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Carlos Júlio Introdução a teoria das probabilidades Universidade Rovuma Nampula 2021 1 Carlos Júlio Introdução a teoria das probabilidades (Licenciatura em Ensino de Química) Universidade Rovuma Nampula 2021 Trabalho individual de carácter avaliativo da cadeira de Estatística Educacional do Curso de Licenciatura em Ensino de Química com Habilitações em Gestão de Laboratório 3o ano, lecionada pelo: Dr. Jorge Filipe Tagir 2 Índice Introdução ................................................................................................................................... 3 1. Probabilidades ..................................................................................................................... 4 2. Fenómeno aleatório (Ω) ...................................................................................................... 4 3. Espaço amostral e Eventos .................................................................................................. 5 4. Definição axiomática das probabilidades ............................................................................ 5 5. Definição clássica das Probabilidades ................................................................................. 6 5.1. Lei de Laplace ................................................................................................................. 6 6. Probabilidade condicional ................................................................................................... 6 Conclusão ................................................................................................................................... 8 Referências bibliográficas .......................................................................................................... 9 3 Introdução A probabilidade é a chance que uma situação tem de acontecer. Várias situações podem ser calculadas por meio de um método matemático, que calcula de 0 a 1 quão forte é a hipótese de um evento ocorrer. Uma das formas de calcular a probabilidade é por meio de um experimento aleatório que, quando é repetido várias vezes na mesmas condições, dá resultados diferentes. Exemplos desse tipo de evento é jogar cara ou coroa, lançar um dado ou participar de jogos de loteria. Tomemos o exemplo do lançamento do dado para mostrar como identificar o experimento aleatório: Um lançamento de dado pode ser 1, 2, 3, 4, 5, ou 6. Cada um desses resultados é uma chance. Sendo assim, há a chance de 1 em 6 de se tirar um número em específico. 4 1. Probabilidades A teoria da probabilidade é o ramo da Matemática que estuda experimentos ou fenômenos aleatórios e através dela é possível analisar as chances de um determinado evento ocorrer. Quando calculamos a probabilidade, estamos associando um grau de confiança na ocorrência dos resultados possíveis de experimentos, cujos resultados não podem ser determinados antecipadamente. 2. Fenómeno aleatório (Ω) “É qualquer subconjunto de um espaço amostral. É também o resultado obtido de cada experimento aleatório, que não é previsível.” (Correa, 2003, p. 67). Exemplos: Lançamento de um dado. Tempo de duração de uma lâmpada Nos experimentos mencionados, pode-se notar que a incerteza sempre está presente, o que quer dizer que, se esses experimentos forem repetidos em condições idênticas, não se pode determinar qual o resultado que ocorrerá. Tais experimentos são conhecidos como experimentos aleatórios. A incerteza esta associada à chance de ocorrência que atribuímos ao resultado de interesse. Exemplo 1: Vai chover neste final de semana na Praia do Futuro, em Fortaleza? Conjunto de possibilidades: S = {chove, não chove} Para calcular a probabilidade de chover, podemos ou usar a intuição (subjetivo) ou usar a frequência relativa dos últimos dez fins de semana em que choveu (objetivo). Exemplo 2: Lançamento de um dado: você ganha se sair uma face par. Conjunto de possibilidades: S = {1, 2, 3, 4, 5, 6} Conjunto de possibilidades favoráveis: F = {2, 4, 6} Probabilidade de você ganhar = ? Supondo que um dado é honesto e equilibrado, será natural atribuirmos a probabilidade 3 5 = 𝑛ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑐𝑎𝑠𝑜𝑠 𝑓𝑎𝑣𝑜𝑟á𝑣𝑒𝑖𝑠 𝑛ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑐𝑎𝑠𝑜𝑠 𝑝𝑜𝑠𝑠í𝑣𝑒𝑖𝑠 5 3. Espaço amostral e Eventos Espaço amostral, denotado por S, é o conjunto de todos os resultados possíveis de um experimento. Um resultado particular de S é um ponto amostral. Evento é o subconjunto do espaço amostral Notação A, B, C, ... Exemplo 3: Lançamento de um dado S = {1, 2, 3, 4, 5, 6}. Evento A: Resultado é par A = {2, 4, 6} (evento composto). Evento B: Resultado é maior do que 6 𝐵 = ∅ (evento impossível). Evento C: Resultado menor do que 7 C = S (evento certo). Evento D: Resultado igual a 1 D = {1} (evento simples). 4. Definição axiomática das probabilidades A cada acontecimento A de espaço de acontecimentos faz-se corresponder um número real que se chama probabilidade de A, escreve-se P (A), o qual cumpre os seguintes axiomas: ∀𝐴 ∊ 𝑃(𝐴) : 𝑃(𝐴) ∊ [0; 1] 𝑃(𝑆) = 1 ∀𝐴 ∊ 𝑃(𝑆), ∀𝐵 ∊ 𝑃(𝑆) 𝑠𝑒 𝐴 ∩ 𝐵 = ∅, 𝑒𝑛𝑡ã𝑜 𝑃(𝐴 ∪ 𝐵) = 𝑃(𝐴) + 𝑃(𝐵) Propriedades A probabilidade do acontecimento contrário do outro acontecimento obtém-se subtraindo 1 à probabilidade do acontecimento de que ele é contrário. 𝑷(�̅�) = 𝟏 − 𝑷(𝑨) A probabilidade de um acontecimento impossível é 0 𝑷(∅) = 𝟎 Se A, B e C são acontecimentos incompatíveis dois a dois, então: 𝑷(𝑨 ∪ 𝑩 ∪ 𝑪) = 𝑷(𝑨) + 𝑷(𝑩) + 𝑷(𝑪) Se Se A e B são acontecimentos incompatíveis quaisquer, então: 𝑷(𝑨 ∪ 𝑩) = 𝑷(𝑨) + 𝑷(𝑩) − 𝑷(𝑨 ∩ 𝑩) 6 5. Definição clássica das Probabilidades A probabilidade é uma função que atribui um número aos eventos de S (se A é um evento de S, então P(A) é a probabilidade de A), que satisfaz aos axiomas prescritos anteriormente. 𝑷(𝑨) = 𝒏 (𝑨) 𝒏 (𝐒) 5.1. Lei de Laplace Se numa experiencia aleatória os acontecimentos elementares forem equiprováveis, então, a probabilidade de um acontecimento A é o quociente entre o número de casos favoráveis ao acontecimento e o número de casos possíveis, ou seja: 𝑷(𝑨) = 𝒏ú𝒎𝒆𝒓𝒐 𝒅𝒆 𝒄𝒂𝒔𝒐𝒔 𝒇𝒂𝒗𝒐𝒓á𝒗𝒆𝒊𝒔 𝐚𝐨 𝐚𝐜𝐨𝐧𝐭𝐞𝐜𝐢𝐦𝐞𝐧𝐭𝐨 𝐀 𝐧ú𝐦𝐞𝐫𝐨 𝐝𝐞 𝐜𝐚𝐬𝐨𝐬 𝐩𝐨𝐬𝐬í𝐯𝐞𝐢𝐬 Exemplo 1: Vamos calcular a probabilidade de que num lançamento de um dado perfeito com as fáceis numeradas de 1 a 6, se obtenha: a) Um número par inferior a 6 Número de casos favoráveis m é 2 e o número de casos possíveis n é 6 𝑷(𝑨) = 𝑨 𝑺 = 𝟐 𝟔 = 𝟎, 𝟑𝟑𝟑 = 𝟑𝟑, 𝟑 % Resposta: Então podemos concluir que a probabilidade de sai um número par e de 33,3%. b) Um número par Número de casos favoráveis m é 2 e o número de casos possíveis n é 6 𝑷(𝑨) = 𝑨 𝑺 = 𝟑 𝟔 = 𝟎, 𝟓 = 𝟓𝟎 % Resposta: A probabilidade de sair um número par é de 50%. 6. Probabilidade condicional A probabilidade condicional é aquela que calcula as chances de um evento B acontecer, considerando que um evento A, ligado a ele, já ocorreu. 𝑷(𝑨/𝑩) = 𝑷(𝑨 ∩ 𝑩) 𝑷(𝑩) e o produto da probabilidade condicional é dado por 7 𝑷(𝑨 ∩ 𝑩) = 𝑷(𝑨). 𝑷(𝑩) Exemplo 1: De um baralho são retiradas, sucessivamente, duas cartas, sem reposição. Qual a probabilidade de que as duas cartais retiradas sejam damas? Resolução Vamos considerar: Evento A: obter dama na primeira carta. Evento B: obter dama na segunda carta. Então, estamos procurando P(A B). )./()()( ABPAPBAP Para a obtenção da primeira carta, existem 4 damas, num total de 52 cartas, então: 52 4 )( AP Para a obtenção da segunda carta, considerando que já saiu uma dama a primeira retirada, temos 3 damas num totalde 51 cartas, então: 51 3 )/( ABP Assim, 221 1 51 3 51 4 )( BAP Exemplo 2: Consideremos uma urna com 15 bolas equiprováveis, sendo 7 brancas e 8 pretas. Tira-se uma bola e, antes de tirar nova bola, repõe-se na urna a bola saída. Qual a probabilidade de sair duas vezes bola branca em duas extrações sucessivas? Resoluções Sejam os acontecimentos, A: “a primeira bola é branca” e B: “ a segunda bola é branca”. Dado que a extracção é com reposição, a probabilidade de extrair bola branca na primeira tentativa, não afecta a probabilidade de extrair bola branca na segunda tentativa. Então os acontecimentos A e B são independentes, logo, a probabilidade pedida será: )()()( BPAPBAP 217,0 15 7 15 7 )( BAP 8 Conclusão Quando calculamos a probabilidade, estamos associando um grau de confiança na ocorrência dos resultados possíveis de experimentos, cujos resultados não podem ser determinados antecipadamente. Um experimento aleatório é aquele que não é possível prever qual resultado será encontrado antes de realizá-lo. Os acontecimentos deste tipo quando repetidos nas mesmas condições, podem dar resultados diferentes e essa inconstância é atribuída ao acaso. Um exemplo de experimento aleatório é jogar um dado não viciado (dado que apresenta uma distribuição homogênea de massa) para o alto. Ao cair, não é possível prever com total certeza qual das 6 faces estará voltada para cima. 9 Referências bibliográficas Correa, Sonia Maria Barros Barbosa.(2003). Probabilidade e Estatística. 2ª ed. Belo Horizonte: PUC Minas Virtual. Chilaúle, Arone; Machango, Orlando. (2010). M 12 - Matemática 12a classe programa actualizado. Texto Editores: Maputo.
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