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SEMIOLOGIA - SOPROS

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1 Sabrina Mataruco – Turma 85 
Semiologia Cardíaca 
 
 
 
CICLO CARDÍACO 
 
 
 
2 Sabrina Mataruco – Turma 85 
1. Diástole ventricular: 
Abertura das valvas atrioventriculares TRICÚSPIDE e MITRAL; 
- Enchimento rápido dos ventrículos (80%); 
- Contração atrial (20%); 
Fechamento das valvas atrioventriculares TRICÚSPIDE e MITRAL (B1) 
2. Contração isovolumétrica: 
- ocorre a contração do ventrículo, mas o volume de sangue não varia, já que as valvas semilunares ainda 
estão fechadas; 
3. Ejeção ventricular: 
Abertura das valvas semilunares AÓRTICA e PULMONAR; 
- Expulsão do sangue dos ventrículos para as artérias; 
Fechamento das valvas semilunares AÓRTICA e PULMONAR (B2) 
4. Relaxamento isovolumétrico: 
- relaxamento das câmaras → é isovolumétrico porque as valvas atrioventriculares ainda estão fechadas; 
 
SONS CARDÍACOS 
 
Os sons cardíacos são transitórios, breves e produzidos por abertura ou fechamento de valva, 
além de serem divididos em sons sistólicos e diastólicos. 
 
➔ B1 (TUM): ocorre logo após o início da sístole e decorre, predominantemente, do 
fechamento da mitral, mas também inclui componentes do fechamento da tricúspide 
(B1= M1 + T1) 
➔ B2 (TÁ): ocorre com o fechamento das valvas semilunares (B2= A2 + P2); 
➔ B3: ocorre logo após a B2 durante o enchimento rápido; 
➔ B4: surge durante a contração atrial → precede B1; 
Obs: tanto B3 quanto B4 são sons que reverberam na parede do ventrículo; 
 
PROBLEMAS VALVARES 
ESTENOSE: ocorre estreitamento da abertura da valva (problemas para abrir) ocasionando 
aceleração e turbilhonamento do fluxo por ela; 
INSUFICIÊNCIA: ocorre falha de coaptação dos folhetos da valva (problema no seu fechamento) 
causando regurgitação de sangue por ela; 
 
CORAÇÃO NORMAL 
SÍSTOLE: 
durante a sístole: 
valvas atrioventriculares: estão fechadas; 
valvas semilunares: estão abertas; 
 
3 Sabrina Mataruco – Turma 85 
DIÁSTOLE: 
durante a diástole: 
valvas atrioventriculares: estão abertas; 
valvas semilunares: estão fechadas; 
 
 
 
SÍSTOLE DIÁSTOLE 
Insuficiência mitral Estenose mitral 
Insuficiência tricúspide Estenose tricúspide 
Estenose aórtica Insuficiência aórtica 
Estenose pulmonar Insuficiência pulmonar 
 
 
ANORMALIDADES NO LADO ESQUERDO DO CORAÇÃO: 
SÍSTOLE: 
valva atrioventricular não fecha = insuficiência mitral; 
valva semilunar não abre = estenose aórtica; 
DIÁSTOLE: 
valva atrioventricular não abre = estenose mitral 
valva semilunar não fecha = insuficiência aórtica 
 
ANORMALIDADES NO LADO DIREITO DO CORAÇÃO: 
SÍSTOLE: 
valva atrioventricular não fecha = insuficiência tricúspide; 
valva semilunar não abre = estenose pulmonar; 
DIÁSTOLE: 
valva atrioventricular não abre = estenose tricúspide; 
valva semilunar não fecha = insuficiência pulmonar; 
 
 
 
 
 
4 Sabrina Mataruco – Turma 85 
SOPROS 
 
Os sopros são provocados pela turbulência do fluxo sanguíneo e são mais prolongados que os 
sons cardíacos, podendo ser sistólicos, diastólicos ou contínuos. São classificados pela 
intensidade e descritos pela localização e pelo momento em que ocorrem no ciclo cardíaco. 
CARACTERÍSTICAS: 
TEMPO: 
 - proto, meso, telo e holossistólico (durante toda a sístole); 
LOCALIZAÇÃO: 
- descrever o loca mais audível (onde fica mais alto o som), mesmo que haja sopro em outros 
pontos (foco aórtico, foco pulmonar, foco mitral, foco tricúspide, base, nas costas, na região 
esternal); 
INTENSIDADE: 
 
- 5 cruzes têm frêmito também (borda do esteto); 
Obs: Insuficiência aórtica → sopro mais alto (maior frequência); 
Obs: Estenose mitral → maior dificuldade de auscultar o sopro → por conta da valva estar rígida 
e o sangue quase não passar, gerando pouca vibração; 
QUALIDADE: 
 
ESTENOSE MITRAL ou TRICÚSPIDE 
- Ocorre durante a diástole (após a B2); 
Ruflar: baixa frequência → ouvido melhor em decúbito lateral esquerdo → parece uma 
“bateriazinha” 
Normal: TUM TÁ 
Sopro: TUM TÁ Fruu.. 
 
5 Sabrina Mataruco – Turma 85 
INSUFICIÊNCIA AÓRTICA ou PULMONAR 
- Ocorre durante a diástole e após a B2; 
Aspirativo: tem intensidade decrescente – “como o barulho de aspiração pela boca”; 
 
Normal: TUM TÁ 
Sopro: TUM.. TShaa 
INSUFICIÊNCIA MITRAL ou TRICÚSPIDE 
- Ocorre durante a sístole (ocorre entre B1 e B2) → o sangue regurgita devido ao mal 
fechamento das valvas mitral ou tricúspide; 
Regurgitante = holossistólico (ocorre durante toda a sístole – envolve a B1 e a B2) → sopro em 
barra (contínuo) → “suja a B2” ou seja, é difícil de separar a B2 do sopro; 
Normal: TUM TÁ 
Sopro: Shuuu.. TÁ 
ESTENOSE AÓRTICA ou PULMONAR 
- Ocorre durante a sístole (ocorre entre B1 e B2) → o sangue está tentando driblar a obstrução 
(valva aórtica que não abre); 
Ejetivo = sopro proto e meso (não envolve B2) → sopro crescendo e decrescendo (sopro em 
diamante); 
Normal: TUM TÁ 
Sopro: Tushi.. TÁ 
 
- não é sistólico e nem diastólico; 
- sopro em maquinaria; 
 
 
 
6 Sabrina Mataruco – Turma 85 
SOPRO INOCENTE 
 
- BEEB: borda esternal esquerda baixa; 
Obs: o sopro inocente não pode progredir para patológico; 
 
OBSERVAÇÕES: 
Sopro sistólico = coincide com o pulso; 
Sopro diastólico = ocorre antes do pulso; 
 
EM RESUMO: 
 
SOPROS DIASTÓLICOS 
ESTENOSE MITRAL 
➔ Durante a diástole, as valvas AV vão abrir para que o sangue passe dos átrios para os 
ventrículos; 
➔ Primeiro: temos o enchimento rápido do ventrículo (que ocorre por diferenças de pressão 
ente os átrios e os ventrículos) → a pressão do átrio que está cheio é maior que a do 
ventrículo que está relaxado; 
➔ Depois temos a sístole atrial, que é a contração do átrio para expulsar para o ventrículo o 
sangue que sobrou (esse sangue sobrou → pois durante o enchimento do ventrículo, essa 
diferença de pressão foi diminuída); 
OBS: ESSE PROCESSO TODO DEPENDE DA ABERTURA DAS VALVAS AV → SE NÃO HOUVER A 
ABERTURA DAS VALVAS AV, NÃO CONSEGUIREMOS MANDAR SANGUE DO ÁTRIO ESQUERDO 
PARA O VENTRÍCULO ESQUERDO → ISSO GERARÁ SOPROS; 
NA ESTENOSE MITRAL → NÃO CONSEGUIMOS ABRIR A VALVA MITRAL → POR ISSO OUVIMOS UM 
SOPRO “EM RUFLAR” (QUE TERÁ UM REFORÇO PRÉ-SISTÓLICO DURANTE A CONTRAÇÃO ATRIAL) 
→ ESSE SOPRO PODE SER ACOMPANHADO DE UM ESTALIDO DE ABERTURA QUE OCORRE LOGO 
APÓS A B2 → B1 SERÁ HIPERFONÉTICA (POR CONTA DO ENRIGECIMENTO DA VALVA MITRAL) → 
SINTOMAS ASSOCIADOS: O SANGUE QUE NÃO VEM PARA O VENTRICULO, SE ACUMULA NO 
ATRIO ESQUERDO → ESSE SANGUE, POR SUA VEZ, VAI ACUMULAR TAMBÉM NAS VEIAS 
PULMONARES → GERANDO EDEMA PULMONAR (HIPERTENSÃO PULMONAR) → DISPINÉIA 
 
 
 
 
7 Sabrina Mataruco – Turma 85 
 
INSUFICIÊNCIA AÓRTICA 
➔ Antes de acontecer a diástole, a gente teve uma sístole precedente que mandou o sangue 
dos ventrículos para a aorta ou para a pulmonar; 
➔ Então a sístole ventricular manda esse sangue para frente → para a aorta → e para que 
esse sangue não retorne para o ventrículo → deve haver o fechamento da VALVA AÓRTICA; 
➔ Se não tivermos o fechamento dessa valva aórtica → teremos uma insuficiência aórtica; 
➔ Se o sangue está voltando para o ventrículo por conta de um mal fechamento da valva 
aórtica → esse ventrículo começará a dilatar para acomodar esse sangue que está ficando 
ali → a consequência disso é a DILATAÇÃO DO VENTRÍCULO → isso gera ICTUS deslocado 
para a esquerda e difuso → pode haver presença de B4; 
➔ SOPRO em decrescendo que pode irradiar para o ápice do coração; 
➔ PULSO DO PACIENTE DEVE ESTAR AUMENTADO (MAIS SANGUE ESTÁ INDO NA SÍSTOLE – POR 
CONTA DO ACÚMULO); 
➔ DANÇA DAS CARÓTIDAS; 
➔ AUMENTO DA PRESSÃO DE PULSO; 
➔ AO LONGO PRAZO PODE SURGIR UM SOPRO ACESSÓRIO (DE AUSTIN FLINT – SOPRO EM 
RUFLAR DIASTÓLICO EM FOCO MITRAL) → SERIA UM FALSO SOPRO DE ESTENOSE MITRAL 
(ACONTECE PORQUE, DURANTE A DIÁSTOLE, O SANGUE QUE REGURGITA DA AORTA BATE NA 
VALVA MITRAL → GERANDO ESSE SOPRO QUE IMITA A ESTENOSE MITRAL); 
 
SOPROS SISTÓLICOS 
ESTENOSE AÓRTICA 
 
➔ Durante a sístole, a valva aórtica deveriaestar aberta → para que o sangue saia do VE para 
frente; 
➔ Em casos de calcificação da valva aórtica → o sangue tem dificuldade de sair do VE para 
a aorta → esse sangue passa acumular no VE → O VE precisará realizar uma força muito 
maior para enviar esse sangue para frente → a consequência disso é a HIPERTROFIA desse 
VE; 
➔ No exame físico, encontramos um ictus propulsivo (por conta dessa hipertrofia do VE); 
➔ PULSO PARVUS E TARDUS (baixa amplitude e tardio → por conta da dificuldade de abrir essa 
valva); 
➔ IRRADIAÇÃO PARA O PESCOÇO → por conta dos ramos da aorta (carótidas, subclávias) → 
logo, esse sopro pode ser ouvido no pescoço do paciente; 
➔ SOPRO sistólico: ocorre entre B1 e B2 (característica em diamante → em crescendo e 
decrescendo → porque teremos situações de abertura completa da valva e situações de 
dificuldade para abri-la); 
➔ Surgimento de B4 (ocorre no final da diástole – em decorrência de hipertrofia); 
 
INSUFICIÊNCIA MITRAL 
➔ Durante a sístole, as valvas AV devem estar fechadas → para que não haja retorno para os 
átrios; 
➔ Sopro audível em foco mitral; 
➔ Sopro holossistólico (ocorre durante toda a sístole); 
➔ B1 hipofonética; 
 
8 Sabrina Mataruco – Turma 85 
➔ B1 = ... + T1 (M1 não aparece → pela insuficiência nessa valva) → M1 não é audível → isso 
gera uma bulha HIPOFONÉTICA; 
➔ Irradiação para a esquerda = em direção à axila esquerda; 
➔ Regurgitação para o AE → dilatação do AE → aumento da pressão das veias pulmonares 
→ aumento da pressão pulmonar → dispneia; 
 
INSUFICIÊNCIA TRICÚSPIDE 
➔ Se o sopro for audível no foco tricúspide = temos uma insuficiência tricúspide; 
➔ PVJ maior = porque se a valva não está fechando → na hora que o VD contrair → o sangue 
regurgita para o átrio direito → a pressão no AD aumenta → JUGULARES INGURGITADAS; 
➔ PULSO VENOSO JUGULAR → aumento da onda v; 
➔ DILATAÇÃO desse átrio; 
➔ B1 = M1 + ... (T1 não aparece → pela insuficiência nessa valva) → T1 não é audível → isso 
gera uma bulha HIPOFONÉTICA; 
➔ IRRADIAÇÃO NO SENTIDO DO PROCESSO XIFÓIDE (para direita); 
➔ Sopro holossistólico; 
➔ B1 HIPOFONÉTICA; 
➔ SINTOMAS ASSOCIADOS: VEIA JUGULAR INGURGITADA, CONGESTÃO HEPÁTICA (VCI), 
EDEMA DE MMII; 
 
 
MACETE 
SEjRe 
(entre B1 e B2) 
S= SISTÓLICO 
Ej: Ejetivo – Estenose Aórtica 
➔ No exame físico, encontramos um ictus propulsivo (por conta dessa hipertrofia do VE); 
➔ PULSO PARVUS E TARDUS (baixa amplitude e tardio → por conta da dificuldade de abrir essa 
valva); 
➔ IRRADIAÇÃO PARA O PESCOÇO → por conta dos ramos da aorta (carótidas, subclávias) → 
logo, esse sopro pode ser ouvido no pescoço do paciente; 
➔ SOPRO sistólico: ocorre entre B1 e B2 (característica em diamante → em crescendo e 
decrescendo → porque teremos situações de abertura completa da valva e situações de 
dificuldade para abri-la); 
➔ Surgimento de B4 (ocorre no final da diástole – em decorrência de hipertrofia); 
Re: Regurgitante – Insuficiência Mitral 
➔ Irradiação para a esquerda = em direção à axila esquerda; 
➔ Regurgitação para o AE → dilatação do AE → aumento da pressão das veias pulmonares 
→ aumento da pressão pulmonar → dispneia; 
 
 
 
 
 
9 Sabrina Mataruco – Turma 85 
DRuAs 
(após B2) 
D= DIASTÓLICO 
Ru: Ruflar – Estenose Mitral 
NA ESTENOSE MITRAL → NÃO CONSEGUIMOS ABRIR A VALVA MITRAL → POR ISSO OUVIMOS UM 
SOPRO “EM RUFLAR” (QUE TERÁ UM REFORÇO PRÉ-SISTÓLICO DURANTE A CONTRAÇÃO ATRIAL) 
→ ESSE SOPRO PODE SER ACOMPANHADO DE UM ESTALIDO DE ABERTURA QUE OCORRE LOGO 
APÓS A B2 → B1 SERÁ HIPERFONÉTICA (POR CONTA DO ENRIGECIMENTO DA VALVA MITRAL) → 
SINTOMAS ASSOCIADOS: O SANGUE QUE NÃO VEM PARA O VENTRICULO, SE ACUMULA NO 
ATRIO ESQUERDO → ESSE SANGUE, POR SUA VEZ, VAI ACUMULAR TAMBÉM NAS VEIAS 
PULMONARES → GERANDO EDEMA PULMONAR (HIPERTENSÃO PULMONAR) → DISPINÉIA 
As: Aspirativo - Insuficiência Aórtica 
➔ Se o sangue está voltando para o ventrículo por conta de um mal fechamento da valva 
aórtica → esse ventrículo começará a dilatar para acomodar esse sangue que está ficando 
ali → a consequência disso é a DILATAÇÃO DO VENTRÍCULO → isso gera ICTUS deslocado 
para a esquerda e difuso → pode haver presença de B4; 
➔ SOPRO em decrescendo que pode irradiar para o ápice do coração; 
➔ PULSO DO PACIENTE DEVE ESTAR AUMENTADO (MAIS SANGUE ESTÁ INDO NA SÍSTOLE – POR 
CONTA DO ACÚMULO); 
➔ DANÇA DAS CARÓTIDAS; 
➔ AUMENTO DA PRESSÃO DE PULSO; 
➔ AO LONGO PRAZO PODE SURGIR UM SOPRO ACESSÓRIO (DE AUSTIN FLINT – SOPRO EM 
RUFLAR DIASTÓLICO EM FOCO MITRAL) → SERIA UM FALSO SOPRO DE ESTENOSE MITRAL 
(ACONTECE PORQUE, DURANTE A DIÁSTOLE, O SANGUE QUE REGURGITA DA AORTA BATE NA 
VALVA MITRAL → GERANDO ESSE SOPRO QUE IMITA A ESTENOSE MITRAL);

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