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Contabilidade empresarial (2018) MAIELLARO, BB; LUZ, EE

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Bruna Borsetto Maiellaro 
Érico Eleuterio da Luz
CONTABILIDADE 
EMPRESARIAL
*Todos os gráficos, tabelas e esquemas são creditados à autoria, salvo quando indicada a referência. 
Imagens da capa: © Macrovector; © Bloomicon // Shutterstock.
Informamos que é de inteira responsabilidade da autoria a emissão de conceitos. Nenhuma parte 
desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma sem autorização. A violação dos 
direitos autorais é crime estabelecido pela Lei n.º 9.610/98 e punido pelo artigo 184 do Código Penal.
Copyright Universidade Positivo 2018
Rua Prof. Pedro Viriato Parigot de Souza, 5300 – Campo Comprido
Curitiba-PR – CEP 81280-330
Presidente da Divisão de Ensino 
Reitor
Pró-Reitor Acadêmico
Coordenação Geral de EAD
Coordenação de Metodologia e Tecnologia 
Autoria
Parecer Técnico
Supervisão Editorial
Layout de Capa
Prof. Paulo Arns da Cunha
Prof. José Pio Martins
Prof. Carlos Longo
Prof. Everton Renaud
Roberta Galon Silva
Profa. Bruna Borsetto Maiellaro
Prof. Érico Eleuterio da Luz
Prof. Octavio Ribeiro de Mendonça Neto
Aline Scaliante Coelho Baggetti
Valdir de Oliveira
DTCOM 
DIRECT TO COMPANY
Análise de Qualidade, Edição de Texto, 
Design Instrucional, Edição de Arte, 
Diagramação, Imagem de Capa, 
Design Gráfico e Revisão Textual
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Biblioteca da Universidade Positivo – Curitiba – PR
M217 Maiellaro, Bruna Borsetto.
Contabilidade empresarial [recurso eletrônico] / Bruna Borsetto
 Maiellaro, Érico Eleuterio da Luz. – Curitiba : Universidade Positivo, 2018. 
158 p. : il.
 Sistema requerido: Adobe Acrobat Reader.
 Modo de acesso: <http://www.up.edu.br>.
 Título da página da Web (acesso em 30 jul 2018). 
 ISBN 978-85-8486-343-3
	 1.	Contabilidade	gerencial.	2.	Administração	financeira.
 3. Planejamento estratégico. I. Luz, Érico Eleuterio. II. Título. 
CDU 657.3
Ícones
Afirmação
Contexto
Biografia
Conceito
Esclarecimento
Dica
Assista
Curiosidade
Exemplo
Sumário
Apresentação .................................................................................................................. 11
Os autores ........................................................................................................................ 12
Capítulo 1 
Introdução à Contabilidade ............................................................................................. 15
1.1 Contabilidade como fonte geradora de informações ................................................ 15
1.1.1 Conceitos de Contabilidade .................................................................................................................................... 16
1.1.2 Informações contábeis ............................................................................................................................................18
1.2 Objetivos, objetos e funções da contabilidade .......................................................... 19
1.2.1 Objetivos e objetos da Contabilidade .................................................................................................................... 20
1.2.2 Funções e atividades contábeis ............................................................................................................................. 21
1.2.3 Dimensionamento da área contábil .......................................................................................................................24
Referências ......................................................................................................................27
Capítulo 2 
Princípios da contabilidade e relatórios contábeis ..........................................................29
2.1 Princípios contábeis ...................................................................................................29
2.1.1 Princípios da entidade, da continuidade e da oportunidade ................................................................................. 30
2.1.2 Princípios do registro pelo valor original, da competência e da prudência ........................................................... 32
2.2 Relatórios contábeis ..................................................................................................33
2.2.1 Estrutura de informações contábeis, informações legais e obrigatórias ............................................................... 34
2.2.2 Principais relatórios contábeis e suas finalidades ................................................................................................. 35
2.3 Características norteadoras da qualidade das informações contábeis ......................37
2.3.1 Primeiro conjunto de características ..................................................................................................................... 38
2.3.2 Segundo conjunto de características .................................................................................................................... 39
Referências ......................................................................................................................42
Capítulo 3 
Balanço Patrimonial (BP) ................................................................................................43
3.1 Relevância do Balanço Patrimonial (BP) e plano de contas ......................................43
3.1.1 Importância do Balanço Patrimonial...................................................................................................................... 44
3.1.2 Plano de Contas de Ativos ..................................................................................................................................... 45
3.1.3 Plano de Contas do Passivo ................................................................................................................................... 47
3.1.4 Conta de Patrimônio Líquido ................................................................................................................................. 48
3.2 Estrutura de Balanço Patrimonial – Ativo e Passivo .................................................50
3.2.1 Ativo Circulante .......................................................................................................................................................51
3.2.2 Ativo Não Circulante .............................................................................................................................................. 53
3.2.3 Passivo Circulante .................................................................................................................................................. 55
3.2.4 Passivo Não Circulante ........................................................................................................................................... 56
3.3 Estrutura de Balanço Patrimonial – Patrimônio Líquido ..........................................57
3.3.1 Capital Social ......................................................................................................................................................... 57
3.3.2 Reservas ................................................................................................................................................................ 58
3.3.3 Lucro acumulado ................................................................................................................................................... 60
3.3.4 Demais contas ....................................................................................................................................................... 60
3.4 Análise de informações do Balanço Patrimonial .......................................................62
3.4.1 Análise de Circulante .............................................................................................................................................. 62
3.4.2 Analise do Não Circulante ......................................................................................................................................64
3.4.3 Análise Patrimonial ............................................................................................................................................... 64
Referências ......................................................................................................................66
Capítulo 4 
Demonstrativo de Resultados do Exercício (DRE) ..........................................................67
4.1 Composição dos Demonstrativos de Resultados .......................................................67
4.1.1 Plano de contas das receitas .................................................................................................................................. 68
4.1.2 Plano de contas das despesas ............................................................................................................................... 70
4.1.3 Plano de contas dos custos .................................................................................................................................... 72
4.2 Estrutura do Demonstrativo de Resultados ..............................................................73
4.2.1 Receitas operacionais e não operacionais ..............................................................................................................74
4.2.2 Despesas operacionais e não operacionais ........................................................................................................... 75
4.2.3 Custos do produto vendido ................................................................................................................................... 77
4.3 Resultados apurados .................................................................................................79
4.3.1 Lucro bruto ............................................................................................................................................................ 79
4.3.2 Resultado operacional e não operacional ............................................................................................................. 81
4.3.3 Resultado antes do imposto de renda e contribuição social................................................................................. 82
4.3.4 Resultado Líquido do Exercício .............................................................................................................................. 83
4.4 Análise dos Resultados do Período ............................................................................84
4.4.1 Análise de rentabilidade ........................................................................................................................................ 85
4.4.2 Lucro por produto ou por unidade ........................................................................................................................ 86
4.4.3 Resultado acumulado ............................................................................................................................................ 88
Referências ......................................................................................................................89
Capítulo 5 
Demonstrativos de Resultados Abrangentes e 
Demonstrativos de Mutações do Patrimônio Líquido .....................................................91
5.1 Estrutura dos Demonstrativos Abrangentes ..............................................................91
5.1.1 Resultado líquido do período (DRA) ...................................................................................................................... 92
5.1.2 Classificação conforme natureza ........................................................................................................................... 94
5.1.3 Outros resultados abrangentes .............................................................................................................................. 98
5.1.4 Equivalência e outros resultados ............................................................................................................................ 99
5.2 Demonstrações de Mutações do Patrimônio Líquido .............................................100
5.2.1 Estrutura da DMPL................................................................................................................................................101
5.2.2 Consolidação de informações ............................................................................................................................. 103
5.2.3 Resultado Abrangente do Período ...................................................................................................................... 105
5.2.4 Conciliação de Resultados ................................................................................................................................... 106
5.3 Análise dos Resultados Abrangentes ......................................................................107
5.3.1 Finalidades e análise ............................................................................................................................................ 108
5.3.2 Informações relevantes ....................................................................................................................................... 108
5.4 Análise dos Demonstrativos de Mutações de Patrimônio Líquido ..........................108
5.4.1 Finalidades e Análises ...........................................................................................................................................110
5.4.2 Utilização em Conjunto para Acionistas ...............................................................................................................110
Referências ................................................................................................................... 112
Capítulo 6 
Demonstração do Fluxo de Caixa ................................................................................. 113
6.1 Demonstrativos de Fluxos de Caixa ......................................................................... 114
6.1.1 Conceito e finalidade .............................................................................................................................................116
6.1.2 Relação com atividades operacionais, de investimento e financiamento ............................................................117
6.2 Fluxo de Caixa Direto: Estrutura, Desenvolvimento e Análise ................................. 118
6.2.1 Elaboração do Fluxo de Caixa Direto ....................................................................................................................119
6.2.2 Análise do Demonstrativo de Fluxo de Caixa Direto ............................................................................................121
6.3 Fluxo de Caixa Indireto: Estrutura, Desenvolvimento e Análise ..............................121
6.3.1 Elaboração e Análise do Fluxo de Caixa Indireto ................................................................................................. 122
6.3.2 Análise das Variações Contábeis ..........................................................................................................................124
Referências ....................................................................................................................127
Capítulo 7 
Demonstrativos de Valor Adicionado (DVA) e Notas Explicativas ................................129
7.1 Finalidades e estruturas do Demonstrativo de Valor Adicionado ............................129
7.1.1 Finalidades sociais e financeiras do DVA .............................................................................................................. 130
7.1.2 Estrutura do relatório de DVA ............................................................................................................................. 130
7.1.3 Montagem do relatório de DVA ...........................................................................................................................1317.2 Análise das informações da DVA ............................................................................134
7.2.1 Análise de Informações do passivo ......................................................................................................................135
7.2.2 Análise das informações dos resultados e do patrimônio líquido .......................................................................135
7.2.3 Análise das informações do fluxo de caixa .......................................................................................................... 136
7.2.4 Conciliação de informações do DVA .....................................................................................................................137
7.3 Notas Explicativas e outras evidenciações e análise ................................................137
7.3.1 Necessidade e relevância das Notas Explicativas ............................................................................................... 138
7.3.2 Primeiro conjunto de Notas Explicativas ..............................................................................................................139
7.3.3 Segundo conjunto de Notas Explicativas ............................................................................................................ 140
7.3.4 Terceiro conjunto de Notas Explicativas ................................................................................................................141
Referências ....................................................................................................................144
Capítulo 8 
A contabilidade como instrumento de gestão .............................................................145
8.1 Contabilidade gerencial ...........................................................................................146
8.1.1 Conceito de contabilidade gerencial .....................................................................................................................147
8.1.2 Informações para diferentes públicos ................................................................................................................. 150
8.2 Contabilidade e gestão da organização ..................................................................151
8.2.1 Contabilidade e planejamento .............................................................................................................................151
8.2.2 Controle de informações contábeis .....................................................................................................................152
8.2.3 Contabilidade e tomada de decisão .................................................................................................................... 153
Referências ....................................................................................................................157
A disciplina de Contabilidade Empresarial apresenta temas relevantes e uma vi-
são detalhada da área, integrando a rotina de quem atua nela. Assim, serão apresen-
tadas noções fundamentais de contabilidade, o campo de atuação e as funções, bem 
como os princípios que a norteiam. 
Além disso, serão abordadas ferramentas essenciais no contexto contábil, entre 
as quais se incluem o Balanço Patrimonial, a Demonstração do Resultado do Exercício, 
a Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido, a Demonstração do Fluxo de 
Caixa e o Demonstrativo do Valor Adicionado.
Também serão apresentados o uso estratégico das informações contábeis e do 
modo como podemos auxiliar os gestores na administração dos recursos empresariais, 
com o objetivo de auxiliar o exercício profissional.
Apresentação
À minha mãe, pelo amor a mim dedicado. À minha irmã 
Paula, meu espelho de comprometimento. Ao mestre 
José Escolá, por orientar meu primeiro texto científico. 
À professora Edilene Garcia, pela confiança. 
Os autores
A professora Bruna Borsetto Maiellaro possui MBA em Finanças pela 
Universidade Municipal de São Caetano do Sul. É bacharel em Ciências Contábeis pela 
Universidade Metodista de São Paulo e em Matemática com Ênfase em Informática pelo 
Centro Universitário Fundação Santo André. 
Currículo Lattes: 
<lattes.cnpq.br/4430669120740873>
Primeiramente a Deus, pelo dom da vida!
Ao meu filho Matheus Lourenço Eleutério da Luz, por 
todas as razões e por todo o amor do mundo!
O professor Érico Eleuterio da Luz é Mestre em Controladoria e Contabilidade 
pela Universidade Norte do Paraná (Unopar). É especialista em Finanças e Auditoria pela 
FAE/CDE. Graduado em Ciências Contábeis pela FESP-PR e Direito pela Universidade 
Tuiuti do Paraná. 
Currículo Lattes: 
<lattes.cnpq.br/6878577474808562>
1 Introdução à Contabilidade
Bruna Borsetto Maiellaro
Neste capítulo serão abordados o campo de atuação da contabilidade, os con-
ceitos mais significativos, as informações contábeis, os seus objetivos e objetos e o 
dimensionamento da área. 
A contabilidade está profundamente associada à evolução da humanidade. 
Segundo Marion (2015), os primeiros registros contábeis podem ser encontrados 
na Bíblia quando Jacó e Labão faziam o inventário (contagem) de seus rebanhos. O 
avanço dessa ciência perpassa importantes fatos históricos, entre os quais pode-se 
citar: as transações comerciais entre egípcios e babilônicos; a expansão do comércio e 
do mercantilismo entre os séculos XIII e XVI d.C.; e a depressão de 1929, nos Estados 
Unidos, que até impulsionou a acentuação de pesquisas na área contábil e gerou o 
crescimento da atividade de auditoria. Mais recentemente, conforme acrescenta o 
mesmo autor, o processo de globalização dos mercados nos trouxe a convergência das 
Normas Brasileiras de Contabilidade ao padrão internacional pelas Leis n. 11.638/2007 
e n. 11.941/2009 (MARION, 2015).
1.1 Contabilidade como fonte geradora de informações
A partir de agora será apresentada uma conceituação mais ampla daquilo que se 
entende por contabilidade, compreendendo quais são os tipos de informações geradas 
por ela. Segundo Marion (2015), pode-se dizer que a contabilidade é uma ciência que se 
dedica ao acompanhamento das mutações ocorridas no patrimônio de uma entidade. 
Nesse Sentido, é importante ter em mente 
que o patrimônio é gerenciado por pessoas 
e, dentro de uma sociedade, tem suas varia-
ções refletidas na vida dos indivíduos que estão 
direta ou indiretamente relacionados com a 
empresa que o administra. Isso explica por que 
é tão importante o conhecimento dessa ciência 
e das informações adquiridas a partir dela.
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Contabilidade empresarial 16
1.1.1 Conceitos de Contabilidade
O uso acentuado da matemática no desenvolvimento das atividades contábeis 
pode dar a entender, em um primeiro momento, que a contabilidade é uma ciência 
exata. Porém, a ciência contábil, assim como a administração, é parte do vasto grupo 
de ciências sociais aplicadas e tem como objetivo o estudo do patrimônio, definido da 
seguinte forma por Ribeiro (2009, p. 2):
Patrimônio é o conjunto de elementos necessários à existência da entidade, compreen-
dendo objetos de uso (computadores, mesas, armários, cadeiras etc.), de troca (mercado-
rias) e de consumo (material de escritório); valores que a entidade tem para receber bem 
como para pagar).
O patrimônio não é apenas o que uma pessoa ou entidade possui. Ele é o conjunto formado pe-
los bens, direitos e também pelas obrigações, ou seja, inclui também as dívidas. 
A contabilidade, portanto, é uma ciência social aplicada que se ocupa da análise 
do patrimônio que, como você já viu, é gerenciado por pessoas e, dentro de uma socie-
dade, as variações dele impactam a vida daqueles que de modo direto ou indireto se 
relacionam com a organização que o administra. Além disso, ela é caracterizada dessa 
maneira pelo fato de sempre evoluir em paralelo com a história das civilizações e, con-
sequentemente, está associada às mudanças que ocorremna sociedade e nas formas 
de relacionamento comercial. De forma mais simplista, pode-se dizer que a contabili-
dade faz parte das ciências sociais aplicadas pois se desenvolve de forma a atender às 
necessidades práticas de uma sociedade.
Tal ciência pode ser conceituada de diversas formas, em função de épocas e auto-
res pesquisados. De acordo com Fahl et al. (2009, p. 2), a contabilidade “[...] é a ciên-
cia social que estuda e controla o patrimônio das entidades mediante o registro de 
dados, com a finalidade de oferecer informações sobre sua composição e suas varia-
ções”. Cabe, então, dizer que a contabilidade captura os atos e fatos administrativos e 
os acumula de forma ordenada de maneira a transformá-los em informações passíveis 
de interpretação. A caracterização e diferenciação entre atos e fatos administrativos 
se dá conforme o exposto no quadro a seguir.
Contabilidade empresarial 17
Fatos Atos
São atividades que levam a uma 
alteração imediata na composição 
patrimonial da entidade.
São atividades que não trazem impacto ime-
diato na composição patrimonial da enti-
dade, mas oferecem riscos ao patrimônio e 
podem, no futuro, afetá-la negativamente.
Exemplo: Pedro compra um carro 
para pagamento parcelado. Esse 
fato cria imediatamente a existên-
cia de um novo bem (carro) e, ao 
mesmo tempo, uma nova obriga-
ção para Pedro (pagamento das par-
celas), o que altera a composição 
patrimonial dele nesse instante.
Exemplo: Maria aceita ser fiadora de João na 
compra de um imóvel para pagamento parce-
lado. Esse ato não traz alteração na compo-
sição patrimonial da Maria nesse momento, 
mas, no futuro, caso João não faça o paga-
mento das parcelas, Maria terá a obrigação de 
quitar a dívida. Nesse momento, sim, a com-
posição do patrimônio de Maria se alterará
Você pode, portanto, visualizar a contabilidade da seguinte maneira:
Coleta
A Contabilidade é uma ciência social que:
Classifica Agrupa Resume Interpreta
Dados DadosLivros
Contábeis
Demonstrações
e Relatórios
Fonte: MONTOTO, 2012. (Adaptado).
Nesse sentido, a contabilidade pode ser conceituada como um sistema de infor-
mação que coleta dados a respeito das atividades realizadas por uma entidade e os 
classifica, agrupa, apresenta e interpreta, visando fornecer informações econômicas, 
operacionais e financeiras que refletem a variação patrimonial ocorrida e subsidiam a 
tomada de decisão.
A seguir serão tratadas as informações contábeis, que são fontes de interesse de 
diversos públicos, os quais as utilizam de maneiras específicas conforme o papel que 
ocupam no contexto social.
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Contabilidade empresarial 18
1.1.2 Informações contábeis
Agora que você já sabe que a contabilidade é responsável por reter os fatos e atos 
administrativos e transformá-los em informações que sustentem a tomada de decisão, 
é importante compreender quais são essas informações e para quem elas se dirigem.
Segundo Ernst e Young (2010), as informações produzidas pela contabilidade são 
de interesse de diversos grupos de pessoas, entre os quais se incluem investidores e 
acionistas, clientes, credores, fornecedores, empregados, proprietários, diretores e 
gerentes, governo, sindicatos e o público em geral. Esses grupos são conhecidos como 
usuários das informações contábeis e cada um tem interesses específicos em rela-
ção à empresa. Dessa forma, os demonstrativos elaborados pelo departamento con-
tábil devem fornecer informações que contemplem vários aspectos para suprimir de 
maneira adequada as mais distintas dúvidas e necessidades dos usuários.
Desse modo, as informações contábeis devem apresentar a evolução do desem-
penho da companhia, mostrar aspectos a respeito da continuidade operacional dela, 
deixar clara a destinação que se dá aos seus recursos e permitir a análise de risco e 
retorno em relação aos investimentos. 
Tendo como base o quadro apresentado a seguir, é possível resumir os principais 
usuários das informações contábeis e seus interesses da seguinte forma:
Usuário Interesse
Proprietário, dire-
tores e gerentes
Comparar o desempenho da empresa em relação aos anos anteriores e tomar 
decisões para garantir o sucesso futuro.
Investidores e 
acionistas
Comparar o resultado da entidade com as demais e decidir em qual investir 
para maximizar o retorno do capital que irá aplicar.
Credores (bancos e 
fornecedores)
Analisar se a empresa é capaz de pagar os juros das dívidas ou se possui bens 
para quitar possíveis inadimplências, e, então, decidir se concedem ou não o 
crédito ao futuro cliente.
Concorrentes
Verificar aumento de vendas, ganho de mercado e eficiência de seu concor-
rente para decidir quais estratégias competitivas tomar.
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Contabilidade empresarial 19
Usuário Interesse
Gerentes e 
funcionários
Verificar se a empresa vai continuar a operar de forma competitiva e obter 
lucro, pois dependem dela para ter uma fonte de renda.
Clientes
Verificar se a empresa é financeiramente sólida e se terá condições de honrar 
o compromisso de entregar mercadorias no prazo acordado.
Fiscais e auditores
Vistoriar os demonstrativos e garantir que estejam dentro dos padrões exigi-
dos por lei, além de conferir a exatidão dos impostos devidos.
Sindicatos 
Checar o real resultado da companhia e pontuar a possibilidade de angariar 
maiores benefícios aos funcionários dela.
Fonte: BARROS; OLIVEIRA; YOSHITAKE, 2014, p. 32. (Adaptado).
Portanto, é correto dizer que as informações contábeis são usadas principal-
mente: (a) pelo governo, para calcular o desempenho da União e fiscalizar o paga-
mento dos tributos; (b) pelos bancos, para avaliar a viabilidade de conceder crédito; 
(c) pelos fornecedores, para analisar contrato de venda e estipular condições de paga-
mento; (d) pelos acionistas e investidores, para verificar o desempenho da entidade na 
qual possuem investimentos ou pretendem investir; (e) pelos sócios, para monitorar 
a qualidade da administração da empresa e o desempenho dela; e (f) pelos diretores 
e gerentes, para corrigir seu planejamento, melhorar as operações e tomar decisões 
estratégicas e maximizar os resultados.
Até aqui você viu que a contabilidade é uma ciência social aplicada que se dedica à 
coleta e à transformação de dados em informações, que irão garantir a correta análise e 
tomada de decisão por parte dos mais diferentes grupos de interessados pelas ativida-
des desenvolvidas pela companhia, bem como por seus reflexos. No próximo tópico você 
irá entender melhor qual o objeto e os objetivos da contabilidade e como diferenciá-los.
1.2 Objetivos, objetos e funções da contabilidade
Toda e qualquer ciência tem um objeto e tam-
bém um objetivo de estudo. A biologia, por exemplo, 
tem como objeto a vida e como objetivo entender 
suas características e interações com o ambiente. 
Com a ciência contábil acontece o mesmo. 
Portanto, por mais que saibamos que a contabi-
lidade coleta atos e fatos e os transforma em infor-
mações que respondam aos interesses dos mais 
variados usuários, é preciso que tenhamos a capacidade de delimitar de maneira pre-
cisa os objetos e objetivos de tal ciência, bem como sua finalidade e dimensão, tema 
que serão tratadas nos próximos subtópicos.
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Contabilidade empresarial 20
1.2.1 Objetivos e objetos da Contabilidade
A partir de agora será entendido aquilo que vem a ser objeto e objetivo das 
Ciências Contábeis.
Objeto é “a causa, motivo de um sentimento, de uma ação: o objeto de desejo”, ou ainda, o 
“assunto de uma área do conhecimento: o objeto da filosofia”. Objetivo é o “propósito; o que 
se pretende alcançar, realizar ou obter [...].” (DICIONÁRIO AURÉLIO, [s.d.]).
Você estudou que a contabilidade pode ser conceituada como um sistema de 
informação que coleta dados a respeito das atividades realizadas por uma entidade e 
os classifica, agrupa, apresenta e interpreta a fim de oferecer informaçõeseconômi-
cas, operacionais e financeiras que refletem a variação patrimonial ocorrida e subsi-
diam a tomada de decisão. Até aqui você já viu, também, que para Fahl et al. (2009, 
p. 2), “contabilidade é a ciência social que estuda e controla o patrimônio das entida-
des mediante o registro de dados, com a finalidade de oferecer informações sobre sua 
composição e suas variações”. 
Agora, essa conceituação será desmembrada e você entenderá a classificação de 
cada um de seus componentes. Para começar, observe a figura a seguir, que apresenta 
o objeto e o objetivo da contabilidade, aproveitando o conceito formulado por Fahl et al. 
(2009, p. 2), citado no parágrafo anterior.
OBJETIVO
OBJETIVO
“Contabilidade é a ciência social que estuda e controla o patrimônio das entidades
 mediante o registro de dados, com a finalidade de oferecer informações sobre sua
composição e suas variações”.
Com base na figura apresentada, fica fácil delimitar que o patrimônio é o objeto 
da contabilidade. Isso posto, é válido citar que o objeto de uma ciência é assunto que se 
deseja conhecer com maior riqueza de detalhes. Assim, contadores, fazem o registro e o 
acúmulo dos atos e fatos administrativos, pois são eles que vão dar origem às oscilações 
no patrimônio da entidade. De maneira direta, é adequado dizer que “o objeto da conta-
bilidade é o patrimônio das entidades econômico-administrativas” (RIBEIRO, 2009, p. 3).
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Já o objetivo da contabilidade passa a ser deli-
mitado então como: oferecer informações que per-
mitam a tomada de decisão. É correto, nesse caso, 
para propósitos didáticos, exprimir, de forma mais 
coloquial, que o objetivo de uma ciência é o mesmo 
que sua meta e o alvo o qual pretende alcançar.
Para Marion (2015, p. 6, grifos nossos), “o obje-
tivo principal da contabilidade [...] é o de permi-
tir a cada grupo principal de usuários a avaliação da situação econômica e financeira 
da entidade, num sentido estático, bem como fazer inferências sobre suas tendências 
futuras”. Essa descrição leva a lembrar que, uma vez que o objetivo da contabilidade é 
fornecer informações, é preciso realizar tal tarefa de modo abrangente e claro o sufi-
ciente para satisfazer os distintos anseios das diferentes classes de usuários. 
Depois de serem abordados os conceitos de objetos e objetivos da contabilidade, 
serão tratadas agora as funções e as atividades contábeis, conhecendo assim, as possí-
veis áreas de atuação de um profissional da área contábil. 
1.2.2 Funções e atividades contábeis
Diante da vastidão de usuários a serem 
atendidos e da gama de informações que a 
contabilidade deve ser capaz de gerar, não é 
difícil perceber que essa é uma área de atua-
ção que proporciona extensas oportunidades 
a seus profissionais.
Essas oportunidades se dividem em uma 
grande diversificação de funções e atividades. 
Informação é derivado de informar, que por sua vez, significa “Dar parecer sobre; [...] 
Esclarecimentos dados sobre o mérito ou estado de outrem e; [...] curar por informações [...].” 
(DICIONÁRIO AURÉLIO, [s.d.]).
Dessa forma, o profissional pode optar por atuar em uma das diversas funções 
contábeis, conforme indicado no diagrama a seguir.
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Na Empresa
Contador
Contador Geral, Contador de Custos,
Controller, Subcontador, etc.
Auditor Interno
Auditor Independente
Consultor
Escritório de Contabilidade
Perito Contábil
Pesquisador
Professor
Escritor
Conferencista
Contador Fiscal
Contador Internacional
Contador Público
Fiscal de Tributos
Controlador de Arrecadação
Tribunal de Contas
Independente
(Autônomo)
No Ensino
Órgão Público
Fonte: MARION, 2015, p. 9. (Adaptado).
Para que você conheça melhor cada uma dessas atividades contábeis, trazemos a 
seguir essas funções listadas e descritas.
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Contador: segundo Marion (2015), é o profissional com formação superior em 
Ciências Contábeis. As tarefas que exerce podem ser segregadas em: (a) contabilidade 
financeira que, dependendo da atividade desenvolvida, é classificada como comercial, 
industrial, bancária, pública, agrícola, hospitalar, imobiliária, terceiro setor etc.; (b) con-
tabilidade gerencial; (c) contabilidade fiscal ou tributária; e (d) contabilidade de custos.
Auditor: para Marion (2015), auditor é o profissional que se dedica a examinar e 
verificar a exatidão dos procedimentos contábeis. Pode atuar como: (a) auditor inde-
pendente (externo), sem vínculo empregatício com a empresa que está auditando, 
podendo, porém, manter vínculo com uma empresa de auditoria; e (b) auditor interno, 
que é empregado da empresa na qual realiza a tarefa.
Perito contábil: é o profissional que fará a verificação dos procedimentos contá-
beis e de outros aspectos relacionados à contabilidade, porém estará atendendo a uma 
solicitação judicial; ou seja, essa atividade é motivada por uma questão judicial e tem o 
objetivo de fornecer à Justiça elementos (informações) que levem a uma decisão judi-
cial. “As perícias judiciais ou extrajudiciais são consideradas trabalhos técnicos de con-
tabilidade e constituem atribuições privativas de contadores legalmente habilitados 
(registrados no CRC)” (MARION, 2015, p. 8).
Consultor contábil: é o profissional que presta suporte contábil, tributário, finan-
ceiro etc. aos clientes, que normalmente são empresas com necessidade de promover 
melhorias, ou até mesmo resolver problemas significativos. 
Também pode prestar serviços de consultoria nos casos de compra e venda de empresas, 
reavaliação de ativos, [...] implantação de procedimentos de controles internos, estabele-
cimento de sistemas de custos da produção, elaboração e implantação do plano de con-
tas. (BARROS; OLIVEIRA; YOSHITAKE, 2014, p. 46)
Professor de contabilidade: é o profissional que exerce o ensino de Ciências 
Contábeis; pode atuar em cursos superiores – e para tal precisa ter no mínimo algum 
tipo de especialização (pós-graduação) – ou nos cursos técnicos de contabilidade do 
ensino médio (MARION, 2015).
Pesquisador contábil: é o profissional que desenvolve pesquisas e investigações 
científicas na área contábil; em sua maioria estão associados a universidades públicas 
ou participam de cursos de mestrado e doutorado (MARION, 2015).
Cargos públicos: é o profissional que escolhe seguir carreira pública, e, para 
tanto, participa de concursos públicos para atuar como contador público; possui curso 
superior (MARION, 2015).
Contabilidade empresarial 24
A seguir serão abordados o modo pelo qual a área contábil deve ser dimensio-
nada. Mesmo que haja vários desenhos possíveis, é inegável que se trata de um cui-
dado importante a ser tomado. Sendo a contabilidade atividade obrigatória e, tendo 
as empresas características diversas, a contabilidade pode adquirir dimensões diver-
sas, conforme será abordado no item a seguir.
1.2.3 Dimensionamento da área contábil
A contabilidade é uma atividade obrigatória a todas as empresas, independente-
mente do tipo de tarefa da qual ela se ocupem ou, até mesmo, do segmento da econo-
mia a que pertençam.
O dimensionamento da área contábil irá 
divergir muito de uma entidade para outra, 
isso porque ela está associada diretamente 
com algumas características da companhia 
como: porte, quantidade de filiais, agências 
ou unidades fabris, número de atividades 
desenvolvidas pela companhia e centraliza-
ção ou descentralização da administração. E, 
portanto, irá variar com base na forma como 
a organização está estruturada (BARROS; 
OLIVEIRA; YOSHITAKE, 2014).
Em empresas menores, devido à sua estrutura mais enxuta, o contador, muitas 
vezes, é simultaneamente responsável por diversas áreas e pode até mesmo agregar 
funções relacionadas aos departamentos de informática, recursos humanos e finanças. 
Segundo Barros, Oliveira e Yoshitake (2014), “o acúmulode funções não é recomendá-
vel, porque diminui a qualidade dos controles internos em razão da falta de segrega-
ção de funções, visto que um único profissional passa a exercer várias atividades/
funções conflitantes [...]”.
Já nas empresas de médio e grande porte, o res-
ponsável contábil não acumula funções e, em muitos 
casos, ocupa cargo de alto nível, vindo a participar 
até mesmo do quadro de diretoria da entidade, como 
diretor de contabilidade ou controller, conforme indi-
cam Barros, Oliveira e Yoshitake (2014). Nessas 
empresas a contabilidade compreende quatro áreas 
principais, conforme mostra a figura a seguir.©
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Diretor de
controladoria ou
Controller
Financeira Gerencial
Fiscal ou
tributária
Contabilidade
de custos
Fonte: BARROS; OLIVEIRA; YOSHITAKE, 2014, p. 46. (Adaptado).
Uma vez visto que a área contábil pode ter dimensionamentos diferentes, é 
importante que você conheça os conceitos básicos desenvolvidos em cada uma das 
divisões dela. Para tanto, acompanhe as características de cada uma delas.
Contabilidade financeira: segundo Barros, Oliveira e Yoshitake (2014), é aquela 
que garante que a companhia irá cumprir as obrigações fiscais e legais a que todas 
as pessoas jurídicas estão obrigadas. Ela é responsável pelos controles e demonstra-
ções geradas, segue as leis, normas, postulados e convenções contábeis que se pres-
tam a garantir um padrão científico à atividade contábil. Além do papel de controlar 
e, consequentemente, subsidiar o planejamento e a tomada de decisão por parte 
dos gestores da entidade, também cumpre a função social da contabilidade, pois os 
demonstrativos elaborados por ela que serão publicados e utilizados pelos agentes 
externos para a tomada de decisão devem demonstrar com exatidão a realidade eco-
nômico-financeira da entidade.
Contabilidade gerencial: é aquela que garante o atendimento das necessidades 
específicas de informação por parte dos gestores da companhia. Como a contabilidade 
financeira é obrigada a trabalhar dentro do padrão imposto por normas, leis e prin-
cípios, muitas vezes os relatórios por ela gerados não atendem às especificidades do 
negócio. Assim, a contabilidade gerencial irá desenvolver relatórios que se adequem a 
tais exigências singulares, dando maior apoio ao processo de planejamento e à tomada 
de decisão dos diretores da entidade (BARROS; OLIVEIRA; YOSHITAKE, 2014).
Contabilidade fiscal ou tributária: é aquela que garante o cumprimento das exi-
gências fiscais/tributárias de nosso país. Conforme Barros, Oliveira e Yoshitake (2014), 
o gerente de contabilidade tributária, além de treinar e supervisionar os colaborado-
res do setor de tributos, deve garantir o recolhimento dos tributos nos prazos corretos 
e fazer registros referentes a provisões relativas a essa matéria, cumprindo a função de 
controle exercida pela contabilidade. Deve também realizar o planejamento tributário 
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da entidade, buscando uma redução da carga tributária, passando a cumprir então a 
função de planejamento exercida pela área.
Contabilidade de custos: é aquela responsável pelo cálculo do custo dos bens fabri-
cados, auxiliando na correta formação de preço, controle de estoque e adequação na alo-
cação de recursos, atuando diretamente nas funções de controle, planejamento e tomada 
de decisão exercidas pela contabilidade (BARROS; OLIVEIRA; YOSHITAKE, 2014).
Neste capítulo, você viu que a contabilidade é uma ciência social aplicada que 
tem como objeto o patrimônio, e como objetivo a concessão de informações que 
sustentem a tomada de decisão dos mais diversos usuários. Além disso, você com-
preendeu que o profissional contábil tem a possibilidade de atuar em diversas áreas 
e funções, tanto internas quanto externas às companhias públicas e privadas, além 
de poder desenvolver sua carreira na área acadêmica, seja como professor, seja como 
pesquisador. Por fim, estudou, ainda, quais dimensões a área contábil pode ter, pas-
sando pelas contabilidades financeira, fiscal, de custos e gerencial.
Certamente trata-se de conteúdos muito significativos e que merecem ser apro-
fundados com vistas à formação ou ao aperfeiçoamento profissional.
Contabilidade empresarial 27
Referências
BARROS, A. de; OLIVEIRA, L. M. de; YOSHITAKE, M. Contabilidade na prática. São 
Paulo: Trevisan, 2014.
BRASIL. Lei n. 11.638, de 28 de dezembro de 2007. Diário Oficial da União, Poder 
Legislativo, Brasília, DF, 28/12/2017. Disponível em: <www.planalto.gov.br/ccivil_03/_
ato2007-2010/2007/lei/l11638.htm>. Acesso em: 30/03/2017.
______. Lei n. 11.941, de 27 de maio de 2009. Diário Oficial da União, Poder Legislativo, 
Brasília, DF, 28/05/2009. Disponível em: <www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-
2010/2009/lei/l11941.htm>. Acesso em: 20/04/2017. 
ERNST & YOUNG; FUNDAÇÃO INSTITUTO DE PESQUISAS CONTÁBEIS, ATUARIAIS E 
FINANCEIRAS. Manual de normas internacionais de contabilidade: IFRS versus normas 
brasileiras. São Paulo: Atlas, 2010.
FAHL, A. C. et al. Contabilidade. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2009.
INFORMAÇÃO. In: Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa. [S.d.]. Disponível em: 
<dicionariodoaurelio.com>. Acesso em: 27/03/2017.
MARION, J. C. Contabilidade empresarial. 17. ed. São Paulo: Atlas, 2015.
MONTOTO, E. Contabilidade geral esquematizado. São Paulo: Saraiva, 2012.
OBJETIVO. In: Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa. [S.d.]. Disponível em: <diciona-
riodoaurelio.com>. Acesso em: 27/03/2017.
OBJETO. In: Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa. [S.d.]. Disponível em: <dicionario-
doaurelio.com>. Acesso em: 27/03/2017.
RIBEIRO, O. M. Contabilidade básica. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2009.
2 Princípios da contabilidade e relatórios contábeis
Bruna Borsetto Maiellaro
A contabilidade é um sistema de informação que tem como objetivo prover seus 
usuários de informações que os auxiliem na tomada de decisão. Vale lembrar que eles 
podem ser internos ou externos às empresas, e que, desse modo, os relatórios contá-
beis devem atender a esses dois grupos com notória qualidade e subsídio oferecido 
pelas informações publicadas.
Para que todos possam se beneficiar, mesmo que 
de diferentes formas, das informações contábeis, é pre-
ciso que haja uma norma que balize o trabalho do conta-
dor, bem como as publicações realizadas por ele. Assim, 
a ciência contábil é guiada por um conjunto de princí-
pios, regras e conceitos que fazem dela uma ciência uni-
forme e de possível entendimento e uso por todos.
Neste capítulo, conheceremos os princípios de 
contabilidade, os principais relatórios contábeis, as 
estruturas e finalidade deles e quais informações são 
obrigatórias por lei. Estruturamos os conteúdos de 
forma a permitir que nos aproximemos desse padrão contábil que tem evoluindo atra-
vés dos tempos para garantir o satisfatório atendimento das necessidades dos diversos 
grupos interessados no acompanhamento e estudo do patrimônio das entidades.
2.1 Princípios contábeis
Para que o resultado final da contabili-
dade (demonstrativos contábeis) pudesse vir 
a ser inteligível por todos, foi preciso que ela 
fosse padronizada. Assim, o Conselho Federal de 
Contabilidade (CFC) criou os princípios e as con-
venções contábeis. Os princípios de contabili-
dade, instituídos pela Resolução CFC nº 750/1993 
(CFC, [s.d.]) e posteriormente alterados pela 
Resolução CFC nº 1.282/2010 (CFC, [s.d.], são como grandes placas que nos guiam na 
direção correta e nos permitem chegar ao nosso objetivo.
RELATÓRIO
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Portanto, daqui em diante conheceremos os princípios de contabilidade: entidade, 
continuidade, oportunidade, registro pelo valor original, competência e prudência. 
Chamamos sua atenção para o fatode que a atividade contábil é influenciada por eles.
2.1.1 Princípios da entidade, da continuidade e da oportunidade
Para Niyama e Silva (2013), a Resolução nº 1.282/2010 (CFC, [s.d.]) foi criada 
para atualizar a Resolução no 750/1993, uma vez que foi expedida a nova Estrutura 
Conceitual para Elaboração e Apresentação das Demonstrações Contábeis, que faz 
referência ao CPC00 (Comitê de Pronunciamentos Contábeis).
Quer conhecer a Resolução no 1.282/2010 completa e verificar quais pontos da Resolução 
nº 750/1993 ela alterou? Consulte a página do Conselho Federal de Contabilidade (CFC). Ali 
você vai encontrar essas e outras informações relativas aos princípios contábeis.
Os princípios expostos na Resolução nº 1.282/10 podem ser representados pela 
figura a seguir.
Prudência
Competência
Continuidade
Oportunidade
Entidade
Princípios
de Contabilidade
Registro pelo
valo original
Fonte: NIYAMA; SILVA, 2013, p. 103.
Entre esses princípios, podemos destacar o da entidade, da continuidade e da 
oportunidade, os quais conheceremos agora.
Princípio da entidade: estabelece que no exercício das atividades contábeis é 
preciso diferenciar o patrimônio da empresa do patrimônio dos sócios, e até mesmo 
que, em grupo de empresas, seja feita a segregação dos patrimônios por CNPJ. 
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Segundo a Resolução nº 1.282/2010, existe “a necessidade da diferenciação de um 
Patrimônio particular no universo dos patrimônios existentes” (CFC, [s.d.]). Ou seja, 
deve existir a autonomia do patrimônio da entidade, portanto seus ativos, passivos, 
receitas e despesas não se misturam com os de seus sócios.
Vamos citar um exemplo. O proprietário de uma oficina mecânica realiza as ope-
rações na garagem de sua casa, e é preciso que ele faça a distinção dos gastos de água 
e luz da oficina e da residência. Os registros contábeis da oficina devem abraçar ape-
nas a parcela do consumo que se refere a ela.
Princípio da continuidade: ao elaborar e apresentar os demonstrativos con-
tábeis, devemos levar em consideração o pressuposto de que a entidade não tem 
data para encerrar as operações e que, portanto, continuará as atividades no futuro. 
Segundo Resolução nº 1.282/2010 (CFC, [s.d.]), “a mensuração e a apresentação dos 
componentes do patrimônio levam em conta esta circunstância [continuidade das ope-
rações no futuro]”. Nesse sentido é preciso que tenhamos cuidado ao avaliar nossos 
ativos, ao fazer a apropriação da depreciação, ao segregar os passivos e ativos no cir-
culante e no não circulante etc.
Para facilitar a compreensão, vamos a um exemplo. Uma confecção de roupas 
tem uma máquina de costura registrada em seu ativo imobilizado, e é preciso que 
sejam apropriadas mensalmente as despesas de depreciação dela, tendo como base de 
cálculo a vida útil desse bem. Tais despesas não podem ser apropriadas de uma única 
vez, pois partimos do pressuposto de que empresa continuará a operar no futuro, por 
isso a máquina continuará em uso também.
Princípio da oportunidade: esse princípio zela pela defesa dos interesses dos 
usuários, pois estabelece que, uma vez que o objetivo da contabilidade é disponibilizar 
informações que sirvam de subsídio para a tomada de decisão por parte dessas pes-
soas, é preciso que tais informações sejam fornecidas em sua totalidade e no tempo 
hábil. Segundo a Resolução nº 1.282/2010 (CFC, [s.d.]), ser oportuno em contabilidade 
“refere-se ao processo de mensuração e apresentação dos componentes patrimoniais 
para produzir informações íntegras e tempestivas”.
Íntegro é tudo aquilo que “torna inteiro ou cabal”, ou seja, está completo, pleno. Tempestivo 
é tudo o que “vem ou sucede no tempo próprio”, ou seja, é apropriado, oportuno, propício 
(DICIONÁRIO AURÉLIO, [s.d.]).
Nesse sentido, para Niyama e Silva (2013) as atividades que levam a uma varia-
ção patrimonial devem ser capturadas, agrupadas, registradas e tratadas de forma a 
mostrar a real situação da entidade, sem excessos e, principalmente, sem faltas. Além 
Contabilidade empresarial 32
disso, as publicações devem ser feitas no tempo correto e preciso para que sua análise 
possibilite uma conduta mais assertiva pelos diversos grupos de interessados.
Que tal um exemplo? Ao encerrar o mês, é preciso que todos os lançamentos e 
conciliações contábeis estejam prontas o quanto antes para que respaldem o processo 
de tomada de decisão. Caso só estejam completos no final do mês seguinte, essas 
informações já serão desatualizadas e não servirão a seu objetivo.
Além dos princípios aqui apresentados, há outros, que serão apontados a seguir.
2.1.2 Princípios do registro pelo valor original, 
da competência e da prudência
Além dos princípios da entidade, continuidade e oportunidade, que já conhece-
mos, a Resolução nº 1.282/2010 (CFC, [s.d.]) explana ainda os do registro pelo valor 
original, da competência e da prudência, que passaremos a estudar agora. 
• Princípio do registro pelo valor original: esse 
princípio determina que qualquer item que venha 
a compor o patrimônio da entidade, seja ativo, 
seja passivo, deve ter o primeiro registro realiza-
do por seu valor original e em moeda nacional, 
conforme estabelece a Resolução nº 1.282/2010 
(CFC, [s.d.]). Assim, é costumeiro ouvirmos que, 
em obediência a tal princípio, devemos lançar os 
componentes patrimoniais com base nos valores de face do documento que 
originou o bem, o direito ou a obrigação para a instituição em análise.
Vamos exemplificar. Uma metalúrgica adquiriu em 20/05/x1 uma empilhadeira por 
R$ 30.000,00 (valor expresso na nota fiscal de compra). Assim, o registro desse ati-
vo deve ser feito na contabilidade na mesma data e pelos mesmos R$ 30.000,00.
• Princípios da competência: as operações e atividades realizadas em uma em-
presa causam alterações na composição do patrimônio da entidade. Nesse 
sentido, o princípio da competência expõe que os efeitos de tais atividades 
devem ser contabilizados no momento em que ocorrem, independentemen-
te de ter havido a efetivação financeira de tal operação. Segundo a Resolução 
nº 1.282/2010 (CFC, [s.d.]), “o princípio da competência determina que os efei-
tos das transações e outros eventos sejam reconhecidos nos períodos a que se 
referem, independentemente do recebimento ou pagamento [...]”. Portanto, o 
registro das transações deve ser feito na data a que competem, mesmo que o 
pagamento ou recebimento dessa transação venha a acontecer em outra data.
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Vamos citar um exemplo para facilitar a compreensão. Uma loja de sapatos vende 
no dia 15/01/x2 um tênis no valor de R$ 300,00 para pagamento parcelado em três 
vezes, com a primeira parcela para 15/03/x2. O registro contábil dessa venda deve 
ser feito no valor total de R$ 300,00 no dia 15/01/x2, mesmo que a loja não tenha 
recebido a quantia que lhe é de direito.
• Princípio da prudência: Esse princípio estabelece que em havendo dois valores 
igualmente válidos para um único item patrimonial, este deve ser registrado 
com o maior valor, caso seja um item do passivo, ou com o menor valor, caso 
seja um item do ativo. Segundo a Resolução nº 1.282/2010 (CFC, [s.d.]), é pre-
ciso que haja precaução ao julgar valores estimados, “no sentido de que os ati-
vos e receitas não sejam superestimados e que passivos e despesas não sejam 
subestimados [...]”. Portanto, temos que provisionar valores de maneira pru-
dente para conferir maior confiabilidade aos valores patrimoniais.
Vamos a um exemplo. Determinada empresa está sendo julgada em um proces-
so trabalhista e estima-se que terá que pagar ao ex-funcionário um valor entre R$ 
5.000,00 e R$ 10.000,00. Atendendo ao princípio da prudência, ela deve provisionar 
em seu passivo o maior valor entre as possibilidades, ou seja, R$ 10.000,00.
Até agora conhecemos os princípios de contabilidade e entendemos que devem 
pautar toda e qualquer atividade desenvolvida pelo departamentocontábil, garan-
tindo que as informações fornecidas por esse departamento sejam uniformes, legí-
timas e de fácil entendimento tanto por parte dos usuários internos quanto dos 
externos. No próximo tópico conheceremos os principais relatórios contábeis e as 
informações que são exigidas por lei.
2.2 Relatórios contábeis
Já entendemos que a contabilidade é a ciência que estuda o patrimônio das enti-
dades com o objetivo de fornecer informações aos usuários, permitindo a eles uma 
tomada de decisão mais assertiva. De igual modo, aprendemos que, com vistas à 
manutenção do entendimento dessas informa-
ções, bem como a veracidade, legitimidade e 
uniformidade dos registros, a atividade contábil 
se pauta nos princípios de contabilidade trazidos 
pelas Resoluções nº 750/1993 e 1.282/2010. 
É chegado o momento de efetivamente 
conhecermos os relatórios contábeis, sua estru-
tura, os itens obrigatórios por lei e as principais 
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funções de cada um dos documentos expedidos pela contabilidade – e, consequente-
mente, o tipo de informação que podemos extrair de cada um deles.
2.2.1 Estrutura de informações contábeis, informações legais e obrigatórias
Para garantir que as informações contábeis cumpram seu objetivo e que tam-
bém permitam a comparabilidade entre demonstrações de períodos anteriores de 
uma mesma empresa, bem como entre demonstrações de empresas distintas, alguns 
aspectos devem ser assegurados e preservados durante a elaboração das demonstra-
ções contábeis. Para tanto, o CPC 26 – Apresentação das Demonstrações Contábeis, 
determina: (a) requisitos gerais para apresentação das demonstrações contábeis; (b) 
direcionamento quanto à estrutura que essas demonstrações devem ter e; (c) requisi-
tos que necessariamente deve possuir o conteúdo destas.
Segundo Ernst & Young (2010), as demonstrações financeiras devem fornecer os 
seguintes dados a respeito da entidade: (a) ativo; (b) passivo; (c) patrimônio líquido; (d) 
receitas e despesas, incluindo ganhos e perdas; (e) contribuição de proprietários e dis-
tribuição a eles, na sua posição como proprietários; e (f) fluxo de caixa, para o cumpri-
mento da exigência legal.
Fica assim determinado pelo CPC 26 que o conjunto completo de demonstrações 
contábeis é composto pelos relatórios discriminados no quadro a seguir.
Demonstração Periodicidade
Demonstração da Posição Financeira (antigo balanço) na data de encerramento do período.
Demonstração do Resultado Abrangente (substituiu a 
demonstração do resultado)
do período.
Demonstração das Mutações de Patrimônio Líquido do período.
Demonstração do Fluxos de Caixa do período.
Notas explicativas (informações adicionais ao que foi 
divulgado nas demonstrações)
no mesmo período que a respectiva 
demonstração.
Faz-se necessário ressaltar que a norma exige a apresentação desse conjunto 
“pelo menos anualmente”. Isso não quer dizer que as demonstrações não possam ser 
veiculadas com períodos superiores a um ano, razão por que a periodicidade destacada 
no quadro foi “do período”, pois se a empresa achar por bem que deve divulgar perío-
dos mais complexos ao mínimo exigido, está apta para isso.
Marion (2015) nos lembra, porém, que as empresas nacionais devem seguir 
a Lei das Sociedades por Ações, a qual exige a elaboração e publicação, no final de 
cada exercício social (12 meses), das seguintes demonstrações: Balanço Patrimonial 
(BP); Demonstração do Resultado do Exercício (DRE); Demonstração dos Lucros 
Contabilidade empresarial 35
ou Prejuízos Acumulados (DLPAc); Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC); 
Demonstração do Valor Adicionado (DVA); e Notas Explicativas.
As Sociedades por Quotas de Responsabilidade Limitada (sociedades limitadas – 
Ltda.) acabam seguindo parte do prescrito na Lei das S/As em cumprimento à legisla-
ção do imposto de renda, mesmo que não seja necessária a publicação.
Assim, nós temos o seguinte panorama quanto à obrigatoriedade de publicação:
Relatórios 
Contábeis
Não
Obrigatórios
Obrigatórios
(Pela Lei das
Sociedades
por Ações)
Sociedades
Anônimas
(publica nos
jornais)
Limitada
(não publica
nos jornais)
Relata o passado
Relata o futuro
DOAR, DRA.
Balanço Social
Orçamento
Capital
Aberto
Capital
Fechado
Grande
Porte
Médias,
pequenas
e Micros
BP
DRE
DMPL
DFC
DVA
BP
DRE
DUPLAc
DFC*
BP
DRE
DUPAc
DFC
BR
DRE
DUPAc
*Obrigada a publicar quando o patrimõnio líquido for maior que R$ 2 milhões
Fonte: MARION, 2015, p. 20.
A Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL) é obrigatória às com-
panhias abertas e substitui a Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPAc).
2.2.2 Principais relatórios contábeis e suas finalidades
Haja vista a vastidão de usuários a serem atendidos e a gama de informações que 
a contabilidade deve ser capaz de gerar, é fácil entender a quantidade de demonstrati-
vos que esse departamento elabora, tanto os obrigatórios quanto os não obrigatórios.
Assim, é preciso que comecemos a nos familiarizar com esses demonstrativos. 
Para tanto, começaremos entendendo a finalidade de cada um deles, saberemos de 
agora em diante qual a serventia e o tipo de informação que cada demonstrativo traz.
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• Balanço Patrimonial (BP) ou Demonstrativo da Posição Financeira: Mostra a 
composição do patrimônio da empresa em uma data específica. Nele é possível 
identificar onde os recursos foram aplicados (ou seja, os bens e direitos) e a ori-
gem dos recursos aplicados (ou seja, as obrigações e patrimônio líquido). Reis 
(2009, p. 68) destaca que o Balanço Patrimonial “é uma apresentação estática, 
sintética e ordenada do saldo monetário de todos os valores integrantes do pa-
trimônio de uma empresa em determinada data”. Assim, além de colocar em 
evidência a posição patrimonial da entidade, destaca a posição financeira dela. 
Confira na tabela a seguir um exemplo de BP.
Balanço Patrimonial em 31/12x3
Ativo Passivo
Ativo Circulante
Ativo Não Circulante
Passivo Circulante
Passivo Não Circulante
Patrimônio Líquido
Total Ativo Total do Passivo
• Demonstração do Resultado do Exercício: mostra o resultado que a empresa 
obteve devido às operações realizadas no período – normalmente um ano; ou 
seja, demonstra se a entidade teve lucro ou prejuízo por conta da realização de 
sua atividade-fim. Segundo Reis (2009, p. 98), “a demonstração do resultado 
do exercício é uma peça contábil que mostra o resultado das ações sociais [...]”, 
isto é, a equação final entre receitas e despesas efetivadas durante o desenvol-
vimento das atividades de uma sociedade, independentemente da forma que 
ela tenha sido constituída.
• Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido: detalha toda e qualquer 
movimentação que tenha ocorrido nas contas que fazem parte do grupo pa-
trimônio líquido, incluindo a conta de prejuízos acumulados, deixando trans-
parecer os fatos que levaram às modificações. Reis (2009, p. 126) destaca que 
a DMPL “tem por objetivo demonstrar as variações em cada uma das contas 
integrantes do grupo Patrimônio Líquido. Nessas condições, terá de englobar, 
inevitavelmente, a Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados, tor-
nando-a, pois, dispensável”.
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• Demonstração dos Fluxos de Caixa: apresenta a movimentação de dinhei-
ro que aconteceu na empresa em um período de tempo. Para Reis (2009, 
p. 158), a DFC “indica a origem de todos os recursos monetários que entra-
ram no caixa, bem como onde foram aplicados os recursos monetários que saí-
ram do caixa em determinado período”. Portanto, podemos entender que a 
Demonstração do Fluxos de Caixa é uma relação dos fatos administrativos que 
levaram a um fluxo de recursos monetários no período.
• Demonstração do Valor Adicionado: transparece o quanto de riqueza uma 
empresa gerou durante o período e o quanto dessa riqueza foi distribuída en-
tre empregados, governo, financiadores, acionistas e até mesmo a parte quenão foi distribuída, ficando, portanto, retida na própria empresa. Reis (2009, 
p. 180) comenta que a DVA “procura evidenciar o valor da riqueza agregada, 
por determinada empresa, a um produto, e de que forma esse valor agregado 
foi distribuído entre os fatores de produção”.
• Notas Explicativas: são esclarecimentos que levam a melhor compreensão da 
situação patrimonial e dos resultados dos exercícios. Têm como objetivo adi-
cionar informações às demonstrações contábeis, permitindo fácil interpreta-
ção dos dados. Assim, informa a respeito de critérios adotados pela empresa, 
composição dos saldos de algumas contas, critérios de avaliação patrimonial, 
método de depreciação utilizados etc.
Até este ponto nos apoderamos de conhecimentos a respeito dos princípios 
que balizam a atividade contábil, bem como passamos a conhecer os demonstra-
tivos contábeis e como eles se dividem em obrigatórios e não obrigatórios. Por fim, 
conhecemos a finalidade de cada um deles, compreendendo o tipo de informação que 
podemos extrair por meio da leitura dos relatórios gerados pela contabilidade. Agora, 
iremos conhecer algumas características que visam a garantir a qualidade das informa-
ções contábeis.
2.3 Características norteadoras da qualidade 
das informações contábeis
O CPC 00, intitulada “Estrutura Conceitual para Elaboração e Apresentação das 
Demonstrações Contábeis”, possui um capítulo inteiro dedicado ao detalhamento das 
características qualitativas da informação contábil-financeira.
Contabilidade empresarial 38
Quer conhecer o CPC 00 em sua totalidade e entender os pontos delimitados por esse pronun-
ciamento para a elaboração e apresentação das demonstrações contábeis? Vale a pena consul-
tar a página do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) na web.
Essas características se propõem garan-
tir a qualidade das informações contábeis, e 
consequentemente, fazer com que a contabi-
lidade seja útil aos usuários.
O CPC 00 segrega essas características 
em dois grupos e, é com base nesse grupos 
que daremos continuidade aos nossos estudos.
2.3.1 Primeiro conjunto de características
O primeiro conjunto de características trazido pelo CPC 00 trata das característi-
cas qualitativas fundamentais. Estas se dividem em duas: relevância e representação 
fidedigna. Vamos ver cada uma delas a seguir.
• Relevância: os cinco itens do CPC 00 que tratam da relevância das informações 
contábeis se completam e, de maneira conjunta, especificam que a informação 
é relevante quando influencia a tomada de decisão do usuário. Niyama e Silva 
(2013) destacam ainda que o CPC 00 estabelece que a informação influencia 
o usuário com valor preditivo ou confirmatório. Em outras palavras, ela é re-
levante se for preditiva e auxiliar o usuário a predizer valores e resultados fu-
turos; e é igualmente relevante se for confirmatória, ou seja, se servir para 
confirmar ou alterar aspectos tratados anteriormente.
Ainda dentro dessa característica, o CPC 00 destaca o aspecto da materialidade, que 
afirma que uma informação é material se sua falta influenciar a decisão tomada pe-
los usuários das informações. Ou seja, se uma informação omitida tiver dimensões 
relevantes o suficiente para alterar a decisão tomada pelo usuário, ela será material.
• Representação fidedigna: uma informação só será útil se apresentar de for-
ma fidedigna a realidade, isto é, só tem utilidade quando demonstra os 
acontecimentos com rigor e fidelidade. Para o CPC, é necessário que a infor-
mação tenha três atributos para ser considerada uma representação fidedigna:
• Completa: a informação será completa se contiver a riqueza de detalhes exa-
ta para possibilitar que o usuário entenda a transação que está sendo demons-
trada e seus impactos. Niyama e Silva (2013, p. 106) citam que “por completa 
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entende-se que deve incluir toda informação necessária para que o usuário 
compreenda o fenômeno que está sendo retratado”.
• Neutra: a informação será livre se ela não for apresentada de maneira tenden-
ciosa; ou seja, a informação não pode ser distorcida nem receber maior ou me-
nor ênfase para que seja percebida pelo usuário de modo diferente das demais. 
Niyama e Silva (2013, p. 106) citam que “a representação é neutra quando não 
existe viés na informação”.
• Livre de erro: a informação será livre de erro se o procedimento escolhido e utili-
zado na representação das transações for correto. Ou seja, ser livre de erros não 
significa que algo estará exato em todos os aspectos, mas sim que o processo 
usado para produzir informações foi livre de erros da sua seleção a sua aplicação.
Podemos, contudo, representar as características fundamentais como segue:
NeutraCompleta Livre de erro
Características Qualitativas
Fundamentais
Relevância Representação
Fidedigna
Fonte: NIYAMA; SILVA, 2013. (Adaptado).
Agora que conhecemos as características qualitativas fundamentais, passaremos 
às características qualitativas de melhoria.
2.3.2 Segundo conjunto de características
O segundo conjunto de características trazido pelo CPC 00 trata das caracterís-
ticas qualitativas de melhoria. Essas características melhoram o uso das informações 
contábeis e se dividem em quatro, conforme segue.
• Comparabilidade: essa característica permite que os usuários comparem as 
demonstrações contábeis de uma única empresa de períodos distintos ou que 
seja feita a comparação das demonstrações de duas ou mais entidades. Tal 
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característica se faz útil uma vez que as decisões tomadas pelos usuários impli-
cam escolhas, as quais se tornam mais fáceis e bem-sucedidas quando existe a 
possibilidade de comparar as alternativas. Comparabilidade não torna as coisas 
iguais, mas sim permite que sejam identificados os aspectos comuns e diver-
gentes de itens. Nyiama e Silva (2013) complementam essa característica ao 
comentar que transações semelhantes precisam ser identificadas de modo se-
melhante pela própria entidade através do tempo, bem como por outras.
• Verificabilidade: essa característica permite que diferentes usuários verifi-
quem a legitimidade da informação contábil; assim, dá ao usuário a chance de 
checar as informações contábeis de forma direta ou indireta.
• Direta: tudo aquilo que é verificado, confirmado de maneira direta, como fazer 
a contagem física de um item de estoque ou atestar a existência de um item do 
ativo imobilizado mediante a sua localização física na fábrica.
• Indireta: chegar algo de forma indireta implica o uso de um modelo, fór-
mula ou técnica a serem aplicados para confirmar os valores apresentados. 
Confirmar o saldo final da conta estoques por meio do cálculo de seus valores 
de entrada e recálculo do saldo final fazendo uso de técnica específica de con-
trole de estique (método PEPS) é um exemplo.
Independentemente da forma, o importante é que os usuários possam ter cer-
teza de que os valores apresentados pelos demonstrativos são verdadeiros. 
Nyiama e Silva (2013, p. 106) conceituam verificabilidade pontuando que “esta 
característica significa que diferentes observadores podem chegar a um consen-
so quanto ao retrato de uma realidade econômica”.
• Tempestividade: essa característica permite ao usuário fazer uso das infor-
mações contábeis no seu processo decisório, uma vez que garante que elas es-
tarão disponíveis a tempo de poder influenciá-lo. Informações mais antigas 
tendem a ser menos úteis aos usuários, porém não podemos dizer que se fa-
zem totalmente sem utilidade; alguns usuários podem se valer de informações 
mais remotas para traçar e validar tendências. Em relação ao uso das informa-
ções, Nyiama e Silva (2013, p. 107) citam que “de maneira geral, existe uma re-
lação entre o fato de a informação ser muito antiga e sua menor utilidade”.
• Compreensibilidade: essa característica permite que os usuários, de posse de 
conhecimentos básicos a respeito de contabilidadee das atividades econômi-
cas, entendam as informações. Nyiama e Silva (2013, p. 107) complementam 
revelando que “alguns fenômenos são por natureza complexos e não podem 
ser facilmente compreendidos; nem por isso devem ser omitidos”.
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Podemos, assim, representar as características de melhoria como segue:
Características Qualitativas
de Melhoria
Comparabilidade Verificabilidade Tempestividade Compreensibilidade
Fonte: NIYAMA; SILVA, 2013. (Adaptado).
Neste capítulo vimos que a atuação do profissional contábil deve ser pautada 
por algumas normas trazidas pelos princípios de contabilidade. Vimos também que as 
empresas estão sujeitas a elaborar e publicar os demonstrativos exigidos por lei e que, 
mesmo não havendo essa obrigatoriedade, muitas o fazem por facilitar os demais pro-
cessos da entidade. Por fim, conhecemos as características que as informações devem 
possuir para que se tornem efetivamente úteis aos seus usuários.
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Referências
CFC – CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Resoluções e Ementas da CFC. [S.d.]. 
Disponível em: <www1.cfc.org.br/sisweb/sre/detalhes_sre.aspx?Codigo=2010/001282>. 
Acesso em: 06/04/2017.
______. Resolução CFC no 750/1993. Disponível em: <www1.cfc.org.br/sisweb/sre/deta-
lhes_sre.aspx?Codigo=2010/001282>. Acesso em: 05/04/2017.
CPC – COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS. CPC 00 – Estrutura Conceitual 
para Elaboração e Divulgação de Relatório Contábil-Financeiro. Disponível em: <www.
cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=80>. 
Acesso em: 04/04/2017.
______. CPC 26 – Apresentação das Demonstrações Contábeis. Disponível em: <www.cpc.
org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=57>. Acesso 
em: 06/04/2017.
ERNST & YOUNG; FUNDAÇÃO INSTITUTO DE PESQUISAS CONTÁBEIS, ATUARIAIS E 
FINANCEIRAS. Manual de normas internacionais de contabilidade: IFRS versus normas 
brasileiras. São Paulo: Atlas, 2010.
ÍNTEGRO. In: Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa. [S.d.]. Disponível em: <diciona-
riodoaurelio.com>. Acesso em: 06/04/2017.
MARION, J. C. Contabilidade empresarial. 17. ed. São Paulo: Atlas, 2015.
MARTINS, E. et al. Manual de contabilidade societária. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2013.
NYIAMA, J. K.; SILVA, C. A. T. Teoria da contabilidade. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2013.
REIS, A. C. R. Demonstrações contábeis: estrutura e análise. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2009.
RIBEIRO, O. M. Contabilidade básica. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2009.
TEMPESTIVO. In: Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa. [S.d.]. Disponível em: <dicio-
nariodoaurelio.com>. Acesso em: 06/04/2017.
3 Balanço Patrimonial (BP) 
Bruna Borsetto Maiellaro
Neste capítulo vamos estudar o Balanço Patrimonial (BP) e tratar de cada um dos 
grupos de contas que compõem esta que é considerada a principal demonstração contábil. 
Quando falamos em balanço lembramos de balança, de equilíbrio, de dois pratos 
de uma balança alinhados, e o termo balanço, de Balanço Patrimonial, trata justa-
mente disso, da igualdade entre os valores de ativos e passivos de uma entidade, con-
ceitos que começaremos a conhecer em profundidade.
Aprenderemos a elaborar o Balanço 
Patrimonial (BP) de uma organização, pas-
sando por sua estrutura, as principais contas 
que o compõem e a forma em que estão dis-
postas no demonstrativo, qual a finalidade 
dessa disposição; além disso, entenderemos 
o processo de análise do BP e de que maneira 
essa análise auxilia a tomada de decisão.
3.1 Relevância do Balanço Patrimonial (BP) e plano de contas 
O Balanço Patrimonial traz a posição estática da 
situação financeira e patrimonial de uma entidade. 
Estática porque, assim como uma foto, reflete a reali-
dade de um momento específico, ou seja, de determinada 
data. Para Reis (2009, p. 68), “o Balanço Patrimonial [...] é 
uma apresentação estática, sintética e ordenada do saldo 
monetário de todos os valores integrantes do patrimônio 
de uma empresa em determinada data”. 
Porém, com o decorrer dos dias e o desenrolar das atividades da entidade, a com-
posição desse patrimônio se altera, e cabe ao Balanço Patrimonial evidenciar a forma 
como ele está estruturado em diversos períodos de tempo, como uma sequência de 
fotos, e, consequentemente, possibilitar a análise da situação financeira da entidade.
Assim, esse registro patrimonial deve ser feito de maneira ordenada, e isso se dá 
por meio das contas elencadas no plano de contas, que permite o registro e o controle 
de todos os fatos que levam à alteração da composição patrimonial de uma entidade. 
Por esses motivos, o Balanço Patrimonial e o plano de contas são tão relevantes.
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“Plano de contas é um conjunto de contas, diretrizes e normas que disciplinam as tarefas do setor 
de contabilidade, objetivando a uniformização dos registros contábeis” (RIBEIRO, 2009, p. 43).
Passaremos então ao estudo dessas contas e sua disposição até chegar ao 
Balanço Patrimonial.
3.1.1 Importância do Balanço Patrimonial
Vimos que o termo balanço, do Balanço Patrimonial, remete à igualdade de valo-
res entre o total dos ativos e passivos de uma entidade.
Ativos são os bens e direitos que uma entidade possui. Já os passivos correspondem às obriga-
ções, às dívidas dessa mesma entidade.
No entanto, é preciso saber a que se refere o termo patrimonial: ele diz respeito 
ao patrimônio da entidade e, segundo Ribeiro (2009, p. 11), “é o conjunto de bens, 
direitos e obrigações de uma pessoa, avaliado em moeda”. Assim temos que:
Bens
Direitos
Obrigrações
Patrimônio
Fonte: RIBEIRO, 2009, p. 11. (Adaptado).
Nesse âmbito vale delimitar o que vêm a ser bens, direitos e obrigações.
Bens: são os itens que uma pessoa ou entidade possuem para suprir algum 
tipo de necessidade dela ou de terceiros, como máquinas, estoques de mercadorias, 
dinheiro, estoque de matéria-prima, terrenos, imóveis, veículos etc.
Direitos: são os valores que a entidade tem para receber de terceiros, valores que 
ela tem o direito de cobrar de alguém com o qual se relaciona. Normalmente esses 
direitos se originam das vendas dos produtos e/ou serviços oferecidos pela entidade. 
Porém, podem ter origem também em transações como aluguéis e até mesmo na 
negociação de outros itens como imóveis e veículos de sua propriedade.
Obrigações: são os valores que a empresa deve para alguém, que tem a obriga-
ção de pagar a terceiros. Normalmente essas obrigações se referem às compras de 
mercadorias e matéria-prima. Porém, podem ter origem também em transações como 
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aluguéis e até mesmo na negociação de outros itens e na contratação de serviços peri-
féricos às atividades-fim da entidade. Podemos citar como exemplo os salários, os for-
necedores, os empréstimos etc.
Uma vez compreendido o que vem a ser o patrimônio de uma entidade, vale des-
tacar que esse patrimônio pode ser descrito também como o total de ativos, passivos 
e patrimônio líquido. Para Marion (2015), ativos são todos os bens e direitos de uma 
entidade que possam ser medidos em valores financeiros (moeda) e que representem 
benefícios atuais, ou futuros, para ela; ou seja, é a forma como a entidade aplica seus 
recursos e está representada no lado esquerdo do Balanço Patrimonial. Já os passivos 
são as obrigações da entidade, as quais podem ser exigíveis ou não exigíveis. No pri-
meiro caso, trata-se daqueles valores que ela deve para terceiros e, portanto, são pas-
síveis de cobrança. Já os não exigíveis, segundo Marion (2015), são as obrigações que a 
entidade tem com seus proprietários e que, portanto, não serão reclamadas enquanto 
ela estiver operando; esses valores são agrupados nas contas de patrimônio líquido. 
Assim, passivo, seja exigível, seja não exigível, é a fonte, a origem de recursos de uma 
entidade e está representada no lado direito do Balanço Patrimonial.

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