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Annelise Zeemann página 1 AÇOS INOXIDÁVEIS Aços inoxidáveis são utilizados sempre que se deseja resistência à corrosão aliada às mais variadas propriedades exigidas em estruturas e equipamentos sujeitos a meios agressivos nas indústrias alimentícia, química, petroquímica, farmacêutica, de papel e celulose, de geração de energia, e até mesmo em veículos automotivos. Quando se menciona a resistência à corrosão é importante compreender que existem muitos diferentes tipos de interação entre o meio e o material, e que os mecanismos de corrosão são complexos e variam de um meio para o outro. Dentro de uma abordagem mais geral pode-se separar as formas de corrosão entre generalizada e localizada. Na corrosão generalizada o ataque da superfície ocorre uniformemente e a taxa de corrosão pode ser medida por perda de massa, visto que a espessura do material diminui gradativamente; enquanto na corrosão localizada existe um ataque preferencial em regiões susceptíveis e pode haver a perfuração e falha do componente sem que seja detectada qualquer perda de espessura (ou de massa). Aços inoxidáveis, por apresentarem um fenômeno superficial conhecido como passividade, são mais susceptíveis à corrosão localizada, que é sempre catastrófica (muito embora existam alguns meios que favoreçam a dissolução do material limitando a vida útil do equipamento). Os mecanismos de corrosão localizada em aços inoxidáveis austeníticos, serão abordados mais a frente mas é muito importante perceber que a simples quebra (mecânica ou química) do óxido passivo, durante a fabricação do componente (pelas alterações impostas) ou durante o próprio serviço (pela interação com o meio), pode causar a corrosão prematura; e que esta “quebra” não é visível e somente pode ser detectada através de métodos caros e avançados de controle e monitoração da corrosão em campo, o que ainda não é viável na maioria das aplicações que envolvem o uso de aços inoxidáveis. Por isso, conhecer os processos corrosivos e a natureza dos aços inoxidáveis, assim como os efeitos da soldagem nestes materiais, é fundamental para compreender as causas da corrosão prematura e evitá-la. Este capítulo apresenta uma breve revisão sobre os principais tipos de aços inoxidáveis, sua utilização, soldabilidade e os fatores que influenciam na resistência à corrosão. Annelise Zeemann página 2 AÇOS INOXIDÁVEIS Aços inoxidáveis são utilizados quando se trabalha em meios considerados agressivos, mas não se deve esquecer que além das propriedades de resistência à corrosão os componentes mecânicos estão sujeitos às mais variadas solicitações de esforços mecânicos, choque, baixas ou elevadas temperaturas, desgaste; e devem igualmente resistir. Equipamentos projetados considerando materiais que devem apresentar resistência mecânica entre 50 KSI (350 MPa) e 250 KSI (1.700 MPa) para trabalho em temperaturas criogênicas (com requisitos de tenacidade) ou tão elevadas quanto 900°C (com requisitos de resistência ao calor); são construídos utilizando aços inoxidáveis que devem ainda resistir a condições tão diferenciadas como soluções açucaradas, ácidos, vapores químicos, amônia e gasolina, entre outros. Para atender a essa diversidade de condições de meio e de temperatura, com os mais variados requisitos de propriedades mecânicas, existe um sem número de tipos de aços inoxidáveis com características de composição química e de processamento totalmente diferentes, e cuja seleção deve ser muito criteriosa para garantir a adequação do componente às condições de serviço. A figura 1 apresenta um quadro resumo dos principais tipos de aços inoxidáveis disponíveis no mercado internacional [1] e suas características de resistência à corrosão e de propriedades mecânicas; e a figura 2 apresenta um quadro que identifica a composição básica destes aços e o tipo de microestrutura [2]. Propriedades de Aços Inoxidáveis de Aplicação mais Comum meios de elevada corrosividade produtos químicos processamento de alimentos meios pouco agressivos atmosfera industrial atmosfera pouco agressiva 50 KSI 80 KSI 175 KSI 250 KSI acima de 250 KSI AISI 316 AISI 304 AISI 430 AISI 405 Nitronic 50 20Cb-3 custom 450 Nitronic 40 custom 455 Nitronic 32 AISI 431 AISI 410 AISI 420 AISI 440C corrosividade Figura 1 Principais tipos de aços inoxidáveis disponíveis no mercado e suas propriedades [1]. Figura 2 Quadro com a composição química, resistência aproximada e tipo de microestrutura dos principais tipos de aços inoxidáveis disponíveis no mercado [2]. resistência mecânica Annelise Zeemann página 3 Composição Química Básica e Microestrutura dos Aços Inoxidáveis de Aplicação mais Comum tipo de resistênci a tipo de composição básica (% em peso) 1 aço mecânica material C Mn Cr Ni outros AISI 405 50 KSI ferrítico 0,08 1,00 11,5 - 14,5 - 0,1 - 0,3 Al AISI 430 50 KSI ferrítico 0,12 1,00 16,0 - 18,0 - - AISI 304 50 KSI austenítico 0,08 2,00 18,0 - 20,0 8,0 - 10,5 - AISI 316 50 KSI austenítico 0,08 2,00 16,0 - 18,0 10,0 - 14,0 2,0 - 3,0 Mo 20Cb-3 50 KSI austenítico 0,07 2,00 19,0 - 21,0 32,0 - 38,0 Mo, Cu, Nb Nitronic 32 80 KSI austenítico 0,15 11 - 14 16,5 - 19,5 0,5 - 2,5 - Nitronic 40 80 KSI austenítico 0,08 8 - 10, 19,0 - 21,5 5,5 - 7,5 - Nitronic 50 80 KSI austenítico 0,06 4 - 6 20,5 - 23,5 11,5 - 13,5 - AISI 410 175 KSI martensítico 0,15 1,00 11,5 - 13,5 - - AISI 431 175 KSI martensítico 0,20 1,00 15,0 - 17,0 1,25 - 2,50 - custom450 175 KSI martensítico2 0,05 1,00 14,0 - 16,0 5,0 - 7,0 Mo, Cu, Nb AISI 420 250 KSI martensítico 0,15 3 1,00 12,0 - 14,0 - - custom455 250 KSI martensítico2 0,05 0,50 11,0 - 12,5 7,5 - 9,5 Mo,Cu,Nb,Ti AISI 440C > 250 KSI martensítico 0,95 - 1,2 1,00 16,0 - 18,0 - - 1 valores individuais são máximos 2 endurecível por precipitação 3 valor mínimo A partir deste quadro pode-se verificar que a resistência à corrosão aumenta com a quantidade de cromo e de molibdênio presente nos aços, como evidenciado na sequência [ 405 → 430 → 304 → 316 → 20Cb-3 ], pois o cromo é o elemento responsável pela formação do óxido superficial, que é invisível, aderente, impermeável e que confere a passividade ao aço, sendo necessário um teor mínimo de 11 a 12% deste elemento para assegurar a inoxibilidade; enquanto o molibdênio garante maior estabilidade a este óxido e é utilizado principalmente em meios redutores (que contenham cloretos por exemplo). Annelise Zeemann página 4 Cabe lembrar que o cromo é um elemento que estabiliza a fase ferrítica e as ligas que são basicamente Fe-Cr (e com baixo carbono) são ligas puramente ferríticas (por exemplo as ligas AISI 405 e 430), cuja resistência mecânica e tenacidade são baixas. Neste mesmo quadro pode-se constatar que quando se deseja aumentar a resistência mecânica de um inoxidável é necessário modificar o tipo de microestrutura, evidenciado na sequência [430 ferrítico → Nitronic 32 austenítico → 431 martensítico → custom 455 martensítico endurecível por precipitação], e os elementos responsáveis pela modificação da microestrutura ferrítica básica, da liga Fe-Cr (AISI 430), são: • o níquel e manganês (Nitronic), que estabilizam a austenita e garantem o aumento da resistência sem perda de tenacidade e sem perda de resistência à corrosão; • o carbono (AISI 431), que possibilita a formação martensítica porém com prejuízo da tenacidade e da resistência à corrosão; e • os elementos cobre, nióbio e titânio (custom 455), que promovem o endurecimento por precipitação e conseguem elevada resistência mecânica sem considerável perda de tenacidade (baixo carbono) ou de resistência à corrosão. Não apresentados neste quadro, porém de crescente aplicação a nível mundial e iniciando sua utilização no Brasil, estão os aços superausteníticos e os aços inoxidáveis duplex e superduplex, com teores de cromo entre 22% e 25% e portanto de muito elevada resistência à corrosão (principalmente à corrosão por pites), com microestrutura constituída de quantidades aproximadamente iguais de ferrita e austenita(estabilizada pelo nitrogênio), que garante resistência mecânica na ordem de 100 KSI com excepcional tenacidade. Verifica-se portanto que os critérios para a seleção de aços inoxidáveis apresentam como base os requisitos de meio ambiente e de propriedades mecânicas, e que os aços austeníticos do tipo AISI 304 e AISI 316, para os quais o presente trabalho foi desenvolvido, apesar de serem os mais comuns e de maior aplicação, são aços de baixa resistência mecânica (com boa tenacidade) e de relativamente baixa resistência à corrosão (teores de cromo entre 16 e 20%), quando comparados a outros aços inoxidáveis. Annelise Zeemann página 5 RESISTÊNCIA À CORROSÃO Para os aços austeníticos da série 300, que são ligas do tipo Fe-Cr-Ni não magnéticas, os principais mecanismos de corrosão localizada e suas causas são: • corrosão intergranular, causada pela precipitação de carbonetos de cromo em contornos de grão (sensitização), devido ao empobrecimento deste elemento nas adjacências dos contornos (e consequente perda localizada de resistência à corrosão). Este fenômeno pode ocorrer durante a fabricação do componente (principalmente na soldagem) ou durante operação, caso este permaneça um tempo prolongado na faixa de temperaturas de precipitação e é intensificado quanto maior for o teor de carbono ou menor for o teor de cromo do aço; • corrosão por pites, sempre associada a descontinuidades no filme passivo, que podem ocorrer devido a imperfeições mecânicas, como uma inclusão ou dano na superfície; ou devido à dissolução química localizada. O cloreto é o agente mais comum para a iniciação do pite, que logo forma uma fresta e modifica as condições químicas em seu interior tornando-as ainda mais agressivas; • corrosão-sob-tensão (SCC “stress corrosion cracking”), que é um mecanismo que combina material susceptível, tensões trativas e um meio particular. Para os aços austeníticos os meios que podem conduzir à SCC são aqueles contendo cloretos (agravado por temperatura e quantidade de oxigênio); hidróxidos, ácidos politiônicos, sulfetos com cloretos, e ácido sulfúrico. Quando se tratam de juntas soldadas o problema de corrosão localizada pode ser ainda mais intenso pois a soldagem promove um sem número de descontinuidades geradas por alterações de composição química, de microestrutura e de propriedades mecânicas (relacionadas principalmente ao tensionamento residual) aumentando ainda mais a susceptibilidade à corrosão. Existe inclusive um tipo de corrosão tipicamente causado pelas diferenças de composição química entre o metal de solda e o metal de base de uma junta soldada, que é a corrosão galvânica, associada a uma diferença entre os potenciais do metal de base e do metal de solda no meio específico. Quanto maior for a diferença de potencial entre os materiais maior será a possibilidade de ocorrência de corrosão galvânica daquele que apresenta o menor potencial eletroquímico (anodo) em relação ao outro (catodo), sendo tanto mais intensa quanto menor for a área anódica. Em outras palavras, se o metal de solda é anódico em relação ao metal de base este poderá ser rapidamente consumido (principalmente se a diferença entre os potenciais for grande) pois a área da solda é sempre pequena em relação à área do restante do componente. Annelise Zeemann página 6 E o que é mais problemático para quem processa e fabrica componentes de aço inoxidável é que a resistência à corrosão de uma junta soldada não pode ser avaliada durante a fabricação do componente como uma propriedade intrínseca do material (como por exemplo a dureza, a resistência mecânica ou a ductilidade), pois depende de tempo e da combinação entre o meio, o material e as solicitações impostas; sendo muito difícil prever futuros problemas de corrosão ainda no estágio de fabricação do componente. Não existem, segundo normas internacionais de qualificação de procedimentos de soldagem como ASME [3] ou AWS [4], quaisquer tipos de ensaios de corrosão e a junta é considerada apta para o serviço apenas considerando os requisitos de propriedades mecânicas e de integridade da junta. E o que é pior é que muitas vezes os procedimentos e consumíveis adotados para melhorar a soldabilidade dos inoxidáveis durante a fabricação não são adequados ao serviço e podem até mesmo comprometer a performance do componente quando em meios específicos. SOLDABILIDADE Quanto à soldagem dos aços inoxidáveis austeníticos do tipo AISI 304 e 316 serão abordados os seguintes tópicos, sempre considerando as características de resistência à corrosão das juntas: • principais alterações metalúrgicas sofridas pelo material de base como resultado da imposição de ciclos térmicos de soldagem; • tendência ao trincamento durante e após a soldagem; • consumíveis sólidos recomendados; • efeitos dos gases de proteção; • processos e procedimentos recomendados; • cuidados após a soldagem. A figura 3 ilustra os possíveis tipos de alterações metalúrgicas sofridas pelo metal de base (zona termicamente afetada) como consequência dos ciclos térmicos impostos, de uma chapa de aço inoxidável AISI 316 de 1/4” de espessura soldada em 2 passes com aporte médio de calor de 0,6 kJ/mm; onde se verifica que o metal de base austenítico pode sofrer as seguintes modificações em função da faixa de temperaturas atingidas : • transformação de austenita em ferrita delta em temperaturas próximas à de fusão e sua retenção no resfriamento; • crescimento de grão austenítico em elevadas temperaturas; • precipitação de carbonetos em contornos de grão (sensitização) em temperaturas mais baixas. Annelise Zeemann página 7 Estas alterações diminuem a resistência à corrosão da junta, sendo que a sensitização pode causar a corrosão intergranular em regiões um pouco afastadas da solda. Para minimizar este tipo de problema algumas recomendações são importantes, como por exemplo diminuir o aporte de calor, utilizar técnicas de deposição para manter o material frio (passe a ré) ou até mesmo resfriar o material externamente (para aumentar a velocidade de resfriamento) e passar pouco tempo na faixa de temperaturas de precipitação. Além de promover a perda localizada da resistência à corrosão a região de corrosão intergranular pode ainda ser um ponto de iniciação para o trincamento por corrosão-sob-tensão ou corrosão-fadiga. Figura 3 Aspecto metalográfico de uma chapa de AISI 316, de espessura 1/4”, soldada em dois passes com aporte médio de calor de 0,6 kJ/mm. macrografia ataque de Lepto’s precipitação de carbonetos em contornos de grão austenítico ZTA de baixa temperatura ZTA de alta temperatura metal de solda crescimento de grão austenítico micrografias por microscopia ótica ataque eletrolítico de ácido oxálico 10x 100xferrita delta retida Annelise Zeemann página 8 A zona de ligação também é uma região susceptível à corrosão-sob-tensão pois é aquela que se apresenta com o maior nível de tensionamento residual sendo importante aliviar a junta caso a combinação material x meio seja susceptível. Neste caso, apesar do alívio ser um procedimento pouco usual para aços austeníticos, este deve ser realizado em temperatura na faixa de 1065°C a 1120°C [5] seguido de rápido resfriamento, para evitar a sensitização (entre 425°C e 900°C) ou a formação de sigma (entre 540°C e 925°C) no próprio ciclo de tratamento térmico. Quanto à tendência ao trincamento durante a soldagem sabe-se que os aços inoxidáveis austeníticos são susceptíveis ao trincamento a quente (“hot cracking”) no cordão, quando a microestrutura do metal de solda é totalmente austenítica. Isto ocorre devido à baixa solubilidade de impurezas na austenita, que durante a solidificação as expulsa para os contornos de grão e promove a formação de filmes de baixo ponto de fusão que se abrem com a contração da junta no resfriamento, principalmente se a restrição for muito elevada. Para minimizar este tipo de problema recomenda-se utilizar consumíveis cuja composição química permita a solidificação de uma estrutura constituída deaustenita e ferrita delta. Neste caso a ferrita delta atua não somente dissolvendo as impurezas, como aumentando a área de contornos o que diminui a concentração das impurezas e consequentemente o trincamento. Pelo acima exposto presume-se que a utilização de consumíveis austeno- ferríticos facilita a soldagem dos inoxidáveis austeníticos, o que é verdadeiro. Porém o percentual ideal de ferrita delta no cordão tem sido muito discutido e contestado pois é função direta das condições de serviço a que o componente será exposto. Considerando apenas a soldabilidade do material não existem limitações para o número de ferrita NF (como é chamado o percentual de ferrita delta), porém existem condições de meio e de temperatura em que esta situação se modifica. Para trabalho em atmosfera urbana ou industrial, onde a agressividade do meio é baixa para um inoxidável austenítico, a presença da ferrita delta não causa problemas. No entanto em meios aquosos de baixa e média agressividade a ferrita delta sofre dissolução preferencial [6] e a interface entre ferrita e austenita é ponto de início de pites [6] ou de corrosão bacteriológica [7], devendo a ferrita ser mantida nos menores teores possíveis, na ordem de 3% (3NF) [8], apenas para evitar trincamento [9]. No caso de trabalho em temperaturas criogênicas a ferrita delta é prejudicial pois reduz a tenacidade da junta [8]. Em temperaturas elevadas a situação é ainda mais crítica pois com o tempo a ferrita delta se transforma em fase sigma e fragiliza o material [6,10]. Annelise Zeemann página 9 Outro problema causado pela quantidade excessiva de ferrita delta no cordão ocorre quando o aço deve sofrer conformação a frio posterior à soldagem [11,12] devido aos diferentes comportamentos no encruamento destas fases, o que pode causar o seu trincamento ainda na fabricação. Sem dúvida existe o consenso que se deve conhecer e controlar o NF do cordão, porém a forma de avaliar ou de medir esta quantidade tem sido um tema polêmico devido à baixa reprodutibilidade quando se calcula o NF através de fórmulas ou nos diagramas de De Long e Schaeffler; e à baixa acurácia dos métodos magnéticos que vem sendo utilizados para medir diretamente na solda. Existe inclusive um documento IIW [13] sobre a forma de medir o teor de ferrita e a calibração destes aparelhos. Cabe ainda ressaltar que a quantidade de ferrita delta no cordão não depende somente da composição química do material, mas também da quantidade de nitrogênio absorvido pela poça de fusão e da velocidade de resfriamento, pois esta ferrita é metaestável e em condições de equilíbrio ela naturalmente se transformaria em austenita. Ou seja a ferrita delta está “retida” e sua quantidade aumenta a medida que a taxa de resfriamento aumenta. Neste caso constata-se que o processo de soldagem e o procedimento de soldagem (através do aporte de calor) também apresentam forte influência na quantidade de ferrita delta. Outro possível tipo de trincamento na soldagem de aços inoxidáveis austeníticos é o trincamento por liquação, mais comum em aços fundidos e que depende fundamentalmente do tipo de fases presentes. Aços tipo AISI 304 e AISI 316 conformados não são susceptíveis às trincas de liquação. Aços austeníticos também não são susceptíveis ao trincamento à frio ou ao trincamento no reaquecimento, a não ser em casos onde a junta deve sofrer alívio de tensões, onde pode ocorrer a formação de fase sigma a partir da ferrita delta . Quanto aos eletrodos consumíveis para a soldagem similar de aços AISI 304 e AISI 316, segundo processos com proteção gasosa (GMAW e FCAW), a AWS recomenda a utilização de diversos tipos de arames sólidos [14] ou tubulares [15], conforme indicado no quadro da figura 4. Annelise Zeemann página 10 Consumíveis recomendados pela AWS para a soldagem dos aços AISI 304 e 316 material processo consumível recomendação AWS ER 308 com composição nominal de 21 Cr e 10 Ni estes eletrodos são utilizados particularmente na soldagem do aço AISI 304 GMAW AWS ER 308L similar ao anterior porém com menor teor de carbono (e sem estabilizantes) utilizados para obter a máxima resistência à corrosão intergranular. Não indicado para o trabalho a quente AISI 304 AWS ER 308LSi similar ao anterior porém com maior teor de silício para aumentar a fluidez da poça e molhabilidade do metal de base. Se o metal de solda for totalmente austenítico (devido à diluição) o silício aumenta a susceptibilidade ao trincamento a quente AWS E 308TX-X com composição nominal de 19,5 Cr e 10 Ni estes eletrodos são utilizados em metal de base do tipo AISI 301, 302, 304 , 305 e 308 FCAW AWS ER 308LTX-X eletrodos recomendados para a obtenção de maior resistência à corrosão intergranular devido ao baixo carbono e uso dos estabilizantes Nb e Ti. Não indicado para uso em elevada temperatura devido à resistência AWS ER 316 com composição nominal de 19 Cr, 12,5 Ni e 2,5 Mo estes eletrodos são utilizados particularmente na soldagem de metal de base tipo AISI 316 GMAW AWS ER 316L similar ao anterior porém com menor teor de carbono (e sem estabilizantes) utilizados para obter a máxima resistência à corrosão intergranular. Não indicado para o trabalho a quente AISI 316 AWS ER 316LSi similar ao anterior porém com maior teor de silício para aumentar a fluidez da poça e molhabilidade do metal de base. Se o metal de solda for totalmente austenítico (devido à diluição) o silício aumenta a susceptibilidade ao trincamento a quente AWS E 3016X-X com composição nominal de 18,5 Cr, 12,5 Ni e 2,5 Mo estes eletrodos são utilizados em metal de base com 2%Mo FCAW AWS ER 316LTX-X eletrodos recomendados para a obtenção de maior resistência à corrosão intergranular devido ao baixo carbono e uso dos estabilizantes Nb e Ti. Não indicado para uso em elevada temperatura devido à resistência Figura 4 Quadro apresentando as recomendações AWS para consumíveis a serem utilizados na soldagem similar entre inoxidáveis austeníticos do tipo AISI 304 e AISI 316. [14,15] Annelise Zeemann página 11 Consumíveis considerados similares ao metal de base sempre apresentam composição química do arame (sólido) ou do depósito (tubular) próxima à do metal de base porém com um pouco mais de cromo para garantir a resistência à corrosão. Existem casos de meios com a possibilidade de corrosão bacteriológica [16], onde se recomenda a utilização de consumíveis muito mais “ligados” do que o metal de base, principalmente quanto ao molibdênio, para evitar problemas de corrosão galvânica que é acentuada pela presença dos metabólitos das bactérias. A soldagem com arames sólidos vem sendo muito utilizada porém a busca de maiores taxas de deposição e eficiência na soldagem, para melhoria das características de produtividade, trouxe o desenvolvimento de arames tubulares cuja qualidade do depósito vem aumentando progressivamente. A ESAB desenvolveu arames tubulares, em bitolas de 0,8 a 1,6mm, dos tipos: “metal flux”; com proteção gasosa para a soldagem na posição plana; com proteção gasosa para a soldagem em qualquer posição (normalmente com proteção gasosa com CO2 ou mistura Ar-CO2) e auto-protegido [17]. Os japoneses [18,19] também desenvolveram arames tubulares para a soldagem de inoxidáveis com proteção gasosa com CO2 , cujas elevadas taxas de deposição comparadas às taxas de deposição promovidas por arames sólidos estão ilustradas na figura 5 [18]. Estes consumíveis apresentam como característica a deposição com transferência por grandes gotas, que no entanto não é por curto-circuito, classificada pelo IIW como “free flight” sem a formação de respingos, que é uma característica indesejável da soldagem por curto-circuito de arames sólidos quando se deseja trabalhar com baixa energia. Figura 5 Taxas de deposição muito maiores nos consumíveis FCAW em relação ao arame sólido e ao eletrodo revestido. [18] Annelise Zeemann página 12 No entanto, devido à própria composição química típica de arames tubulares (com maiores teores de cromo)e a presença de grande quantidade de oxigênio no cordão (na ordem de 1000 ppm), os arames tubulares japoneses foram especialmente projetados para apresentar maiores teores de ferrita delta (na ordem de 12%), controlando assim a tendência ao trincamento a quente [18], o que faz com que estes consumíveis apresentem limitações na aplicação, não podendo ser utilizados nas condições em que a ferrita delta possa causar problemas, como em baixas ou elevadas temperaturas e em meios corrosivos. Quanto à influência dos gases de proteção na soldagem GMAW e FCAW de aços inoxidáveis os principais trabalhos focalizam o tipo de transferência [20,21]; a forma do cordão, o acabamento e a qualidade metalúrgica promovidos pela soldagem [21], sendo a resistência à corrosão avaliada apenas pelo aspecto da possível sensitização do cordão causada pela introdução do carbono proveniente do CO2 no gás de proteção [20,22]. Para se obter uma mistura gasosa de proteção adequada à soldagem de uma liga específica, no caso de um aço inoxidável austenítico, deve-se avaliar os efeitos que os diferentes gases de proteção apresentam sobre as características de proteção da poça contra oxidação; de estabilidade do arco e tipo de transferência do arco; de eficiência de deposição; de forma e penetração da solda; e de qualidade metalúrgica da junta [21]. O argônio é um gás com baixo potencial de ionização e inerte, o que lhe confere a qualidade de não promover perdas de elementos na poça. A ausência de inclusões na soldagem com este gás puro favorece a qualidade metalúrgica do cordão [21], muito embora a estabilidade do arco na soldagem de inoxidáveis seja prejudicada pois a emissão de elétrons, que ocorre a partir de regiões onde os óxidos são quebrados, salta de uma área para outra resultando em um desvio de arco [20]. Neste caso a utilização do argônio como base e pequenas adições de gases ativos como O2 ou CO2 é usual em misturas para a soldagem de aços inoxidáveis austeníticos, sendo o oxigênio 2 a 3 vezes mais efetivo do que o CO2 na estabilização do arco [20] e molhabilidade do metal de base pois este favorece a formação uniforme de óxidos na superfície. O percentual de CO2 ou de O2 necessário para produzir significativas mudanças na estabilidade do arco e tipo de transferência pode ser bem pequeno, as misturas mais usuais contém 1 a 5% (em volume) de oxigênio e 1 a 10% de CO2 [20]. O oxigênio favorece ainda a formação em cordões planos e sem reforço excessivo, o que contribui para o aumento da produtividade e eficiência [21], muito embora misturas Ar-O2 apresentem uma estreita faixa de variação de voltagem [20]. Annelise Zeemann página 13 A desvantagem do uso de gases ativos [20] é que a superfície e a poça oxidadas podem perder elementos de liga, o oxigênio no metal de solda pode conduzir à perda de propriedades mecânicas e a superfície da junta pode formar carepas muito aderentes [21]; além da possível introdução de carbono na poça pela ação do CO2 , tanto maior quanto maior for o teor de CO2 na mistura, como evidenciado no gráfico da figura 6 [20], o que faz com que a soldagem de aços inoxidáveis de baixo carbono (grau L) para maior resistência à corrosão seja prejudicada [20]. Cabe ressaltar que a entrada de carbono tem sido documentada na soldagem com arames sólidos, o que não ocorre na soldagem com arames tubulares, conforme evidenciado no gráfico da figura 7 [19]. Figura 6 Introdução de carbono ao metal de solda em função da quantidade de CO2 no gás de proteção. [20] Figura 7 Introdução de carbono ao metal de solda em função da quantidade de CO2 no gás de proteção, para arame sólido e para arame tubular [19]. Annelise Zeemann página 14 A oxidação da poça, principalmente pela ação do oxigênio na mistura, torna necessária a utilização de consumíveis com maior teor de desoxidantes como o Mn e Si, além de ser necessária maior quantidade de Cr pois este elemento facilmente se oxida [20]. Considerando portanto que estes elementos ferritizantes podem ser “perdidos” na poça de fusão, é de se esperar que o uso de maior teor de oxigênio na mistura promova cordões com menor quantidade de ferrita delta devido ao menor valor de Cromo Equivalente. Da mesma forma quando o teor de carbono (austenitizante) aumenta por efeito do CO2 também se espera menor quantidade de ferrita delta no cordão. Neste caso o uso de misturas com maior quantidade de gases ativos pode apresentar menor resistência às trincas de solidificação (trincas a quente). Caso haja nitrogênio na mistura ou as vazões de gás estejam muito elevadas ou muito baixas (o que promove a entrada deste gás proveniente da atmosfera), também existe o risco do trincamento a quente pois, tal qual o carbono, o nitrogênio é um forte formador de austenita. Pode-se ainda utilizar o hélio como gás básico, ou adicionado a outros gases para formar misturas de proteção. Ao contrário do argônio o hélio é um gás com alto potencial de ionização, o que requer maiores tensões na soldagem para manter o arco estável, o que aumenta a transferência de calor à poça e favorece maiores penetrações com velocidades de soldagem mais elevadas [21], sendo muito propício à soldagem automatizada. Da mesma forma que o argônio este gás é inerte e não promove perdas de elementos de liga com consequentes boas características de propriedades mecânicas. O hélio apresenta uma tendência à transferência globular em mais baixas correntes e frequentemente o argônio é adicionado ao hélio, juntamente com adições de gases ativos, para tirar vantagem das características de penetração e estabilidade do arco em transferência spray [21]. Apenas para visualizar as características de diferentes gases no tipo de transferência e na forma do cordão está apresentado na figura 8 um desenho esquemático de uma seção reta do cordão, quando se utiliza corrente contínua com polaridade reversa, para diferentes gases e misturas gasosas de proteção [23], independente do tipo de material de base. Verifica-se que a transferência spray apresenta um perfil de penetração mais profundo na região central enquanto a transferência globular apresenta um perfil de penetração mais raso. Annelise Zeemann página 15 soldagem com argônio puro transferência spray soldagem com 50% argônio e 50% hélio transferência spray soldagem com hélio puro transferência globular soldagem com 90% argônio e 10% CO2 transferência globular soldagem com 98% argônio e 2% O2 transferência spray soldagem com CO2 puro transferência globular transferência curto circuito arco curto Figura 8 Tipos de transferência e formato de cordão na soldagem com diferentes gases e misturas gasosas de proteção [23]. Annelise Zeemann página 16 Misturas contendo elevados teores de hélio (na ordem de 85%) são preferencialmente utilizadas na soldagem por curto-circuito, enquanto as com menores teores (na ordem de 40%) são melhores para a soldagem por spray ou arco pulsado [20]. Recentemente, misturas contendo dois, três ou quatro componentes foram lançadas no mercado. A tabela da figura 9 [20] apresenta algumas misturas gasosas comerciais, onde se objetiva a soldagem por curto-circuito em misturas Ar-He-CO2 e Ar-He-O2; e maior frequência de gotas com a mistura Ar-He-CO2-H2 , muito embora seja conhecido que misturas contendo mais do que 3% de H2 produz uma transferência em gotas com aspecto ruim, aumentando o risco de porosidades em aços inoxidáveis austeníticos [24]. % Ar % He % CO2 % O2 % H2 20 77,8 1,9 0,3 - 17,5 80 2 0,5 - 98 - 2 - - 95 - 5 - - 64,5 30 4,5 - 1 69 30 - 1 - Desde 1994 já vem sendo utilizada com sucesso no Brasil a mistura gasosa com hidrogênio (Ar 2CO2 1H2) para a soldagem de aços inoxidáveis no modo pulsado [26], combinando maior produtividade e qualidade do cordão (perfil de solda e áreas adjacentes mais limpas) em comparação ao modo curto-circuito convencional. Um fator importante no uso de hidrogênio na mistura é a atmosfera redutora que este gás promove, aumentando a característica de limpezada junta, além de tornar a poça mais fluida devido ao aumento da temperatura do arco [27]. Quanto aos processos de soldagem e aos procedimentos cabe mencionar que a adição de elevada quantidade de calor aos inoxidáveis austeníticos pode promover a sensitização do material e por isso deve-se procurar minimizar ao máximo o aporte de calor, utilizando arames de menor bitola (ainda que com perda de produtividade), arco pulsado e elevada velocidade de soldagem, além das técnicas anteriormente mencionadas de manutenção do componente em baixa temperatura. Alguns cuidados adicionais devem ser tomados após a soldagem no sentido de garantir a resistência à corrosão da junta, principalmente no que diz respeito à limpeza da solda com desengraxantes que não contenham cloro, e realização de tratamentos químicos ou mecânicos de decapagem dos óxidos superficiais e passivação das regiões adjacentes à solda. Alguns artigos [28-29] apresentam fórmulas e métodos de realização destes tratamentos . Figura 9 Misturas gasosa de proteção para a soldagem de aços inoxidáveis comercialmente disponíveis no mercado [20]. Annelise Zeemann página 17 REFERÊNCIAS [1] BROWN, R.S.; “Selecting the Right Stainless Steel”, artigo publicado na revista Welding Design and Fabrication , pp 47-52; September 96; [2] ASM HANDBOOK; “Wrought Stainless Steels”; Volume 1 Properties and Selection: Irons, Steels and High Performance Alloys; pp 841-907; 1990. [3] ASME seção IX -1995; “Welding and Brazing Qualifications”; ASME Boiler and Pressure Vessel Code; July, 1995. 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