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e-Book da Unidade 1 - Fundamentos contábeis

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Prévia do material em texto

Diretor Executivo 
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Diretora Editorial 
ANDRÉA CÉSAR PEDROSA
Projeto Gráfico 
MANUELA CÉSAR ARRUDA
Autor 
DANIELI PULGA
Desenvolvedor 
CAIO BENTO GOMES DOS SANTOS
Olá. Meu nome é Danieli Pulga. Sou Bacharel em 
Administração e especialista em Administração Financeira, 
Contábil e Controladoria, com uma experiência profissional 
na área Financeira e Custos de mais de 10 anos. Trabalhei 
em empresas prestadoras de serviços aplicando todo o 
conhecimento da Administração e da Contabilidade, implantando 
métodos de controle e rotinas de trabalho. Essas experiências 
contribuíram para minha formação profissional e em paralelo 
venho realizando trabalhos como docente, há quase 9 anos. Sou 
apaixonada pelo que faço e adoro transmitir minha experiência 
de vida àqueles que estão iniciando em suas profissões. Por isso 
fui convidada pela Editora Telesapiens a integrar seu elenco de 
autores independentes. Estou muito feliz em poder ajudar você 
nesta fase de muito estudo e trabalho. Conte comigo!
Autor 
DANIELI PULGA
INTRODUÇÃO: 
para o início do 
desenvolvimen-
to de uma nova 
competência;
DEFINIÇÃO: 
houver necessidade 
de se apresentar 
um novo conceito;
NOTA: 
quando forem 
necessários obser-
vações ou comple-
mentações para o 
seu conhecimento;
IMPORTANTE: 
as observações 
escritas tiveram 
que ser prioriza-
das para você;
EXPLICANDO 
MELHOR: 
algo precisa ser 
melhor explicado 
ou detalhado;
VOCÊ SABIA? 
curiosidades e 
indagações lúdicas 
sobre o tema em 
estudo, se forem 
necessárias;
SAIBA MAIS: 
textos, referências 
bibliográficas e 
links para aprofun-
damento do seu 
conhecimento;
REFLITA: 
se houver a neces-
sidade de chamar a 
atenção sobre algo 
a ser refletido ou 
discutido sobre;
ACESSE: 
se for preciso aces-
sar um ou mais sites 
para fazer download, 
assistir vídeos, ler 
textos, ouvir podcast;
RESUMINDO: 
quando for preciso 
se fazer um resumo 
acumulativo das 
últimas abordagens;
ATIVIDADES: 
quando alguma ativi-
dade de autoapren-
dizagem for aplicada;
TESTANDO: 
quando o desen-
volvimento de uma 
competência for 
concluído e questões 
forem explicadas;
Iconográficos
Olá. Meu nome é Manuela César de Arruda. Sou a responsável pelo pro-
jeto gráfico de seu material. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de 
aprendizagem toda vez que:
SUMÁRIO
Introdução......................................................................................10
Competências................................................................................11
Introdução à contabilidade.......................................................12
A História da Contabilidade........................................................................12
Conceito de Contabilidade.........................................................................15
Usuários da Contabilidade.........................................................................17
Pessoa Física e Pessoa Jurídica.............................................................19
Atos e Fatos Administrativos ou Contábeis...................................20
 Fatos Permutativos e Fatos Modificativos......................20
Postulados, princípios e convenções da contabilidade...........21
 Postulados..............................................................................................21
 Princípios.................................................................................................22
 Convenções.........................................................................................26
A técnica contábil e os relatórios básicos...........................29
 Escrituração – métodos e sistemas...................................30
 Introdução ao lançamento........................................................32
 Livros contábeis................................................................................33
O comitê de pronunciamentos contábeis............................37
Regimento interno do Comitê de Pronunciamentos 
Contábeis – CPC...............................................................................................40
Pronunciamento Conceitual Básico (R1)..........................................46
Pronunciamento Conceitual Básico (R1): Objetivo da 
elaboração e divulgação do relatório Contábil-Finan
ceiro...........................................................................................................47
Bibliografia.....................................................................................53
Fundamentos Contábeis 9
UNIDADE
01
Fundamentos Contábeis10
Você já parou para pensar em Contabilidade? E já 
percebeu que você tem contato imediato com algo dessa 
área praticamente todos os dias? 
Agora você deve estar se perguntando: “como 
assim? Contabilidade é uma ciência específica e somente 
contadores têm contato com a Contabilidade!” Estou aqui 
para desmistificar essa idéia de que contabilidade é só 
para contadores. Você enquanto pessoa física, correntista 
bancário que adquire bens, gerencia seus negócios ou os 
negócios de terceiros é alguém que tem contato com a 
Contabilidade sim! Para entender melhor e descobrir onde 
vocês se esbarram, venha estudar esta unidade letiva e 
mergulhar neste universo!
INTRODUÇÃO
Fundamentos Contábeis 11
Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 1. Nosso 
objetivo é auxiliar você no desenvolvimento das seguintes 
competências profissionais até o término desta etapa de 
estudos:
1. Conhecer a origem da Contabilidade e a utilização 
nos dias de hoje.
2. Entender os conceitos que fazem parte da 
Contabilidade e a importância deles na gestão financeira e 
patrimonial.
3. Aplicar os conceitos e técnicas à rotina gerencial.
4. Entender e conhecer sobre órgãos que interferem 
nas normas e técnicas contábeis.
Então? Preparado para uma viagem sem volta rumo 
ao conhecimento? Ao trabalho! Venha junto para esse 
mundo de novidades!
COMPETÊNCIAS
Fundamentos Contábeis12
Introdução à Contabilidade
Ao término deste capítulo você será capaz de 
entender como funciona a Contabilidade e quais são os 
seus pilares. Toda vez que falamos nesse assunto, parece 
haver conceitos muito distintos e isto é verdade, no 
entanto, será muito fácil e esclarecedor, pois a partir desses 
conceitos, poderá entender o quanto a Contabilidade está 
presente em seu dia a dia tornando mais simples a forma 
de lidar com questões relacionadas à área. Conhecerá um 
pouco mais desse mundo de “fazer contas” e quem sabe 
até sempre em alta! 
E então? Motivado para desenvolver esta 
competência? Então vamos lá. Avante!
A Contabilidade é sim uma ciência, com seus 
conceitos, princípios e regras utilizadas por muitos. E com 
ela, há um amplo mercado profissional com diversas áreas 
de atuação.
No Brasil e no mundo conceitos e técnicas da 
Contabilidade são utilizados como recursos para controle 
e respaldo de dados e informações.
Há alguns anos, grandes empresas apresentaram 
necessidades de controle e proteção ao seu Patrimônio, 
desenvolvendo métodos extremamente eficazes, evitando 
fraudes e desvios monetários. 
Até mesmo o Estado se utiliza dos métodos contábeis 
para conhecer e controlar o rendimento das grandes 
áreas produtivas, aplicando a cobrança de impostos e 
arrecadações de recursos para a gestão do país.
 A História da Contabilidade
Você faz ideia de quando e como surgiu a 
Contabilidade?
Fundamentos Contábeis 13
Figura 1: Papiro, tipo de planta adaptada pelos egípcios para registrar os 
números resultantes na agricultura.
Fonte: Wikimedia Commons | CC BY-SA 3.0
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Papirus.gif
Se analisarmos os fatos, a Contabilidade é uma ciência 
tão antiga quanto à própria humanidade. Existem autores 
que consideram que o próprio homem das cavernas já 
contabilizava seus instrumentos de caça, porém, foi na 
Mesopotâmia, entre os rios Tigre e Eufrates, atualmente 
região do Iraque, que foram encontrados os primeiros 
registros patrimoniais.
Fundamentos Contábeis14
Seguindopela história, no Baixo Nilo, os egípcios 
com sua técnica milenar da agricultura, contabilizavam a 
produção e seus estoques de mantimentos em papiros, e 
então, temos nossos primeiros livros contábeis.
Os fenícios, grandes navegadores, formam outro 
povo contribuinte, pois registravam suas operações de 
troca através de símbolos.
E lembram dos Romanos? Aquele povo que quase 
dominou o mundo? 
Bem, sabemos que foi um povo que expandiu seu 
domínio por uma região muito grande. E divido à forma de 
organização das informações e anotações patrimoniais, 
considera-se que foram os criadores de um sistema jurídico 
de Contabilidade.
Mas foi no final da idade média, com o aquecimento 
do comércio na Europa, mais especificamente na Itália, que 
surgiu a necessidade de escrituração dos itens patrimoniais 
para a visão do consumidor e para a visão do fornecedor e 
aí surgiu a sistematização dos controles.
Na sequência, no Renascimento, um frade franciscano, 
chamado Lucca Paccioli, foi o criador do método das 
partidas dobradas: no qual, todo crédito precisa de um 
lançamento a débito, de igual valor. E esse tem sido o 
método mais popular da Contabilidade.
REFLITA:
onde você vê ou ouve falar de débito e crédito?
Mas a história da Contabilidade não acaba aqui! Só 
para recordar, no ano de 1500, houve o descobrimento 
do Brasil e com isso, junto com a família real vieram 
os provedores da fazenda, na época, contadores que 
registravam o patrimônio.
Fundamentos Contábeis 15
Para qualificar os profissionais da época foram 
ministradas aulas de ensino contábil e surgiu também a 
mais antiga associação da classe, chamada “Associação 
dos Guarda Livros da Corte”. 
Foi em 1905, no governo do Presidente Eurico Gaspar 
Dutra que a Contabilidade foi reconhecida como profissão. 
E de lá para cá, muitas leis foram criadas e para assegurar 
o exercício legal da profissão, temos como fiscalizadores o 
CFC/CRC – Conselho Federal da Contabilidade / Conselho 
Regional da Contabilidade. São essas instituições que 
garantem que o Contador está apto para a profissão e que 
as normas impostas estão sendo cumpridas.
E aí? Deu para conhecer de onde veio a necessidade 
de registros e a origem da Contabilidade?
 
Conceito de Contabilidade
Podemos definir a Contabilidade da seguinte forma:
DEFINIÇÃO:
A Contabilidade é a ciência que estuda o 
Patrimônio. Ou ainda, “sistema de informação que 
controla o patrimônio de uma entidade. (Padoveze, 
2014).
Em outras palavras, a Contabilidade é uma ciência 
que se utiliza de métodos e técnicas de registro e controle 
do Patrimônio de uma entidade. Inclusive, temos aqui 
grandes caracterizadores dessa ciência, pois o Patrimônio 
é o objeto de estudo. E controlar do Patrimônio é o objetivo 
da Contabilidade.
Fundamentos Contábeis16
IMPORTANTE:
Patrimônio é o objeto. Controlar é o objetivo.
Para cumprir como esse objetivo, a 
Contabilidade tem como atribuições: captar, 
registrar, acumular, resumir e apresentar as 
informações pertinentes ao objeto de estudo!
Figura 2: Atribuições da contabilidade.
Patrimônio
Resumir
Apresentar
Captar
Registrar
Acumular
Fundamentos Contábeis 17
EXPLICANDO MELHOR:
é necessário captar informações e dados através 
de documentos e sistemas. Podemos observar 
melhor essa atribuição se pensarmos que 
existem notas fiscais e contratos com informações 
de objetos e valores de transações. Essas 
informações contribuirão para o registro, ou seja, 
de forma sistemática e padronizada, serão escritos 
e guardados dados. Acumular esses dados ou 
informações possibilitará a mensuração. Afinal, 
é importante sabermos o que temos e também 
quanto temos, de forma resumida, para uma 
leitura facilitada. E quando se trata de elaborarmos 
relatórios para devidos interessados, temos através 
da Contabilidade a possibilidade de apresentar 
essas informações em um padrão universal de 
fácil entendimento.
Imagine que você é gestor de uma grande 
corporação que recebe a oferta de compra de parte desse 
conglomerado. Como você aconselharia o proprietário a 
formar o preço de venda e a defender esse valor? Acertou 
se você pensou em acionar a Contabilidade e se utilizar dos 
relatório por ela apresentados, bem como das explicações 
e análises por ela realizadas.
Podemos concluir então, que através dos registros 
e relatórios contábeis é possível aprimorar o controle do 
Patrimônio e os mesmos formam um pilar seguro que pode 
embasar a tomada de decisões.
 
Usuários da Contabilidade
Outro ponto importante a lembrar é que os 
Administradores não são os únicos interessados nas 
informações contábeis. São considerados usuários da 
Fundamentos Contábeis18
Contabilidade, todos aqueles que têm algum tipo de 
interesse nas informações de determinada corporação. São 
eles:
Figura 3: usuários das informações contábeis.
 Investidores (acionistas, sócios), procuram estar “por 
dentro” das informações de rendimento e lucratividade 
para tomarem decisões de investimento;
 Stakeholders (demais interessados no bom e perfeito 
funcionamento da organização) cobrança de medidas e 
resultados;
 Analistas de mercado que poderão identificar itens 
que agreguem valor ou não à organização;
 Bancos que periodicamente solicitam relatórios 
contábeis para analisar e determinar escores de crédito às 
organizações;
 Fornecedores também voltados para análise e 
concessões de crédito;
 Clientes que poderão sentir-se mais confiantes 
transacionar itens com entregas com prazos;
Fundamentos Contábeis 19
 Funcionários interessados em formar carreiras 
dentro das organizações;
 Governo que é um grande interessado em conhecer 
a renda e o crescimento das áreas produtivas, pelas quais 
também recebe recursos em seus caixas para realizar a 
gestão da grande máquina que é o país.
Pessoa Física e Pessoa Jurídica
Após observarmos todos os usuários podemos dizer 
de uma forma resumida que a Contabilidade é mantida 
para as Pessoas Físicas e para as Pessoas Jurídicas, ou 
seja, qualquer um dos dois pode perfilar algum dos tipos 
de usuários citados acima.
Mas, o que é uma Pessoa Física e uma Pessoa Jurídica?
Qualquer ser humano é uma pessoa física e uma 
empresa é uma pessoa jurídica.
Uma pessoa jurídica não tem vontade própria. 
Normalmente é formada por uma ou mais pessoas físicas 
que em comum acordo iniciam uma sociedade e tomam 
decisões no decorrer da vida.
O Código Civil pontua muitas diferenças entre ambas, 
mas aqui, observaremos que uma Pessoa Jurídica só passa 
a existir a partir da disposição de uma Pessoa Física investir 
tempo e recursos.
IMPORTANTE:
O Governo, através da Receita Federal se utiliza 
de um documento de 11 dígitos, chamado CPF 
– Cadastro de Pessoa Física, para identificar os 
contribuintes. E outro código com 14 dígitos 
para identificar as pessoas jurídicas, o CNPJ – 
Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica. Ambos 
contém informações sobre movimentação 
financeira e patrimonial dos contribuintes.
Fundamentos Contábeis20
Atos e Fatos Administrativos ou Contábeis
Retomando o raciocínio onde uma ou mais pessoas 
físicas iniciam uma sociedade que dá origem a uma pessoa 
jurídica, com o intuito de lucro e continuidade. Para que 
isso aconteça, os diretores ou administradores da empresa, 
ou os próprios sócios nessas posições, praticam atos 
administrativos ou empresariais. Ou seja, a administração 
patrimonial faz-se pela prática dos atos. Alguns desses 
atos podem afetar o patrimônio empresarial e passam a ser 
chamados de fatos. 
Periodicamente o sócio faz visitas ao gerente da conta 
bancária, com o intuito de relacionamento, não afetando 
assim o Patrimônio da empresa, no entanto, se ele decide 
encerrar a conta no banco, temos então um fato, que 
ocasionará uma modificação patrimonial.
Fatos Permutativos e Fatos Modificativos
Os fatos contábeis podem ocorrer de duas formas: na 
primeira delas, o Patrimônio sofre uma alteração apenas 
em qualidade e na outra, sofre alteração, em quantidade, 
ou seja, a primeira vamos chamar de fatos permutativos,onde ocorrem alterações dos itens patrimoniais, sem 
modificação de valores, como por exemplo, a compra de 
Materiais para Estoque, utilizando dinheiro do Caixa. O 
segundo tipo de fato chamaremos de modificativo, pois 
ocorrerá uma alteração no Patrimônio, porém de forma 
quantitativa, ou seja, o fato será gerador de um resultado 
de Lucro ou Prejuízo podendo aumentar ou diminuir o 
Patrimônio Líquido desta entidade.
SAIBA MAIS:
Vamos falar com mais propriedade sobre o 
Patrimônio na Unidade 2
Fundamentos Contábeis 21
Postulados, Princípios e Convenções da 
Contabilidade
Estamos falando da Contabilidade sendo utilizada por 
pessoas físicas e jurídicas com interesses em informações. 
Também falamos que numa sociedade de pessoas físicas, 
que é a pessoa jurídica, os sócios e gestores tomam decisões 
que poderão alterar qualitativamente e quantitativamente 
o Patrimônio da Entidade. 
Já falamos também que um dos objetivos da 
Contabilidade é registrar esses fatos de foram que sejam 
visíveis e de fácil entendimento. E foi no momento de 
registrar esses fatos que surgiu a necessidade de criar 
regras e padronizar a forma de realização dos registros, 
então, mediante dúvidas e resoluções, os antigos 
contadores adotaram regras que passaram a ser aceitas e 
seguidas por todos. Essas regras básicas são denominadas 
Princípios Contábeis que sustentam a estrutura teórica para 
escrituração e análise contábil.
Para ilustrar a importância dos princípios, utilizaremos 
como muitos autores, o “edifício contábil”
Postulados
Os postulados são tomados como elementos 
vitais, básicos e de estruturação da Contabilidade. Como 
podemos observar na figura 3, é a base da construção, ou 
seja, a base da Contabilidade.
 
São dois postulados:
 Entidade
Este postulado define que a contabilidade de uma 
entidade (empresa ou pessoa) não pode ser confundida 
com a contabilidade dos membros que a possuem. 
Fundamentos Contábeis22
EXPLICANDO MELHOR:
A escrituração de uma empresa tem de ser 
completamente separada da escrituração de seus 
proprietários. Ou seja, se determinado bem é de 
posse da Pessoa Jurídica, ela deverá ser registrada 
como tal, já não será considerada de posse do 
sócio, pessoa física
Na prática, esse Postulado evita que se misturem as 
contas e bens dos sócios com as contas e bens da empresa.
 Continuidade
A própria palavra nos remete ao entendimento de 
que não haverá extinção. A empresa deve ser avaliada e 
escriturada, na suposição de que a entidade nunca será 
extinta. Os ativos dessa empresa serão avaliados partindo 
desse pressuposto, porém, ao contrário disso, caso esteja 
ocorrendo um encerramento de atividades, mudarão os 
critérios de avaliação dos ativos.
Este postulado também baliza a apuração dos 
resultados.
Logo, imagine que você decide abrir uma empresa. O 
objetivo é que ela cresça e perdure ao longo dos tempos e 
passe de geração por geração. 
Princípios
Para que a escrituração acontecesse de forma 
assertiva e imune a dúvidas, numa tentativa de normalizar 
e se chegar a uma melhor forma de controle do 
patrimônio, estabeleceram-se os princípios como forma 
de exteriorização de critérios aceitos pela maioria dos 
contadores. São eles:
Fundamentos Contábeis 23
 Denominador comum monetário
Este princípio trata de que a contabilidade deve ser 
feita numa única moeda e que todos os itens devem ser 
avaliados por essa mesma moeda. No Brasil, a moeda 
oficial é o Real, logo, mesmo que um determinado item seja 
adquirido em outra moeda, dólar, por exemplo, o registro 
deverá ser convertido e realizado em Reais. Da mesma 
forma que a avaliação de bens.
 Competência de exercícios 
a) Princípio da Realização da Receita
b) Princípio do Confronto das Despesas com as 
Receitas.
O princípio que estamos tratando é aplicado para 
a contabilização das receitas e das despesas. Podemos 
dizer que ambas passam por dois momentos possíveis 
de contabilização dos fatos, o momento econômico 
(de sua ocorrência ou geração) e o momento financeiro 
(de sua efetivação financeira, através do pagamento ou 
recebimento). 
Considerando na necessidade de optar por um dos 
dois momentos, foi estabelecido que as receitas e as 
despesas devem ser contabilizadas quando ocorrem, 
ou seja, no momento econômico de sua geração, e não 
quando recebidas ou pagas. Essa decisão tornou-se o 
princípio da competência do exercício, que diz:
DEFINIÇÃO:
“as receitas e as despesas devem ser contabilizadas 
como tais, no momento de sua ocorrência, 
independente de seu pagamento ou recebimento.”
Fundamentos Contábeis24
IMPORTANTE:
Um exercício contábil é o período de um ano, 
em que se faz a apuração do resultado. Nem 
sempre, o exercício contábil coincide com o ano 
civil, podendo ser determinado pela empresa, 
no entanto ele deve ter 12 meses. 
Ressaltamos que a legislação comercial e fiscal exige 
no mínimo um Balanço Patrimonial e uma Demonstração 
dos Resultados de cada exercício.
SAIBA MAIS:
Regime de caixa: Existe outra forma de registro das 
contas contábeis, porém, sua aplicação é restrita 
a entidades sem fins lucrativos. Neste tipo, no 
que chamamos regime de caixa, as receitas são 
contabilizadas no momento do recebimento e as 
despesas no momento do pagamento. Também 
é um método utilizado para alguns relatórios 
financeiros.
Fundamentos Contábeis 25
As Demonstrações 
Financeiras mostram 
bons lucros!
É, mas o Fluxo de Caixa 
mostra que não temos 
dinheiro para pagar o 
nosso salário.
Figura 4: A tirinha nos mostra o Homem analisando um relatório conforme 
Regime de Competência, e a mulher, analisando um relatório conforme Regime 
de Caixa, onde os recebimentos ainda não aconteceram.
Fonte: Freepik
 Custo como base de valor
Este princípio diz que as aquisições de ativos deverão 
ser contabilizadas pelo seu valor histórico, ou seja, pelo 
valor de compra/aquisição. Um exemplo disso é a compra 
de um veículo, que sobre desvalorização rapidamente, 
no entanto, o registro é feito a partir do valor de compra, 
mesmo que tenha sido desvalorizado.
Há uma restrição a este princípio em situações onde 
numa aquisição, o valor de custo é superior ao valor de 
venda ou mercado, então devemos avaliar este ativo pelo 
mercado. 
Cabe colocarmos neste princípio, outra situação muito 
comum, que é o tratamento e registro de mercadorias em 
estoque. No caso de empresas comerciais, com a finalidade 
de revenda, existe a intenção de obtenção de lucro, logo, 
o princípio do Custo como base de valor diz que os bens 
Fundamentos Contábeis26
adquiridos devem ser registrados pelo preço de compra 
ou o também chamado preço de custo. E mesmo sabendo 
que será vendido por valor maior ao custo de aquisição, o 
registro deve ser efetuado e mantido pelo preço de custo.
Quando ocorrer a venda, a mercadoria sairá do estoque 
e a baixa de estoque deverá ser realizada novamente pelo 
preço de custo. O valor da venda será registrado numa 
conta chamada Receita, pelo preço de venda, ou seja, 
muito provavelmente por um valor maior. Logo, a diferença 
entre os valores da Receita de vendas, menos o valor do 
Custo da Mercadoria Vendida, significa o Lucro Bruto na 
venda de mercadorias.
 Essência sobre a forma
Este princípio é relacionado com os aspectos legais 
e fiscais que levam a determinadas interpretações sobre 
alguns eventos. Para a contabilidade deve prevalecer a 
natureza econômica do evento a ser registrado e não a 
forma em que está legalmente apresentado. Um bom 
exemplo disso é o leasing financeiro, cuja forma é despesas 
de aluguel, no entanto, a essência do evento é a compra de 
um ativo.
Convenções
As convenções fazem restrições aos princípios 
contábeis. Podem ser consideradas como normas ou até 
mesmo como um guia prático para o trabalho do contador. 
Descreve e limita como devem ser feitos os registros. São 
elas:
 Objetividade. O contador deve ser objetivo ao 
efetuar a escrituração de um fato. Deve se apoiar em 
elementos objetivos, evitando o máximo possível qualquer 
subjetividade,lembrando que a Contabilidade é uma 
ciência exata. O lançamento registrado deve ser avalizado 
Fundamentos Contábeis 27
por um documento hábil respaldando a mensuração do 
objeto.
 Conservadorismo. Em situações de dúvida, o 
contador deve optar pela forma mais conservadora de 
escrituração. Para o caso de dúvida, fazer o lançamento 
de todas as despesas sempre que possível, já no caso de 
receita, se houver dúvida, não deve-se lançar.
 Materialidade. Voltamos à questão da exatidão, 
agora, com um olhar para o custo-benefício da informação. 
O contador deve sempre buscar a exatidão numérica do 
lançamento, levando em consideração que o custo não 
seja prejudicial à empresa. Aqui, a tratativa de lançamentos 
com valores maiores deve ser mais cautelosa, enquanto 
a tratativa de lançamentos de valores menores exigem 
menos rigor.
 Consistência ou uniformidade. Depois que o contador 
adotou determinado critério de avaliação de um ativo ou 
passivo, ele deverá adotar esse critério consistentemente 
e uniformemente ao longo dos anos. Como as informações 
e registros contábeis perduram durante toda a existência 
da entidade, o critério deve se manter inalterado. Existe a 
possibilidade de alteração, no entanto, a mesma deverá ser 
evidenciada em nota explicativa. Mudanças não devem ser 
repetitivas.
 Comentários. A contabilidade se utiliza de uma 
metodologia prática e a demanda de informações dos 
diversos usuários da informação contábil podem se 
alterar com o passar do tempo. Inclusive, muitas normas 
foram alteradas mediante fatos que aconteceram no meio 
corporativo de grandes empresas trazendo a necessidade 
de mudanças e melhorias nos controles, logo, .
 Evidenciação. Toda e qualquer informação que 
não for dada por suficientemente explicativa deverá ser 
reforçada com notas explicativas. Informações necessárias 
à facilitação do entendimento dos relatórios devem fazer 
Fundamentos Contábeis28
parte das notas explicativas, sejam detalhamentos de 
números ou qualificação às informações numéricas.
RESUMINDO:
os postulados, os princípios e convenções 
norteiam os contadores sobre como tratarem 
as informações e como registrarem as mesmas. 
Existe um padrão de registro para que qualquer 
usuário da informação contábil esteja apto à leitura 
e entendimento das mesmas.
Fundamentos Contábeis 29
A técnica contábil e os relatórios básicos
Vimos até aqui conceitos introdutórios da 
contabilidade, as regras básicas para registro dos fatos 
ocorridos em uma entidade, úteis e necessárias para o 
conhecimento dos diversos usuários. Agora, vamos entrar 
no usos da contabilidade como ferramenta operacional de 
forma que cumpre com seus objetivos.
Podemos dizer que a Contabilidade é o conjunto de 
teorias, conceitos e técnicas utilizadas para atingir o objetivo 
de controlar uma massa patrimonial. (Padoveze, 2014).
Podemos lembrar da contabilidade como ferramenta 
para o controle do Patrimônio.
“Como ciência de controle do patrimônio empresarial, 
ela teve de fazer diversas ramificações, ou especializações, 
para poder atender melhor aos diversos aspectos de 
controles patrimoniais que foram surgindo e que mereciam 
atendimento especial, em face das necessidades de 
informações dos diversos usuários internos e externos. De 
qualquer forma, o método contábil é o único, e é utilizado 
indistintamente para atender a todos os segmentos 
específicos da contabilidade.” (Padoveze, 2014)
Na tabela abaixo, podemos observar as esses 
segmentos que facilitarão a didática desta ciência:
Fundamentos Contábeis30
Tabela 1: Segmentos da Contabilidade
1 Escrituração
2 Relatórios Básicos I:
- Balanço Patrimonial
- Demonstração de Resultados
3 Relatórios Básicos II:
- Demonstração de lucros acumulados
- Demonstração de mutações do Patrimônio Líquido
- Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos 
e Fluxo de Caixa
- Notas explicativas
4 Contabilidade de Custos
5 Contabilidade Orçamentária
6 Análise das Demonstrações Financeiras Básicas
7 Contabilidade Gerencial (Análise e Administração Finan-
ceira
8 Contabilidade em outras moedas
Fonte: Padoveze, Luis Clovis. 9ª. Ed (2014)]]
Neste momento, vamos nos atentar ao primeiro ponto, 
a escrituração que é o primeiro passo antes de partir para 
qualquer outra área da contabilidade.
Escrituração – métodos e sistemas
A escrituração é uma técnica de lançar apontamentos 
em livros. Com a tecnologia, parece um pouco ultrapassado 
pensarmos em lançamentos em livros, no entanto, a 
contabilidade mesmo utilizando com a utilização da 
tecnologia, gera lançamentos em livros. Os registros são 
realizados ao longo de um exercício contábil e ao final do 
mesmo, os livros são impressos, registrados e guardados 
ou apresentados aos usuários de interesse. Mas é 
Fundamentos Contábeis 31
importante lembrar, que toda a movimentação patrimonial 
de uma entidade, estará registrada e impressa em um livro, 
devidamente documentado.
REFLITA:
independente do sistema utilizado para registro, o 
método de registro deverá ser único!
O método utilizado é o MÉTODO DAS PARTIDAS 
DOBRADAS.
EXPLICANDO MELHOR:
Tem este nome porque o mesmo valor é lançado 
em duas contas (itens patrimoniais ou de resultado), 
no mínimo, através dos débitos e créditos.
Retomando o Renascimento, quando Lucca Paccioli 
criou o Método das partidas dobradas, onde para um débito 
existe um ou mais créditos de igual valor, ou, vice-versa.
O método decorre da seguinte forma: 
Partida == Registro == Escrituração == Lançamento
IMPORTANTE:
a finalidade de se lançar em dois lugares é 
manter a equação de trabalho ou de equilíbrio 
patrimonial em situação de igualdade!
Fundamentos Contábeis32
Isso nos faz lembrar que a contabilidade, é em alguns 
momentos simbolizada pela balança, representando 
equilíbrio, igualdade.
Figura 5: A balança simboliza o equilíbrio do patrimônio de uma entidade.
Fonte: Freepik
Introdução ao lançamento
DEFINIÇÃO:
Lançamento é o registro ou escrituração de 
cada transação ou evento econômico nos livros 
contábeis
O lançamento deve conter a data, a conta de débito, 
a conta de crédito, o histórico e o valor. Vamos demonstrar 
melhor os lançamentos na Unidade II.
As informações que compõem o lançamento devem 
ser originados ou baseados em um documento que o habilite 
chamado documento hábil. Nenhum lançamento poderá 
ser feito nos livros contábeis sem que haja um documento 
como respaldo das informações, comprovando-as tanto 
em nível fiscal, quanto em nível comercial e mesmo em 
nível de controle patrimonial.
Fundamentos Contábeis 33
Essa documentação pode ter origem interna ou 
externa. 
São exemplos de documentação externa: recibos 
de depósitos bancários, comprovantes de aplicações 
financeiras, cópias de cheques, notas fiscais, faturas, 
escrituras, duplicatas, recibos em geral, etc.
Certamente você já utilizou e já teve conhecimento 
com pelo menos três desses documentos.
Já os documentos internos podem ser as requisições 
de almoxarifados, comunicados de transferência, 
notificações, notas de débito ou crédito, relatórios de 
despesas de viagem, etc.
Livros contábeis
É importante retomar o fato de que a tecnologia 
veio como uma ferramenta que agrega valor e promove 
agilidade e a segurança da informação, no entanto, a 
didática é construída em cima de uma contabilidade 
tradicional, no entanto, alguns termos podem parecer 
antigos e inadequados ou até mesmo sem muita relação 
com a prática contábil atual, mas ainda assim, faz parte 
da ciência e é a base conceitual para o funcionamento e 
aplicação do método.
Os próprios livros de que vamos falar eram utilizados 
pelos contadores registrarem os fatos, atualmente, eles são 
chamados de livros, contém a mesma essência, porém são 
relatórios gerados e apresentados, mas ainda chamados 
como livros.
São os dois: Livro Diário e Livro Razão.
 Livro diário: É um livro contábil de preenchimento 
obrigatório (exigido por lei), onde são lançadas as operações 
do dia a dia de uma entidade. Nele, são registradosos fatos 
contábeis em partidas dobradas, ou seja, os totais de débito 
e de crédito deverão ser sempre iguais.
Fundamentos Contábeis34
Os lançamentos devem ser realizados, em ordem 
cronológica, com individualização, clareza e referência ao 
documento hábil, todas as operações ocorridas, e quaisquer 
outros fatos que provoquem variações patrimoniais.
Deve conter:
 Data da operação (transação); 
 Título da conta débito e da conta crédito; 
 Valor do débito e do crédito;
 Histórico (alguns dados fundamentais sobre a 
operação em registro: número da nota fiscal, cheque, 
terceiros envolvidos, etc. O histórico deve ser o mais breve 
possível, escrito de forma reduzida).
SAIBA MAIS:
Para aprofundar seus conhecimentos acerca dos 
livros contábeis, acesse o site https://blog.sage.
com.br/livros-contabeis-o-que-sao-e-para-que-
servem-2/
Figura 6: modelo de Livro Diário
Data Histórico Valor Conta de débito Conta de crédito
Fundamentos Contábeis 35
Figura 7: Modelo de Livro Razão
Livro Razão é um livro fundamental ao processo 
contábil e exigido pela legislação brasileira para empresas 
cuja tributação do Imposto de Renda seja com base no 
Lucro Real.
Por meio do razão é possível controlar separadamente 
o movimento de todas as contas. O controle individualizado 
das contas é importante para se conhecer os seus saldos, 
possibilitando a apuração de resultados e elaboração de 
demonstrações contábeis, como o balancete de verificação 
do razão, balanço patrimonial, etc.
Através deste livro temos o detalhamento por contas 
individuais dos lançamentos realizados no diário, sendo 
usado para resumir e totalizar, por conta ou sub-conta, 
estes lançamentos.
Empresa XYZ Comércio Ltda Data:
CNPJ 00.001.002/0001-12
Conta:
Data Histórico da 
Operação
Débito Crédito Saldo
Fundamentos Contábeis36
De forma resumida, podemos descrever o fluxo 
contábil da seguinte maneira:
Figura 8: Resumo do fluxo contábil.
Captar Partida dobrada
DiárioRegistrar
Acumular Razão
Balancete
Demonstrações
Financeiras
Resumir
Apresentar
Fundamentos Contábeis 37
O Comitê de Pronunciamentos Contábeis
No Brasil e no mundo a contabilidade é utilizada 
como método e técnicas de escrituração e registro dos 
fatos econômicos das empresas. Para que seja utilizado 
um padrão único e assertivo existem órgãos reguladores e 
fiscalizadores.
Estes mesmos também são responsáveis por criar 
novas normas e regras de funcionamento ou modificações 
em normas existentes. Esse olhar tem o intuito da 
convergência da contabilidade brasileira com os padrões 
internacionais.
Essas alterações se tornam necessárias por motivos 
de modificações de leis e lançadas pelo governo ou até 
mesmo devido a fraudes ocorridas no meio corporativo.
Temos alguns exemplos de fraudes de grandes 
empresas que manipularam seus documentos contábeis 
fazendo com que milhões de acionistas, funcionários e até 
a sociedade saíssem lesados pela má gestão e por crimes 
cometidos. São alguns exemplos:
 Enron, empresa de energia americana, localizada 
em Houston, Texas, que empregava 21.000 funcionários, 
decretou falência em 2001 após denúncia de fraude 
contábil e fiscal. O que houve: inflou os ganhos e diminuiu 
os prejuízos;
 Xerox companhia norte-americana auditada em 
e envolvida em escândalo de fraude contábil e fiscal, no 
ano de 2002. O que houve: elevou artificialmente seus 
resultados. Apresentou lucro maior do que o auferido num 
período de quase 5 anos.
Além dos dois escândalos, aconteceram outros que 
levaram às órgãos reguladores dos países voltarem sua 
atenção a uma reformulação de normas e procedimentos.
Fundamentos Contábeis38
Criando normas e leis que regem a política monetária 
do pais existem órgãos e comitês governamentais, tais como 
o Banco Central do Brasil (BACEN), Comissão de Valores 
Mobiliários (CVM), Secretaria da Receita Federal do Brasil (SRFB), 
Superintendência de Seguros Privados (SUSEP), Federação 
Brasileira de Bancos (FEBRABAN) além de outras relacionadas 
às áreas produtivas do país, bem como o rendimento e 
recolhimento de tributos. Esses são órgãos reguladores.
Para que a contabilidade Brasileira atenda às leis 
impostas, devem ocorrer alterações e adaptações então, 
foi criado através da Resolução CFC nº 1.055/05, o CPC - 
Comitê de Pronunciamentos Contábeis que através de 
uma união de esforços e objetivos comuns das seguintes 
entidades:
 Associação Brasileira das Companhias Abertas 
(Abrasca);
 Associação dos Analistas e Profissionais de 
Investimento do Mercado de Capitais (Apimec Nacional);
 B3 Brasil Bolsa Balcão;
 Conselho Federal de Contabilidade (CFC);
 Instituto dos Auditores Independentes do Brasil 
(Ibracon);
 Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais 
e Financeiras (Fipecafi);
 Entidades representativas de investidores do 
mercado de capitais.
O CPC tem como objetivo “o estudo, o preparo e a 
emissão de documentos técnicos sobre procedimentos de 
Contabilidade e a divulgação de informações dessa natureza, 
para permitir a emissão de normas pela entidade reguladora 
brasileira, visando à centralização e uniformização do 
seu processo de produção, levando sempre em conta a 
convergência da Contabilidade Brasileira aos padrões 
internacionais”
Fundamentos Contábeis 39
Lembra quando falamos dos Princípios e Convenções? 
São procedimentos básicos complementados por novas 
técnicas ou por aperfeiçoamento de técnicas estudadas e 
preparadas pelo CPC.
Foi em necessidade da convergência internacional 
das normas contábeis (redução de custo de elaboração de 
relatórios contábeis, redução de riscos e custo nas análises 
e decisões, redução de custo de capital); com a intenção 
de centralização na emissão de normas dessa natureza 
(no Brasil, diversas entidades o fazem); e representação e 
processo democráticos na produção dessas informações 
(produtores da informação contábil, auditor, usuário, 
intermediário, academia, governo) que tornou necessária a 
criação do CPC.
Suas características básicas:
CPC
Autônomo 
das entidades 
representadas
Pode ser formado 
por inúmeras 
entidades
Os membros 
não auferem 
remuneração
Estrutura 
fornecida pelo 
CFC
Fundamentos Contábeis40
Regimento interno do Comitê de 
Pronunciamentos Contábeis – CPC
SAIBA MAIS:
Abaixo está o regulamento do CPC, preste atenção 
aos artigos sublinhados, eles trazem informações 
bem interessantes.
Deste Regimento Interno
Art. 1º O Comitê de Pronunciamentos Contábeis 
– CPC, idealizado a partir da união de esforços 
e comunhão de objetivos das entidades que o 
constituem, por expressa solicitação desses seus 
membros componentes iniciais, formalmente criado 
pela Resolução nº. 1.055, de 07 de outubro de 2.005 
do Conselho Federal de Contabilidade – CFC, para 
que este, além de dele participar, lhe desse a infra-
estrutura de apoio que viabilizasse o alcance de sua 
missão.
Art. 2º O CPC será regido pela Resolução que o criou 
e, complementarmente, por este Regimento Interno, 
aprovado unanimemente, em sua versão original, 
pela Assembléia dos Presidentes das entidades que 
constam dessa Resolução.
Do Funcionamento do CPC
Art. 3º O CPC se reunirá preferencialmente uma 
vez por mês, com a presença de mais da metade 
dos seus membros, preferencialmente na sede do 
Conselho Federal de Contabilidade em Brasília (DF), 
ou na do Conselho Regional de Contabilidade do 
Estado de São Paulo, em São Paulo (SP), ou, então, 
na sede de uma das entidades componentes deste 
CPC.
Fundamentos Contábeis 41
Art. 4º A convocação para essas reuniões será 
efetuada pelo Coordenador Técnico do CPC, ou 
por 1/3 (um terço) dos seus membros, por e-mail a 
ser fornecido e mantido cadastrado relativamente 
a cada membro ou por outra forma aprovada em 
reunião do próprio CPC, sempre acompanhada de 
pauta com os assuntos a serem tratados, com pelo 
menos 15 (quinze) dias de antecedência, sendo que 
esse prazo poderá ser reduzido se todos os membros 
assim concordarem.
§ Único: A ausência, no ano, a três reuniões ordináriasconsecutivas ou a cinco intercaladas, exceto quando 
estiver representando oficialmente o CPC na mesma 
data, acarretará a perda do mandato do membro 
do CPC.
Art. 5º A aprovação dos Pronunciamentos Técnicos, 
das Orientações e das Interpretações se dará, 
sempre, por no mínimo 2/3 (dois terços) dos 
membros do CPC presentes, observado o quórum 
mínimo de, pelo menos, 50% (cinqüenta por cento) 
para a instalação das reuniões do CPC.
Art. 6º Para as demais deliberações, inclusive 
eleição dos Coordenadores e Vice-Coordenadores 
do CPC, a aprovação se dará por maioria simples, 
observadas as indicações do Conselho Curador da 
FACPC.
Art. 7º Revogado.
Art. 8º Os votos vencidos nas deliberações de que 
trata o Art. 5o poderão ser acompanhados de 
declaração de voto e constarão da ata.
Art. 9º Serão sempre convidados a participar 
das reuniões do CPC até dois representantes de 
cada uma das seguintes entidades: Comissão 
de Valores Mobiliários – CVM, Banco Central do 
Brasil – BACEN, Superintendência dos Seguros 
Fundamentos Contábeis42
Privados – SUSEP, Secretaria da Receita Federal 
do Brasil – SRFB, Federação Brasileira de Bancos 
– FEBRABAN, Confederação Nacional da Indústria 
– CNI e Superintendência Nacional de Previdência 
Complementar – PREVIC.
Art. 10 O CPC poderá convidar ainda para suas 
reuniões, a critério do seu Coordenador Técnico 
ou por deliberação de 1/3 dos seus membros, 
especialistas e representantes das agências 
reguladoras e de entidades que possam colaborar 
com temas específicos.
Art. 11 Os convidados referidos nos arts. 9º e 10 terão 
direito a voz, mas não a voto.
Art. 12 O CPC poderá, em caráter temporário, 
criar Comissões compostas por entidades e/ou 
especialistas para assessoramento em assuntos de 
interesse específico.
Dos documentos emitidos pelo CPC
Art. 13 De acordo com a Resolução CFC nº. 1.055/05, 
é atribuição do CPC estudar, pesquisar, discutir, 
elaborar e deliberar sobre o conteúdo e a redação 
de Pronunciamentos Técnicos, podendo, inclusive, 
emitir Interpretações, Orientações, e Comunicados.
Art. 14 Os Pronunciamentos Técnicos estabelecem 
conceitos doutrinários, estrutura técnica e 
procedimentos a serem aplicados.
§ 1º O Pronunciamento Técnico é identificado pela 
sigla CPC, seguida de numeração sequencial, 
seguido de hífen e denominação, por exemplo, CPC 
01 –“Denominação”.
§ 2º Os Pronunciamentos Técnicos, após aprovados, 
serão divulgados juntamente com:
Fundamentos Contábeis 43
 Sumário;
 Termo de Aprovação;
 Relatório de Audiência Pública.
Art. 15 As Interpretações são emitidas para esclarecer, 
de forma mais ampla, os Pronunciamentos Técnicos.
§ 1º A Interpretação é identificada pela sigla ICPC, 
seguida de numeração sequencial, seguido de 
hífen e denominação, por exemplo, ICPC 01 – 
“Denominação”.
§ 2º As Interpretações, após aprovadas, serão 
divulgadas juntamente com:
 Termo de Aprovação;
 Relatório de Audiência Pública, quando houver.
Art. 16 As Orientações possuem caráter informativo, 
destinando-se a dar esclarecimentos sobre a adoção 
dos Pronunciamentos Técnicos e/ou Interpretações.
§ 1º A Orientação é identificada pela sigla OCPC, 
seguida de numeração sequencial, seguido de 
hífen e denominação, por exemplo, OCPC 01 – 
“Denominação”.
§ 2º As Orientações, após aprovadas, serão 
divulgadas juntamente com:
 Termo de Aprovação;
 Relatório de Audiência Pública, quando houver.
Parágrafo único. Quando houver a revogação de 
um Pronunciamento Técnico, Interpretação ou 
Orientação, sua numeração não será reutilizada.
Art. 17 O CPC dará conhecimento público da 
aprovação ou revogação de seus documentos, por 
meio dos seguintes termos:
Fundamentos Contábeis44
 Termo de Aprovação – contendo, obrigatoriamente, 
a informação da Ata da Reunião do CPC em que se 
deu a aprovação do documento;
 Termo de Revogação – contendo, obrigatoriamente, 
a informação da Ata da Reunião do CPC em que se 
deu a revogação do documento;
Art. 18 Com o objetivo de que todos os documentos 
emitidos pelo CPC estejam convergentes às normas 
internacionais de contabilidade emitidas pelo 
International Accounting Standards Board (IASB), 
o CPC dará conhecimento público da inclusão de 
aprimoramentos e de correções em documentos já 
editados, por meio do documento intitulado “Revisão 
CPC No “X””.
§ 1º A Revisão CPC é seguida de numeração 
sequencial, por exemplo, REVISÃO CPC Nº. “X”.
§ 2º As Revisões CPC, após aprovadas, serão 
divulgadas juntamente com:
 Termo de Aprovação;
 Relatório de Audiência Pública, se houver.
§ 3º Os documentos revisados serão identificados 
pela sigla do documento a que se refere, seguido 
da letra R, numeração sequencial, seguido de 
hífen e denominação, por exemplo, CPC 01 (R1) – 
“Denominação”. A letra R identifica que aquele CPC 
foi revisado e o número 1 identifica que foi realizada 
uma primeira revisão.
§ 4º Os itens revisados serão identificados ao final do 
novo texto do Pronunciamento Técnico, Interpretação 
ou Orientação, pela sigla NR, entre parênteses.
§ 5º A aprovação do documento de Revisão CPC se 
dará nos termos do Art. 5º deste Regimento Interno.
Art. 19 Os Comunicados têm como objetivo chamar 
Fundamentos Contábeis 45
a atenção para algum esclarecimento adicional 
sobre a adoção dos Pronunciamentos Técnicos e/
ou Interpretações, além de outros comentários sobre 
a adoção das normas internacionais no Brasil, junto 
à mídia e demais interessados no tema.
Parágrafo único. Os Comunicados do CPC serão 
seguidos de numeração seqüencial, por exemplo, 
Comunicado CPC Nº “X”.
Fonte: http://www.cpc.org.br/CPC/CPC/Regimento-Interno
Figura 10: Hierarquia de funcionamento, aprovação e 
pronunciamento do CPC.
Fonte: José Carlos Marion. Atualizadora Ana Carolina Marion 
Santos, 2018 Siglas:
RESUMINDO:
Abaixo, entenda o fluxograma da Hierarquia CPC e 
demais instituições
Fundamentos Contábeis46
IASB
Conselho de Normas Internacionais da Conta-
bilidade
International Accouting Standards Boards
IFRS Normas Internacionais de Relatório FinanceiroInternational Financial Reporting Standards
CPC Comitê de Pronunciamentos Contábeis
BACEN Banco Central
CVM Comissão de Valores Mobiliários
SRF Secretaria da Receita Federal
SUSEP Superintendência de Seguros Privados
tabela 2: legenda siglas 
Pronunciamento Conceitual Básico (R1)
O CPC – Comitê de Pronunciamentos Contábeis 
determina métodos para elaboração de documentos 
contábeis, logo, veremos algumas revisões.
É importante salientar que muitas empresas são 
sociedades de capital aberto, as S.A´s, sociedades 
Anônimas, ou em outras palavras, as empresas que abriram 
seu capital para venda de ações, buscando investidores 
que passam a ser sócios de pequenas partes do Capital 
Social. 
Para viabilizar a interpretação dos investidores e 
a tomada de decisão, o CPC padronizou os relatórios 
contábeis de forma que as entidades possam expor de 
forma detalhada e resumida os dados colhidos pela 
contabilidade, como o objetivo de relatar os principais fatos 
financeiros registrado em um determinado período.
Podemos observar abaixo, a alteração da CPC 00 
(R2) - Estrutura Conceitual para Elaboração e Divulgação 
Fundamentos Contábeis 47
de Relatório Contábil-Financeiro, aprovada em 01/11/2010, 
divulgada em 10/112/2019:
SITUAÇÃO E FINALIDADE DA ESTRUTURA CONCEITUAL 
SP1.1 A Estrutura Conceitual para Relatório Financeiro 
(Estrutura Conceitual) descreve o objetivo do, e os 
conceitos para, relatório financeiro para fins gerais. 
A finalidade desta Estrutura Conceitual é: 
(a) auxiliar o desenvolvimento das Normas Internacionais 
de Contabilidade (IFRS) para que tenham base em 
conceitos consistentes; 
(b) auxiliar os responsáveis pela elaboração (preparadores) 
dos relatórios financeiros a desenvolver políticas 
contábeis consistentes quando nenhum pronunciamento 
se aplica à determinada transação ou outro evento, ou 
quando o pronunciamento permite uma escolha de 
política contábil; e (c) auxiliar todas as partes a entender e 
interpretar os Pronunciamentos.Pronunciamento Conceitual Básico (R1): Objetivo 
da elaboração e divulgação do relatório Contábil-
Financeiro
Um relatório contábil-financeiro tem como objetivo 
fornecer informações contábeis qualitativas e quantitativas 
de determinada entidade que sejam úteis a investidores e 
credores para que os mesmos possam tomar decisões a 
respeito desta entidade.
Retirado de: http://static.cpc.aatb.com.br/
Documentos/573_CPC00(R2).pdf
1.1. O objetivo do relatório financeiro para fins gerais forma 
a base desta Estrutura Conceitual. Outros aspectos desta 
Estrutura Conceitual – as características qualitativas de 
http://static.cpc.aatb.com.br/Documentos/573_CPC00(R2).pdf
http://static.cpc.aatb.com.br/Documentos/573_CPC00(R2).pdf
Fundamentos Contábeis48
informações financeiras úteis e a restrição de custo sobre 
tais informações, o conceito de entidade que reporta, 
elementos das demonstrações contábeis, reconhecimento 
e desreconhecimento, mensuração, apresentação e 
divulgação – decorrem logicamente do objetivo. 
1.2. Objetivo, utilidade e limitações do relatório financeiro 
para fins gerais é fornecer informações financeiras sobre 
a entidade que reporta que sejam úteis para investidores, 
credores por empréstimos e outros credores, existentes e 
potenciais, na tomada de decisões referente à oferta de 
recursos à entidade.
Essas decisões envolvem decisões sobre: (a) comprar, 
vender ou manter instrumento de patrimônio e de dívida; 
(b) conceder ou liquidar empréstimos ou outras formas de 
crédito; ou (c) exercer direitos de votar ou de outro modo 
influenciar os atos da administração que afetam o uso dos 
recursos econômicos da entidade. 
1.3. As decisões descritas no item 1.2 dependem dos retornos 
que os existentes e potenciais investidores, credores por 
empréstimos e outros credores esperam, por exemplo, 
dividendos, pagamentos de principal e juros ou aumentos 
no preço de mercado. As expectativas dos investidores, 
credores por empréstimos e outros credores quanto aos 
retornos dependem de sua avaliação do valor, da época 
e da incerteza (perspectivas) de futuros fluxos de entrada 
de caixa líquidos para a entidade e de sua avaliação da 
gestão de recursos da administração sobre os recursos 
econômicos da entidade. Investidores, credores por 
empréstimos e outros credores, existentes e potenciais, 
precisam de informações para ajudá-los a fazer essas 
avaliações. 
1.4 Para fazer as avaliações descritas no item 1.3, os 
investidores, credores por empréstimos e outros credores, 
Fundamentos Contábeis 49
existentes e potenciais, precisam de informações sobre: (a) 
os recursos econômicos da entidade, reivindicações contra 
a entidade e alterações nesses recursos e reivindicações 
(ver itens de 1.12 a 1.21); e (b) a eficiência e eficácia da 
administração e do órgão de administração da entidade3 
no cumprimento de suas responsabilidades sobre o uso 
dos recursos econômicos da entidade (ver itens 1.22 e 1.23). 
1.5 Muitos investidores, credores por empréstimos e outros 
credores, existentes e potenciais, não podem exigir que as 
entidades que reportam forneçam informações diretamente 
a eles, devendo se basear em relatórios financeiros para 
fins gerais para muitas das informações financeiras de 
que necessitam. Conseqüentemente, eles são os principais 
usuários aos quais se destinam relatórios financeiros 
para fins gerais.4 1.6 Contudo, relatórios financeiros para 
fins gerais não fornecem nem podem fornecer todas as 
informações de que necessitam investidores, credores por 
empréstimos e outros credores, existentes e potenciais. Esses 
usuários precisam considerar informações pertinentes de 
outras fontes, como, por exemplo, condições e expectativas 
econômicas gerais, eventos políticos e ambiente político e 
perspectivas do setor e da empresa. 
1.7 Relatórios financeiros para fins gerais não se 
destinam a apresentar o valor da entidade que reporta, 
mas fornecem informações para auxiliar investidores, 
credores por empréstimos e outros credores, existentes 
e potenciais, a estimar o valor da entidade que reporta. 1 
Ao longo da Estrutura Conceitual, os termos “relatórios 
financeiros” (“financial reports”) e “relatório financeiro” 
(“financial reporting”) referem-se a relatórios financeiros 
para fins gerais e relatório financeiro para fins gerais, salvo 
se especificamente indicado de outro modo. 2 Ao longo 
da Estrutura Conceitual, o termo “entidade” refere-se à 
Fundamentos Contábeis50
entidade que reporta, salvo se especificamente indicado de 
outro modo. 3 Ao longo da Estrutura Conceitual, o termo 
“administração” refere-se à administração e ao órgão 
de administração da entidade, salvo se especificamente 
indicado de outro modo. 4 Ao longo da Estrutura Conceitual, 
os termos “principais usuários” e “usuários” referem-se a 
esses investidores, credores por empréstimos e outros 
credores, existentes e potenciais, que devem se basear 
em relatórios financeiros para fins gerais para muitas das 
informações financeiras de que necessitam. 
1.8 Usuários primários individuais têm necessidades 
e desejos de informação diferentes e possivelmente 
conflitantes. Ao desenvolver os Pronunciamentos, busca-
se fornecer um conjunto de informações que atenda às 
necessidades do maior número de principais usuários. 
Contudo, concentrar-se em necessidades de informação 
ordinárias não impede que a entidade que reporta inclua 
informações adicionais que sejam mais úteis para um 
subconjunto específico de principais usuários. 
1.9 A administração da entidade que reporta também está 
interessada em informações financeiras sobre a entidade. 
Contudo, a administração não precisa se basear em 
relatórios financeiros para fins gerais, pois ela pode obter 
internamente as informações financeiras de que precisa. 
1.10 Outras partes, como reguladores e o público em geral, 
que não investidores, credores por empréstimos e outros 
credores, podem também considerar relatórios financeiros 
para fins gerais úteis. Contudo, esses relatórios não são 
direcionados essencialmente a esses outros grupos. 
1.11 Em grande medida, relatórios financeiros baseiam-
se em estimativas, julgamentos e modelos e, não, em 
representações exatas. Esta Estrutura Conceitual estabelece 
os conceitos subjacentes a essas estimativas, julgamentos 
Fundamentos Contábeis 51
e modelos. Os conceitos são a meta que os responsáveis 
pela elaboração (preparadores) de relatórios financeiros se 
esforçam por atingir. Como na maioria das metas, a visão 
desta Estrutura Conceitual de relatório financeiro ideal é 
improvável de ser atingida integralmente, ao menos não em 
curto prazo, pois leva tempo para compreender, aceitar e 
implementar novas formas de analisar transações e outros 
eventos. Contudo, estabelecer uma meta a ser atingida é 
essencial para que o relatório financeiro evolua de modo a 
melhorar a sua utilidade. 
SAIBA MAIS:
Quer se aprofundar neste tema? Recomendamos 
o acesso à seguinte fonte de consulta e 
aprofundamento: CPC 00 (R2) - Estrutura Conceitual 
para Elaboração e Divulgação de Relatório 
Contábil-Financeiro, acessível pelo link: http://
www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/
Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=80
http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=80
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Fundamentos Contábeis52
RESUMINDO:
E então? Gostou do que lhe mostramos? 
Aprendeu mesmo tudinho? Agora, só para termos 
certeza de que você realmente entendeu o 
tema de estudo deste capítulo, vamos resumir 
tudo o que vimos. Você deve ter aprendido que a 
Contabilidade é uma ciência que surgiu há muito 
tempo atrás. Através dessa ciência, são registrados 
fatos econômicos de entidades, que podem ser 
pessoas físicas ou jurídicas, de forma organizadaobedecendo princípios e convenções norteadoras 
da forma de registro, com o objetivo de tornar as 
informações visíveis e de fácil interpretação, pela 
padronização dos métodos de registro.
Devido à demanda dessas informações pelos 
usuários da contabilidade e por essas informações 
serem universais, elas devem ser revistas 
periodicamente e reformuladas de forma que 
atendam às necessidades das entidades conforme 
leis e medidas aplicadas pelo Estado, lembrando 
da consonância com a normas internacionais. Isso 
se dá principalmente em função de investidores 
em empresas de capital aberto, que necessitam 
de informações para tomada de decisões de 
investimento e de crédito.
Fundamentos Contábeis 53
BIBLIOGRAFIA
MARION, JOSÉ CARLOS & ANA CAROLINA MARION 
SANTOS. Contabilidade Básica. 12ª. Ed. São Paulo: Atlas, 
2018.
MULLER, ADERBAL NICOLAS. Contabilidade Básica – 
Fundamentos especiais. Ver. São Paulo: Pearson, 2009.
PADOVEZE, LUIS CLOVIS. Manual de Contabilidade 
Básica. 9ª. Ed. São Paulo: Atlas, 2014.
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