Buscar

01. Apostila. Iter Criminis-1

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 6 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 6 páginas

Prévia do material em texto

Sumário
iter criminis	2
II- Conceito de Iter Crimines	3
III- Fases do Iter Criminis	4
1.	Fase Interna: Cogitação.	4
2.	Fase Externa: Preparação.	4
3.	Execução.	5
4.	Consumação.	5
5.	Exaurimento.	5
Referências	6
iter criminis
Data de Atualização: 17 de dezembro de 2021.
INTRODUÇÃO
Antes de abordarmos o que vem a ser o iter criminis, precisamos saber primeiramente o seu conceito, saber qual é o seu objeto de estudo e logo depois, ver quais são os caminhos percorridos pelo crime, ou seja, as suas fases, detalhando, verificando, cada uma delas, até então, se chegar a um fato previsto como infração penal, buscando desta forma, a punição do agente.
1. Conceito de Crime
A Doutrina majoritária, traz os seguintes conceitos de crime:
· Conceito Material;
· Conceito Formal;
· Conceito Analítico de Crime. 
a. Conceito Material:
· Materialmente, crime é a lesão ou perigo de lesão a um bem jurídico tutelado pelo direito penal;
b. Conceito Formal:
· Segundo o conceito formal, crime é a conduta descrita na lei, nos remetendo a ideia de que não há crime sem lei anterior que o defina.
· A Lei de Introdução ao Código Penal, no art. 1º diz: “Considera-se crime a infração penal que a lei comina pena de reclusão ou detenção, quer isoladamente, quer alternativa ou cumulativamente com a pena de multa; contravenção, a infração penal a que lei comina, isoladamente, pena de prisão simples ou de multa, ou ambas, alternativa ou cumulativamente”. 
GUARDE!
Atenção!
 Em nosso ordenamento jurídico, adotamos o sistema dicotômico, assim, temos a infração penal como gênero, tendo crime e contravenção como espécies, que se diferenciam pela pena cominada.
c. Conceito Analítico de Crime:
· Acerca do conceito analítico, o crime se baseia numa estrutura formada por três elementos (Teoria tripartite/tripartida):
GUARDE!
				 Típico 
· Crime é a conduta:		 Ilícito 
							 Culpável
· Fato Típico: Sobre tipicidade, não podemos deixar de analisar a tipicidade conglobam-te, teoria proposta por Eugênio Raúl Zaffaroni, segundo o qual, não basta uma conduta ser formalmente típica, devendo também ser materialmente relevante. Logo, não se pode considerar como típica uma conduta que é fomentada ou tolerada pelo próprio Estado. Desta forma, o Fato Típico é composto por: Conduta, Resultado, Nexo de Causalidade e Tipicidade. 
· Conduta Ilícita ou Antijuricidade: É importante ressaltar que a ocorrência de um fato típico dá indícios de ilicitude, ou seja, com a ocorrência de um fato típico há a presunção (relativa) de que o fato também é ilícito/antijurídico e, portanto, contrário ao direito, uma vez que tal conduta pode estar resguardada por alguma excludente, como a legítima defesa, o estado de necessidade, o estrito cumprimento de um dever legal e o exercício regular de um direito.
· Culpabilidade: A culpabilidade é o elemento subjetivo que liga o fato ao seu autor e tem como elementos:
· Imputabilidade;
· Exigibilidade de conduta diversa;
· Potencial consciência da ilicitude.
II- Conceito de Iter Crimines
Segundo o autor Cleber Masson (2015, p.355), o iter criminis ou caminho do crime, corresponde às etapas percorridas pelo agente para a prática de um fato previsto em lei como infração penal. Neste mesmo diapasão, leciona o autor Cezar Roberto Bitencourt (2012, p.522), como em todo ato humano voluntário, no crime a ideia antecede a ação é no pensamento do homem que se inicia o movimento delituoso, e a sua primeira fase é a ideação e a resolução criminosa. Há um caminho que o crime percorre, desde o momento que germina, como ideia, no espirito do agente, até aquele em que se consuma no ato final.
A esse itinerário percorrido pelo crime, desde o momento da concepção até aquele em que ocorre a consumação, chama-se iter criminis e compõe-se de uma fase interna (cogitação) e de uma fase externa (atos preparatórios, executórios e consumação), ficando fora dele o exaurimento, quando se apresenta destacado da consumação.
O autor Damásio de Jesus nos ilustra um exemplo em que o agente, com intenção de matar a vítima (cogitação), adquire um revólver e se posta de emboscada à sua espera (atos preparatórios), atirando contra ela (execução) e lhe produzindo a morte (consumação).
Portanto, o iter criminis, nada mais é que o caminho a ser percorrido pelo crime a qual antecede o fato criminoso, ou seja, o agente antes de praticar o delito ele passa por uma series de etapas em que depois de realizadas, logo então é concretizado o delito pelo autor.
III- Fases do Iter Criminis
1. Fase Interna: Cogitação.
· Na cogitação não existe ainda a preparação do crime, o autor apenas mentaliza, planeja em sua mente como vai ele praticar o delito, nesta etapa não existe a punição do agente, pois o fato dele pensar em fazer o crime não configura ainda um fato típico e antijurídico pela lei, sendo irrelevante para o direito penal.
· Enquanto encarcerada nas profundezas da mente humana, a conduta é um nada, totalmente irrelevante para o direito penal. Somente quando se rompe o claustro psíquico que a aprisiona, e materializa-se concretamente a ação, é que se pode falar em fato típico (CAPEZ, 2008, p.241).
2. Fase Externa: Preparação.
· Segundo o ilustre Fernando Capez (2008, p.241), é a pratica dos atos imprescindíveis à execução do crime. Nesta fase, ainda não se iniciou a agressão ao bem jurídico, o agente não começou a realizar o verbo constante da definição legal (núcleo do tipo), logo o crime ainda não pode ser punido.
· É a preparação da ação delituosa que constitui os chamados atos preparatórios, os quais são externo ao agente, que passa da cogitação à ação objetiva; arma-se dos instrumentos necessários à pratica da infração penal, procura o local mais adequado ou a hora mais favorável para a realização do crime (BITENCOURT, 2012, p.523).
· O agente na preparação ele usa dos meios indispensáveis para a prática da infração penal, municiando-se dos meios necessários para se chegar a concretização do ilícito penal. É o caso por exemplo do agente comprar uma arma de fogo, para a prática futura de um crime de homicídio.
· Conforme esclarece Cleber Masson (2015, p.357), em casos excepcionais, é possível a punição de atos preparatórios nas hipóteses em que a lei optou por incriminá-los de forma autônoma. São os chamados crimes-obstáculo. É o que se dá com os crimes de fabrico, fornecimento, aquisição, posse ou transporte de explosivos ou gás toxico, ou asfixiante (CP, art. 253), incitação ao crime (CP, art.286), associação criminosa (CP, art. 288) e petrechos para a falsificação de moeda (CP, art. 291), entre outros.
3. Execução.
· Segundo o autor Cezar Roberto Bitencourt (2012, p.523), dos atos preparatórios passa-se, naturalmente, aos atos executórios. Atos de execução são aqueles que se dirigem diretamente à prática do crime, isto é, a realização concreta dos elementos constitutivos do tipo penal.
· Nos dizeres de Cleber Masson (2015, p.357), a fase da execução, ou dos atos executórios, é aquela em que se inicia a agressão ao bem jurídico, por meio da realização do núcleo do tipo penal.
· O agente começa a realizar o verbo (núcleo do tipo) constante da definição legal, tornando o fato punível. Segundo o autor o ato da execução deve ser idôneo e inequívoco. O ato idôneo é o que se reveste de capacidade suficiente para lesar o bem jurídico penalmente tutelado e o ato inequívoco é o que se direciona ao ataque do bem jurídico, almejado a consumação da infração penal e fornecendo certeza acerca da vontade ilícita, tendo como exemplo um disparo de arma de fogo efetuado na direção da vítima é unívoco para a pratica de um homicídio, diferente de um disparo efetuado para o alto.
· É no ato executório que se inicia a ofensa ao bem jurídico penalmente protegido pelo direito penal, nesta etapa, o agente ele age com o dolo de agressão ao bem da vítima, realizando a conduta do núcleo do verbo, ou seja, praticando o fato típico e antijurídico do crime, momento este que a sua conduta passa a ser reprovado pela lei e com isto, tendo a sua punição.4. Consumação.
· De acordo com a manifestação do autor Guilherme de Souza Nucci (2008, p.175), a consumação é o momento de conclusão do delito, reunindo todos os elementos do tipo penal.
· A consumação se dá quando o agente pratica todas as elementares que compõe o crime. Exemplo: no crime de homicídio o crime se consuma quando a vítima morre devida a provocação de outra pessoa.
· Conforme esclarece Cristiano Rodrigues (2012, p.120), a consumação dá-se quando o crime se completa, quando o gente realizou e alcançou tudo que o legislador considerou proibido e para o qual se estabeleceu a sanção em abstrato, sendo que isto ocorre da seguinte formas: com a concreta produção do resultado naturalístico, previsto na lei, ou seja, quando se materializa uma lesão no mundo real (crimes materiais), com a completa realização da conduta formalmente proibida, independentemente da materialização, produção do resultado naturalístico que está previsto (crimes formais). Exemplo: CP, art. 159 (extorsão mediante sequestro). Com a completa realização da mera conduta proibida, já que não há sequer a previsão de um resultado naturalístico (resultado natural, concreto). Exemplo: CP, art.330 (crime de desobediência).
5. Exaurimento.
· Também chamado de crime exaurido ou crime esgotado, é o delito em que, posteriormente à consumação, subsistem efeitos lesivos derivados da conduta do autor. É o caso do recebimento do resgate no crime de extorsão mediante sequestro, desnecessário para fins de tipicidade, eis que se consuma com a privação da liberdade destinada a ser trocada por indevida vantagem econômica. No terreno da tipicidade, o exaurimento não compõe o iter criminis, que se encerra com a consumação.
Referências
1. CAPEZ, Fernando. Curso de Direito Penal. v.1. Parte geral.12ª ed. São Paulo: Saraiva, 2008.
2. BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de direito penal. Parte geral. 17ª. ed. rev. ampl e atual. São Paulo: Saraiva, 2012.
3. MASSON, Cleber. Direito penal esquematizado. Parte geral. v. 1. 9ª. ed. rev. atual e ampl. Rio de Janeiro: Forense. São Paulo: Método, 2015.
4. NUCCI, Guilherme de Souza. Código Penal comentado. 9ª ed. rev. atual e ampl. São Paulo: Revistas dos tribunais, 2008.
5. JESUS, Damásio de Direito penal. v. 1. Parte geral. 32ª. Ed. São Paulo: Saraiva, 2011.
6. RODRIGUES, Cristiano Soares. Direito penal. Parte geral. São Paulo: Saraiva, 2012.

Continue navegando