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Prezados Alunos
ESTUDO DIRIGIDO Módulo I
Direito Penal Sociologia e Teoria do Crime
Aqui o aluno encontrará alguns temas abordados de forma superficial, vale esclarecer que este compêndio não esgota o assunto da disciplina, trata-se apenas de um direcionamento, com ênfase nos principais pontos, devendo o aluno reforçar seus estudos através da leitura das obras bibliográficas indicadas, de acordo com o Plano de Ensino.
Aula 1 – Sociologia e Direito Penal Noções de Sociologia
Conflito e Mudança Social
O que é o crime?
A violação de uma norma pré existente.
Por isso há necessidade de estudarmos os conflitos e as Mudanças Sociais.
Dentre os conflitos sociais, é necessário estudar um pouco os aspectos sociológicos e criminológicos apontados por Karl Marx e Émile Durkheim.
O que é Sociologia?
É a área das Ciências Humanas que estuda o comportamento humano em função do meio e os processos que interligam os indivíduos em associações, grupos e instituições.
A moderna Sociologia Criminal, de um ponto de vista macrossociológico, pode ser estudada a partir de duas teorias:
· Teoria de Consenso
· Teoria de Conflito
A Teoria de Consenso entende que o objetivo da sociedade é atingido quando há o funcionamento perfeito de suas instituições, com os individuos convivendo e compartilhando as metas sociais comuns, concordando com as regras de convívio.
Esta Teoria argumenta que a harmonia social decorre da força e da coerção, em que há uma relação entre dominantes e dominados. Os postulados desta teoria são: as sociedades são sujeitas a mudanças contínuas, sendo ubíquas, de modo que todo elemento coopera para sua dissolução, haveria sempre uma luta de classes ou de ideologias a informar a sociedade moderna (Karl Marx).
Os sociólogos contemporâneos afastam a luta de classes, argumentando que a violação da ordem deriva mais da ação de indivíduos, grupos ou bandos do que de um substrato ideológico e politico.
Toda sociedade ou grupo social necessita de mecanismos disciplinares que assegurem a convivência interna de seus membros.
Nesse contexto, podemos definir controle social como o conjunto de mecanismos e sanções sociais que tem com objetivo submeter as pessoas aos modelos e normas comunitários.
Para alcançar tais objetivos, as organizações sociais lançam mão de dois sistemas: 1º) Controle Social Informal – família, escola, profissão etc (sociedade civil);
2º) Controle Social Formal – Polícia, Justiça, Forças Armadas, Ministério Público (aparelho político do Estado), trata-se do controle legal ou penal.
Os Fatores Sociais que influenciam na Criminalidade podem ser de ordem Sociológica ou Criminológica.
Abordagem	Sociológica:	Infância	Abandonada;	Pobreza;	Desemprego;	Meios	de Comunicação; Habitação; Migração; Crescimento Populacional; Preconceito; Educação.
Conceito de Criminologia
Etimologicamente, criminologia vem do latim crimino (crime) e do grego logos
(estudo), significando o “estudo do crime”.
Entretanto, a criminologia não estuda apenas o crime, mas também as circunstâncias sociais, a vítima, o criminoso e o controle social.
Portanto, trata-se de uma ciência empírica e interdisciplinar, cujo objeto é o delito, o delinquente, a vítima e o controle social.
Legitimidade Social e Consenso
A Justiça Criminal deve sempre se modenizar para conseguir, como sugere a moderna criminologia “um controle razoável” da criminalidade.
Acabar com a criminalidade como um todo, tal como pretendia o socialismo ou ainda pretendem setores radicais da lei e da ordem, é uma utopia, até porque, do ponto de vista sociológico, ela é “normal” e, como reconhecia Durkheim, exerce uma função útil. (Molina e Luiz Flavio Gomes).
Contudo, tendo hoje, os órgãos de controle social, uma gama enorme de meios e instrumentos (politicos criminais) que viabilizam a resposta jurídica adequada diante de cada desvio social, nota-se uma tendência metodológica de se separar o crime mais grave do de menor gravidade de acordo com o bem jurídico tutelado pela sociedade.
Isto posto, dividimos a criminalidade em criminalidade de menor potencial ofensivo e criminalidade de maior potencial ofensivo.
Desta forma, cabe ao ordenamento jurídico prever para cada espécie de criminalidade respostas não só quantitativas como também qualitativas adequadas, com instrumentos e processos distintos e adequados. Assim, neste modelo de separação da pequena e grande criminalidade, é sugerido que a Justiça Criminal deva distinguir o espaço de consenso (vinculado à pequena e media criminalidade) do espaço de conflito (criminalidade grave).
Ao se observer a criminalidade pequena ou média, há uma preocupação internacional de se incidir, na maior extensão possível, o princípio de intervenção minima, abrindo campo para as penas ou medidas alternativas.
A forma mais adequada para dar resposta a este dilema tem sido a processual em detrimento ao penal, mais precisamente, vem sendo adotado amplamente a via do “consenso”, que implica a não utilização de direitos fundamentais, assim como de formas reativas clássicas, em benefício de novas fórmulas alternativas.
Um exemplo de modelo politico criminal consensual em nosso país é a Lei 9.099/95 que instituiu os Juizados Especiais (Civil e Criminal).
Esta lei enfatiza, em seu art. 2º que o processo, nas infrações de pequeno potencial ofensivo (art. 61 da citada lei), orientar-se-á pela simplicidade, oralidade, informalidade, economia processual e celeridade, devendo buscar, sempre que possível, a conciliação ou a transação.
O Crime Enquanto Fenômeno Jurídico Social
Para entendermos o crime como fenômeno jurídico social, é necessário primeiramente entendermos que o crime é um problema social e comunitário.
Vale lembrar que há várias concepções do que vem a ser o crime, entre estas concepções podemos citar o penal, o filosófico, o social, o politico etc.
Podemos entender “sociedade” como sendo “um grupo autônomo, de pessoas que ocupam um território comum, com igualmente uma cultura comum e possuem uma sensação de identidade compartilhada”.
Neste contexto, este grupo elege seus valores sociais, morais e éticos, de igual sorte, seus bens jurídicos também, criando assim um hol de bens jurídicos a ser protegido pelo Poder Constituído, através de normas que definem o bem e a sanção imposta a quem violá- lo.
A criminologia, por seu turno, expõe o delito como sendo um comportamento individual, contudo, um problema social e comunitário, motivo pelo qual cabe ao poder constituído, tutelar os bens jurídicos eleitos pela sociedade, chamando a responsabilidade para si.
Podemos afirmar que um determinado fato ou fenômeno deve ser definido como “problema social” quando tem incidência massiva sobre a população, quando essa incidência tenha relevância social dolorosa e aflitiva, persistência no espaço e no tempo e também consciência social de sua negatividade.
Por mais que o conceito criminologico do delito seja um conceito real, fático empírico, e não normativo, diferentemente do conceito jurídico formal, a constatação ou apreciação do fato criminoso (da delinquência) e o volume deste dependem de uma série de operações e filtros, em síntese, da reação ou controle social, que evidenciam sua relatividade.
Aula 2 – Direito Penal Conceito de Direito Penal
A vida em sociedade exige um complexo de normas disciplinadoras que estabeleça as regras indispensáveis ao convívio entre os indivíduos que a compõem.
O conjunto dessas regras, denominado direito positivo, que deve ser obedecido e cumprido por todos os integrantes do grupo social, prevê as consequências e sanções aos que violarem seus preceitos.
A reunião das normas jurídicas pelas quais o Estado proíbe determinadas condutas, sob ameaça de sanção penal, estabelecendo ainda os princípios gerais e os presssupostos 
para a aplicação das penas e das medidas de segurança, dá-se o nome de Direito Penal. (Julio Fabbrini Mirabete. Manual de Direito Penal).
Denominação da Disciplina
A disciplina referente ao crime e às suas consequências são denominadas por Direito Penal e Direito Criminal.
A primeira é largamenteutilizada, principalmente, nos países ocidentais, como Alemanha, França, Espanha, Itália etc.
No Brasil, a denominação passou a ser utilizada no Cód. Penal da República, em 1890, mantendo a nomenclatura na Consolidação das Leis Penais em 1936 e o Código Penal vigente em 1940.
Vale lembrar que a CF reservou a competência para legislar sobre a matéria somente à União.
Definição de Direito Penal
Para Guilherme de Souza Nucci, Direito Penal é o conjunto de normas jurídicas voltado à fixação dos limites do poder punitivo do Estado, instituindo infrações penais e as sanções correspondentes, bem como regras atinentes à sua aplicação.
Características do Direito Penal
Diz-se que o Direito Penal é uma ciência cultural e normativa. Cultural porque indaga o dever ser, traduzindo-se em regras de conduta que devem ser observadas por todos no respeito aos mais relevantes interesses sociais.
Diferencia-se, assim, das ciências naturais, em que o objeto do estudo é o ser.
É também uma ciência normativa, pois seu objeto é o estudo da lei, da norma, do direito positivo.
Direito Penal Objetivo e Subjetivo
Denomina-se Direito Penal objetivo o conjunto de normas que regula a ação estatal, definindo os crimes e cominando as respectivas sanções.
Somente o Estado pode estabelecer e aplicar estas sanções, titular do direito de punir (jus puniendi).
Já o Direito Penal subjetivo é o direito de punir do Estado, que surge após o cometimento da infração penal.
Direito Penal Comum e Direito Penal Especial
Os doutrinadores definem como Direito Penal comum aquele que se aplica a todas as pessoas e aos atos delitivos em geral e, o Direito Penal especial aquele dirigido a uma classe de indivíduos de acordo com sua qualidade especial e a certos atos ilícitos particularizados; ex:
1) Cód. Penal, Lei de Drogas, CTB, etc. (sujeitos à aplicação pela justiça comum) e
2) Cód. Penal Militar, Lei de Impeachment, etc. aplicadas por uma justiça especializada.
A citada distinção, porém, não encontra apoio na legislação, que se refere genericamente à legislação especial como sendo aquela que não consta no Cód. Penal (art. 12 e 360 do CP). Assim, pode-se falar em legislação penal comum em relação ao Cód. Penal, e em legislação especial como sendo as normas penais que não se encontram no referido Estatuto.
Direito Penal Mínimo (ultima ratio) e Fragmentariedade
Intervenção mínima significa que o Direito Penal não deve interferir em demasia na vida do indivíduo, retirando-lhe autonomia e liberdade, afinal, a lei penal não deve ser vista como a primeira opção (prima ratio) do legislador para compor conflitos existentes em sociedade.
O Direito Penal deve ser considerado como a ultima ratio, ou seja, quando não há outra forma de se solucionar o conflito.
Caso o bem jurídico possa ser protegido de outro modo, deve-se abrir mão da opção legislativa penal, para não banalizar a punição.
Fragmentariedade significa que nem todas as lesões a bens jurídicos protegidos devem ser tuteladas e punidas pelo Direito Penal, que, por sua vez, constitui somente parcela do ordenamento jurídico.
Direito Penal Material e Formal
Direito penal material ou substantivo, é representado pelas normas que definem as figuras penais, estabelecendo as sanções respectivas (Cód. Penal, Lei de Contravenções Penais etc).
Direito Penal Formal ou adjetivo, constitui-se de preceitos de aplicação do direito material e de organização judiciária, trata-se do Direito Processual Penal, podendo ser entendido como a instrumentalização do Direito Penal.
Finalidade e Função do Direito Penal
A principal finalidade do Direito Penal é tutelar o bem jurídico, ou seja, as normas penais existem para deixar claro à sociedade que não se pode violar determinadas condutas, pois, se isto ocorrer, o Estado punirá a pessoa que não respeito o direito alheio.
Não se confunde a finalidade do Direito Penal, que é proteger o bem jurídico, com a finalidade da pena (preceito secundário do crime), esta tem como finalidade preventiva e retributiva.
Relação entre Direito Penal, Criminologia e Política Criminal.
O Direito Penal está intrinsicamente ligado à Criminologia e à Política Criminal. Política Criminal, para o Professor Nucci, é um modo de raciocinar e estudar o Direito
Penal, fazendo de modo crítico, sugerindo reformas e aperfeiçoamentos, bem como visando a criação de novos institutos jurídicos que possam satisfazer as finalidades primordiais de controle social.
Já a Criminologia é a Ciência que tem por objetivo o estudo do crime, como fenômeno social, bem como do criminoso, como agente do ato ilícito, em uma visão ampla e aberta, que não se restringe à análise da norma penal e seus efeitos, mas sobretudo às causas que levam à delinquência, buscando auxiliar o aperfeiçoamento do sistema penal.
Aula 3 – História do Direito Penal
HISTÓRIA DO DIREITO PENAL 
Generalidades 
Fase das Vinganças: privada, divina e pública
Na denominada “fase da vingança privada”, quando era cometido um crime, ocorria a reação da vítima, dos parentes e até mesmo do grupo social (tribo), que agiam sem proporção à ofensa, atingindo não só o ofensor, como também todo seu grupo.
Com a evolução social, para evitar a dizimação das tribos, surge o talião (de talis = tal), que limita a reação à ofensa a um mal idêntico ao praticado (sangue por sangue, olho por olho, dente por dente), adotado no Código de Hamurábi (Babilônia), no Êxodo (povo hebraico) e na Lei das XII Tábuas (Roma).
A fase da vingança divina deve-se à influência decisiva da religião na vida dos povos antigos. O Direito Penal impregnou-se de sentido místico desde seus primórdios. O castigo ou oferenda, por delegação divina era aplicado pelos sacerdotes que infligiam penas severas, cruéis e desumanas, visando especialmente à intimidação.
Com a maior organização social, atingiu-se a fase da vingança pública. No sentido de se dar maior estabilidade ao Estado, visou-se à segurança do princípio soberano pela aplicação da pena, ainda severa e cruel. Também em obediência ao sentido religioso, o Estado justificava a proteção ao soberano que, na Grécia, por exemplo, governava em nome de Zeus, e era seu intérprete e mandatário.
Períodos e Escolas Penais
Período Humanitário: escola clássica
É no decorrer do iluminismo que se inicia o denominado Período Humanitário do Direito Penal, movimento que pregou a reforma das leis e da administração da justiça penal no fim do século XVIII.
Legislação Brasileira – noções fundamentais Período Colonial
Neste período estiveram em vigor no Brasil as ordenações: Afonsinas (até 1512) e Manuelinas (até 1569), substituídas pelo Código de D. Sebastião (até 1603). Passou-se, então, para as Ordenações Filipinas, que refletiam o Direito Penal dos tempos medievais, o crime era confundido com o pecado e com a ofensa moral, punindo-se severamente os hereges, feiticeiros etc.
Em 1830, após a proclamação da independência, foi sancionado o Cód. Criminal do Império, fixou a individualização da pena, previa a existência de atenuantes e agravantes e estabelecia um julgamento especial para menores de 14 anos. A pena de morte foi aceita,
porém, após muita discussão e só através da forca para coibir crimes praticados pelos escravos.
Com a proclamação da República, foi editado em 1890 o novo estatuto básico, denominado Código Penal, com muitas falhas, aboliu-se a pena de morte e instalou-se o regime penitenciário de caráter correcional, que constituiu um avanço legislativo para época.
Em 1º de janeiro de 1942 entrou em vigor o Cód. Penal, Decreto Lei 2.848, de 1940, que ainda é nossa legislação penal fundamental, o projeto foi de Alcântara Machado, aceitaram postulados da escola Clássica e Positiva.
Em 1984 a parte geral do Cód. Penal sofreu várias alterações, apoiada no princípio “nullum crimen sine culpa”.
Fontes do Direito Penal
Por fonte do direito entende-se a origem primária do Direito, identificando-a como gênese das normas jurídicas, desta forma, podemos afirmar que são todas as formas pelas quais são criadas, modificadas ou extintas as normas de determinadoordenamento jurídico
No direito Penal as fontes podem ser materiais (produção) como é produzido, elaborado; e formais (conhecimento) se referem ao modo pelo qual se exterioriza o direito, pelo qual se dá ele a conhecer.
A única fonte de produção do Direito Penal é o Estado (art. 22 da CF).
As fontes formais que exteriorizam o direito, que lhe dão forma e o revelam, dividem- se em fontes diretas e indiretas:
A única fonte direta do Direito Penal é a Lei;
Aponta-se como fontes indiretas ou subsidiárias do Direito Penal os costumes, os princípios gerais do direito, jurisprudência e doutrina.
Aula 4 – Aplicação da Lei Penal Do Princípio da Legalidade Anterioridade da Lei
Art. 1º - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal.
O Princípio da Legalidade (também chamado de Reserva Legal), está inscrito no art.
1º do Cód. Penal: “Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal”.
Artigo este que obedece aos ditames constitucionais, onde no art. 5º, inc. XXXIX, onde dispõe: “Não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal”.
O Princípio nullum crimen, nulla poena sine lege, assim formulada por Feuerbach, tem sua origem na Magna Carta, de João Sem Terra, em seu art. 39, que estabelecia que nenhum homem livre podia ser punido senão pela lei da terra.
Este princípio se fortaleceu no sec. XVIII, no iluminismo, sendo incluído no art. 8º da “Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, de 26/08/1789, nos seguintes termos:
“Ninguém pode ser punido senão em virtude de uma lei estabelecida e promulgada anteriormente ao delito e legalmente aplicada”.
Pelo Princípio da legalidade alguém só pode ser punido se, anteriormente ao fato por ele praticado, existir uma lei que o considere como crime.
Ainda que o fato seja imoral, antissocial ou danoso, não haverá possibilidade de se punir o autor, sendo que, sua vigência posterior ao fato não atinge o autor.
Do Princípio da Legalidade
Lei Prévia, Lei Escrita, Lei Estrita e Lei Certa.
O efetivo respeito ao princípio da legalidade demanda não só a existência de uma lei definindo uma conduta criminosa, exige também que seja anterior ao ato, que se trate de lei em sentido formal, vedando-se a analogia in malam partem, e que tenha conteúdo determinado.
Lege praevia ou anterioridade
A anterioridade da lei penal é corolário da legalidade. Esta não sobrevive sem aquela, pois nada adiantaria assegurar como fonte exclusiva de incriminações a lei, se esta pudesse ser elaborada posteriormente ao ato, alcançando-o retroativamente.
Lege scripta – ou reserva legal
A legalidade penal não se compadece com a fundamentação do crime ou da pena por meio dos costumes, é preciso que haja lei no sentido formal, escrita e reconhecida legalmente.
Lege stricta – Proibição de Analogia
O terceiro desdobramento do princípio da legalidade consiste na proibição do emprego da analogia. A analogia constitui método de integração do ordenamento jurídico, em que se aplica uma regra existente para solucionar caso concreto semelhante, para o qual não tenha havido expressa regulamentação legal. A analogia pode ser in malam partem ou in bonam partem, somente a primeira é proibida.
Lege certa – taxatividade ou mando de certeza
O princípio da legalidade jamais cumprirá seu papel se a lei, ainda que anterior à conduta, puder ser editada de tal modo genérico ou vago, que não se possa delimitar, com segurança e clareza, quais os comportamentos a ela se subsumem. Por esse motivo, são inconstitucionais os tipos penais vagos.
Eficácia da Lei Penal no Tempo
Lei penal no tempo
Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que a lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória.
Par. Único. A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado.
Nascimento, revogação e extratividade da lei penal
De acordo com o princípio “tempus regit actum”, a lei rege, em geral, os fatos praticados durante sua vigência. Não pode, em tese, alcançar fatos ocorridos em período anterior ao início de sua vigência nem ser aplicada àqueles ocorridos após sua revogação.
Entretanto, por disposição expressa no próprio diploma legal, é possível a ocorrência da retroatividade e da ultratividade da lei. Denomina-se retroatividade o fenômeno pelo qual uma norma jurídica é aplicada a fato ocorrido antes do início de sua vigência e a ultratividade a aplicação dela após sua revogação.
A lei penal, como todas as demais leis do ordenamento jurídico, entra em vigor na data nela indicada. Se não houver indicação na própria lei, aplica-se o disposto no art. 1º, caput, da Lei de Introdução ás Normas do Direito Brasileiro (antiga Lei de Introdução ao Código Civil), que estabelece o prazo de quarenta e cinco dias, para que a lei entre em vigor no Brasil.
Obs. O período compreendido entre a publicação oficial da lei e sua entrada em vigor é denominado “vacatio legis”.
Conflitos de leis penais no tempo:
princípios que regem a matéria e hipóteses de conflito
Havendo conflito de leis penais com o surgimento de novos preceitos jurídicos após a pratica de fatos delituoso, será aplicada sempre a lei mais favorável, isso significa que a lei penal mais benigna tem extratividade (é retroativa e ultrativa) e a contrario sensu, a lei mais severa não tem extratividade.
Existem quatro hipóteses de conflitos de lei penais no tempo:
abolitio criminis, novatio legis incriminadora, novatio legis in pejus e novatio legis in mellius.
Abolitio Criminis
Ocorre quando a nova lei suprime norma incriminadoras anteriormente existentes, ou seja, o fato deixa de ser considerado crime. Sua natureza jurídica é de “Extinção da Punibilidade”, prevista no art. 107, inc. III do CP.
Novatio legis: Incriminadora:
Ocorre quando a nova lei incrimina fatos antes considerados lícitos, ou seja, o fato passa a ser considerado crime.
Novatio legis in Pejus:
Ocorre quando a lei nova modifica o regime penal anterior, agravando a situação do sujeito, não pode alterar fatos passados.
Novatio legis in Mellius:
Ocorre quando a lei nova modifica o regime anterior, beneficiando o sujeito, altera a situação de condenados, mesmo com o trânsito em julgado, cabendo ao juízo das execuções criminais aplicar a lei mais benéfica (súmula 611 do STF).
ESTUDO DIRIGIDO Módulo II
Direito Penal Sociologia e Teoria do Crime
Aqui o aluno encontrará alguns temas abordados de forma superficial, vale esclarecer que este compêndio não esgota o assunto da disciplina, trata-se apenas de um direcionamento, com ênfase nos principais pontos, devendo o aluno reforçar seus estudos através da leitura das obras bibliográficas indicadas, de acordo com o Plano de Ensino.
Aula 5 – LEI EXCEPCIONAL E TEMPORÁRIA
Art. 3º. A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua vigência.
Conceito – Lei Penal temporária
Leis Penais Temporárias são aquelas que possuem vigência previamente fixada pelo legislador, trazendo expresso em seu texto a data final de vigência.
Conceito – Lei Penal Excepcional
São aquelas promulgadas em caso de calamidade pública, guerras, revoluções, epidemias etc. Elas vigem enquanto durar a situação de anormalidade.
Lei Excepcional e Temporária
Ultratividade das Leis Temporárias ou excepcionais:
Encerrado o período de sua vigência, ou cessadas as circunstâncias anormais que a determinaram, tem-se por revogadas as leis temporárias e excepcionais. Desta forma, havendo sucessões de leis temporárias ou excepcionais, prevalecerá a regra constitucional da extratividade in mellius, ou seja, sempre que a lei anterior for benéfica, deverá gozar dos efeitos da ultratividade.
Normas Penais em Branco e o Direito Intertemporal
Norma Penal em branco é aquela que possui alguns preceitos incompletos, indeterminados ou genéricos, que devemser preenchidos ou completados por outra norma jurídica (lei, decreto, regulamento, portaria etc).
Revogada a norma complementar que regulamentou a norma penal em branco (Decreto, Portaria, etc), não desaparecerá o crime, o que foi revogado ou alterado foi a norma complementar e não o crime, podendo haver nova regulamentação, pois o crime não deixou de existir.
Aula 6 - Do Tempo do Crime
Art. 4º. Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado.
Conceito
A questão referente ao tempo do crime (em que momento se considera praticado o delito) apresenta particular interesse quando, após realizada a atividade executiva e antes de produzido o resultado, entra em vigor nova lei, alterando os dispositivos sobre a conduta punível, ou ainda, com relação à imputabilidade do agente.
Teorias
Três são as teorias sobre o tempo do crime: teoria da atividade, teoria do resultado e teoria mista ou da ubiquidade.
Teoria da atividade
é a que considera praticado o delito no momento da ação ou omissão, aplicando-se ao fato a lei em vigor nessa oportunidade.
Teoria do resultado
É a que considera praticado o delito, no momento da produção do resultado, aplicando-se ao fato a lei em vigor nessa oportunidade.
Teoria mista ou da ubiquidade
É a que considera o tempo do crime indiferentemente como o momento da ação ou do resultado, aplicando-se qualquer uma das leis em vigor nessas oportunidades.
O Brasil adotou a Teoria da Atividade.
Aula 7 - Lugar do Crime
Conceito e Teorias
Art. 6º. Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde ele produziu ou deveria produzir-se o resultado.
Teorias
A perfeita caracterização do lugar do crime é necessária para a correta aplicação do princípio da territoriedade temperada.
São três as teorias sobre o lugar do crime: teoria da atividade, teoria do resultado e a teoria mista ou da ubiquidade.
A Teoria adotada pelo Brasil é a Teoria Mista ou da Ubiquidade, também chamada de Teoria da Unidade.
Eficácia da Lei Penal no Espaço Territorialidade
Art. 5º - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido no territorio nacional.
§ 1º - Para efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional as embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no espeço aéreo correspondente ou em alto mar.
§2º - É também aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de aeronaves ou embarcações estrangeiras de propriedade privada, achando-se aquelas em pouso no territorio nacional ou em voo no espaço aéreo correspondente, e estas em porto ou mar territorial do Brasil.
Neste art. é aplicado o princípio da territorialidade.
Dir. Penal Internacional e o Princípio da Territorialidade
A importância da questão relativa à eficácia da lei penal no espaço reside na necessidade de apresentar solução aos casos em que um crime viole interesses de dois ou mais países, ou porque a conduta foi praticada no território nacional e o resultado ocorreu no exterior, ou porque a conduta foi praticada no exterior e o resultado ocorreu no território nacional.
Extraterritorialidade
As situações de aplicação extraterritorial da lei penal brasileira estão previstas no art.
7º do CP e constituem exceções ao princípio geral da territorialidade (art. 5º do CP).
Extraterritorialidade – incondicionada e condicionada
As hipóteses de aplicação da lei penal brasileira à crimes que ocorram fora do território brasileiro são de extraterritorialidade incondicionada (aplica-se a lei brasileira sem qualquer condicionante) e extraterritorialidade condicionada ( aplica-se a lei brasileira quando satisfeitos certos requisitos).
Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: I – os crimes:
a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República;
b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado, de Território, de Município, de empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público;
c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço;
d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil; II – os crimes:
a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir; b) praticados por brasileiro;
c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados.
§ 1º - Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo a lei brasileira, ainda que absolvido ou condenado no estrangeiro;
§ 2º - Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira depende do concurso das seguintes condições:
a) entrar o agente no território nacional;
b) ser o fato punível também no país em que foi praticado;
c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição;
d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena;
e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar extinta a punibilidade, segundo a lei mais favorável.
§ 3º - A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil, se, reunidas as condições previstas no parágrafo anterior:
a) não foi pedida ou foi negada a extradição;
b) houve requisição do Ministro da Justiça
Princípios Relativos à Lei Penal no Espaço
Princípios: da territorialidade, da defesa, da nacionalidade, da justiça penal universal e da representação:
Princípio da Territorialidade: é aquele segundo o qual se aplica a lei nacional ao fato praticado no território do próprio país.
Princípio da Defesa
Princípio da Defesa é também chamado de princípio real ou princípio da proteção, segundo o qual a lei do país é aplicada em razão do bem jurídico lesado, independentemente do local ou da nacionalidade do agente. (art. 7º, inc. I e § 3º do CP).
Princípio da Nacionalidade:
Princípio da Nacionalidade é também chamado de princípio da personalidade, segundo o qual a lei penal de um país é aplicável ao seu cidadão, independentemente de onde este se encontre. (art. 7º, II, b do CP).
Princípio da Justiça Penal Universal:
Princípio da Justiça Penal Universal também chamado de princípio universal, princípio da universalidade da justiça, segundo o qual o agente deve ser punido no local em que se encontre, segundo a lei do pais onde esteja, independentemente de sua nacionalidade, do local ou da nacionalidade do bem jurídico lesado. (art. 7º, inc. II, a).
Princípio da representação:
Princípio da representação: é aquele segundo o qual o crime praticado no estrangeiro deve ser punido por determinado país, quando cometido em embarcações e aeronaves privadas de sua nacionalidade, desde que não tenha sido o agente punido no país onde se encontrava. (art. 7º, II, c do CP).
Princípios Adotados pelo Cód. Penal
O Brasil adotou o princípio da territorialidade como regra e os demais princípios como exceção, da seguinte forma:
Regra: princípio da territorialidade – art. 5º do CP; Art. 7º, I e §3º do CP - princípio da defesa;
Art. 7º, II, a do CP - princípio da justiça universal; Art. 7º, II, b do CP - princípio da nacionalidade; Art. 7º, II, c do CP - princípio da representação.
Imunidades Diplomáticas
O art. 5º do CP prevê inaplicabilidade da lei penal aos Diplomatas em razão das funções que desempenham. Esta imunidade se dá em razão dos tratados firmados pelo Brasil e, na falta destes, pelas regras de Direito Internacional, firmadas no Princípio da Reciprocidade.
Homologação de Sentença Penal Estrangeira
Tomando-se por base a soberania da nação, uma sentença estrangeira não pode produzir efeitos no Brasil sem que a homologação seja feita por um Tribunal Pátrio.
Pois se isso não ocorresse, estariamos aplicando emterritório nacional leis estrangeiras. (Guilherme de Souza Nucci)
Isto posto, cabe ao Presidente do Superior Tribunal de Justiça homologar a sentença estrangeira para que produza efeitos no Brasil, de acordo com o art. 105, inc. I, letra i da Constituição Federal e os artigos 787 a 790 do Cód. de Processo Penal.
Um dos objetivos para a homologação de sentença penal estrangeira é a facilitação, para a vítima de um crime no exterior, de obter, em juízo brasileiro, a reparação cívil do dano.
Outro exemplo da importância deste instituto é a hipótese do sequestro dos bens no caso da Lei de Lavagem de Dinheiro, desta forma, homologada a sentença estrangeira de condenação por lavagem de capitais, poderá o Brasil e o pais solicitante do sequestro dividir o que foi amealhado.
Aula 8 - Do Prazo Penal
Art. 10. O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. Contam-se os dias, os meses e os anos pelo calendário comum.
Segundo o disposto do art. 10 do CP, o dia do começo inclui-se no cômputo do prazo penal, sendo os dias, os meses e os anos contados pelo calendário comum.
Calendário Comum
O calendário comum, previsto pela regra penal, é o calendário gregoriano, que foi estabelecido por Gregorio XIII. Desta forma, como nos ensina Mirabete, o mês é contado não pelo número real dos dias (28, 29, 30 ou 31), e sim de determinado dia à véspera do mesmo dia do mês subsequente. Da mesma forma, um ano é contado de certo dia do mês à véspera do dia idêntico daquele mês no ano seguinte.
Exemplo: estará cumprida a pena de um mês de detenção o período compreendido entre os dias 20 de fevereiro e 19 de março, ou a de um ano entre os dias 20 de fevereiro a 19 fevereiro do ano seguinte, pouco importando se se trata ou não de ano bissexto.
Já os prazos processuais são contados sem a inclusão do dia do começo, segundo o teor do art. 798, §1º do Código de Processo Penal.
Aula 9 – Concurso Aparente de Normas
Também conhecido como “Conflito Aparente de Normas”, ocorre quando a um mesmo fato podem ser aplicadas, aparentemente, duas ou mais normas penais. Esse conflito é apenas aparente, visto que é impossível duas ou mais normas incidirem sobre um mesmo fato.
Para a solução do concurso ou conflito de normas são utilizados três princípios básicos: da especialidade, da subsidiariedade e da consunção.
Princípio da Especialidade
É aquele segundo o qual a norma especial, específica, derroga a norma geral, devendo ser aplicada no lugar desta por conter elementos especializantes. Ex. infanticídio (art. 123 do CP). O infanticídio é especial em relação ao homicídio, pois que, além da morte da vítima (elemento geral), requer que o autor do crime seja a própria mãe, durante ou logo após o parto, sob a influência do estado puerperal (elementos especializantes).
Princípio da Subsidiariedade
É aquele segundo o qual a norma subsidiária somente se aplica se não houver tipificação de outro delito geral, mais abrangente, em regra mais grave. Ex. “Perigo para a vida ou a saúde de outrem” (art. 132 do CP), agente que dispara arma de fogo em direção à vítima. O crime do art. 132 do CP somente estará caracterizado se não houver resultado mais grave, ou seja, lesão corporal dolosa ou homicídio.
Princípio da Consunção
É aquele segundo o qual a norma geral e mais abrangente absorve as normas de âmbito menor. A consunção pode ocorrer por meio do crime progressivo, do crime complexo ou da progressão criminosa.
Crime Progressivo
No crime progressivo, o resultado final tipifica uma infração penal que absorve todas as condutas anteriores, as quais, por si só, poderiam configurar infrações independentes. Ex. Furto qualificado por rompimento de obstáculo à subtração da coisa (art. 155, §4º, inc. I do CP), agente que, para subtrair determinada coisa móvel da vítima, ingressa na residência desta por meio de arrombamento de uma porta. As condutas de Violação de Domicílio (art. 150 do CP) e de Dano (art. 163) estão absorvidas pelo delito mais grave que é o furto qualificado.
Crime Complexo
No crime complexo, o resultado final tipifica infração penal que resulta da fusão de outras infrações penais autônomas. Ex. o crime de roubo (art. 157 do CP), absorve os crimes de furto (art. 155 do CP) e de lesão corporal (art. 129 do CP) ou de ameaça (art. 147 do CP). O roubo nesse caso, é o crime complexo, uma vez que atinge dois bens jurídicos diversos.
Progressão Criminosa
Na progressão criminosa, o agente pretende, inicialmente, produzir determinado resultado, sendo que, após atingi-lo, resolve prosseguir e praticar crime mais grave. Ex. agente que, inicialmente querendo apenas ofender a integridade corporal de seu desafeto, o que consegue (art. 129 do CP), decide matá-lo, praticando atos tendentes a esse resultado mais grave (art. 121 do CP).
ESTUDO DIRIGIDO Módulo III
Direito Penal Sociologia e Teoria do Crime
Aqui o aluno encontrará alguns temas abordados de forma superficial, vale esclarecer que este compêndio não esgota o assunto da disciplina, trata-se apenas de um direcionamento, com ênfase nos principais pontos, devendo o aluno reforçar seus estudos através da leitura das obras bibliográficas indicadas, de acordo com o Plano de Ensino.
Aula 10 – Teoria Geral do Crime Teoria Geral do Crime
A teoria do delito (ou do crime), tem a finalidade de identificar os elementos que integram a infração penal, criando um roteiro a ser obrigatoriamente seguido pelos aplicadores do direito, para que se possa concluir ou não sobre a existência do crime.
Conceito de Crime
O crime pode ser conceituado sob o aspecto material (considerando o conteúdo do fato punível), sob o aspecto formal e sob o aspecto analítico (considerando sua caracterização externa, seus elementos estruturais).
Conceito Material de Crime
É a violação de um bem penalmente protegido, ou seja, aquela conduta que viola os bens jurídicos mais importantes.
Conceito Formal de Crime
Crime é a conduta proibida por lei, sob a imposição de pena criminal, ou seja, toda conduta que atenta frontalmente contra a lei penal editada pelo Estado.
Conceito analítico de crime
Este conceito procura analisar os elementos ou características que integram a infração penal, permitindo ao intérprete, após sua analise, concluir ou não pela sua pratica.
Dentre as várias definições analíticas que existem, a mais aceitável é a que considera o crime um fato típico, antijurídico e culpável.
Fato Típico
Segundo uma visão finalista do Conceito Analítico do crime, o fato típico é composto dos seguintes elementos:
a. Conduta dolosa ou culposa, comissiva ou omissiva;
b. resultado;
c. Nexo de causalidade entre a conduta e o resultado; e
d. Tipicidade (formal).
Teoria causalista ou causal da ação
Para essa teoria, crime é fato típico, antijurídico e culpável, estando o dolo e a culpa situados na culpabilidade. No causalismo, a conduta é despida de valoração, é uma ação ou omissão voluntária e consciente que exterioriza movimentos corpóreos. Dolo e culpa se situam na culpabilidade.
Teoria Finalista da Ação
Para esta teoria, crime é fato típico, antijurídico e culpável, estando o dolo e a culpa situados no fato típico.
O alemão Hans Welzel (nascido em 1904) foi o criador desta teoria, sendo considerado o penalista mais importante do século XX.
A conduta segundo Welzel, é composta de ação ou omissão, voluntária e consciente, que se volta a uma finalidade, portanto, o dolo e a culpa foram deslocados da culpabilidade para o fato típico, à culpabilidade restou a imputabilidade, a potencial consciência da ilicitude e a exigibilidade de conduta diversa.
Teoria Finalista Tripartida
Sustenta ser o crime um fato típico, antijurídico e culpável, é a vertente mais tradicional da teoria finalista, inclusive sustentada por Welzel.
Teoria Finalista Bipartida
Sustenta ser o crime um fato típico e antijurídico, funcionando a culpabilidade como pressuposto de aplicação da pena.
Para essa teoria a culpabilidade permanece sendo juízo de reprovação social, ligando- se ao criminoso e não ao crime, como pressuposto de aplicação da pena.
Crime e ContravençãoPenal
Crime e contravenção penal são espécies de “Infração Penal”. Não há regra para a caracterização da infração em crime ou contravenção, fica a critério do legislador, contudo, alguns autores chamam a contravenção, que só pode ser apenada com prisão simples ou multa, por “crime anão” por ter seus objetos jurídicos uma importância menor que o do crime, as contravenção também são chamadas de “crime de menor potencial ofensivo”, definição vinda da lei 9.099/95, art. 61.
Conceito de Sujeito Ativo e Passivo do Crime
Sujeito ativo do crime é aquele que pratica o fato típico, antijurídico e culpável, já o sujeito passivo é aquele que sofre as consequências da pratica criminosa, é o titular do bem jurídico lesado.
O SP pode ser geral ou particular. Geral, também chamado de constante, genérico, formal, que é sempre o Estado, guardião da norma penal violada.
O SP particular, também chamado de eventual, material, pode ser a pessoa física ou jurídica, o Estado ou a coletividade, dependendo do crime.
Capacidade Penal
Denomina-se capacidade penal o conjunto das condições necessárias para que o sujeito seja titular de direitos e obrigações no campo penal.
Capacidade Penal Ativa das Pessoas Jurídicas
Antigamente, costumavam afirmar os autores que somente o homem (ser humano) poderia ser sujeito ativo de uma infração penal, já que a pessoa jurídica é uma ficção criada por lei, atualmente, a própria Constituição Federal, nos art. 173, §5º e 225, §1º admite a possibilidade de responsabilização penal das pessoas jurídicas, ex. Lei de Crimes Ambientais.
Classificação: Crimes comuns, próprios e de mão própria:
Os crimes podem ser classificados de acordo com diversos critérios, cada qual levando em conta um aspecto da prática delitiva.
Crime comum, por exemplo, é o que pode ser praticado por qualquer pessoa, ex. homicídio, art. 121 do CP.
Crimes próprios são os que somente podem ser praticados por determinada categoria de pessoas, ex. peculato (art. 312 do CP) só pode ser praticado por funcionário público, (a definição de func. Público está no art. 327 do CP), ou infanticídio, art. 123, só pode ser praticado pela mãe.
Crime de mão própria exige que o crime seja praticado pessoalmente pelo agente, ou seja, é aquele cuja execução é intransferível, indelegável, devendo ser levado à efeito pelo próprio agente, isto é, com suas próprias mãos, são consideradas infrações personalíssimas, que somente determinadas pessoas, e mais ninguém podem praticá-las. Ex. falso testemunho, art. 342 do CP.
Sujeito Passivo – casos especiais
Embora todo ser humano possa ser SP de crime, há hipóteses em que a lei especifica quem pode ser o SP. A pessoa jurídica, p. ex., não pode ser SP do crime de homicídio, mas pode ser do crime de furto, roubo, estelionato, etc., o Estado também pode ser SP de diversos crimes, em especial os capitulados a partir do art. 312 do CP.
Existem crimes que não há um SP determinado, nestes casos, podemos dizer que o SP é a coletividade, ex. crimes contra a incolumidade pública, respeito aos mortos, são chamados crimes vagos.
O morto não pode ser SP de um crime, pois não é titular de direitos, porém pune-se os crimes contra o respeitos aos mortos (art. 209 a 212), sendo vítimas a família e a coletividade. Os animais também não são vítimas de crimes, podem apenas aparecer como objeto material do crime, p. ex. furto, dano, etc...
Objeto do Delito - Conceito
É tudo aquilo contra o que se dirige a conduta criminosa.
“Modernamente, a doutrina dominante reconhece a importância do estudo da objetividade jurídica do delito, afirmando que constitui problema nuclear, em torno ao qual gravitam várias questões de suma transcendência, não só para a determinação do conceito de crime, como também para toda a elaboração sistemática da ciência do direito penal”.
Heleno Claudio Fragoso
Objeto do Delito – Espécies:
objeto jurídico – também conhecido como objetividade jurídica, é o bem ou interesse protegido pela norma penal, ex. vida, patrimônio, integridade física, etc...
objeto material – é o bem jurídico sobre o qual recai a conduta criminosa, ex. a pessoa vítima do crime, a coisa subtraída, etc...
Elementares e Circunstâncias do crime
As elementares do crime é tudo aquilo que esta ligado diretamente ao fato típico e antijurídico, desta forma, as elementares são as várias formas pelas quais o fato típico e antijurídico se expressam nos diversos tipos penais.
Podemos citar como ex. o crime de homicídio, as elementares estão contidas na definição “matar alguém”, as expressões matar e alguém constituem elementos ou elementares do crime.
Circunstâncias deriva de circum stare, que significa estar ao redor, circunstâncias é todo fato ou dado que se encontra ao redor do delito, é um dado eventual, que pode existir ou não, sem que o crime seja excluído. Ex.: motivo de relevante valor moral ou social o crime de homicídio (art. 121, § 1º), ter sido o crime de violação de domicílio cometido à noite (Art. 150, § 1º). Para se saber se trata-se de uma elementar ou uma circunstância, pode utilizar-se da exclusão.
Conceito analítico de crime
Fato típico: como já estudamos anteriormente, é o comportamento humano, positivo ou negativo, que provoca um resultado e é previsto na lei penal como infração. É aquele que se enquadra perfeitamente nos elementos contidos no tipo penal.
Conduta
é o comportamento humano consistente em uma ação ou omissão, consciente e voltada a uma finalidade (teoria finalista da ação). Há três teorias principais sobre a conduta: a naturalista, a social e a finalista.
Conduta – teoria naturalista
Também conhecida por teoria causalista, causal da ação, tradicional ou clássica, é aquela cuja conduta é um comportamento humano voluntário, que produz algum efeito no mundo exterior (fazer ou não fazer), sem qualquer conteúdo valorativo.
Conduta – teoria finalista
Segundo esta teoria, todo comportamento humano é finalista, ou seja, toda conduta é voluntária e dirigida a determinado fim.
Formas de Conduta
A conduta apresenta duas formas: a ação, ou conduta comissiva, que é a atuação humana positiva voltada a uma finalidade; e omissão, que é uma conduta negativa, é a ausência de comportamento, a inatividade.
Crimes Omissivos Próprios
São aqueles que ocorrem com a mera conduta negativa do agente, independentemente de qualquer outra consequência, são também chamados de omissivos puros. Nestes crimes, a norma penal determina, implicitamente, que o sujeito atue negativamente, incriminando o comportamento negativo, de não fazer, ex. art. 135 do CP – omissão de socorro, a conduta incriminada pela lei é “deixar de prestar assistência”.
Crimes Omissivos Impróprios
São aqueles em que a conduta é comissiva (ação), mas o agente o pratica com a abstenção dessa atuação, deve o agente, nesses casos, ter o dever de agir para evitar o resultado, segundo as hipóteses elencadas no art. 13, § 2º do CP, ex. homicídio, quando a mãe que, desejando matar o filho, deixa de alimentá-lo, estes crimes também são chamados de comissivos por omissão.
Crimes Omissivos por Comissão
São aqueles em que, há uma ação provocadora da omissão, ex. chefe de uma repartição impede que sua funcionária, que está passando mal, seja socorrida, se ela morrer, o chefe responderá pela morte por crime omissivos por comissão.
Caso Fortuito
Caso fortuito é aquele que ocorre de modo inevitável, imprevisível, sem a vontade do agente, que não age com dolo ou culpa, ex. problema mecânico apresentado pelo veículo, fazendo com que o motorista, sem condições de controlá-lo, atropele e mate um transeunte.
Força Maior
Força maior pode ser caracterizada pela influência inafastável de uma ação externa, ex. coação física irresistível.
Inexistência de Fato Típico
Quando há o Caso Fortuito ou Motivo de Força Maior, inexiste o fato típico, pois a conduta não é autônoma, não é direcionada intencionalmente, nem por dolo, nem por culpa, para o resultado criminoso.
Do Resultado (evento)
Não basta a conduta para que o crime exista, pois é exigido, como vimos, o segundo elementodo fato típico, que é o resultado. Segundo o conceito naturalístico, é ele a modificação do mundo exterior provocado pelo comportamento humano voluntário.
É o efeito natural da ação que configura a conduta típica, ou seja, o fato tipicamente relevante produzido no mundo exterior pelo movimento corpóreo do agente e a ele ligado por relação de causalidade. É a morte da vítima no homicídio; a destruição da coisa no dano, etc.
Do Resultado
Teorias
Segundo Damásio E. de Jesus, o resultado pode ser físico (dano, por exemplo), fisiológico (lesão e morte) ou psicológico (ameaça ou injúria), etc.
Quanto à exigência de resultado naturalístico, os crimes podem ser materiais, formais ou de mera conduta:
Material - é aquele que requer um resultado separado da ação descrito em lei, ex. homicídio, requer ação – matar e o resultado que é a morte da vítima.
Formal – é aquele que não requer o resultado pretendido pelo agente, embora previsto em lei, consumando-se com a pratica da ação ou omissão, ex. ameaça, extorsão mediante sequestro, concussão, etc.
Mera conduta – é aquele que não tem resultado, para o qual o legislador somente descreve a conduta do sujeito ativo, ex. desobediência, violação de domicílio
Da Relação de Causalidade – Nexo de Causalidade
Também chamado de nexo causal, é o elo que existe entre a conduta e o resultado, é a relação de causa e efeito existente entre a ação ou omissão do agente e a modificação produzida no mundo exterior.
O nexo de causalidade integra o fato típico, pois existe a necessidade de se verificar se o resultado é ou não imputável ao agente, ou seja, se foi este que deu causa ao resultado criminoso.
Da Causalidade na Omissão
O CP prevê que a omissão também é causa de resultado (art. 13, § 2º). De acordo com o Professor Damásio, a estrutura da conduta omissiva é essencialmente normativa, não naturalística. O omitente responde pelo resultado não porque causou o resultado, mas porque não agiu para impedí-lo, realizando a conduta a qual estava obrigado.
Da Relação de Causalidade – teorias
 Teoria da Causalidade Adequada
É aquela segundo a qual a causa é a condição mais adequada a produzir o evento, baseia-se esta teoria no critério de previsibilidade do que usualmente ocorre na vida humana.
Teoria da Imputação Objetiva
É aquela segundo a qual, para a limitação da causalidade natural fundada na teoria da equivalência dos antecedentes, é necessária a verificação da existência de relação de imputação objetiva entre a conduta e o resultado, de modo que a atitude do agente tenha produzido um risco juridicamente relevante e proibido ao bem jurídico.
Teoria da Superveniência Causal
Tratada de acordo com o previsto no art. 13, § 1º, funciona também como restrição à teoria conditio sine qua non. Existem causas absolutamente independentes e as relativamente independentes. As primeiras não podem ser atribuídas ao agente, dividem-se em preexistentes, concomitantes e supervenientes. A segunda excluem a imputação, quando por si só determinarem o resultado, ex. A ferido por B é hospitalizado, onde morre em razão de um incêndio no hospital, B responde apenas por lesão.
Tipicidade
Como ultimo elemento do fato típico tem-se a tipicidade, que é a correspondência exata, a adequação perfeita, entre o fato natural, concreto, e a descrição contida na lei, onde o fato natural tem que estar preenchido pelo tipo subjetivo, ou seja, só haverá o crime de assédio sexual se o constrangimento for praticado com o intuito de obter vantagem ou favorecimento sexual (elemento subjetivo), só haverá homicídio se a pessoa “matar alguém”.
Adequação Típica
A perfeita adaptação do fato à norma penal é chamado de adequação típica, ela pode ser imediata (não há necessidade de outra adequação, ex. homicídio), e mediata (ampliada ou por extensão) quando há necessidade de outras disposições, ex. tentativa, coautoria, etc.
Elemento do Tipo
Para perfeita caracterização do tipo, são estabelecidos os elementos do tipo, que podem ser classificados em objetivos, subjetivos e normativos.
Elementos objetivos do tipo são os que se referem à materialidade da infração penal, à forma de execução, tempo, lugar, etc. Ex. repouso noturno art. 155 §1º; ou lugar ermo art. 150 § 1º.
Elementos subjetivos do tipo são os que se referem ao estado anímico do sujeito, ao fim especial da conduta, ou ao estado de consciência do agente em relação a determinada circunstância constante do tipo penal. Ex. se é intenção do agente (dolo ou culpa).
Elemento normativo do tipo são os componentes da figura típica que exigem, para sua ocorrência, um juízo de valor. Ex. indevidamente (art. 151 do CP), sem justa causa (art. 153, 154).
ESTUDO DIRIGIDO Módulo IV
Direito Penal Sociologia e Teoria do Crime
Aqui o aluno encontrará alguns temas abordados de forma superficial, vale esclarecer que este compêndio não esgota o assunto da disciplina, trata-se apenas de um direcionamento, com ênfase nos principais pontos, devendo o aluno reforçar seus estudos através da leitura das obras bibliográficas indicadas, de acordo com o Plano de Ensino.
Aula 11 – Dolo e Culpa Crime Doloso
Art. 18 – Diz-se o crime:
Crime Doloso
I – doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzí-lo; Culposo
II – culposo, quando o agente deu causa ao resultado por imprudência, negligência ou imperícia.
Parágrafo único. Salvo os casos expressos em lei, ninguém pode ser punido por fato previsto como crime, senão quando o pratica dolosamente.
Introdução
Dolo e culpa são os elementos subjetivo que compõe o crime.
Dolo, segundo a teoria finalista da ação, é o elemento subjetivo do tipo. “O dolo, como elemento geral da ação final, compõe o tipo subjetivo”
Entende-se por dolo a consciência e a vontade de realização dos elementos objetivos do tipo de injusto doloso.
Conceito e Natureza do Dolo
Conceito de Dolo: é a vontade de concretizar as características objetivas do tipo (elementos objetivos do tipo).
Natureza Jurídica
Constitui elemento subjetivo do tipo
Teorias do Dolo
Existem três teorias a respeito do conteúdo do dolo:
· Teoria da Vontade: dolo é a vontade de praticar uma ação consciente, um fato que se sabe contrário à lei. Exige, para sua configuração, que quem realiza a ação deve ter consciência de sua significação, estando disposto a produzir o resultado.
· Teoria da Representação: dolo é a vontade de praticar a conduta, prevendo o agente a possibilidade de o resultado ocorrer, sem, entretanto, desejá-lo. É suficiente que o resultado seja previsto pelo sujeito.
· Teoria do Assentimento (ou do consentimento): basta para o dolo a previsão ou consciência do resultado, não exigindo que o sujeito queira produzí-lo. É suficiente o assentimento do agente ao resultado.
O Brasil adotou, no art. 18, I, a teoria da vontade (para que exista dolo é preciso que haja consciência e vontade de produzir o resultado – dolo direto) e a teoria do assentimento (existe dolo também quando o agente aceita o risco de produzir o resultado – dolo eventual).
Dolo Natural e Normativo
Para a doutrina tradicional (teoria clássica), o dolo é normativo, ou seja, contém a consciência da antijuridicidade. O dolo situa-se na culpabilidade e não na conduta.
Para o Professor Damásio, que adota a teoria finalista da ação, o dolo é natural, corresponde à simples vontade de concretizar os elementos objetivos do tipo, não portando a consciência da ilicitude, assim, o dolo situado na conduta é composto apenas por consciência e vontade, consciência da ilicitude e desejo do resultado.
Elementos do Dolo
1º) Consciência da conduta e do resultado; 2º) consciência da relação causal objetiva entre a conduta e o resultado; 3º) vontade de realizar a conduta e produzir o resultado.
Assim, há dois elementos: 1º) cognitivo – conhecimento dos elementos objetivos do tipo; 2º) volitivo – vontade de realizar o comportamento.
Espécies do Dolo
O dolo pode ser classificado em várias espécies, muito embora o Cód. Penal preveja apenas duas: dolo direto e dolo eventual.
Crime Culposo – estrutura do tipo,ilicitude e culpabilidade:
Segundo o disposto no art. 18, II do CP, o crime é culposo quando o agente deu causa ao resultado por imprudência, negligência ou imperícia.
A culpa é elemento subjetivo do tipo penal, pois resulta da inobservância do dever de diligência.
Previsibilidade Objetiva
Previsibilidade objetiva é a possibilidade de antever o resultado produzido, previsível ao homem comum, nas circunstâncias em que o sujeito realizou a conduta.
Para saber se o sujeito ativo do crime deixou de observar o cuidado objetivo necessário é preciso comparar a sua conduta com o comportamento que teria uma pessoa dotada de discernimento e prudência, na mesma situação.
Elementos do Fato Típico Culposo
São elementos do fato típico culposo:
· Conduta humana voluntária, consistente em uma ação ou omissão;
· Inobservância do cuidado objetivo, manifestada pela imprudência, negligência ou imperícia;
· Previsibilidade objetiva;
· Ausência de previsão;
· Resultado involuntário;
· Nexo de causalidade; e
· tipicidade.
Imprudência, Imperícia e Negligência
A inobservância do cuidado objetivo necessário manifesta-se por meio de três modalidades de culpa:
Imprudência: é a prática de um fato perigoso, atuando o agente com precipitação, sem cautela. Ex. desobedecer sinal de trânsito, indicativo de parada obrigatória, etc.
Negligência: é a ausência de precaução, ou indiferença em relação ao ato realizado.
Ex. deixar substância tóxica ao alcance de uma criança.
Imperícia: é a falta de aptidão, de conhecimento técnico para o exercício de arte ou profissão. Ex. médico que se dispõe a realizar cirurgia sem ter conhecimentos adequados sobre a moléstia
Espécies de Culpa
Culpa Inconsciente – na culpa inconsciente o resultado não é previsto pelo agente, embora previsível, é a culpa comum, que se manifesta pela imprudência, imperícia ou negligência.
Culpa consciente – aqui o resultado é previsto pelo agente, que confia levianamente que não ocorra, que haja uma circunstância impeditiva ou que possa evitá-lo. Ex. Artista de circo que confia em sua destreza, ao tentar acertar com uma flecha em uma maçã na cabeça de sua assistente, erra e acerta a cabeça da moça.
Crime Preterdoloso: conceito
Crime preterdoloso é aquele em que a conduta produz um resultado mais grave que o pretendido pelo sujeito. O agente age com dolo na conduta antecedente, havendo culpa no resultado (consequente), daí fala-se que o crime preterdoloso é um misto de dolo e culpa: dolo no antecedente e culpa no consequente.
É necessário que haja também a previsão qualificadora na lei, chamada de subjetiva normativa.
Aula 12 - Crime Consumado e Tentado
Art. 14 - Diz-se o crime:
Crime consumado
I - consumado, quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição legal; Tentativa
II - tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente.
Pena de tentativa
Parágrafo único - Salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa com a pena correspondente ao crime consumado, diminuída de um a dois terços.
Conceito de Crime Consumado
Consuma-se o crime quando o tipo está inteiramente realizado, ou seja, quando o fato concreto se subsume no tipo abstrato descrito na lei penal, consuma-se assim o homicídio e o infanticídio com a morte da vítima (arts. 121 e 123), a lesão corporal com a ofensa à integridade corporal ou à saúde (art. 129), o furto com o apossamento da coisa alheia móvel pelo sujeito ativo (155).
Crime Exaurido
O exaurimento do crime ocorre após a consumação do crime, com outros resultados lesivos, como p. ex. o recebimento da vantagem indevida no crime de corrupção passiva (art. 317), que se consuma com a solicitação; o recebimento do resgate no crime de extorsão mediante sequestro (art. 159), que se consuma com o simples sequestro da vítima e exigência da vantagem como resgate.
Consumação nos Crimes Instantâneos, Permanentes
Crimes instantâneos são aqueles em que a consumação não se prolonga no tempo, ou seja, é de consumação imediata, ex. homicídio (art. 121), lesão corporal (art. 129), furto (art. 155), etc.
Crimes permanentes são aqueles cuja consumação se prolonga no tempo, ou seja, enquanto perdurar a conduta do sujeito ativo o crime estar-se-á consumado, ex. sequestro e cárcere privado (art. 148), violação de domicílio (art. 150), extorsão mediante sequestro (art. 159).
O “iter criminis”
O fato delituoso apresenta uma trajetória, denominada iter criminis (termo latino que significa caminho do crime).
Etapas do iter criminis
a) cogitação
b) preparação ou atos preparatórios
c) execução
d) consumação
No direito pátrio, não se pune os fatos praticados nas duas primeiras etapas.
Tentativa – Conceito e Natureza Jurídica
O crime é tentado quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente. Existem duas teorias a respeito da tentativa: objetiva e subjetiva, o Brasil adotou a teoria objetiva, que é aquela segundo a qual existe tentativa com o início dos atos de execução. A interrupção da execução deve ocorrer por circunstâncias alheias à vontade do agente.
A natureza jurídica da tentativa é “causa de diminuição de pena do crime”.
Espécies de Tentativa
Existem duas espécies de tentativa, tentativa perfeita ou acabada (crime falho) e tentativa imperfeita ou inacabada:
Verifica-se a tentativa perfeita quando o agente fez tudo o quanto lhe era possível para alcançar o resultado, ex. o agente ministra veneno para vítima que ingere, mas por socorro médico não morre.
Na tentativa imperfeita a ação do agente não chega ao final, ou seja, quando o agente não esgotou todos seus atos de execução, ex. agente mistura veneno na bebida de seu amigo, porém, este não chega a ingeri-la.
Desistência Voluntária e Arrependimento Eficaz
Art. 15. O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução ou impede que o resultado se produza, só responde pelos atos já praticados.
Arrependimento posterior
Art. 16 - Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, reparado o dano ou restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou da queixa, por ato voluntário do agente, a pena será reduzida de um a dois terços.
Conceitos, Requisitos e Natureza Jurídica da Desistência Voluntária e Arrependimento Eficaz
O art. 15 do CP cita as hipóteses em que o agente desiste de prosseguir no iter criminis, ou mesmo, tendo percorrido quase por completo, arrepende-se, impedindo que o fato se consume
A desistência voluntária somente é possível na tentativa imperfeita, não havendo percorrido toda a trajetória do delito. Ex. o agente coloca veneno na bebida da vítima, arrependendo-se e impedindo-o de ingeri-la.
No arrependimento eficaz, que ocorre somente na tentativa perfeita, o agente esgota todos os meios, ao seu alcance, para a prática do crime, ou seja, ele pratica todos os atos de execução. Arrepende-se, porém, e evita, com sucesso, a consumação. Ex. o agente que coloca veneno na bebida da vítima e a induz a ingeri-la. Após a ingestão da bebida, o agente se arrepende e socorre a vítima ao hospital.
O arrependimento posterior é figura nova em nosso ordenamento jurídico, previsto o art. 16 do CP, nele, o agente já consumou o delito, restando-lhe agora, a reparação do dano ou a restituição da coisa, tudo isso condicionado a possibilidade de fazê-lo.
Crime impossível
Art. 17 - Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou por absoluta impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o crime.
Conceito e Teorias
Sinônimo de “quase Crime”, o crime impossível ocorre quando há ineficácia absoluta de meio (querendo envenenar o amigo, coloca açúcar em seu chá), ou impropriedade do objeto (mulher pensando estar grávida, pratica manobras abortivas, mas ela não está grávida).
O Brasil adotou a teoria objetiva com relação a punibilidade do crime impossível, vez que não se pune a tentativa.
Aula 13 – Exclusão de Ilicitude
Art. 23. Não há crime quando o agente pratica o fato:
I – em estado de necessidade; II – em legítima defesa;
III – em estrito cumprimento do deverlegal ou no exercício regular do direito. Excesso Punível
Par. Único. O agente, em qualquer das hipóteses deste art., responderá pelo excesso doloso ou culposo
Conceito
Ilicitude é sinônimo de antijuridicidade, que é um dos requisitos do crime, trata-se de uma relação de contrariedade entre o fato e o ordenamento jurídico. As causas de exclusão de antijuridicidade são causas de justificação da prática de fato típico, que o tornam jurídico, ou seja, não vedado nem proibido pelo ordenamento jurídico
Conceito de Estado de Necessidade
É uma situação de perigo atual de interesses legítimos e protegidos pelo direito, em que o agente, para afastá-la e salvar um bem próprio ou de terceiro, não tem outro meio senão o de lesar o interesse de outrem, igualmente legítimo. Ex. o náufrago que, de posse de apenas um colete salva vidas, deixa que outros companheiros se afoguem no mar.
Legítima Defesa
Legítima defesa é a repulsa a injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem, usando moderadamente dos meios necessários.
Natureza Jurídica da Legítima Defesa
Trata-se de causa de excludente de antijuridicidade, assim, embora o fato seja típico, não há crime em face da ausência de ilicitude.
Requisitos da Legítima Defesa
São requisitos da legítima defesa a existência de agressão injusta, atual ou iminente, a direito próprio ou de terceiro, utilização dos meios necessários à repulsa, utilização moderada dos meios necessários e conhecimento da situação de fato justificante.
Estrito Cumprimento do Dever Legal
Ocorre o estrito cumprimento do dever legal quando a lei, em determinados casos, impõe ao agente um determinado comportamento. Desta forma, embora típica a conduta, não é ilícita. Ex. O Policial que viola o domicílio em cumprimento ao Mandado de Busca ou em uma prisão em flagrante delito.
Exercício Regular do Direito
Esta excludente emprega a expressão em sentido amplo, a conduta, nestes casos, embora típica também, não será antijurídica, não será ilícita. Ex. ação imediata no esbulho possessório, correção dos filhos pelos pais, ofendículos, agressão no esporte, etc.
Aula 14 – A Questão dos Erros e a Culpabilidade (Erro de Tipo e Erro de Proibição)
Conceito
O Erro de tipo, previsto no capu do art. 20 do CP é o que incidem sobre algum dos elementos do tipo penal. Pode recair sobre as elementares ou circunstâncias da figura típica, sobre os pressupostos de fato de uma causa de justificação ou sobre dados secundários da norma penal incriminadora. Ex. caçador que atira em uma moita pensando que é uma caça e na verdade é outro caçador, matando-o.
Neste ex., a falsa percepção da realidade incidiu sobre um elemento do crime de homicídio, ou seja, sobre a elementar “alguém”, responderá o agente por homicídio culposo.
Descriminantes Putativas
Ainda dentro do art. 20 do CP temo o §1º, que trata das descriminantes putativas, também conhecidas por exclusão da antijuridicidade.
Descriminar significa absolver, inocentar, isentar. Putativo é um adjetivo aplicável àquilo que aparenta ser verdadeiro, legal e certo, sem o ser. Assim, as descriminantes putativas são aquelas hipóteses que isenta o agente de pena, em razão da suposição, por erro plenamente justificado pelas circunstâncias, da existência de situação de fato que, se presente, tornaria legítima a ação, ex. legitima defesa putativa.
Erro Provocado por Terceiro
De acordo com o art. 20, §2º, responde pelo crime o terceiro que determina o erro, podendo ser determinação dolosa (quando o terceiro induz o agente a incidir em erro, ex. o terceiro que entrega arma municiada ao agente alegando que esta desmuniciada e o induz a atirar em direção à vítima); ou determinação culposa (quando o terceiro age com culpa, induzindo o agente a incidir em erro por imprudência, imperícia ou negligência, ex. quando o terceiro entrega uma arma ao agente e, por imprudência, deixa de verificar se a arma esta municiada, induzindo-o a disparar contra a vítima)
Na determinação dolosa, o agente induzido não responde por crime algum se o erro for escusável, se o erro for inescusável, o agente induzido responderá por homicídio culposo, o terceiro provocador do erro responderá por homicídio doloso.
No caso da determinação culposa, o agente não responde por crime algum se o erro for escusável. Se o erro for inescusável, o agente induzido responderá por homicídio culposo e o terceiro que o induziu também responderá por homicídio culposo.
Erro sobre a Pessoa
O erro sobre a pessoa, previsto no §3º do art. 20, ocorre quando o agente atuando erroneamente, atinge uma pessoa supondo tratar-se de outra. Ex. o agente atira em A pensando tratar-se de B. O erro sobre a pessoa não exclui o crime (não isenta de pena), o agente responderá penalmente como se tivesse praticado o crime contra a pessoa pretendida, ainda que a vítima fosse outra. Ex. o agente quer matar A, e acaba matando seu próprio irmão, não incidirá sobre sua pena a agravante genérica do art. 61, II (cometer o crime contra o irmão).
Erro sobre Ilicitude do Fato
No art. 21 do CP, o legislador consagrou o princípio da inescusabilidade do desconhecimento da lei, segundo o qual ninguém pode alegar que desconhece a lei.
Ainda dentro do art. 21 temos a previsão do erro de proibição, que é aquele que recai sobre a ilicitude do fato, excluindo a culpabilidade do agente, o agente supõe que inexiste a regra de proibição.
O desconhecimento da lei não se confunde com a falta de consciência da ilicitude do fato, neste, o agente supõe lícita sua conduta e permitida.
O erro de proibição não exclui o dolo, exclui a culpabilidade, quando o erro for escusável; quando inescusável, a culpabilidade fica atenuada, reduzindo-se a pena de um sexto a um terço.
Exigibilidade ou Inexigibilidade de Conduta Diversa
A culpabilidade não se confunde com culpa, esta é um dos elementos subjetivos do crime (dolo e culpa) e encontra-se situado no fato típico (conduta humana – dolosa ou culposa, resultado, nexo de causalidade e enquadramento do fato material a uma norma penal incriminadora).
A culpabilidade é constituída pelos seguintes elementos imputabilidade, potencial consciência da ilicitude e exigibilidade de conduta diversa.
Coação irresistível e obediência hierárquica
Art. 22. Se o fato é cometido sob coação irresistível ou em estrita obediência à ordem, não manifestamente ilegal, de superior hierárquico, só é punível o autor da coação ou da ordem.
A coação pode ser física ou moral. Física – quando há o emprego de força; e Moral – quando há o emprego de grave ameaça.
A coação moral pode ser resistível (quando o agente coagido se opor) ou irresistível (quando não é possível o agente se opor).
A única coação que exclui a culpabilidade é a coação moral irresistível, já que na coação física falta ao agente vontade de praticar o crime, inexistindo tipicidade, na coação moral irresistível, o agente está isento de pena, respondendo o coator pelo crime.
Coação Moral Resistível
Se a coação moral for resistível, e ainda assim o praticá-lo, o agente responderá criminalmente, porém, terá a seu favor a atenuante genérica do art. 65, III, c: “cometido o crime sob coação a que podia resistir”.
A obediência hierárquica é causa de inexigibilidade de conduta diversa, em que o agente tem sua culpabilidade afastada, não respondendo pelo crime, que é imputável ao superior.
Imputabilidade Penal
Art. 26. É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.
Par. Único
A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, em virtude de perturbação de saúde mental incompleto ou retardado não era inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.
Menores de Dezoito Anos
Art. 27. Os menores de 18 anos são penalmente inimputáveis, ficando sujeitos ás normas estabelecidas na legislação especial.
Emoção e Paixão
Art.28 . Não excluem a imputabilidade:
I – a emoção ou a paixão; Embriaguez
II – a embriaguez, voluntária ou culposa, pelo álcool ou substância de efeitos análogos.
§1º - É isento de pena o agente que, por embriaguez completa, proveniente de caso fortuito ou força maior, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.
§2º - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, por embriaguez, proveniente de caso fortuito ou força maior, não possuia, ao tempo da ação ou da omissão, a plena capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.
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Esta semana desenvolveremos dois exercícios, onde vocês deverão não só encontrar a alternativa correta da questão, como também deverão fundamentar no Código Penal suas respostas, bem como, porque as demais alternativas estão erradas. Bom exercício a todos.
Prazo: sexta feira – 19 de abril Questões
1. (XIV EXAME UNIFICADO– FGV) O Presidente da República, diante da nova onda de protestos, decide, por meio de medida provisória, criar um novo tipo penal para coibir os atos de vandalismo. A medida provisória foi convertida em lei, sem impugnações.
Com base nos dados fornecidos, assinale a opção correta.
A) Não há ofensa ao princípio da reserva legal na criação de tipos penais por meio de medida provisória, quando convertida em lei.
B) Não há ofensa ao princípio da reserva legal na criação de tipos penais por meio de medida provisória, pois houve avaliação prévia do Congresso Nacional.
C) Há ofensa ao princípio da reserva legal, pois não é possível a criação de tipos penais por meio de medida provisória.
D) Há ofensa ao princípio da reserva legal, pois não cabe ao Presidente da República a iniciativa de lei em matéria penal.
2. (XVII EXAME UNIFICADO– FGV) Cristiane, revoltada com a traição de seu marido, Pedro, decide matá-lo. Para tanto, resolve esperar que ele adormeça para, durante a madrugada, acabar com sua vida. Por volta das 22h, Pedro deita para ver futebol na sala da residência do casal. Quando chega à sala, Cristiane percebe que Pedro estava deitado sem se mexer no sofá. Acreditando estar dormindo, desfere 10 facadas em seu peito. Nervosa e arrependida, liga para o hospital e, com a chegada dos médicos, é informada que o marido faleceu. O laudo de exame cadavérico, porém, constatou que Pedro havia falecido momentos antes das facadas em razão de um infarto Fulminante. Cristiane, então, foi denunciada por tentativa de homicídio.
Você, advogado(a) de Cristiane, deverá alegar em seu favor a ocorrência de
A) crime impossível por absoluta impropriedade do objeto.
B) desistência voluntária.
C) arrependimento eficaz.
D) crime impossível por ineficácia do meio.
Prezados Alunos
As respostas estão baixo de cada questão.
Questões
1. (XIV EXAME UNIFICADO– FGV) O Presidente da República, diante da nova onda de protestos, decide, por meio de medida provisória, criar um novo tipo penal para coibir os atos de vandalismo. A medida provisória foi convertida em lei, sem impugnações.
Com base nos dados fornecidos, assinale a opção correta.
A) Não há ofensa ao princípio da reserva legal na criação de tipos penais por meio de medida provisória, quando convertida em lei.
B) Não há ofensa ao princípio da reserva legal na criação de tipos penais por meio de medida provisória, pois houve avaliação prévia do Congresso Nacional.
C) Há ofensa ao princípio da reserva legal, pois não é possível a criação de tipos penais por meio de medida provisória.
D) Há ofensa ao princípio da reserva legal, pois não cabe ao Presidente da República a iniciativa de lei em matéria penal.
A alternativa correta é a letra “C”, porque há ofensa ao Princípio da Reserva Legal, uma vez que somente a União pode criar, extinguir ou alterar a Legislação Penal, por meio de Lei Ordinária, de acordo com art. 22, inc. I da Constituição Federal.
2. (XVII EXAME UNIFICADO– FGV) Cristiane, revoltada com a traição de seu marido, Pedro, decide matá-lo. Para tanto, resolve esperar que ele adormeça para, durante a madrugada, acabar com sua vida. Por volta das 22h, Pedro deita para ver futebol na sala da residência do casal. Quando chega à sala, Cristiane percebe que Pedro estava deitado sem se mexer no sofá. Acreditando estar dormindo, desfere 10 facadas em seu peito. Nervosa e arrependida, liga para o hospital e, com a chegada dos médicos, é informada que o marido faleceu. O laudo de exame cadavérico, porém, constatou que Pedro havia falecido momentos antes das facadas em razão de um infarto Fulminante. Cristiane, então, foi denunciada por tentativa de homicídio.
Você, advogado(a) de Cristiane, deverá alegar em seu favor a ocorrência de
A) crime impossível por absoluta impropriedade do objeto.
B) desistência voluntária.
C) arrependimento eficaz.
D) crime impossível por ineficácia do meio.
A alternativa correta é a letra “A” de acordo com o Art. 17 do Código Penal “Crime Impossível por absoluta impropriedade do objeto”.

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