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INSTITUTO DE ENSINO SUPERIOR FRANCISCANO – IESF Recredenciado pela Portaria do MEC Nº 725, de 20 de julho de 2016 publicado no D.O.U de 21 de julho de 2016 Curso: Direito Período: 4º Disciplina: Direito Extensão Acadêmica II Data: 08/12/2021 Docente: Jairton Costa Filho Aluno (a): Rafisa Diniz Rodrigues e Sólon Lira da Silva RESENHA O ESTRANGEIRO Título: O Estrangeiro Autor : Albert Camus Ano de publicação : 1945 Gênero : Romance e ficção existencialista Editora: Record Páginas: 128 Sinopse O livro o estrangeiro do autor Albert Camus faz parte da sua trilogia ciclo do absurdo , que traz ao leitor sua realidade como personagem ,o qual tem o fator importante de ser narrado em primeira pessoa. O livro aborda principalmente a questão do existencialismo, a condição humana e a liberdade . Através de o estrangeiro ele conta a história de Mersault , funcionário de um escritório , que no primeiro dia do livro recebe a notícia da morte de sua mãe . Durante todo o enredo perpassa por situações com seus vizinhos e amigos , chegando ao ponto chave que é o assassinato . o livro demonstra dois parâmetros , a questão do existencialismo e posteriormente o fator ação e reação. Conteúdo do livro INSTITUTO DE ENSINO SUPERIOR FRANCISCANO – IESF Recredenciado pela Portaria do MEC Nº 725, de 20 de julho de 2016 publicado no D.O.U de 21 de julho de 2016 O livro inicia-se com a morte da mãe de Mersault, a qual encontrava-se em um asilo , de onde ele recebeu a ligação que a mesma tinha falecido . No velório de sua mãe ele opta por não vê-la uma última vez no caixão , o velório inicia-se e dura a noite toda , amigos comparecem , em especial uma amiga que aparentemente estava muito abalada com a morte da amiga. Pela manhã deu- se início a procissão até o cemitério com a presença dos amigos dela , Mersault , o padre , o diretor o asilo . O enterro ocorre , onde Mersault não demonstra tanta emoção , mas fica aliviado de tudo ocorrer bem , após o mesmo direciona- se para sua casa em Argel . No dia posterior Mersault encontra-se com Maria Cardona para ir à praia, sendo ela a antiga datilógrafa do escritório, depois os mesmos vão ao cinema assistir um filme, no domingo Mersault procura descansar para trabalhar no dia seguinte. Mersault tinha dois vizinhos o primeiro era Salamano que tinha um cachorro que vivia latindo e o outro mais íntimo era Raimundo que às vezes o visitava para conversar, esse não possuía muitos amigos, em dia de conversa ele abre-se com Mersault contando que estava sendo enganado por sua mulher relatando que ela não ajudava e que nem trabalhava. Raimundo contou que em uma ocasião chegou a bater em um homem na rua e bater na sua amante, ele pediu a Mersault que fizesse uma carta para ela pedindo que ela voltasse para Raimundo, porém ele continuou a bater na mulher sendo preso. Mersault acaba sendo testemunha no caso dele. O outro vizinho perde seu cão e Mersault tenta ajudá-lo a encontrar . Raimundo decide passar o domingo na casa de Masson , convidando Maria Cardona, a datilografa amiga de Mersault . Raimundo conta que durante todo o dia foi seguido por uns Árabes, que tinham ligação com sua antiga amante . Mersault recebe uma proposta de seu chefe para trabalhar em Paris, no mesmo dia Maria pergunta a Mersault se ele queria casar com ela , animado com a ideia de morar em Paris. Salamano visita Mersault no dia seguinte e fala sobre a morte de sua mãe e o quanto isso deve ter deixado triste . INSTITUTO DE ENSINO SUPERIOR FRANCISCANO – IESF Recredenciado pela Portaria do MEC Nº 725, de 20 de julho de 2016 publicado no D.O.U de 21 de julho de 2016 No domingo Mersault vai à casa de praia de Masson com Raimundo e Maria, durante a ida Raimundo mostra a Maria e Mersault seu antigo cunhado que estava o seguindo . Chegando no local eles foram banhar na praia e almoçar. Após o almoço os três foram caminhar na praia quando dois dos Árabes que Raimundo havia falado foram em sua direção. Raimundo partiu para cima deles , agredindo-os . Após a briga eles voltam a praia e novamente os Árabes aparecem, dessa vez Mersault pede o revólver de Raimundo , faz menção de disparar , mas não concretiza. Após tudo isso, os dois voltam a casa de praia , mas Mersault resolve voltar a praia , onde os Árabes estavam em um rochedo, no intuito de descansar , porém Raimundo também retorna ao local, sendo avistado pelos Árabes, um coloca a mão no bolso atrás de uma navalha , assustado Mersault pega o revólver e dispara contra o Árabe quatro vezes. Mersault é preso e oito depois o juiz olha seu caso , no dia posterior o advogado vai até o encontro de Mersault na prisão, alegando que a morte de sua mãe poderia ter influenciado no crime , mas Mersault nega . Ele é levado ao juiz de instrução que é cristão , mesmo Mersault alegando que não acreditava em Deus, faz uma série de perguntas que não são respondidas. Ao terminar o juiz indaga a Mersault se ele se arrepende do que fez, apenas declarou aborrecimento. Maria o visita na prisão, o que lhe dá um ânimo , lê um livro que conta uma história interessante. Decorrendo cinco meses de preso , o julgamento começa tendo como testemunhas Maria, Raimundo, Masson , o dono do restaurante , Tomas Pérez e Salamano. Inicia-se o interrogatório, com perguntas padrões , botando em pauta o fato de o mesmo ter mandando sua mãe para o asilo . O procurador indaga também o porquê de Mersault ter voltado ao local e se tinha a intenção de matar o árabe , o qual nega tal intenção. Depois de uma pausa para o almoço a sessão recomeça com o depoimento do diretor do asilo que disse que o réu não quis ver o corpo da mãe , depois foi chamado o porteiro do asilo que alegou a mesma coisa que o diretor. Posteriormente é chamado Tomas Pérez que relatou não o ter visto chorar , chamada Maria que apenas disse ser amiga do INSTITUTO DE ENSINO SUPERIOR FRANCISCANO – IESF Recredenciado pela Portaria do MEC Nº 725, de 20 de julho de 2016 publicado no D.O.U de 21 de julho de 2016 réu, que fora dias normais após a morte da mãe dele , relatando sobre a saída a praia e ao cinema. A última testemunha fora Raimundo que diz ter sido um acaso Mersault estar naquele dia na praia . O procurador analisando isso diz que o réu era cúmplice e amigo . O advogado de acusação pronunciasse afirmando que não fora um crime banal e o procurador completa dizendo que o mesmo não possuía alma . Seu advogado entra em ação alegando que Mersault era um bom filho e que custeou a mãe até quando pode. Mersault pensa em derrogar o processo, porém seu advogado lhe explica o descabimento de tal ato . Mais tarde o presidente anuncia que sua cabeça seria cortada em praça pública. Mersault tenta refutar a decisão, porém sem êxito, Mersault lembra de sua mãe que contava quando era menor que seu pai gostava de assistir as execuções. A guilhotina lhe daria uma morte precisa e pouco se importava com que idade estava morrendo. Antes do ato o capelão tenta convencê-lo da salvação, porém ele nega e discordou sempre . Por fim Mersault apesar de questionar os valores morais, aceita a rejeição do seu recurso e ali em praça pública foi executado. Análise Critica Ao falarmos da obra O Estrangeiro, precisamos falar do seu autor, Albert Camus. Este traz elementos da filosofia, como “a filosofia do absurdo” e o existencialismo para trabalhar em suas obras. Teorias que em linhas gerais, entendiam que não havia um grande propósito ou sentido na existência humana (contrariando costumes e dogmas religiosos), apenas devia se viver o presente (ao máximo). É possível que quem viva sem carregar essas máximas como lema de vida, viva indiferente e tenha reações que fogem docomum, como veremos a seguir com o protagonista Mersault. Mersault retorna à sua cidade natal para velar sua mãe, a qual não mantinha mais contato a tempos (ela morava num asilo). No decorrer do velório, entes queridos de sua mãe lhe contavam recortes da vida dela, que lhe soavam distantes da figura materna que conhecera. Estes amigos da mãe de Mersault faziam muita questão dos ritos religiosos na cerimônia do funeral, enquanto o INSTITUTO DE ENSINO SUPERIOR FRANCISCANO – IESF Recredenciado pela Portaria do MEC Nº 725, de 20 de julho de 2016 publicado no D.O.U de 21 de julho de 2016 filho órfão era alheio a estas coisas e circunstâncias. O que fazia com que o mesmo se sentisse um estrangeiro em sua casa. A narrativa nos leva a refletir “O que é sofrer?”, “Quem não demonstra sentimentos, não sente?”, o protagonista não reage à perda da mãe como é de se esperar. Em um diálogo com sua colega de trabalho (que mais adiante se tornará intima de Mersault), ele fala que a morte da mãe, mais dia menos dia tinha que acontecer. Coloca-se um outro questionamento atrelado aqueles de percepção, reação perante o sofrimento e externar emoções: “Temos liberdade para pensar, agir diferente do convencionado?” Nesse “desvio de conduta” é que culmina a desgraça na vida do estrangeiro. O protagonista após enterrar a mãe, mantém contato com Maria Cardona e com o amigo e vizinho Raimundo. Com o amigo, ele acaba presenciando uma confusão matrimonial e outra ocasião, envolvido no assassinato de uma árabe. Mersault foi interrogado de maneira arbitrária pela polícia, que colocava em cheque seus antecedentes pelo fato deste não crer em Deus e sua postura insensível frente a morte da mãe. O que nos leva a pergunta: “frieza é atestado de culpa?” Assim também quando Mersault é levado ao juiz, ele é tratado com hostilidade, indiferença, prejulgamentos pelas mesmas razões da polícia (o juiz instiga fraquezas no réu, indaga até o fato de Mersault não saber a idade da mãe). Associam seu crime contra o homem à emoção sofrida com a perda da mãe, embora o tempo todo coloquem -o como um assassino frio. É perceptível como as instituições sociais desrespeitam a singularidade, subjetividade das pessoas, rejeitam o diferente, impõem padrões socialmente aceitos frente as situações exemplificadas na trajetória de Mersault que terminou na execução dele. E como crimes com grande repercussão já carregam apelos, parcialidades, decisões do senso comum (como linchamentos na opinião pública) e isso também influencia a decisão judicial. E quando se fala em Judiciário e Poder de Polícia, o mesmo por vezes despreza mecanismos INSTITUTO DE ENSINO SUPERIOR FRANCISCANO – IESF Recredenciado pela Portaria do MEC Nº 725, de 20 de julho de 2016 publicado no D.O.U de 21 de julho de 2016 necessários para a melhor apuração de fatos, exercício do estado Democrático de Direito (Ampla Defesa e Contraditório, Presunção de Inocência) e já tem suas sentenças pré-estabelecidas. Autor Albert Camus foi um escrito argelino, que viveu de 1913 a 1960, ganhou prêmio nobre de literatura em 1957. Além de escritor foi jornalista , romancista ,dramaturgo e filósofo. Suas obras sempre trataram de acontecimentos corriqueiros trazendo aos leitores as sensações em cada uma de suas obras , sendo sempre um homem de opinião e ação . Por fim o autor morre em um acidente de carro na França em 1960. “Não se pode criar experiência. É preciso passar por ela.” Albert Camus
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