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1 Priscila Hipólito | T 16 Cirurgia | Teórica | Aula 3 Não existe cirurgia (procedimento invasivo) sem risco HISTÓRIA DE VIDA DO PROFESSOR: “uma vez ele presenciou em SP 2 residentes (um já formado em cirurgia geral) fazendo uma cirurgia ambulatorial de postectomia (retirada de fimose) no hospital. Apenas usando anestesia local, cirurgia de baixo risco, o paciente saudável, mas teve uma parada cardiorrespiratória por uma dose tóxica de anestésico local. O paciente acabou ficando bem, sem demais complicações”. Longevidade → Aumento número de cirurgia → Elevado risco de complicações Principais fatores relacionados ao risco cirúrgico: Condição do paciente (pessoas idosas com baixa reserva fisiológica tem risco maior de desfecho ruim do que jovens sem quaisquer comorbidades) Local / tipo da intervenção proposta (uma cirurgia cardíaca de revascularização tem uma maior mortalidade do que uma prostatectomia a nível ambulatorial) Tipo de anestesia (a anestesia mais invasiva, geral, é a mais indicada pois o anestesista tem domínio maior das funções fisiológicas durante o estresse cirúrgico. Objetivos: Determinar o risco do procedimento proposto (nesse caso leva-se em conta a condição do paciente, o porte e tipo de cirurgia e a anestesia). Minimizar riscos conhecidos Como? Identificando comorbidades desconhecidas e ou fatores de risco Otimizando condições medicais no pré- operatório quando uma cirurgia é proposta a comunicação entre as diversas especialidades. Divergência entre solicitante e solicitado:12-24% até um quarto das avaliações pré-operatórias o especialista que está avaliando não sabe nem porque nem para que aquele procedimento está sendo proposto ao paciente. COMO DEVE SER FEITA A AVALIAÇÃO? Consulta inicial Anamnese Tem palpitação? Arritmia? Tem dificuldade subir dois lances de escada?(sinais de comprometimento cardiopulmonar Toma medicamento ? (indício que existe algum problema de base Exame físico Identificar comorbidades e alergias Definir necessidade de exames complementares Pré-operatório Introdução Avaliação pré-operatório Índice: 1. Introdução 2. Avaliação pré-operatória 3. Cardiovascular 4. Sistema Pulmonar 5. Sistema Renal 6. Sistema Hepatobiliar 7. Sistema Endócrino 8. Sistema Hematológico 9. Estado nutricional 10. Antibióticoprofilaxia 11. Medicamentos 12. Jejum no pré-operatório 13. Consulta pré-anestésica 2 Priscila Hipólito | T 16 Cirurgia | Teórica | Aula 3 Avaliação com especialistas Estabelecer diagnóstico, incluindo alergias Propor tratamento cirúrgico Aplicar termo de consentimento livre e esclarecido O paciente precisa entender o que está acontecendo com ele mesmo e o procedimento que está sendo proposto. Estabelecer vínculo médico-paciente-família Vínculo e confiança que é fundamental/ primordial para um bom resultado cirúrgico. Tudo isso é feito na primeira consulta ou no momento que se idealiza algum procedimento, seja ele cirúrgico ou intervencionista. COMO AVALIAR? História clínica e exame físico Identificação de fatores de riscos e doenças coexistentes ou comorbidades não conhecidas Exames complementares Idade, sexo, doenças associadas e tipo de cirurgia Depende se o paciente é jovem ou idoso, se tem comorbidades ou não. Tem doença de base? Como é o estado nutricional desse paciente? Avaliações especializadas Doenças graves associadas A necessidade de avaliação de um especialista pode ser tanto para ou diagnosticar uma suspeita/tratar e otimizar ou otimizar uma doença prévia EXAMES PRÉ OPERATÓRIOS (CI RURGIAS NÃO CARDÍACAS) Procedimentos de pequenos e médicos porte que não são cirurgias cardíacas nem todos os pacientes precisam de exames complementares. Exemplo: Paciente jovem de 20 anos para realizar uma colecistectomia não há necessidade de exames complementares desde que haja a realização de uma boa anamnese. Essa anamnese deve estar em busca de sinais e sintomas que sugiram alguma alteração de algum sistema. O paciente abaixo de 40 anos teoricamente não há necessidade de nenhum exame complementar. Acima de 40 anos acaba variando quais exames são necessários). ECG >40 anos em homens e > 50 anos em mulheres Lembrar que em mulheres quando se começa a menopausa aumenta exponencialmente os riscos cardiovasculares. Rx de Tórax >60-65 anos Hemograma Procedimentos com risco de sangramento > 500ml Procedimentos de grande porte Creatinina >40-50 anos Coincide com as alterações do ECG Glicemia >40-45 anos Sumário de urina Se indicação de sondagem vesical B-HCG mulheres em idade fértil toda mulher em idade fértil deve-se confirmar que não está em uma gestação não conhecida, a fim de não colocar o feto em risco. SISTEMA DE ESTRATIFICAÇÃO DE RISCO diretamente ligada a taxa de mortalidade Sistema de estratificação de risco de Anestesia da Sociedade Americana de Anestesia(ASA): I. Paciente normal e saudável (sem nenhuma comorbidade) II. Paciente com doença sistêmica leve. Incluindo: IMC 30-40; DM controlado, fumantes... III. Paciente com doença sistêmica grave que limita atividades, mas não o deixa incapacitado. Incluindo: DM não controlado; IMC > 40 (obesidade mórbida); dependentes químicos... IV. Paciente com doença que o deixa incapacitado e que é uma ameaça constante à vida V. Paciente moribundo, que não tem expectativa de sobreviver 24h com ou sem uma operação (paciente em estado terminal) Preditor independente de mortalidade Avaliar risco de complicações cardíacas em procedimentos não-cardíacos O corpo não consegue reconhecer se o trauma é em benefício do organismo ou se é acidental, ele responde da mesma forma, independente do trauma. O que regula a REMIT (resposta endócrina, metabólica e imunológica ao trauma) é a intensidade na qual ela ocorre. Ou seja, quanto menor o trauma, cirurgias de pequeno porte ou pequenos acidentes, certamente menor a REMIT comparada a uma cirurgia de grande porte ou grandes acidentes. O corpo sempre responde a REMIT pelo sistema hipófise-hipofisário- hipotalâmico Você nesse momento deve estar se perguntando: o que é REMIT? Por que ele fala tanto disso? Não se preocupa xuxu, na última página desse resumo Sistema cardiovascular 3 Priscila Hipólito | T 16 Cirurgia | Teórica | Aula 3 deixarei breves comentários sobre e um link para acessar um resumo completo meu da matéria. Deve-se saber se o paciente tem reserva para ser submetido aquele estresse cirúrgico Exemplo: Nas cirurgias vasculares a maior causa de morte após correção de aneurisma de aorta através da cirurgia convencional é infarto, uma vez que é uma cirurgia de grande porte onde há interrupção de fluxo de aorta e grande área de isquemia e reperfusão e muitas vezes o individuo não tem reserva suficiente para ser submetido a tal estresse. Patologias: HAS (PA < 140x90mmHg) ICC DAC Arritmias São riscos para que apareçam eventos cardiovasculares perioperatórios. Exames: ECG Ecocardiograma (função de contratilidade) Teste ergométrico Ergoespirometria Cintilografia miocárdica CATE Saber se o indivíduo tem reserva para o estrese ao qual será submetido MANTER MEDICAMENTOS DE USO HABITUAL Geralmente de modo universal, os cardiologistas utilizam a escala de risco (acima) para estratificar/predizer os riscos de eventos cardiovasculares perioperatórios. Com isso, quanto maior a pontuação certamente maior taxa de eventos cardiovasculares perioperatórios. Paciente sadio, sem comorbidade,com menos de 40 anos, sem alterações cardiovasculares tem risco de 1% que é natural. O professor trouxe um fluxograma enorme e disse que não teria objetivo em detalha-lo, por isso ele estará também nas últimas folhas deste resumo a nível de curiosidade. Refarei abaixo a parte referente ao que ele quer destacar. Com o gráfico abaixo podemos concluir que o indivíduo que teve uma reconstrução ou revascularização coronariana nos últimos 5 anos, ou seja, não é recente (ele teve um infarto prévio, foi submetido a uma angioplastia) dentro desses 5 anos não apresentou nenhuma alteração clínica, ele é considerado um paciente tratado com reserva fisiológica, diferentemente se esse paciente tiver apresentado algum sinal ou sintoma cardiovascular dentro desse período, ou se estiver fora desse período, uma vez que, nesse caso, necessita de uma nova avaliação. OBSERVAÇÕES: Paciente podem necessitar de revascularização miocárdica, modificação na escolha da anestesia e/ou uso de monitoramento invasivo intraoperatório Devem ser submetidos previamente, seja por cateterismo, seja por correção de medicação, por mudança de estilo de vida. Estratégia em comum acordo para o paciente, o cirurgião e o cardiologista. Aguardar 4-6 semanas após angioplastia Durante esse tempo esses pacientes comumente então duplamente agregado, fazer cirurgias sobre o uso de antiagregantes plaquetário (AAS) não traz grande aumento de morbimortalidade, mas realizar procedimentos invasivos em pacientes duplamente agregado traz maior risco de sangramento. Aguardar 4-6 semanas após IAM 2 lances de escada = 4 METs (reserva moderada). Para cirurgias não oncológicas pode-se alongar o período de otimização da função cardiovascular para chegar no melhor momento. Se for cirurgia oncológica que não dá para se postergar por tempo indeterminado precisamos chegar ao meio termo da otimização possível, uma vez que prolongar demais um tratamento cirúrgico frente a uma doença oncológica talvez estejamos deixando de tratar o paciente. Maior atenção: cirurgias torácicas e de andar superior do abdome As cirurgias torácicas comumente durante o procedimento trabalham somente com um pulmão funcionando, o outro geralmente está Sistema pulmonar 4 Priscila Hipólito | T 16 Cirurgia | Teórica | Aula 3 colabado para que se ganha espaço da cavidade no procedimento. As cirurgias de esôfago, toracoscopia ou toracotomia, também mantêm um pulmão colabado. Devido a proximidade com o diafragma e entendendo que a dor pós-operatória limita a amplitude de ventilação pode levar a atelectasia de base e pneumonias. Com isso, paciente com baixa reserva pulmonar essas atelectasias podem trazer repercussões na função pulmonar. Indicação: Idade > 60 anos com doença pulmonar de base, fumantes com sintomas pulmonares Avaliação: Rx de tórax e espirometria: VEF1, capacidade vital forçada e a capacidade de difusão do monóxido de carbono A avaliação de raio x se tem uma ideia de trama e parênquima pulmonar, enfisemas, consolidações, lesões, nódulos, elevações de cúpulas diafragmática, desvio de mediastino. Avaliação direta da função pulmonar através de espirometria Fatores gerais de complicações: Idade avançada Nível de albumina baixo (representa uma desnutrição) Estado funcional dependente Perda de peso Obesidade (uma vez que o aumento do peso da caixa torácica dificulta a ventilação nesses pacientes) Lembrar que obesos acometidos por covid tem prognostico pior do que os não obesos. OBSEVAÇÃO: Outras comorbidades tem relação com a alteração da função pulmonar Comorbidades AVC, ICC, IRA, uso crônico de esteroide e transfusões sanguíneas Fatores Pulmonares DPOC, tabagismo, produção de escarro, pneumonia, dispneia e apneia obstrutiva do sono Desde que a cirurgia seja eletiva deve-se postergar o procedimento porque mesmo que a infecção não tenha correlação com o sítio que será operado essa infecção deve ser tratada. Falando da REMIT: no início da resposta (fase catabólica) apesar de termos ativação do sistema imunológico, temos uma imunodeficiência relativa, porque também temos altos níveis de cortisol (hormônio principal da RMEIT), e assim como o corticoide exógeno da imunossupressão por corticoideterapia, isso traz uma imunodepressão. Portanto, mesmo que não seja o foco do procedimento, qualquer infecção deve ser primeiramente tratada e a cirurgia postergada (desde que eletiva). Eu escrevi acima e achei uma bagunça o que o professor falou, então vamos lá: A REMIT é uma resposta adaptativa para restabelecer a homeostase após o estresse (o estresse pode ser acidental, quando trauma, ou eletivo, quando cirúrgico). Na sua primeira fase tem um hormônio essencial chamado de cortisol. O cortisol ajuda em inúmeros fatores , dentre eles estimular produção de nova glicose (para reparo so tecido lesionado), libera nutrientes para o reparo tecidual, estimula liberação de aminoácidos que promovem gliconeogênese e proteínas de fase aguda como fibrinogênio e PCR, libera ácidos graxos etc. Apesar disso tudo, um dos efeitos “colaterais” desse hormônio é diminuir a resposta imunológica, o que leva a um potencial dano em órgãos que estão comprometidos, como no caso relatado, o pulmão. Intervenções pré-operatórias: Suspensão de cigarro (> 2 meses), terapia broncodilatadora, tratar infecções existentes (ATB), pré-tratamento da asma com esteroide O tratamento da asma deve ser feito sobretudo em pacientes que serão entubados, uma vez que a presença de um corpo estranho na via aérea principal pode ativar broncoespasmo. Observação em relação ao cigarro: existe 3 cenários para paciente tabagista: O primeiro que para de fumar 8 semanas antes do procedimento cirúrgico O segundo que para de fumar dentro das 8 semanas que antecede o procedimento cirúrgico O terceiro que paciente que não para de fumar. O nosso pensamento intuitivo nos leva a pensar que quem continua fumando é pior, mas isso não é uma verdade. O paciente que interrompe o tabagismo dentro do período de 8 semanas que antecede ele tem um prognostico pior, uma morbimortalidade maior do que aqueles que continuam fumando até o risco da cirurgia. Mas qual o motivo disso? Na nossa via aérea inferior há cílios que fazem a todo o tempo o movimento de toalete na nossa via aérea, tanto de corpo estranhos como bactérias com o objetivo de deixar sempre a via aérea pérvia (que se da passagem, onde se pode penetrar livremente) e aberta para o fluxo aere. O tabaco inibe a produção de secreção e lubrificante juntamente a inibição das movimentações ciliares citadas acima. Quando se interrompe esse procedimento o 5 Priscila Hipólito | T 16 Cirurgia | Teórica | Aula 3 paciente costuma tossir bastante, produzir muita secreção, contudo o retorno dos cílios não acontecem com a mesma rapidez. Com isso esses pacientes passam a acumular muita secreção sem fazer o toalete da via aérea interior adequadamente. Submetido a cirurgia e ventilação mecânica isso facilita a proliferação bacteriana e o aparecimento de atelectasias e pneumonias. Portanto, o melhor cenário é melhor que o paciente interrompa o tabagismo antes das 8 semanas que antecede o procedimento, sendo que se ele não conseguir é preferível que vá ao procedimento fumando. Identificar transtornos cardiovasculares, circulatórios, hematológicos e metabólicos secundários a disfunção renal Identificar transtornos e consequências relacionadas as disfunções renais da IRC (insuficiência renal crônica), nefropatias, síndromes nefrótica. Mas, do ponto de vista populacional o mais comum são as disfunções renais crônicas. Lembre-se de que os fatores de risco para doença renal crônica são os mesmos para doença cardiovascular. ECG, exames laboratoriais e hemograma completo Anemia crônica – reposição de eritropoetina no pré-operatório Podem necessitar de hemodiálise no perioperatórios – controle de volume e eletrólitos. Pode inclusive necessitar no intraoperatório, a depender do quadro clínico. Pacientes dialíticos – dialisar no pré-operatório (Ex: faz a dialise de manhã e o procedimento a tarde; evitar procedimentos cirúrgicos longe do dia da dialise). Podem necessitar também no pós- operatório. Evitar em pacientes com doença limítrofe, ou seja, o renal crônico não dialítico medicamentos que podem trazer prejuízos a função renal, que sejam metabolizados e excretados pelo rim, o que faria aumentar a meia vida da medicação). Atentar para metabolização de agentes anestésicos e medicamentos Evitar drogas nefrotóxicas Efeito prolongado Hepatopatia crônica – tem que ser muito bem avaliados quanto aos riscos perioperatórios e se realmente existe ou não a necessidade de submeter o paciente ao procedimento invasivo. Não há terapia de substituição Exames de função hepática Bilirrubina, Albumina, fibrinogênio, protrombina/INR Fator V Refletem a função hepática do indivíduo. Infamatórios e colestáticos: TGO, TGP, FA, GGT Enzimas inflamatória para saber não so a função, mas também o processo inflamatório em vigência no órgão. Etiologia da hepatopatia: Sorologias para hepatite Saber se havendo sangramento há risco de transmissão de doenças. Cuidados com a equipe no operatório. Hepatite aguda – adiar procedimento até avaliação. está excluído transplante de fígado por insuficiência hepática aguda grave, por hepatite fulminante onde o procedimento é um salvador da vida. Presença de infecção eleva o risco cirúrgico Em pacientes hepatopatas nem sempre um diagnostico de infecção esta claro, o paciente as vezes pode não fazer febre nem leucocitose, precisando de uma busca ativa por foco de infecção e não uma busca passiva. Classificação de Child Pugh (mortalidade): A. 10% - baixa mortalidade em um ano B. 31% - doença hepática descompensada C. 76% - doença hepática descompensada classificação clínico laboratorial, onde os fatores clínicos levaram em consideração encefalopatia e ascite e laboratoriais como bilirrubina, albumina e inr. No caso de Chid B e C deve ser avaliado cada caso/ paciente isoladamente. DIABETES MELITO: Identificar complicações cardíacas, circulatórias, retinopatia, neuropatia ou nefropatia Exames complementares: Glicemia jejum e pós-prandial, hemoglobina glicada Eletrólitos, ureia, creatinina – alterações renais Sistema hepatobiliar Sistema endócrino Sistema renal 6 Priscila Hipólito | T 16 Cirurgia | Teórica | Aula 3 ECG – alterações renais e cardíacas De modo geral, suspender antidiabéticos orais no pré-operatório –Sulfoniureias, metformina Os hipoglicemiantes sempre devem ser suspensos no pré-operatório, uma vez que os pacientes podem ter hipoglicemia, situação mais deletéria que a hiperglicemia, uma vez que o paciente vai precisar ficar em jejum para realizar o procedimento. Algumas outras medicações atualmente não precisam ser suspensas, como a metiformina, um dos seus efeitos colaterais é a acidose lática. Apesar dos efeitos colaterais achados na teoria, na prática não os temos, portanto em procedimentos de pequeno porte deve-se manter o uso da metiformina. MANEJO PRÉ-OPERATÓRIO: Insulinas Longa duração: suspender completamente no dia da cirurgia Usar doses menores de insulina de duração intermediária no dia (1 3⁄ a 1 2⁄ da dose) Operar nas primeiras horas do dia, onde se diminui o risco de jejum nesse paciente Não bagunce, a hipoglicemia é mais mortal que a hiperglicemia. Utilizar solução glicosada 5% ou 10% no intraoperatório, com insulinas de duração rápida sob demanda Na REMIT temos a estimulação do sistema simpático, a estimulação do sistema hipotalâmico- hipofisário, liberação de cortisol, glucagon, que são hormônios hiperglicemiantes, com ideia de ofertar fonte de energia para a reparação tecidual. Porém, se essa oferta for exacerbada, leva a um prejuízo na própria cicatrização. Portanto, níveis glicêmicos elevados, acima de 200 estão relacionados a maior taxa de infecção, a maior tempo de internação hospitalar e maior mortalidade. Esses desfechos podem ser ainda pior em pacientes que não tem DM prévia, o racional para isso não é confirmado teoricamente, mas o paciente diabético já esta melhor adaptado a níveis hiperglicêmico. Enquanto pacientes não diabéticos não tem essa adaptação orgânica adequada. Controle pós-operatório: Glicemia capilar a cada 4 horas Deve ser corrigido com insulina de curta duração de acordo com glicemia >>>> basal + bolus Atentar para alimentação do paciente Melhores controles glicêmicos estão associados com melhor cicatrização de ferida e menor risco de infecção hospitalar Níveis de glicose no perioperatórios: 80 – 150 mg/dL >>>> 110 – 180 mg/dL Em pessoas idosas é tolerável até 200 de glicemia. DOENÇA TIREOIDIANA: Avaliação da função tireoidiana TSH, T4, T4 livre O TSH é também um hormônio presente na REMIT e a presença de crise tireotóxica desregula a REMIT. Hipertireoidismo: Adiar procedimento – risco de crise tireotóxica Manter medicamentos: propiltiluracil ou metilmazol, betabloqueadores ou digoxina Hipotiroidismo: Grave – corrigir antes da cirurgia – associado com disfunção do miocárdio, distúrbios de coagulação e eletrolíticos (hipoglicemia) Manter hormônios tireoidianos em caso de reposição 7 Priscila Hipólito | T 16 Cirurgia | Teórica | Aula 3 USUÁRIOS CRÔNICOS DE CORTICOSTEROIDES: O cortisol é o principal hormônio da REMIT e o seu uso exógeno suprime o eixo hipotalâmico- hipofisário e quando o paciente é submetido ao estresse não é possível depender apenas desse eixo para a REMIT. Pacientes em uso crônico de corticoide devem ter a medicação aumentada para que se mimetize uma curva fisiológica de níveis de cortisol. Esse manejo depende do porte da cirurgia. Supressão do eixo hipotálamo-hipofisário 50 a 75 mg/dia de hidrocortisona por um ou dois dias Procedimentos menores. Pequeno porte não costuma nem fazer alteração da dose, mas de médio porte como colecistectomia deve-se alterar o cortisol. 100 a 150 mg/dia de hidrocortisona por dois a três dias(desde que não haja nenhuma complicação, caso haja deve ser mantida até que se resolva a fase de catabolismo e entre na fase de anabolismo) Procedimentos de maiores porte Sistema imunológico PACIENTE COM IMUNOSSUPRESSÃO: Devem ser avaliados caso a caso Maior risco de complicações de ferida operatória e infecção Seja ela de sítio operatório superficial ou profundo. HIV: manter imunossupressão Deve ser mantida a sua medicação. ANEMIA Anormalidade laboratorial mais frequente no pré- operatório Exames complementares(devem ser solicitados quando suspeitados): Hemograma completo, reticulócitos, perfil de ferro (ferro sérico, capacidade total de ligação de ferro, ferritina), ácido fólico, vitaminaB12 Tratamento pré-operatório Transfusão sanguínea: em geral não são necessárias, mesmo em procedimentos de grande porte Lembre-se sempre de acatar as decisões dos seus pacientes em relação a não querer receber transfusão de sangue. Paciente hígido, até 40 anos, desde que se faça uma boa avaliação clínica não precisa de exames complementares. COAGULAÇÃO: Avaliação: história pessoal ou familiar de sangramentos anormais (perguntar se quandoescova o dente sangra, se quando se fere o sangramento demora de parar; uma vez que são indícios que existe uma patologia de base na coagulação.) Existem doenças que atrapalham a coagulação, como as hepáticas, por exemplo. Não so nos fatores de coagulação 2, 7, 9, 10, 5, fatores que são produzidos no fígado, como as proteínas C, S, do sistema de fibrinólise. Mas também as plaquetas, por exemplo, hepatopata ou paciente com hipertensão portal, mesmo que não seja por hepatopatia há sequestro esplênico de plaquetas. Acaba que a transfusão ou não de plaquetas depende também do corte, da emergência e da doença de base. Exemplo, pacientes com trombocitopenia idiopática não há necessidade de se transfundir, uma vez que após a ligadura, deixa- se o fluxo seguir e o paciente ganha o volume plaquetário que é sequestrado no baço. É importante saber se os pacientes fazem uso ou não de anticoagulante, e se há necessidade de reverter a anticoagulação. Paciente anticoagulado pode ter a formação de trombos e consequentemente a formação de eventos tromboembólicos como a tromboembolia pulmonar. Se o risco for muito alto da suspensão do anticoagulante é necessária a colocação de um filtro de veia cava para se evitar eventos tromboembólicos Preparo pré-operatório: Sistema hematológico 8 Priscila Hipólito | T 16 Cirurgia | Teórica | Aula 3 Transfusão de plaquetas quando menor que 50 mil(procedimentos) Anticoagulantes: • Warfarin – suspender no pré-operatório até INR 1,5 • Heparina não fracionada – 6h antes da cirurgia • Heparina de baixo peso molecular – 12h antes da cirurgia • Filtro de veia cava no pré-operatório: pacientes com embolia pulmonar ou TVP proximal recentes (menos de 2 semanas) • Profilaxia de TEV – protocolos institucionais TRIAGEM Fundamental atualmente, sobretudo com o aumento de volume das cirurgias oncológicas Pacientes com risco nutricional tem IMC<20,5, perda de peso de pelo menos 5% nos últimos 3 meses, redução de ingestão alimentar na última semana, saúde gravemente comprometida . Se houver um dos riscos citados acima o paciente deve ser submetido a uma estratificação nutricional mais detalhada para ver a necessidade ou não de terapia nutricional pré-operatória. RISCO NUTRICIONAL ESTADO NUTRICIONAL: Avaliação complementar: Nível de albumina, caquexia, dentição podre, ascite ou edema periférico, linfocitometria (reações de hipersensibilidade tipo 4 que são dependentes de linfócitos não consegue ter uma reação, o que é um sinal de desnutrição) Em pacientes oncológicos, por exemplo, não se deve pensar que ele vai voltar para o status nutricional que tinha antes da cirurgia. A ideia dessa terapia é so otimiza a parte nutricional para dar uma melhor resposta imunológica ao paciente diante do estresse ao qual será submetido. Dura de 10-14 dias com oligoelementos imunomoduladores, a ideia não é ganho de peso nem de massa, so otimização do sistema imunológico para reagis ao estresse ao qual o corpo será submetido. Todos incapazes de usar dieta normal 5 – 10 dias antes da cirurgia Nasoenteral, parenteral ou ambas A via preferencial sempre é a oral, ela não podendo ser utilizada ou se não alcançarmos as necessidades calóricas dessa forma tenta-se por via enteral. Mesmo assim, não conseguindo o procedimento é feito de forma parenteral. Desnutrição grave Nutrição parenteral no pré-operatório por 7 – 10 dias Redução de 30 – 40% índices de complicações as instituições hospitalares têm um departamento chamado ICCH que é o serviço de controle de infecção hospitalar. Existe já protocolos determinados tanto os protocolos determinados pelo ministério da saúde como protocolos particulares entendendo que as infecções hospitalares dependem dos germes que ali transitam. Quando falamos de antibioticoprofilaxia falamos de redução de infecção de sítio operatório (seja superficial como infecção de ferida operatória, seja profunda com abscessos intracavitários). Quando uma cirurgia abdominal é feita e a antibioticoprofilaxia é feita não se quer diminuir a chance de pneumonia ou de infecção urinário Estado nutricional Antibioticoprofilaxia 9 Priscila Hipólito | T 16 Cirurgia | Teórica | Aula 3 O que diminui a chance de pneumonia é colocar esse paciente para deambular rapidamente, fazer fisioterapia respiratória, boa analgesia do pós- operatório. O que diminui risco de infecção no trato urinário pós-operatório é evitar sondagens desnecessárias, evitar bexigomas (fazer o esvaziamento da bexiga de forma sistemática). A ideia principal é trazer pacientes de cirurgias limpa-contaminada e contaminada para o mesmo risco de um paciente de cirurgia limpa. Em cirurgia infectada a antibioticoprofilaxia não é feita, se a cirurgia já é infectada é feita antibioticoterapia. Ou seja, so há indicação de antibioticoprofilaxia em cirurgias limpa, limpa- contaminada e contaminada. Algumas cirurgias mesmo que limpas precisam de antibioticoprofilaxia, em casos de colocação de prótese, mesmo que limpa o prejuízo é alto demais se ela contaminar (uma vez que é um corpo estranho, onde a adesão bacteriana é maior). Outro exemplo é a cirurgia de hernia inguinal com a utilização de prótese, apesar de uma cirurgia limpa, se ela contamina a prótese e isso leva a uma contaminação a cirurgia é perdida. Em casos de correção aberta de aneurisma de aorta, por exemplo, coloca-se uma prótese vascular para substituir a aorta nativa, caso infectado, não se cura nunca mais, a não ser que se retire a prótese e troque. A antibioticoprofilaxia deve ser feita se o risco de infecção traz um prejuízo muito alto ao paciente, como é o caso de neurocirurgia, que se infectar gera uma potencial meningite. Utilizado em cirurgias potencialmente contaminadas e contaminadas Infectada – antibioticoterapia Administrado antes da incisão, a ideia é que já haja a presença do medicamento quando se quebra a barreira terapêutica. Lembre-se que a pele é uma das propriedades é proteger o meio interno do meio externo. Repetições da dose de acordo com meia vida do atb utilizado Objetivo de reduzir risco de complicações infecciosas no pós-operatório Infecção de sítio operatório superficial e profundo Importante: endocardite infecciosa (pacientes com válvulas mecânicas) PREPARO INTESTINAL Antibióticos orais -> pode aumentar o risco de infecção pós-operatória por Clostridium difficile Preparo mecânico do cólon -> pode aumentar o risco de deiscência e infecção Não diminui, pelo contrário, aumenta o risco de infecção de sítio operatório sobretudo profundo. Não é mais utilizado há algumas décadas. MEDICAMENTOS MANTER: Drogas cardíacas: betabloqueadores e antiarrítmicos Se suspenso pode causar uma taquicardia rebote. Drogas pulmonares: inalantes e nebulizantes Anticonvulsivantes Alterações metabólicas do estresse da REMIT pode desencadear crise convulsiva. A utilização dos anticonvulsivantes aumenta o limiar de convulsão Anti-hipertensivos Drogas psiquiátricas SUSPENDER Redutores de lipídeos e vitaminas: no dia Antiagregantes plaquetários: AAS e Clopidogrel – 7 – 10 dias antes*** Não há grandes riscos em se operar um paciente com monoterapia antiagregantes. Já com dupla agregação deve-se evitar ao máximo. AINE: um dia antes Deve ser evitado sobretudo na população acima de 60 anos e com comorbidades, uma vez que pode desencadear IRA (insuficiência renal aguda) com espasmo da arteríola aferente. Estrogênio: 04 semanas antes Medicamentos naturais: 1 - 7 dias- Ginko JEJUM NO PRÉ-OPERATÓRIO Cuidado: Risco de aspiração / regurgitação Sólidos de 6 – 8 horas Líquidosde 2 horas (Para líquidos claros (água, chá, gelatina) Cuidado maior dos anestesistas do que dos cirurgiões pelo risco de broncoaspiração Deve-se evitar uma broncoaspiração, um cenário com altíssima mortalidade, inicialmente pela pneumonite química da secreção gástrica que em contato com a via aérea inferior e mais tardiamente após 72 horas, entendendo que a secreção gástrica é contaminada, surge as pneumonias infecciosas. Para alimentos sólidos e leite (que tem alta quantidade de gordura lentifica o esvaziamento gástrico, então ele é tratado como se fosse um alimento sólido) espera-se um jejum de 6-8 horas. 10 Priscila Hipólito | T 16 Cirurgia | Teórica | Aula 3 Orientações quanto ao jejum pré-operatório Avaliação de via aérea difícil Medicação sedativa pré-anestésica Revisão das medicações de uso habitual e alergias Considerar reserva de hemoderivados / tipagem Considerar reserva de unidade fechada (UTI) Consulta pré-anestésica 11 Priscila Hipólito | T 16 Cirurgia | Teórica | Aula 3 Relevância: alterações súbitas das funções fisiológicas e metabólicas normais Fatores determinante as: Tipo e porte da cirurgia Idade e condição do paciente influenciam, juntamente com o tipo de cirurgia e de anestesia Dor, jejum, perda sanguínea, redução de perfusão tissular, distúrbios funcionais de órgãos Objetivo dos cuidados pós-operatórios: Manutenção da homeostase, controle da dor, prevenção e detecção de complicações A função do pós-operatório é modular e dar conta da REMIT em benefício do paciente, uma vez que se a resposta for muito exacerbada ou desorganizada isso traz prejuízo ao corpo. O procedimento causa alterações súbitas das funções fisiológicas e desencadeia uma RMEIT ao trauma com suas alterações. O paciente deve-se recuperar em zona limpa na sala de recuperação anestésica, saído esse paciente do procedimento deve-se aguardar o retorno as funções fisiológicas mínimas que de ao paciente condições mínimas de ir a enfermaria ou a um quarto onde a vigilância é menor, a fim de diminuir efeitos adversos inesperados. Espera-se desse paciente no centro de recuperação pós-anestésica (CRPA) que ele volta a respirar de forma normal, que esteja acordado, com movimentos ativos, com sinais vitais mínimos, sem dor preferencialmente (uma vez que ali o anestesista esta ao lado para otimizar a anestesia pós operatória) Acima de 8 o paciente tem condições de retornar ao leito. Permanência de 1-3h Monitoramento dos sinais vitais Retorno à função basal dos sistemas cardiovascular, respiratório e neurológico Escala de Aldrete e Kroulik (>8) Destino: quarto Pós-operatório Índice: 14. Introdução 15. Sala de recuperação pós- anestésica 16. Como avaliar? 17. Prescrição médica 18. Repouso 19. Nutrição 20. Antibiótico 21. Analgesia 22. Gastrite de estresse 23. Cuidados com dispositivos 24. Prescrição padrão Introdução Sala de recuperação pós-anestésica 12 Priscila Hipólito | T 16 Cirurgia | Teórica | Aula 3 Unidade fechada não precisa de CRPA Exclui-se dessa situação pacientes que tem necessidade de fazer o procedimento em uma unidade fechada, seja em uma unidade de terapia intensiva (UTI) seja em uma unidade coronariana. Como nesses dois ambientes são super vigiados não faz sentido o paciente parar na CRPA. Exame físico: Avaliações repetidas Exames complementares: De acordo com a demanda do paciente Rotina em cirurgias maiores Depende da condição do paciente e da cirurgia a qual ele foi submetido Repouso: relativo; ao leito; cabeceira elevada a 30º.. Dieta (dieta 0, liquida fracionada, pastosa, branda) Reposição de hidroeletrolítica (quando houver necessidade) e analgesia Medicações especiais. Ex: antibiótico Sintomáticos: analgesia; antiemético; antipirético... Profilaxia de TEV, gastrite de estresse e antibiótico– Situações específicas Medicamentos de uso habitual Cuidado com cateteres e drenos, quando presentes Cuidados funcionais: fisioterapia motora e respiratória Curativos Estimular a recuperação rápida do paciente Manter o corpo ativo tendendo a anabolizar diminui a fase catabólica e perdas da fase catabólica quando está presente e estimula mais rapidamente a recuperação sobretudo a força muscular e o trânsito intestinal. Lembra que conversamos lá em cima sobre a REMIT? A REMIT tem a primeira fase catabólica, onde ocorrem quebras de sustâncias para fornecer suprimentos a cicatrização, portanto aí que está a dadiva do exercício físico. Ele estimula que essa fase passe mais rapidamente, causando menos danos ao organismo e comece a fase seguinte da REMIT, denominada de fase anabólica. Por isso que o professor citou sobre os músculos, quem é o rei da fase catabólica? O cortisol. O que esse maldito faz? Ele degrada Aminoácidos dos músculos para usar como substrato para a gliconeogênese, cicatrização de feridas e síntese hepática das proteínas de fase aguda (fibrinogênio e PCR). Porém, quando a tão esperada fase anabólica chega ocorre o início do processo de anabolismo com consequente queda desses hormônios catabólicos, e aí diminui-se a destruição dessas proteínas e ocorre o aumento da massa magra. Deambulação precoce Cabeceira elevada a 30º Como em pacientes com risco de broncoaspiração Paciente que fez neurocirurgia, uma vez que se colocado na posição horizontal pode aumentar a pressão intracraniana Fisioterapia motora e respiratória Prevenção de atelectasia Necessidade basal de 400Kcal/dia em jejum– SG 5% 500ml = 25gglicose = 100 Kcal Essa glicose não tem função nutricional ela so visa evitar a cetoacidose do jejum prolongado. Como avaliar? Prescrição médica Repouso Nutrição 13 Priscila Hipólito | T 16 Cirurgia | Teórica | Aula 3 O jejum prolongado sem nenhuma fonte de glicose leva a produção de corpos cetônicos por catabolismo, o que pode desencadear a semelhança da cetoacidose no diabético. Dieta oral precoce Fatores importantes: Condições pré-operatórias, estado nutricional, intensidade do trauma operatório, complicações (fístula, infecção), idade Existem protocolos hoje que permitem começar o tratamento com dietas brandas, mesmo que em casos de cirurgia do aparelho digestivo. Não necessariamente tendo que fazer dieta clara primeiro, depois liquida completa, depois pastosa, depois branda e so posteriormente uma dieta geral. O trato digestivo deve-se ser usado o mais rapidamente. Quando há um risco por algum motivo da dieta oral, como uma esofagectomias, podendo levar a uma fístula, deve-se buscar outras alternativas, que é a passagem no pré-operatório de uma sonda Nasoenteral. Se existe possibilidade de não retorno do TGI nos 5 primeiros dias após cirurgia, uma dieta parenteral deve ser iniciada imediatamente, porque também não é possível deixar de ofertar nada do paciente para que se faça uma boa cicatrização REPOSIÇÃO DE ELETRÓLITOS Perdas diárias 800 – 1500ml urina 250 ml fezes 600 – 900 ml perdas insensíveis Sódio e potássio Necessidade diária – não hipercatabólico Água: 25-30ml/kg/dia (20-25ml/kg/dia) Na: 1-2mEq/kg/dia K: 0,5-1mE/kg/dia Isso para pacientes que não estão utilizando o trato digestivo para nutrição Se se faz uma dieta oral ou enteral não e obrigatório a reposição hidroeletrolítica Quando ocorre perdas, como pacienteesta em jejum, não recebe nada por boca e ainda assim está vomitando ou com sonda nasogástrica positiva, além desses 20 a 30 ml/kg/dia que será dado, deve-se calcular e acrescentar a perda ao soro de hidratação senão estaremos sempre em déficit com o paciente podendo leva-lo a desidratação. A depender da secreção perdida perde-se importantes quantidades de eletrólitos REPOSIÇÃO VOLÊMICA Soro fisiológico Ringer Lactato Ele é mais fisiológico do que o soro fisiológico CONTROLE GLICÊMICO: Soro glicosado 5 ou 10% Glicemia entre de 110 – 180(200)mg/dL Glicemia capilar 2/2h, 4/4h,6/6h ou s/n (individualizado) Insulina ação rápida se necessário Hipoglicemia Glicose hipertônica 25 ou50% Antibiótico 14 Priscila Hipólito | T 16 Cirurgia | Teórica | Aula 3 A necessidade é quando há uma infecção documentada, seja ela por consequência da cirurgia (apendicite aguda complicada, diverticulite aguda complicada, colecistite aguda complicada) ou causa dela. Para abdomens agudos inflamatórios não complicados como apendicite aguda não complicada, colecistite aguda não complicada, não há necessidade de antibioticoterapia e apenas antibioticoprofilaxia. Operações em andar superior de abdome e tórax produzem mais dor Permanência de drenos também aumenta a intensidade da dor (pacientes com dreno e tórax deve ter pelo menos uma analgesia dupla, deixar o paciente apenas com dipirona é quase uma iatrogenia, uma vez que ele não vai ventilar perfeitamente pela presença do dreno, o que favorece atelectasias e pneumonias). Principais medicamentos utilizados: 1. Analgésico simples (dipirona, paracetamol) 2. AINE 3. Opioides (2º linha se idade > 60anos ou comorbidades), pelo risco de IRA causada por AINES 4. Outros: Bloqueios – epidural, bloqueio de nervos periféricos, raquimedular... ALTERAÇÕES FSIOLÓGICAS DA DOR (REMT): A presença da dor desencadeia a REMIT, mesmo que não haja lesões na pele, uma vez que eleva o cortisol, estimula o sistema simpático... Aumento da frequência cardíaca Aumento da pressão arterial Aumento da resistência vascular periférica Aumento do trabalho cardíaco Hipoxemia e retenção de CO2 Atelectasias (restrição ventilatória) Dificuldade tossir Diminuição do volume corrente, da capacidade residual funcional e alterações na ventilação /perfusão Náuseas, vômitos e íleo paralítico Oligúria Retenção urinária Ansiedade, medo, angústia (o estilo de vida contemporâneo estressante tem maior risco maior de eventos cardiovasculares porque sempre estamos com níveis elevados de cortisol, o que eleva a FC, a PA, estresse nos vasos e o aparecimento de aterosclerose). Fadiga Falta de sono Imunossupressão Dor muscular Estase venosa Tromboembolismo ANTIEMÉTICOS / PROCINÉTICOS Anestesia geral e procedimento de trato digestivo alto e via biliar Vômitos – dor e risco de deiscência Procinéticos – metoclopramida, bromoprida Tem como intuito retornar mais precocemente o ritmo intestinal. Estudos clínicos onde é apenas analisado o procinéticos não trouxe nenhum ganho ou benefício na recuperação do pós operatório. Ação central (antieméticos)– dramin, ondansetrona PROFLAXIA DE TEV Fatores de risco: Idade, obesidade, ACO, doenças cardiovasculares (ICC e FA), Câncer, traumatismos em membros inferiores e imobilização prolongada DEPENDE DO RISCO CIRÚRGICO – protocolos institucionais BAIXO RISCO: deambulação precoce e meias elásticas RISCO MODERADO / ALTO: heparina não fracionada ou de baixo peso molecular, filtro de veia cava PROFILAXIA MECÂNICA: meias elásticas, compressão pneumática de MMII, deambulação precoce PROFILAXIA FARMACOLÓGICA: heparina não fracionada ou de baixo peso molecular A profilaxia não medicamentosa é universal, independente de ser baixo, médio ou alto risco. Seriam as instruções: deambular precocemente, uso de meias elásticas. Em casos de pacientes de médio ou alto risco faz-se uso também da profilaxia medicamentosa. Quais são os pacientes com risco moderado ou alto risco? Analgesia 15 Priscila Hipólito | T 16 Cirurgia | Teórica | Aula 3 Aqueles pacientes com mais de 70 anos, acamados, pacientes com eventos tromboembólicos prévios, ICC, pacientes com trombofilias, cirurgia aberta acima de 2 horas que o paciente fica parado sem se mover, cirurgias oncológicas (entenda que a trombose é uma doença paraneoplasica). As instituições de modo universal tem protocolos específicos eu o cirurgião preenche que automaticamente já diz se o paciente tem indicação de profilaxia. Pacientes com alto risco de eventos tromboembólicos e contraindicação de profilaxia medicamentosa ou indicação de anticoagulação eventualmente indica-se a necessidade no pré- operatório de colocar-se um filtro de veia cava que se formar um trombo ele não entra no coração direito, nem na arvore pulmonar, evitando assim um evento de embolia pulmonar. Lesão aguda de mucosa gástrica Grandes queimados, trauma grave e choque hipovolêmico, sepse, insuficiência respiratória e insuficiência de múltiplos órgãos Ocorre um desequilíbrio entre os fatores agressores (gastrina e tudo que leva a maior produção de ácido clorídrico) e os fatores protetores (mucosa gástrica, imunoglobulina A, a espessura da camada da mucosa intestinal) O que acontece na lesão aguda de mucosa gástrica não é um aumento dos fatores agressores, mas uma diminuição dos fatores protetores Quais pacientes devem fazer profilaxia de lesão aguda de mucosa gástrica? Paciente em choque, grande queimado, trauma cranioencefálico, entubado por mais de 48 horas; ou seja, paciente que esta mal perfundido, com má perfusão do trato digestivo, uma vez que isso leva a diminuição dos fatores protetores. Multifatorial Medicamentos: IBP Bloqueadores de receptores H2 Antiácidos Sucralfate Independente de qual seja o dispositivo ele deve permanecer o menor tempo possível, analisar imediatamente quando ele não tem mais necessidade de aparelhos. SNG OU CNG Íleo no PO Aspiração gástrica Cirurgias trato digestivo superior Retirar quando drenagem menor que 400ml e RHA presente Cateter vesical de demora Gastrite de estresse Cuidados com dispositivos 16 Priscila Hipólito | T 16 Cirurgia | Teórica | Aula 3 Retirar o quanto antes Drenos Terapêutico ou profilático – tubulares, laminares, túbulo-laminares Fechados ou abertos Não deve ser rotina – retirar assim que possível Deixar sempre que necessário e retirar sempre que possível, para que em caso de deiscência isso não traga prejuízo ou aparecimento de coleção ou abcesso. Não tem por que se retirar o dreno com menos de 4 dias pois as deiscências de anastomose começam a aparecer no 3° ou 4° dia. No entanto, se deixamos um dreno para vigiar sangramento, por exemplo, como isso acontece na primeiras 48 horas, se após esse período não houve sangramento, pode-se retira-lo. Curativos: Mantidos nas primeiras 24-48 horas desde que limpos e secos (se a ferida estiver seca o curativo pode sair pois as cicatrizações por primeira intenção já tem uma reepitelização após 24-48 horas; desde que não haja hematoma ou infecção de sítio operatório) • Curativos especiais: Opsite, Tegaderm – permanecem por até 05 dias Evitar antissépticos e desinfetantes Infecção: • Abertura da ferida 1) Repouso relativo com estímulo à deambulação 2) Dieta branda quando bem acordado (caos o paciente esteja em dieta branda não precisa de soro de hidratação) 3) O2 sob cateter nasal 3l/min SN4.SG 5% 500ml + NaCl 20% 20ml ou Ringer Lactato 500mlUso: EV, contínuo,84ml/h ou 28 gotas/min 4) Cefazolina 2g, EV, dose única (atb) 5) Dipirona 2g, EV, 6/6h (sintomáticos analgesia) 6) Tramadol 100mg, EV, 8/8h, se dor intensa (sintomáticos analgesia ) 7) Metoclopramida 10mg, EV, 8/8h (sintomáticos antiemético) 8) Heparina 5.000UI, SC, 8/8h (profilaxia de trombose venosa) 9) Reconciliação medicamentosa (medicações de uso habituais e obrigatoriamente devem ser mantidas, se atentar as medicações cardiovasculares, anticonvulsivantes, antipsicóticos) 10) Fisioterapia motora ou respiratória 11) Sinais vitais de 6/6h (para identificar precocemente alguma alteração na recuperação pós operatória habitual) Galera, todos concordam que esse resumo esta enorme neh? Eu prometi que poria um resumo de REMIT aqui, mas como vocês podem ter observado fiz marcações em rosa explicando um pouquinho quando o professor trazia o tema. Espero ter ajudado, deixo aqui abaixo um link com um resumo meu sobre o tema, não está supercompleto, mas acho que pode ser bem explorado. Espero ter ajudado, até a próxima. https://www.passeidireto.com/arquivo/95309839?utm_ medium=mobile&utm_campaign=android aos apressados, respirem, teremos aula de REMIT, isso é so para vocês entenderem um pouquinho o mecanismo do pós-operatório. Prescrição padrão https://www.passeidireto.com/arquivo/95309839?utm_medium=mobile&utm_campaign=android https://www.passeidireto.com/arquivo/95309839?utm_medium=mobile&utm_campaign=android 17 Priscila Hipólito | T 16 Cirurgia | Teórica | Aula 3
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