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CASO CLINICO EICE 2020.1 (2o semestre)

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CASO CLÍNICO EICE – SEGUNDO SEMESTRE – 2020.1 
 
Augusto tem 67 anos e há cerca de 4 meses queixa-se de episódios recorrentes de desconforto 
torácico. Refere sensação de “abafamento” em região precordial, com cerca de 10 minutos de 
duração, que ocorre quando sobe os três lances de escada do seu trabalho. O sintoma vem 
associado a palpitações e melhora com repouso. Procurou médico clínico para avaliação. Foi 
submetido a exame físico completo, que revelou apenas PA: 160X110 mmHg e abdome 
globoso por panículo adiposo. Aparelhos cardiovascular e respiratórios não apresentavam 
alterações. O médico que o avaliou solicitou ECG em repouso, ecocardiograma e uma série de 
exames de laboratório. 
Entretanto, Augusto não realizou os exames pois surgiram várias demandas no trabalho que 
exigiam sua atenção. 
Três meses após a avaliação inicial Augusto apresentou episódio de intenso desconforto em 
região precordial, com irradiação para ambos os membros superiores, associado a dispneia 
importante. Descrevia o sintoma como “se tivesse um elefante sentado no peito”. Poucos 
minutos após o início dos sintomas, apresentou síncope. Foi levado às pressas por seus filhos 
até serviço de emergência. Na admissão, encontrava-se em regular estado geral, com 
rebaixamento do nível de consciência, FR: 24 ipm, FC: 120 bpm, PA: 80X50 mmHg. Aparelho 
respiratório: dispneia ruidosa, uso de musculatura acessória e presença de estertores 
crepitantes até ápices de ambos os pulmões. Aparelho cardiovascular: ritmo cardíaco regular 
em três tempos, com presença de B3. Pulso radial fino e regular. Extremidades pálidas e frias, 
tempo de enchimento capilar de 3,5 segundos. Presença de turgência de jugulares a 45 graus. 
As medidas iniciais para o manejo terapêutico foram imediatamente iniciadas e foram 
solicitados exames. O eletrocardiograma foi realizado após 10 minutos da entrada no hospital, 
com o resultado abaixo. Exames laboratoriais corroboraram o diagnóstico apontado pelo ECG. 
 
Após as medidas iniciais, o paciente foi encaminhado para terapia invasiva em caráter de 
urgência (cateterismo cardíaco com angioplastia primária) e posteriormente foi encaminhado 
a Unidade de Terapia Intensiva. 
Foi instalada monitorização adequada e todas as medidas terapêuticas foram otimizadas, 
porém o paciente se mantinha hipotenso e com congestão pulmonar. Sonda urinária de 
demora evidenciou débito urinário reduzido. Exames laboratoriais colhidos no segundo dia 
após o evento agudo evidenciaram elevação de escórias nitrogenadas e hipercalemia. Sumário 
de urina revelou urina com alta densidade (hiperosmolar). 
No sétimo dia de internação o paciente passou a cursar com febre e nova piora do quadro 
clínico. Apresentou piora da hipotensão e do rebaixamento do nível de consciência, tendo sido 
necessária intubação orotraqueal. Foi colhido hemograma que mostrou aumento importante 
de leucócitos, com predomínio de neutrófilos. A equipe médica suspeitou de sepse de foco 
urinário e iniciou antibioticoterapia amplo espectro. 
Porém, apesar de todos os esforços da equipe multidisciplinar, Augusto faleceu após doze dias 
de internação hospitalar.

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