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Principais técnicas de anestesia locorregional Introdução – ▪ Potenciais benefícios da anestesia locorregional ▪ Limitações ▪ Técnicas ➢ Anestesia infiltrativa (local) ➢ Bloqueio de nervos periféricos ➢ Anestesia no neuroeixo Equipamentos e materiais utilizados na anestesia locorregional – ▪ Agulhas técnicas ➢ Espinhais ➢ Neuroestimulação ➢ Ecogênicas ▪ Estimulador de nervos periféricos ▪ Ultrassom ▪ Material para tricotomia e antissepsia Agulhas técnicas – ▪ Maior sensibilidade na punção ▪ Menor risco de lesão vascular ou neurológica ▪ São denominadas, na maioria dos casos, em função da forma do seu bisel 1. Eldor 2. Sprotte 3. Autraucan 4. Tuohy (Weiss) 5. Quincke (Espinhal) Auxílio ultrassonográfico – ▪ Permite a visualização direta do nervo ou de estruturas adjacentes ▪ a acurácia no posicionamento da agulha e o sucesso do bloqueio ▪ Principais aplicações: → Bloqueios perineurais em membros → Bloqueios oculares → Bloqueios interfasciais → Epidural em situações difíceis Anestesia Infiltrativa – ▪ Injeção (infiltração) do AL em torno do campo cirúrgico desejado ▪ Linha incisional (pele), subcutâneo fáscia ou músculo ▪ Aplicações: → Biópsias de pele → Analgesia incisional → Analgesia em orquiectomia → Cateteres de ferida o Subcutâneo o Subfascial o Intra-articular o Pleural Bloqueio de nervos periféricos – ▪ A solução anestésica é depositada ao redor do nervo ▪ O bloqueio da transmissão nervosa dessensibiliza toda uma região ▪ Bloqueio motor e/ou sensitivo ▪ Latência > que anestesia infiltrativa ▪ Nervos cranianos (para odontologia) ▪ Membro torácico (plexo braquial) ▪ Parede torácica (nervos intercostais) Nervos cranianos – ▪ Maxilar ▪ Infra-orbital ▪ Alveolar mandibular ▪ Mentoniano (mentual) Todos têm origem a partir das ramificações do nervo trigêmeo (V) Anatomia dos nervos cranianos – Bloqueio do nervo maxilar – ▪ Anestesia da maxila, arcada dentária, palato e tecidos moles do lado correspondente ▪ Indicações ✓ Extrações dentárias ✓ Maxilectomia ✓ Cirurgias do palato ▪ Volume da solução de anestésicos locais ✓ 0,05 a 0,1 mL/Kg (não ultrapassar 3,0 mL total) ▪ Acesso intraoral Bloqueio do nervo infraorbital – ▪ Anestesia rostral da maxila, arcada dentária (incisivos, caninos e primeiro pré-molar) ▪ Indicações ✓ Extrações dentárias ✓ Maxilectomia rostral ▪ Volume da solução de anestésicos locais ✓ 0,05 ml/Kg (não ultrapassar 2,0 mL total) ▪ Acesso: **Cuidado ao introduzir a agulha em braquicefálicos / felinos Bloqueio do nervo alveolar mandibular – ▪ Anestesia da mandíbula, arcada dentária e tecidos moles do lado correspondente ▪ Indicações ✓ Extrações dentárias ✓ Mandibulectomia ✓ Osteossínteses ▪ Volume da solução de anestésicos locais ✓ 0,05 a 0,1 mL/Kg (não ultrapassar 2,0 mL total) ▪ Acesso intraoral: Bloqueio do nervo mentoniano – ▪ Anestesia rostral da mandíbula, arcada dentária (incisivos, canino e primeiro pré-molar) e tecidos moles do lado correspondente ▪ Indicações ✓ Extrações dentárias ✓ Osteossínteses (rostral) ▪ Volume da solução de anestésicos locais ✓ 0,05 mL/Kg (não ultrapassar 1,5 mL total) ▪ Acesso: Bloqueios de nervos para odontologia – ▪ Anestésicos locais: – Lidocaína 2% sem vasopressor: anestesia de curta duração (~1h) – Bupivacaína ou levobupivacaína 0,5%: anestesia de longa duração (4-6 h) – Bupivacaína ou levobupivacaína 0,25%: anestesia de longa duração (3-6h), com menos bloqueio motor Plexo braquial – ▪ Conjunto de nervos responsáveis pela inervação do membro torácico * Origem nas raízes nervosas C6, C7, C8 eT1 Abordagens do plexo braquial – Indicações para as abordagens do plexo braquial – ▪ Quanto mais perto da emergência das raízes nervosas, maior a extensão (proximal) do bloqueio ❖ Abordagem paravertebral (raízes nervosas): amputações MT e cirurgias acima do cotovelo ❖ Abordagem axilar: cirurgias em úmero distal, cotovelo, rádio-ulna ❖ Abordagem distal (nervos RUMM): cirurgias distais ao cotovelo*, articulação do carpo e metacarpos Abordagem axilar do plexo braquial – *Vista medial do plexo braquial em um cão. Acesso fácil aos nervos radial, ulnar, musculocutâneo e mediano ▪ Anatomia e pontos de referência Bloqueio subescapular (axilar) do plexo braquial – ▪ TÉCNICA ➜Colocar o paciente em decúbito lateral com o membro perpendicular ao eixo longitudinal do corpo ➜Identificar o acrômio e a tuberosidade maior do úmero. Estabelecer uma linha entre estas estruturas ➜Entrar com a agulha perpendicular à esta linha ➜Inclinar a agulha de 20º a 30º em relação ao plano da superfície ➜Progredir a agulha em direção à 1ª costela ➜A palpação da artéria axilar auxilia o posicionamento da agulha (próxima) ➜Estimulador de nervos periféricos: respostas motoras ➜Auxílio ultrassonográfico (decúbito dorsal): visualização dos nervos ▪ Qual solução de anestésicos locais utilizar??? – Bupivacaína ou Levobupivacaína a 0,5% ❖ Bom bloqueio motor e sensitivo ❖ Longa duração (até 8h) ❖ Volumes recomendados: 0,4 mL/Kg (equivale a 2 mg/Kg dos anestésicos a 0,5%) Bloqueio dos nervos intercostais – ▪ Dessensibilização da parede torácica ✓ Região médio-ventral ✓ Cada nervo intercostal dessensibiliza um espaço apenas (bloqueios múltiplos) ✓ Não confere analgesia intra-torácica (visceral) ✓ Uso em toracocenteses e adjuvante nas toracotomias intercostais ✓ Não interfere com a ventilação ▪ Soluções anestésicas ✓ Lidocaína 1% a 2% ou bupivacaína/levobupivacaína 0,25% a 0,5% ✓ Volume: 0,03 a 0,05 mL/Kg para cada nervo Anestesia (e analgesia) no neuroeixo – ▪ Anestésicos/analgésicos em contato com a medula espinhal e/ou raízes nervosas ▪ Efeito localizado, eficaz e com uso de doses àquelas utilizadas pela via sistêmica/tecidual ▪ Modalidades ➢ Epidural (peridural ou extradural) ➢ Espinhal (raquianestesia, intratecal, subaracnóidea) ▪ Destacam-se como parte das técnicas de anestesia balanceada Anatomia da coluna vertebral – ▪ Número de vértebras → Cervicais (7): C1 -C7 → Torácicas (13): T1 -T13 → Lombares (7): L1 -L7 → Sacrais (3): S1 -S3 → Coccígeas/caudais (até 20): Co1 -CoX ▪ Ligamento amarelo: teto do canal medular no espaço intervertebral • Ligamento flavo / ligamento interarqueado ▪ Plexo venoso: veias bilaterais no assoalho do canal vertebral ➤O cone medular se estende até L6-L7 em cães de raça grande ➤Em cães pequenos e gatos pode se estender além da região lombossacra ➤A cauda equina são nervos espinhais que continuam seu trajeto no canal medular após o término do cone Anestesia Epidural – ▪ Deposição da solução anestésica ao redor da dura- mater ▪ O bloqueio anestésico ocorre ao nível dos nervos espinhais • Bilateral • A migração cranial do AL está relacionada ao volume aplicado Mapa de dermátomos e áreas de inervação sensorial da pele por nervos cranianos – Extensão do bloqueio X volume da solução anestésica – ▪ Raízes nervosas X Regiões inervadas • Membro pélvico: L3 a S1 (plexo lombossacro) • Parede abdominal: T11-13 (cranial); L1-3 (caudal) • Tórax: T2 a T13 Quais fármacos utilizar na anestesia epidural? – 1. Anestésicos locais 2. Opióides 3. α2-agonistas *Outras classes de fármacos já foram testadas/utilizadas no espaço epidural (cetamina, benzodiazepínicos, amitraz, DMSO, MgSO4 ....) ▪ Quais os objetivos a serem alcançados? ✓ Anestesia com bloqueio motor e/ou sensitivo? ✓ Duração do bloqueio ✓ Somente analgesia *Mandatório na elaboraçãodo protocolo Indicações para a anestesia epidural – ▪ Abordagem lombossacra (L7-S1) ✓ Períneo ✓ Pelve ✓ Membro pélvico ✓ Abdome caudal ✓ Abdome cranial***** CONTRA-INDICAÇÕES para a anestesia epidural – ▪ Infecções e/ou neoplasias no local de punção ▪ Coagulopatia → Risco de hemorragia e hematoma sub-dural, compressão e lesão medular ▪ Hipovolemia e hipotensão / Sepse → Bloqueio simpático (AL) e agravamento hemodinâmico → Opióides podem ser utilizados (analgesia epidural) ▪ Obstrução da via de saída do VE (estenose aórtica, p.e.) → resposta à vasodilatação ▪ Anormalidades anatômicas ou traumáticas → dificuldade ou impossibilita a execução da técnica TÉCNICA: Anestesia Epidural Lombossacra (L7-S1) – ➤Sedação / Anestesia ✓ Sempre necessário ✓ Acesso venoso / administração de fluidos ✓ Tranquilização prévia + propofol (titulado para efeito) ▪ Em boa parte dos pacientes é suficiente ▪ Suplementar O2 se necessário ✓ Anestesia geral (inalatória) ✓ Monitorização de parâmetros fisiológicos ▪ ECG, SpO2, PANI ➤Preparo e posicionamento do paciente ✓ Ampla tricotomia na região lombossacra (L7- S1) ✓ Assepsia cirúrgica ▪ Clorexidina 0,5% alcoólico (**degermante**) ✓ Posição na mesa ▪ Decúbito esternal * Membro pélvico lançado cranialmente (melhor posicionamento) * Membro pélvico em posição “sentado” (esfinge) ▪ Decúbito lateral * Pouco convencional * Em pacientes com trauma pélvico pode ser útil ✓ Colocação do campo fenestrado (estéril) ➤Paramentação ✓ Limpeza/lavagem das mãos e colocação de luvas cirúrgicas (estéreis) ➤Localização do espaço epidural L7-S1 ✓ Referências ▪ Crista ilíaca ▪ Processo espinhoso de L7 * bastante proeminente e palpável entre as cristas ilíacas ▪ Processo espinhoso de S1 * nem sempre facilmente palpável ▪ Depressão entre L7 e S1 (tecido macio em relação ao processo espinhoso) * Manter o melhor alinhamento possível da coluna ➤Entrar com a agulha técnica perpendicular à pele na região identificada ✓ Sempre atentar para a posição cranial do bisel ➤Evoluir suavemente a agulha e sentir as resistências ✓ Das fáscias musculares ✓ Do ligamento amarelo * Caso a agulha toque uma superfície dura (osso) retirá-la alguns milímetros e reposicionar, mudando a inclinação em direção ao espaço LS. ➤Confirmar a posição no espaço epidural ✓ Teste da gota: aspiração de uma pequena quantidade de líquido através da agulha ( pressão no espaço epidural) ✓ Perda da resistência: seringas específicas onde se testa a resistência à aplicação de ar durante a evolução da agulha ✓ Gotejamento em equipo: após a agulha entrar no espaço epidural ✓ Neuroestimulação elétrica: aplicação de correntes específicas (0,3 a 0,5 mA) e detecção de respostas motoras de origem medular ➤Aplicar a solução anestésica ✓ Sem resistência ✓ Com velocidade constante e baixa (1-2 min) ✓ Após prévia aspiração e confirmada ausência de sangue ou líquor ➤Verificar a eficácia do bloqueio anestésico ✓ Reflexo patelar ✓ Reflexo do panículo ✓ Dor profunda (se acordado/levemente sedado) ✓ Relaxamento do esfíncter anal externo / reflexo anal ✓ Relaxamento do esfíncter urinário externo ✓ Resposta ao estímulo cirúrgico Eficácia analgésica/anestésica – CASO 01: Ressecção da cabeça do fêmur ➜Abordagem: L7-S1 ➜Bupivacaína 0,5% + Morfina 0,1 mg/kg ➜Volume final: 0,3 mL/Kg CASO 02: Osteossíntese de fêmur ➜Abordagem: L7-S1 ➜Bupivacaína 0,375% + Morfina 0,1 mg/kg ➜Volume: 0,3 mL/Kg (diluição com lidocaína) ➜Levobupivacaína 0,375% + Morfina 0,1 mg/kg ➜Volume: 0,20 mL/Kg (diluição com lidocaína) Estenose sub-aórtica e moderada hipertrofia do VE
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