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3o bimestre
Aula 11
Língua Portuguesa
A terceira geração modernista:
João Cabral de Melo Neto –
Parte 1 
Ensino
Médio
● Morte e vida severina;
● Orações subordinadas adverbiais.
● Analisar trechos da obra Morte e 
vida severina.
Na década de 1950, o poeta João Cabral 
de Melo Neto escreveu uma das obras 
mais conhecidas e importantes da 
literatura brasileira:
Morte e vida severina
Reprodução - LEO NUNES/WIKIMEDIA COMMONS, 2008. Disponível em: 
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Seca_no_Brasil.jpg. Acesso em: 30 abr. 2025. 
Para começar
5 minutos
Que tipo de vida você acredita que 
essa obra retratará?
VIREM E CONVERSEM
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Seca_no_Brasil.jpg
João Cabral de Melo Neto (1920-1999) é considerado 
um dos maiores poetas brasileiros do século XX. 
Nascido em Recife, em uma família com fortes raízes 
culturais e intelectuais, desde cedo mostrou interesse 
pela literatura e pela vida no Nordeste brasileiro. 
Filho e neto de engenheiros, sua poesia é marcada pelo 
rigor e pelo trabalho de lapidação da palavra. Esse 
estilo lhe rendeu o apelido de poeta engenheiro, pois 
estruturava seus versos com a precisão de um 
arquiteto.
O autor: João Cabral de Melo Neto
Foco no conteúdo
Reprodução – ARQUIVO NACIONAL/WIKIMEDIA COMMONS, 2018. 
Disponível em: 
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Jo%C3%A3o_Cabral_de_Mello
_Neto_(1970).tif. Acesso em: 30 abr. 2025. 
Seus textos trazem imagens poéticas que abordam a 
dureza da realidade social, por uma perspectiva 
racional e objetiva, distanciando-se das temáticas 
existencialistas vistas em outros escritores da terceira 
fase modernista.
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Jo%C3%A3o_Cabral_de_Mello_Neto_(1970).tif
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Jo%C3%A3o_Cabral_de_Mello_Neto_(1970).tif
Pause e responda
A expressão “trabalho de lapidação da palavra” sugere que a 
poesia de João Cabral de Melo Neto
é marcada por um trabalho com a 
escolha das palavras, construção 
dos versos etc. 
reflete elementos concretos que 
podem ser lapidados como as 
pedras. 
é conhecida pelo emprego de uma 
linguagem espontânea.
é marcada por um uso exagerado 
de adjetivos e figuras de 
linguagem.
Pause e responda
A expressão “trabalho de lapidação da palavra” sugere que a 
poesia de João Cabral de Melo Neto
é marcada por um trabalho com 
a escolha das palavras, 
construção dos versos etc. 
reflete elementos concretos que 
podem ser lapidados como as 
pedras. 
é conhecida pelo emprego de 
uma linguagem espontânea.
é marcada por um uso 
exagerado de adjetivos e figuras 
de linguagem.
Escrita entre 1954 e 1955, a obra é um 
poema que narra a trajetória de Severino 
— um retirante nordestino como tantos 
outros, que migra para a capital em 
busca de melhores condições de vida. O 
poema pode ser dividido em duas partes: 
o caminho da personagem até Recife e 
sua estada na capital pernambucana.
O nome Severino representa uma 
identidade coletiva, que simboliza o 
sofrimento e a miséria de uma população 
marcada pela seca e pela desigualdade 
social.
A obra: Morte e vida severina
Foco no conteúdo
— O meu nome é Severino,
como não tenho outro de pia.
Como há muitos Severinos,
que é santo de romaria,
deram então de me chamar
Severino de Maria
como há muitos Severinos
com mães chamadas Maria,
fiquei sendo o da Maria
do finado Zacarias. [...]
O RETIRANTE EXPLICA AO LEITOR 
QUEM É E A QUE VAI
HORA DA LEITURA
Mas isso ainda diz pouco
há muitos na freguesia,
por causa de um coronel
que se chamou Zacarias
e que foi o mais antigo
senhor desta sesmaria.
Como então dizer quem falo
ora a Vossas Senhorias?
Vejamos: é o Severino
da Maria do Zacarias,
lá da serra da Costela,
limites da Paraíba. 
Mais isso ainda diz pouco:
se ao menos mais cinco havia
com nome de Severino
filhos de tantas Marias
mulheres de outros tantos,
já finados, Zacarias,
vivendo na mesma serra
magra e ossuda em que eu vivia.
Somos muitos Severinos
iguais em tudo na vida:
na mesma cabeça grande
que a custo é que se equilibra,
no mesmo ventre crescido
sobre as mesmas pernas finas
e iguais também porque o sangue,
que usamos tem pouca tinta.
Foco no conteúdo
E se somos Severinos
iguais em tudo na vida,
morremos de morte igual,
mesma morte severina:
que é a morte de que se morre
de velhice antes dos trinta,
de emboscada antes dos vinte
de fome um pouco por dia
(de fraqueza e de doença
é que a morte severina
ataca em qualquer idade,
e até gente não nascida).
(MELO NETO, 1994)
HORA DA LEITURA
Na prática 5 minutosVeja no livro!Atividade 1
A
B
C
D
a precariedade física a qual os retirantes estão submetidos quando enfrentam a 
pobreza, a doença, a fome e a miséria, marcada, também, pela dificuldade 
social.
a luta diária dos retirantes nordestinos para sobreviver, marcada por corpos que 
refletem o desgaste físico, mas também a indiferença diante da pobreza.
a facilidade de adaptação dos nordestinos mesmo com limitações físicas, como 
pernas finas, pouco equilíbrio e cabeça avantajada. 
as características físicas comuns entre nordestinos, como a cabeça grande e o 
ventre crescido, típicos de quem nasceu no sertão pernambucano. 
O trecho “na mesma cabeça grande/ que a custo é que se equilibra,/ no mesmo ventre 
crescido/ sobre as mesmas pernas finas/ e iguais também porque o sangue,/ que usamos 
tem pouca tinta” sugere:
Na prática Veja no livro!Atividade 1 TODO MUNDO ESCREVE
A
B
C
D
a precariedade física a qual os retirantes estão 
submetidos quando enfrentam a pobreza, a doença, a 
fome e a miséria, marcada, também, pela dificuldade 
social.
a luta diária dos retirantes nordestinos para sobreviver, 
marcada por corpos que refletem o desgaste físico, 
mas também a indiferença diante da pobreza.
a facilidade de adaptação dos nordestinos mesmo com 
limitações físicas, como pernas finas, pouco equilíbrio 
e cabeça avantajada. 
as características físicas comuns entre nordestinos, 
como a cabeça grande e o ventre crescido, típicos de 
quem nasceu no sertão pernambucano.
Correção
O poema usa expressões como 
“cabeça grande”, “ventre 
crescido” e “sangue com pouca 
tinta” para simbolizar a 
precariedade física e social dos 
retirantes nordestinos, decorrente 
da fome e da miséria. As outras 
alternativas estão incorretas 
porque introduzem interpretações 
inadequadas, como “indiferença” 
(B), “facilidade de adaptação” (C) 
e simplificação das 
características físicas como 
típicas do Nordeste (D).
Na prática Veja no livro!Atividade 1
O trecho “na mesma cabeça grande/ que a custo é que se equilibra,/ no mesmo ventre 
crescido/ sobre as mesmas pernas finas/ e iguais também porque o sangue,/ que usamos 
tem pouca tinta” sugere:
São orações que exercem a 
função de advérbio e 
funcionam como adjunto 
adverbial em relação à 
oração principal. 
No quadro, veja algumas 
categorias dessas orações. 
Orações subordinadas 
adverbiais – parte I
Foco no conteúdo
Fonte: SARMENTO, 2012.
Classificação da oração subordinada 
adverbial
Exemplo
Causal (expressa causa ou motivo): 
porque, que, como, pois, que, porquanto, 
visto que, uma vez que, já que etc.
Severino fica fraco porque não se 
alimenta regularmente.
Comparativa (expressa comparação): 
como, assim como, tal como, tanto como, 
tanto quanto, como se, do que, quanto, 
tal, qual etc.
Severino tem o ventre crescido 
como tantos outros Severinos.
Concessiva (expressa ressalva): embora, 
conquanto, por mais que, posto que, 
ainda que, apesar de que, se bem que, 
mesmo que etc.
Embora tenham o sangue com 
pouca tinta, os Severinos são 
fortes.
Condicional (expressa condição): caso, 
contanto que, salvo se, a não ser que, 
desde que, a menos que etc.
Se não morrer de velhice antes 
dos trinta, morre de emboscada 
antes dos vinte.
Conformativa (expressa conformidade): 
conforme, segundo, como, consoante, de 
acordo etc.A morte severina chega conforme 
combinado com cada Severino.
[...]
deram então de me chamar
Severino de Maria;
como há muitos Severinos
com mães chamadas Maria,
fiquei sendo o da Maria
do finado Zacarias.
Mas isso ainda diz pouco:
há muitos na freguesia,
por causa de um coronel
que se chamou Zacarias
Leia o trecho e responda à pergunta a seguir.
Na prática
Veja no livro!Atividade 2 5 minutos
(MELO NETO, 1994)
B
C
D
E
A causal, pois expressa o motivo de haver muitos Severinos
filhos de um coronel chamado Zacarias. 
conformativa, pois explica a existência de um coronel 
chamado Zacarias. 
concessiva, pois, embora haja muitos Severinos na 
freguesia, cada um mantém sua individualidade.
condicional, pois indica que haveria muitos Severinos na 
freguesia se houvesse uma causa específica.
comparativa, pois expressa uma comparação entre 
severinos da região.
O verso “por causa de um coronel” corresponde a uma oração subordinada adverbial, que 
estabelece com o verso anterior uma relação:
Na prática
Veja no livro!Atividade 2 TODO MUNDO ESCREVE
B
C
D
E
A causal, pois expressa o motivo de haver muitos 
Severinos filhos de um coronel chamado Zacarias. 
conformativa, pois explica a existência de um coronel 
chamado Zacarias. 
concessiva, pois, embora haja muitos Severinos na 
freguesia, cada um mantém sua individualidade.
condicional, pois indica que haveria muitos Severinos na 
freguesia se houvesse uma causa específica.
comparativa, pois expressa uma comparação entre 
severinos da região.
Correção:
A alternativa correta aponta 
que o verso “por causa de um 
coronel” corresponde a uma 
oração subordinada adverbial 
causal, pois expressa a razão 
pela qual há muitos Severinos 
na freguesia: a existência de 
um coronel chamado Zacarias, 
figura emblemática e influente 
na região, que teve muitos 
filhos batizados com o nome 
Severino.
Na prática
Veja no livro!Atividade 2
O verso “por causa de um coronel” corresponde a uma oração subordinada adverbial, que 
estabelece com o verso anterior uma relação:
Morte e vida severina nasceu a partir de uma 
encomenda recebida pelo autor para a produção 
de um auto de Natal.
No auto de Natal de João Cabral de Melo Neto, 
há uma paródia do nascimento de Cristo através 
do nascimento de uma criança nordestina em 
meio à pobreza do sertão.
Morte e vida severina é formada por um ato, 
dividida em 18 quadros. Cada quadro representa 
um cenário.
A obra: Morte e vida severina
Foco no conteúdo
Auto é uma forma popular de teatro 
medieval, de temática religiosa ou 
profana, composta por um único 
ato. O auto de Natal é uma 
composição teatral que encena o 
nascimento de Jesus.
Analise a seguir outros trechos de Morte e vida severina. No primeiro, há uma conversa 
entre Severino e o mestre carpina, Seu José. No último trecho, uma mulher anuncia o 
nascimento do filho de José. 
— Seu José, mestre carpina,
e quando ponte não há?
quando os vazios da fome
não se tem com que cruzar?
quando esses rios sem água 
são grandes braços de mar? 
— Severino, retirante, 
o meu amigo é bem moço
sei que a miséria é mar largo,
não é como qualquer poço:
mas sei que para cruzá-la
vale bem qualquer esforço.
[...]
— Seu José, mestre carpina,
e que interesse, me diga,
há nessa vida a retalho
que é cada dia adquirida?
espera poder um dia
comprá-la em grandes partidas?
— Severino, retirante,
não sei bem o que lhe diga:
não é que espere comprar
em grosso tais partidas,
mas o que compro a retalho
é, de qualquer forma, vida.
Foco no conteúdo
— Seu José, mestre carpina,
que diferença faria
se em vez de continuar
tomasse a melhor saída: 
a de saltar, numa noite, 
fora da ponte e da vida? 
APROXIMA-SE DO RETIRANTE O MORADOR DE UM DOS MOCAMBOS QUE EXISTEM ENTRE O 
CAIS E A ÁGUA DO RIO
HORA DA LEITURA
— Compadre José, compadre,
que na relva estais deitado:
conversais e não sabeis
que vosso filho é chegado?
Estais aí conversando
em vossa prosa entretida:
não sabeis que vosso filho
saltou para dentro da vida?
Saltou para dento da vida
ao dar o primeiro grito
e estais aí conversando
pois sabeis que ele é nascido. 
UMA MULHER, DA PORTA DE 
ONDE SAIU O HOMEM, ANUNCIA-
LHE O QUE SE VERÁ
Foco no conteúdo
─ é tão belo como a soca
que o canavial multiplica.
─ Belo porque é uma porta
abrindo-se em mais saídas.
[...]
─ Belo porque tem do novo
a surpresa e a alegria.
─ Belo como a coisa nova
na prateleira até então vazia.
─ Como qualquer coisa nova
inaugurando o seu dia.
─ Ou como o caderno novo
quando a gente o principia.
─ E belo porque o novo
todo o velho contagia.
─ Belo porque corrompe
com sangue novo a anemia.
─ Infecciona a miséria
com vida nova e sadia.
─ Com oásis, o deserto,
com ventos, a calmaria.
FALAM OS VIZINHOS, AMIGOS, PESSOAS QUE
VIERAM COM PRESENTES ETC. 
(MELO NETO, 1994)
1. Na passagem do primeiro título para os demais, há uma mudança de perspectiva 
sobre a vida? Justifique sua resposta. 
2. O que o nascimento da criança simboliza no poema? 
Na prática 10 minutosVIREM E CONVERSEM
Correção
1. Na passagem do primeiro título para os 
demais, há uma mudança de perspectiva 
sobre a vida? Justifique sua resposta. 
Sim, há uma mudança de perspectiva 
sobre a vida. No primeiro trecho 
apresentado, há uma visão desiludida e 
fatalista, como expressa o trecho “— Seu 
José, mestre carpina, que diferença faria 
se em vez de continuar”, revelando o 
desânimo diante da continuidade da vida 
severina. Porém, essa perspectiva é 
interrompida pelo anúncio do nascimento 
da criança, representando uma 
possibilidade de resistência e 
continuidade para o povo nordestino, 
mesmo em meio às dificuldades.
Na prática
2. O que o nascimento da criança simboliza 
no poema? 
O nascimento da criança no poema 
simboliza esperança e renovação em meio 
à adversidade do sertão nordestino. No 
trecho “─ Belo porque corrompe / com 
sangue novo a anemia. / ─ Infecciona a 
miséria / com vida nova e sadia”, a 
chegada do bebê é vista como uma força 
revitalizadora que desafia a realidade de 
miséria e sofrimento. Esse nascimento, 
portanto, representa uma transformação 
positiva, trazendo vida e resistência para 
um cenário marcado pela dureza da “vida 
severina”.
• Morte e vida severina apresenta 
uma crítica social? Qual?
• Após ler trechos da obra, como 
você define o significado da 
expressão “morte e vida severina”? 
© Pixabay
Encerramento
5 minutos
COM SUAS PALAVRAS
CÁSPER EDIÇÃO 20. Além da vida severina: A principal obra de João Cabral de Melo Neto 
completa 60 anos, mas o autor queria ser reconhecido não só por seu poema mais popular. 
Cásper, [s.d.]. Disponível em: https://revistacasper.casperlibero.edu.br/edicao-20/alem-da-
vida-severina/. Acesso em: 30 abr. 2025.
LEMOV, D. Aula nota 10 3.0: 63 técnicas para melhorar a gestão da sala de aula. Porto 
Alegre: Penso, 2023. 
LITERATURA E OUTRAS ARTES. “Morte e vida severina”: relações e adaptações cabralinas. 
Spotify, 16 nov. 2022. Disponível em: 
https://open.spotify.com/episode/0Y2sppGznJ8Rc1l0Sz9mxN. Acesso em: 30 abr. 2025. 
MELO NETO, J. C. de. Morte e vida severina e outros poemas para vozes. Rio de Janeiro: 
Nova Fronteira, 1994. 
Referências
https://revistacasper.casperlibero.edu.br/edicao-20/alem-da-vida-severina/
https://revistacasper.casperlibero.edu.br/edicao-20/alem-da-vida-severina/
https://open.spotify.com/episode/0Y2sppGznJ8Rc1l0Sz9mxN
ROSENSHINE, B. Principles of instruction: research-based strategies that all teachers should 
know. American Educator, v. 36, n. 1, Washington, 2012. p. 12-19. Disponível em: 
https://www.aft.org/ae/spring2012. Acesso em: 30 abr. 2025. 
SÃO PAULO (Estado). Secretaria da Educação. Currículo Paulista: etapa Ensino Médio, 
2020. Disponível em: https://efape.educacao.sp.gov.br/curriculopaulista/wp-
content/uploads/2023/02/CURRÍCULO-PAULISTA-etapa-Ensino-Médio_ISBN.pdf. Acesso
em: 30 abr. 2025.SÃO PAULO (Estado). SP Escola de Teatro. O que é um Auto teatral? Centro de Formação
das Artes do Palco, 21 dez. 2020. Disponível em: 
https://www.spescoladeteatro.org.br/noticia/o-que-e-um-auto-teatral. Acesso em: 30 abr. 
2024. 
SARMENTO, L. L. Vereda Digital: Gramática em textos. São Paulo: Moderna, 2012. 
Identidade visual: imagens © Getty Images.
Referências
https://www.aft.org/ae/spring2012
https://efape.educacao.sp.gov.br/curriculopaulista/wp-content/uploads/2023/02/CURR%C3%8DCULO-PAULISTA-etapa-Ensino-M%C3%A9dio_ISBN.pdf
https://efape.educacao.sp.gov.br/curriculopaulista/wp-content/uploads/2023/02/CURR%C3%8DCULO-PAULISTA-etapa-Ensino-M%C3%A9dio_ISBN.pdf
https://www.spescoladeteatro.org.br/noticia/o-que-e-um-auto-teatral
A seguir, você encontra uma seleção de exercícios extras,
que ampliam as possibilidades de prática, de retomada e 
aprofundamento do conteúdo estudado.
Aprofundando
Somos muitos Severinos
iguais em tudo na vida:
na mesma cabeça grande
que a custo é que se equilibra,
no mesmo ventre crescido
sobre as mesmas pernas finas,
e iguais também porque o sangue
que usamos tem pouca tinta.
1. (ENEM 2011)
Aprofundando
E se somos Severinos
iguais em tudo na vida,
morremos de morte igual,
mesma morte Severina:
que é a morte de que se morre
de velhice antes dos trinta
de emboscada antes dos vinte,
de fome um pouco por dia.
MELO NETO, J. C. Obra completa. Rio 
Janeiro: Nova Aguilar, 1994 (fragmento).
Veja no livro!
B
C
D
E
A presença da morte, que universaliza os sofrimentos dos 
nordestinos.
opressão socioeconômica a que todo ser humano se encontra 
submetido.
miséria, à qual muitos nordestinos estão expostos, simbolizada 
na figura de Severino.
descrição sentimentalista de Severino, que divaga sobre 
questões existenciais.
figura do homem agreste, que encara ternamente sua condição 
de pobreza.
Nesse fragmento, parte de um auto de Natal, o poeta retrata uma situação marcada pela:
Aprofundando
Veja no livro!
B
C
D
E
A presença da morte, que universaliza os sofrimentos dos 
nordestinos.
opressão socioeconômica a que todo ser humano se 
encontra submetido.
miséria, à qual muitos nordestinos estão expostos, 
simbolizada na figura de Severino.
descrição sentimentalista de Severino, que divaga sobre 
questões existenciais.
figura do homem agreste, que encara ternamente sua 
condição de pobreza.
Correção:
O poema Morte e vida 
severina simboliza, através 
de Severino, a miséria 
enfrentada pelos 
nordestinos, que sofrem 
com a falta de recursos e 
condições precárias de 
vida, levando a mortes 
prematuras.
Nesse fragmento, parte de um auto de Natal, o poeta retrata uma situação marcada pela:
Aprofundando
Veja no livro!
— Essa cova em que estás,
com palmos medida,
é a conta menor
que tiraste em vida.
— É de bom tamanho,
nem largo, nem fundo,
é a parte que te cabe
deste latifúndio.
2. (UCS [s.d.]) Leia o fragmento de Morte e Vida Severina, de João Cabral de Melo Neto.
Aprofundando 
(MELO NETO, João Cabral de. Morte 
e vida severina e outros poemas 
para vozes. 4. ed. Rio de Janeiro: 
Nova Fronteira, 2000. p. 108.)
Veja no livro!
B
C
D
E
A o autor, por meio dele, denuncia os profundos problemas 
sociais que assolam o Sudeste brasileiro.
há uma nota de inconformismo no fragmento acima, 
sintetizada no verso “é de bom tamanho”.
a companheira fiel e constante dos retirantes é a vida, capaz 
de lhes dar a terra que lhes pertence.
Severino simboliza todos os latifundiários que, ciclicamente, 
abandonam suas terras por causa da seca.
a imagem antitética que se estabelece entre cova e latifúndio 
sugere a exploração sofrida pelos nordestinos.
(UCS [s.d.]) Em relação ao poema, é correto afirmar que:
Aprofundando
Veja no livro!
B
C
D
E
A o autor, por meio dele, denuncia os profundos 
problemas sociais que assolam o Sudeste brasileiro.
há uma nota de inconformismo no fragmento acima, 
sintetizada no verso “é de bom tamanho”.
a companheira fiel e constante dos retirantes é a vida, 
capaz de lhes dar a terra que lhes pertence.
Severino simboliza todos os latifundiários que, 
ciclicamente, abandonam suas terras por causa da seca.
a imagem antitética que se estabelece entre cova e 
latifúndio sugere a exploração sofrida pelos nordestinos.
Correção:
A alternativa correta destaca a 
antítese entre “cova” e 
“latifúndio” no poema, 
simbolizando a exploração dos 
nordestinos, que recebem 
apenas uma pequena “parte” 
do vasto latifúndio — a cova. 
Essa imagem reforça a crítica 
social de João Cabral de Melo 
Neto sobre a desigualdade e a 
opressão enfrentadas pelos 
trabalhadores rurais. 
(UCS [s.d.]) Em relação ao poema, é correto afirmar que:
Aprofundando
Veja no livro!
	Slide 1
	Slide 2
	Slide 3: Morte e vida severina
	Slide 4: O autor: João Cabral de Melo Neto
	Slide 5: A expressão “trabalho de lapidação da palavra” sugere que a poesia de João Cabral de Melo Neto
	Slide 6: A expressão “trabalho de lapidação da palavra” sugere que a poesia de João Cabral de Melo Neto
	Slide 7: A obra: Morte e vida severina
	Slide 8
	Slide 9
	Slide 10: O trecho “na mesma cabeça grande/ que a custo é que se equilibra,/ no mesmo ventre crescido/ sobre as mesmas pernas finas/ e iguais também porque o sangue,/ que usamos tem pouca tinta” sugere:
	Slide 11: O trecho “na mesma cabeça grande/ que a custo é que se equilibra,/ no mesmo ventre crescido/ sobre as mesmas pernas finas/ e iguais também porque o sangue,/ que usamos tem pouca tinta” sugere:
	Slide 12: Orações subordinadas adverbiais – parte I
	Slide 13: Leia o trecho e responda à pergunta a seguir.
	Slide 14: O verso “por causa de um coronel” corresponde a uma oração subordinada adverbial, que estabelece com o verso anterior uma relação:
	Slide 15: O verso “por causa de um coronel” corresponde a uma oração subordinada adverbial, que estabelece com o verso anterior uma relação:
	Slide 16: A obra: Morte e vida severina
	Slide 17
	Slide 18: UMA MULHER, DA PORTA DE ONDE SAIU O HOMEM, ANUNCIA-LHE O QUE SE VERÁ 
	Slide 19
	Slide 20
	Slide 21
	Slide 22
	Slide 23
	Slide 24
	Slide 25: 1. (ENEM 2011)
	Slide 26: Nesse fragmento, parte de um auto de Natal, o poeta retrata uma situação marcada pela:
	Slide 27: Nesse fragmento, parte de um auto de Natal, o poeta retrata uma situação marcada pela:
	Slide 28: 2. (UCS [s.d.]) Leia o fragmento de Morte e Vida Severina, de João Cabral de Melo Neto. 
	Slide 29: (UCS [s.d.]) Em relação ao poema, é correto afirmar que: 
	Slide 30: (UCS [s.d.]) Em relação ao poema, é correto afirmar que: 
	Slide 34

Mais conteúdos dessa disciplina