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MONTAGEM DA MESA CIRÚRGICA (INSTRUMENTAÇÃO) → A padronização da montagem da mesa cirúrgica tem como objetivo racionalizar o ato cirúrgico, de modo a facilitar a ação do cirurgião. → Inicialmente, acomoda-se uma fronha asséptica envolvendo a superfície da mesa. → Em seguida, deve-se colocar o campo cirúrgico oleado e só depois se posiciona um campo operatório sobre o oleado. → De modo geral, os instrumentos são colocados na ordem, mas alguns procedimentos utilizam tempos cirúrgicos diferentes ou não exigem alguns instrumentos especiais. → Os instrumentos secundários à cirurgia devem estar posicionados na mesa auxiliar e instrumentos de hemostasia devem permanecer sempre na mesa Mayo, permitindo fácil acesso para o controle de eventuais hemorragias. → Usualmente a mesa é dividida em 6 quadrantes: diérese, hemostasia, exposição, preensão, especiais e síntese DIÉRESE → São instrumentos utilizados na secção e divulsão de tecidos (atitudes que visam à abertura, ao corte). → Os instrumentos mais utilizados para a execução da diérese é o bisturi e tesouras Bisturi • É um instrumento de diérese que realiza secção, divulsão e incisão de múltiplos tecidos. • É constituído por um cabo reto com encaixe em uma das extremidades para lâmina desmontável e descartável • O instrumentador oferece o bisturi com o cabo voltado para o cirurgião, estando a lâmina voltada para baixo e oposta ao médico • O bisturi varia em tamanho e tipos de lâminas. Os cabos 3, 4 e 7 são os mais utilizados Tesouras • Apresenta propriedade de corte e divulsão de tecidos • O formato varia em tamanho (pequena, média ou grande), tipo de ponta (romba ou pontiaguda) e curvatura (reta ou curva). • Deve ser entregue segurando-se em sua ponta e com as argolas voltadas para a mão do cirurgião. Metzenbaum - Tesoura que se apresenta nas versões reta e curva, sendo considerada menos traumática. - A reta geralmente é utilizada para cortar fios e a curva tem corte mais delicado, utilizado para tecidos. - De tamanhos variáveis, esse é o tipo mais comum para dissecção, sendo a Metzenbaum longa mais utilizada para dissecções profundas ou pélvicas Mayo - A tesoura de Mayo apresenta-se em versão reta e curva, sendo considerada mais traumática do que a tesoura de Metzenbaum. - Dissecação de tecidos mais grosseiros, principalmente fáscias. HEMOSTASIA → Utilizados na prevenção e tamponamento de sangramentos (visa interromper o sangramento ocasionado pela diérese) Kelly • As retas (reparo) são mais usadas para pinçamento de material cirúrgico como drenos e fios, enquanto as curvas aplicam-se à preensão e pinçamento de vasos e tecidos • Também podem ser usadas para a divulsão dos tecidos, pinças com cremalheira. • As pinças Kelly possuem ranhuras (chanfraduras) de 2/3 da garra. Halsted (mosquito) • É uma pinça hemostática pequena parecida com a Kelly, podendo ser reta ou curva. • É utilizada para pinçamento de vasos de menor calibre, pela sua precisão. • No entanto, apresenta a sua parte prensora totalmente ranhurada, seu tamanho é consideravelmente menor Crile • Podem ser retas ou curvas, sendo diferenciadas que nem as pinças de Kelly • Úteis na divulsão de tecidos, mas diferente das pinças de Kelly não se destinam ao uso em vasos ou tecidos delicados. • O grande diferencial é que a Crile apresenta ranhuras em toda a sua extensão. EXPOSIÇÃO → Viabilizam a melhor visualização das estruturas e da cavidade Afastador de Farabeuf • É um afastador dinâmico de parede, destinado a facilitar a exposição do campo cirúrgico, através do afastamento das bordas da ferida operatória, sendo utilizado no afastamento da pele, tecido celular subcutâneo e músculos superficiais. Afastador de Roux • Suas extremidades são rombas e assimétricas, sendo um dos lados maior Afastador de Gosset (laparostato) • É um afastado estático de parede abdominal, classificado como instrumento auxiliar dos procedimentos cirúrgicos. • Afasta e segura tecidos, órgãos, músculos e ossos sem necessidade de tração contínua • É utilizado principalmente em cirurgia geral e ortopédica Afastador de Finochietto • É um afastador estático que facilita a abertura do campo visual sem a necessidade de tração contínua e apresenta pontos de apoio que sustentam os tecidos. • Utilizado em cirurgia torácica e a sua solicitação é verbal PREENSÃO → São instrumentos aplicados na sustentação de tecidos/órgãos → As pinças são seguradas com a sua mão dominante, de maneira de segurar o lápis. Pinça Anatômica• As pinças elásticas ou pinças de dissecção apresentam-se lisas ou denteadas. • A pinça anatômica é utilizada na mão esquerda, para apresentar tecidos e utilizar outro instrumento na direita. • A pinça lisa pode ser chamada de anatômica ou apenas pinça de dissecção. É um instrumento de preensão, útil na manipulação de tecidos delicados (vasos, nervos e paredes viscerais), não devendo ser utilizada para preensão da pele (risco de isquemia) • A pinça dente de rato, igual à anatômica, é também um instrumento de preensão, mas denteada em sua extremidade (mais traumática). É indicada para aproximação de tecidos mais grosseiros, como planos musculares e aponeuroses, pois se o tecido for muito delicado pode perfurar a víscera Pinça de Adson • É um instrumento auxiliar de preensão e apresenta-se com dentes e sem dentes. • A versão sem dentes (“barrigudinha”) apresenta uma extremidade distal estreita e dessa forma menor superfície de contato é menos traumática, sendo utilizadas em tecidos mais frágeis, por exemplo, em cirurgias pediátricas. • Já a versão com dentes (“dente de rato pequena”) é utilizada na preensão de tecidos mais grosseiros, como planos musculares e aponeuroses. ESPECIAIS → Utilizados em ressecções e ligaduras, em cirurgias específicas Pinça de Foerster • Originalmente concebida para obstetrícia humana, é largamente empregada na antissepsia do campo operatório, pois as longas hastes mantêm as mãos enluvadas do operador afastadas dos pelos das áreas não tricotomizadas, evitando a contaminação. Pinça de Allis • É considerada uma pinça de preensão pouco traumática e com maior poder de pressão pelo denteamento de sua superfície. Esses dentes auxiliam no manuseio de vísceras ocas e tecidos rígidos, mas segura vários tecidos. • Sua porção preensora possui hastes que não se tocam, com exceção das extremidades curvadas Pinça Cheron • Utilizada para montar o campo operatório, conduz a gaze para pintar o campo (principalmente em cirurgias ginecológicas), apresenta versões descartáveis. Pinça Pean • Também utilizada para montar o campo operatório, conduz a gaze para pintar o campo, tem versões descartáveis Pinça Backhaus • É utilizada também para montagem do campo cirúrgico • É responsável pela fixação dos campos, roupas, tecidos. Clamp intestinal • Utilizado para evitar o extravasamento de fezes. Visto que o intestino é um órgão muito grande, sua estrutura é consideravelmente maior, pode ser curvo ou reto SÍNTESE → Usados para unir os bordos dos tecidos incisados e/ou expostos, recompor e restituir a integridade das estruturas, órgãos e tecidos que foram explorados. → Os instrumentos utilizados para a síntese são os porta-agulhas, as pinças anatômicas e dente de rato, as agulhas e fios cirúrgicos. PORTA AGULHAS • Tem função de unir tecidos seccionados/ressecados a fim de favorecer a cicatrização dos tecidos, minimizar riscos de infecções pós-operatórias e evitar herniações. • Tem vários tamanhos, estilos e curvaturas (reto ou levemente angulado) • São instrumentos com ranhaduras em sua face interna que evitam deslizamento da agulha de maneira que fique fixa ao porta agulha enquanto realiza uma passagem única pelos tecidos Crile-Wood - É um instrumento reto de 15 cm e uma reentrância que proporciona um encaixe melhor da agulha, além da cremalheria que confere firmeza à agulha. Mathieu - Tem hastes curvas, com formato semelhante à um alicate. É pequeno e com cremalheira e empunhadura ampla - É muito utilizado para suturas em tecidos delicados e superficiais, como na pele em cirurgias plásticas ou até odontológicas. Mayo-Hegar - É o porta agulhas mais utilizado pelos cirurgiões, para suturas em cavidades. - Possui cremalheira, auxiliando na fixação e firmeza da agulha no instrumento.
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