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Resumo Medicina Veterinária Investigativa - Karolyne Kasmirczak Pedroso (1)

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Unisul Campus Itajaí 
 Medicina Veterinária 
 Investigativa 
 Acadêmica: Karolyne Kasmirczak Pedroso RA: 652010597 
 Resumo de artigos sobre: achados necroscópicos em cães e gatos vítimas de intoxicação 
 exógena, patologia veterinária, necropsia e remessa de material para laboratório em 
 suinocultura e aspectos anatômicos, não lesões, artefatos, lesões sem significado clínico e 
 alterações post mortem encontrados na necropsia de suínos domésticos e selvagens. 
 Achados Necroscópicos em Cães e Gatos 
 Vítimas de Intoxicação Exógena 
 Como critérios de inclusão cada animal deveria apresentar indícios de intoxicação criminal 
 segundo a anamnese e realização de exame necroscópico convencional documentado, de 
 cada caso foram coletadas informações a respeito da confirmação do vestígio pela 
 toxicologia e a realização ou não de documento elaborado pela Autoridade Judiciária 
 (Boletim de Ocorrência). Os cadáveres após serem identificados foram submetidos a 
 exames necroscópicos convencionais foto documentados, utilizando-se a técnica de Ghon 
 modificada, que consiste de abertura do crânio e da cavidade toracoabdominal para 
 remoção dos órgãos em blocos anatômico e funcionalmente relacionados, totalizando 
 quatro blocos. Os órgãos de eleição foram removidos em blocos e examinados 
 detalhadamente, realizando-se o registro fotográfico de alguns deles. Concomitantemente 
 ao exame de necropsia, coletavam-se amostras para análise toxicológica e para o exame 
 convencional histopatológico, independente do tempo de morte. 
 Para o exame toxicológico : para cada animal foram colhidas amostras em duplicata de 
 fígado, rim e conteúdo estomacal (30 gramas de cada), que eram identificadas, 
 acondicionadas em recipiente plástico estéril e congeladas à -20 ͦ C. As amostras, quando 
 autorizado pelo tutor do animal ou solicitante do exame necroscópico, eram encaminhadas 
 ao Laboratório de Toxicologia acompanhada de requisição e de atestado de óbito, inclusive 
 com os possíveis agentes suspeitos da intoxicação, para identificação e quantificação de 
 compostos químicos. Uma amostra em duplicata foi mantida em custódia até o resultado 
 oficial deste exame laboratorial, para em seguida ser descartada sob a égide da 
 biossegurança e autorização judicial. 
 Para a análise histológica : foram coletadas amostras de rim, fígado e encéfalo e fixadas 
 em formalina tamponada a 10%, processadas e as lâminas corados com Hematoxilina e 
 Eosina (HE) para depois serem visualizadas sob microscopia óptica. 
 Para avaliação das lesões encontradas: no encéfalo, rim e fígado, tanto do ponto de vista 
 da macroscopia como da microscopia, foram seguidos critérios utilizados em livros-textos 
 de referência, atentando-se para lesões oriundas da ação de compostos tóxicos, sendo 
 principalmente aquelas que provocam degeneração e outros tipos de lesões reversíveis ou 
 não às células que compõem os tecidos destes órgãos. 
 Por fim, foi realizada análise estatística das distribuições através de frequência absoluta e 
 relativa dos dados obtidos relativo dos casos de intoxicação, considerando-se a espécie 
 acometida, idade, sexo, causa mortis, realização de exame toxicológico e agentes 
 causadores tabulados em MS Excel 2007. O conhecimento das ferramentas e dos métodos 
 de investigação é essencial para a compreensão adequada da estrutura e funcionamento 
 das células, tecidos e órgãos. Após a remoção dos fragmentos para avaliação histológica 
 estes devem ser fixados com a finalidade de evitar a digestão dos tecidos por enzimas 
 presentes nas próprias células, fenômeno denominado autólise; e preservar a estrutura e 
 composição molecular dos tecidos. É comum as necropsias forenses e o material 
 histológico encaminhado para exame estar em processo de decomposição, no entanto, uma 
 vez recebido o material o mesmo deve ser processado, e de qualquer forma é 
 imprescindível a liberação do relatório técnico, se a qualidade prejudicar o resultado, esta 
 informação deve ser ressalvada. 
 Atlas de Patologia Veterinária 
 Não Lesões, Lesões sem Significado Clínico e Alterações Cadavéricas em Bovinos 
 O procedimento da necropsia é utilizado corriqueiramente para fins de diagnóstico; e para 
 isso, deve ser realizado corretamente. Além de uma adequada técnica, a visualização, 
 interpretação e descrição das lesões macroscópicas importantes é imprescindível. Caso o 
 autor da necropsia não identifique a(s) lesão(ões) correlacionada(s) com a causa mortis, 
 consequentemente não enviando ao exame histopatológico, o diagnóstico será falho. No ato 
 da necropsia, inúmeras estruturas anatômicas são comumente confundidas com lesão. Da 
 mesma forma, as alterações cadavéricas e as lesões sem significado clínico, que não têm 
 relação com a patologia que ocasionou a enfermidade do animal necropsiado, podem deter 
 a atenção de quem executa a necropsia e mascarar o real diagnóstico. De forma geral, 
 estas três categorias não necessitam ser mencionadas na descrição de necropsia. Mas, se 
 as alterações sem significado clínico forem descritas, devem estar acompanhadas da 
 interpretação. 
 Não lesões: são estruturas anatômicas normais que, por serem pouco conhecidas ou 
 semelhantes a lesões, são ocasionalmente apontadas como tal, algumas lesões 
 encontradas durante a necropsia podem ser causadas pelo método de eutanásia ou não ter 
 correlação com o quadro clínico, ou seja, com o real problema a ser solucionado. 
 Portanto, deve ser realizada uma cuidadosa avaliação das alterações macroscópicas 
 encontradas na necropsia. 
 Lesões sem significado clínico: são aquelas não importantes para a causa da morte do 
 animal, mas que geralmente chamam a atenção do executor da necropsia e o confundem 
 no estabelecimento do diagnóstico. Geralmente não se traduzem em manifestações 
 clínicas, e portanto não podem ser associadas a causa mortis. 
 Alterações cadavéricas: são transformações bioquímicas, estruturais e morfológicas que 
 ocorrem no corpo do animal após sua morte. O seu conhecimento é importante para 
 diferenciação com as alterações patológicas relacionadas com a causa mortis. Assim como 
 também, para uma estimativa de tempo de morte do animal (cronotanatognose) e começam 
 a surgir logo após a morte. 
 Necropsia e remessa de material para 
 laboratório em suinocultura 
 Alterações cadavéricas: abióticas (que não modificam o cadáver no seu aspecto geral) e 
 transformativas (que modificam o cadáver no seu aspecto geral, inclusive dificultando o 
 trabalho de análise dos achados. 
 Fatores que influenciam no aparecimento precoce/tardio das alterações cadavéricas: 
 temperatura ambiente, tamanho do animal, estado de nutrição, causa mortis e cobertura 
 gordurosa tegumentar. 
 Reconhecimento das alterações cadavéricas: algor mortis, livor mortis, rigor mortis, 
 coagulação do sangue, embebição pela hemoglobina, embebição pela bile, meteorismo 
 post mortem, deslocamento/torção e ruptura de vísceras e pseudo-prolapso retal. 
 TÉCNICA DE NECROPSIA (abertura e inspeção sistemática e pormenorizada das 
 cavidades e órgãos de um cadáver, objetivando elucidar a causa da morte ou verificar a 
 extensão e a natureza das lesões) : 
 Materiais necessários: 
 Facas e esmeril, tesouras e pinças, machadinha, martelo, escopro, serra ou serrote, 
 machado, frascos de boca larga com fixador, barbante e luvas cirúrgicas ou domésticas. 
 Identificação do cadáver: 
 Espécie, raça, sexo, idade, peso ou número, procedência, proprietário, remetente, 
 endereço, telefone, data e hora da morte e data, hora da necropsia e histórico clínico. 
 Exame geral do cadáver: observar a posição do animal após a morte (importante para 
 diferenciar congestão ante mortem do livor mortis), verificar as alterações cadavéricas e 
 observar o estado de nutrição do animal, as mucosas visíveis, o pelo e a pele. 
 Abertura do cadáver e exame de vísceras: abertura em decúbito dorsal ou decúbito 
 lateral direito em animais maiores emais pesados, cabeça do animal sempre à esquerda do 
 necroscopista, incisar as regiões axilares e inguinais, seccionar o pavimento da cavidade 
 bucal, rasante à face interna da asa da mandíbula. Expor a língua, desarticular os ossos 
 hióides, expor as tonsilas (corte em “V” no palato mole) e, finalmente, retirar o conjunto 
 língua-esôfago-traquéia até a entrada desta na cavidade torácica, seccionar as articulações 
 costocondrais, retirar o esterno e observar, na cavidade torácica, a eventual ocorrência de 
 distopias, aderências fibrinosas e líquidos/exsudatos, avaliar atenciosamente os pulmões, 
 avaliar o pericárdio quanto à presença de hidropericárdio, hemopericárdio, de fibrina e 
 eventual pericardite fibrinosa adesiva, avaliar mais detidamente o coração, avaliar mais 
 detidamente o coração, quebrar uma ou mais costelas para avaliação da resistência óssea, 
 pinçar, tracionando para cima, a linha branca, e incisar, da cartilagem xifóide ao umbigo, 
 expondo órgãos cavitários abdominais, insinuar os dedos indicador e médio, tracionar para 
 cima e prolongar a incisão até o pube, seccionar, retirar o epíplon juntamente com o baço, 
 observar o volume, a cor, a consistência e o aspecto geral do baço, retirar o conjunto 
 estômago-fígado-duodeno-pâncreas, voltar ao estômago e seccionar toda e extensão da 
 parede, seguindo a curvatura maior, seccionado longitudinalmente o duodeno, seccionar o 
 fígado, nos diversos lóbulos, observando o volume do órgão como um todo, a cor, o aspecto 
 das bordas e a superfície de corte, abrir a veia cava posterior e a veia porta, seccionar o 
 pâncreas transversalmente e verificá-lo pormenorizadamente, separar os rins e adrenais do 
 tecido adiposo perirrenal, seccionar o ramo acetabular do púbis, retirar o conjunto 
 gênito-urinário e o reto, seccionado longitudinalmente, abrindo os órgãos ocos e tubulares 
 (reto, ureteres, uretra, bexiga, vagina, cérvix, útero e cornos) e desarticular as diversas 
 articulações. Abertura do crânio e exame do encéfalo: desarticulação atlanto-occipital, 
 seccionar a pele, remover os músculos e tecidos moles, seccionar os temporais e o 
 occipital, retirar a calota craniana, seccionar longitudinalmente e rebater lateralmente a 
 duramáter, seccionar cautelosamente a emersão dos nervos cranianos, retirando o encéfalo 
 da cavidade craniana, cortes transversais no cérebro e cerebelo e colher o gânglio 
 trigeminal (antigo “gânglio de Gasser”), localizado na “fosseta de Meckel”, recoberto pelo 
 pericrânio que forma o diafragma hipofisário. 
 Precauções: O veterinário, é considerado um profissional exposto ao risco da doença. 
 Assim, é conveniente calçar luvas (de preferência um modelo mais resistente), portar um 
 macacão ou bata comprida e usar sapatos fechados ou botas (de borracha, 
 preferencialmente). Se algum objeto afetar a conjuntiva do olho, durante a colheita, pare 
 tudo e lave os olhos imediatamente com água corrente, instilando a seguir colírios a base 
 de ácido bórico (como “Lavolho”) ou vitelinato de prata (argirol). Após a necropsia, tome um 
 banho e deixe o sabão permanecer por mais tempo sobre o corpo (o rabdovírus é sensível 
 ao sabão e às mudanças do pH), antes de se enxaguar. A roupa e o material utilizados na 
 necropsia devem ficar de molho em água com detergente, após uma prévia lavagem em 
 água corrente. 
 Eliminação de animais mortos e restos de necropsia: nunca dispor um cadáver em um 
 rio ou córrego, nem o deixar exposto ao ambiente. Os cadáveres devem ser cremados e/ou 
 enterrados, longe de construções, de postes e de fios suspensos, de encanamentos 
 superficiais ou subterrâneos, de nascentes de água e de poços. Devem-se seguir as 
 recomendações dispostas na legislação. 
 Desinfecção do Ambiente: se o animal morreu dentro de alguma instalação da granja, 
 sem evidências da causa mortis ou supostamente de doença infectocontagiosa, torna-se 
 essencial, além da necropsia e do exame clínico acurado de todo o rebanho, a cuidadosa 
 desinfecção do ambiente onde ocorreu a morte e a necropsia. Para tanto, sugere-se a 
 lavagem com bastante água e sabão, seguida do emprego de desinfetantes (exemplos: 
 benzocreol, creolina pearson, creo-tatu, lorasol, biocid, etc.) ou de fumigações com 150ml 
 de formol a 25% e 75g de permanganato de potássio (KMnO4) para cada 2,5m3 de área de 
 ambiente. 
 Nem tudo que parece ser, é lesão: 
 aspectos anatômicos, não lesões, 
 artefatos, lesões sem significado clínico e 
 alterações post mortem encontrados na 
 necropsia de suínos domésticos e 
 selvagens 
 A interpretação das alterações encontradas na necropsia é uma etapa importante para o 
 sucesso do diagnóstico final. 
 Este trabalho tem como objetivo descrever e ilustrar os aspectos anatômicos, não lesões, 
 artefatos, lesões sem significado clínico e alterações post mortem encontradas em suínos 
 domésticos e selvagens. 
 Além disso, também se recomenda técnicas de colheita de tecidos para o diagnóstico de 
 doenças que acometem essa espécie. 
 Sistema gastrintestinal: as fímbrias linguais são estruturas papilíferas salientes 
 localizadas bilateralmente nas margens do terço proximal da língua de leitões 
 recém-nascidos que podem ser erroneamente interpretadas como lesões de candidíase 
 oral. 
 Sistema hematopoiético: os outros órgãos linfóides dos suínos são baços, linfonodos e 
 timo. O baço é alongado e localiza-se dorsoventralmente no lado esquerdo da cavidade 
 abdominal. Para visualizá-lo durante a abertura da cavidade abdominal, sugere-se realizar a 
 necropsia de suínos em decúbito lateral direito. Uma não lesão encontrada no baço são as 
 dobras ou pregas das margens que podem estar aderidas à cápsula. 
 Sistema musculo-esquelético: fossas sinoviais são depressões normais da superfície 
 articular de ossos longos, especialmente na extremidade distal da escápula, úmero, rádio e 
 carpo intermédio e na extremidade proximal do rádio. 
 Sistema nervoso: um dos maiores desafios para os médicos veterinários é a retirada do 
 encéfalo íntegro da cavidade craniana, assim como a remoção da medula espinhal e a 
 localização e remoção do par de gânglios do nervo trigêmeo e gânglios sacrais. Como a 
 maioria das doenças neurológicas em suínos não apresenta lesão macroscópica, a 
 remoção e o envio dessas estruturas para o laboratório é essencial para o diagnóstico. 
 Após a retirada do encéfalo da cavidade craniana deve- -se localizar as três grandes áreas 
 anatômicas: telencéfalo ou hemisférios cerebrais, tronco encefálico e cerebelo, o 
 reconhecimento dessas áreas é importante para localizar lesões no sistema nervoso 
 central. A colheita da medula espinhal é pouco comum na rotina de necropsia, mas deve ser 
 feita sobretudo quando há suspeita de infecção por teschovirus suíno e intoxicação por 
 selênio e para examinar o parênquima da medula, deve-se fazer alguns cortes transversais 
 nos segmentos cervical, torácico e lombar. Sempre que possível, a medula espinhal deve 
 ser enviada inteira para melhor localização das lesões pelo patologista. 
 Sistema reprodutor feminino: uma das etapas da investigação de causas de falhas 
 reprodutivas consiste no exame do aparelho genital. Assim, o exame macroscópico dos 
 ovários é fundamental para determinar se a fêmea estava ciclando e qual era o estágio do 
 ciclo estral dela. A identificação da fase do ciclo estral pode ser determinada pela presença 
 de corpos lúteos e folículos no ovário. 
 Sistema reprodutor masculino: o escroto do suíno está localizado imediatamente ventral 
 ao ânus, de forma não pendular, o que leva essa espécie a ser mais suscetível do que 
 outras às perturbações da espermatogênese durante a estaçãoquente do ano, o testículo 
 esquerdo é usualmente maior que o direito, com cerca de 0,5 cm de diâmetro de diferença 
 entre eles. Ao exame macroscópico é possível observar claramente o aumento de calibre 
 dos túbulos na porção distal da cauda do epidídimo, sendo esta porção epididimária um 
 importante reservatório de espermatozóides para o momento da ejaculação, Os suínos 
 possuem as seguintes glândulas sexuais acessórias: um par de vesículas seminais, 
 próstata e um par de glândulas bulbouretrais. 
 Feto e placenta: as falhas reprodutivas relacionadas ao abortamento em fêmeas suínas 
 são comuns nas criações modernas, podendo ser de causa infecciosa e não infecciosa. 
 Parte do diagnóstico dessas falhas está diretamente relacionada à acurácia do exame 
 macroscópico do feto, membranas fetais, placenta e útero e na correta submissão de 
 material ao laboratório. A maioria das causas infecciosas de abortamento em suínos é de 
 origem viral e quando há lesões, estas ocorrem no feto. Embora a placenta seja 
 considerada essencial para o diagnóstico de abortamentos de etiologia bacteriana e/ ou 
 fúngica em várias espécies domésticas, essas causas em suínos são infrequentes. 
 Variações morfológicas normais na placenta de suínos não devem ser confundidas com 
 lesões. Placas esbranquiçadas macias podem ser observadas próximas à junção das 
 membranas coriônicas e alantoides. Quando inspecionamos o coração de fetos e recém- 
 -nascidos, a parede do ventrículo esquerdo não apresenta diferença significativa quanto à 
 espessura quando comparada à do ventrículo direito, já que a resistência vascular da 
 circulação fetal sistêmica não é maior que a da pulmonar devido à existência do forame oval 
 (comunicação interatrial). 
 Sistema respiratório: o conhecimento da divisão dos lobos pulmonares em suínos é 
 importante para a descrição correta da localização e extensão das lesões. Com isso, o 
 médico veterinário pode suspeitar da possível etiologia da lesão, bem como auxiliar o 
 patologista na determinação da patogenia. Considera-se que o pulmão é dividido em sete 
 lobos: quatro no lado direito (cranial, médio, caudal e intermediário) e três no lado esquerdo 
 (cranial, médio, caudal). Para a identificação de parasitas pulmonares (Metastrongylus 
 spp.), especialmente em animais de vida livre como o javali, é necessário examinar os 
 brônquios em toda a sua extensão, pois os parasitas geralmente estão localizados nas suas 
 porções finais. Uma particularidade do pulmão dos suínos (e ruminantes) é que a ventilação 
 do lobo cranial direito é suprida pelo ramo bronco traqueal. 
 Uma não lesão raramente observada em suínos é a melanose congênita, desordem em que 
 ocorre acúmulo excessivo do pigmento melanina. Esses acúmulos geralmente se 
 apresentam como manchas pretas multifocais na superfície de órgãos como pulmão e 
 fígado e penetram pouco no parênquima. 
 Sistema tegumentar: as glândulas carpais são estruturas circulares, em número de cinco a 
 sete, localizadas na região medial do carpo e presentes em suínos machos e fêmeas. Em 
 suínos de vida livre os orifícios das glândulas podem estar recobertos por acúmulo de 
 secreção leitosa e transferi-la para a vegetação enquanto o animal se movimenta ou marcar 
 o solo enquanto está em decúbito esternal. Por isso, acredita-se que as glândulas carpais 
 estejam envolvidas no reconhecimento entre filhotes e mães e na comunicação intra e 
 intergrupal. 
 Sistema urinário: neonatos têm os tufos glomerulares congestos e dilatados, que 
 macroscopicamente podem ser erroneamente interpretados como petéquias. Em neonatos 
 também pode se observar a persistência da lobulação fetal. Já em suínos adultos, a urina 
 residual muitas vezes é branca e opaca. Hemorragias subendocárdicas são geralmente 
 encontradas no ventrículo esquerdo e consideradas lesões de pouco significado clínico se 
 não houver evidência de toxemia/septicemia. 
 Alterações post mortem ou autolíticas: são aquelas que ocorrem após a morte 
 espontânea ou eutanásia do animal. Os suínos domésticos adultos demoram a dissipar o 
 calor interno após a morte, devido à camada de tecido adiposo subcutânea. Embora em 
 javalis essa camada de gordura seja menos espessa, há maior quantidade de pêlos 
 recobrindo a pele, o que também impede a dissipação do calor. Por isso, para evitar que as 
 alterações post mortem mascaram as lesões, o ideal é que a necropsia seja realizada 
 imediatamente ou nas primeiras horas após a morte do animal, principalmente em períodos 
 de tempo quente. Esses padrões bem demarcados podem ser geométricos e devem ser 
 diferenciados de lesões causadas por Erysipelothrix rhusiopathiae e das observadas na 
 síndrome da dermatite e nefropatia suína. Distensão abdominal leve a moderada ocorre em 
 suínos adultos após fermentação e formação de gás por bactérias dentro do intestino. Se a 
 distensão for acentuada e ocorrer logo após a morte em suínos da fase de terminação e 
 adultos, a morte provavelmente ocorreu por torção de mesentério, que é uma causa comum 
 de morte súbita em suínos dessa idade. 
 Obrigada professor Diogo Cristo Silva.

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