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Resenha Relação do Filme Matrix Com a Alegoria da Caverna de Platão O filme The Matrix acompanha a aventura de Neo, um jovem hacker que é chamado para o movimento de resistência liderado por Morpheus, na luta contra a dominação dos humanos pelas máquinas. Morpheus lhe oferece dois comprimidos de cores diferentes: com um continuará na ilusão (azul), com outro descobrirá a verdade (vermelho). O protagonista escolhe o comprimido vermelho e acorda em uma cápsula, descobrindo que a raça humana está dominada pelas inteligências artificiais, vivendo presa em um programa de computador e servindo apenas como fonte de energia. Neo descobre que a resistência acredita que ele é o Escolhido, um messias que virá libertar a humanidade da escravidão da Matrix. Embora duvide do seu destino ao longo de todo o percurso, aprende a contornar as regras da simulação. Acaba conseguindo salvar Morpheus que tinha sido sequestrado e derrotar o Agente Smith (a autoridade na Matrix) depois de um duelo onde prova o seu valor como guerreiro e confirma que é o Escolhido. Observando todas essas referências, o que chama atenção é a inspiração da história com a alegoria da caverna de Platão do livro “A República”. Na alegoria um grupo de pessoas vive em uma caverna desde a sua infância, na qual são presas pelos pés e pescoço, sendo impossibilitadas de olhar para trás. Havia um feixe de luz advindo de uma fogueira do lado de fora e entre o feixe luz e os moradores da caverna passavam pessoas com objetos e às vezes essas pessoas falavam entre si. Os moradores da caverna, como não podiam olhar para trás, viam somente as sombras e escutavam o eco das vozes dos que passavam em frente à chama. Dessa forma, para eles só havia uma realidade, que eram as sombras e os barulhos produzidos pelas pessoas. No contexto do filme, a caverna seria a própria Matrix, pois as pessoas que viviam naquela realidade virtual estavam presas ali desde o nascimento, tomando aquele universo não real como sua única realidade, não havendo qualquer possibilidade de existir outra. Assim como os moradores da caverna, as pessoas que vivem presas dentro da Matrix não tinham qualquer consciência da existência de outra realidade ou que estavam presas em uma, mas, assim como no conto, uma delas percebe que viviam em um mundo de fantasia. Há certo momento na alegoria em que um dos moradores da caverna não se vê mais preso então sai do ambiente que morava e, nesse momento, a claridade do fogo causa muita dor e desconforto. É como se o desprendimento do mundo em que vivia fosse doloroso, seria mais confortável continuar olhando para as sombras, seria melhor nesse caso continuar vivendo em sua fantasia. No filme, esse momento seria retratado, primeiramente, quando Neo sai da Matrix e se vê na “plantação de humanos” já que seu desligamento provoca muita dor, pois os fios que prendem o seu corpo são retirados de forma abrupta. Junto a isso, em um segundo momento, pode-se observar tal situação quando Morpheus explica o que é a Matrix para Neo e, o personagem principal da trama se mostra incrédulo a tal fato, repetindo a frase “eu não acredito, me tire daqui”. Na alegoria, após o momento de angustia, o morador que saiu, começaria a conhecer e admirar as coisas, notar como o mundo funciona e, então se lembraria dos companheiros que deixou para trás, retornando para caverna e contando para os que ali ainda estão que vivem em um uma realidade que não é a verdadeira. Entretanto, nem todas as pessoas estão prontas para serem desconectadas, nem todo mundo está preparado para aceitar a realidade facilmente. O prisioneiro na caverna, liberado de suas correntes, sentia que era preferível manter-se em um ambiente familiar do que ir à procura da verdade em um território desconhecido. Sendo assim, aquele que saiu é tratado como louco mentiroso e possivelmente seria morto pelos que ali ainda habitam. Tanto no início como no final do filme isto é mostrado. Morpheus que já vive fora da Matrix diz a Neo que ele vive em um mundo criado em computador. O protagonista não acredita e tem Morpheus como um homem louco. Desse modo, tanto a alegoria quanto o filme fazem menção para a busca do conhecimento. As amarras que prendem os moradores da caverna significam o conhecimento dogmático, não podendo sofrer modificações, e aquele que sai da caverna, ou da Matrix, seria aquele que busca pelo conhecimento, que não se prende a amarras, que tem uma visão crítica de si mesmo para mudar e ampliar o conhecimento.
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