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Desmatamento Zero

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Desmatamento Zero 
Desmatamento Zero no Pará
Desafios e Oportunidades
Breve histórico do Desmatamento.
A exploração dos recursos naturais acontece desde os primórdios da humanidade. Contudo, na medida em que a sociedade desenvolveu-se, essa exploração intensificou-se, colocando em risco o equilíbrio do planeta e comprometendo o suprimento das gerações futuras.
A questão do desmatamento tomou grandes proporções a partir da Revolução Industrial. A introdução de novas tecnologias (que proporcionaram o aumento da produção industrial) e o consumo (que aumentou consideravelmente) fizeram com que diversas florestas temperadas e tropicais fossem devastadas, a fim de atender a essa nova demanda.
A expansão do agronegócio é considerada uma das principais causas do aumento do desmatamento no mundo todo. Segundo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), só na América Latina, a expansão da agricultura e da pecuária comercial é responsável por aproximadamente 70% do desmatamento.
                                                                             Alana Karina
Breve histórico do Desmatamento.
O desmatamento da Amazônia correlaciona - se com o processo de ocupação em curso desde a década de 70 e com a abertura de longas rodovias em meio à floresta, algumas pavimentadas. Expressivos contingentes populacionais vindos do Nordeste, do Sul e do Sudeste e até mesmo do Centro-Oeste chegaram atraídos pelas políticas de colonização do Governo. 
Os novos povoados, que foram surgindo aos poucos, se expandiram até se constituírem em sede de novos municípios. Em alguns desses municípios, a denominação revela sua origem associada à companhia colonizadora, a exemplo de Colniza, Confresa e Sinop, no estado de Mato Grosso.
Alana Karina
Mudanças Climáticas e a ação do homem.
Nos últimos anos, o Brasil e o mundo têm sofrido com as mudanças climáticas. Perdas econômicas e sociais, relacionadas às reações extremas do clima, são agora frequentes. Entre elas, aquelas relacionadas à falta de água para a agricultura, para o abastecimento humano e para gerar energia, são as mais gritantes. Este quadro de escassez poderá se agravar no futuro, se o Brasil continuar a tolerar, mesmo que a baixas taxas, a destruição de suas florestas.
Fábia Lúcy
Ações humanas estão tornando o planeta mais quente e aumentando os riscos climáticos. 
Cientistas do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas1 (IPCC) afirmam que entre 1880 e 2012 a temperatura média global aumentou 0,85°C.
 Parece pouco, mas o aumento tem sido suficiente para gerar desastres climáticos como secas severas, tempestades intensas, enchentes históricas e enormes ondas de calor. 
Eventos deste tipo quase que triplicaram no mundo entre 2010-2014
Fábia Lúcy
Desnecessário para o    crescimento do Brasil
Dez anos após a Moratória da Soja – que passou a bloquear produtores que plantaram em áreas de novos desmatamentos – a área plantada passou de 1,2 milhão de hectares para 4,5 milhões de hectares, isso se deveu ao plantio em áreas de pastagens.
O grande estoque de áreas mal aproveitadas na região resulta, na maioria das vezes, do desmatamento para especulação fundiária (grilagem), por meio da invasão de terras públicas, frequentemente com uso de trabalho análogo ao escravo.
Em 2016, pelo menos 24% do desmatamento ocorreu em florestas públicas ainda não destinadas. Essa grilagem também está ligada a uma pecuária bovina de baixíssima eficiência: 65% da área desmatada na região está ocupada por pastagens, com taxa de lotação média de menos de uma cabeça de gado por hectare.
O desmatamento no Brasil é um dos grandes problemas ambientais que o país enfrenta na atualidade. 
Várias são suas causas, e elas têm peso distinto nas diversas regiões, sendo as mais importantes a conversão das terras para a agricultura ou para a pecuária, a exploração madeireira, a grilagem de terras, a urbanização e a criação de infraestruturas como pontes, estradas e barragens. 
Os estados do Mato Grosso, Pará e Rondônia são os mais atingidos pelo desmatamento recente.
                                                                                                 Tércio Climério
  
É desnecessário continuar com o desmatamento na Amazônia, já que se calcula ser possível abrigar toda a produção agropecuária nas áreas que já se encontram abertas. Vários governadores amazônicos concordam.
As medidas implementadas entre 2005 e 2012 derrubaram as taxas de desmatamento na região em cerca de 70% e indicam quais são os elementos necessários para atingir o desmatamento zero.
Entre eles estão os acordos pelo fim do desmatamento pela agropecuária, o aumento da eficiência da pecuária nas áreas já abertas, a criação de áreas protegidas (Unidades de Conservação e terras indígenas) e o cumprimento do Código Florestal.
Tais políticas, se aplicadas não somente à Amazônia, mas também a outros biomas, seriam capazes de, antes de 2030, zerar o desmatamento no país.
Tércio Climério
Municípios do Pará que mais desmatam.
Entre os municípios que mais desmataram em 2016, incluem-se Altamira, município onde a usina hidrelétrica de Belo Monte foi construída, São Félix do Xingu, com o maior rebanho bovino do Brasil, e Novo Repartimento, área de influência da usina hidrelétrica de Tucuruí.
Carliana Santos
União do Sul (MT), Santana do Araguaia (PA) e Ulianópolis (PA) estão na lista de municípios críticos. Os três mais que dobraram a área desmatada entre 2019 e 2020
Dois municípios localizados no Pará e um no Mato Grosso entraram na lista dos municípios que mais desmataram a Amazônia. 
União do Sul, localizado no Mato Grosso, entrou na lista pela primeira vez, após desmatar 133 quilômetros quadrados entre agosto de 2019 a julho de 2020. 
Já os municípios de Santana do Araguaia e Ulianópolis, ambos do Pará, regressam à lista de municípios prioritários, após ultrapassar o limite de 40 km² desmatados. 
Carliana Santos
A contribuição do desmatamento paraense para as emissões de GEE O desmatamento é a principal fonte brasileira de emissão de GEE para a atmosfera, o que interfere no clima regional e global. 
Entre 1995 e 2015, as emissões brutas de GEE do Pará caíram de 482 milhões de toneladas de dióxido de carbono equivalente (MtCO2 e) para 216 MtCO2 e, uma redução de 45%. Porém, a trajetória das emissões teve períodos muito distintos de aumento e redução. Em 2004, as emissões atingiram o pico de 732 MtCO2 e, caindo de maneira expressiva para cerca de 180 MtCO2 e em 2012. 
A queda de 80% no desmatamento de 2004 a 2012 é a principal razão para essa redução. No entanto houve um crescimento de 11% das emissões no Pará entre 2012 e 2015, atingindo aproximadamente 216 MtCO2 e em 2015 (SEEG & OCF, 2016b). 
Neste último ano, as emissões paraenses representaram 11% das brasileiras, sendo a segunda unidade da federação com maior emissão de GEE, atrás apenas do Estado de Mato Grosso (SEEG, 2016b). Por fim, a agropecuária praticada no Pará emitiu mais de 1 milhão de toneladas de metano (CH4 ), o equivalente a 35,7 MtCO2 e, ou 17% de todas as emissões de GEE do Estado em 2015 (SEEG, 2016a).
Avila Vitória
Gases de Efeito Estufa – GEE
O efeito estufa é um fenômeno natural essencial para manutenção da vida na Terra, já que mantém as temperaturas médias, evitando grandes amplitudes térmicas e o esfriamento extremo do planeta. Contudo, a intensificação de atividades industriais e agrícolas, que demandam áreas para produção e, consequentemente, geram desmatamento, aumentaram a emissão de gases de efeito estufa à atmosfera. 
Ávila Vitória
Ávila Vitória
As ONGs Greenpeace, Instituto Centro de Vida, Imaflora, Imazon, Instituto Socioambiental, IPAM, TNC e WWF apresentaram um relatório com ações que podem eliminar, no curto prazo, o desmatamento na Amazônia. 
O fim do desmatamento da Amazônia dentro deste relatório diz que depende, basicamente, de quatro linhas de atuação, que incluem:
Como zerar o desmatamento?
NildeUchôa
Tais políticas, se aplicadas não somente à Amazônia, mas também a outros biomas, seriam capazes de, antes de 2030, zerar o desmatamento no país.
Nilde Uchôa
Os acordos pelo fim do desmatamento pela agropecuária.
 O aumento da eficiência da pecuária nas áreas já abertas
e o cumprimento do Código Florestal.
A  criação de áreas protegidas (Unidades de Conservação e terras indígenas)
O que é a campanha do 
desmatamento zero?
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É uma campanha pelo fim da destruição das florestas brasileiras. Lançada em março de 2012, tem como principal instrumento um Projeto de Lei que propõe o fim do desmatamento no Brasil. Mas para que a lei vire realidade, é preciso obter o apoio de pelo menos 1% dos eleitores brasileiros – o que equivale a cerca de 1,43 milhão de assinaturas - para colocar o projeto em discussão no Congresso Nacional. 
A Lei da Ficha Limpa saiu do papel exatamente desse jeito.
Landy Daiana
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O que diz a proposta de lei?
A lei proíbe o corte de floresta nativa no Brasil e a emissão de autorizações para novos desmatamentos. A proposta de lei também estabelece que devem existir exceções para agricultores familiares por um período de cinco anos, até que sejam implementados programas de assistência.
Landy Daiana
Rodrigo
Depois da lei aprovada, nenhuma árvore mais poderá ser cortada? 
Não é bem assim. 
O que a lei propõe é acabar com o corte raso, onde uma área inteira de floresta é dizimada, com a extração das riquezas florestais feitas a qualquer custo ou com o desmatamento realizado apenas para o acúmulo e/ ou grilagem de terras. 
As atividades de agropecuária não serão afetadas, pois elas já dispõem de terras suficientes para produzir mais sem desmatar
Rodrigo
Por que há exceções na proposta de lei?
Rodrigo
As exceções previstas no projeto de lei contemplam três setores, por questões sociais e estratégicas de desenvolvimento. São elas:
a) as atividades voltadas à subsistência e ao suprimento das necessidades da agricultura familiar, que terão um prazo para se adaptar ao desmatamento zero e que precisam de programas de assistência técnica e extensão rural, que assegurem a qualidade de vida dessas pessoas e, ao mesmo tempo, a preservação das florestas; 
b) As populações tradicionais (ex. indígenas e extrativistas), que fazem da terra o seu objeto de sobrevivência e já seguem uma legislação específica que regula o uso coletivo de seus territórios; 
c) questões consideradas de segurança nacional, defesa civil, pesquisa, planos de manejo florestal, atividades de interesse social e utilidade pública, que são regulamentadas pelos órgãos competentes. 
Quando a lei começa a valer?
A lei só começa a valer depois que aprovada pelos deputados, senadores e pelo presidente da República. 
Rodrigo
O que ganhamos com o Desmatamento Zero?
Falta alguém 
1  Redução de emissões de gases do efeito estufa no Brasil, contribuindo com a NDC;
2  Redução de doenças e mortes derivadas da poluição das queimadas;
3  Redução de risco de mudanças climáticas e consequentes impactos na produção agropecuária;
4  Abertura de novos mercados de commodities e manutenção de mercados mais exigentes;
5  Redução do risco legal para empresas e produtores rurais (multas, embargos);
6  Diversificação de fontes de receita em florestas protegidas (turismo, madeira, produtos não-madeireiros, compensação ambiental);
7  Redução de concentração de renda e violência no campo associada à grilagem
8  Redução do trabalho escravo;
9  Preservação de direitos de povos tradicionais e indígenas.

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