A relação entre corrupção desigualde social e a pobreza - Nayara Daisy - Mestrado em Economia - Cópia

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A RELAÇÃO ENTRE CORRUPÇÃO, DESIGUALDADE SOCIAL E A POBREZA 
Nayara Daisy Silva Delfino 
Universidade de Évora, mestrado de economia 
ABSTRACT: 
 Some people are stronger, others more talented, others more skillful, others have more 
financial resources, and because we are different beings (not having the same characteristics 
and resources), we won't have the same opportunities. 
 Taking into account the above concept, a richer country could offer more financial 
resources and improve human development, so the social inequality in it would be smaller, 
but this is not exactly what happens. 
 At this point, corruption could be blamed for the above statement that a richer country, 
more resources and less inequality is not entirely true (or even not at all true), since despite 
having a lot of wealth in a given country, the Corruption can divert resources that would 
otherwise go to the less fortunate and increase social inequality. Thus, the greater the 
corruption in a country, the greater the social inequality, although this statement makes sense, 
this article demonstrates that this association should not be made simply nor immediately 
taken as true. 
 The purpose of this article is to analyze whether the variables: Corruption, social 
inequality and poverty are related, for this purpose this work adopted the type of research of 
bibliographic review and analysis of economic data in graphics. 
Key words: Corruption, social inequality, poverty 
 
 
 
 
RESUMO: 
 Algumas pessoas são mais fortes, outras mais talentosas, outras mais habilidosas, outras 
possuem mais recursos financeiros, e por sermos seres diferentes (não termos as mesmas 
características e recursos), não teremos as mesmas oportunidades. 
 Levando em consideração o conceito acima, um país mais rico, poderia oferecer mais 
recursos financeiros e melhorar o desenvolvimento humano, assim a desigualdade social nele 
seria menor, mas não é exatamente o que ocorre. 
 Nesse ponto, a corrupção poderia ser apontada como culpada pela afirmação acima de 
que país mais rico, mais recursos e menos desigualdade, não ser totalmente verdadeira (ou até 
mesmo, nada verdadeira), já que apesar de possuir muita riqueza em determinado país, a 
corrupção pode desviar os recursos que seriam para os menos favorecidos e aumentar a 
desigualdade social. Assim, quanto maior a corrupção em um país maior a desigualdade 
social, apesar dessa afirmação fazer sentido, esse artigo demonstra que essa associação não 
deve ser feita de forma simples e nem tida imediatamente como verdadeira. 
 O Objetivo desse artigo é analisar se as variáveis: Corrupção, desigualdade social e 
pobreza se relacionam, para tanto este trabalho adotou o tipo de pesquisa de revisão 
bibliográfica e analises de dados económicos em gráficos. 
Palavras chaves: Corrupção, desigualdade social, pobreza 
 INTRODUÇÃO 
 Segundo a Unric (2019), a pobreza envolve mais do que a falta de recursos e de 
rendimento que garantam meios de subsistência sustentáveis. A pobreza manifesta-se através 
da fome e da malnutrição, do acesso limitado à educação e a outros serviços básicos, à 
discriminação e à exclusão social, bem como à falta de participação na tomada de decisões. 
 
 Como e porque surge a pobreza? Porque algumas pessoas possuem tanto recurso e outras 
não possuem nenhum? Quanto mais pobre um país, maior a sua desigualdade social? 
 Sobre a desigualdade social, como ela surge? Na tempestade do mundo, estamos todos no 
mesmo barco? A corrupção aumenta a desigualdade social e a pobreza? 
 Mas o que seria corrupção? é o ato ou efeito de oferecer algo para obter vantagem, onde 
se favorece uma pessoa e prejudica outra (Wikipedia,2019). 
 Segundo Calil Simão, é pressuposto necessário, para instalação da corrupção, a ausência 
de interesse ou compromisso com o bem comum. "A corrupção social ou estatal é 
caracterizada pela incapacidade moral dos cidadãos de assumir compromissos voltados ao 
bem comum. Vale dizer, os cidadãos mostram-se incapazes de fazer coisas que não lhes 
tragam uma gratificação pessoal". 
 O objetivo desse artigo é explicar os conceitos de corrupção, desigualdade social e 
pobreza e através de dados económicos demonstrados graficamente, analisar se as variáveis: 
corrupção, desigualdade social e pobreza se relacionam (um país mais corrupto é também um 
país mais desigual? Quando maior a corrupção, maior a pobreza?). 
 Para tanto, esse artigo está estruturado em três secções: introdução, para apresentar o 
tema e a sua relevância e o objetivo da pesquisa. Desenvolvimento: Serão apresentadas as 
pesquisas bibliográficas sobre o tema e analises de demonstrações gráficas economicas, e 
considerações finais, onde serão apresentadas respostas para a pergunta de pesquisa e novas 
questões de reflexão. 
1. PESQUISA BIBLIOGRÁFICA 
2.1 Corrupção 
 Segundo Carlos Brandão (2012), Corromper significa degradar, deteriorar ou decompor as 
propriedades originais de alguma coisa. A cidade corrompe-se, principalmente, ao perder-se a 
 
ideia e o projeto de proteger um espaço. Quando a esfera pública e o interesse privado se 
misturam, facultando a este roubar, não só se corrompe o patrimônio público, mas todo corpo 
político que constituíram a lei, e deveriam mantê-la. 
 Corromper a cidade é o mesmo que não se importar com as regulamentações e ordenação, 
e assim a cidade fica na dependência do poder privado, que acaba totalmente com os bens 
públicos. Os cidadãos que convivem com isso, ficam dispostos a corromperem e serem 
corrompidos, em um ciclo vicioso ao lado da violência, da troca de favores e dos subornos 
(Brandão Carlos 2012). 
 A corrupção hoje é um tema central, de forma recorrente temos visto várias notícias de 
casos de corrupção pelo mundo. Por intermédio de índices é possível medir a percepção da 
corrupção pela população, eles apontam para o fato de que a população em geral não apenas 
tem consciência do fenômeno, mas se preocupa com seus efeitos sobre suas vidas. (Avritzer, 
Bignotto, Guimarães, Murgel Starling, 2012, p. 11). 
 A corrupção existe tanto em países democráticos quanto em países não democráticos, 
assim como em países com ampla liberdade de imprensa e em países com quase nenhuma 
liberdade de opinião. Evidentemente, a existência de instituições democráticas e a 
revelação da corrupção estão profundamente associadas, e não é possível avaliar 
comparativamente o fenômeno sem levar em conta a maior ou menor possibilidade de 
percebê-lo (Avritzer, et al, pp. 12 -13). 
 O Índice de Percepção de Corrupção, produto de pesquisa da Transparência Internacional, 
tornou-se o principal indicador global de corrupção no setor público. O índice oferece um 
instantâneo anual do grau relativo de corrupção, classificando países e territórios de todo o 
mundo (Transparência Internacional Brasil,2020). É um índice composto, ou seja, resulta da 
combinação de fontes de análise de corrupção desenvolvidas por um conjunto de 
 
organizações independentes de referência, que permite classificar de 0 (percecionado como 
muito corrupto) a 100 (muito transparente) (Transparência Internacional Portugal, 2020). 
 Em 2020, os resultados globais foram divulgados pela Transparência e Integridade 
Portugal, conforme abaixo: 
Dinamarca e Nova Zelândia encabeçam o índice deste ano, com 88 pontos. Síria, 
Somália e Sudão do Sul figuram em último lugar, com 14, 12 e 12 pontos, 
respectivamente. 
Desde 2012, o primeiro ponto de comparação na actual metodologia do CPI, 26 países 
melhoraram significativamente a sua pontuação, incluindo Equador (39), Grécia (50), 
Guiana (41), Mianmar (28) e Coreia do Sul (61). Vinte e dois países reduziram 
significativamente as suas pontuações, incluindo Bósnia e Herzegovina (35), 
Guatemala (25), Líbano (25), Malawi (30), Malta (53) e Polónia(56). 
Quase metade dos países estagnaram no índice durante quase uma década, o que 
indica uma estagnação dos esforços governamentais para combater as causas 
profundas da corrupção. Mais de dois terços têm uma pontuação inferior a 50. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Os níveis percebidos de corrupção no setor público em 180 países / territórios em todo o 
mundo. 
 
 
 
 Fonte: Transparência Internacional Portugal, 2020. 
 
 
 Fonte: Transparência Internacional Portugal, 2020. 
 
 
2.2 Desigualdade Social 
 Jean Jacques Rousseau (1755), descreve a desigualdade social de forma minuciosa, 
porém ao ler também e forma minuciosa, percebemos o quão singela é sua explicação, em 
que a desigualdade social começa pelas características individuais de cada pessoa, fazendo 
assim com que faça parte das relações sociais e esteja presente em todos os países do mundo, 
desde que houve interesse e necessidade de usar essas características para evoluir na vida. 
Mas a proporção, que em nada se mantinha, logo se rompeu; o mais forte realizava mais 
trabalho; o mais habilidoso tirava um melhor partido do seu; o mais engenhoso encontrava 
meios de abreviar o trabalho; o lavrador tinha mais necessidade de ferro, ou o ferreiro 
mais necessidade de trigo, e, trabalhando igualmente, um ganhava muito, enquanto o outro 
tinha dificuldade de viver. É assim que a desigualdade natural se desdobra 
imperceptivelmente com a desigualdade de arranjo, e as diferenças dos homens, 
desenvolvidas pelas das circunstâncias, tornam-se mais sensíveis, mais permanentes em 
seus efeitos, e começam a influir na mesma proporção sobre a sorte dos indivíduos 
(Rosseau, 1755 p. 97). 
 A Desigualdade social natural é estabelecida pela natureza e consiste na diferença das 
idades, da saúde, das forças do corpo e das qualidades do espírito ou da alma (Rosseau, 1755 
p. 43). 
 Dessa forma, adicionamos as informações acima em uma sociedade em que as pessoas 
possuem acesso a oportunidades diferentes, já que algumas possuem condições mais 
favorecidas, assim elas podem estudar em escolas melhores e consequentemente conseguem 
empregos melhores. 
Nesse sentido, quem é de uma família pobre tem menos probabilidade de ter 
uma excelente educação e instrução; assim, com baixo nível de escolaridade, 
 
terão destinados a si certos empregos sem grande prestígio social e com uma 
remuneração modesta, mantendo seu status social intacto (Mereles, 2017). 
 Assim, é injusto esperar que uma classe social alcance os mesmos resultados frente a 
outra classe, sendo que uma classe não consegue sequer acessar as mesmas oportunidades 
que a outra classe. 
 Descrevo aqui um trecho do livro de Jean Jacques Rousseau (1755), para reflexão: 
Eis que todas as qualidades naturais postas em ação, a posição e a sorte de cada 
homem estabelecidas não apenas pela quantidade dos bens e pelo poder de servir ou 
de prejudicar, mas também pelo espírito, pela beleza, pela força ou pela habilidade, 
pelo mérito ou pelos talentos; e, sendo essas qualidades as únicas que podiam atrair a 
consideração, logo foi preciso tê-las ou fingir tê-las. Foi preciso, para a vantagem 
pessoal, mostrar-se diferente do que se era de fato. Ser e parecer tornaram-se comple-
tamente diferentes, e dessa distinção saíram o luxo imponente, a astúcia enganadora e 
todos os vícios que os acompanham. Por outro lado, eis o homem, de livre e 
independente que era, sujeitado, por uma série de novas necessidades, a toda a 
natureza e, principalmente, a seus semelhantes, dos quais se torna o escravo, em certo 
sentido, mesmo quando é o senhor. Rico, tem necessidade de seus serviços; pobre, 
tem necessidade de seus amparos, e a situação média não lhe permite passar sem eles. 
É preciso, pois, que busque constantemente interessá-los por sua sorte e fazer com 
que encontrem alguma vantagem, de fato ou aparentemente, em trabalhar para si 
próprio (Rousseau, 1755 p. 98). 
 Por fim, descrevo abaixo uma frase que é pertinente ao assunto para reflexão: 
E nós? Será que o ímpeto inato da igualdade morreu em nós? Não bastam esmolas 
nem remendos. A cada um a responsabilidade de lutar pela igualdade. Porque há 
 
desigualdade, há pobreza, há crise e há um mundo natural a ser destruído em nome do 
lucro (Do Carmo, Isabel, 2021). 
2.3 Pobreza 
 A pobreza é caracterizada pela privação das condições necessárias para ter acesso a uma 
vida digna, e pode ser caracterizada como pobreza absoluta ou extrema pobreza, que é 
quando as pessoas não veem satisfeitas as necessidades básicas à sua sobrevivência 
(alimentação, água potável, habitação digna, medicamentos); ou como pobreza relativa que é 
quando as pessoas se situam a um nível bastante abaixo do nível de vida do país, e precisam 
lutar para conseguirem participar nas atividades económicas, sociais e culturais 
(EAPN,2021). 
2.4 A corrupção versus desigualdade social 
 A Luz do que foi abordado, surge a seguinte pergunta: A corrupção aumenta a 
desigualdade social? 
 A pergunta é complexa, e o objetivo aqui é analisar se as variáveis (corrupção e 
desigualdade social) se relacionam (Quando os índices que medem a corrupção aumentam, os 
índices que medem a desigualdade social também aumentam? Quanto maior o índice de 
corrupção de um país, maior também é o índice de desigualdade?). 
Para esses fins, os gráficos abaixo foram analisados: 
 
 
 
Fonte: Gapminder 
 O gráfico acima demonstra o índice de percepção da corrupção dos países: Dinamarca, 
Estados Unidos, Brasil e Síria, no período de 2012 à 2017. Quanto maior o valor no gráfico, 
menor o índice de percepção da corrupção, sendo assim conclui-se que entre os países 
analisados, o país com o menor índice de corrupção é a Dinamarca e o país com maior índice 
é a Síria. 
 
Fonte: Gapminder 
O gráfico acima demonstra o índice de Gini que é uma medida de desigualdade dos países: 
Dinamarca, Estados Unidos, Brasil e Síria, no período de 1799 à 2019, quanto maior o valor 
no gráfico, maior o índice de desigualdade. sendo assim conclui-se que entre os países 
 
analisados, o país com o menor índice de desigualdade é a Dinamarca e o país com maior 
índice é o Brasil. 
 
 
Fonte: Banco Mundial 
O gráfico acima demonstra o PIB dos países: Dinamarca, Estados Unidos, Brasil e Síria (os 
dados da Síria não foram fornecidos), no período de 2012 à 2019, quanto maior o valor no 
gráfico, maior PIB (a riqueza). sendo assim conclui-se que entre os países analisados, o país 
 
com o menor PIB é a Dinamarca e o país com o maior PIB é o Estados Unidos (não foi 
possível analisar a Síria por falta de dados). 
 
Fonte: Gapminder 
O gráfico acima demonstra a renda por pessoa dos países: Dinamarca, Estados Unidos, Brasil 
e Síria, no período de 1799 à 2019, quanto maior o valor no gráfico, maior a renda. sendo 
assim conclui-se que entre os países analisados, o país com a maior renda por pessoa é os 
Estados Unidos e o país com a menor renda por pessoa é a Síria. 
 
 
 
Fonte: Gapminder 
O gráfico acima demonstra o índice de desenvolvimento humano dos países: Dinamarca, 
Estados Unidos, Brasil e Síria, no período de 1990 à 2019, quanto maior o valor no gráfico, 
maior o índice de desenvolvimento humano. sendo assim conclui-se que entre os países 
analisados, o país com o maior índice de desenvolvimento humano é a Dinamarca e o país 
com o menor desenvolvimento humano é a Síria. 
Ranking Gráficos apresentados 
 
Maior percepção 
da corrupção 
Maior 
desigualdade menor PIB 
Menor renda 
por pessoa Menor IDH 
1 Síria Brasil - Síria Síria 
2 Brasil Estados Unidos Dinamarca Brasil Brasil 
3 Estados Unidos Síria Brasil Dinamarca Estados Unidos 
4 Dinamarca Dinamarca Estados Unidos Estados Unidos Dinamarca 
 
 Na tabela acima, os dados apresentados nos gráficos, foram reunidos com o objetivo de 
analisar se as variáveisestão se relacionando. 
2. CONCLUSÃO 
 Pelos dados apresentados, foi possível perceber que apesar da Síria ser considerada o país 
mais corrupto, o país com mais desigualdade é o Brasil, e a Síria aparece em terceiro lugar, 
depois dos Estados Unidos (que por sua vez tem o índice de percepção da corrupção menor 
que o da Síria, mas apresenta o índice de desigualdade maior que ela). 
 Analisando os dados de PIB (exceto os dados da Síria), o país com menor PIB (menor 
riqueza) é a Dinamarca, concluo que nesse caso, apesar da Dinamarca apresentar menor 
riqueza, tem os menores índices de corrupção e desigualdade). Outro dado interessante é 
sobre o Brasil, que apesar de ter o PIB maior que o da Dinamarca, possui a renda por pessoa 
menor e IDH também. 
 Para considerar que as variáveis se relacionavam, o país com o índice maior de corrupção, 
deveria ser o país com maior desigualdade, sendo assim, pelos dados analisados não foi 
 
possível comprovar que as variáveis se relacionavam, portanto não é possível afirmar a partir 
desse estudo que a corrupção aumentava a desigualdade. 
 Quanto a pobreza (menos recursos), o país com menor PIB entre os apresentados acima, é 
o que tem menor índice de corrupção e curiosamente a segunda maior renda por pessoa, ou 
seja, também não foi possível afirmar que a corrupção aumenta a pobreza, e mais uma vez 
não foi comprovada a correlação das variáveis (pobreza e corrupção). 
 Por não conseguir demonstrar com os dados apresentados, a correlação das variáveis 
(corrupção, desigualdade social e pobreza), a pergunta: “A corrupção aumenta a desigualdade 
social e a pobreza?” não foi respondida, e pelos dados obtidos, conclui-se que não é uma 
questão de resposta fácil e simples, apesar de parecer (em um primeiro momento respondi 
rapidamente de forma afirmativa). Sendo assim, para pesquisas futuras, sugiro que o tema 
seja aprofundado, e uma amostra maior de países seja analisada, recorrendo a recursos mais 
avançados no campo de Econometria por exemplo. 
 Por fim, finalizo com uma pergunta para reflexão, a qual o Jean Jaques (1755) pretendeu 
explicar: por quais encadeamentos portentosos pôde o forte decidir servir-se do fraco e pôde 
o povo comprar um repouso imaginário ao preço de uma felicidade real. 
BIBLIOGRÁFIA 
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O que é a pobreza?, consultado em 01/06/2021. Disponível em: 
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Pobreza, consultado em 02/06/2021. Disponível em: https://unric.org/pt/eliminar-a-pobreza/ 
Rousseau, J. J, Discurso sobre a Origem e os Fundamentos da Desigualdade entre os 
Homens, tradução de Paulo Neves, editora L&PM Pocket, publicado em 26 de junho de 
2008. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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