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Exame físico e Sindromes cardiovasculares

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Milena Marques 145 
EXAME FISÍCO CARDÍACO E SÍNDROMES 
CARDIOVASCULARES 
Introdução 
Base do Coração = átrios e região 
dos grandes vasos 
Ápice do coração = ponta do 
ventrículo esquerdo (ictus cordis) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Região anterior do coração 
(mesocárdio) = ventrículo direito 
*pulsação de mesocárdio 
(hipertrofia do ventrículo direito) 
 
 
 
 
 
 SEMIOTÉCNICA 
1) Inspeção: tórax, 
abaulamento e retrações, 
pulsações e ictus cordis. 
2) Palpação: 
• Ictus cordis (local, 
extensão, intensidade) 
• Impulsão do mesocárdio 
(levantamento) 
• Pulsações 
• Bulhas e ritmo 
• Frêmito cardiovascular 
(sensação tátil de um 
sopro cardíaco) 
3) Ausculta 
 FOCOS DE AUSCULTA 
 
 
 
 
 
 
 
Foco aórtico → 2º espaço 
intercostal direito 
Foco pulmonar → 2º espaço 
intercostal esquerdo 
Foco aórtico acessório → 3º espaço 
intercostal esquerdo 
Foco mitral → 5º espaço intercostal 
na linha hemiclavicular 
Foco tricúspide → 5º espaço 
intercostal esquerdo. 
Focos da base → paciente sentado 
voltado para frente, os grandes 
vasos são aproximados do gradil 
costal. 
Focos do ápice → paciente deitado 
ou em decúbito lateral esquerdo, 
porque aproxima a ponta do 
coração do gradil costal. 
 Milena Marques 145 
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CARDIOVASCULARES 
• Bulhas cardíacas 
(hiperfonese ou 
hipofonese) 
• Ritmo regular ou 
irregular 
• Presença de sopros ou 
estalidos 
Atenção!! 
Proto → começo da sístole ou da 
diástole 
Meso → ocorre no meio da sístole/ 
diástole 
Tele → ocorre no final da 
sístole/diástole 
Holo → ocorre em toda a sístole ou 
diástole. 
1) Terceira bulha: 
Ruído protodiastólico de baixa 
frequência (TUM, TÁ, TÁ) 
2) Quarta Bulha 
Ruído telediástolico (TU TUM 
TA) 
Não temos quarta bulha em 
pacientes com fibrilação atrial. 
• ESTUDO DAS BULHAS 
Alterações de intensidade, de 
timbre e desdobramentos 
• Intensidade 
(hiperfonéticas ou 
hipofonéticas) 
- hipertensão arterial pulmonar: 
P2 hiperfonética 
-insuficiência cardíaca grave: A2 
hipofonético 
 
• Desdobramentos 
1) Primeira bulha 
- M1 e T1 separados 
-TLUM...TA 
2) Segunda Bulha 
-A2 e P2 separados 
-TUM..TLA → Pode ser 
fisiológico na insipiração 
profunda. 
-patologica no bloqueio de ramo 
direito leva a um retardo no 
fechamento da válvula 
pulmonar e a presença do 
desdobramento da segunda 
bulha. 
Patológica no CIA (aumento da 
quantidade de sangue no 
ventrículo direito, levando a um 
retardo da segunda bulha) 
Desdobramento paradoxal da 
segunda bulha 
- Ocorre no bloqueio de ramo 
esquerdo, porque há um retardo da 
valva aórtica que pode se fechar 
depois do componente pulmonar, 
chamando assim de 
desdobramento paradoxal. 
 
• Ritmo cardíaco regular 
TUM, TÁ, TUM TÁ, TUM TÁ 
1) Fibrilação atrial → ausência 
de onda P (arritmia 
supraventricular → nunca 
 Milena Marques 145 
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CARDIOVASCULARES 
vai apresentar quarta 
bulha) 
 
 
 
2) Ritmo sinusal com extra 
sístoles (ESVs) 
 
 
 
 
 
 
 
 SOPROS 
Vibrações por alterações do fluxo 
sanguíneo, principalmente por 
valvulopatias. 
Características 
• Situação no ciclo 
• cardíaco 
• Diastólico ou sistólico 
• Local (que foco?) e 
irradiação 
• Intensidade em cruzes 
1 – Uma pessoa ausculta 
2 – Duas pessoas 
auscultam 
3 – Todos conseguem 
escutar 
4 – Além de auscultar é 
possível sentir o frêmito 
5 – Colocando a mão por 
cima da campanula 
ainda é possível 
auscultar 
6 – sopro escutado (sem 
esteto) 
 
• Timbre e tom 
• Relação com a 
respiração: Manobra de 
Rivero-Carvalho → 
diferenciar um sopro de 
insuficiência mitral de 
tricúspide. 
Pedir para o paciente inspirar 
profundamente, isso aumenta o 
retorno venoso e no momento da 
sístole ventricular direita, uma 
grande quantidade de sangue vai 
ser empurrada, porém se o 
paciente tiver uma insuficiência 
tricúspide, uma parte desse 
sangue vai ser regurgitado para o 
átrio direito. 
Portanto se o paciente tiver 
essa insuficiência tricúspide 
quando ele inspirar 
profundamente o sopro vai ser 
aumentado. 
Classificação dos sopros: 
1) Sopro sistólico (SS): de 
ejeção ou de 
regurgitação? 
2) Sopro Diastólico (SD): 
aspirativos ou do tipo 
ruflar? 
 
 VALVULOPATIAS 
➔ Insuficiência mitral 
➔ Estenose mitral 
➔ Insuficiência aórtica 
➔ Estenose aórtica 
Principal causa: febre 
reumática pós orofaringite. 
 Milena Marques 145 
EXAME FISÍCO CARDÍACO E SÍNDROMES 
CARDIOVASCULARES 
1) Estenose aórtica: 
-tríade: Dispneia, angina do 
peito e Síncope. 
- angina e a síncope ocorre 
porque a estenose aórtica é 
uma estenose de barreira 
porque há diminuição do fluxo 
tanto para as coronárias como 
para os outros tecidos. 
-ele é bem auscultado no foco 
aórtico e no foco acessório 
Sopro Sistólico Ejetivo 
Por quê? Na estenose aórtica, a 
valva aórtica está fechada 
(patologicamente) quando 
deveria estar aberta que era 
durante a sístole e é ejetivo 
porque iria para a circulação 
sistêmica. 
- Possui formato crescendo e 
decrescendo em formato de 
diamante que ocorre seu 
máximo no meio da sístole 
(mesosistólico) 
-Fenômeno de Galavardin – 
além de ser bem auscultado no 
foco aórtico e no foco aórtico 
acessório, também seria 
possível auscultar no foco 
mitral 
-Pulso parvus tardus – pulso 
tardio e de baixa amplitude 
devido a ser uma estenose de 
barreira. 
 
 
 
 
 
 
2) Insuficiência Mitral 
Principais causas: febre 
reumática e PVM(Prolapso de 
Válvula Mitral) 
Sopro Sistólico 
Regurgitação 
Por quê? Na insuficiência 
mitral a valva está aberta 
quando deveria estar fechada 
que é na sístole. Isso faz com 
que o sangue volte para o átrio 
esquerdo. 
 Durante a sístole ventricular, 
o átrio está em diástole 
recebendo sangue das veias 
pulmonares e da regurgitação 
da mitral, isso causa um 
aumento desse átrio esquerdo. 
- Ictus desviado para o lado 
esquerdo → aumento do 
ventrículo esquerdo devido um 
maior aumento da quantidade 
de sangue que o ventrículo 
recebe na sua diástole que foi 
acumulado na diástole atrial. 
 
 Isso gera um aumento de 
cavidade esquerdo 
- Mais bem auscultado no foco 
mitral, sopro cantante, com 
irradiação para a axila 
 Milena Marques 145 
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- Sopro holosistólico 
 
 
Obs: Prolapso de Valvula 
Mitral (PVM) 
Forma também um sopro 
sistólico regurgitativo mas que 
é mesotelesistólico, porque a 
maior força do ventrículo é no 
começo e no final da sístole 
gerando a maior regurgitação. 
É possível ouvir um click antes 
da valva prolapsar 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3) Estenose Mitral 
A valva está fechada 
quando deveria estar aberta 
então é um sopro diastólico. 
-Apresenta um estalido de 
abertura logo após B2 
-Mesodiastólico com reforço 
pré-sistolico do tipo 
RUFFLAR, isso ocorre por 
causa da contração atrial 
que volta a ter uma maior 
intensidade no final da 
diástole. 
- mais audível em decúbito 
lateral esquerdo e no foco 
mitral 
- M1 (componente mitral da 
primeira bulha) 
hiperfonética 
Isso ocorre porque a valva está 
com dificuldade para abrir e 
para fechar gerando um ruído 
hiperfonética 
 
4) Insuficiência Aórtica 
Valva está aberta quando 
deveriaestar fechada durante 
a diástole 
Sopro Diastólico do tipo 
aspirativo porque a pressão do 
ventrículo está pequena e isso 
faz com que o fluxo sanguíneo 
vá da aorta para dentro da 
cavidade ventricular esquerda, 
isso proporciona uma 
dilatação de ventrículo 
esquerdo. 
 Milena Marques 145 
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Ele começa alto e vai 
diminuindo porque a pressão 
dentro da cavidade vai 
aumentando. 
Pulso em martelo d’água → 
amplo e forte que se esvazia 
rapidamente. (pulso de 
Corrigan) 
Sopro Diastólico Aspirativo em 
decrescendo 
Grande diferencial de pressão 
→ porque durante a sístole a 
pressão na parede do vaso é 
maior e na diástole há pouco 
sangue no vaso diminuindo a 
pressão diastólica. 
Manobras Hand Grip → pedir 
para o paciente ficar com as 
mãos fechadas e encolhidos, 
aumentando a RVP, isso 
aumenta a diferença de 
pressão entre a sístole e a 
diástole e isso facilita a 
ausculta do sopro. 
Manobra de Expiração → isso 
diminui o RV e diminui a 
pressão na cavidade do 
ventrículo esquerdo e isso 
aumenta a diferença de 
pressão e consequentemente 
facilita a ausculta do sopro. 
Manobra de Valsava → é 
realizada ao se exalar (emitir ou 
lançar fora de si.[1]) forçadamente o 
ar contra os lábios fechados e nariz 
tapado, forçando o ar em direção 
ao ouvido médio se a tuba 
auditiva estiver aberta. Esta 
manobra aumenta a pressão 
intratorácica, diminui o retorno 
venoso ao coração e diminui 
a pressão arterial, além de 
evidenciar sopros e hérnias 
abdominais. 
Diminuindo o RV, aumenta-se a 
diferença de pressão entre a aorta 
e a cavidade ventricular 
facilitando a ausculta do sopro. 
➔ SINAL DE MUSSET: 
oscilação da cabeça 
➔ SINAL DE MINERVINI : 
pulso na base da língua 
➔ SINAL DE QUINCKE : 
pulso capilar na base do 
leito ungueal. 
➔ PISTOL SHOT : Ausculta 
da artéria femoral 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Manobra_de_Valsalva#cite_note-1
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ouvido_m%C3%A9dio
https://pt.wikipedia.org/wiki/Tuba_auditiva
https://pt.wikipedia.org/wiki/Tuba_auditiva
https://pt.wikipedia.org/wiki/Cora%C3%A7%C3%A3o
https://pt.wikipedia.org/wiki/Press%C3%A3o_arterial
 Milena Marques 145 
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CARDIOVASCULARES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Pulsos 
1) Dicrotico → componente 
sistólico e diastólico bem 
marcado 
2) Filiforme → pulso 
diminuído de maneira geral, 
como na sepse e na 
insuficiência cardíaca. 
3) Bisferiens → pulso da IC 
com disfunção ventricular 
4) Parvus- tardus → estenose 
aórtica 
5) Pulso em martelo d’água 
ou de celer ou Corrigan 
→ insuficiência aórtica. 
 
 Síndromes 
1) Insuficiência Cardíaca 
Retrogrado: 
- estertores crepitantes finos 
-dispneia 
-dispneia paroxística noturna 
-ortopneia 
Anterógrado 
- fadiga 
-confusão mental 
- estase jugular 
- aumento pressão venosa 
periférica 
-hepatomegalia dolorosa 
-anorexia 
-ganho de peso pelo edema 
-ascite 
2) Dor torácica 
- angina estável 
-angina instável 
-infarto agudo do miocárdio 
3) Valvulopatias 
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