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Personalidade Civil, Negócio Jurídico e Prescrição

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Sumário 
PERSONALIDADE CIVIL: ........................................................................................................................................ 79 
1. Conceito: ............................................................................................................................................................ 79 
2. Pessoa Física ou Natural: ................................................................................................................................. 79 
2.1. O nascituro: ............................................................................................................................................... 79 
2.1.1. Teorias do nascituro: ............................................................................................................................ 79 
3. Capacidade ........................................................................................................................................................ 79 
3.1. Capacidade de Direito: ............................................................................................................................. 79 
3.2. Capacidade de Fato: ................................................................................................................................. 79 
3.3. Incapacidade Civil Absoluta: ................................................................................................................... 79 
3.4. Incapacidade Civil Relativa: .................................................................................................................... 79 
4. Emancipação ..................................................................................................................................................... 79 
4.2.1 Voluntária ..................................................................................................................................................... 80 
4.2.2. Judicial ......................................................................................................................................................... 80 
4.2.3. Legal ............................................................................................................................................................. 80 
5. Extinção da pessoa física ou natural................................................................................................................ 80 
5.1. Comoriência .................................................................................................................................................... 80 
5.2. Morte Presumida sem decretação de ausência: .......................................................................................... 80 
5.3. Ausência: .................................................................................................................................................... 80 
FATOS E NEGÓCIOS JURÍDICOS .......................................................................................................................... 80 
1. Planos de análise do Negócio Jurídico: ........................................................................................................... 80 
2. Plano de existência. ........................................................................................................................................... 81 
3. Plano de validade. ............................................................................................................................................. 81 
4. Plano de eficácia. ............................................................................................................................................... 81 
5. Defeitos do Negócio Jurídico: ........................................................................................................................... 81 
PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA .............................................................................................................................. 84 
1. Introdução: ........................................................................................................................................................ 84 
2. Prescrição: ......................................................................................................................................................... 84 
3. Decadência ou Caducidade: ............................................................................................................................. 84 
4. Causas Impeditivas ou Suspensivas e Interruptivas da Prescrição: ............................................................. 84 
5. Características da Prescrição e da Decadência: ............................................................................................. 85 
DIREITO DAS OBRIGAÇÕES (artigos 233 a 420, do CC) ..................................................................................... 86 
1 – CONCEITO ......................................................................................................................................................... 86 
2 - DISTINÇÃO DOS DIREITOS REAIS .............................................................................................................. 86 
3 – DISTINÇÃO DOS DIREITOS DA PERSONALIDADE ................................................................................ 86 
4 – ELEMENTOS DO DIREITO OBRIGACIONAL ........................................................................................... 86 
5 – CLASSIFICAÇÃO (MODALIDADES) DAS OBRIGAÇÕES....................................................................... 86 
5.1 – Quanto à natureza do objeto ....................................................................................................................... 86 
 
 
| 76 
5.1.1 – Obrigações positivas ................................................................................................................................. 87 
5.2 – Quanto ao modo de execução – simples versus compostas ....................................................................... 88 
5.2.1 – Obrigações compostas pela multiplicidade de objetos ........................................................................... 89 
5.2.2 – Obrigações compostas pela multiplicidade de sujeitos – solidárias (ativa, passiva ou mistas) – 
artigos 264 a 285, do CC ....................................................................................................................................... 89 
5.3 – Quanto ao tempo de adimplemento – instantânea, diferida ..................................................................... 92 
5.4 – Quanto aos elementos acidentais – pura, condicional, modal ou a termo ............................................... 92 
5.5 – Quanto à divisibilidade – artigo 257 a 263, do CC .................................................................................... 92 
5.6 – Quando ao fim – obrigações de meio, de resultado e de garantia ............................................................ 92 
5.7 – Quando reciprocamente consideradas – principal ou acessória .............................................................. 92 
5.8 – Obrigação propter rem (própria da coisa) /híbrida/mista/real ................................................................. 92 
5.9 – Obrigação natural (débito sem crédito) ..................................................................................................... 92 
6 – DO PAGAMENTO ............................................................................................................................................. 92 
6.1 – Quem deve pagar? (artigo 304 a 307, do CC) ............................................................................................ 92 
6.2 – A quem pagar? (artigo 308 a 312, do CC) .................................................................................................92 
6.3 – Penhora prévia ............................................................................................................................................. 92 
6.4 – Quitação ........................................................................................................................................................ 92 
6.5 – Lugar do pagamento (dívida quesível x dívida portável) – artigo 327 a 330, do CC ............................. 92 
7 – FORMAS ESPECIAIS DE EXTINÇÃO DA OBRIGAÇÃO (COM OU SEM PAGAMENTO) ................ 93 
7.1 – Consignação em pagamento – artigos 334 a 345, do CC .......................................................................... 93 
7.2 – Pagamento com sub-rogação – artigos 346 a 351, do CC ......................................................................... 93 
7.3 – Dação em pagamento (ATENÇÃO!!! ASSUNTO COBRADO PELA FGV!!!) – artigos 356 a 359, do 
CC ........................................................................................................................................................................... 93 
7.4 – Novação – artigos 360 a 367, do CC ........................................................................................................... 93 
7.5 – Compensação – artigos 368 a 380, do CC .................................................................................................. 93 
7.6 – Imputação ao pagamento – artigo 352 a 355, do CC ................................................................................ 93 
7.7 – Confusão – artigos 381 a 384, do CC .......................................................................................................... 94 
7.8 – Remissão – artigos 385 a 388, do CC .......................................................................................................... 94 
8 – TRANSMISSÃO DAS OBRIGAÇÕES ............................................................................................................ 94 
8.1 – Cessão de crédito (artigos 286 a 298, do CC) ............................................................................................. 94 
8.2 – Cessão de débito (assunção de dívida) – artigos 299 a 303, do CC. ......................................................... 94 
8.3 – Cessão de contrato ....................................................................................................................................... 95 
9 – SINAL OU ARRAS (artigos 417 a 420, CC) ..................................................................................................... 95 
10 – MORA OU INADIMPLEMENTO RELATIVO – artigos 394 a 401, do CC) ............................................ 95 
11 – CLÁUSULA PENAL OU PENA CONVENCIONAL – artigos 408 a 416, do CC ..................................... 95 
12 – JUROS – artigos 406 e 407, do CC .................................................................................................................. 95 
DIREITO DE FAMÍLIA .............................................................................................................................................. 96 
1- CASAMENTO ...................................................................................................................................................... 96 
 
 
| 77 
1.1. DA CAPACIDADE PARA O CASAMENTO (CAPACIDADE NÚBIL) – ARTIGOS 1517 A 1520, CC
................................................................................................................................................................................. 96 
1.2. IMPEDIMENTOS – ARTIGOS 1521 E 1522, CC (Ler os artigos) ............................................................ 96 
*** .............................................................................................................................................................................. 96 
1.3. CAUSAS SUSPENSIVAS – ARTIGOS 1523 E 1524, CC (Ler artigos) ................................................... 96 
1.4. DO PROCEDIMENTO DE HABILITAÇÃO PARA O CASAMENTO – artigos 1525 a 1532, CC (Ler 
artigos) .................................................................................................................................................................... 96 
1.5. CELEBRAÇÃO DO CASAMENTO............................................................................................................ 96 
1.6. ESPÉCIES DE CASAMENTO ..................................................................................................................... 96 
1.7. ESPÉCIES DE REGIME DE BENS ............................................................................................................ 97 
2- SEPARAÇÃO E DIVÓRCIO .............................................................................................................................. 98 
2.1. Divórcio extrajudicial .................................................................................................................................... 98 
3- RELAÇÕES DE PARENTESCO ....................................................................................................................... 99 
3. FILIAÇÃO ............................................................................................................................................................. 99 
3.1. CONCEPÇÃO .............................................................................................................................................. 100 
4- UNIÃO ESTÁVEL ............................................................................................................................................. 100 
5- CONCUBINATO ................................................................................................................................................ 100 
6- ALIMENTOS ...................................................................................................................................................... 100 
6.1. ALIMENTOS GRAVÍDICOS .................................................................................................................... 101 
7 - INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE ......................................................................................................... 101 
8 – GUARDA ........................................................................................................................................................... 101 
9 – TUTELA (artigos 1728 a 1763, do CC – Leitura obrigatória) ...................................................................... 101 
10 – CURATELA (artigos 1767 a 1783, do CC – Leitura obrigatória) .............................................................. 102 
11 – ADOÇÃO ......................................................................................................................................................... 102 
DIREITO DAS SUCESSÕES – artigos 1784 a 2027, do CC) ................................................................................. 102 
1 – CONCEITO ....................................................................................................................................................... 102 
1.1 – Natureza Jurídica da herança: indivisibilidade da herança e juízo universal ..................................... 103 
1.2 – Sucessão do Município, do Distrito Federal e da União (artigo 1844, do CC) ...................................... 103 
1-3. Pacto de Corvina .......................................................................................................................................... 103 
2 – O FORO PARA AJUIZAMENTO DO INVENTÁRIO E O PRAZO ......................................................... 103 
3 – CAPACIDADE PARA SUCEDER .................................................................................................................. 103 
3.1 – Ilegitimados a suceder ...............................................................................................................................103 
4 – ACEITAÇÃO E RENÚNCIA DA HERANÇA .............................................................................................. 103 
4.1 – Autonomia dos quinhões ........................................................................................................................... 103 
5 – INDIGNIDADE: DOS EXCLUÍDOS DA SUCESSÃO ................................................................................. 103 
5.1 – Indignidade ................................................................................................................................................. 103 
5.2 – Deserdação .................................................................................................................................................. 104 
6 – HERANÇA JACENTE versus HERANÇA VACANTE ............................................................................... 104 
7 – ORDEM DE VOCAÇÃO HEREDITÁRIA.................................................................................................... 104 
 
 
| 78 
7.1 – Situação do cônjuge a concorrência com os descendentes ...................................................................... 104 
7.2 – Sucessão dos ascendentes ........................................................................................................................... 104 
7.3 – Sucessão do cônjuge sobrevivente............................................................................................................. 104 
7.4 – Sucessão dos colaterais – herdeiros facultativos (artigos 1839 a 1843, do CC) .................................... 104 
7.5 – O direito real de habitação ........................................................................................................................ 104 
8 – A SUCESSÃO DO COMPANHEIRO ............................................................................................................ 104 
9 – DIREITO DE REPRESENTAÇÃO ................................................................................................................ 105 
10 – SUCESSÃO TESTAMENTÁRIA ................................................................................................................. 105 
10.1 – Capacidade de testar – artigos 1860 e 1861, do CC .............................................................................. 105 
10.2 – Formas de testamento .............................................................................................................................. 105 
10.3 – O CODICILO – artigos 1881 a 1885, do CC ......................................................................................... 105 
10.4 – Revogação do testamento – artigos 1969 a 1972, do CC ....................................................................... 105 
10.5 – Rompimento do testamento – artigos 1973 a 1975, do CC ................................................................... 105 
10.6 – Do testamenteiro ...................................................................................................................................... 105 
10.7 – Do legado – artigos 1912 a 1940, do CC ................................................................................................. 106 
DIREITO DAS COISAS – PARTE GERAL ............................................................................................................ 106 
1. Relação de Domínio: ....................................................................................................................................... 106 
2. Propriedade Plena: ......................................................................................................................................... 106 
3. Posse: ................................................................................................................................................................ 106 
3.1. Conceito e Teorias Justificadoras: ......................................................................................................... 106 
3.2. Posse x Detenção: .................................................................................................................................... 106 
3.3. Principal classificação da posse e seus efeitos:...................................................................................... 107 
3.3.1. Quanto ao desdobramento: ................................................................................................................ 107 
3.3.2. Quanto aos requisitos objetivos: ........................................................................................................ 107 
3.3.3. Classificação quanto à boa-fé ou vícios subjetivos: .......................................................................... 107 
3.3.4. Quanto à presença de título: .............................................................................................................. 107 
3.3.5. Quanto ao tempo: ................................................................................................................................ 107 
3.3.6. Quanto aos efeitos: .............................................................................................................................. 108 
3.3.7. Composse ou compossessão:............................................................................................................... 108 
3.4. Aquisição, transmissão e perda da posse: ............................................................................................. 108 
4. Direito Real: .................................................................................................................................................... 108 
4.1. Características dos Direitos Reais: ........................................................................................................ 108 
5. Direito de Propriedade: .................................................................................................................................. 109 
5.1. Conceito Tripartite: ................................................................................................................................ 109 
5.2. Função social da propriedade: ............................................................................................................... 109 
5.3. Desapropriação judicial privada por posse trabalho ........................................................................... 109 
5.3.1. Requisitos:............................................................................................................................................ 109 
5.4. Formas de aquisição de propriedade: ................................................................................................... 109 
 
 
| 79 
5.4.1. Registro: ............................................................................................................................................... 109 
5.4.2. Sucessão: .............................................................................................................................................. 109 
5.5. Formas de Aquisição originária: ........................................................................................................... 110 
5.5.1. Usucapião: ............................................................................................................................................ 110 
 
PERSONALIDADE CIVIL: 
 
1. Conceito: 
Personalidade Jurídica é a aptidão genérica para se titularizar direitos e contrair obrigações na órbita jurídica (tanto 
a Pessoa Física quanto à Pessoa Jurídica). 
2. Pessoa Física ou Natural: 
O artigo 2º, CC afirma que a personalidade começa do nascimento com vida (funcionamento do aparelho 
cardiorrespiratório): 
Todavia, a 2ª parte do artigo ao dispor que a Lei põe a salvo desde a concepção os “direitos do nascituro” torna o 
questionamento muito mais complexo, na medida emque passa a ser importante investigarmos a própria natureza 
jurídica deste nascituro. Teria ele personalidade? 
2.1. O nascituro: 
Na linha da doutrina de Limongi França, o nascituro é o ente já concebido, mas ainda não nascido. Observe que o 
nascituro tem vida intrauterina, está no ventre materno, os embriões congelados em laboratório não são nascituros, 
somente no momento em que este embrião é implantado no ventre. 
2.1.1. Teorias do nascituro: 
Em verdade, a natureza jurídica do nascituro é tema de alta complexidade, sem uniformidade doutrinária. Três teorias 
básicas tentam explicar a natureza do nascituro: 
a) Teoria Natalista. 
O nascituro teria mera expectativa de direitos. 
b) Teoria da Personalidade Condicional/ Teoria Condicionalista: 
Esta segunda teoria, muito adotada na prática jurisprudencial, avança um pouco mais, ao afirmar que a personalidade 
somente seria adquirida sob a condição de nascer com vida, embora o nascituro já pudesse ser titular de determinados 
direitos extrapatrimoniais, a exemplo do Direito à Vida. 
c) Teoria Concepcionista: 
Para esta Teoria o nascituro seria considerado pessoa desde a concepção, inclusive para certos efeitos materiais ou 
patrimoniais. Observe que o nascituro pode receber doação e herança. 
3. Capacidade 
A Capacidade pode ser dividida em Capacidade de Direito e Capacidade de Fato. A soma das duas resulta na 
Capacidade Civil Plena. 
3.1. Capacidade de Direito: 
A capacidade de Direito é uma capacidade genérica. Toda pessoa tem. 
3.2. Capacidade de Fato: 
É a capacidade processual. 
3.3. Incapacidade Civil Absoluta: 
Veja o art. 3º, CC (Cuidado com códigos antigos. Nova redação desde 2015) 
3.4. Incapacidade Civil Relativa: 
Art. 4º, CC: 
Pródigo: O pródigo relativamente incapaz é a pessoa padecente de um transtorno de personalidade, em geral uma 
compulsão, que o faz gastar descontroladamente, dilapidando o seu patrimônio, ao ponto de reduzir-se à miséria. Não é 
simplesmente gastar muito ou não saber controlar finanças. Ex: vício de jogo. 
O Pródigo pode ser interditado nos termos do art. 1782, CC, caso em que seu curador deverá assisti-lo em atos de 
disposição patrimonial. Logo, se o pródigo resolver casar o curador do pródigo deverá se manifestar somente em relação 
ao regime de bens. 
4. Emancipação 
Veja o Art. 5º, CC 
A emancipação é um instituto que antecipa os efeitos da maioridade civil, e pode ser de 03 espécies: 
 
 
| 80 
4.2.1 Voluntária 
I - pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento público, independentemente de 
homologação judicial (...) 
A emancipação voluntária, que tem caráter irrevogável, é aquela concedida por ato dos pais, ou por um deles na falta 
do outro, mediante instrumento público, independentemente de homologação judicial, desde que o menor tenha, ao 
menos 16 anos completos. 
4.2.2. Judicial 
“(...) por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos” 
A emancipação judicial, segundo o Código Civil, é aquela concedida pelo juiz, por sentença, ouvido o tutor, desde 
que o menor tenha pelo menos 16 anos completos. 
Quem emancipa o menor sob tutela não é o tutor, é o juiz. 
Se o pai quiser emancipar a mãe não quiser, há um litigio, quem decide é o juiz. 
4.2.3. Legal 
Art. 5ª, parágrafo único, incisos II a V: 
5. Extinção da pessoa física ou natural 
5.1. Comoriência 
A Comoriência traduz a ideia de morte simultânea, nos termos do art. 8º do CC, e não se confunde com a situação 
de Premoriência, em que uma das partes é pré-morta em relação à outra. 
Art. 8o Se dois ou mais indivíduos falecerem na mesma ocasião, não se podendo averiguar se algum dos comorientes 
precedeu aos outros, presumir-se-ão simultaneamente mortos. 
Imagine a hipótese: A e B estão viajando de carro, ocorre um acidente e eles morrem. Eles são riquíssimos, mas não 
há descendentes ou ascendentes, há apenas um primo de cada um. Se a pericia disser que A morreu primeiro e B cinco 
minutos depois, então A transfere a herança para B, e B para sua prima. Imagine a consequência. 
Se na questão prática indicar a ordem cronológica dos óbitos, NÃO SE APLICA PRESUNÇÃO DA 
COMORIÊNCIA. Mas, se as pessoas morreram na mesma ocasião sem que se possa averiguar a ordem dos óbitos, 
presume-se morte simultânea, caso em que abrem-se cadeias sucessórias autônomas e distintas. 
Observe que há Comoriência se for a mesma ocasião, em geral isto significa estar no mesmo lugar, mas não 
necessariamente. 
Ademais, não importa o lugar. Pode ser que um herdeiro faleça na Amazônia e outro no Rio Grande do Sul, se não 
se pode averiguar quem faleceu primeiro, presume-se Comoriência. Assim, importa o instante, a OCASIÃO e não o 
lugar. 
Observe, ainda, que nada adianta a questão falar em parentes, porque há parentes não herdeiros. Ela deve falar de 
herdeiros para assertiva ser verdadeira. 
5.2. Morte Presumida sem decretação de ausência: 
O CC brasileiro prevê duas situações de morte presumida: 
a) A decorrente da ausência (art. 6º, parte final) 
b) As hipóteses previstas no art. 7º, CC (que não se confundem com a ausência) 
Observe que nestes casos do art. 7º, haverá morte presumida também, mas ela não se confunde com ausência. Frisa-
se, as hipóteses do art. 7º não são hipóteses de ausência. Na ausência a pessoa desaparece sem mais nem menos, enquanto 
os casos do art. 7º há fundado indício de que ela morreu. Nas hipóteses deste artigo, em que pese o corpo não ter sido 
encontrado, existem fundados elementos de que o óbito aconteceu. 
Veja que qualquer caso em que o óbito for claro, mesmo sem o corpo, será uma hipótese do art. 7º e não um caso de 
ausência. Pode ser o caminhoneiro cujo caminhão foi encontrado com suas roupas todas ensanguentadas, a pessoa que 
escalou o Everest e não voltou, o fulano que caiu com o helicóptero no meio do oceano. 
5.3. Ausência: 
Ausência ocorre quando uma pessoa desaparece do seu domicílio sem deixar notícia ou representante que administre 
os seus bens (artigos 22 e ss., CC). Durante o procedimento de ausência, quando for aberta a sucessão definitiva dos 
bens do ausente, ele é considerado morto por presunção. 
 
FATOS E NEGÓCIOS JURÍDICOS 
 
1. Planos de análise do Negócio Jurídico: 
Esta é a doutrina de Pontes de Miranda. Veja a classificação: 
 Plano de existência. 
 
 
| 81 
Negócio Jurídico Plano de validade. 
 Plano de eficácia 
 
Não há como inverter a ordem desses planos, não é uma ordem de prevalência, mas de precedência lógica, primeiro 
analisa-se se existe, depois se é valido, depois sua eficácia. 
2. Plano de existência. 
São 4 pressupostos existenciais, os quais podem variar de autor para autor. 
 Vontade (manifestação de vontade). 
Não há Negócio Jurídico sem vontade. É inexistente (inexistente é mais que inválido). 
Esta vontade deve, ainda, ser consciente. Se a pessoa é sonâmbula ou houve coação física que neutralize 
completamente a vontade, o Negócio Jurídico não existe. 
 Agente. 
Na mesma linha, se não houver o agente emissor da vontade o Negócio Jurídico é inexistente. Todo Negócio Jurídico 
pressupõe um agente, que pode ser uma Pessoa Jurídica. 
 Objeto. 
O bem da vida, uma prestação. O Negócio Jurídico que falta objeto é inexistente, p.ex. contrato de locação de uma 
casa sem casa. 
 Forma. 
Para existir o Negócio Jurídico além da vontade, do agente e do objeto, exige-se, ainda, uma forma. 
3. Plano de validade. 
O plano de validade, regulado a partir do art. 104 do CC, congrega os pressupostos de validade que qualificarão o 
Negócio Jurídico na produção de efeitos. 
 Vontade livre e de boa-fé. 
Se não houver vontade, é inexistente. Se houver vontade, mas não for livre ou for de má-fé (p.ex. dolo) ele é invalido. 
 Agente capaz e legitimado. 
Se não houver agente, é inexistente. Se houver agente, mas for incapaz, ou ilegitimado, ele é inválido. 
 Objeto lícito, possível e determinado ou determinável.Se não houver objeto, é inexistente. Se houver objeto, mas o objeto é ilícito, impossível ou indeterminado, ele é 
inválido. 
 Forma livre ou prescrita em lei. 
Para que o Negócio Jurídico exista, deve ter uma forma. 
No plano da validade, quanto à forma, vigora no Brasil, à luz do art. 107 do CC, o Princípio da Liberdade, ou seja, 
em regra, todo Negócio Jurídico tem forma livre, salvo quando a lei, expressamente prescreve uma forma como 
pressuposto de validade. 
4. Plano de eficácia. 
 Condição. 
 Termo. 
 Modo ou encargo 
 
5. Defeitos do Negócio Jurídico: 
a. Erro: 
Em doutrina costuma-se diferenciar erro (falsa percepção da realidade) de ignorância (ausência de conhecimento). 
Sucede que, para a lei brasileira (arts. 138 e ss), tais conceitos se confundem. Vale acrescentar ainda que o erro é causa 
de anulabilidade de negócio jurídico. 
A doutrina clássica costuma apontar que o erro somente invalida o negócio jurídico se reunir dois requisitos: O erro 
deve ser essencial (substancial) e perdoável (escusável). 
a) Espécies de Erro: 
Estão no artigo 139, do CC 
Erro sobre o Negócio: 
É o que incide sobre a natureza da declaração negocial da vontade. Por exemplo, a pessoa acredita que seja doação 
e na verdade é um comodato. 
Erro sobre o Objeto 
 
 
| 82 
É o que incide sobre as características do objeto do próprio negócio. Pessoa acredita que compra um relógio de ouro, 
mas compra de cobre. 
Erro sobre pessoa: 
É o que incide sobre os elementos de identificação do próprio declarante, com especial aplicação no âmbito do 
casamento (art. 1556 e 1557, CC). Por exemplo, celebrar contrato com o irmão gêmeo da pessoa com que se quer 
celebrar. 
 
 
b) Dolo: 
Também é causa de anulabilidade do Negócio Jurídico e consiste no artifício ou ardil empregado pela outra parte ou 
por terceiro para prejudicar o declarante enganado. Em outras palavras, é um erro provocado. 
Observe importantes formas de dolo: 
Dolo principal e acidental: 
Importante saber que o dolo, causa de anulabilidade do negócio jurídico, nos termos do art. 145, somente terá efeito 
invalidante se for principal, ou seja, se atacar a causa do negócio. Já o dolo meramente acidental, previsto no art. 146, 
por atacar aspectos secundários do negócio, não o invalida, gerando apenas a obrigação de pagar perdas e danos. 
Dolo negativo: 
 Outro assunto importante é o dolo negativo. O dolo negativo consiste em uma omissão dolosa de informação ou 
silencia intencional que prejudica a outra parte do negócio, em outras palavras, o dolo negativo traduz quebra do dever 
de informação e violação à boa-fé objetiva (art. 147, CC). 
Dolo bilateral 
Além do dolo negativo, merece referência, ainda, o dolo bilateral, previsto no art. 150, que se dá quando as duas 
partes querem ao mesmo tempo enganar uma a outra. 
Dolo de representante: 
Art. 149, CC 
Dolo de terceiro: 
O dolo de terceiro é possível e este previsto no art. 148, do CC. Neste caso, o negócio jurídico só será anulado pelo 
dolo de terceiro se o beneficiário, mancomunado com ele, soubesse ou tivesse como saber do dolo; caso não saiba, nem 
tenha como saber, o negócio é mantido respondendo apenas o terceiro pelas perdas e danos. 
 
c) Coação: 
Enquanto o dolo se manifesta pelo ardil, a coação traduz violência. 
A denominada coação moral (vis compusiva), causa de anulação do negócio jurídico (art. 151) consiste em uma 
ameaça ou violência psicológica que não deve ser confundida com a denominada coação física (vis absoluta), causadora 
de inexistência do próprio negócio. 
Importante lembrar que a figura abstrata do “homem médio” não deve ser invocada ao se apreciar a coação, na 
medida em que a sua análise deverá ser feita sempre em concreto (art. 152, CC). 
Não se deve confundir também a coação com o exercício regular de um direito e o simples temor reverencial (art. 
153, CC), a não ser que o temor seja acompanhado de ameaça. 
Observe que os artigos 154 e 155, do CC também admitem a anulação do negócio por coação de terceiro se o 
beneficiário soubesse ou tivesse como saber a coação. Caso contrário, se o beneficiário não soubesse nem tivesse como 
saber, o negócio é mantido respondendo apenas o terceiro pelas perdas e danos devida ao coacto. 
A diferença entre dolo de terceiro e coação de terceiro é que, na coação de terceiro, fora prevista uma solidariedade 
entre o terceiro e o beneficiário no pagamento da indenização. 
 
d) Estado de Perigo: 
Configura-se o estado de perigo causa de anulação do negócio jurídico quando o agente, diante de uma situação de 
perigo de dano conhecido pela outra parte, assume uma obrigação excessivamente onerosa, em franco desrespeito ao 
próprio princípio da função social. Veja o art. 156, CC. 
A parte sabe do perigo que você está sofrendo e aproveita disso, é o chamado dolo de aproveitamento. 
Por exemplo, exigência de cheque-caução para atendimento de emergência em hospitais. 
e) Lesão: 
Está prevista no art. 157, CC. 
Há dois requisitos básicos: 
 
 
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 Premente necessidade ou inexperiência (elemento subjetivo) 
 Onerosidade Excessiva (elemento objetivo) 
Esta onerosidade excessiva é um desequilíbrio negocial. 
O que diferencia a lesão do estado de perigo é o elemento subjetivo. Veja que para ambos institutos o elemento 
objetivo é a onerosidade excessiva, mas em relação ao elemento subjetivo, no Estado de Perigo é a situação de perigo 
conhecida pela outra parte, enquanto aqui na lesão é a premente necessidade ou inexperiência. 
Um exemplo de necessidade premente é a moradia (direito fundamental garantido no art. 6º, CF). 
A lesão gera anulabilidade do negócio jurídico. Esta anulabilidade é relativa, conforme art. 157, §2, CC. 
O prazo para anulação é decadencial de 04 anos. Não há previsão para a revisão, motivo pelo qual se aplica o prazo 
prescricional de 10 anos (maior prazo previsto). 
 
f) Simulação: 
Está prevista no art. 167, CC. 
Não confunda com os outros defeitos do Negócio Jurídico, os quais são anuláveis. 
É um vício social do negócio jurídico, presente quando há uma discrepância entre a aparência e a essência. O Negócio 
Interno não é o mesmo que o Negócio Manifestado (parece, mas não é). 
Segundo o CC/02, a simulação gera nulidade absoluta do negócio jurídico. 
São modalidades de simulação: 
 Simulação absoluta: 
Na aparência há determinado negócio, mas na essência não há negócio algum, o que gera a nulidade do ato praticado. 
 Simulação Relativa: 
Na aparência há determinado negócio (simulado), mas na essência há outro negócio (dissimulado). 
Segundo ao art. 16, é nulo o ato simulado e válido o ato dissimulado, se apresentar os mínimos requisitos de validade. 
Muito cuidado, a boa-fé de terceiros se sobrepõe a simulação, conforme art. 167, §2º, CC. 
Assim, por exemplo: 
Maria vende imóvel para João, mediante simulação. João revende este mesmo imóvel para Pedro, que é terceiro de 
boa-fé. 
Maria João Pedro 
 Inválido Válido 
Ademais, o art. 110, CC trata de Reserva Mental ou Reticência (blefe). 
São dois os efeitos: 
 Se o outro negociante não tiver conhecimento da reserva mental, o negócio permanece. 
 Se o outro negociante tiver conhecimento, há duas correntes. A primeira afirma que o negócio é inexistente 
(Nelson Nery) e a segunda afirma que o negócio é nulo (simulação). É a corrente de Maria Helena e Venoza. 
 
a. Teoria da nulidade do negócio jurídico: 
Pode ser classificado quanto ao grau: 
 Nulidade absoluta  Nulidade: 
Gera negócio nulo. É bem mais grave e envolve a ordem pública. 
 Nulidade Relativa  Anulabilidade: 
Gera negócio jurídico anulável. É menos grave. Envolve ordem privada. 
 
i. Nulidade absoluta: 
 Hipóteses: 
Estão previstas no art. 166, CC. 
 Efeitos e Procedimentos do negócio jurídico Nulo: 
Art. 169. O negócio jurídico nulo não é suscetível deconfirmação, nem convalesce pelo decurso do tempo. 
Observe que a nulidade envolve ordem pública, logo ela pode ser alegada por qualquer interessado ou pelo MP (art. 
168, CC), cabendo inclusive ao juiz de ofício (art. 168, parágrafo único, CC). 
Deve-se ter cuidado com a lamentável Súmula 381, do STJ: 
STJ Súmula nº 381 - Nos contratos bancários, é vedado ao julgador conhecer, de ofício, da abusividade das 
cláusulas. 
 
 
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O negócio nulo, em regra, não se convalida (não pode ser suprida ou sanada). Porém, como exceção e novidade, o 
art. 170, CC trata da Conversão Substancial do Negócio Jurídico. 
Assim, veja: Há um Negócio Jurídico A e um Negócio Jurídico B. As partes celebraram nulamente o NJA, mas se 
soubessem da nulidade teriam celebrado corretamente o NJB. Neste caso, se o NJ verdadeiramente realizado (NJA) 
contiver os requisitos do NJB e conseguir se supor que era aquilo que elas queriam, subsiste o NJB 
É possível converter o negócio nulo em outro, se as partes quiserem. O novo negócio deve ter os mesmos requisitos 
de validade do outro (princípio da conservação do negócio jurídico). 
 
ii. Nulidade Relativa ou Anulabilidade: 
 Hipóteses: 
Estão previstas no art. 171, CC: 
Cuidado, a Simulação é Nula e não Anulável! 
 Efeitos de Procedimentos do negócio Jurídico Anulável: 
Cabe ação anulatória (ação constitutiva negativa). Está sujeita a prazo decadencial (arts. 178 e 179). 
Ademais, como a nulidade relativa atinge a esfera privada ela somente pode ser arguida pelo interessado (não pelo 
MP), não cabendo conhecimento de ofício pelo juiz. 
A nulidade relativa admite convalidação livre. Cabe a cura pelo tempo, a confirmação entre as partes (expressa ou 
tácita) e a convenção. 
 Efeitos da sentença Anulatória: 
É Inter Partes e, segundo a maioria, Ex Nunc (Há polêmica sobre a retroação). Veja os arts. 177 e 182, CC 
Observe, por fim, que o artigo 177 deixa claro que a anulabilidade só aproveita aos interessados que a alegarem, 
exceto solidariedade ou indivisibilidade. 
 
PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA 
 
1. Introdução: 
Estes institutos derivam da própria dimensão dinâmica do tempo. 
2. Prescrição: 
Passado o prazo prescricional, o credor não tem mais o poder jurídico de coercitivamente exigir a prestação, não há 
mais pretensão. Veja o art. 189 do CC. 
O art. 205 alude o prazo geral prescricional, que é de 10 anos, enquanto o art. 206 traz os vários prazos prescricionais 
especiais. 
TODO PRAZO PRESCRICIONAL É PREVISTO EM LEI. 
3. Decadência ou Caducidade: 
Diferentemente do prazo prescricional que é sempre legal, o prazo decadencial para o exercício de um direito 
potestativo pode ser legal ou convencional. 
Por exemplo, o art. 178 determina um prazo prescricional, mas um contrato também pode determiná-lo. 
4. Causas Impeditivas ou Suspensivas e Interruptivas da Prescrição: 
 Impeditivas/ Suspensiva - arts. 197 a 199 
Causas 
 Interruptivas 
 
A decadência, em regra, não está sujeita a efeitos suspensivos e interruptivos, somente se houver disposição legal – 
Artigos 207 e 209, CC. 
Embora não seja regra, excepcionalmente, pode-se encontrar no ordenamento causa que interfira em prazo 
decadencial (por exemplo, o art. 26, §2º do CDC). 
 
 
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As causas impeditivas e suspensivas de um prazo prescricional são as mesmas. Para caracterizá-las só se depende do 
tempo em que ela ocorre: uma causa impeditiva pode ser suspensiva, dependendo do momento em que ela ocorre (Art. 
197 a 199) 
Por exemplo, o art. 197, inciso I afirma que “não corre a prescrição entre os cônjuges, na constância da sociedade 
conjugal”. Em um caso onde o marido deve 10.000 reais a sua esposa, o casamento é causa impeditiva, cujo prazo 
prescricional só começa a correr com o término do casamento. Em contrapartida, se João deve 10.000 para Priscila, e 
eles se casam após terem transcorrido 2 anos do vencimento(prescreve em 5), é uma causa suspensiva. Veja: 
2000 2002 2008 2011 
Dívida vence Eles se casam Eles se separam Prescreve 
Começa correr prazo Prazo suspende Prazo volta a correr 
 
As causas Impeditivas e suspensivas paralisam a prescrição. A impeditiva paralisa a prescrição no início, enquanto 
a suspensiva paralisa a prescrição durante. 
As causas suspensivas estão nos artigos 197 e ss., CC. 
As causas interruptivas estão no art. 202, CC. 
Importante lembrar que a interrupção só poderá ocorrer uma única vez. Dentre as causas do art. 202, aquela 
prevista no inciso I, é objeto da grade de processo civil. Entenda os incisos: 
o Inciso II: “protesto” é a medida cautelar de protesto, não confundir este protesto - que é uma medida cautelar de 
processo -, com o inciso III, que é o protesto cambial (protesto do titulo de crédito). A Súmula 153 do STF, que tratava 
do assunto, perdeu a eficácia. 
o Inciso IV: é interrompido quando o credor leva seu crédito ao processo, uma vez que isto demonstra que o credor 
se movimentou. Se o credor morreu, quem responde é o espólio. 
o Inciso V (é uma caixa de pandora): ocorrem em diversos atos, por exemplo, se o credor interpela ou se o credor 
notifica judicialmente o devedor. 
Observe que, segundo a letra do CC, a notificação extrajudicial (por AR), não interrompe o prazo prescricional. 
5. Características da Prescrição e da Decadência: 
a) Prazos prescricionais não podem ser alterados pela vontade das partes (art. 192), permitindo-se apenas alteração 
dos prazos decadenciais convencionais. 
b) A prescrição pode ser alegada em qualquer grau de jurisdição pela parte interessada (art. 193), assim como a 
decadência convencional (art. 211). Já a decadência legal, pode ser reconhecida até mesmo de ofício (art. 210). 
c) O juiz poderá reconhecê-la de ofício. Veja que a sentença que reconhece prescrição ou decadência é uma 
sentença de mérito, sendo uma matéria de defesa do devedor. 
O CC ainda traz o artigo que dá direito à renúncia da prescrição, somente depois que ela se consumar e sem prejuízo 
de terceiro (art. 191, CC) 
O juiz deve, contudo, antes de sentenciar, à luz do principio da cooperação, noticiar o autor e o réu, para que se 
manifestem sobre o tema, dando-lhes um prazo. 
O novo CPC, acompanhando a filosofia da cooperatividade, mesmo em matéria de ordem pública, pede que o juiz 
ouça as partes. 
Entendimento atual do princípio da “actio nata”: 
 
 
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Por exemplo, uma pessoa se submeteu à cirurgia de emergência em 2004, durante 7 anos não sentiu absolutamente 
nada, em 2011 começou a sentir dores e descobriu que essas dores eram frutos de um erro médico. O médico poderia 
argumentar que prescreveu a pretensão. 
Segundo este princípio, um prazo prescricional só começa a correr quando a vítima ou titular do direito toma 
conhecimento das consequências do ato danoso. Assim, pelo princípio da Actio Nata, um prazo prescricional só 
começaria a correr quando o prejudicado tomasse conhecimento das consequências do fato danoso. 
Por exemplo, uma senhora se submeteu a uma cesariana em janeiro de 1979. Em 1995 descobriu que havia uma 
agulha em seu abdômen e em 2000 começou a sentir dores. Como em 2000 começou o dano, em 2000 começa a correr 
o prazo. 
 
DIREITO DAS OBRIGAÇÕES (artigos 233 a 420, do CC) 
1 – CONCEITO 
Obrigação é o vínculo jurídico de colaboração entre o credor e o devedor na busca pelo adimplemento. 
 
2 - DISTINÇÃO DOS DIREITOS REAIS 
DIREITOS REAIS DIREITO DAS OBRIGAÇÕES 
São taxativos, estão presentes no artigo 1225, do 
CC. 
Não são taxativos, podem surgir pela autonomia 
privada (o que não está proibido está permitido) 
Se submetem à noção de sequela, ou seja, o titular 
pode ir ao encontro do bem, da coisa onde quer que 
esteja. 
Não se submetem à sequela, mas sim à execução 
patrimonial por perdas e danos. 
Para a constituição desse direito deve ocorrer o 
registro público. 
Não necessita de registro público. 
O objeto do direito real é a coisa. O objeto do direito das obrigaçõesé a prestação. 
 
ATENÇÃO!!! ASSUNTO COBRADO PELA FGV!!! 
Obrigações propter rem: São aquelas que acompanham o bem, ou seja, que é transmitida ao novo titular. Por 
exemplo, quando A vende uma casa pra B, a obrigação de pagar o IPTU acompanha a casa (ou seja, era uma obrigação 
de A, e agora será uma obrigação de B). Quem comprar a casa pagará IPTU, porque ela sempre acompanhará a casa 
(bem), e não a pessoa. 
 
3 – DISTINÇÃO DOS DIREITOS DA PERSONALIDADE 
DIREITOS DA PERSONALIDADE DIREITO DAS OBRIGAÇÕES 
São extrapatrimoniais, imprescritíveis, 
intransmissíveis (sejam inter vivos ou causa mortis) e 
são erga omnes. 
São em regra patrimoniais, inter partes, prescritíveis 
e transmissíveis. 
 
4 – ELEMENTOS DO DIREITO OBRIGACIONAL 
a) Elemento subjetivo: sujeitos ativos e passivos. 
b) Elemento objetivo ou material: prestação (deve ser lícita, possível física e juridicamente, certa, determinada ou 
determinável, suscetível de aferição econômica e comerciável). 
c) Elemento imaterial: vínculo jurídico. Nesse caso aplica-se a Teoria Dualista que determina que a relação contém 
dois vínculos, um atinente ao dever do sujeito passivo de realizar a prestação, outro de utilizar o patrimônio deste para 
satisfazer o crédito. 
 
5 – CLASSIFICAÇÃO (MODALIDADES) DAS OBRIGAÇÕES 
5.1 – Quanto à natureza do objeto 
As obrigações podem ser positivas (de dar e fazer) ou negativas (de não fazer) 
 
 
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ATENÇÃO!!! Essa é a modalidade mais cobrada nas provas da OAB!!! 
5.1.1 – Obrigações positivas 
I – Obrigação de dar (coisa certa ou incerta) – (Artigos 233 a 246, do CC - Leitura obrigatória) 
Consiste na entrega, na apresentação, de uma determinada coisa. Ela se completa com a Tradição (entrega), no caso 
de bem móvel, ou com o Registro, no caso de bem imóvel. 
Princípio Res Perit Domino 
EXTREMAMENTE IMPORTANTE ESSE ASSUNTO!! A FGV COBROU NA OAB!! 
Por esse princípio, a coisa perece (some/extingue) em face do seu dono (res perit domino), ou seja, o dono que arca 
com o prejuízo, caso a coisa se extinga, deixe de existir. 
Esse princípio só ocorre quando ninguém tenha incorrido em dolo ou culpa (caso fortuito e força maior, por exemplo). 
Assim, se João é dono de um veículo, e esse veículo fica inutilizado diante de uma forte tempestade, quem arca com 
prejuízo é João (o dono). 
Mas cuidado: No caso de a coisa perecer por culpa de alguém, não será aplicado esse princípio. Nesse caso, será 
hipótese de responsabilidade civil por perdas e danos. 
É diferente, por exemplo, da Maria bater no carro do João enquanto ele está estacionado, porque ela estava bêbada. 
Nesse caso, será responsabilidade de Maria. 
DICA DA GP: No Direito Civil o devedor é a parte mais fraca na relação. 
 
Vamos pensar que o Direito sempre quer privilegiar os pobres e oprimidos, logo o devedor sempre se 
dá bem!!!! Tudo que tem que escolher, quem escolhe é o devedor! No Direito das Obrigações, na dúvida, 
opte sempre para dar poder ao Devedor! 
O pobre do Credor sempre se dá mal :( 
 
 
 
 
 
A obrigação de dar pode ser de coisa CERTA ou INCERTA. O que as diferencia é o fato da coisa estar 
individualizada ou não. 
Art. 243. A coisa incerta será indicada, ao menos, pelo gênero e pela quantidade. 
Art. 244. Nas coisas determinadas pelo gênero e pela quantidade, a escolha pertence ao devedor, se o contrário não 
resultar do título da obrigação; mas não poderá dar a coisa pior, nem será obrigado a prestar a melhor. 
Na obrigação de dar coisa incerta, a coisa será indicada, ao menos, pelo gênero e pela quantidade, cabendo ao devedor 
escolher, se do contrário não resultar o título, porém, utilizando o critério médio, nem mais, nem menos valioso. 
Na obrigação de dar coisa certa, a coisa é individualizada, por exemplo, um quadro do Da Vinci. Nessa obrigação, o 
credor não é obrigado a aceitar coisa diferente, ainda que mais valiosa. 
a) Acessórios: Leia o art. 233 e 237, parágrafo único, CC 
b) Melhoramentos: Leia o art. 237, CC 
c) Perda da coisa: 
 
 Sem culpa do devedor Com culpa do devedor 
Obrigação 
de dar coisa 
certa 
Antes da tradição: Resolve a obrigação, e 
tudo fica como está (ninguém paga nada a 
ninguém. Se já pagou, devolve) 
 
Se o credor quiser, poderá aceitar a coisa, 
abatido de seu preço o valor que perdeu. 
 
Ex: Ana combinou de vender um veículo para 
Maria. Antes da entrega do carro (tradição), o 
veículo fica inutilizado por um furação (sem 
culpa do devedor). Ninguém paga nada a 
ninguém, e Ana suporta o prejuízo de seu carro. 
Devedor responde pelo valor da coisa 
perdida + Perdas e Danos 
 
Se o credor quiser, poderá aceitar a 
coisa no estado em que se encontra + 
Perdas e Danos 
 
Ex: Ana combinou de vender um 
veículo para Maria. Ana bate o carro 
(culpa do devedor). Ana deve ressarcir 
Maria do valor do carro e eventuais 
Perdas e Danos. 
 
 
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Se Maria quiser, pode pegar o carro como 
está, com um valor menor (abatido). 
Se Maria quiser, pode pegar o carro 
como está, com um valor menor (abatido), 
e cobrar eventuais Perdas e Danos. 
Obrigação 
de restituir 
coisa certa 
Antes da tradição: Sofrerá o credor a perda, e 
a obrigação se resolverá, ressalvados os seus 
direitos até o dia da perda 
Devedor responde pelo valor da coisa 
perdida + Perdas e Danos 
 
 
 
Como esse assunto foi cobrado pela FGV? 
A banca quer que você saiba que quando uma coisa se deteriorar antes da transferência da 
propriedade, a obrigação pode ser resolvida, com a devolução dos valores eventualmente pagos, ou 
entrega a coisa no estado que se encontra e abatimento no preço proporcional à deterioração. 
 
II – Obrigação de fazer – artigos 247 a 249, do CC 
A obrigação de fazer pode ser: 
♦Fungível: aquela que pode ser adimplida por outrem; 
♦Infungível: aquela personalíssima, seja pela natureza do bem, seja pela convenção das partes. Ninguém mais pode 
adimplir aquela obrigação, só a pessoa responsável. Ex: Se eu encomendo um parecer jurídico do Joaquim Barbosa, só 
ele pode me dar esse parecer, não quero o de mais ninguém. 
No caso de inadimplemento, antes de pleitear a indenização, o credor deve pedir o cumprimento da obrigação, assim, 
não sendo possível a prestação, surgirá a possibilidade do pagamento substitutivo em perdas e danos, apurando, nesse 
caso, a culpa no caso concreto. 
Contudo, em caso de urgência, pode o credor executar ou mandar executar o fato, mesmo sem autorização judicial, 
sendo depois ressarcido. 
III – Obrigação de não fazer – artigos 250 e 251, do CC 
A obrigação de não fazer caracteriza-se pela abstenção de uma conduta, ou seja, fica proibido de praticar um ato 
determinado, sob pena de inadimplemento. 
Veja um quadro com as obrigações inadimplidas e suas consequências: 
 
Dar coisa 
Certa e Coisa 
incerta após 
identificação 
Restituir 
coisa Certa 
Fazer Não fazer 
Coisa se 
Perder/Não 
fazer + sem 
culpa 
Fica resolvida 
a obrigação, sem 
perdas e danos 
Fica 
resolvida a 
obrigação, sem 
perdas e danos 
Fica 
resolvida a 
obrigação, sem 
perdas e danos 
Fica 
resolvida a 
obrigação, sem 
perdas e danos 
Coisa se 
Perder/Não 
fazer + com 
culpa 
Perdas e 
Danos 
Paga o 
equivalente + 
Perdas e Danos 
 
Coisa 
Deteriorar + 
sem culpa 
Credor 
resolve 
obrigação ou 
aceita coisa 
como está, 
abatido o preço 
Aceita coisa 
como está, sem 
indenização 
 
Coisa 
Deteriorar + 
com culpa 
Exige 
dinheiro de volta 
ou abate o preço 
+ perdas e Danos 
Paga o 
equivalente + 
Perdas e Danos 
 
5.2 – Quanto ao modo de execução – simples versus compostas 
As obrigações podem ser: 
♦Simples: que se caracterizam pela singularidade do objeto e dos sujeitos, ou seja, UM credor, UM devedor, UMA 
prestação. 
Pode-se exigir que 
credor mande 
fazer/desfazer à sua 
custa + perdas e danos 
Se urgente o devedor 
faz/desfaz e cobra o 
ressarcimento 
 
 
 
| 89 
♦Compostas: caracterizam pela multiplicidadede objetos, ou pela multiplicidade de sujeitos. 
5.2.1 – Obrigações compostas pela multiplicidade de objetos 
a) cumulativas ou conjuntivas 
São aquelas que obrigam o devedor ao adimplemento de todas as prestações da relação obrigacional. Exemplo: o 
devedor se compromete a construir a casa e pintá-la. 
b) alternativas ou disjuntivas 
Nesse caso, o devedor somente necessitará adimplir uma das duas prestações. Exemplo: o devedor será liberado de 
sua obrigação ou se construir uma casa, ou se pintar a casa construída por alguém. 
Em regra, a escolha cabe ao devedor, podendo ser estipulado de outra forma, como por exemplo, as partes podem 
estipular que um terceiro faça a escolha. 
 
 
 
Como esse assunto foi cobrado pela FGV? 
- A banca quer que você saiba a diferença entre obrigações cumulativas e alternativas. 
- A banca quer saber ainda a quem cabe a escolha de qual prestação adimplir quando não há nada 
estipulado no ajuste. 
 
ATENÇÃO!!! ASSUNTO COBRADO PELA FGV!!! 
A alternatividade é referente aos objetos, ou seja, ou eu escolho um ou outro para adimplir. NÃO podendo ocorrer o 
cumprimento de uma parte de um objeto, e outra parte de outro. Exemplo: Maria se compromete a entregar quatro 
cavalos da raça X ou quatro éguas da raça Y a João. Porém, no momento do adimplemento da obrigação, o credor exige 
dois cavalos da raça X e duas éguas da raça Y. NÃO PODE!!!! Ou são todos os cavalos ou são todas as éguas. 
 
*** O QUE É OBRIGAÇÃO FACULTATIVA? 
O próprio nome já diz, é uma obrigação que não é obrigatória. 
Se caracteriza por possuir apenas uma prestação, acompanhada por uma faculdade a ser cumprida ou não pelo 
devedor. 
Ressalta-se que nesse caso o credor não pode exigir o seu cumprimento. 
5.2.2 – Obrigações compostas pela multiplicidade de sujeitos – solidárias (ativa, passiva ou mistas) – artigos 
264 a 285, do CC 
Há vários sujeitos no pólo ativo (aquele que processa) OU passivo (aquele que é processado) OU nos dois. 
Quando na mesma obrigação concorre mais de um credor, ou mais de um devedor, cada um com direito, ou obrigado, 
à dívida toda, há SOLIDARIEDADE. 
Assim, se Maria, Joana e Rita são devedoras solidárias de três mil reais significa que todas elas devem 3 mil, e não 
somente cada uma mil! Eu posso cobrar os 3 mil da Maria, os 3 mil da Joana e os 3 mil da Rita. Não preciso cobrar a 
cota parte de cada. 
Regras de Solidariedade Ativa: 
I. Regra nº1: 
Art. 267. Cada um dos credores solidários tem direito a exigir do devedor o cumprimento da prestação por 
inteiro. 
Art. 268. Enquanto alguns dos credores solidários não demandarem o devedor comum, a qualquer daqueles 
(credores) poderá este (devedor) pagar. 
Assim, temos os credores A, B e C que devem receber R$ 30.000,00 do Devedor D: 
A 
B D: R$30.000,00 
C 
 
Antes da demanda judicial o devedor D poderá pagar 10 para cada, 20 pra A e 10 pra B, 30 só pra C, 15 pra C e 15 
pra D, não importa!!! Ele poderá pagar para quem quiser e como quiser. 
Contudo, se um deles (por exemplo, A) entrar com uma ação de cobrança, de modo que agora há demanda. Assim, 
há uma prevenção judicial, e o pagamento deve ser feito á A. Se o devedor pagar à C, ele pagará mal, logo pagará duas 
vezes. 
II. Regra nº2: 
Art. 269. O pagamento feito a um dos credores solidários extingue a dívida até o montante do que foi pago. 
 
 
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Assim, se D pagar 10 mil à A, ele somente deve 20 mil agora. Contudo, todos podem cobrar os 20 mil, seja B, C ou 
até mesmo o próprio A que recebeu os dez primeiros. Isso ocorre porque na solidariedade ativa a relação externa 
(credores X devedor) é uma, não fracionável. 
III. Regra nº3: 
Art. 272. O credor que tiver remitido a dívida ou recebido o pagamento responderá aos outros pela parte que 
lhes caiba. 
Se há remissão ou pagamento total do A em relação à D, o A tem a obrigação de dar 10 mil à B e 10 mil à C. 
Assim, na solidariedade ativa, a relação INTERNA (nunca a externa) é fracionável, havendo uma presunção de 
divisão igualitária entre as partes, exceto se as partes pactuaram o contrário. 
IV. Regra nº4: 
Art. 270. Se um dos credores solidários falecer deixando herdeiros, cada um destes só terá direito a exigir e 
receber a quota do crédito que corresponder ao seu quinhão hereditário, salvo se a obrigação for indivisível. 
X A 
Y B D: R$30.000,00 
 C 
 
Observe que a cota de A é 10, sendo que X e Y ficarão com 5 cada um. Neste caso desaparece a solidariedade em 
relação àquele que faleceu. 
Se a obrigação for indivisível, por exemplo, um boi, isto não ocorre. 
V. Regra nº 5: 
Art. 271. Convertendo-se a prestação em perdas e danos, subsiste, para todos os efeitos, a solidariedade. 
Este efeito diferencia a solidariedade da indivisibilidade, já que na obrigação indivisível quando convertida em perdas 
e danos, a indivisibilidade desaparece. 
Veja os demais artigos pertinentes ao tema 273 e 274, CC! 
 
Regras de Solidariedade Passiva: 
I. Regra nº1: 
Art. 275. O credor tem direito a exigir e receber de um ou de alguns dos devedores, parcial ou totalmente, a 
dívida comum (opção de demanda); se o pagamento tiver sido parcial, todos os demais devedores continuam 
obrigados solidariamente pelo resto. 
Parágrafo único. Não importará renúncia da solidariedade a propositura de ação pelo credor contra um ou 
alguns dos devedores. 
Assim, A pode cobrar tudo de quem ele quiser. Ele tem opção de demanda. 
Se B, contudo, pagar 10 mil à A, este ainda pode cobrar 20 mil de todos, inclusive do que pagou. Lembre-se que eles 
são unos, um único corpo. Assim, mesmo quem pagou pode ser cobrado pelo resto. 
II. Regra nº 2: 
Esta solidariedade, contudo, pode ser renunciada. Veja: 
Art. 282. O credor pode renunciar à solidariedade em favor de um, de alguns ou de todos os devedores. Parágrafo 
único. Se o credor exonerar da solidariedade um ou mais devedores, subsistirá a dos demais. 
 B 
A C R$30.000,00 
 D 
 
Imagine que A renúncia a solidariedade em relação à B. Isto não significa que B se livrou da dívida, mas sim que ele 
é um devedor fracionário, ou seja, ele responde só por 10 mil. Neste caso, os outros dois permanecem solidários, mas 
abatida a cota do beneficiado pela renúncia, ou seja, C e D permanecem solidários de E$ 20.000,00, 
Isto porque, caso assim não fosse, causaria enriquecimento sem causa do credor. 
III. Regra nº 3: 
 
 
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Não confundir renúncia à solidariedade com Remissão (perdão), uma vez que o beneficiado pela remissão fica 
totalmente liberado do vínculo obrigacional. Veja, neste sentido, o art. 388, do CC: 
Art. 388. A remissão concedida a um dos codevedores extingue a dívida na parte a ele correspondente; de modo 
que, ainda reservando o credor a solidariedade contra os outros, já lhes não pode cobrar o débito sem dedução 
da parte remitida. 
 B 
A C R$30.000,00 
 D 
 
Aqui, abate-se a cota de B (diferente da anterior que B ainda teria que pagar 10). Cobra-se 20 mil de C e D. 
Observe que B se exime de tudo, ele foi perdoado, ele não será cobrado de nada. 
 
IV. Regra nº 4: 
Art. 276. Se um dos devedores solidários falecer deixando herdeiros, nenhum destes será obrigado a pagar senão a 
quota que corresponder ao seu quinhão hereditário (1), salvo se a obrigação for indivisível (2); mas todos reunidos 
serão considerados como um devedor solidário em relação aos demais devedores (3). 
Vamos por partes: 
Em primeiro lugar, a primeira parte diz que se um dos devedores solidários falecer deixando herdeiros, ele será 
obrigado a pagar a quota que corresponder até o limite da herança. 
 B 
A C R$30.000,00 
 D X 
 Y 
 
Observe quea solidariedade do que morreu desaparece (refração do débito), ficando o “morto” responsável só por 
10 mil. Assim, X e Y são responsáveis por 10 mil somente, contudo se eles receberam 3 mil, eles pagam só a cota de 3 
mil. 
Mas de B e C ainda se pode cobrar 30 mil (menos a parte eventualmente paga por algum devedor). 
Em segundo lugar, o artigo traz uma exceção: se a obrigação for indivisível poderá ser exigida por inteiro. 
Em terceiro lugar, todos os herdeiros reunidos serão considerados como um devedor solidário em relação aos demais 
devedores. Assim, se B pagar 30 mil ele pode exigir 10 mil de X e Y juntos, como se um só fossem (até o limite, é 
claro, da herança). 
V. Regra nº 5: 
Art. 277. O pagamento parcial feito por um dos devedores e a remissão por ele obtida não aproveitam aos outros 
devedores, senão até à concorrência da quantia paga ou relevada. 
Este artigo trata da relação INTERNA entre os devedores. Veja que relevada significa perdoada. 
VI. Regra nº 6: 
Art. 279. Impossibilitando-se a prestação por culpa de um dos devedores solidários, subsiste para todos o encargo 
de pagar o equivalente à prestação; mas pelas perdas e danos só responde o culpado. 
Este regra diferencia a solidariedade da indivisibilidade. 
Por exemplo, Locador em relação com Locatário 01 e Locatário 02, com um aluguel em aberto de R$ 10.000,00. 
Além disso, o Locatário 1, por culpa, causou um incêndio que gerou perdas e danos de R$ 60.000,00. 
Ambos respondem por 10 mil pelos aluguéis e o Locatário 02, além dos 10 mil responde por + 60 mil de perdas e 
danos. 
Quanto à prescrição, há dois aspectos relevantes: 
I – O artigo 201 do CC prevê que, uma vez suspensa a prescrição e favor de um dos solidários, este efeito só 
aproveitará aos outros se a obrigação for indivisível. 
II – O artigo 204 prescreve que a interrupção efetivada por um credor não aproveita aos outros, salvo se a obrigação 
for solidária ativa. 
 
 
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5.3 – Quanto ao tempo de adimplemento – instantânea, diferida 
As obrigações instantâneas são aquelas cuja prestação é imediatamente executada, ou seja, se extinguem após o seu 
adimplemento. 
As obrigações diferidas são aquelas que se protraem no tempo, são aquelas por tempo indeterminado. 
5.4 – Quanto aos elementos acidentais – pura, condicional, modal ou a termo 
As obrigações podem ter os elementos acidentais, podendo a condição, modo ou termo serem aplicados 
integralmente no direito obrigacional. 
♦Obrigação sujeita ao elemento acidental da condição: elementos futuros e incertos 
Exemplo: doação feita a nascituro (se ele vier a nascer) – trata-se de uma condição. 
♦Obrigação sujeita ao elemento termo: elementos futuros e certos, ou seja, há a certeza de que ocorrerá o termo. 
Exemplo: doação na qual o donatário fica com o bem por um lapso de tempo. 
♦Obrigação sujeita ao elemento acidental modo ou encargo: Há a futuridade também, porém, há um sacrifício, um 
trabalho que deve ser feito para que o negócio jurídico aconteça. Exemplo: Maria deixa biblioteca para Fábio desde que 
este ministre aulas de português no lugar. 
5.5 – Quanto à divisibilidade – artigo 257 a 263, do CC 
A obrigação é indivisível quando sua prestação não pude ser fracionada, seja por causa da natureza do objeto, seja 
por conta da vontade das partes por meio de cláusula. 
5.6 – Quando ao fim – obrigações de meio, de resultado e de garantia 
ATENÇÃO!!!! ASSUNTO COBRADO PELA FGV! 
Existem as obrigações de resultado, que são aquelas que o devedor se compromete com a ocorrência do resultado 
ajustado, por exemplo, uma van escolar se compromete a deixar o filho de Maria na escola no horário determinado. 
As obrigações de meio são aquelas em que o devedor não se compromete com a ocorrência do resultado, por 
exemplo, um médico se compromete a utilizar todos os recursos para salvar João, mas não garante que será eficaz. 
Já as obrigações de garantia são aquelas que se referem à cláusula de incolumidade e está prevista nos contratos de 
transportes, por exemplo. 
5.7 – Quando reciprocamente consideradas – principal ou acessória 
As obrigações principais existem independente de qualquer outra, enquanto que as obrigações acessórias seguem o 
principal. Exemplo: Joaquina aluga uma casa (obrigação principal) e Felipe é seu fiador (obrigação que está 
condicionada a do contrato principal). 
5.8 – Obrigação propter rem (própria da coisa) /híbrida/mista/real 
Como visto acima, a obrigação propter rem é aquela que adere à coisa, ou seja, segue a coisa, por exemplo, despesas 
de condomínio, quando o antigo proprietário não paga o IPTU transfere para o novo proprietário. 
 
5.9 – Obrigação natural (débito sem crédito) 
São aquelas que não são exigíveis, porém, se pagas pelo devedor não podem mais ser devolvidas. Exemplo: dívida 
resultante de jogo e aposta não legalizados. 
6 – DO PAGAMENTO 
6.1 – Quem deve pagar? (artigo 304 a 307, do CC) 
A regra geral é de que qualquer interessado pode pagar, porém, quando o devedor se opuser, deve utilizar meios 
conducentes à exoneração do devedor. 
O terceiro não interessado também pode pagar, desde que faça em nome e à conta do devedor, salvo oposição deste. 
6.2 – A quem pagar? (artigo 308 a 312, do CC) 
O pagamento pode ser efetuado para ao credor, ao seu representante legal 
Ressalta-se que o credor putativo (aparente) também é sujeito de direito apto a receber o pagamento, tornando-se 
válido e eficaz. 
6.3 – Penhora prévia 
Quando o Juiz determinar a penhora, o devedor não pode pagar de maneira extrajudicial, sob pena de pagar 
novamente. 
6.4 – Quitação 
É o reconhecimento do credor de ter recebido o que lhe era devido. 
Ressalta-se que quando há a entrega do título ao devedor presume-se que o pagamento foi efetuado, porém, fica sem 
efeito a quitação se o credor provar o contrário, em sessenta dias. 
6.5 – Lugar do pagamento (dívida quesível x dívida portável) – artigo 327 a 330, do CC 
Em regra, a dívida é exigível, pagável no domicílio do devedor, ou seja, dívida QUESÍVEL. 
 
 
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Contudo, caso forem designados dois ou mais lugares, cabe ao CREDOR escolher entre um deles (uma das poucas 
coisas que o pobre credor pode escolher! O resto é tudo prerrogativa do devedor) 
O pagamento efetuado no domicílio do credor é chamada de dívida PORTÁVEL. 
DICA GP: Vocês assistiam Chaves? Lembra que o Seu Barriga sempre ia cobrar a dívida do aluguel do Seu 
Madruga na casa dele? Pois é, essa é a regra: que o CREDOR (Seu Barriga) vá até a casa do devedor (Seu Madruga). 
É a chamada dívida quesível! Mas pode ser que, por disposição diversa, esse dever seja repassado, portado, para o 
devedor ir até o credor. Daí teremos a dívida portável. 
7 – FORMAS ESPECIAIS DE EXTINÇÃO DA OBRIGAÇÃO (COM OU SEM PAGAMENTO) 
Existem situações jurídicas nas quais a obrigação é extinta por uma maneira indireta e não usual. São elas: 
7.1 – Consignação em pagamento – artigos 334 a 345, do CC 
O devedor busca o seu direito de exigir a quitação da obrigação e pode ser utilizada para todas as modalidades de 
obrigações (de dar, fazer ou não fazer). 
QUANDO É CABÍVEL A CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO?? O rol exemplificativo está no artigo 335, do 
CC (leitura obrigatória). 
As condições de validade para o pagamento na consignatória estão previstas no artigo 336, do CC. 
Nas prestações periódicas como alimentos, salários, aluguéis, podem ser consignados os valores à medida que forem 
vencendo, até o quinto dia útil subsequente ao vencimento. 
7.2 – Pagamento com sub-rogação – artigos 346 a 351, do CC 
É uma modalidade que não libera o devedor do pagamento da obrigação. 
Nesse caso, é a transferência dos direitos do credor para aquele que pagou, desse modo, a dívida é extinta em relação 
ao credor originário e o que pagou passa a ser o novo credor. 
7.3 – Dação em pagamento (ATENÇÃO!!! ASSUNTO COBRADO PELA FGV!!!) – artigos 356 a 359, do CC 
Ocorre quando o credor aceitar receber prestação diversa da que lhe édevida. Para que ocorra a dação em pagamento, 
há condições a serem seguidas, sendo: 
* Existência de uma dívida vencida; 
* Consentimento do credor; 
* Entrega de uma prestação diversa da que era devida; 
* Ter a intenção de pagar. 
7.4 – Novação – artigos 360 a 367, do CC 
Ocorre quando as partes criam uma nova obrigação destinada a substituir e extinguir a obrigação anterior. 
Quais os requisitos gerais da novação??? 
* Existência de uma obrigação anterior; 
* Intenção de criar uma obrigação nova; 
* Criação de uma obrigação nova, substancialmente diversa da primeira 
Quais as espécies de novação?? 
I – Objetiva: ocorre quando as mesmas partes constituem uma nova obrigação, extinguindo-se a obrigação anterior. 
Nesse caso, altera-se o objeto (artigo 360, I, do CC). 
II – Subjetiva: a mudança ocorre nos sujeitos da relação, podendo ser: 
- Ativa: quando há a mudança de credores 
- Passiva: quando há mudança de devedores 
III – Mista: ocorre quando são alteradas tanto as partes quanto o seu objeto. 
7.5 – Compensação – artigos 368 a 380, do CC 
Pode ocorrer a compensação quando duas pessoas forem ao mesmo tempo credor e devedor uma da outra, 
extinguindo-se as obrigações até onde compensarem. 
As espécies de compensação são: 
♦Legais – prevista em lei. Os requisitos da compensação legal estão previstos nos artigos 369 e 370, do CC (Ler 
artigos). 
♦Convencional – as partes convencionam. Não é preciso observar os requisitos que a compensação legal determina. 
♦Judicial – hipótese oriunda de decisão judicial transitada em julgado. 
7.6 – Imputação ao pagamento – artigo 352 a 355, do CC 
É a especificação de qual entre dois ou mais débitos da mesma natureza, positivos e vencidos está sendo quitado 
naquela oportunidade, conforme artigo 352, do CC. 
Os requisitos legais são: 
* igualdade de sujeitos (credor e devedor); 
 
 
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* liquidez e vencimento de dívidas da mesma natureza. 
Quando houver a ausência de qualquer manifestação de vontade, ocorrendo o silêncio do devedor sobre qual das 
dívidas líquidas e vencidas deseja imputar o pagamento, deve-se seguir as regras da imputação legal previstas nos artigos 
354 e 355, do CC, sendo: 
I – prioridade para os juros vencidos, em detrimento do capital; 
II – Prioridade para as líquidas e vencidas anteriormente, em detrimento das mais recentes; 
III – Prioridade para as mais onerosas, em detrimento das mais vultosas, se vencidas e líquidas ao mesmo tempo. 
7.7 – Confusão – artigos 381 a 384, do CC 
A confusão ocorre quando a pessoa do devedor e do credor estão reunidas em uma só pessoa. Por exemplo: Jamille 
estava devendo para Isabella, porém, Isabella falece e, por meio de sucessão testamentária Jamille adquire a herança. 
O que é confusão imprópria?? 
É quando não se extingue a obrigação primitiva, na verdade, extingue somente a relação obrigacional. Exemplo: 
Maria reúne as qualidades tanto de devedora quanto de fiadora. 
7.8 – Remissão – artigos 385 a 388, do CC 
É o perdão da dívida. A remissão é dada pelo credor ao devedor, porém, o devedor tem que ACEITAR expressa ou 
tacitamente. 
Os requisitos da remissão devem estar presentes simultaneamente, sendo: 
* Ânimo de perdoar; 
*Aceitação do perdão. 
A remissão pode ser tanto expressa como tácita, bem como parcial ou total. 
Há também a remissão presumida, ocorre quando atos praticados pelo credor fazem presumir a remissão da dívida. 
Exemplo: Ricardo, credor de José, destrói o título na frente de José. 
A remissão pode ocorrer também quanto a um codevedor, por exemplo: A, B e C são devedores solidários de D 
no valor de 3 mil reais. D decide perdoar a dívida de B. Desse modo, a dívida persiste, porém, quanto aos devedores A 
e C, sendo abatido da dívida a quantia já perdoada. 
8 – TRANSMISSÃO DAS OBRIGAÇÕES 
As obrigações podem ser transmitidas tendo em vista que são bens comerciáveis. Desse modo, admite-se tanto a 
cessão de crédito quanto a cessão da dívida. 
8.1 – Cessão de crédito (artigos 286 a 298, do CC) 
O credor (cedente) transmite total ou parcialmente o seu crédito a um terceiro (cessionário), mantendo-se a relação 
obrigacional primitiva com o devedor originário (cedido), podendo ser onerosa, bem como gratuita. 
Assim estabelece o artigo 286, do CC: “ O credor pode ceder o seu crédito, se a isso não se opuser a natureza da 
obrigação, a lei, ou a convenção com o devedor; a cláusula proibitiva da cessão não poderá ser oposta ao cessionário 
de boa-fé, se não constar do instrumento da obrigação. ” 
Para a cessão de crédito ter eficácia e relação ao devedor, exige-se que faça a notificação deste. 
Como esse assunto foi cobrado pela FGV? A banca quer que você saiba que na ocorrência de cessões do mesmo 
crédito, prevalece a cessão de crédito que se completar com a tradição do título cedido. 
O QUE A CESSÃO DE CRÉDITO DIFERE DA SUB-ROGAÇÃO??? 
CESSÃO DE CRÉDITO SUB-ROGAÇÃO 
É a transmissão dos direitos do credor, originada de 
uma declaração de vontade. 
É o pagamento do crédito original. 
Pode ocorrer a título gratuito ou oneroso. Somente de forma onerosa. 
Há a conservação do vínculo obrigacional. 
Pressupõe o seu cumprimento por parte de um 
terceiro, direta ou indiretamente. 
 
8.2 – Cessão de débito (assunção de dívida) – artigos 299 a 303, do CC. 
Na cessão de débito o devedor, com expresso consentimento do credor, transmite a um terceiro a sua dívida, ou seja, 
devedor primitivo se libera da obrigação. No caso de o credor ficar em silêncio, presume-se a sua recusa. 
Se no momento da cessão for constatado que o novo devedor for insolvente e o credor ignorou este fato, o devedor 
antigo continua respondendo pela dívida. 
Os requisitos da cessão de débito são: 
* Existência de uma obrigação válida; 
* Anuência expressa do credor (pois muda a garantia patrimonial da dívida); 
 
 
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* A substituição do devedor, mantendo-se a mesma obrigação. 
8.3 – Cessão de contrato 
Não é modalidade prevista na lei, porém, a doutrina e a jurisprudência majoritária tem admitido. Nesse caso, o 
cedente transfere a própria posição no contrato a um terceiro (cessionário), desde que haja consentimento da parte 
contrária. 
Os seus requisitos são: 
* Anuência da parte contrária; 
* A celebração de um negócio jurídico entre cedente e cessionário; 
* Integralidade da cessão. 
9 – SINAL OU ARRAS (artigos 417 a 420, CC) 
É uma disposição contratual pela qual uma das partes entrega dinheiro ou bem móvel para assegurar o cumprimento 
da obrigação pactuada. 
Se divide em duas espécies: 
a) Arras confirmatórias: são aquelas em que é entregue uma quantia (entrada) para reforçar a execução do contrato, 
não admitindo o arrependimento posterior. Havendo descumprimento, a regra é que a perda do valor das arras será em 
favor da parte inocente. Ressalta-se que, quando constatado que o prejuízo foi maior que o valor da arras, pode o 
prejudicado exigir suplementação das perdas e danos. 
 
b) Arras penitenciais: Nesse caso, quando são pactuadas garantem o direito de arrependimento, ou seja, tem função 
indenizatória. Quem desistir do negócio, perderá para a outra parte as arras, porém, não é possível pleitear perdas e 
danos. 
10 – MORA OU INADIMPLEMENTO RELATIVO – artigos 394 a 401, do CC) 
Ocorre quando o pagamento não é feito no tempo, lugar ou na forma convencionados. Pode ocorrer quando o devedor 
não faz o pagamento ou quando o credor não quiser recebê-lo. 
a) Mora do devedor: O devedor retarda culposamente o cumprimento da obrigação. Os requisitos que devem estar 
presentes são: 
* Existência de uma dívida líquida e certa; 
* Vencimento da dívida; 
* Culpa do devedor (responsabilidade civil é subjetiva, art. 396, do CC); 
* Viabilidade no cumprimento tardio da obrigação (art. 395, parágrafo único). 
Quando não há um termo (data de vencimento da dívida), o credor precisará ingressar com uma medida 
administrativa ou judicial para constituir o devedor em mora, assim determina o artigo 397,

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