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Anestesia Local e Locorregional Adilson Júnior Alves Dias Francisco Coelho Jácome de Brito Iara Pinheiro Calil Igor Marcos Bacelete Barbosa Santos João Victor Fagundes dos Santos Luciano Gonzaga e Freitas Matheus Fernandes Costa e Silva Rafael Augusto de Carvalho Leão Victor de Matos Rodrigues Vitor Franco Moreira Professor: Dr. Augusto Coelho CIRURGIA AMBULATORIAL E CLÍNICA CIRÚRGICA O que é anestesia? Anestesia é o estado de total ausência de dor e outras sensações durante uma operação, exame diagnóstico ou curativo. Ela pode ser geral, isto é, para o corpo todo; ou parcial, também chamada regional, quando apenas uma região do corpo é anestesiada. (SBA, 2020). História da anestesia 460-377 a.C.: Hipócrates usa a esponja soporífera com uma mistura de ópio, mandrágoras e outras substâncias. Dizia que uma vez identificada a lesão, o cirurgião deveria preparar adequadamente o campo, colocar-se em um lugar bem iluminado, ter as unhas curtas e ser hábil no manejo dos dedos. 1846: Willian T.G. Morton realizou a primeira anestesia bem sucedida com éter. 1847: Roberto Haddock e Domingos realizaram a primeira anestesia utilizando éter no Brasil. 1884: Descoberta das propriedades da cocaína como anestésico local por Carl Koller. 1948: Fundação da sociedade Brasileira de anestesiologia. (MANICA, 2004). Primeira anestesia com éter, 1846 Robert C. Hinckley (1853 – 1940). Biblioteca Médica de Boston (Cambridge) AVALIAÇÃO PRÉ-ANESTÉSICA Objetivo História Exame Físico Objetivo Diminuir a morbidade e a mortalidade perioperatória; Conhecer o paciente, estabelecer com ele um vínculo de confiança, examina-lo, dirigir o preparo da anestesia e cuidá-lo durante e após o ato cirúrgico; O roteiro deve seguir uma história completa e exame físico detalhado analisados junto com exames laboratoriais; Revisão do prontuário médico; Avaliar a relação risco/benefício; (MANICA, 2004). História Estado geral atual; Atividade física; Saúde mental; Experiencias prévias em anestesias; Medicamentos utilizados e alergias; Transfusões de sangue; Drogas e grau de dependência; História menstrual e obstétrica; Revisão dos sistemas; (MANICA, 2004). Exame físico Examinar os prováveis locais de punção (pele e referências ósseas); Permeabilidade das vias aéreas nasais, mobilidade da ATM e da coluna cervical, posição da traqueia; Avaliar as possibilidades de execução das posições do paciente para a cirurgia; Avaliação e classificação da orofaringe (Mallampatti); (MANICA, 2004). (MANICA, 2004) Farmacologia Estrutura/classes básicas Mecanismo de ação dos anestésicos locais Potência Velocidade e duração do efeito Concentração sérica Metabolismo Estrutura Clique para adicionar texto (SAESP, 2003). Estrutura Classificação dos anestésicos locais segundo a natureza quimica da ligação na cadeia intermediária: Aminoésteres Aminoamidas Cocaína Tetracaína Procaína Cloroprocaína Lidocaína Bupivacaína Mepivacaína Ropivacaína Etidocaína Prilocaína (SAESP, 2003). Mecanismo de Ação Bloqueio dos canais de sódio de maneira reversível; Redução da velocidade de condução do estímulo ANESTÉSICO LOCAL ANESTÉSICO LOCAL ANESTÉSICO LOCAL (SAESP, 2003). Mecanismo de ação (MANICA, 2004). A ordem do bloqueio anestésico se processa da fibra menor para a de maior espessura. Na regressão ocorre o inverso. (SAESP, 2003). Velocidade de ação pKa influencia diretamente na velocidade do início de ação do anestésico: Meio básico - início mais rápido Meio ácido - início mais lento Tecidos inflamados = pH mais ácido = baixa capacidade difusão do anestésico (SAESP, 2003). Potência e Velocidade de Início (SAESP, 2003). Potência e Velocidade de Início GADSEN, 2013 Metabolismo Biodistribuição localizada (esperada) e sistêmica (colateral); Metabolismo hepático (amidas) ou conversão plasmática (ésteres); Excreção renal. (SAESP, 2003). Concentração Mínima de anestesia local A concentração mínima necessária para o bloqueio da condução dos impulsos nervosos; Varia conforme o diâmetro das fibras (CM de fibras motoras é cerca de duas vezes maior do que a das fibras sensitivas); Anestesia sensitiva nem sempre acompanhada de paralisia da musculatura esquelética; (SAESP, 2003). Anestesia Local - Vasoconstritor Adrenalina: Retarda a absorção da droga e aumenta a duração da atividade anestésica de agentes de curta ou média duração; Contraindicação: tecidos perfundidos por artérias terminais, como dedos, orelhas, nariz, devido à isquemia provocada pela vasoconstrição resultante. (SAESP, 2003). Condições clínicas x Duração anestésica A duração de ação também é afetada pelas condições clínicas do paciente, em destaque as comorbidades: Insuficiência renal crônica (diminui); Esclerodermia (aumenta); Insuficiência hepática grave (aumenta); (SAESP, 2003). Tipos de bloqueios anestésicos locais Tópico; Infiltrativo; Bloqueio de campo; Bloqueios regionais. Fonte: escola educação/anestesia. Anestesia local tópica Anestésico mais utilizado: lidocaína. Formas e locais de aplicação em mucosas e pele: Gel lubrificantes - (meato uretral, trato geniturinário); Spray - (sonda, cateteres via orofaringe, nasofaringe, esôfago, traqueobrônquica); Creme/Pomada - (pele danificada por queimaduras leves ou abrasões, boca, nariz); Instilados - (conta-gotas – córnea). Duração reduzida , pois atingem rapidamente a circulação sistêmica. Fonte: Slides hare, Clécio Piçarra. (SAESP, 2003). Fonte: Raom Tatoo/ youtube. É proibida aos tatuadores a prescrição e administração de quaisquer medicamentos por qualquer via de administração (tópica, oral, injetáveis e outras) aos clientes (ANVISA, 2009). Anestesia local infiltrativa Anestésico local, injetado no nível da pele e tecido subcutâneo onde deseja realizar a intervenção; Se difundem em direção às terminações nervosas, onde é bloqueada a excitação; Vasoconstritor pode até duplicar a ação do anestésico; Indicação: ideal para pequenos procedimentos superficiais da pele, retirada de pequenas lesões cutâneas como verrugas e cravos, fragmentos, suturas de feridas etc. (SAESP, 2003). Anestesia local infiltrativa - técnica Técnica de assepsia e antissepsia com degermante (PVPI); Campeamento estéril; Botão anestésico na borda da lesão, depois aplicar o anestésico com agulha fina, 30 a 45° de inclinação e bisel voltado pra cima em várias direções; Sempre aspirar antes para evitar a injeção endovascular. Fonte: Slides hare, Clécio Piçarra/AMANF. (SAESP, 2003). Bloqueio de campo Esse tipo de bloqueio proporciona delimitar uma área; Indicação: feridas cirúrgicas, remoção de lesões cutâneas e subcutâneas, anestesia maiores extensões de pele para retalho e enxertos, drenagem de abscesso, etc; A lidocaína e bupivacaína são muito utilizadas; Pode ser aplicada com vasoconstritor ou não; (SAESP, 2003). Bloqueio de campo - técnica Técnica de assepsia e antissepsia com degermante (PVPI); Campeamento estéril; 2 Botões anestésicos de lados opostos da lesão e a partir de cada um deles, aplicar o anestésico com agulha fina, longa, 30 a 45° de inclinação e bisel voltado pra cima em torno da ferida; Sempre aspirar antes para evitar a injeção endovascular. Fonte: Slideplayer. (SAESP, 2003). Bloqueio intravenoso regional Indicação: cirurgias de braço, perna até extremidades; Tipo de anestésico: lidocaína, bupivacaína; Consiste na injeção da droga anestésica na luz do vaso (endovenosa); Difusão até as terminações nervosas do tecido adjacente ou troncos nervosos, promovendo uma anestesia rápida da região; (SAESP, 2003). Bloqueio intravenoso regional - técnica Assepsia e antissepsia; Garrotear com manguito pneumático, de preferência, principalmente na raiz de membros; Dessangrar a veia escolhida;Aplicar o anestésico no leito venoso; Ao término da cirurgia desinsuflar e insuflar várias vezes para dosar a vazão na circulação sistêmica. Fonte: Slides Hare, Clécio Piçarra. (SAESP, 2003). Bloqueio neuroaxial Anestesia Subaracnóidea Anestesia Peridural Anestesia Locorregional Bloqueio neuroaxial Método utilizado em diversos procedimentos cirúrgicos. Necessário conhecer detalhes da cirurgia (duração prevista, posição do paciente) Conhecimento do nível segmentar necessário para a cirurgia Bloqueio Subaracnoide e Bloqueio Epidural (Miller & Pardo, 2012) Anestesia Subaracnóidea Administração de anestésico no espaço subaracnóideo. Requer baixa dose de anestésico. Produz analgesia sensorial com relaxamento muscular (facilitando o procedimento cirúrgico) Exemplos: Lidocaína hiperbárica 5% (diluída) | Bupivacaína isobárica ou hiperbárica. Extensível ao período pós-operatório. Indicações: cirurgias de abdome inferior, pélvicas, perineais e de MMII. (https://www.youtube.com/watch?v=_Ko-m4kFOiI) (SAESP, 2003). Técnica - Raquianestesia Posição do paciente. A administração de raquianestesia pode ser feita com o paciente em decúbito lateral, decúbito ventral ou sentado. Local Os espaços intervertebrais L2-3, L3-4 ou L4-5 são usados com frequência na raquianestesia Inserção da agulha. Confirmar a posição correta pela observação do fluxo livre de LCE pelo canhão da agulha. Administração de anestésico. Conectar a seringa que contém a dose predeterminada de anestésico local à agulha. (https://www.youtube.com/watch?v=_Ko-m4kFOiI) (SAESP, 2003). Anestesia Peridural Administração de solução de anestésico no espaço peridural A anestesia se dá por difusão do anestésico para o interior do espaço subaracnóideo e por contato direto com as raízes nervosas Requer maior dose de anestésico O início do bloqueio é mais lento em relação à raquianestesia, e a intensidade do bloqueio sensorial e motor é menor Cateter peridural: permite a titulação da dosagem e volume utilizados Exemplos : lidocaína, bupivacaínae ropivacaína, que podem ser associadas a adrenalina Indicações: Cirurgias de abdome e extremidades inferiores. Suplemento à anestesia geral (analgesia pós-operatória). (https://www.youtube.com/watch?v=_Ko-m4kFOiI) (SAESP, 2003). Técnica - Anestesia Epidural Posição do paciente. paciente sentado ou em decúbito lateral. Local: Lombar mais comum (outras: anestesia torácica; anestesia caudal) Inserção da agulha. Técnica de perda de resistência Administração de anestésico. Uso de cateter peridural (https://www.youtube.com/watch?v=_Ko-m4kFOiI) (SAESP, 2003). Raquianestesia X Peridural Menos tempo para ser realizada, Menor desconforto durante a colocação da agulha; requer menos anestésico Bloqueios sensório e motor mais intensos. Diminuição do risco de cefaleia Baixa incidência de hipotensão sistêmica, Produção de um bloqueio sensório segmentar (maior controle sobre a intensidade da anestesia sensória e sobre o bloqueio motor através do ajuste da concentração do anestésico local). Complicações Lesão neural por trauma Síndrome neurológica transitória (SNT) Hipotensão (bloqueio simpático) Cefaléia pós-punção dural Infecções Complicações Punção acidental da dura-máter (Cefaleia ) Hipotensão (bloqueio simpático) Injeção subaracnóidea acidental (raquitotal) Complicações do cateter Infecções (SAESP, 2003). Contraindicações de bloqueio neuroaxial Absolutas Recusa do paciente. Infecção no local de punção da pele. Septicemia ou bacteriemia. Coagulopatia. Aumento da pressão intracraniana. Relativas Infecção localizada periférica ao local de punção da técnica regional. Hipovolemia. Doença do sistema nervoso central. Dor nas costas crônica. (SAESP, 2003). Bloqueios periféricos Membros Superiores Membros Inferiores Cervical e de Face Pênis Anestesia Locorregional Bloqueio de nervos periféricos Utilizados para anestesia e analgesia pós-operatória Avaliação pré-operatória: Presença de neuropatias prévias Exame dos locais potencias para a realização do bloqueio Definição da via de bloqueio Bloqueios: Membros Superiores Membros Inferiores (SAESP, 2003). Membros superiores Bloqueio do plexo braquial Anestesia várias áreas do membro superior, dependendo do nível anatômico em que o plexo braquial é bloqueado Importante: conhecer a anatomia e inervações! (https://www.sbahq.org/webinar-me/) (SAESP, 2003). Membros superiores Vias de Bloqueio do Plexo Braquial A escolha da via de acesso ao plexo depende do local da intervenção, do risco de complicações e da experiência do anestesiologista (SAESP, 2003). Via interescalênica Obtido pela injeção de solução anestésica local no espaço interescalênico adjacente ao processo transverso de C6. Injeção média de 30 a 40 mℓ de solução anestésica. Referência anatômica: Fenda Interescalênica Pode ser guiado por ultrassonografia Indicação: Cirurgias de ombro e terço proximal do úmero Vantagem: Bloqueio de plexo cervical junto com plexo braquial Limitações Bloqueio do tronco inferior (C8, T1) – cirurgia de n. ulnar Alterações diafragmáticas – bloqueio do Frênico (Levine, 2012) (SAESP, 2003). Via interescalênica Paciente em decúbito dorsal, com pequena rotação da cabeça para o lado oposto ao do bloqueio Identificam-se os músculos escalenos anterior e médio. Identificação de raízes/troncos do plexo braquial. Infiltração de anestésico local https://www.sbahq.org/webinar-me/ (SAESP, 2003). Via supraclavicular Indicação: cirurgias abaixo do terço médio do úmero (cotovelo, do antebraço e da mão). Limitações/Riscos Risco de pneumotórax Injeção intravascular Injeção anestésica local ao redor do plexo braquial, no nível dos troncos nervosos, adjacente à artéria subclávia (latero-posterior) Injeção média de 20 a 30 mL de solução anestésica. Referência anatômica: clavícula e a. subclávia (palpação de pulso) Pode ser guiado por ultrassonografia https://www.sbahq.org/webinar-me/ (SAESP, 2003). Via supraclavicular paciente em decúbito dorsal, com pequena rotação da cabeça para o lado oposto ao do bloqueio O transdutor linear é colocado no plano coronal oblíquo na fossa supraclavicular. O plexo braquial é visualizado como um grupo hipoecoico de nervos em posição lateral e caudal em relação à proeminente artéria subclávia. Infiltração de anestésico local. https://www.sbahq.org/webinar-me/ (SAESP, 2003). Via infraclavicular injeção anestésica local ao redor do plexo braquial, ao nível dos fascículos lateral, medial e posterior, adjacentes à a. axilar. Administração de 15 a 20mL de anestésico local Referência anatômica: clavícula e processo coracoide Pode ser guiado por ultrassonografia Indicação: Cirurgias distais à porção média do úmero (antebraço e mão). Útil para a inserção de cateter de bloqueio do plexo braquial continuo porque útil em procedimentos de média a longa duração, nos quais a analgesia pós-operatória prolongada seria benéfica (p. ex., cirurgia óssea e articular). Limitações/Riscos: Pneumotórax, infecções, hematomas, lesão neural (SAESP, 2003). Via infraclavicular Posicionar o paciente em decúbito dorsal, com leve abdução do membro superior e a palma da mão voltada para cima. Identificação da a. axilar Aspiração negativa para sangue, Injeção de solução de anestésico local com o objetivo de igual distribuição de cada lado da artéria. Isso pode exigir o reposicionamento depois de injeção parcial para que haja dispersão nos dois locais. https://www.sbahq.org/webinar-me/ (SAESP, 2003). Via axilar O bloqueio axilar do plexo braquial é obtido pela injeção anestésica local ao redor dos nervos próximos à artéria axilar Maior segurança em relação à via infraclavicular – menor incidência de complicações como pneumotórax Referência anatômica: a. axilar Pode ser guiado porultrassonografia Indicação: cirurgias de cotovelo, antebraço e mão. Limitações/Riscos: Injeção intravascular, infecções, hematomas, lesão neural n. musculocutâneo - necessária outra punção (aumento do desconforto para o paciente) (Levine, 2012) (SAESP, 2003). Via axilar https://www.sbahq.org/webinar-me/ (SAESP, 2003). Bloqueios de nervos distais Indicações: Cirurgias de pequeno porte, necessidade de anestesia limitada ou quando o bloqueio do plexo é incompleto. Bloqueio do nervo ulnar Bloqueio do nervo mediano Bloqueio do nervo radial (Levine, 2012) (SAESP, 2003). Membros inferiores Diferente do bloqueio de membros superiores (foco plexo braquial), a extremidade inferior é suprida por nervos que são amplamente separados. Para muitas cirurgias, uma anestesia peridural ou raquianestesia é mais fácil de ser realizada do que a tentativa de fornecer a mesma extensão da anestesia com múltiplos bloqueios de nervos periféricos. Indicações: Situações em que o bloqueio do neuroeixo é contraindicado (pacientes com comorbidades, tais como doença cardíaca grave, bacteremia e anticoagulação) Podem ser usados como auxiliares da anestesia geral para garantir analgesia pós-operatória. Bloqueios Bloqueio do n. Femoral Bloqueio do n. Ciático Bloqueio do Tornozelo (SAESP, 2003). Bloqueio do n. femoral Fornece anestesia para a porção antero-medial da coxa e joelho, e porção medial da perna; Indicações: Cirurgia de quadril; Cirurgia de fêmur (ex: colocação de placas; prótese de joelho) Limitações: maior risco de quedas no pós operatório (cirurgias em que o paciente irá deambular precoce no pós-operatório) https://www.sbahq.org/webinar-me/ (SAESP, 2003). Bloqueio do n. femoral Paciente em posição supina; Dispersão de anestésico local ao redor do n. femoral; https://www.sbahq.org/webinar-me/ (SAESP, 2003). Bloqueio do n. ciático Fornece anestesia quase completa do pé e porção inferior da perna (importante associação com outros bloqueios de acordo com a cirurgia. Indicações: Intervenção cirúrgica da perna (combinação com o bloqueio do nervo femoral). Intervenção cirúrgica do joelho (bloqueio dos nervos femoral, CFL e obturatório) Cirurgias infrapatelares Intervenção cirúrgica do pé e tornozelo quando combinado ao bloqueio do nervo safeno (femoral). https://www.sbahq.org/webinar-me/ (SAESP, 2003). Bloqueio do n. ciático Via – fossa poplítea Via – região subglútea https://www.sbahq.org/webinar-me/ (SAESP, 2003). Bloqueio do tornozelo Os cinco nervos periféricos que suprem o pé podem ser bloqueados (bloqueio do tornozelo) na altura do maléolo (Levine, 2012) (Savassi et al., 2013). Bloqueio da cabeça e pescoço As principais preocupações do anestesiologista durante a cirurgia da cabeça e pescoço são estabelecer e manter via respiratória segura, preservar os tecidos e monitorar os nervos. Cuidados: Tração ou pressão do seio carotídeo pode causar arritmias como bradicardia ou assistolia. Injeções intravasculares Punção intravascular ( ex: vasos infraorbitários) Lesões de globos oculares Lesões de nervos (lesão de um nervo laríngeo recorrente pode causar paralisia unilateral da prega vocal, um distúrbio benigno limitado a rouquidão e voz fraca). (SAESP, 2003). Bloqueio do plexo cervical O plexo cervical está situado na região paravertebral das quatro vértebras cervicais superiores. É formado pelos ramos ventrais das raízes dos nervos espinais de C1-C4. O plexo tem ramos superficiais e profundos: ramos superficiais: inervam a pele da parte posterior da cabeça, da face lateral do pescoço e das regiões anterior e lateral do ombro. ramos profundos: inervam os músculos e as estruturas profundas do pescoço e formam o nervo frênico. Bloqueio superficial X Bloqueio profundo Indicações: bloqueio superficial : produz anestesia cutânea e é útil em procedimentos superficiais no pescoço e no ombro bloqueio profundo: Biopsia/excisão do linfonodo cervical; Endarterectomia carotídea; cirurgias da tireoide. (Levine, 2012) (SAESP, 2003). Bloqueio do plexo cervical Complicações/ Riscos: Há risco de complicações no bloqueio do plexo cervical profundo em decorrência da grande proximidade entre a agulha e as estruturas neurais e vasculares. Bloqueio do nervo frênico (complicação mais comum). Injeção subaracnóidea (raquianestesia total) Injeção peridural, (anestesia peridural cervical) Injeção na artéria vertebral (efeitos tóxicos no sistema nervoso ). Bloqueio do nervo laríngeo recorrente, que provoca rouquidão e disfunção das pregas vocais. Bloqueio do nervo simpático cervical (Savassi et al., 2013) A síndrome de Horner ou paralisia óculo-simpática é uma rara síndrome clínica causada pela lesão dos nervos faciais e oculares q Bloqueio nos nervos da face Bloqueio de n. mentoniano (sensibilidade da região mandibular) Bloqueio de n. infraorbitário (Sensibilidade cutânea da pálpebra inferior, asa do nariz, lábio superior, mucosa e glândulas labiais) A.Bloqueio de n. supraorbitário B. Bloqueio de n. supratroclear (sensibilidade da região frontal até o ápice craniano) C. Bloqueio de n. nasociliar ( sensibilidade do dorso, cavidade anterior e septo nasais, execeto asa do nariz) (Manica, 2004) (SAESP, 2003). Bloqueio de pênis Indicações: postectomia, alongamento de freio, uretroplastias e dilatação uretral Técnica Inicialmente infiltra-se a pele e subcutâneo na altura da sínfise púbica; Introduz-se a agulha na linha mediana em direção à junção do pênis com o escroto; 5 a 8 mL de lidocaína a 1% ou bupivacaína a 0,25% sem vasoconstritor; Riscos/Complicações: Injeção vascular; Grandes hematomas Isquemia do pênis por lesão ou vasoconstrição da artéria dorsal Para anestesia total do pênis deve-se infiltrar de forma subcutânea a junção escrotal com 15 mL da solução anestésica. https://www.youtube.com/watch?v=VywUw9CFXxw&t=30s&has_verified=1 Complicações intra e pós-operatórias Complicações anestésicas Uso inadequado de equipamento Reações alérgicas Complicações intra e pós-operatórias Capazes de ocorrer em função das drogas anestésicas, equipamentos utilizados, alterações fisiológicas ou ainda falha humana na condução do ato. Alteram o curso peroperatório ou a repercussão pós-anestésica aumentando o período de hospitalização, morbidade e mortalidade do paciente submetido. (MILLER; PRADO, 2012) Complicações anestésicas Complicações menores: sem sequela ou prolongamento da hospitalização — hematoma após injeção endovenosa; — cefaleia após anestesia geral; — náuseas e vômitos moderados; — lesão de dentes, gengivas ou lábios — perda de memória; — lembrança do transoperatório; — distúrbios do sono; — mialgias após succinilcolina; — paresias, parestesias ou neurites temporárias. (SAESP, 2003) Complicações anestésicas Complicações moderadas: distúrbios graves e/ou prolongamento da hospitalização sem sequelas — vômitos prolongados; — cefaléia pós-raqui; — embolia pulmonar; — insuficiência cardíaca, respiratória, renal ou hepática reversíveis; — infecção pulmonar; — infarto do miocárdio; — distúrbios psicológicos com lembrança do ato operatório. (SAESP, 2003) Complicações anestésicas Complicações graves: lesão ocasionando incapacidade permanente — insuficiência cardíaca, respiratória, renal ou hepática irreversíveis; — anóxia cerebral; — morte peroperatória ou no pós-operatório imediato. Todas as complicações são mais frequentes no intraoperatório ou na recuperação pós-anestésica, mas podem ocorrer tardiamente. (SAESP, 2003) Complicações anestésicas Cardiovasculares: hipotensão, hipertensão, alteração do ritmo, frequência e contratilidade, alteração da função valvar e embolias Respiratórias: obstrução orofaríngea, apneia pós-operatória, broncoespasmos, pneumotórax/pneumomediastino, soluço, síndrome de aspiração do conteúdo gástrico, curarização prolongada Renais: diminuição do fluxo sanguíneo,filtração glomerular e fluxo urinário. Academicamente divididas em pré-renal, renal e pós-renal. (MILLER; PRADO, 2012) Complicações anestésicas Complicações digestivas: modificações do volume, conteúdo e motilidade das vísceras, comprometimento hepático Complicações neurológicas: SNC: anóxia cerebral, coma, confusão mental, desorientação, alucinações ou distúrbios menores de comportamento, cefaleia, convulsões, paralisia/parestesias. (MILLER; PRADO, 2012) Complicações anestésicas Hipotermia - causada tanto por meios externos quanto pela perda de mecanismos regulatórios Dor - apresentada por agitação psicomotora, sendo necessário administração de analgésicos comuns para dores leves a moderadas. (MILLER; PRADO, 2012) Reações alérgicas Reações anafiláticas - pacientes com antecedentes alérgicos são mais suscetíveis Ativação do Complemento - mediação inflamatória por anafilatoxinas (C3a e C5a) Prefere-se drogas reconhecidamente menos histaminoliberadores. O bloqueio de H1 e H2 pode ser realizado por via endovenosa uma hora antes da indução. (SAESP, 2003) Uso inadequado de equipamentos Gases medicinais - confusão e troca da utilização dos gases (O2 e N2O), incorreto controle pressórico dos gases e métodos inadequados de transporte/alojamento Aparelho de anestesia - incorreta manutenção da aparelhagem Acidentes eletromédicos - ocorre queimaduras, interferência com marca-passo, lesões nervosas, arritmias cardíacas e contraturas musculares (SAESP, 2003) Cuidados intra e pós-operatórios Normas de monitoramento Ferramentas de avaliação Normas de monitoração intra-operatória - ASA Distante da realidade brasileira em vários aspectos. Segurança para o paciente e o anestesiologista Presença de anestesiologista durante toda condução de anestesia geral, locorregional ou sedação Avaliação contínua de ventilação, circulação e temperatura do paciente (SAESP, 2003) Normas de monitoração pós-operatória - ASA Unidade de Recuperação pós-anestésica - receber todos os pacientes após anestesia geral, locorregional ou sedação Avaliação constante da condição clínica do paciente mediante seu quadro pregresso, enfatizando o monitoramento de oxigenação, ventilação e parâmetros hemodinâmicos (SAESP, 2003) Ferramentas de avaliação O índice acima de 8 é critério para alta do paciente na SRPA. (SAESP, 2003) Referências SAESP. Sociedade de Anestesiologia do Estado de São Paulo. Manual de orientação ao anestesiologista. São Paulo: Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo/ Sociedade de Anestesiologia do Estado de São Paulo, 2003, 2. ed., 122p. MANICA, James. Anestesiologia. 3ed –Porto Alegre: Artmed Editora, 2004. MILLER, Ronald D.; PARDO.Bases da Anestesia. Elsevier Brasil, 6ed. 2012. SAVASSI-ROCtfA, Paulo; SANCtfES, Soraya; SAVASSI-ROCtfA, Alexandre. Cirurgia de Ambulatório. Rio de Janeiro: MedBook, 2013, 960p. Levine, Wilton C. (Ed.). Manual de de anestesia clínica Procedimentos do Massachusetts General Hospital. Guanabara Koogan, 8ed, 2012. A Referências PIÇARRA, Clécio. 2020. Slides Hare. Anestesia locorregional. Acesso em: 28-08-2020. Disponível em: <https://pt.slideshare.net/ClecioPicarro/aula-anestesia-local>. TATOO, Raom. 2019. Youtube. Sem dor? . Acesso em: 28-08-2020. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=kWNq2prR_OQ&app=desktop>. ESCOLA, Educação. Anestesia. 2020. Acesso em 28-08-2020. Disponível em: <https://escolaeducacao.com.br/anestesia/>. CARNEIRO E OLIVEIRA. 2020. Tratamento Existentes e em estudo para os Neurofibromas Cutâneos. Acesso em 28-08-2020. Disponível em:<https://amanf.org.br/2019/03/parte-8-final-tratamentos-existentes-e-em-estudo-para-os-neurofibromas-cutaneos/>. .
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