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Apostila suinocultura

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Suinocultura 
 
 
 
 
 
 
Generalidades 
 
 
Índices comparativos 
 
Brasil USA Humus 
Leitões pardos 5 - 6 8 - 10 9,5 
Desmamados pardos 3 - 5 7 - 8 8,2 
Idade desmama 20,2 dias 35 a 42 35 a 42 
Morte/desmama ao abate 30 a 35% 10 a 15% 20% 
Peso ao abate(kg) 70 a 90 90 a 100 90 a 100 
nº pardos/porca/ano -1 1,8 - 1,9 2,0 
Idade do abate(mes) 12 a 18 5 a 7 5 a 7 
Conv. alimentar <2,8 3,5 - 4,0 3,5 a 4,0 
Desfrute % 36 90 64 
Situação do rebanho nacional 
 
Brasil USA 
leitões/parto 5 - 6 8 - 10 
desmama/parto 3 - 5 7 - 8 
idade / desmama 20,2 dias 35 - 42 dias 
morte/desmama/abate 30 - 35 % 10 -15 % 
peso/abate 70 - 90 90 -100 
n. partos/porca/ano < 1 1,8 - 1,9 
idade/abate/meses 12 - 18 5 - 7 
C.A 2,8 3,5 - 4,0 
Principais Países exportadores de carne suína (mil ton) 
 Países 2000 2001 2002 
Canadá 750 710 730 
Estados Unidos 569 700 650 
Dinamarca 550 575 590 
Brasil 128 265 350 
FONTE: ABIPECS (2002) 
De acordo com os dados expostos, o Brasil encontra-se em quarto lugar no 
"ranking" dos maiores exportadores de carne suína, apresentando menores 
valores de volume exportado somente para Canadá, Estados Unidos e 
Dinamarca; lembrando-se que estes são países tradicionais no tocante à 
produção e consumo de carne suína e que disputam o mercado 
internacional á décadas. 
Obs: O consumo carne suína no Brasil é de 10kg/pessoa/ano. No mundo o 
consumo médio é de 25 kg/pessoa/ano.
Rentabilidade: 1O vezes maiores que o bovino.
Ex: 01 hectare/10 suínos/800 kg carne. O rebanho nacional é composto de 
40 milhões de cabeças/ano. 
Causa do baixo desfrute 
- Pequena qualidade genética dos reprodutores;
- Baixo consumo de carne bovina (6,7kg/pessoa/ano);
- Falta de técnicos especializados; 
- Falta de assistência técnica; 
- Baixo nível do criador (cultural e econômico) 
- Falta de incentivos; 
- Manejo inadequado;
- Falta de mão de obra especializada. 
 
Raças 
 
Características das raças para banha 
Embora existam raças criadas exclusivamente para produção de banha (lard type) e outras 
para carne (bacon type), outras há que tanto se prestam para um fim como para outro, 
dependendo o tipo, sobretudo da alimentação e do regime a que os animais são submetidos. 
Por este motivo não fazemos uma nítida divisão entre as raças suínas. 
O "Wiltshire type" é um porco para carne (bacon) bem comprido e de ótimaqualidade. A manta 
de toucinho do lombo, entre os 80 e 100 Kg é bastante reduzida, 03 a 04 cm. Esses melhores 
tipos para carne, cujo mais perfeito é representado pela Landrace Dinamarquesa, é 
comerciado geralmente sob forma resfriada, enquanto a carne de animais com maior 
abundância de gordura é transformada em conserva, para seu melhor aproveitamento 
industrial. 
A descrição do porco tipo banha, em vista da preferência atual pelos porcos tipo carne, tem 
aqui o principal objetivo de mostrar o contraste de caracteres dos dois tipos. 
Pelagem variável, o aspecto da pele e dos pelos é importante como indicador de qualidade. Os 
pelos devem ser lisos, macios, abundantes e, se demasiadamente fino, denotam fraqueza do 
animal. A pele deve ser lisa e macia de maneira uniforme, não escamosa e livre de pregas, que 
aparecem, sobretudo no adulto, nas espáduas, garganta, face e lados. Ocorrem mais 
facilmente se a raça tem o couro grosso. 
Peso e Estatura variáveis. Os membros são em regra baixos. 
Cabeça muito variável, segundo a raça, regularmente curta, dependendo do comprimento do 
focinho que deveria ser curto e não grosseiro. Os olhos são bem afastados, visíveis, as 
bochechas cheias e lisas, as orelhas muito variáveis em forma e tamanho, devem ser bem 
ligadas à cabeça, de textura fina, cobertas de pelos finos. As bochechas são ainda espessas 
carnudas e arredondadas. 
Pescoço curto, largo e profundo, arredondado em cima, insensivelmente ligado à cabeça e às 
paletas. 
Corpo largo, profundo, simétrico, baixo, liso, compacto. O peito é largo e cheio, com a ponta 
bem projetada para frente. As espáduas devem ser lisas e cheias, sobretudo em cima, bem 
cobertas de carne, bem ligadas às regiões vizinhas, sem depressão: não devem ser grosseiros 
nem salientes, Os costados, largos e profundos, com o cilhadouro cheio. A linha dorso-lombar 
deve ser comprida uniformemente larga e arqueada. Este arqueamento é variável, segundo a 
raça, porém nunca á muito pronunciado, diminuindo também com a idade, O lombo deve ser 
da mesma largura do dorso e a garupa, e na mesma linha. A garupa deve ser longa, da mesma 
largura geral do como, continuando suavemente a linha dorso-lombar A cauda muitas vezes é 
inserida baixo, Os pernis são largos, bem descidos, lisos, sem pregas, arredondados, Os lados 
devem ser longos, profundos, com costelas bem arredondadas ou chatas, segundo a raça, 
uniformemente lisos, O ventre deve ser bem sustido, com a linha inferior quase direita, salvo na 
porca criadeira. Os flancos são cheios, espessos, baixos. 
Membros curtos, fortes, direitos, afastados, dispostos no solo num retângulo, com boas 
quartelas, unhas não muito separadas, O curvilhão deve ser um pouco espesso, seco e nítido. 
Características das raças para carne 
Os porcos para a produção de carne - tipo carne, tipo Bacon ou Wiltshire - são mais esguios, 
compridos e pernudos, de pescoço mais longo que os do tipo para banha, que são muito mais 
compactos e baixos. 
Pelagem de acordo com a raça. Os pelos devem ser finos, lisos e a pele sem pregas, lisa. 
Peso e Estatura de médio a grande, de acordo com a idade e a raça. Deve pesar de 80 a 
100Kg no ato do abate. 
Cabeça um pouco mais longa que no tipo de banha, leve, com a marrafa larga e cheia, olhos 
bem espaçados, brilhantes e cheios. As orelhas são moderadamente finas, franjadas com 
cerdas finas. O focinho, de médio comprimento, não grosseiro. As bochechas, nítidas, não 
pendentes, de regular largura e musculatura. 
Pescoço de comprimento médio, musculoso, sem ser arqueado em cima. 
Corpo longo, profundo, liso, bem equilibrado ou com o quarto posterior predominando Peito 
largo e cheio, espáduas bem postas, bem cobertas, lisas. A linha superior é uniformemente 
arqueada, variando o arqueamento com a raça. O garrote, de mesma largura do resto das 
costas. O dorso e lombo são regularmente largos, musculados e fortes. A garupa, de mesma 
largura das costas, comprida, em nível, com a cauda de inserção alta. O tórax é cheio, com 
costelas longas e arqueadas. O costado é comprido, regularmente profundo e chato, no 
mesmo plano das espáduas, sem depressão no cilhadouro, formando um plano. Flanco cheio e 
baixo, ventre firme, espesso e bem sustido. Os pernis são cheios, carnudos, firmes, descidos, 
não muito bombeados, sem pregas. 
Membros afastados, direitos, bem dispostos no solo, fortes, porém não grosseiros, com 
quartelas levantadas e cascos firmes. Os membros anteriores são de altura média e os 
posteriores um pouco compridos no geral. Locomovem-se, com facilidade, em linha reta. 
A fêmea difere do macho pela cabeça e corpo mais leves e mais delicados, pescoço menos 
maciço, pelos mais finos, especialmente no pescoço e não terá menos que 12 tetas bem 
separadas e glandulosas. As diferenças sexuais, entretanto só se acentuam com a idade, 
sendo pequenas na ocasião da matança, em média aos 07 meses. 
Raças nacionais 
Piau, Canastra, Canastrão, Caruncho, Nilo, Macau, Piratininga, Pereira, Tatuí, Junqueira, 
Pinhal, Pedreira. 
Obs: São animais para produção de banha, toucinho, rústicos, pouco precoce (tardios), pouco 
prolificos, podendo atingir 60Kg de peso vivo aos 6 meses, pouco exigente no trato. 
Raças estrangeiras 
São raças altamente especializadas na produção de carne, bastante precoce, (tardios), pouco 
prolífica (maior nº de leitões pardos), bastante econômica. 
Duroc (EUA), Polland China (EUA), Hampshire (EUA), Landrace (Dinamarca), Yorkshire (EUA), 
Lanaschwein (Alemanha), Wes-sex, Large White, Berkshire (Inglaterra), Pietrain (Bélgica), 
Edelswein (Alemanha).Principais raças para mães 
Landrece, Large White, Wessex; Sendo que das três a melhor é a Wessex. 
 
Principais características: 
- Aptidão materna; 
- Alta prolíficidade; 
- Boa capacidade de produção de leite; 
- Pequena espessura do toucinho; 
- Boa conversão alimentar. 
Principais raças para pais 
Duroc, Hampshire, este último para fêmeas cruzadas. 
 
Principais características: 
- Elevada conversão alimentar; 
- Elevada capacidade de produção de carne; 
- Boa qualidade da carcaça; 
- Alta precocidade. 
Valores de herdabilidade para suínos 
Comprimento da carcaça 60% 
Espessura do toucinho 50% 
Pernil em relação ao peso carcaça 60% 
Cortes gordos sobre o peso da carcaça 60% 
Gordura 63% 
Conversão alimentar (C.A.) 31% 
Velocidade do crescimento (Precocidade) 29% 
Peso da ninhada na desmama 17% 
nº de leitões desmamados 12% 
nº de leitões nascidos 15% 
Local da cobertura: porca na pocilga do porco. 
Berkshire 
Antiga raça, bastante uniforme, obtida no Sul da Inglaterra entre 1780-1850, por cruzamento do 
antigo porco do tipo Céltico, com porcos Chineses, Siameses e Napolitanos. Foi uma das raças 
mais populares e cosmopolitas para a produção de bacon. Os de origem norte-americana são 
mais altos, mais longos e mais delgados, que os ingleses. 
Descrição: 
Peso 70-80 Kg aos 06 meses, 120-150 aos 12; 200-250 nos reprodutores. 
Pelagem preta, com os 6 pontos brancos: as quatro patas, o focinho e a vassoura da cauda. 
São admitidas pequenas manchas brancas na paleta, lados, etc. Um tom bronzeado sobre o 
fundo preto é condenável, embora não desqualifique. As malhas brancas sofrem uma variação 
maior ou menor na sua extensão, porém sua ausência desvaloriza o animal. São ainda 
admitidas pequenas manchas avermelhadas sobre o fundo preto. As cerdas são abundantes, 
finas, lisas, muito duras, tolerando-se apenas que sejam fresadas ao nível da nuca. A pele é 
preta, fina e livre de rugas. 
Cabeça curta e larga, de perfil ultracôncavo, fronte larga, entre as orelhas e olhos. Focinho 
curto e largo. Olhos grandes, proeminentes e afastados. Orelhas de tamanho médio, direitas, e 
algumas vezes eretas, um pouco inclinadas para frente, especialmente com a idade, afastadas 
e de textura fina, nitidamente ligadas à cabeça. Ganachas cheias, leves lisa, sem papada. 
No Berkshire americano o perfil é menos côncavo, o focinho mais longo e menos arrebitado, de 
forma que sua face não é tão curta como antigamente. 
Pescoço curto, regularmente largo em cima, levemente arcado e bem ligado. 
Corpo notavelmente longo, moderadamente largo, profundo, refinado, quase cilíndrico. É 
condenável na raça o tipo curto e compacto. A linha superior é direita e ligeiramente arcada, a 
inferior direita e bem sustida, e as laterais direitas e planas. As espáduas são largas e 
afastadas, bem cobertas, tanto dos lados como na ponta, não mais larga que o corpo. Tórax 
largo e profundo, sem depressão atrás das espáduas. Dorso e rins levemente arqueados, 
espessamente musculados, longos, largos e cheios. Às vezes os rins são um pouco mais 
estreitos que o resto do corpo, o que constitui defeito. A garupa deve ser longa, plana, larga, 
sendo condenável a garupa curta e caída, ou estreita, o que ocorre às vezes. Os lados são 
muito bem feitos: longos, direitos, profundos e lisos, com os flancos baixos e cheios. A linha do 
ventre será direita, sendo um grave defeito o ventre caído, alvo na porca criadeira, pois o 
ventre deve ser largo, firme e carnudo, mostrando bom desenvolvimento das mamas na porca. 
Os pernis são bem desenvolvidos, espessos, cheios e bombeados até o curvilhão. 
Membros curtos, direitos, fortes, aprumados, dispostos bem separados no solo, com 
articulações secas, ossatura boa (fina e densa) e pesunhas direitas. No americano, os 
membros têm um comprimento moderado. 
Aptidões e qualidades 
O Berkshire é um porco de aparência muito atrativa, intermediário na produção de carne 
(bacon), pois embora seja muito bem musculado, sua carne é entreverada e possue regular 
manta de toucinho. É bastante vigoroso, rústico, adaptando bem à criação semi-intensiva. É 
uma das raças de maior poder de aclimação, dando-se bem em nosso país e pode ser 
recomendada para melhorar a forma e a musculatura de nossos porcos comuns, deficientes 
nestas qualidades. É ativo, tendo boa disposição para pastar. A prolificidade é apenas média, 
de 8 a 6 leitões. A precocidade é boa, porém, aos 6-7 meses, seu peso não se pode comparar 
com o -de raças mais pesadas, mas sim em idade mais avançada. Tem tendência a engordar, 
com a idade. Suas carcaças são boas para carne fresca, mas para a produção de carne magra 
não pode competir com a Landrace e seus mestiços. 
Wessex 
São contraditórias as opiniões sobre a origem desta raça, embora seu aperfeiçoamento seja 
relativamente recente. O Pig-Book foi estabelecido em 1918. Consta que era criado na Ilha de 
Puerbeck, na Grã-Bretanha, há mais de 100 anos (200 anos, segundo outros). Provavelmente 
esta referência diz respeito a porcos pretos, cintados. Foi melhorado na Inglaterra, com a 
introdução do sangue Napolitano e possivelmente Chinês. Cria-se principalmente no condado 
de Wessex e na Irlanda. Deu origem ao Hampshire Americano, com exportações que se 
fizeram do Hampshire em 1825 e anos subseqüentes. A nós, nos parece que na formação do 
Hampshire (americano) interveio o Berkshire. A não ser na pelagem, as duas raças - Wessex e 
Hampshire - são hoje tão distintas, uma da outra, que seria recomendável no Brasil não se falar 
em "Hampshire Inglês" para evitar confusão. Na Inglaterra é a segunda raça em importância, 
vindo logo depois da Yorkshire. 
Descrição: 
Pelagem - Corpo inteiramente preto, com exceção de uma faixa branca, que desce da cruz 
pelas paletas e braços até atingir as unhas e que não deve ultrapassar 2/3 do comprimento do 
corpo. Será defeituosa se demasiado larga ou estreita. Não devem ocorrer malhas brancas em 
outras regiões. Debaixo da malha branca a pele deveria ser despigmentada. Os pelos devem 
ser lisos, finos e bem assentados, constituindo defeito redemoinhos, cerdas frizadas e pele 
enrugada, aliás, como em todas as raças aqui descritas. 
Cabeça um pouco comprida, com focinho forte e direito, de tamanho regular, e fronte 
ligeiramente côncava e pouco larga, e sem papada. As orelhas são largas, grandes, de 
grossura média, dirigidas para frente e para baixo, aproximadas, sem taparem os olhos, nem 
serem caídas. Pescoço médio e musculoso. 
Corpo bastante longo, igualmente largo e espesso, com a linha superior ligeiramente arcada, a 
cruz e a anca quase do mesmo nível. O tórax é largo e profundo, as espáduas pequenas e 
pouco aparentes, bem ligadas ao pescoço, à cruz e ao costado. O dorso e lombo são 
igualmente largos e musculosos, quase retos e a garupa longa, levemente inclinada. As 
costelas são bem arcadas e o ventre sustido, com pelo menos 12 tetas boas bem dispostas. A 
cauda é forte e comprida, com um tufo de pelos pretos longos na ponta. 
Membros fortes e aprumados, aparentemente curtos, sobretudo devido ao grande comprimento 
do corpo. A ossatura e a musculatura são bem desenvolvidas. Os pernis são bem 
conformados, descidos e cheios, sem excesso de graxa. Andar firme, direito e desembaraçado. 
Aptidões e qualidades 
O Wessex é um porco que se dá excelentemente num regime de pastoreio em todas as fases 
da criação. Pertence ao tipo intermediário, mas pode ser usado também para carne magra, 
principalmente nos cruzamentos com Landrace. 
É uma raça notável pela prolificidade, produtividade, mansidão e excepcional qualidade 
materna. São muito leiteiras e capazes de aleitar grandes ninhadas de leitões, robustos e 
uniformes. Em 1947, de 3000 parições, se obtiveram 9,96 leitões em média, dos quais se 
criaram 8,39. As reprodutoras não têm tanta tendência a engordar como se observa nalgumas 
raças americanas, principalmente se em regime de pastoreio. É bastante rústica, suporta bem 
as variações de temperatura, tendo se adaptado perfeitamenteao Brasil, onde foi introduzida 
em 1934 pelo Ministério da Agricultura. Seu prestigio nos Estados do Centro e do Sul é cada 
vez maior. Os mestiços provenientes de seu cruzamento com as porcas de raça nacional são 
excepcionalmente bons. Podem, pois servir de lastro para melhoramento dos rebanhos mais 
primitivos. 
Os leitões crescem rapidamente e revelam grande eficiência em transformar os alimentos, 
conseguindo o aumento de 1 Kg de peso vivo com 3,5 Kg de alimentos concentrados. Tem 
havido casos de se conseguir o mesmo com 2,8 Kg, emparelhando-se com as mais eficientes 
raças modernas. Os capadetes Wessex com um ano de idade podem atingir 140 Kg. Os 
adultos pesam 250 Kg ou mais, tratando-se, portanto de uma raça grande. Esta raça deve 
entrar forçosamente nos cruzamentos tríplices industriais, particularmente ao lado da Landrace. 
Na Inglaterra entra nos planos de cruzamento com a Yorkshire, o que também pode e é feito 
neste país. 
Yorkshire 
Descendem de uma antiga raça de porcos grandes, pernudos e ossudos do Norte da 
Inglaterra. No seu melhoramento houve poucos cruzamentos, devendo-se quase 
exclusivamente à seleção, para a qual contribuíram, sobretudo Wainman e Duckering. Seu 
pedigree foi estabelecido em 1884. 
É a raça mais numerosa e mais importante na Grã-Bretanha, tendo sido exportada para 46 
paises, em muitos dos quais se destaca entre as demais. 
Esta raça possui mais duas variedades: a Middle-White e a Small White, esta última sem 
importância. A primeira, que já gozou de certa reputação, está em decadência. Quando se fala 
em Yorkshire, refere-se à variedade Large ou Large White - a maior. 
Descrição: 
Peso 100-120 Kg aos 6-7 meses, 150 (até mais de 200) aos 12 meses e 250-400 quando 
adultos, chegando a 500 Kg nos capados idosos. 
Pelagem branca, com cerdas finas, sedosas, meio cerradas, uniforme-mente distribuídas. As 
cerdas fresadas ou pretas constituem defeito. Estima-se que sejam onduladas sobre os rins. A 
pele é rosada, nada anêmica, macia elástica, fina, sem rugas, possuindo freqüentemente 
manchas azuis ("Freckles"), que só são condenáveis quando excessivamente abundantes e 
escuras. 
Cabeça média, proporcionada, de perfil côncavo, fronte larga, face lisa, olhos afastados e 
abertos, com olhar franco. Focinho sólido, largo, sem ser grosseiro. As orelhas são de tamanho 
e largura médios, finas, ligeiramente inclinadas para frente, franjadas de cerdas finas e 
vigorosas, caracteres estes que se acentuam no adulto. Bochechas enxutas, sem papada. 
Pescoço cônico e musculoso, comprido, com forte ligação com a espádua e dando suficiente 
liberdade às ganachas. 
Corpo comprido e profundo, de largura moderada e uniforme em todo o seu comprimento, com 
a linha dorso-lombar arqueada. As espáduas são oblíquas, musculadas, arredondadas, pouco 
salientes nas pontas, com o garrote em abóbada. O peito é alto e largo, descendo entre os 
membros anteriores. O dorso direito, durante a marcha, um pouco arcado em repouso. Rim 
espesso em abóbada (não ogival) com ligação insensível com a garupa, a qual é inclinada, de 
ancas afastadas e superfície retangular, formando uma curva harmoniosa com as nádegas. 
Flanco curto, no mesmo plano da anca, ventre bem sustido com sua linha paralela ao solo, 6 a 
7 pares de mamas bem destacadas, globulosas e essencialmente glandulares. Cauda ligada 
alta em prolongamento com a garupa, grossa na base e afinando-se para a extremidade. 
Membros altos, relativamente finos, com articulações secas e sólidas, bem dispostas no solo e 
aprumados. Os joelhos não devem desviar-se para dentro ou para trás. Os boletos são bem 
sustidos e os jarretes bem colocados. As coxas são largas e as nádegas espessas, com o 
bordo livre ligeiramente convexo, terminando perto da ponta do jarrete e dando ótimo pernil. 
Durante a marcha, os membros devem mover-se num plano paralelo ao corpo e não em 
ziguezigue. Pesunhos fortes e lisos. 
Aptidões e qualidades 
A aptidão predominante da raça é a produção de carne. O toicinho é uniformemente 
distribuído. Os capadetes frigorificados (Wiltshiresides) mais famosos do mundo são originais 
da Dinamarca e proveniente desta raça com a Landrace. 
A precocidade é extraordinária, crescendo os leitões rapidamente e produzindo carne 
abundante. Aos 7-8 meses rendem 80-90 Kg de carne limpa. A fecundidade também é muito 
boa: dá 10-12 leitões, que criam bem, sendo às vezes o leite insuficiente para as grandes 
ninhadas. 
É um porco de bom temperamento, vivo, disposto, rústico, vigoroso de constituição. Anda e 
pasta bem, apresentando como único defeito para nós sua pele rosada, facilmente afetada 
pelos raios solares. 
É uma das raças mais perfeita para a produção de carne fresca e bacon, recomendada entre 
nós para cruzamentos e criação intensiva, requerendo alimentação equilibrada e abundante 
devido sua precocidade. 
O porco Landrace vem sendo aperfeiçoado pelos Dinamarqueses 
há mais de um século, visando, além de conformação ideal para a 
produção de carne magra, excelentes qualidades criatorias. Este 
objetivo foi conseguido por meio de uma persistente e racional 
seleção, baseada em prova da descendência. 
Hoje, os melhores exemplares representam o que se pode chamar 
de "tipo clássico" do produtor de carne magra. Como nenhum pais 
tivesse conseguido resultados semelhantes, com suas raças, 
passaram a introduzi-lo, quer para a formação de novas raças (Canadá, Estados Unidos), quer 
para melhorar as raças locais para carne magra, (Holanda, Alemanha, Inglaterra, Suécia, 
Finlândia, França, etc). Esse trabalho constituiu um verdadeiro processo de absorção de outras 
raças, pelo cruzamento continuo, para a formação do "puro-por-cruza". Assim se formaram as 
variedades hoje conhecidas como Landrace holandês, L. alemão, L. sueco, L. inglês, 
selecionadas sob o padrão Landrace. 
O próprio Pig Book Brasileiro, por sugestão de L.C. Pinheiro Machado, passou a admitir a 
fusão de todas as Landrace, sob o mesmo titulo geral, desaparecendo o Landsweine (Iandrace 
alemã antiga), que não mais representa o tipo atual. 
A maioria dos Landrace introduzidos no Brasil é de Holandeses, Suecos, e em menor escala, 
Alemão e Inglês. A Dinamarca não exporta seus reprodutores. 
O Landrace ocupa hoje o 3º lugar em número de reprodutores neste país, vindo logo depois do 
Duroc e Wessex. Os melhores cruzamentos para carne foram obtidos com o uso do cachaço 
Landrace sobre porcas Duroc, Wessex e mestiças dessas duas raças. 
A descrição das raças alemãs, Landschweine e Edelschweine, constantes das edições 
anteriores foi suprimida porque tendem a desaparecer a curto prazo, embora ainda existam 
alguns rebanhos e remanescentes. 
Descrição: 
Cabeça comprida, de perfil sub côncavo, larga entre as orelhas e com queixadas leves. As 
orelhas são compridas, finas, inclinadas para frente, do tipo Céltico. Não devem ser grandes e 
pesadas, nem eretas, o que constitui defeito mais grave. 
Corpo da mais perfeita conformação para a produção de carne, bastante comprido e enxuto, de 
igual largura e espessura em todo o comprimento. O dorso e lombo são compridos e direitos, 
em ligeira ascensão, a garupa alta e comprida de cauda com inserção alta, espáduas finas, 
leves, pouco aparentes, costados profundos, bem arqueado, sem depressões e finalmente com 
ventre plano, linha inferior firme e no mínimo 12 tetas boas bem localizadas. 
Membros são fortes, corretamente aprumados, com quartelas, articulações e tendões curtos e 
elásticos e unhas fortes e iguais. Os pernis são amplos, cheios até o garrão, sem rugas 
horizontais. Pelagem branca, fina e sedosa, sem redemoinhos ou pelos crespos. Em qualquer 
parte do corpo, os pelos crespos acarretam desclassificação. A pele é fina solta e sem rugas, 
despigmentada, porém para as regiões tropicais prefere-se que seja coberta com manchas 
escuras. 
Peso - Os adultos atingem 250-300 Kg. Aos 6-7 meses atingem 80-100 Kg, ponto de matança. 
Aptidões e qualidades 
O Landrace é muito prolífico, precoce, produtivo,dotado de perfis bem conformados, de modo 
a atender perfeitamente ao tipo ideal de porco tipo carne. 
Nos cruzamentos com raças exóticas ou nacionais melhora a carcaça, produzindo bons 
mestiços para carne. Quando criado puro, devido à pelagem branca, exige maior proteção 
contra os raios solares, por meio de abrigos ou árvores de sombra nos piquetes. Para revelar 
toda sua alta aptidão produtiva necessita de alimentação adequada. A conversão é boa, mas 
suplantada por outras raças. 
Duroc Jersey 
A raça Duroc Jersey é originária do Nordeste dos Estados Unidos, proveniente de porcas 
vermelhas de New Jersey (Jersey Reds) e de varrascos também vermelhos de New York (The 
Durocs), em 1875. Essas duas raças que lhe deram formação foram constituídas por suínos 
trazidos pelos navios negreiros (Guine Breed), outros importados de Portugal e Espanha e 
também os "Red Berkshires", todos vermelhos. 
Muitos foram os criadores que contribuíram para a formação da raça, por isso não há nomes a 
destacar. 
É a raça mais numerosa nos Estados Unidos, sendo ainda popular em muitas republicas 
americanas, Canadá, Itália, etc. No Brasil já foi a raça estrangeira mais importante, porém hoje 
ela geralmente participa de cruzamentos com outras raças mais aperfeiçoadas para carne 
magra. 
Descrição: 
Peso aos 6 meses 70 Kg (até 90), aos 12 meses, 160 Kg nos machos e 130 nas fêmeas. Nos 
machos adultos 270 Kg e nas fêmeas 225. Os capados velhos podem atingir até 500 Kg. 
Reprodutores preparados para a exposição, alcançam respectivamente 350 e 300 Kg. 
Pelagem vermelha uniforme, preferivelmente cereja brilhante. Há algumas famílias de cor 
vermelho dourado, que parecem ter mais tendência para banha. 
Atenção: O castanho, o creme e o violeta são cores indesejáveis. As cerdas são lisas, cobrem 
bem o corpo, porém não devem ser excessivamente abundantes e muitas menos fresados. A 
cor castanha é freqüentemente associada a animal grosseiro e as claras, à moleza. Um tom 
muito claro no ventre e nos membros é defeito, assim como manchas pretas na barriga, porém 
não desqualificam a menos que sejam muito grandes. Defeito muito mais grave é a presença 
de cerdas pretas ou brancas. O couro é moderadamente grosso e macio. 
Cabeça de tamanho médio, um pouco mais comprida que a do Polland China, porém não 
parece longa. A face é um pouco cavada (intermediária entre a do Polland China e do 
Berkshire), entretanto são comuns os porcos de perfil direito (sub-concavo). O focinho é médio, 
a fronte larga entre as orelhas e os olhos. As orelhas devem ser de tamanho média, inclinada 
para frente e ligeiramente para fora, com uma curva para frente e para baixo, mas não devem 
cair sobre os olhos e a face; às vezes é apenas quebrada na ponta, entretanto não devem ser 
nem muito grandes, nem redondas, nem grosseiras, nem cabanas. Os olhos são vivos, 
brilhantes e salientes. As mandíbulas devem ser moderadamente largas, cheias, nítidas, lisas e 
sem papada. 
Pescoço curto espesso, profundo e ligeiramente arqueado. 
O corpo deve ser grande, maciço e liso: comprido, profundo, uniforme e moderadamente largo, 
esbelto, simétrico, bem arqueado. 
O peito é largo, com o esterno saliente. O tórax é grande, amplo e profundo, com as costelas 
bem arcadas, cheio atrás da paleta. As espáduas são moderadas em largura, profundas e 
cheias. O dorso e lombo são bem musculados e lisos, da mesma largura das espáduas e dos 
presuntos. Às vezes, o lombo é estreitado, o que constitui defeito. Os lados são bem compridos 
musculados, cheios, planos e lisos. A barriga deve ser direita e cheia, bem sustida, nem 
estreita, nem pendente, com boas tetas. Aparecem animais um pouco barrigudos, o que é 
desculpável, não sendo em demasia. A garupa é da mesma largura do corpo, arredondada ou 
arqueada, não muito caída. Cauda alta, de tamanho regular, larga na base, afinando-se, peluda 
na ponta, não muito comprida e enrolada. 
Os membros são fortes sem serem grosseiros, aprumados, moderadamente altos, de boa 
ossatura. Os pernis são compridos, largos, cheios, firmes, porém observa-se nos tipos 
modernos que os animais mais pernudos tendem a ser deficientes em largura e profundidade. 
As quartelas são firmes e os cascos sólidos, locomovendo-se com facilidade e levemente. O 
desvio dos joelhos é um defeito que pode ocorrer. 
Aptidões e qualidades 
O antigo porco Duroc, grande produtor de banha e toucinho, transformou-se gradativamente 
num tipo "intermediário" para carne e toucinho, e mais recentemente seus criadores vem se 
esforçando para diminuir cada vez mais a manta de toucinho, para transformá-lo num animal 
do tipo "carne", mais alto, comprido e delgado. Acreditam alguns, contudo, que o excesso de 
refinamento prejudicaria suas qualidades mais valiosas, que são o vigor e a rusticidade. O 
Duroc foi a raça que melhor se comportou no Brasil, exceto quanto a prolificidade e qualidades 
criadeiras da porca. 
Sua carcaça vale mais pela quantidade que pela qualidade, por isso, neste país é raramente 
criado em estado puro para a produção industrial, sendo cruzados com Landrace, Yorkshire, 
Wessex, etc. para a produção de carne magra, e com as porcas de raças nacionais e mestiças 
(onde a suinocultura é mais atrasada) para a produção dum tipo intermediário. 
É um porco ativo, vigoroso, manso se bem manejado. As porcas parem em média 09 leitões, 
criando 07. É também bastante precoce, desenvolve-se rapidamente, pasta bem, suportando 
bem os calores dos trópicos. Seus mestiços com porcas nacionais são superiores em 
conformação quanto à precocidade e disposição à engorda. Para os criadores menos 
experientes é a raça mais recomendada pela sua capacidade de desenvolvimento e de 
adaptação, entretanto, tanto os puros como os mestiços são muito exigentes e podem 
degenerar pela deficiência de proteína (farinha de carne, leite desnatado, sangue, etc.), 
vitaminas (verdes) e minerais, o que tem sido a causa da maioria dos fracassos. 
Polland China 
O Polland China é originário dos condados de Butler e Warren em Ohio (E. Unidos). Sua 
verdadeira origem não é bem conhecida, porém, até 1816 os porcos locais, de origem 
espanhola tinham sido cruzados com porcos brancos "Byfield" e "Russo"; nesta ocasião foi 
introduzido o "Big China" também branco, formando o chamado "Warren Country Hog". De 
1830 a 40, foram introduzidos o "Berkshire"e o "lrish Grazier", este branco. A palavra "polland" 
parece nenhuma relação tem com a Polônia, e sim da pelagem vermelha ou branca suja, que 
naquele tempo era chamada "polland". 
Os iniciadores da raça foram os Shakers de Union Village. Muitos outros contribuiram na sua 
formação, porém, seu aperfeiçoamento foi, sobretudo devido a Peter Mown, de Iowa. O 
espécime mais importante da raça foi a porca "Harkrader 950-0", que é considerada a mãe da 
raça "Polland-China". Até nossos dias, a raça foi submetida a numerosas transformações. 
Nos Estados Unidos esta raça foi quase tão importante quanto a Duroc Jersey, ocupando o 
segundo lugar. Várias repúblicas americanas, o Canadá, a Rússia criam esta raça. Mais 
recentemente a sua variedade "Malhada" vem ganhando maior importância. 
Descrição: 
Peso de 130-160 Kg aos 12 meses, 250 Kg nos machos e 200 nas fêmeas quando adultos. 
Com bom manejo e alimentação correta, atingem pesos maiores, e o de mercado aos 6-7 
meses. 
Pelagem preta lustrosa, com seis malhas brancas: nos pés, focinho e cauda. As malhas das 
patas deveriam atingir a metade da canela. As vezes falta alguma dessas malhas ou aparecem 
outras, pequenas e brancas, extras, na bochecha, paleta, flancos ou coxas, o que não é 
considerado defeito grave. Os pelos são finos, lisos e macios, cobrindo bem e uniformemente o 
corpo, sem tendência a ondular ou frisar. Couro de média espessura. 
Cabeça média, larga, com a face ligeiramente cavada (subcôncava). Focinho médio, forte. 
Queixadas cheias, redondas e lisas, porém é comum excesso de desenvolvimento. Olhos 
grandes e afastados. Orelhas médias em tamanho e espessura, afastadas,inclinadas para 
diante e ligeiramente para fora, não caídas sobre os olhos e a face, ligeiramente caídas ou 
dobradas na ponta. Constitui defeito a orelha grosseira, pesada e caída. 
Pescoço de comprimento médio, leve na fêmea, espesso e mais largo e arcado no macho. 
Corpo comprido, cheio em todo o comprimento, longo, profundo e largo, medianamente 
elevado, de largura e profundidade uniformes, com a linha de cima bem arqueada, com a 
máxima curvatura nas ancas. 
As espáduas devem ser largas, musculadas, bem ligadas às regiões subjacentes. Encontram-
se, porém, algumas vezes, espáduas salientes. O peito deve ser largo e o tórax amplo: largo, 
profundo e cheio no cilhadouro. O dorso e o lombo são fortes, compridos, de largura uniforme e 
boa, bem arcados, arredondados para os lados. A garupa deve ser da mesma largura do 
corpo, moderadamente inclinada, com a cauda bem inserida, porém freqüentemente é muito 
caída, com cauda baixa, arredondando com as nádegas. Os lados são cheios, longos, 
profundos, lisos e paralelos, por conseqüência bem musculados. A presença de rugas é muito 
condenável. O ventre deve ser bem musculado, firme, cheio, largo, direito, em nível, com bom 
desenvolvimento das mamas na porca. Os perfis devem ser largos, firmes e lisos, profundos e 
bombeados, bem descidos até o curvilhão. O desenvolvimento do pernil chega a ser 
exagerado, e não é muito apreciado devido à sua moleza. 
Membros fortes, afastados, aprumados (direitos), bem musculados acima das articulações, de 
comprimento médio, os posteriores mais altos. Os jovens são muito mais pernudos. Ossatura 
forte e densa, sem ser grosseira. Quartelas curtas e fortes, quase direitas e cascos fortes e 
juntos, qualidades que se salientam nesta raça. Devem locomover-se com facilidade e 
graciosamente. 
Esta raça foi criada para a produção de banha e toicinho, sendo notável sua predisposição à 
engorda, mormente quando alimentada com esta finalidade. Então adquire rapidamente uma 
espessa camada de toucinho, que entretanto não tem bastante firmeza nem distribuição 
uniforme. Existiam entretanto, ha muito tempo, linhagens selecionadas para a produção de 
carne e, muitas vezes, o tipo comum era empregado para este fim, mediante uma alimentação 
e regime adequados e abate aos 6 meses. 
Aptidões e qualidades 
Acompanhando a mesma tendência dos criadores de Duroc, passou-se a dar maior atenção à 
qualidade da carcaça, que acusava excesso de gordura em vários cortes. Assim o "Polland-
China" foi se transformando num porco mais enxuto, mais pernudo, de corpo mais comprido e 
fino e pernis menos desenvolvidos. A manta de toucinho foi reduzida. 
É uma raça bastante precoce e das que melhor aproveita o alimento (Ótima conversão). 
Comparativamente à Duroc os animais são muito mais mansos, Como pastadores não são 
nem bons, nem maus, porque não são muito ativos, por cuja razão não é recomendado para 
criações puramente extensivas, como o é o Duroc. 
A prolificidade é inferior à de outras raças americanas, sendo em média de 7,5 leitões por 
parição, número esse um pouco mais elevado em certas famílias. 
Entre nós a raça se mostrou muito sensível à criação em consangüinidade, a qual provoca uma 
rápida diminuição no número de leitões e mesmo esterilidade. Tem sido esta provavelmente a 
única causa pela qual não tenha tido maior expansão, pois é popular em toda a América, Só 
quando numa região houver muitos criadores que possam trocar seus reprodutores para operar 
um refrescamento de sangue, a raça poderá prosperar. 
Nos cruzamentos com as porcas comuns dá mestiços muito bons, sob qualquer ponto de vista 
que se considere, pois transmite a eles suas excelentes qualidades e não os defeitos. 
A variedade "Spotted Polland China", cuja pelagem é branca com malhas pretas, semelhantes 
às do nosso Piau, vem adquirindo uma reputação crescente. Em sua formação entrou a 
"Gloucester Old Spot", outro porco pintado inglês. Sua pelagem é considerada preta malhada 
de branco devendo ter 50% de branco, ou 20% pelo menos. Embora se assemelhe bastante ao 
Polland-China na conformação e aptidões, é considerada com menor tendência para banha e, 
portanto mais para carne, é mais prolífica e mais ativa. 
A Polland China é uma das raças que podem ser recomendadas para os cruzamentos tríplices, 
alternativo 
Hampshire 
Esta raça, antigamente chamada "Thin Rind" (até 1904), diverge hoje bastante de sua fonte 
original. Formou-se no Kentucky e no Sul de Indiana, derivada de porcos ingleses do 
Hampshire, introduzidos em 1825. 
O iniciador da raça foi o Major Joel Garnett, tornando-se conhecida a partir de 1893, quando se 
estabeleceu seu registro. Seu melhoramento e expansão são bem mais recentes. Atualmente, 
existem, na Inglaterra, outras raças muito semelhantes pela pelagem e alguns outros atributos: 
a "Wessex Saddleback" e a "Essex", além da "Sussex" um pouco menos conhecida. Porcos 
dessas raças, introduzidos no Brasil, eram freqüentemente chamados "Hampshires 
ingleses".Nos Estados Unidos é uma das raças mais populares, criada principalmente para 
produção de carne fresca. 
Descrição: 
Peso considerado de tamanho médio, 200-300 Kg nos adultos, 60 Kg aos 6 meses, 135 Kg aos 
12 e aos 18. O macho pesa 160 e a fêmea 145 Kg. Pelagem preta com uma faixa (cinta branca 
de 4 a 12 polegadas) abrangendo os membros anteriores. Essa cinta, sendo incompleta, ou 
ocupando mais de um quarto do comprimento do corpo, é considerada defeito, porém os 
defeitos maiores que a desqualificam são: pés, ou membros posteriores brancos, branco na 
barriga, pequenas manchas pretas na cinta branca, pelagem inteiramente preta ou de cor 
vermelha. O couro é fino e macio. As cerdas são de comprimento médio, finas, lisas, 
regularmente distribuídas. 
A cabeça deveria ser de comprimento médio, porém é freqüentemente um pouco comprida, de 
largura média, às vezes um pouco estreita. O perfil da fronte e focinho é quase direito (sub-
côncavo), as bochechas e ganachas leves, secas e finas, sem papada. As orelhas são de 
comprimento médio, ligeiramente inclinadas para fora e pra a frente, direitas, não devendo ser 
quebradas ou caídas. Orelhas muito grandes e cabanas constituem defeito grave. Os olhos 
devem ser vivos, sem pregas em volta. 
Pescoço curto e leve, ligando bem a cabeça à paleta. 
Corpo bastante comprido, regularmente musculado, não muito espesso, sendo intermediário, 
como porco de carne. As espáduas são das melhores que existem em porcos, médias em 
tamanho, bem unidas às regiões subjacentes, em linha com o dorso. O costado é longo e 
cheio, não muito alto. O dorso e rins são bem musculados, lisos, firmes, de largura média 
uniforme em todo o seu comprimento e levemente arcados. Um defeito comum nesta raça é 
um estreitamento das espáduas para a garupa. Os lados constituem dois planos paralelos, 
(livres de rugas e depressões. Os flancos são bem descidos e o ventre cheio, firme, paralelo ao 
solo, nas porcas, com mamas bem desenvolvidas. A garupa deve ser longa, da mesma largura 
do corpo e levemente arredondada, porém é freqüentemente deficiente nestas qualidades.Os 
pernis devem ser compridos, profundos, firmes, sem gordura excessiva, porém lhes faltam, às 
vezes, espessura e profundidade. 
Cauda média, ligeiramente enrolada. 
Membros de médio comprimento, ossatura regular, articulações e cascos fortes, quartelas 
quase direitas, dispostos em quadrilátero no solo, separados e aprumados. 
Aptidões e qualidades 
O Hampshire é um porco ativo, vigoroso, vivo, rústico, gracioso, de aspecto atraente, um pouco 
esbelto. Alguns indivíduos são nervosos. Sua aptidão dominante é a produção de carne fresca 
(Wiltshireside). Suas carcaças são especiais, devido à grande quantidade de carne limpa, com 
uma produção mínima de carnes de corte de 2ª categoria. A carne é magra, de grão fino e o 
revestimento de gordura um pouco mole e um presunto um pouco deficiente, não tão adequado 
para conserva ("bacon"). Dá, entretanto, poucos desperdícios nos cortes para talfim. 
A prolificidade regula ser de 9 leitões por parição, criando 7,5, pois as porcas são muito 
cuidadosas e excelentes criadeiras. A precocidade é muito boa, embora não possa competir 
com outras raças maiores. 
Aproveitam bem os alimentos, levando neste ponto vantagem sobre muitas raças. Pastam 
bem, crescem rapidamente, engordam lentamente. o que constitui uma vantagem para a 
produção de carne. 
Transmite em grande parte suas qualidades aos mestiços. Introduzido no Brasil bem mais 
recentemente que o Duroc e o Polland, tem prosperado regularmente, o que diz bem de sua 
adaptação às condições criatórias brasileiras. Pode ser uma das raças escolhidas para 
cruzamento industriais. 
Raças de menor interesse 
As raças seguintes são ainda criadas em nosso país em pequena escala. Conquanto possuam 
boas qualidades, não se espera que venham a desempenhar em futuro próximo algum papel 
importante em nossa Suinocultura. Por isso sua descrição será bastante reduzida. 7.3.8 
Tamvtorth 
É uma antiga raça inglesa, grande, de pelagem vermelho dourada, semelhante a do Duroc, 
contudo difere facilmente deste por causa de suas orelhas grandes, eretas e seu focinho 
comprido, quase direito. Sua conformação é típica para carne: corpo comprido, profundo, 
cilíndrico, sobre membros altos e fortes. 
Cria-se facilmente, pasta bem e sua criação já foi tentada pelo menos em meia dúzia de 
Estados. 
Large Black 
É outra raça antiqüíssima da Inglaterra, originária do tipo Celta. Desde há muitos anos vem 
sendo esporadicamente introduzida no país, à semelhança do Tamworth. É um porco grande 
(300 Kg) do tipo de carne, comprido e de membros aparentemente mais curtos que Tamworth. 
Sua pelagem é preta, uniforme. 
A cabeça é larga, de focinho comprido e grosso, com orelhas grandes, grossas e cabanas, 
caindo sobre os olhos. A conformação do corpo para carne é boa: comprido e igualmente 
espesso e largo das espáduas à garupa, com bons presuntos. Foi lembrado para melhorar o 
Canastrão. 
Middle-White 
Antiga variedade de porte médio da raça Yorkshire, pertencendo tipo bacon, foi introduzida, e 
ainda é criada em pequena escala no Brasil. Parece um Berkshire branco, nas suas 
características de conformação. 
Sua pelagem é branca, com cerdas finas, abundantes e pele rosada, sem manchas. Cabeça 
característica, forte, curta e larga, com perfil ultra-côncavo, focinho arrebitado, cabeça larga, 
orelhas curtas, eretas, com o bordo provido de cerdas finas. 
O corpo é largo, profundo e compacto, cilindrocónico, com a linha dorso-lombar quase direita e 
horizontal. Os membros são curtos, bem separados e aprumados. 
Suas qualidades são semelhantes às do Berk na produção de carne, mais gorda do que nos 
tipos modernos. As qualidades criadeiras, precocidade, adaptação, etc. em nosso país são 
apenas regulares. Como porco branco, nunca foi muito estimado. 
Pietrain 
Raça belga, de formação recente, foi introduzida com certo alarde no país. Parece possuir 
boas qualidades de adaptação, criação e produção, porém não supera as três raças mais 
importantes (Landrace, Duroc e Wessex) nos cruzamentos para a produção de carne magra. 
É um porco grande, comprido, compacto, bem musculado, como trem posterior mais 
desenvolvido que o anterior (característica do Landrace que deve ter entrado em sua 
formação), o qual entretanto é bem mais cheio que nas raças de carne, sugerindo aos seus 
criadores o cognome de "porco de dois presuntos". 
Sua pelagem é de fundo claro, malhado de preto (tipo Piau). A cabeça é larga, côncava, com 
orelhas médias, grossas, dirigidas para a frente, horizontalmente. No conjunto lembra um 
mestiço Berk x Landrace. 
Sua carcaça é inferior à do Landrace e seus mestiços em comprimento, cobertura de toucinho, 
etc., mas apresenta maior olho do lombo. Tem boa precocidade, eficiência transformadora, 
prolificidade e qualidades criadeiras. 
Raças Brasileiras 
No Brasil não existia porco doméstico por ocasião de sua descoberta. Foram os colonizadores, 
principalmente portugueses e espanhóis, que trouxeram exemplares de suas raças naturais e 
primitivos, cujos descendentes ainda sobrevivem, segregados, mas sem maior importância, por 
todo o interior. Pertenciam essas raças aos 3 troncos originais e fundamentais de todas as 
raças atuais de sumos: Céltico - porco grande e tardio, descendente do javali europeu, Asiático 
- porcos pequenos, de orelhas curtas e grande propensão à engorda, descendente do indiano 
e finalmente o Ibérico, intermediário, de hibridação remota dos dois troncos. 
O estudo das chamadas "raças" suinas nacionais tem hoje objetivo exclusivamente científico, 
de interesse no campo da genética e etnografia, principalmente. 
Porcos pequenos, por exemplo, como o "Tatuzinho", podem ser interessantes como "animal de 
laboratório", para estudos de fisiologia, nutrição, veterinária;.etc., porque podem ser criados em 
pequem espaço e com pouco gasto em alimentação e manejo. 
Os representantes mais típicos e puros do tronco Céltico são: o canastrão, o do Ibérico, o 
Canastra e o Nilo-Canastra, e o do Asiático, o Tatu e o Caruncho. Todas são raças sóbrias, 
pouco exigentes, pouco prolificas, tardias, mal conformadas, pouco musculadas, criadas com o 
objetivo de produzir banha. Como atualmente este tipo deixou de ser econômico e devido à 
maior procura da carne, alimentos mais escassos, perderam o interesse por parte dos 
criadores e vão desaparecendo à medida que a civilização penetra para o interior. Não 
merecem mais que uma descrição sumária. 
Algumas raças brasileiras sofreram infusão de sangue das raças aperfeiçoadas estrangeiras, 
mas diversas 07 não conseguiram sobreviver por muito tempo e as restantes não o 
conseguirão. É que o porco degenera facilmente quando criado em consangüinidade e, es 
raças obtidas, mantidas em "rebanho fechado" por limitado número de criadores, não 
conseguiram contornar o problema. 
Aliás fracassos semelhantes ocorrem em outros países da Europa e da América do Norte, de 
maneira que não há pêlo em confessarmos nossos insucessos. Em trabalhos desta natureza, 
não se sabe de antemão, quais serão os resultados finais, por melhores que sejam nossos 
conhecimentos de genética. 
Faremos pois uma descrição bastante sumária das raças brasileiras. 
Canastrão 
Raça natural melhorada, derivada da Bizarra, portuguesa, filia-se ao tipo Céltico, de corpo 
grande (machos com 220 Kg e fêmeas 200 Kg quando adultos), cabeça grossa, perfil côncavo, 
fronte deprimida, pregueada, focinho grosso, orelhas grandes e cabanas; pescoço longo, com 
papada; linha dorso-lombar sinuosa e estreita; membros compridos e fortes. 
Pelagem preta ou vermelha, segundo a variedade regional. Pele grossa e pregueada, cerdas 
fortes e ralas. 
O Canastrão é ainda disseminado no sertão mais distante, mas raríssimo na região mais 
populosa. Muito tardio, é engordado no segundo ano. As fêmeas são prolíficas e boas mães. 
Canastra 
Raça natural melhorada (?) do tipo Ibérico, supostamente derivada das raças portuguesas 
Alentejana e Transtagana. Já foi muito disseminada no Brasil com diversas denominações, 
principalmente Meia-Perna. 
Considerada de porte médio (os adultos pesavam 150 a 160 Kg, mas supomos que este peso 
se refere a animais gordos). Tem a cabeça pequena e leve, com perfil sub-côncavo, focinho 
antes curto, bochechas largas e pendentes, às vezes com brincos, orelhas médias e 
horizontais, oblíquas para frente. Pescoço curto e largo, corpo de proporções médias, um 
pouco roliço, com a linha superior geralmente um pouco enseada, membros curtos separados, 
de ossatura fina. Utilizado na produção de banha. 
Canastrinho 
O Canastrinho é um grupo de animais menores, de tipo Asiático, introduzido do Oriente pelos 
colonizadores portugueses, do qual resultaram algumas variedades regionais com os nomes 
de Nilo, Macau, Tatu, Baé, Perna-curta, Carunchinho, etc., cuja conformação é semelhante, 
porém podem apresentar diferenças de pelagens, orelhas, etc. Derivam de porcos Chineses, 
Siameses,Conchinchinos, de Macau, etc. 
O corpo é pequeno, baixo e compacto, com ventre desenvolvido, membros finos e curtos. Tem 
pouca musculatura e ossatura. 
São bastante sóbrios, mansos, caseiros, podem ser prolíficos ou não, conforme o rebanho. 
Especializado na produção de banha, criado, sobretudo por pequenos sitiantes para consumo 
doméstico. 
A pelagem pode ser preta, vermelha, malhada, de pelos abundantes, ralos ou ausentes 
(pelado), conforme a variedade. 
Piau 
A palavra Piau, de origem indígena, significa "malhado", "pintado". Para o leigo, todo o porco 
de fundo brancacento e malhas pretas (ou escuras), redondas ou irregulares, é um Piau. 
Existem Piaus grandes, médios e pequenos. Alguns ganharam alguma reputação como raça e 
foram justamente os que resultaram de cruzamentos com raças aperfeiçoadas estrangeiras, 
como o Goiano, Francano, do Triângulo Mineiro, o Junqueira (só de raças estrangeiras), o de 
Canchim (São Carlos-SP), o de Piracicaba-SP, o de São José-SP, etc. Chegou-se a 
estabelecer um padrão para a raça, de autoria de A. Teixeira Viana, para esses grupos mais 
valiosos e maiores, porém não nos parece que a raça se fixe. 
Um tipo mais fixo e mais antigo é o Caruncho Piau, um pouco maior que o Carunchinho e 
menor que o Piau. Possui uma variedade vermelha, a Sorocaba, de tamanho médio e aptidão 
intermediária, provavelmente melhorada por cruzamento com Duroc. Parece-nos que a 
formação desta raça vem sendo bem orientada para um porco fácil de criar, que possa entrar 
nos cruzamentos para produção de carne. 
Nilo Canastra 
Este tipo de porco, relativamente antigo, como raça natural do país, é considerado fruto do 
cruzamento do Nilo (porco pequeno pelado, do tipo Asiático) com o Canastra. Entretanto o tipo 
existe em Portugal, onde é um dos representantes do porco Ibérico. 
Foi melhorado na ESALQ, a princípio por Athanassof e depois por Torres. O Ministério da 
Agricultura também fez algumas tentativas neste sentido. Os resultado obtidos, embora 
razoavelmente bons, não podem ser aproveitados com objetivos práticos, a não ser como 
lastro para cruzamentos. 
Em Minas já houve criações importantes de Pirapetinga, (que difere do Nilo sobretudo por 
caracteres da cabeça) as quais vão dando lugar as de outras raças mais produtivas. 
É considerado um porco de tamanho médio, de corpo comprido e estreito, com pouca 
musculatura e ossatura, prolíficidade e precocidade médias, desprovido de pelos ou com 
cerdas ralas, em virtude do que não serve para as regiões frias. 
É do tipo de banha, rústico. Já teve grande reputação no Estado de São Pauto e Minas. 
Sistemas de Criação 
 
Sistema Extensivo ou a Solta: os animais são rústicos, não recebem nenhuma alimentação, 
sem controle sanitário, restos de cultura, sem ração, ou na própria cultura. 
 
Sistema Semi-Extensivo: animais presos em mangueirão recebendo algum tipo de 
alimentação (animais rústicos). 
 
Sistema Intensivo: confinado e semi-confinado. 
 
a) confinado: diminui a vida útil do animal. Os animais engordam e caieficiência reprodutora, 
raças altamente especializadas. Todas as fases ocorrem em confinamento. Balanceamento 
perfeito da alimentação, mão-de-obra especializada. Manejo perfeito. 
 
b) semi-confinado: algumas fases ocorrem em piquetes (gestação, pré-gestação, machos 
reprodutores, aleitamento). Outras fases confinadas (recria, acabamento). Parição: (5 a 7 dias 
antes a porca é confinada). 
Fases da criação 
Cria 
Fêmeas em gestação, pré gestação, lactação, leitoas mamando de 28 a 42 dias (+ ração). 
 
Recria 
Futuras fêmeas para plantel, de 7 a 8 meses, cachaço adulto de 12 a 15 meses, cachaços 
jovens de 8 meses, leitões desmamados de 60 a 70 dias de 18 a 22 kg, até 120 dias ou 55 a 
60 kg. 
 
Terminação ou Acabamento 
De 120 dias ou dos 60 aos 180 kg. 
 
 
Manejo Reprodutivo 
 
 
Escolha e uso de reprodutores 
Na formação do plantel deve ser observada a procedência dos animais 
procurando adquiri-los onde são adotados critérios rigorosos de seleção, em 
especial os de produtividade e sanidade, tais como: 
- O plantel de origem deve estar livre de doenças infecto-contagiosas, 
principalmente brucelose, leptospirose e tuberculose;
- Os reprodutores selecionados devem proceder de matrizes prolíferas; e 
ser suficientemente desenvolvidos para a idade;
- A estrutura óssea deve ser boa, principalmente seus aprumos;
- O aparelho mamário deve ser bem distribuído formando, no mínimo, seis 
pares de tetas funcionais. 
Obs: Nas criações onde já esteja implantado o Registro de Produção a 
escolha torna-se mais fácil. 
Uso dos machos na reprodução 
- Os machos podem iniciar a reprodução com 7 meses e pesando em torno 
de 110 a120kg de peso vivo; 
- Os machos com 7 a 10 meses de idade podem realizar no máximo duas 
coberturas semanais; 
- O macho adulto não deverá dar mais do que três saltos por dia. 
Recomenda-se que descanse tantos dias quantas foram às coberturas 
realizadas em um dia. 
Obs.: Usar os machos na reprodução enquanto realizarem boas coberturas 
e produzirem leitegadas grandes e uniformes. A vida útil de um reprodutor 
vai de 3 a 5 anos. 
Uso das fêmeas na reprodução 
- As fêmeas primíparas podem ser cobertas com 7-8 meses de idade 
pesando em torno de 110 kg;
- Três a dez dias depois da desmama, as fêmeas costumam entrar em cio;
- Recomenda-se cobri-las 24 horas depois do início do cio. Se as fêmeas 
continuarem em cio no dia seguinte, recomenda-se fazer uma nova 
cobertura. Obs: As fêmeas devem permanecer no plantel enquanto 
produzirem leitegadas grandes e uniformes. A vida útil de uma matriz vai de 
3 a 5 anos, em média. A boa fêmea produz no mínimo 2 partos por ano. 
Cruzamentos simples mais recomendados 
machos 
 
fêmeas 
duroc x landrace* 
duroc x l. white* 
hampshire x landrace* 
hampshire x l. white* 
duroc x wessex*** 
landrace x l.white** 
l. white x landrace** 
Landrace x wessex* 
 
Cruzamentos triplos mais recomendados 
machos 
 
fêmeas 
duroc x l. white / landrace* 
duroc x landrace / l. white* 
hampshire x l.white / landrace* 
hampshire x landrace / l. white* 
duroc x l. white / wessex*** 
duroc x lanorace / wessex*** 
 
(*) a maioria dos produtos são brancos 
(**) todos os produtos são brancos 
(***) todos os produtos são pigmentados 
(****)grande parte dos produtos são pigmentados 
Consangüinidade 
- estreita: 1º e 2º graus (pai - filha) inbreedin;
- colateral: 3º e 4º graus (tios - sobrinhos ou primos);
- larga: 4º até 10º graus (line - breeding). 
Ciclo reprodutivo 
gestação 114 dias 
lactação 28 dias 
creche 42 dias 
recria 80 dias 
terminação 60 dias 
Cio pós-parto 05 dias 
repetição 18 a 20 dias 
duração 24 a 36 dias 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Manejo de Leitões 
 
 
1. Cuidados antes do nascimento 
- Desinfecção da maternidade;
- Três dias antes do parto, lavar e desinfetar a porca e alojá-la na 
maternidade; 
- Assegurar boa proteção e temperatura adequada na maternidade, sem 
prejudicar a renovação do ar. 
2. Cuidados no 1º dia de vida do leitão 
- O criador deve assistir o parto;
- Usar pano limpo ou papel toalha para enxugar os leitões;
- Amarrar e cortar o umbigo dois dedos abaixo do ventre; 
- Pulverizar o umbigo com iodo;
- Cortar as presas rente à gengiva;
- Fornecer calor aos leitões com lâmpadas ou campânulas de gás;
- Orientar as primeiras mamadas. 
3. Cuidados no período do aleitamento 
- Dar ½ml de vitamina para os leitões mais fracos em dias alternados; 
- No 3º dia aplicar 2 ml de medicamento a base de ferro;
- Vacinar contra paratifo na 1ª semana;
- Dar ração inicial a partir do 8º dia de vida;
- Castrar os machos antes da 3ª semana e pulverizar com iodo;
- Desmamar os 1eitões aos 35-42 dias de idade e levá-los para a creche. 
4. Cuidados com os leitões na creche 
- A creche é uma instalação onde ainda deve ser feito o controle de 
temperatura; 
- De preferência, alojar os leitões por leitegada;
- Se agrupá-los, formar lotes uniformes com 20 leitões no máximo;
- Os leitões continuam recebendo ração inicialna creche; 
- Aos 50 dias primeira dose de vermífugo;
- Aos 60 dias vacinar contra peste suína;
- Aos 65 dias, misturar na ração de recria e inicial, em partes iguais, 
fornecendo esta mistura até os 70 dias de idade. 
5. Cuidados com suínos até o abate 
- Levar os leitões, com aproximadamente 70 dias de idade, da creche para 
as instalações de recria e terminação;
- Alojar os leitões em baias, de preferência, formando os mesmos grupos da 
creche; 
- Fornecer ração recria à vontade até completarem 55-60 kg de peso vivo; 
- Aos 120 dias aplicar segunda dose de vermífugo;
- Dos 55-60 kg de peso vivo, fornecer ração de terminação até o abate; 
- Os animais estarão prontos para o abate com 95-100 kg de peso vivo;
Obs: Os animais destinados ao abate nunca têm acesso a piquetes. 
 
Manejo Alimentar 
 
Engorda 
Por ser considerada a fase mais fácil de manejar os suínos, a terminação é muitas vezes 
negligenciada, não sendo cuidadosamente observados certos aspectos importantes que 
podem roubar os lucros do criador. Vamos considerar a fase de terminação como aquela 
compreendida entre os 25 quilos de peso até a venda dos animais para o abate, em torno de 
90 quilos. Os 25 quilos de peso do leitão coincidem com a época em que ele deve ser retirado 
da gaiola (creche) e alojado num local definitivo até a venda. 
Alimentação 
No dia em que os leitões são retirados do local onde estão alojados e levados ao galpão de 
terminação, a alimentação não deve ser mudada, administrando-se por mais de dois a três dias 
o mesmo alimento que vinham recebendo. 
 
Um aspecto importante a considerar nas mudanças de uma fase de alimentação para outra é 
que toda troca deve ser gradual - ou seja, deve demorar no mínimo três dias; no primeiro dia 
administra-se 25% do novo alimento; no segundo dia, 50%; no terceiro dia, 75%; e finalmente 
no quarto dia pode-se fornecer totalmente o alimento que substituirá o anterior. 
 
A alimentação deve ser administrada em comedouros automáticos com, no mínimo, uma 
abertura (boca) para cada quatro suínos, e nunca deve faltar, para que os animais 
desenvolvam-se mais rapidamente e cheguem ao peso de mercado o mais cedo possível. 
 
Uma alimentação bem balanceada é indispensável. Para aqueles que dispõem de grãos (milho 
e outros) é recomendado o uso de concentrados. Na hora de comprar o alimento concentrado 
para misturar com os grãos disponíveis na propriedade, é importante levar em conta que. 
muitas vezes, o mais barato não é o que dará maiores lucros. 
 
E importante verificar a conversão alimentar de cada loto vendido para uma avaliação do 
desempenho, do manejo executado, da qualidade dos animais, da higiene adotada e do 
alimento que foi administrado. No caso da ração pronta, o criador deve procurar uma 
peletizada (granulada), pois, além de evitar desperdícios, melhora de 6 a 8% a conversão 
alimentar. Em outras palavras, o animal consome menos ração para chegar ao peso de venda 
e isto é dinheiro ganho pelo criador. 
Água 
É indispensável e deve estar a disposição dos animais a todo o momento; deve ser de boa 
qualidade e livre de impurezas. O consumo, nesta etapa, é de aproximadamente três litros 
puxa cada quilo de alimento consumido. E recomendível mandar analisá-la pelo menos uma 
vez por ano, coletando-se amostras na fonte, na caixa e no bebedouro. Deve haver um 
bebedouro para cada grupo de 20 a 25 animais; em climas quentes recomenda-se colocar dois 
bebedouros. Devem ser colocados no sentido oposto do comedouro, sobre a parte ripada (se o 
piso tiver) ou próximo à abertura (luz), por onde passarão os dejetos. 
Temperatura e ventilação 
Na fase de terminação, a temperatura ideal é em torno de 21ºC. A má ventilação em galpões 
de suínos, quando as repartições estio completas e há uma concentração de gases 
provenientes das fossas de retenção de excremento, pode desacelerar o crescimento, criar 
problemas sociais e originar mordeduras de rabo. 
Agrupamento 
É importante agrupar os leitões por tamanho e não necessariamente por leitegada. pois 
apresentam um desenvolvimento uniforme e chegam mais rápido ao peso de abate. Se o 
criador engordar os animais separadamente por sexo, os machos chegarão ao peso de abate 
dez dias antes que as fêmeas; estas porém, terão um melhor rendimento de carcaça, uma 
melhor conversão alimentar. Para esta prática, recomenda-se um programa de alimentação por 
sexo. 
Instalações 
É um fator importante a considerar. há anos atrás, achava-se necessário que a orientação do 
galpão de terminação no sentido Norte-Sul. hoje, não é necessariamente obrigatório construí-lo 
neste sentido, principalmente se a granja estiver localizada em região de clima quente. De um 
modo geral, deve construído de tal maneira que o sol corra em cima da cumieira. 
Cada repartição do galpão de terminação deve alojar de 20 a 25 animais e não mais. O piso 
deve ter uma declividade de 2cm no sentido do corredor para as paredes laterais. 
Manejo de Dejetos 
 
A suinocultura como atividade econômica importante para o país, tem problemas quanto a 
adequação ambiental das propriedades produtivas devido a grande quantidade de dejetos 
produzidos, que quando não são manejados corretamente, contaminam as fontes de água. 
O desenvolvimento sustentável é uma das soluções para o problema. 
O que é desenvolvimento sustentável? 
A atenção da comunidade internacional com a capacidade de suporte da terra teve início na 
década de 60. Diversas constatações, publicações e pesquisas influenciaram a criação e as 
conclusões da 1ª Conferência das Nações Unidas sobre Ambiente Humano, em Estocolmo na 
Suécia, em 1972. 
Apartir desta conferência, foi montado um grupo de pesquisadores representando diversos 
países do mundo que passaram a reunir informações sobre este tema global. Em 1987, a 
Comissão Brundtland, que redigiu o relatório global "Nosso Futuro Comum", elaborou a 
definção mais conhecida de Desenvolvimento Sustentável: 
"... é aquele que atende às necessidades do presente sem comprometer a possibilidade das 
gerações futuras atenderem às suas próprias necessidades". 
 
 
 
Carne Suína 
 
Consumo Nacional de Carne Suína 
Ano Consumo (toneladas) per capita (kg/habitante) 
1988 1,083 7,87 
1989 996 6,68 
1990 1,033 7,05 
1991 1,115 7,42 
1992 1,147 7,73 
1993 1,226 7,86 
1994 1,301 9,98 
1995 1,439 6,69 
1996 1,501 9,00 
1997 1,481 9,17 
1998 1,617 9,92 
1999 1,748 10,45 
2000 1,841 10,71 
2001 1,896 11,01 
2002* 1,961 11,23 
FONTE:ABCS(2002) *Dados previstos. 
Este aumento de consumo representa um crescimento na ordem de 40%, e isto é devido 
alguns fatores que podem ser considerados: 
• Esclarecimento à população das características e qualidades da carne suína; 
• Redução do teor de gordura da carne; 
• Novos e específicos tipos de cortes e linhas de produtos industrializados; 
• Campanhas de marketing promovidas pela ABCS. 
 
 
 
 
 
A medicina Veterinária na Suinocultura 
A tradicional “granja de suínos”, também chamada de Sistema de Produção de Suínos (SPS) é 
composta por um conjunto de componentes como o homem, as edificações e equipamentos, 
os animais, a alimentação e a água, os contaminantes e o manejo do rebanho, todos esses 
componentes visando o mesmo objetivo: produzir carne suína de qualidade. 
Como base desse sistema, portanto, é preciso dispor de bons reprodutores, ótimo ambiente e 
técnicas de manejo. 
Um SPS, quanto ao tamanho pode ser considerado de pequeno porte se possuir menos de 40 
matrizes, de médio porte se possuir de 40 a 100 matrizes e de grande porte para mais de 100 
matrizes. 
Modelos de sistemas de produção 
Basicamente as criações podem ser intensivas ou extensivas. 
Na criação intensiva os animais são criados confinados em baias ou gaiolas, num terreno 
relativamente pequeno- proporcional ao tamanho de sua granja- , apresentando preocupação 
com a produtividade e economicidade do sistema. Existem 3 tipos de criação intensiva: ao ar 
livre, em que os animais ficam em piquetes, excetonas fases crescimento e terminação, nas 
quais ficam confinados; tradicional, em que se utiliza os piquetes apenas para os machos e 
para se fêmeas em cobertura ou gestação; confinado, em que os animais permanecem de 
todas as categorias permanecem sob piso e sob cobertura, podendo subdividi-los por fases em 
vários prédios. 
Tipo de produção 
O produtor pode optar por uma produção que englobe todo ciclo de produção ou por apenas 
uma fase ou outra do ciclo de produção. Assim, a produção pode ser classificada em 
: produção de ciclo completo, que abrange todas as fases de produção e que tem por 
produto o suíno terminado;produção de leitões, que envolve a fase de reprodução e tem por 
produto final os leitões – estes podem ser leitões desmamados, que tem em média 21 a 42 (6 a 
10 Kg)dias ou leitões para terminação, que tem em média 50 a 70 dias (18 a 25 Kg); produção 
de terminados, que envolve somente a fase de terminação e que tem por produto final o suíno 
terminado; produção de reprodutores, que visa obter futuros reprodutores machos e fêmeas. 
Monitorias Sanitárias 
A sanidade ou saúde é um dos pilares de sustentação da produção intensiva de suínos, uma 
vez que objetiva diminuir riscos e reduzir custos, e para tanto exige medidas de biossegurança, 
programas de vacinação, medicacõs profiláticas, programas de limpeza e desinfecção, entre 
outros. 
As monitorias sanitárias são formas de constatar, qualificar e quantificar o nível sanitário de 
populações de suínos para determinada doença ou infecção. 
Com essas monitorias, feitas por médicos veterinários, é certificar que uma determinada granja 
está livre de uma determinada doença ou quantificar os níveis em que certa doença se 
apresenta para tomar iniciativas corretivas ou preventivas. Ainda com a monitoria, é possível 
verificar os resultados obtidos após a aplicação de certa medida. 
Essas monitorias podem ser feitas aos animais, ao ambiente onde os animais estão alojados, 
aos insumos que são utilizados no sistema de produção (água, ração, medicamentos) e às 
pessoas que trabalham com esses animais. 
As monitorias podem ser feitas por exame clínico ou necropsia, por exames laboratoriais 
sorológico, bacteriológico, virológico, parasitológico, histopatológico, ou em abatedouros o 
exame anatomopatológico. 
Quanto a monitoria sorológica, esta consiste em detectar doenças que freqüentemente 
acometem um sistema de produção de suínos que merecem a atenção dos produtores como 
a leptospirose, parvovirose, doença de Aujeszky, pleuropneumonia suína, síndrome 
reprodutiva e respiratória suína, gastroenterite transmissível, pneumonia enzoótica, 
renite atrófica progressiva, pasteurella, tuberculose, brucelose, entre outras. 
Existe, como já citado, a possibilidade de se monitorar o ambiente da granja. Para uma granja 
que, mesmo realizando práticas de manejo adequadas ( de população, lavagem, desinfecção e 
vazio sanitário), sofreu um problema sanitário é possível avaliar se essas práticas foram bem 
feitas introduzindo animais “cobaias” (sendo sentinela um outro termo, que também é muito 
empregado neste caso) na granja, avaliando o desempenho deles, antes de introduzir uma 
nova população. 
Para uma boa manutenção ambiental, mantendo o nível de contaminação ambiental sob 
controle, é necessária a adoção de um programa de limpeza e desinfecção da granja, 
garantindo um sistema mais eficiente e lucrativo. 
Algumas práticas simples podem ser adotadas como evitar presença de fezes no piso, de 
leitões doentes junto com os sadios, de cadáveres não enterrados, instrumentos de trabalho 
sujos e contaminados como tesouras, alicates, pás, carrinhos...e instituir a utilização de roupas 
e botas exclusivas para uso na granja, diminuir ao máximo o contato dos funcionários da granja 
com outras criações, limitar o número de visitantes na granja e, quando o tiver, instituir o banho 
e a troca de roupa das visitas. 
Estas medidas não irão impedir totalmente o risco da ocorrência de doenças, mas o minimiza 
significativa-mente. 
A monitoria de insumos como água, ração, vacinas é importante também para prevenção de 
agentes não desejados na granja, evitando o uso de rações mofadas, água suja ou quente, e 
medicamentos com prazo de validade vencido ou armazenados de forma incorreta. 
Essas práticas de monitoria, limpeza e desinfecção trarão benefícios ao criador não só na 
melhoria da performance e na produtividade, mas também na redução de gastos com 
medicamentos, de animais refugos e de doenças como diarréias, problemas de pele e 
respiratórios e com parasitas. 
Controle de Parasitas 
Doenças causadas por endoparasitas, mais conhecidas como verminoses, merecem grande 
atenção dos criadores, pois são responsáveis por grandes perdas anuais em granjas de suínos 
cujo sistema seja extensivo ou semi-intensivo, ou seja, em sistemas nos quais os animais têm 
contato com a terra. 
Essas doenças podem acometer tanto animais jovens como adultos, retardando muito – 
quando não levam à morte - o desenvolvimento do animal e a obtenção do produto desejado. 
Os sintomas mais observados são diarréias, anemias, desidratação, perda de apetite, podendo 
levar à morte. 
Além das medidas de limpeza e desinfecção é adotado o uso de anti-helmínticos para controle 
de endoparasitoses, mas estes devem ser usados corretamente para cada fase do sistema de 
produção, como na amamentação, suínos desmamados ou na engorda, matrizes e cachaços e 
por isso devem ser ministrados sob orientação de veterinários. 
As ectoparasitoses também são comumente encontradas nas granjas causando grandes 
perdas na produção. São representadas pelas sarnas, piolhos, pulgas e bicheiras (moscas 
causadoras de miíases). 
A sarna caracteriza-se pelo aparecimento de prurido intenso, pústulas (feridas), crostas, queda 
de pêlo e espessamento da pele nos animais. 
Normalmente, usa-se a pulverização, banhos de imersão, camas medicadas e aplicações 
manuais (injetável ou pour-on) de acaricidas, ou seja, sarnicidas, sendo que estes 
medicamentos devem ser prescritos por veterinários. 
Já os piolhos são percebidos pelo criador só ao longo de um certo tempo, com perdas graduais 
e contínuas , retardando o crescimento de leitões, perda de peso e ainda pode ser vetor de 
doenças graves como peste suína, varíola e erisipela. 
É facilmente diferenciado da sarna, pois é possível visualizar o parasito na pele dos animais. 
Diversos inseticidas têm ação piolhicida, mas é 
preciso a indicação correta do medicamento, além da boa aplicação do medicamento em todas 
as partes do corpo do animal (inclusive dentro das orelhas), bem como nas instalações e 
equipamentos. 
Controle De Moscas 
Esse inseto é causador de grandes prejuízos na prática de produção de suínos, uma vez que 
veiculam agentes causadores de doenças como bactérias, vírus, protozoários, ovos de vermes, 
além de utilizarem, em alguns casos, do próprio tecido animal (pele, sangue) quando este 
apresenta alguma lesão, para completarem seu ciclo de vida. 
Além desses problemas, as moscas causam estresse nos animais e sujam o ambiente 
(paredes, vidros, lâmpadas, bebedouros, comedouros) com suas fezes e vômitos. 
Algumas medidas de controle podem ser citadas, entre elas: não deixar esterco acumulado nas 
instalações; lavar as instalações com água, pelo menos 2 vezes por semana; animais mortos, 
resíduos de parições e outros resíduos devem ser enterrados ou colocados em fossa 
construída para tal finalidade; uso de telas e portas nos locais onde se trabalha com alimentos; 
utilização de inseticidas indicados para tal fim; ter um esquema de tratamento de dejetos ou, 
pelo menos, separar a parte sólida da líquida. 
Essas medidas permitem uma redução de 90% da população de moscas, com a vantagem de 
serem de baixo custo. 
 
 
Fonte: Criar e Plantar

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