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ARTIGO ARTERAPIA

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FACULDADE VENDA NOVA DO IMIGRANTE
PÓS-GRADUAÇÃO EM ARTETERAPIA
KARINA GOMES DE SOUZA
A necessidade da utilização do desenho infantil como Arteterapia nas escolas.
 NATAL
 2020
A NECESSIDADE DA UTILIZAÇÃO DO DESENHO INFANTIL COMO ARTETERAPIA NAS ESCOLAS.
Autora[footnoteRef:1], Karina Gomes de Souza. [1: kasouza283@gmail.com] 
Declaro que sou autora¹ deste Trabalho de Conclusão de Curso. Declaro também que o mesmo foi por mim elaborado e integralmente redigido, não tendo sido copiado ou extraído, seja parcial ou integralmente, de forma ilícita de nenhuma fonte além daquelas públicas consultadas e corretamente referenciadas ao longo do trabalho ou daqueles cujos dados resultaram de investigações empíricas por mim realizadas para fins de produção deste trabalho.
Assim, declaro, demonstrando minha plena consciência dos seus efeitos civis, penais e administrativos, e assumindo total responsabilidade caso se configure o crime de plágio ou violação aos direitos autorais. (Consulte a 3ª Cláusula, § 4º, do Contrato de Prestação de Serviços). 
RESUMO - Este artigo apresenta o desenho infantil enquanto recurso Arteterapêutico; compreendendo os modos como o desenho e sua ação gestual podem contribuir no desenvolvimento psicológico, emocional, educacional e de socialização da criança. Também, reúne em si características fundamentais da prática da transdisciplinaridade onde a consciência de si leva à integração, ao senso de pertencimento, dentro do processo de ludicidade. 
PALAVRAS-CHAVE: Desenho infantil. Arteterapia. Ludicidade.
INTRODUÇÃO
O desenho é por muitas vezes parceiro na comunicação das crianças, principalmente das que possuem dificuldade de se expressar através da fala. Está entre o limite do aprendizado da língua quando em processo precário de desenvolvimento, o desenho é também responsável pela gesticulação do diálogo entre a imaginação e o mundo real da criança, testemunha da sua própria imagem, retrata emoções que estão à sua volta. 
Na ação do desenhar existe liberdade, segredos que a criança debate com ela, com signos e personagens criados; gera situações as quais ela tem relativo controle; abriga esforços para solucionar caminhos que imaginou e rabiscou em superfície, acrescido de crítica que perpassa tanto de o interna como o externo. É um dos seus meios linguísticos entre demonstrações do estado de espírito enquanto manifestação semiótica, o representar das brincadeiras, o que está distante do alcance visual, é o faz de conta.
No ambiente de aprendizagem, enquanto educadora artística nota-se certa “matança” do processo imaginativo que existe na criança. Além desses espaços educativos que falham nessa aproximação do desenho como abordagem também terapêutica, há no cotidiano o excesso de informação visual no meio infantil. Animações, propagandas, meios gráficos, digitais, desenhos prontos para serem decalcados e coloridos fazem com que algumas crianças tenham certa “preguiça” de criar, riscar, interagir, afastam-se do campo de observação, da imaginação e da percepção que há na no ato motor do desenho.
 Nesse sentido, é preciso uma compreensão dos educadores, pais, organizações e instituições relacionadas, para a utilização do desenho no âmbito da Arteterapia, perceber o expressionismo contido nos desenhos das crianças; recorrer às etapas e os registros de passagem de imagem e memória para o lúdico. 
Importante compreender os modos de como o desenho e sua ação gestual pode contribuir no desenvolvimento psicológico, emocional, educacional e de socialização da criança. Observar como ele sempre foi utilizado nas relações histórico culturais, e seu aprofundamento no campo da aprendizagem, da psicologia, da arteterapia. Elemento construtor performativo para as brincadeiras e na linguagem cotidiana infantil, de percepções espaciais, juntamente com o signo do desenho, e as memorias afetivas que apresentam na vida adulta. 
A criança quando desenha também está brincando; deixa sua marca, conta história, cria. Até mesmo o adulto, quando se recorda de uma brincadeira também está a desenhá-la em sua memória, devido à percepção visual e espacial obtida naquela ação. Ou seja, existe união entre o brincar e o desenhar, ação e registro como componente da memória.
A criança utiliza representações simbólicas nas brincadeiras; trata do desenho como um ato motor; ele é o registro da passagem do gesto à imagem; a possibilidade de representar graficamente algo, inscrição dos atos performativos.
DESENVOLVIMENTO
É no final do século XIX que os pesquisadores notam a originalidade que há no comportamento infantil, este torna-se objeto de estudo como a psicologia experimental; início da participação nas pesquisas sobre as expressões emocionais infanto-juvenil, percorrendo pela pedagogia, a estética do desenho passa a ser analisada, sendo direcionada e comparada nos estudos das artes adultas, desde seu processo criativo até o estudo da perspectiva, configurando o desenho infantil como um precursor da escrita.
Existem diversos estudos a respeito do desenho infantil e do lúdico, além de excelentes contribuições da psicologia e pedagogia, sobre o que permeia no comportamento infantil (MERIDIEU, 1993; LUQUET, 1989). Porém, estes trabalhos apontam que o desenho comparado com as brincadeiras, seria um “fracasso” superficial, talvez por ter como base um segmento para as produções adultas, ou de considerá-lo apenas como preparo de um futuro artista. Dentre essas leituras sobre o desenho infantil, juntamente com o lúdico, surge certa preocupação nas colocações, sobre em qual ocupação o desenho se insere.
Inspirada pelas produções das artes plásticas de tal período; que comparava à cultura de outros países e continentes, a Sociologia utilizou de suas pesquisas para relacionar os desenhos infantis com os desenhos primitivos, contribuindo na Teoria Evolucionista.
 Na área pedagógica, ocorreu grande contribuição dos estudos de Piaget, desde a expressão gráfica, plástica, gestual, até a musical. Em continuidade ao trabalho de Piaget, Vygotsky, Elkonin, Leontiev e Kremer revelaram a importância do lúdico, para o desenvolvimento infantil, através do qual o imaginário passa a permear o campo da realidade. Esses autores realizaram pesquisas específicas sobre o impulso criativo do desenho infantil, como possibilidade de avaliação comportamental da criança no meio psicoemocional, social e cultural.
Em Rocha (2005, p. 82), 
A criança, ao utilizar objetos como substitutos de outros, e ao ampliar sua capacidade de agir simbolicamente, supera a delimitação de seu comportamento, dada pelos arranjos perceptuais e pelos atributos concretos dos elementos com que se defronta. (...) segundo as possibilidades que o ambiente, que circunda a criança e os objetos que compõem oferecem.
Essa capacidade de agir simbolicamente, a superação do comportamento, os arranjos perceptuais e seus atributos concretos, seus objetos compostos que é referido por Rocha, juntamente com tais elementos aos quais confere a criança, pode ser observado não somente nas brincadeiras, mas também, nos desenhos que estão inscritos em gesto performativo. Acerca do lúdico, Rocha (2005), aponta o desenho infantil também como participante, no pensamento histórico cultural, no processo criativo que envolve o brincar como construtor relevante para tal ação.
Florence Mèredieu no período da década de 70 foi um grande contribuinte no estudo do desenho infantil, aplicou suas pesquisas inspirado nos estudos de Luquet, foi o primeiro a trabalhar com desenho infantil num contexto cognitivo, percebeu que a criança tende a adentrar em temas realísticos durante seus rabiscos. Ele definiu etapas que há nesse desenvolvimento e separou por estágios:
1- Realismo fortuito: aparece nos dois anos de idade e encerra com os rabiscos. 
2- Realismo fracassado: quando a criança passa a perceber as formas e objetos, tenta realiza-las.
3- Realismo intelectual: quando entra nos quatro anos de idade ela passa a desenhar tudoque pensa, que sabe e o que está visualizando, essa fase permanece até os doze anos.
4- Realismo virtual: por volta dos doze anos, às vezes aparece antes por volta dos oito ou nove, marcado pela perspectiva e submissão, começa um empobrecimento, pois, tende se ajustar com as produções adultas. 
Para Mèredieu, mesmo com essas fases o desenho passa a se reduzir, mas, após tal empobrecimento eles se transfigura em grafismos que lembra a escrita (MÈREDIEU, 2006). 
Nota-se que é a partir dos desenhos elaborados pela criança, que seus rabiscos adquiridos, passa a gerar os grafismos, dentro dessas fases, conforme sua evolução física e interativa, de forma social e psíquica. Portanto, essa ligação entre o desenho e a escrita, devem ser melhor observadas e desenvolvidas dentro das escolas, pois, as crianças no ambiente de aprendizado podem estar em alguma dessas fases, devendo ser aprofundadas pela linguagem contida em seus desenhos.
 
CONCLUSÃO
Piaget (1982) indica que as demonstrações nos desenhos estão relacionadas com o desenvolvimento cognitivo da vida infantil, com diferentes direcionamentos um está aproximado com as lembranças e outro onde se parece com os pensamentos. Ou seja, quando criança avança no desenho adquire uma relação mais prática com o modo de desenvolvimento da escrita, é nessa fase evolutiva que o educador através da Arteterapia poderá perceber os benefícios do desenho.
 	Durante o estudo foi possível observar que mesmo o desenho fazendo parte da natureza infantil ele ainda não é considerado pelo educador como um instrumento importante, por isso, é relevante atribuir a área pedagógica como campo responsável na abertura para análise dos desenhos infantis, porque através dele que ocorre o entendimento das fases de desenvolvimento da criança, pois ele é o maior contribuinte para a escrita. 
 Este artigo foi elaborado como proposta em contribuir para o reforço do desenho infantil como importante componente da Arteterapia, a ser melhor utilizado nos ambientes educacionais, como forma de enriquecer as potencialidades no desenvolvimento Infantil, reforçando como prática importante na psicologia e pedagogia. 
Intensificar a inclusão do desenho em abordagens educativo-terapêuticas; para maior aprofundamento sobre o signo gráfico infantil, gesto, registro, memória e cultura. 
Ressaltar a arteterapia do desenho nas unidades escolares, com a colaboração e envolvimento de pedagogos e psicólogos nestes espaços, para que valorizem o trabalho e relevância do Arte Educador e que haja integração e obtenção de resultados mais proveitosos do expressionismo infantil nos seus rabiscos. Apontar sua relevância enquanto processo contínuo, como um dos principais atuantes do desenvolvimento do indivíduo, envolvendo desenho e aprendizagem
Por fim, suplantar lacunas entre as teorias sobre o desenho infantil, e a prática da ação gestual é um caminho possível. Assim, o desenho que compõe a Arteterapia contribui para professores, melhor observação e compreensão sobre a importância dessa área artística nas relações inclusivas do ambiente educacional. 
 
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, Paulo Nunes. Educação Lúdica, técnicas de jogos pedagógicos. São Paulo: Edições Loyola, 2000.
BARBOSA, Ana Mae (Org.). A imagem no ensino da Arte. São Paulo: Editora Perspectiva, 2001.
CARVALHO, Lívia Marques. Ensino de Artes em ONGs. São Paulo: Editora Cortez, 2008.
LUQUET, G. H. O desenho infantil. Trad. Maria Teresa Gonçalves de Azevedo. Porto: Livraria Civilização, 1979.
MÉREDIEU, Florence de. O desenho infantil. São Paulo: Editora Cultrix, 1993.
NUNES, Benedito. Introdução à filosofia da Arte. São Paulo: editora Ática, 2008.
PIAGET, Jean. O nascimento da inteligência da criança. Rio de Janeiro: Zahar, 1982.
ROCHA, Maria Sílvia P de Moura L da. Não brinco mais, a desconstrução do brincar no cotidiano educacional. Ijuí: Editora Unijuí, 2005.
VYGOSTSKY, Lev. A Formação Social da Mente. São Paulo: Martins Fontes, 1999. p.119-134.