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@FOCOUFPR 
 
MORTE E VIDA SEVERINA 
1. (UPE) João Cabral de Melo Neto, autor 
pernambucano, celebrizou-se com um Auto de Natal, 
que trata de uma das questões mais sérias da 
sociedade brasileira, a qual está bem representada na 
charge abaixo. Relacione a imagem com o fragmento 
do texto de Morte e Vida Severina. 
 
- Essa cova em que estás, 
com palmos medida, 
é a cota menor 
que tiraste em vida. 
- É de bom tamanho, 
nem largo nem fundo, 
é a parte que te cabe 
neste latifúndio. 
- Não é cova grande. 
é cova medida, 
é a terra que querias 
ver dividida. 
- É uma cova grande 
para teu pouco defunto, 
mas estarás mais ancho 
que estavas no mundo. 
- É uma cova grande 
para teu defunto parco, 
porém mais que no mundo 
te sentirás largo. 
- É uma cova grande 
para tua carne pouca, 
mas a terra dada 
não se abre a boca. 
João Cabral de Melo Neto 
Analise as afirmativas a seguir e coloque V nas 
Verdadeiras e F nas Falsas. 
( ) O poema não tem nenhuma relação com a charge, 
pois não se pode relacionar dois tipos de linguagem 
completamente diferentes: verbal e visual. Além 
disso, na charge, a mensagem imagética e linguística 
apresenta uma crítica ferrenha à desigualdade social, 
enquanto o poema nega o valor da Reforma Agrária, 
uma vez que defende o monopólio da terra. 
( ) O poema de João Cabral de Melo Neto desenvolve 
a temática da desigualdade social à semelhança da 
charge, que também aborda a mesma questão. 
Ambos tomam como ponto de partida a posse da 
terra. Há, entre as duas mensagens, uma única 
preocupação que é a aquisição de bens materiais. 
( ) A charge apresenta, tanto quanto o fragmento do 
texto de João Cabral, uma crítica à condição do 
lavrador, que, durante toda vida, trabalha a terra, 
mas só tem direito a ela quando morre. Na imagem, 
o lavrador vivo traz a placa SEM TERRA, enquanto no 
poema, tal qual na charge, só adquire o direito à terra 
após a morte, que representa “a terra que queria ver 
dividida.” 
( ) Diferentemente do texto escrito, a imagem revela 
um novo tipo de transmissão de mensagem em que 
se encontra eliminada a linguagem verbal, ocorrendo 
exclusivamente um discurso imagético. Nele o 
homem e a terra se confundem por ocasião da morte, 
que iguala todos os seres humanos, e isso fica 
explícito na antítese sem terra/com terra. 
( ) As duas mensagens tematizam a questão da posse 
da terra, apresentando um discurso crítico, que 
enfatiza o fato de o lavrador não ter direito à terra, 
razão pela qual é designado como “sem terra”. Essa 
expressão atualmente identifica os participantes do 
movimento social, que lutam pelo reconhecimento 
do camponês que continua sem obter o tão desejado 
torrão. 
Assinale a alternativa que contém a 
sequência CORRETA. 
a) F - F - V - F - V 
b) F - F - F - F - V 
c) V - V - V - V - V 
d) F - F - F - V - V 
e) V - V - V - F – F 
2. (UNISC) Leia atentamente os dois trechos do 
poema Morte e vida severina, de João Cabral de Melo 
Neto, e, depois, analise as afirmativas a seguir. 
Trecho 1 
O RETIRANTE EXPLICA AO LEITOR QUEM É E A QUE 
VAI 
– O meu nome é Severino, 
como não tenho outro de pia. 
Como há muitos Severinos, 
que é santo de romaria, 
deram então de me chamar 
Severino de Maria; 
como há muitos Severinos 
com mães chamadas Maria, 
fiquei sendo o da Maria 
do finado Zacarias. 
Mas isso ainda diz pouco: 
há muitos na freguesia, 
por causa de um coronel 
que se chamou Zacarias 
e que foi o mais antigo 
senhor desta sesmaria. 
https://cdn.estuda.com/sis_questoes/posts/141730_pre.jpg?1499280896
@FOCOUFPR 
 
Como então dizer quem fala 
ora a Vossas Senhorias? 
Vejamos: é o Severino 
da Maria do Zacarias, 
lá da serra da Costela, 
limites da Paraíba. 
MELO NETO, João Cabral de. Morte e vida severina e outros 
poemas para vozes. 34. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1994, 
p. 29. 
 
Trecho 2 
CANSADO DA VIAGEM O RETIRANTE PENSA 
INTERROMPÊ-LA POR UNS INSTANTES E PROCURAR 
TRABALHO ALI ONDE SE ENCONTRA. 
– Desde que estou retirando 
só a morte vejo ativa, 
só a morte deparei 
e às vezes até festiva; 
só a morte tem encontrado 
quem pensava encontrar 
[vida, 
e o pouco que não foi morte 
foi de vida Severina 
(aquela vida que é menos 
vivida que defendida, 
e é ainda mais Severina 
para o homem que retira). 
Penso agora: mas porque 
parar aqui eu não podia 
e como o Capibaribe 
interromper minha linha? 
ao menos até que as águas 
de uma próxima invernia 
me levem direto ao mar 
ao refazer sua rotina? 
Na verdade, por uns tempos, 
parar aqui eu bem podia 
e retomar a viagem 
quando vencesse a fadiga. 
Ou será que aqui cortando 
agora minha descida 
já não poderei seguir 
nunca mais em minha vida? 
MELO NETO, João Cabral de. Morte e vida severina e outros 
poemas para vozes. 34. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1994, 
p. 35-36. 
I – No trecho 1, o retirante tenta construir uma 
identidade própria, mas acaba transmitindo a ideia 
de que, igual a ele, existem muitos outros “severinos” 
no Nordeste brasileiro. 
 II – Os versos do trecho 2 criam uma imagem positiva 
e idealizada do nordestino, como um herói incansável 
e valente, que não se assusta diante da morte. 
III – A partir da leitura do trecho 2, pode-se afirmar 
que a vida do nordestino, especialmente a do 
retirante, é tão difícil e sofrida que quase se parece 
com a morte. 
 
Assinale a alternativa correta. 
a) Somente as afirmativas I e II estão corretas. 
b) Somente as afirmativas II e III estão corretas. 
c) Somente as afirmativas I e III estão corretas. 
d) Nenhuma afirmativa está correta. 
e) Todas as afirmativas estão corretas. 
 
3. (UCS) Leia o fragmento de Morte e Vida Severina, 
de João Cabral de Melo Neto. 
– Essa cova em que estás, 
com palmos medida, 
é a conta menor 
que tiraste em vida. 
– É de bom tamanho, 
nem largo, nem fundo, 
é a parte que te cabe 
deste latifúndio. 
(MELO NETO, João Cabral de. Morte e vida severina e outros 
poemas para vozes. 4. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2000. 
p. 108.) 
Em relação ao poema, é correto afirmar que 
a) o autor, por meio dele, denuncia os profundos 
problemas sociais que assolam o sudeste brasileiro. 
b) a imagem antitética que se estabelece entre cova 
e latifúndio sugere a exploração sofrida pelos 
nordestinos. 
c) Severino simboliza todos os latifundiários que, 
ciclicamente, abandonam suas terras por causa da 
seca. 
d) a companheira fiel e constante dos retirantes é a 
vida, capaz de lhes dar a terra que lhes pertence. 
e) há uma nota de inconformismo no fragmento 
acima, sintetizada no verso “é de bom tamanho”. 
 
4. (FAMERP) É fato sabido que a trajetória de João 
Cabral começa num surrealismo despojado da escrita 
automática, passa pelo ardor da construção e da 
lucidez, discute a pureza e a decantação da poesia 
antilírica e, descartando a desconfiança (então em 
moda) quanto à possibilidade de dizer o mundo e os 
seus conflitos, assume, de Morte e vida severina em 
diante, o lado sujo da miséria do Nordeste. 
(Modesto Carone. “Severinos e comendadores”. In: Roberto 
Schwarz (org). Os pobres na literatura brasileira, 1983.) 
Segundo Modesto Carone, o trecho que melhor 
ilustra a última fase da poesia de João Cabral é: 
a) O mar, que só preza a pedra, 
que faz de coral suas árvores, 
luta por curar os ossos 
da doença de possuir carne, 
b) Sobre o lado ímpar da memória 
o anjo da guarda esqueceu 
perguntas que não se respondem. 
c) Com peixes e cavalos sonâmbulos 
pintas a obscura metafísica 
do limbo. 
d) Ó face sonhada 
de um silêncio de lua, 
@FOCOUFPR 
 
na noite da lâmpada 
pressinto a tua. 
e) As nuvens são cabelos 
crescendo como rios; 
são os gestos brancos 
da cantora muda; 
5. (UPE) Em relação à Morte e vida severina, de João 
Cabral de Melo Neto, coloque V para as afirmativas 
verdadeiras e F para as falsas. 
( ) Trata-se do relato da história de um retirante que, 
tomando como modelo Vidas secas, deixa seu torrão 
natal e vai para a metrópole em busca de melhor 
qualidade de vida. Assim, Severino, protagonista do 
Auto de Natal pernambucano, chega ao Recifee 
consegue ascender socialmente, pois é contratado 
para trabalhar em uma fábrica atingindo seus 
objetivos. 
( ) Integra o texto cabralino uma cena intitulada 
Funeral do lavrador, composta por redondilhas, a 
qual foi musicada por Chico Buarque de Holanda, na 
década de 1970, momento de plena ditadura. 
Contudo, o texto não sofreu nenhuma censura do 
sistema constituído, por não apresentar ideologia, na 
época, considerada subversiva. 
( ) Morte e vida severina segue a estrutura de um 
auto. Como romance que é, em treze capítulos, a 
personagem central desloca-se da Serra da Costela, 
situada no interior de Alagoas, vem margeando o Rio 
Capibaribe, chega ao Recife, onde se encontra com 
Mestre Carpina. 
( ) O texto de João Cabral é composto por versos 
metrificados, redondilhas, numa perfeita harmonia 
entre a personagem e a linguagem, peculiar à 
literatura popular desde os autos do teatrólogo 
português Gil Vicente até a atualidade. 
( ) Nos versos: “E se somos Severinos / iguais em tudo 
na vida, / morremos de morte igual, / mesma morte 
severina: / que é a morte de que se morre / de velhice 
antes dos trinta”, encontramos o uso de aliterações 
que trazem musicalidade ao texto. Além disso, a 
palavra severina exerce uma função adjetiva, pois 
qualifica o substantivo morte de modo criativo e 
inusitado. 
Assinale a alternativa que apresenta a 
sequência CORRETA. 
a) F F F V V 
b) V V V F V 
c) V V F F V 
d) V F V F V 
e) V V V F F 
 
6. (FACERES) Leia a seguir o trecho de Morte e Vida 
Severina, da obra de João Cabral de Melo Neto: 
Esta cova em que estás, com palmos medida 
É a conta menor que tiraste em vida 
É de bom tamanho, nem largo, nem fundo 
É a parte que te cabe deste latifúndio 
Não é cova grande, é cova medida 
É a terra que querias ver dividida. 
 
O fragmento retirado da obra Morte e Vida Severina, 
trata de um tema atual muito corriqueiro no espaço 
rural brasileiro, o(a): 
a) Movimento dos trabalhadores rurais contra as 
oligarquias cafeeiras do nordeste do país; 
b) Embate entre índios, grileiros e posseiros nas 
regiões do Sertão Nordestino; 
c) Disputa de terras entre os posseiros e grileiros 
ligados ao MST; 
d) Conflito existente entre os ―sem terras‖ e os 
latifundiários por todo o país; 
e) Luta de moradores de áreas rurais de pequeno 
porte praticantes de agricultura extensiva, contra 
latifundiários e empresários rurais ligados ao 
agronegócio policultor. 
 
7. (ULBRA) Leia o fragmento do poema e marque a 
resposta correta. 
 É difícil defender, 
só com palavras, a vida, 
ainda mais quando ela é 
esta que vê, severina 
mas se responder não pude 
à pergunta que fazia, 
ela, a vida, a respondeu 
com sua presença viva. 
E não há melhor resposta 
que o espetáculo da vida: 
vê-la desfiar seu fio, 
que também se chama vida, 
ver a fábrica que ela mesma, 
teimosamente, se fabrica, 
vê-la brotar como há pouco 
em nova vida explodida 
mesmo quando é assim pequena 
a explosão, como a ocorrida 
como a de há pouco, franzina 
mesmo quando é a explosão de uma vida severina. 
 
I – O fragmento é do poema Morte e vida Severina, 
de João Cabral de Melo Neto, poeta da geração de 30, 
que cantou o amor e a saudade da terra natal. 
II – Nesse auto de Natal pernambucano, o poeta 
expressa a miserável condição humana de um povo 
subdesenvolvido. 
III – Severino, retirante, no caminho, rumo ao litoral, 
encontra a morte em cada parada. 
IV – No último pouso, Severino recebe a notícia do 
nascimento de um menino; metáfora da resistência à 
constante negação da vida. 
Está (ão) correta (s): 
a) I e III. 
b) II e IV. 
@FOCOUFPR 
 
c) II, III e IV. 
d) I, II, III e IV. 
e) Somente a III. 
8. (UFT) Considere as assertivas sobre o poema Morte 
e vida severina, de João Cabral de Melo Neto: 
 I. A elaboração estética aponta para um diálogo com 
a literatura de cordel. 
II. O poema apresenta, na sua conclusão, um olhar 
otimista sobre a vida. 
III. Não há presença, no poema, de elementos da 
cultura popular nem de rigor formal. 
IV. A temática do poema de Morte e vida severina faz 
referência a um único Severino. 
Com base nas assertivas apresentadas, marque a 
alternativa CORRETA: 
a) Apenas I está correta. 
b) Apenas IV está correta. 
c) Apenas I e II estão corretas. 
d) Apenas I e IV estão corretas. 
e) Todas as alternativas estão corretas. 
9. (UFT) Os fragmentos abaixo foram extraídos do 
poema Morte e Vida Severina, de João Cabral de 
Melo Neto, obra que conta a trajetória do retirante 
Severino, que fugindo da seca, chega a Recife. 
Relacione cada fragmento à sua interpretação e, em 
seguida, assinale respectivamente, a sequência 
CORRETA: 
 Fragmento I 
que é a morte de que se morre 
de velhice antes dos trinta, 
de emboscada antes dos vinte, 
de fome um pouco por dia 
(de fraqueza e de doença 
é que a morte severina 
ataca em qualquer idade, 
e até gente não nascida). 
 
Fragmento II 
iguais em tudo e na sina: 
a de abrandar estas pedras 
suando-se muito em cima, 
a de tentar despertar 
terra sempre mais extinta, 
a de querer arrancar 
algum roçado da cinza. 
 
Fragmento III 
Como há muitos Severinos, 
que é santo de romaria, 
deram então de me chamar 
Severino de Maria; 
como há muitos Severinos 
com mães chamadas Maria, 
fiquei sendo o da Maria 
do finado Zacarias. 
 
Fragmento IV 
Somos muitos Severinos 
iguais em tudo na vida: 
na mesma cabeça grande 
que a custo é que se equilibra, 
no mesmo ventre crescido 
sobre as mesmas pernas finas, 
e iguais também porque o sangue 
que usamos tem pouca tinta. 
 
Fragmento V 
Mas, para que me conheçam 
melhor Vossas Senhorias 
e melhor possam seguir 
a história de minha vida, 
passo a ser o Severino 
que em vossa presença emigra. 
 
( ) o eu-lírico refere-se à desnutrição e seus reflexos 
na constituição física dos nordestinos. 
( ) o eu-lírico apresenta as justificativas do retirante 
em relação à sua identidade. 
( ) o eu-lírico refere-se à problemática político-social 
que leva os nordestinos à morte ainda jovens. 
( ) o eu-lírico apresenta o momento em que o 
personagem torna-se um migrante, motivado pelas 
dificuldades encontradas. 
( ) o eu-lírico trata da dificuldade de trabalhar a terra 
nordestina em virtude de sua aridez. 
Assinale a alternativa CORRETA: 
a) IV, III, I, V, II 
b) II, IV, I, V, III 
c) III, I, V, IV, II 
d) II, V, I, III, IV 
e) I, III, IV, II, V 
 
10. (ENEM) 
 TEXTO I 
O meu nome é Severino, 
não tenho outro de pia. 
Como há muitos Severinos, 
que é santo de romaria, 
deram então de me chamar 
Severino de Maria; 
como há muitos Severinos 
com mães chamadas Maria, 
fiquei sendo o da Maria 
do finado Zacarias, 
mas isso ainda diz pouco: 
há muitos na freguesia, 
por causa de um coronel 
que se chamou Zacarias 
e que foi o mais antigo 
senhor desta sesmaria. 
Como então dizer quem fala 
ora a Vossas Senhorias? 
@FOCOUFPR 
 
MELO NETO, J. C. Obra completa. Rio de Janeiro: Aguilar, 1994 
(fragmento). 
 
TEXTO II 
João Cabral, que já emprestara sua voz ao rio, 
transfere-a, aqui, ao retirante Severino, que, como o 
Capibaribe, também segue no caminho do Recife. A 
autoapresentação do personagem, na fala inicial do 
texto, nos mostra um Severino que, quanto mais se 
define, menos se individualiza, pois seus traços 
biográficos são sempre partilhados por outros 
homens. 
SECCHIN, A. C. João Cabral: a poesia do menos. 
Rio de Janeiro: Topbooks, 1999 (fragemento) 
 
Com base no trecho de Morte e Vida Severina (Texto 
I) e na análise crítica (Texto II), observa-se que a 
relação entre o texto poético e o contexto social a 
que ele faz referência aponta para um problema 
social expresso literariamente pela segunda "Como 
então dizer quem fala / ora a Vossas Senhorias?". A 
resposta à pergunta expressa no poema é dada por 
meio da 
a) descrição minuciosa dos traços biográficos do 
personagem-narrador. 
b) construção da figura do retirante nordestino 
como um homem resignado com a sua situação. 
c) representação, na figura do personagem-
narrador de outros Severinos que compartilhamsua 
condição. 
d) apresentação do personagem-narrador como uma 
projeção do próprio poeta, em sua crise existencial. 
e) descrição de Severino, que, apesar de 
humilde, orgulha-se de ser descendente do coronel 
Zacarias. 
 
11. (UFAC) 
“– O meu nome é Severino, 
como não tenho outro de pia. 
Como há muitos Severinos, 
que é santo de romaria, 
deram então de me chamar 
Severino de Maria 
como há muitos Severinos 
com mães chamadas Maria, 
fiquei sendo o da Maria 
do finado Zacarias [...] 
[...] 
Somos muitos Severinos 
iguais em tudo na vida: 
na mesma cabeça grande 
que a custo é que se equilibra, 
no mesmo ventre crescido 
sobre as mesmas pernas finas 
e iguais também porque o sangue, 
que usamos tem pouca tinta [...]” 
Disponível em: 
http://www.culturabrasil.pro.br/joaocabral demelonetoo.html. 
 
Tomando a leitura e a interpretação dos fragmentos 
anteriores, e também as características da poesia 
modernista da Geração de 45, da qual João Cabral de 
Melo Neto é um dos expoentes, podemos dizer que: 
I. A poesia de 45 caracteriza-se pela 
renovação estética. 
II. O poema Morte e vida severina desenvolve temas 
relacionados ao social, à moral e ao político. 
III. Embora o poema Morte e vida severina seja um 
auto de Natal de tradição ibérica, a métrica de seus 
versos não segue o modelo da tradição. 
 
Das afirmações acima: 
a) Somente a afirmação I está correta. 
b) Somente a afirmação II está correta. 
c) Estão corretas as afirmações II e III. 
d) As afirmações I e II estão corretas. 
e) Somente a afirmação III está correta. 
 
12. (UFTM) Leia o trecho abaixo da obra Morte e 
vida Severina, publicado em 1956, do poeta João 
Cabral de Melo Neto (1920-1999). 
(...) 
– Essa cova em que estás, 
com palmos medida, 
é a cota menor 
que tiraste em vida. 
 
– é de bom tamanho, 
nem largo nem fundo, 
é a parte que te cabe 
neste latifúndio. 
 
– Não é cova grande. 
é cova medida, 
é a terra que querias 
ver dividida. 
(...) 
 
– Viverás, e para sempre 
na terra que aqui aforas: 
e terás enfim tua roça. 
(...) 
(www.culturabrasil.pro.br) 
O poeta faz referência 
a) à morte, que a todos atinge de forma indistinta. 
b) aos problemas que envolvem a distribuição de 
terras no Brasil. 
c) à política que visa diminuir as distâncias entre ricos 
e pobres. 
d) ao direito de propriedade, consagrado na 
Constituição. 
e) aos resultados positivos do programa de reforma 
agrária. 
 
13. (ENEM ) 
@FOCOUFPR 
 
O RETIRANTE ENCONTRA DOIS HOMENS 
CARREGANDO UM DEFUNTO NUMA REDE, AOS 
GRITOS DE: “Ó IRMÃOS DAS ALMAS! IRMÃOS DAS 
ALMAS! NÃO FUI EU QUE MATEI NÃO" 
— A quem estais carregando, 
Irmãos das almas, 
Embrulhado nessa rede? 
Dizei que eu saiba. 
— A um defunto de nada, 
Irmão das almas, 
Que há muitas horas viaja 
À sua morada. 
— E sabeis quem era ele, 
Irmãos das almas, 
Sabeis como ele se chama 
Ou se chamava? 
— Severino Lavrador, 
Irmão das almas, 
Severino Lavrador, 
Mas já não lavra. 
MELO NETO, J. C. Morte e vida Severina e outros poemas para 
vozes. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1994 (fragmento). 
O personagem teatral pode ser construído tanto por 
meio de uma tradição oral quanto escrita. A 
interlocução entre oralidade regional e tradição 
religiosa, que serve de inspiração para autores 
brasileiros, parte do teatro português. Dessa forma, a 
partir do texto lido, identificam-se personagens que 
a) se comportam como caricaturas religiosas do 
teatro regional. 
b) apresentam diferentes características físicas e 
psicológicas. 
c) incorporam elementos da tradição local em um 
contexto teatral. 
d) estão construídos por meio de ações limitadas a 
um momento histórico. 
e) fazem parte de uma cultura local que restringe a 
dimensão estética. 
 
14. (UFAC) 
DIZEM DO MORTO OS AMIGOS QUE O LEVARAM AO 
CEMITÉRIO 
– Essa cova em que estás, 
com palmos medida 
é a conta menor 
que tiraste em vida. 
– É de bom tamanho, 
nem largo nem fundo 
é a parte que te cabe 
deste latifúndio. 
– Não é cova grande, 
é cova medida, 
é a terra que querias 
ver dividida. 
– É uma cova grande 
para teu pouco defunto 
mas estarás mais ancho 
que estavas no mundo. 
– É uma cova grande 
para teu defunto parco, 
porém mais que no mundo 
te sentirás largo. 
– É uma cova grande 
para tua carne pouca, 
mas a terra dada 
não se abre a boca.” 
(MELO NETO, J.C. Morte e vida severina: auto de natal 
pernambucano. Serial e antes. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 
1997. p. 159-160) 
Em “Morte e vida severina”, João Cabral de Melo 
Neto recupera uma tradição medieval para traçar o 
percurso de mais um nordestino tangido pela seca. 
Por meio dele temos o duro testemunho de um 
personagem anônimo que percorre o agreste até o 
Capibaribe, mostrando-nos uma geografia 
de escassez e desolação que, ao final, é atenuada 
com um nascimento que representa a esperança 
cristã na vida. O trecho acima dramatiza o funeral de 
um lavrador e as vozes declamando representam: 
a) uma demonstração de consciência revolucionária 
diante da exploração do trabalhador rural. 
b) uma convicção exagerada na vida pós-morte. 
c) uma consciência resignada diante das condições de 
trabalho do trabalhador rural. 
d) uma proposta de desafio às forças inclementes do 
capital. 
e) uma proposta de parceria com os 
grandes latifúndios para a harmonia no campo. 
 
15. (UnB) [...] 
[1] — O meu nome é Severino, 
como não tenho outro de pia. 
Como há muitos Severinos, 
[4] que é santo de romaria, 
deram então de me chamar 
Severino de Maria; 
[7] como há muitos Severinos 
com mães chamadas Maria, 
fiquei sendo o da Maria 
[10] do finado Zacarias. 
Mas isso ainda diz pouco: 
há muitos na freguesia, 
[13] por causa de um coronel 
que se chamou Zacarias 
e que foi o mais antigo 
[16] senhor desta sesmaria. 
Como então dizer quem fala 
ora a Vossas Senhorias? 
[19] Vejamos: é o Severino 
da Maria do Zacarias, 
lá da serra da Costela, 
[22] limites da Paraíba. 
Mas isso ainda diz pouco: 
se ao menos mais cinco havia 
@FOCOUFPR 
 
[25] com nome de Severino 
filhos de tantas Marias 
mulheres de outros tantos, 
[28] já finados, Zacarias, 
vivendo na mesma serra 
magra e ossuda em que eu vivia. 
[31] Somos muitos Severinos 
iguais em tudo na vida: 
na mesma cabeça grande 
[34] que a custo é que se equilibra, 
no mesmo ventre crescido 
sobre as mesmas pernas finas, 
[37] e iguais também porque o sangue 
que usamos tem pouca tinta. 
E se somos Severinos 
[40] iguais em tudo na vida, 
morremos de morte igual, 
mesma morte severina: 
[43] que é a morte de que se morre 
de velhice antes dos trinta, 
de emboscada antes dos vinte, 
[46] de fome um pouco por dia 
(de fraqueza e de doença 
é que a morte severina 
[49] ataca em qualquer idade, 
e até gente não nascida). 
Somos muitos Severinos 
[52] iguais em tudo e na sina: 
a de abrandar estas pedras 
suando-se muito em cima, 
[55] a de tentar despertar 
terra sempre mais extinta, 
a de querer arrancar 
[58] algum roçado da cinza. 
Mas, para que me conheçam 
melhor Vossas Senhorias 
[61] e melhor possam seguir 
a história de minha vida, 
passo a ser o Severino 
[64] que em vossa presença emigra. 
João Cabral de Melo Neto. Morte e vida severina. Rio de Janeiro: 
Sabiá, 1967 (com adaptações). 
A visão materialista dos fatos sociais e de seus fatores 
externos, em especial os traços biológicos, aparece 
representada, em Morte e vida severina, na 
caracterização do retirante, como se observa nos 
versos de 36 a 38. 
a) CERTO 
b) ERRADO 
16. (FAMERP) É fato sabido que a trajetória de João 
Cabral começa num surrealismo despojado da escrita 
automática, passa pelo ardor da construção e da 
lucidez, discute a pureza e a decantação da poesia 
antilírica e, descartando a desconfiança (então em 
moda) quanto à possibilidade de dizer o mundo e os 
seus conflitos, assume, de Morte e vida severina em 
diante, o lado sujo da miséria do Nordeste. 
(Modesto Carone. “Severinos e comendadores”. In: Roberto 
Schwarz (org). Os pobres na literatura brasileira, 1983.) 
Conforme o comentário de Modesto Carone, João 
Cabral 
a) afastou-se dapoesia antilírica, por considerá-la 
impura e decantada. 
b) praticou o que a crítica literária chama, hoje, de 
“poesia suja”. 
c) explorou, ao longo da fase inicial de sua poesia, a 
escrita automática. 
d) duvidou da poesia engajada, notadamente depois 
de Morte e vida severina. 
e) ignorou a desconfiança que foi moda em relação à 
poesia de crítica social. 
 
17. (FGV) 
CHEGANDO AO RECIFE, O RETIRANTE SENTA-SE PARA 
DESCANSAR AO PÉ DE UM MURO ALTO E CAIADO 
E OUVE, SEM SER NOTADO, A CONVERSA DE DOIS 
COVEIROS 
 — O dia hoje está difícil; 
não sei onde vamos parar. 
Deviam dar um aumento, 
ao menos aos deste setor de cá. 
As avenidas do centro são melhores, 
mas são para os protegidos: 
há sempre menos trabalho 
e gorjetas pelo serviço; 
e é mais numeroso o pessoal 
(toma mais tempo enterrar os ricos). 
— pois eu me daria por contente 
se me mandassem para cá. 
Se trabalhasses no de Casa Amarela 
não estarias a reclamar. 
De trabalhar no de Santo Amaro 
deve alegrar-se o colega 
porque parece que a gente 
que se enterra no de Casa Amarela 
está decidida a mudar-se 
toda para debaixo da terra. 
João Cabral de Melo Neto, Morte e vida severina. 
Atente para as seguintes afirmações referentes ao 
excerto, considerado no contexto da obra à qual 
pertence: 
 I No diálogo dos coveiros, no cemitério, o ponto de 
vista orientado pela morte revela-se o mais 
adequado para se apreender o conjunto da 
organização social a que remete o texto. 
II Embora seja macabro o assunto, usa-se o recurso 
do chiste e do humor negro para se expor os avessos 
da sociedade. 
III Na descrição dos cemitérios, a morte mostra-se 
antes como fenômeno social que natural. 
 
a) I, II e III. 
b) I, apenas. 
c) II e III, apenas. 
@FOCOUFPR 
 
d) I e III, apenas. 
e) I e II, apenas. 
 
18. (UCS) Em Morte e Vida Severina, João Cabral de 
Melo Neto produz uma poesia voltada para a crítica 
social, caracterizando a tendência neorrealista do 
Modernismo. Em relação a essa obra, considere as 
seguintes afirmações. 
 I. No início, o retirante se apresenta, explicando seu 
nome e sobrenome a partir da origem de sua família 
de imigrantes. 
II. O retirante Severino, protagonista do poema, 
depara-se várias vezes com a morte. Esses encontros 
sugerem a fragilidade da vida no Nordeste. 
III. Essa obra, classificada como auto de Natal 
Pernambucano, apresenta uma linguagem 
substantiva, sintética e objetiva. 
 
Das afirmativas acima, pode-se dizer que 
a) apenas I está correta. 
b) apenas II está correta. 
c) apenas I e III estão corretas. 
d) apenas II e III estão corretas. 
e) I, II e III estão corretas. 
19. (UnB) [...] 
[1] — O meu nome é Severino, 
como não tenho outro de pia. 
Como há muitos Severinos, 
[4] que é santo de romaria, 
deram então de me chamar 
Severino de Maria; 
[7] como há muitos Severinos 
com mães chamadas Maria, 
fiquei sendo o da Maria 
[10] do finado Zacarias. 
Mas isso ainda diz pouco: 
há muitos na freguesia, 
[13] por causa de um coronel 
que se chamou Zacarias 
e que foi o mais antigo 
[16] senhor desta sesmaria. 
Como então dizer quem fala 
ora a Vossas Senhorias? 
[19] Vejamos: é o Severino 
da Maria do Zacarias, 
lá da serra da Costela, 
[22] limites da Paraíba. 
Mas isso ainda diz pouco: 
se ao menos mais cinco havia 
[25] com nome de Severino 
filhos de tantas Marias 
mulheres de outros tantos, 
[28] já finados, Zacarias, 
vivendo na mesma serra 
magra e ossuda em que eu vivia. 
[31] Somos muitos Severinos 
iguais em tudo na vida: 
na mesma cabeça grande 
[34] que a custo é que se equilibra, 
no mesmo ventre crescido 
sobre as mesmas pernas finas, 
[37] e iguais também porque o sangue 
que usamos tem pouca tinta. 
E se somos Severinos 
[40] iguais em tudo na vida, 
morremos de morte igual, 
mesma morte severina: 
[43] que é a morte de que se morre 
de velhice antes dos trinta, 
de emboscada antes dos vinte, 
[46] de fome um pouco por dia 
(de fraqueza e de doença 
é que a morte severina 
[49] ataca em qualquer idade, 
e até gente não nascida). 
Somos muitos Severinos 
[52] iguais em tudo e na sina: 
a de abrandar estas pedras 
suando-se muito em cima, 
[55] a de tentar despertar 
terra sempre mais extinta, 
a de querer arrancar 
[58] algum roçado da cinza. 
Mas, para que me conheçam 
melhor Vossas Senhorias 
[61] e melhor possam seguir 
a história de minha vida, 
passo a ser o Severino 
[64] que em vossa presença emigra. 
João Cabral de Melo Neto. Morte e vida severina. Rio de Janeiro: 
Sabiá, 1967 (com adaptações). 
João Cabral de Melo Neto, desde sua obra de estreia, 
pautou sua poesia pela economia de termos. 
a) CERTO 
b) ERRADO 
 
20. (UEL) Morte e vida Severina, de João Cabral de 
Melo Neto, identifica-se como: 
a) uma obra que, refletindo inovações e 
experimentações linguísticas do autor, torna tênues 
as barreiras entre a prosa e poesia. 
b) um auto que explora a temática do nascimento 
como signo do ressurgir da esperança. 
c) um auto de Natal que rememora a visita dos reis 
Magos e pastores ao Deus Menino. 
d) um poema que encerra uma síntese das propostas 
vanguardistas contidas na obra geral do autor. 
e) um conto cujo interesse se centraliza na 
preocupação do autor como problema da seca no 
Nordeste
@FOCOUFPR 
 
GABARITO 
1 – A 
2 – C 
3 – B 
4 – A 
5 – A 
6 – D 
7 – C 
8 – C 
9 – A 
10 – C 
11 – D 
12 – B 
13 – C 
14 – C 
15 – B 
16 – E 
17 – E 
18 – D 
19 – A 
20 – B

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