial.
Parágrafo único. O terceiro poderá igualmente instituir bem de família por testamento ou doação, 
dependendo a eficácia do ato da aceitação expressa de ambos os cônjuges beneficiados ou da 
entidade familiar beneficiada.
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Para que haja a proteção prevista em lei, é necessário que o bem seja imóvel residencial, 
rural ou urbano, incluindo a proteção a todos os bens acessórios que o compõem, caso inclusi-
ve das pertenças. A proteção poderá abranger valores mobiliários, cuja renda seja aplicada na 
conservação do imóvel e no sustento da família.
Art. 1.712. O bem de família consistirá em prédio residencial urbano ou rural, com suas pertenças e 
acessórios, destinando-se em ambos os casos a domicílio familiar, e poderá abranger valores mobi-
liários, cuja renda será aplicada na conservação do imóvel e no sustento da família.
Apesar de os valores mobiliários também poderem ser instituídos como bem de família, 
existe um limite a ser observado nos termos do art. 1713 do CC.
Art. 1.713. Os valores mobiliários, destinados aos fins previstos no artigo antecedente, não pode-
rão exceder o valor do prédio instituído em bem de família, à época de sua instituição.
§ 1º Deverão os valores mobiliários ser devidamente individualizados no instrumento de instituição 
do bem de família.
§ 2º Se se tratar de títulos nominativos, a sua instituição como bem de família deverá constar dos 
respectivos livros de registro.
§ 3º O instituidor poderá determinar que a administração dos valores mobiliários seja confiada a 
instituição financeira, bem como disciplinar a forma de pagamento da respectiva renda aos bene-
ficiários, caso em que a responsabilidade dos administradores obedecerá às regras do contrato de 
depósito.
A instituição do bem de família convencional deve ser efetuada por escrito e registrada no 
Cartório de Registro de Imóveis do local em que o mesmo está situado.
Art. 1.714. O bem de família, quer instituído pelos cônjuges ou por terceiro, constitui-se pelo registro 
de seu título no Registro de Imóveis.
Com a instituição do bem de família convencional ou voluntário, o prédio se toma inaliená-
vel e impenhorável, permanecendo isento de execuções por dívidas posteriores à instituição. 
Entretanto, tal proteção não prevalecerá nos casos de dívidas com as seguintes origens:
a) dívidas anteriores à sua constituição, de qualquer natureza;
b) dívidas posteriores, relacionadas com tributos relativos ao prédio, caso do IPTU (obriga-
ções propter rem ou ambulatórias);
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c) despesas de condomínio (outra típica obrigação propter rem ou ambulatória), mesmo 
posteriores à instituição.
Art. 1.715. O bem de família é isento de execução por dívidas posteriores à sua instituição, salvo as que 
provierem de tributos relativos ao prédio, ou de despesas de condomínio.
Parágrafo único. No caso de execução pelas dívidas referidas neste artigo, o saldo existente será 
aplicado em outro prédio, como bem de família, ou em títulos da dívida pública, para sustento fami-
liar, salvo se motivos relevantes aconselharem outra solução, a critério do juiz.
A instituição duraaté que ambos os cônjuges faleçam, sendo que, se restarem filhos menores 
de 18 anos, mesmo falecendo os pais, a instituição perdura até que todos os filhos atinjam a maio-
ridade. Percebe-se a intenção de proteger a entidade familiar.
Art. 1.716. A isenção de que trata o artigo antecedente durará enquanto viver um dos cônjuges, ou, 
na falta destes, até que os filhos completem a maioridade.
A inalienabilidade, como regra geral, está prevista no art. 1. 717 do CC, sendo somente 
possível a alienação do referido bem mediante consentimento dos interessados (membros 
da entidade familiar), e de seus representantes, ouvido o Ministério Público.
Art. 1.717. O prédio e os valores mobiliários, constituídos como bem da família, não podem ter des-
tino diverso do previsto no art. 1.712 ou serem alienados sem o consentimento dos interessados e 
seus representantes legais, ouvido o Ministério Público.
O art. 1.718 do CC determina o que deve ser feito com os bens da entidade objeto de liqui-
dação.
Art. 1.718. Qualquer forma de liquidação da entidade administradora, a que se refere o § 3º do 
art. 1.713, não atingirá os valores a ela confiados, ordenando o juiz a sua transferência para outra 
instituição semelhante, obedecendo-se, no caso de falência, ao disposto sobre pedido de restitui-
ção.
Eventualmente, comprovada a impossibilidade de manutenção do bem de família con-
vencional, poderá o juiz, a requerimento dos interessados, extingui-lo ou autorizar a sub-ro-
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gação real de bens que o constituem em outros, ouvido o instituidor e o Ministério Público. 
Trata-se de uma hipótese de dissolução judicial do bem protegido.
Art. 1.719. Comprovada a impossibilidade da manutenção do bem de família nas condições em que 
foi instituído, poderá o juiz, a requerimento dos interessados, extingui-lo ou autorizar a sub-rogação 
dos bens que o constituem em outros, ouvidos o instituidor e o Ministério Público.
No que concerne à sua administração, salvo previsão em contrário, cabe a ambos os côn-
juges ou companheiros, sendo possível a intervenção judicial, em caso de divergência.
Art. 1.720. Salvo disposição em contrário do ato de instituição, a administração do bem de família 
compete a ambos os cônjuges, resolvendo o juiz em caso de divergência.
Parágrafo único. Com o falecimento de ambos os cônjuges, a administração passará ao filho mais 
velho, se for maior, e, do contrário, a seu tutor.
Art. 1.721. A dissolução da sociedade conjugal não extingue o bem de família.
Parágrafo único. Dissolvida a sociedade conjugal pela morte de um dos cônjuges, o sobrevivente 
poderá pedir a extinção do bem de família, se for o único bem do casal.
A dissolução da sociedade conjugal, por divórcio, morte, inexistência, nulidade ou anula-
bilidade do casamento, não extingue o bem de família convencional. Dissolvida a sociedade 
conjugal por morte de um dos cônjuges, o sobrevivente poderá pedir a extinção da proteção, 
se for o único bem do casal.
Art. 1.722. Extingue-se, igualmente, o bem de família com a morte de ambos os cônjuges e a maio-
ridade dos filhos, desde que não sujeitos a curatela.
Finalizando, se extingue o bem de família convencional com a morte de ambos os cônju-
ges e a maioridade dos filhos, desde que não sujeitos à curatela.
6.2 Bem de Família legal
A seguir temos os artigos da Lei n. 8.009/1990 que tratam do bem de família legal.
Art. 1º O imóvel residencial próprio do casal, ou da entidade familiar, é impenhorável e não respon-
derá por qualquer tipo de dívida civil, comercial, fiscal, previdenciária ou de outra natureza, contraída 
pelos cônjuges ou pelos pais ou filhos que sejam seus proprietários e nele residam, salvo nas hipó-
teses previstas nesta lei.
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Parágrafo único. A impenhorabilidade compreende o imóvel sobre o qual se assentam a construção, 
as plantações, as benfeitorias de qualquer natureza e todos os equipamentos, inclusive os de uso pro-
fissional, ou móveis que guarnecem a casa, desde que quitados.
Art. 2º Excluem-se da impenhorabilidade os veículos de transporte, obras de arte e adornos suntu-
osos.
Parágrafo único. No caso de imóvel locado, a impenhorabilidade aplica-se aos bens móveis quita-
dos que guarneçam a residência e que sejam de propriedade do locatário, observado o disposto 
neste artigo.
Art. 3º A impenhorabilidade é oponível em qualquer processo de execução civil, fiscal, previdenciá-
ria, trabalhista ou de outra natureza, salvo se movido:
I – (Revogado pela Lei Complementar n. 150, de 2015)
II – pelo titular do crédito decorrente do financiamento destinado à construção ou à aquisição do 
imóvel, no limite dos créditos e acréscimos constituídos em função do respectivo contrato;
III – pelo credor da pensão alimentícia, resguardados os direitos, sobre o bem, do seu coproprietário 
que, com o devedor, integre união estável ou conjugal, observadas as hipóteses em que ambos res-
ponderão pela dívida; (Redação dada pela Lei n. 13.144 de 2015)
IV – para cobrança de impostos, predial ou territorial, taxas e contribuições devidas em função do 
imóvel familiar;
V – para execução de hipoteca sobre o imóvel oferecido como garantia real pelo casal ou pela enti-
dade familiar;
VI – por ter sido adquirido com produto de crime ou para execução de sentença penal condenatória 
a ressarcimento, indenização ou perdimento de bens.
VII – por obrigação decorrente de fiança concedida em contrato de locação.
Art. 4º Não se beneficiará do disposto nesta lei aquele que, sabendo-se insolvente, adquire de má-fé 
imóvel mais valioso para transferir a residência familiar, desfazendo-se ou não da moradia antiga.
§ 1º Neste caso, poderá o juiz, na respectiva ação do credor, transferir a impenhorabilidade para a 
moradia familiar anterior, ou anular-lhe a venda, liberando a mais valiosa para execução ou concur-
so, conforme a hipótese.
§ 2º Quando a residência familiar constituir-se em imóvel rural, a impenhorabilidade restringir-se-á 
à sede de moradia, com os respectivos bens móveis, e, nos casos do art. 5º, inciso XXVI, da Consti-
tuição, à área limitada como pequena propriedade rural.
Art. 5º Para os efeitos de impenhorabilidade, de que trata esta lei, considera-se residência um 
único imóvel utilizado pelo casal ou pela entidade familiar para moradia permanente.
Parágrafo único. Na hipótese de o casal, ou entidade familiar, ser possuidor de vários imóveis utili-
zados como residência, a impenhorabilidade recairá sobre o de menor valor, salvo se outro tiver sido 
registrado, para esse fim, no Registro de Imóveis e na forma do art. 70 do Código Civil.
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QUESTÕES DE CONCURSO 
Questões FGV (OAB)
questão 1(FGV/XXXI EXAME DA ORDEM/2019) Aldo e Mariane são casados sob o regi-
me da comunhão parcial de bens, desde setembro de 2013. Em momento anterior ao casa-
mento, Rubens, pai de Mariane, realizou a doação de um imóvel à filha. Desde então, a nova 
proprietária acumula os valores que lhe foram pagos pelos locatários do imóvel. No ano cor-
rente, alguns desentendimentos fizeram com que Mariane pretendesse se divorciar de Aldo. 
Para tal finalidade, procurou um advogado, informando que a soma dos aluguéis que lhe foram 
pagos desde a doação do imóvel totalizava R$ 150.000,00 (cento e cinquenta mil reais), sendo 
que R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais) foram auferidos antes do casamento e o restante, após. 
Mariane relatou, ainda, que atualmente o imóvel se encontra vazio, sem locatários. Sobre essa 
situação e diante de eventual divórcio, assinale a afirmativa correta.
a) Quanto aos aluguéis, Aldo tem direito à meação sob o total dos valores.
b) Tendo em vista que o imóvel locado por Mariane é seu bem particular, os aluguéis por ela 
auferidos não se comunicam com Aldo.
c) Aldo tem direito à meação dos valores recebidos por Mariane, durante o casamento, a título 
de aluguel.
d) Aldo faz jus à meação tanto sobre a propriedade do imóvel doado a Mariane por Rubens, 
quanto sobre os valores recebidos a título de aluguel desse imóvel na constância do casamento.
questão 2 (FGV/XXX EXAME DA ORDEM/2019) Arnaldo, publicitário, é casado com Silva-
na, advogada, sob o regime de comunhão parcial de bens. Silvana sempre considerou diversi-
ficar sua atividade profissional e pensa em se tornar sócia de uma sociedade empresária do 
ramo de tecnologia. Para realizar esse investimento, pretende vender um apartamento adqui-
rido antes de seu casamento com Arnaldo; este, mais conservador na área negocial, não con-
corda com a venda do bem para empreender. Sobre a situação descrita, assinale a afirmativa 
correta. 
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a) Silvana não precisa de autorização de Arnaldo para alienar o apartamento, pois destina-se 
ao incremento da renda familiar. 
b) A autorização de Arnaldo para alienação por Silvana é necessária, por conta do regime da 
comunhão parcial de bens. 
c) Silvana não precisa de autorização de Arnaldo para alienar o apartamento, pois se trata de 
bem particular. 
d) A autorização de Arnaldo para alienação por Silvana é necessária e decorre do casamento, 
independentemente do regime de bens.
questão 3 (FGV/OAB/EXAME DE ORDEM UNIFICADO/2019) Mônica, casada pelo regime 
da comunhão total de bens, descobre que seu marido, Geraldo, alienou um imóvel pertencen-
te ao patrimônio comum do casal, sem a devida vênia conjugal. A descoberta agrava a crise 
conjugal entre ambos e acaba conduzindo ao divórcio do casal. Tempos depois, Mônica ajuíza 
ação em face de seu ex-marido, objetivando a invalidação da alienação do imóvel.
Sobre o caso narrado, assinale a afirmativa correta.
a) O juiz pode conhecer de ofício do vício decorrente do fato de Mônica não ter anuído com a 
alienação do bem.
b) O fato de Mônica não ter anuído com a alienação do bem representa um vício que convales-
ce com o decurso do tempo.
c) O vício decorrente da ausência de vênia conjugal não pode ser sanado pela posterior con-
firmação do ato por Mônica.
d) Para que a pretensão de Mônica seja acolhida, ela deveria ter observado o prazo prescricio-
nal de dois anos, a contar da data do divórcio.
questão 4 (FGV/OAB/EXAME DE ORDEM UNIFICADO/2019) Flora e Carlos pretendem 
contrair matrimônio. Flora tem 65 anos e, Carlos, 66. Por se tratar de segundas núpcias do 
futuro casal e já terem filhos oriundos de relacionamentos anteriores, eles não pretendem se 
tornar herdeiros um do outro e tampouco comunicar seus patrimônios. Diante do desconheci-
mento dos efeitos sucessórios do casamento, Flora e Carlos buscam aconselhamento jurídico 
sobre a possibilidade de sua pretensão.
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Assinale a opção que indica a resposta correta dada pelo(a) advogado(a) consultado(a).
a) Em razão da idade de Carlos, o regime de bens será o da separação obrigatória, o qual afas-
ta a possibilidade do futuro casal ser herdeiro um do outro.
b) O futuro casal deverá optar pelo regime da separação convencional de bens, que permitirá a 
exclusão da qualidade de herdeiro de Flora e Carlos.
c) O cônjuge, no ordenamento jurídico brasileiro, sempre será herdeiro necessário, indepen-
dentemente do regime de bens.
d) O ordenamento brasileiro não oferece alternativa para a pretensão do futuro casal.
questão 5 (FGV/OAB/EXAME DE ORDEM UNIFICADO/2017) Arlindo e Berta firmam pacto 
antenupcial, preenchendo todos os requisitos legais, no qual estabelecem o regime de separa-
ção absoluta de bens. No entanto, por motivo de saúde de um dos nubentes, a celebração civil 
do casamento não ocorreu na data estabelecida. Diante disso, Arlindo e Berta decidem não se 
casar e passam a conviver maritalmente. Após cinco anos de união estável, Arlindo pretende 
dissolver a relação familiar e aplicar o pacto antenupcial, com o objetivo de não dividir os bens 
adquiridos na constância dessa união. Nessas circunstâncias, o pacto antenupcial é
a) válido e ineficaz.
b) válido e eficaz.
c) inválido e ineficaz.
d) inválido e eficaz.
questão 6 (FGV/OAB/EXAME DE ORDEM UNIFICADO/2016) Em maio de 2005, Sérgio e 
Lúcia casaram-se pelo regime da comunhão parcial de bens. Antes de se casar, ele já era pro-
prietário de dois imóveis. Em 2006, Sérgio alugou seus dois imóveis e os aluguéis auferidos, 
mês a mês, foram depositados em conta corrente aberta por ele, um mês depois da celebração 
dos contratos de locação. Em 2010, Sérgio recebeu o prêmio máximo da loteria, em dinheiro, 
que foi imediatamente aplicado em uma conta poupança aberta por ele naquele momento. Em 
2013, Lúcia e Sérgio se separaram. Lúcia procurou um advogado para saber se tinha direito à 
partilha do prêmio que Sérgio recebeu na loteria, bem como aos valores oriundos dos aluguéis 
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dos imóveis adquiridos por ele antes do casamento e, mensalmente, depositados na conta 
corrente de Sérgio.
Com base na hipótese narrada, assinale a afirmativa correta.
a) Ela não tem direito à partilha do prêmio e aos valores depositados na conta corrente de 
Sérgio, oriundos dos aluguéis de seus imóveis, uma vez que se constituem como bens particu-
lares de Sérgio.
b) Ela tem direito à partilha dos valores depositados na conta corrente de Sérgio, oriundos dos 
aluguéis de seus imóveis, mas não tem direito à partilha do prêmio obtido na loteria.
c) Ela tem direito à partilha do prêmio, mas não poderá pleitear a partilhados valores deposita-
dos na conta corrente de Sérgio, oriundos dos aluguéis de seus imóveis.
d) Ela tem direito à partilha do prêmio e dos valores depositados na conta corrente de Sérgio, 
oriundos dos aluguéis dos imóveis de Sérgio, uma vez que ambos constituem-se bens comuns 
do casal.
questão 7 (FGV/OAB/EXAME DE ORDEM UNIFICADO/2016) Juliana é sócia de uma so-
ciedade empresária que produz bens que exigem alto investimento, por meio de financiamento 
significativo. Casada com Mário pelo regime da comunhão universal de bens, desde 1998, e 
sem filhos, decide o casal alterar o regime de casamento para o de separação de bens, sem 
prejudicar direitos de terceiros, e com a intenção de evitar a colocação do patrimônio já adqui-
rido em risco.
Sobre a situação narrada, assinale a afirmativa correta.
a) A alteração do regime de bens mediante escritura pública, realizada pelos cônjuges e aver-
bada no Registro Civil, é possível.
b) A alteração do regime de bens, tendo em vista que o casamento foi realizado antes da vigên-
cia do Código Civil de 2002, não é possível.
c) A alteração do regime de bens mediante autorização judicial, com pedido motivado de am-
bos os cônjuges, apurada a procedência das razões invocadas e ressalvados os direitos de 
terceiros, é possível.
d) Não é possível a alteração para o regime da separação de bens, tão somente para o regime 
de bens legal, qual seja, o da comunhão parcial de bens.
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questão 8 (FGV/OAB/EXAME DE ORDEM UNIFICADO/2015) Roberto e Ana casaram-se, 
em 2005, pelo regime da comunhão parcial de bens. Em 2008, Roberto ganhou na loteria e, 
com os recursos auferidos, adquiriu um imóvel no Recreio dos Bandeirantes. Em 2014, Roberto 
foi agraciado com uma casa em Santa Teresa, fruto da herança de sua tia. Em 2015, Roberto 
e Ana se separaram.
Tendo em vista o regime de bens do casamento, assinale a afirmativa correta.
a) Os imóveis situados no Recreio dos Bandeirantes e em Santa Teresa são bens comuns e, 
por isso, deverão ser partilhados em virtude da separação do casal.
b) Apenas o imóvel situado no Recreio dos Bandeirantes deve ser partilhado, sendo o imóvel 
situado em Santa Teresa bem particular de Roberto.
c) Apenas o imóvel situado em Santa Teresa deve ser partilhado, sendo o imóvel situado no 
Recreio dos Bandeirantes excluído da comunhão, por ter sido adquirido com o produto de bem 
advindo de fato eventual.
d) Nenhum dos dois imóveis deverá ser partilhado, tendo em vista que ambos são bens parti-
culares de Roberto.
questão 9 (FGV/OAB/EXAME DE ORDEM UNIFICADO/2013) A escritura pública, lavrada 
em notas de tabelião, é documento dotado de fé pública, notadamente no que tange ao fato de 
o ato de declaração ter sido praticado na presença do tabelião e ter sido feita sua regular ano-
tação em assentos próprios, o que não importa na veracidade quanto ao conteúdo declarado.
A respeito desse tema, assinale a afirmativa correta.
a) Aos cônjuges ou à entidade familiar é vedado destinar parte do seu patrimônio para instituir 
bem de família por escritura pública, cuja forma legal exige testamento.
b) A escritura pública é essencial para a validade do pacto antenupcial, devendo ser declarado 
nulo se não atender à forma exigida por lei.
c) A partilha amigável entre herdeiros capazes será feita por termo nos autos do inventário ou 
por escritura pública, não se admitindo escrito particular, ainda que homologado pelo Juiz.
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d) A doação será realizada por meio de escritura pública ou instrumento particular, não tendo 
validade a doação verbal, tendo em vista ser expressamente vedada pela norma.
questão 10 (FGV/OAB/EXAME DE ORDEM UNIFICADO/2013) Amélia e Alberto são casa-
dos pelo regime de comunhão parcial de bens. Alfredo, amigo de Alberto, pede que ele seja seu 
fiador na compra de um imóvel.
Diante da situação apresentada, assinale a afirmativa correta.
a) A garantia acessória poderá ser prestada exclusivamente por Alberto.
b) A outorga de Amélia se fará indispensável, independente do regime de bens.
c) A fiança, se prestada por Alberto sem o consentimento de Amélia, será anulável.
d) A anulação do aval somente poderá ser pleiteada por Amélia durante o período em que es-
tiver casada.
questão 11 (FGV/OAB/EXAME DE ORDEM UNIFICADO/2010) Mathias, solteiro e capaz, 
com 65 anos de idade, e Tânia, solteira e capaz, com 60 anos de idade, conheceram-se há um 
ano e, agora, pretendem se casar.
A respeito da situação narrada, é correto afirmar que Mathias e Tânia
a) deverão, necessariamente, celebrar pacto antenupcial optando expressamente pelo regime 
da separação de bens.
b) poderão casar-se pelo regime da comunhão parcial de bens, desde que obtenham autoriza-
ção judicial, mediante a prévia demonstração da inexistência de prejuízo para terceiros.
c) poderão optar livremente dentre os regimes de bens previstos em lei, devendo celebrar pac-
to antenupcial somente se escolherem regime diverso da comunhão
parcial de bens.
d) somente poderão se casar pelo regime da separação obrigatória de bens, por força de lei e 
independentemente da celebração de pacto antenupcial.
questão 12 (FGV/OAB/EXAME DE ORDEM UNIFICADO/2013) Tiago, com 17 anos de idade 
e relativamente incapaz, sob autoridade de seus pais Mário e Fabiana, recebeu, por doação de 
seu tio, um imóvel localizado na rua Sete de Setembro, com dois pavimentos, contendo três 
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lojas comerciais no primeiro piso e dois apartamentos no segundo piso. Tiago trabalha como 
cantor nos finais de semana, tendo uma renda mensal de R$ 3.000,00 (três mil reais).
Face aos fatos narrados e considerando as regras de Direito Civil, assinale a opção correta.
a) Mário e Fabiana exercem sobre os bens imóveis de Tiago o direito de usufruto convencio-
nal, inerente à relação de parentesco que perdurará até a maioridade civil ou emancipação de 
Tiago.
b) Mário e Fabiana poderão alienar ou onerar o bem imóvel de Tiago, desde que haja prévia 
autorização do Ministério Público e seja demonstrado o evidente interesse da prole.
c) Mário e Fabiana não poderão administrar os valores auferidos por Tiago no exercício de 
atividade de cantor, bem como os bens com tais recursos adquiridos.
d) Mario e Fabiana, entrando em colisão de interesses com Tiago sobre a administração dos 
bens, facultam ao juiz, de ofício, nomear curador especial.
questão 13 (FGV/OAB/EXAME DE ORDEM UNIFICADO/2016) Manoel, em processo judi-
cial, conseguiu impedir que fosse penhorado seu único imóvel, sob a alegação de que este 
seria bem de família. O exequente, então, pugna pela penhora da vaga de garagem de Manoel.

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