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Lenina Mariana de Moraes Castellari - LII Dinâmica do Citoesqueleto Matéria: Biologia Celular Professor: Thais Data: 07/jun Microfilamentos São polímeros de actina G (globular), formando filamentos de actina F - de 6 a 7 nm - em um processo dependente de ATP. Seus extremos apresentam polaridade (+ e -) e eles são mais estáveis e flexíveis que microtúbulos Esses filamentos localizam-se próximo à membrana celular. Eles podem atuar: ● na migração celular (por exemplo: durante a embriogênese) ● na orientação de moléculas no citosol ● na interação com receptores de membrana ● na formação do citoesqueleto de hemácias (diferente das demais células) ● na definição do formato celular ● na formação do eixo de microvilos e estereocílios ● na formação de projeções celulares como pseudópodes, filopódios (projeções digitiformes) e lamelipódios ● nos movimentos relacionados ao transporte em bloco ● na adesão célula-célula (zônula de adesão) ● na adesão das células à matriz extracelular ● na citocinese, em conjunto com a miosina (tipo II) Polimerização É um processo que possui três etapas: 1. Nucleação: lenta; formação de trímeros de actina G. 2. Alongamento: rápido; adição de novos monômeros ao trímero, formando actina F. 3. Equilíbrio: velocidade de adição e remoção de monômeros é a mesma. Nele, a extremidade positiva, ou farpada, é onde o crescimento é favorecido. Já a extremidade negativa, ou penetrante, é onde o encurtamento é favorecido. Para que ocorra a despolimerização, ou encurtamento, é necessária a ocorrência da reação: ATP → ADP + Pi. Instabilidade Dinâmica Instabilidade dinâmica é o intercâmbio entre monômeros de actina G e actina F. Esse processo é coordenado por proteínas acessórias ligadas aos filamentos. Elas coordenam a polimerização, despolimerização, formação de redes etc. Proteínas Acessórias Timosina liga-se às subuni- dades de actina e evita sua associa- ção ao filamento, impedindo a polime- rização. Profilina liga-se às subuni- dades e acelera sua adição ao filamento, promovendo a poli- merização. Tropomodulina recobre uma das extremidades do filamento e o esta- biliza. Lenina Mariana de Moraes Castellari - LII Gelsolina liga-se à monô- meros em diversos pontos do filamento, rompendo suas in- terações com o pró- ximo monômero e quebrando o fila- mento, fazendo com que o citosol fique mais fluido. Tropomiosina recobre os filamen- tos de actina nos sarcômeros, estabili- zando e facilitando a interação com ou- tras moléculas. Miosinas (I, II e V) (mais para baixo) utilizam os microfila- mentos como trilhos, direcionando alguns tipos de desloca- mentos. Complexo ARP liga-se à extremida- de negativa e esti- mula a formação de redes de filamentos de actina. Sobre a Miosina: Miosina I: associada ao transporte de vesí- culas e organelas; “caminha” em direção à extremidade positiva do filamento. Miosina II: associada à citocinese e à con- tração de sarcômeros. Miosina V: associada ao transporte de ve- sículas; “caminha” em direção à extremida- de positiva do filamento. Tipos de Arranjos Trama ou Rede: trama de filamentos delgados e flexíveis dispersos pelo citoplasma. Essa organização é promovida pela filamina ou pela espectrina; por exemplo: ● Lamelipódios: formados pela ação da ARP. ● Citoesqueleto de Hemácias: espectrina; proteína de ancoragem. ● Trama Terminal: ligação dos filamentos de actina na trama terminal (e uns aos outros), pela espectrina, na base dos microvilos. Feixes Paralelos: organização promovida por fimbrina e α-actinina; por exemplo: ● Microvilos: fimbrina e vilina atuam na organização dos microfilamentos de actina em feixes paralelos, formando o eixo estrutural dessa especialização ● Fibras Tensoras: a α-actinina promove a mesma conformação do exemplo anterior, mas com maior espaçamento entre filamentos Sarcômero: embora em feixe, são especializados e encontrados apenas em músculos estriados (liso e esquelético) ● com miosina II, troponina e tropomiosina Agentes Bloqueadores - Citocalasinas: se ligam à extremidade positiva - Faloidinas: se ligam aos filamentos, impedindo sua despolimerização. - Latrunculinas: rompem os filamentos ao se ligarem a actina G, induzindo a despolimerização. Os dois primeiros são produzidos por fungos, já o último é produzido por algas. Lenina Mariana de Moraes Castellari - LII Microtúbulos São constituídos por monômeros de tubulina (proteína globular). Elas podem ser: ● α tubulina ● β tubulina ● δ tubulina As tubulinas α e β são muito semelhantes quanto ao tamanho e sua polimerização é dependente de GTP (ao invés de ATP). Nesse processo, α e β tubulina se unem, formando heterodímeros, ligados ao GTP. Esse elemento do citoesqueleto tem como principais funções a manutenção do formato celular, a motilidade celular, o transporte de moléculas e organelas dentro da célula, a movimentação de cromossomos (fuso mitótico) e o batimento de cílios e flagelos (para movimentação celular). Polimerização Na presença de GTP, os heterodímeros se polimerizam em fileiras longitudinais, formando os protofilamentos. A união de 13 protofilamentos forma um cilindro (tubo oco), chamado de microtúbulo. Os microtúbulos são estruturalmente polarizados. Isto é, possuem uma extremidade positiva (+), onde se associam novas tubulinas, promovendo a polimerização. E uma extremidade negativa (-), de onde se dissociam as tubulinas, promovendo a despolimerização. A extremidade positiva cresce três vezes mais rápido que a extremidade negativa. A polimerização de microtúbulos funciona como a de microfilamentos de actina: em duas fases. Como a velocidade de crescimento deles é proporcional à concentração de tubulinas livres, quando esta chegar a concentração crítica, há um equilíbrio entre a polimerização e despolimerização, momento chamado platô. Centrossomo O centrossomo é o centro organizador dos microtúbulos. Ele é composto de um par de centríolos envoltos por um material pericentriolar (PCM). Em lilás/roxo nessa imagem: PCM Esse material é composto por uma substância amorfa, eletrondensa e rica em proteínas (periferina e δ-tubulina). Ele promove a nucleação para polimerização das subunidades de tubulina para formar os microtúbulos; organiza os microtúbulos em unidades funcionais; se duplica a cada ciclo celular. Instabilidade Dinâmica Instabilidade dinâmica, nesse caso, diz respeito ao rápidos ciclos de polimerização e despolimerização dos microtúbulos. Essa instabilidade é muito importante na remodelação do citoesqueleto, por exemplo: durante a divisão celular. Lenina Mariana de Moraes Castellari - LII Tipos de Arranjos Os microtúbulos podem se associar de três modos: simples, dupla ou tripla. No caso dos dois últimos não há 13 protofilamentos para cada microtúbulo, mas há compartilhamento de 3 protofilamentos para cada associação de microtúbulos. Microtúbulos arranjados de forma simples são encontrados no citoesqueleto, de forma dupla são encontrados em cílio e flagelos, de forma tripla em centríolos. Proteínas Associadas As proteínas que se associam aosmicrotúbulos são chamadas MAPs (microtubule associated proteins). Existem vários tipos, normalmente divididos em MAPs clássicas (1, 2, tau) e não clássicas (Lis 1). Essas proteínas têm como função aumentar a velocidade do processo de nucleação, estabilizar os microtúbulos e mediar interações dos microtúbulos com outros elementos do citoesqueleto. Além das MAPs, podem se associar aos microtúbulos as proteínas motoras, que auxiliam no processo de movimentação celular. Agentes Bloqueadores São agentes também conhecidos como agentes antimitóticos e podem ser divididos em dois grupos: Desestabilizadores dos microtúbulos: Estes se ligam à tubulina (pontas dos microtúbulos) e inibem a polimerização. ● colchicina (gota) ● colcemida (leucemia) ● vincristina (leucemia) ● vimblastina (leucemia) Estabilizadores de microtúbulos: Estes suprimem a instabilidade dinâmica dos microtúbulos, afetando suas funções. ● taxol (câncer de mama e ovário) Filamentos Intermediários São polímeros lineares, que têm de 8 a 10 nm de espessura que compõem um sistema de proteínas filamentosas. Elas podem ser encontradas no citoplasma e núcleo de células eucarióticas, formando uma rede estrutural que conecta as organelas e o núcleo. Esses filamentos são compostos por um monômero cujo domínio central tem forma de bastão (α-hélice). Os extremos desse monômero não são helicoidais e podem ser chamados N-terminal (cabeça) e C-terminal (cauda). Lenina Mariana de Moraes Castellari - LII Eles têm como principais funções: manutenção da forma e integridade estrutural das células (citoqueratinas); formação de um arcabouço que antecede a formação do citoesqueleto definitivo (vimentina); formação de depósitos de gordura durante a diferenciação de adipócitos (vimentina); formação de espaços entre os diferentes componentes fibrilares do citoesqueleto para permitir tráfego de organelas e vesículas (neurofilamentos); reforçar a barreira hematoencefálica (proteína acídica fibrilar glial); regulação da expressão gênica (laminas); identificação celular (permitem a identificação do tipo e grau de tumores). Polimerização Por ser uma estrutura mais estável que as anteriores não varia entre um estado polimerizado e um estado despolimerizado. Sua transição entre esses dois momentos se deve à fosforilação de seus monômeros, como demonstrado na figura abaixo: Tipos de Filamentos Intermediários Proteínas Associadas Plectinas e Antígeno do Pênfigo Bolhoso (BPAG): ambas são proteínas comuns em mamíferos e que funcionam como elo entre os filamentos intermediários e os outros elementos do citoesqueleto. Também atuam na ligação dos filamentos intermediários às organelas e à membrana plasmática, sendo importantes para o posicionamento dos componentes internos da célula. Além disso, também atua na ligação célula-célula, sendo importante na manutenção da integridade dos tecidos.
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