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FACULDADE DE VENDA NOVA DO IMIGRANTE ENFERMAGEM EM NEFROLOGIA LUTIGARDY APARECIDA ESTÁCIO SILVA A IMPORTÂNCIA DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO PACIENTE COM DOENÇA RENAL CRÔNICA EM TRATAMENTO HEMODIALÍTICO RUSSAS - CE 2021 A IMPORTÂNCIA DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO PACIENTE COM DOENÇA RENAL CRÔNICA EM TRATAMENTO HEMODIALÍTICO Lutigardy Aparecida Estácio Silva Declaro que sou autor (a) ¹ deste Trabalho de Conclusão de Curso. Declaro também que o mesmo foi por mim elaborado e integralmente redigido, não tendo sido copiado ou extraído, seja parcial ou integralmente, de forma ilícita de nenhuma fonte além daquelas públicas consultadas e corretamente referenciadas ao longo do trabalho ou daqueles cujos dados resultaram de investigações empíricas por mim realizadas para fins de produção deste trabalho. Assim, declaro, demonstrando minha plena consciência dos seus efeitos civis, penais e administrativos, e assumindo total responsabilidade caso se configure o crime de plágio ou violação aos direitos autorais. (Consulte a 3ª Cláusula, § 4º, do Contrato de Prestação de Serviços). RESUMO- A doença renal crônica é caracterizada como uma lesão no parênquima renal, causando uma diminuição funcional dos rins por um período igual ou superior a três meses. Diante de uma doença grave como esta, é muito importante que a equipe de enfermagem esteja apta para prestar um cuidado adequado e de qualidade. O objetivo geral da pesquisa é descrever a importância da equipe de enfermagem no tratamento de pacientes com doença renal crônica (DRC). Os específicos são: analisar os cuidados de enfermagem à pessoa com DRC, compreender quais os reais aspectos da doença na vida do paciente e como a enfermagem pode contribuir para uma melhor qualidade de vida. O presente estudo trata-se de uma revisão bibliográfica realizada por meio de pesquisa de artigos científicos por categorização O profissional enfermeiro é um dos profissionais mais importantes nessa modalidade de tratamento, seja prestando a assistência em si, ou até mesmo fornecendo as orientações necessárias, aplicando a educação em saúde. Sendo a hemodiálise um tratamento que gera grandes sofrimentos ao paciente, é muito importante que o enfermeiro esteja apto a prestar cuidados adequados. PALAVRAS-CHAVE: Doença Renal. Hemodiálise. Assistência de Enfermagem. 1. INTRODUÇÃO A Doença Renal Crônica (DRC), resultante de lesão do parênquima renal e/ou da diminuição da função dos rins, por um período igual ou superior a três meses, pode acometer indivíduos em todas as faixas etárias, porém é mais frequente em pessoas idosas. Dentre as doenças que mais lesionam os rins, destacam-se a hipertensão arterial sistêmica (HAS), o diabetes mellitos (DM) e a glomerulonefrite (RIEGEL e ALCADE, 2018). O tratamento da Doença Renal Crônica depende do progresso da doença, que pode ser conservador com o uso de medicamentos, dietas e restrição hídrica, ou terapias de substituição renal, como hemodiálise, dialise peritoneal ou transplante renal (ROSO et. al., 2013). A hemodiálise é um procedimento que realiza a filtragem do sangue, em que uma membrana artificial é o elemento principal de um dispositivo chamado dialisador, comumente conhecido por “rim artificial”, por onde o sangue passa e é depurado. Esse processo é controlado por uma máquina, e esse conjunto (máquina + dialisador) faz parte do trabalho que o rim doente não pode fazer (MERCADO MARTINEZ, et. al., 2015). Pilger (2010) afirma que os usuários em hemodiálise sofrem várias alterações no seu cotidiano, as quais demandam adaptação e enfrentamento por parte deles e de seus familiares. Nesse contexto, a hemodiálise aliada ao avanço da doença renal conduz a limitações e danos na saúde psíquica, física, funcional, no bem-estar, na interação social e satisfação dos indivíduos que dependem deste tratamento dialítico para se manterem vivos. Desta forma, Rosetti (2015) considera que o cuidado de enfermagem em hemodiálise é complexo e especializado, exigindo estrutura física apropriada, além de profissionais capacitados para uma prática assistencial segura, as quais se não respeitadas, poderão causar danos ao paciente. Bittar (2006, apud SOUSA, et al. 2019) cita que para atuar com eficiência nesse contexto, o enfermeiro precisa compreender como a doença e o tratamento afetam o paciente e como ele as interpreta, e através da detecção de possíveis problemas implementar as intervenções necessárias, a fim de proporcionar a esses pacientes um ambiente mais acolhedor, que os auxilie no enfretamento da situação vivenciada, os quais para melhor assistência a estes pacientes, fazem uso da Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) como método de trabalho. Este trabalho tem como objetivo geral descrever a importância da equipe de enfermagem no tratamento de pacientes com doença renal crônica (DRC). Os específicos são: analisar os cuidados de enfermagem à pessoa com DRC, compreender quais os reais aspectos da doença na vida do paciente e como a enfermagem pode contribuir para uma melhor qualidade de vida. Assim, este estudo reafirma a importância da enfermagem no cuidado da doença renal crônica, permitindo aos profissionais o reconhecimento da assistência prestada, organização no trabalho, autonomia para tomada de decisões e, sobretudo, a qualidade assistencial, focada no cuidado integral e individual. Em detrimento ao exposto acima, justifica a relevância do estudo entendendo que a equipe de enfermagem é empoderada para oferecer um cuidado sistematizado, de qualidade e humanizado, ressaltando que o tratamento adequado diminui o risco de possíveis complicações além de oferecer conforto ao paciente. O presente estudo trata-se de uma revisão bibliográfica realizada por meio de pesquisa de artigos científicos por categorização nas seguintes bases de dados: Scientific Electronic Library Online (Scielo), Biblioteca Virtual de Saúde (BVS), Google Acadêmico e Bibliotecas Virtuais de Universidades Brasileiras. Como critério de inclusão, a literatura foi selecionada por: publicações nos últimos 10 anos, conteúdo de acordo com o tema da pesquisa e artigos em português publicados na íntegra. 2. DESENVOLVIMENTO Os rins são órgãos fundamentais para a manutenção da homeostase do corpo humano. Assim, não é surpresa constatarmos que, a diminuição progressiva da função renal, implique em comprometimento de essencialmente todos os outros órgãos. A função renal é avaliada pela filtração glomerular (FG) e a sua diminuição é observada na Doença Renal Crônica (DRC), associada à perda das funções regulatórias, excretórias e endócrinas do rim (BASTOS, 2010). Na fase inicial das nefropatias, grande parte das pessoas se apresentam assintomáticas, com isso dificulta o diagnóstico precoce, que proporcionaria maior efetividade da terapêutica aplicada (MELO, 2013). Em meio à população geral, os grupos alvos mais suscetíveis de manifestarem tais patologias são: Indivíduos com hipertensão arterial, os que apresentam diabetes, tanto do tipo1 quando do tipo 2, idosos, tabagistas, pessoas com obesidade, com índice de massa corporal acima de 30kg/m², histórico familiar de DRC e cardiovascular (COSTA, et. al., 2014). A Doença Renal Crônica (DRC) caracteriza-se pela redução progressiva e irreversível da função renal, e pode manifestar-se por alterações na frequência e volume urinários, edema, hipertensão arterial, fraqueza, fadiga, anorexia, náuseas, vômitos, insônia, cãibras, prurido, palidez cutânea, confusão, sonolência e coma (ROSO, et. al., 2013). Mais precisamente, no primeiro momento são prescritos medicamentos e indicado mudança nos hábitos alimentares. Com o decorrer do desenvolvimento da doença, torna-se necessária a aplicaçãoda terapia renal substitutiva (TRS), que compreende: a diálise peritoneal (DP), a hemodiálise (HD) e por último o transplante renal (TR) (CRUZ et al., 2016). A hemodiálise é o tratamento terapêutico mais utilizado na DRC e é acompanhado de inúmeras restrições de vida tais como, restrições alimentares, de atividades diárias básicas, e sociais. A forma ativa do tratamento é realizada em hospitais ou unidades especializadas, onde o usuário necessita dispor de cerca de quatro horas por dia, durante três vezes por semana, o que implica diretamente na sua qualidade de vida (STUMM, et. al., 2019). O tratamento por hemodiálise juntamente com a progressão da doença renal crônica, causam limitações e prejuízos nos estados de saúde mental, física, funcional, bem-estar geral, interação social e satisfação de pacientes. Essas limitações, principalmente de ordem física, aumentam com o avançar da idade, pois os idosos apresentam a fragilidade decorrente do processo de envelhecimento e estão mais sujeitos à ocorrência de múltiplas comorbidades. Esta modalidade terapêutica, na maioria das vezes, gera frustração e limitações, uma vez que é acompanhada de diversas proibições, dentre elas a manutenção de uma dieta específica associada às restrições hídricas e a modificação na aparência corporal (KIRSZTAJN, 2011). Segundo Dalles e Lucena (2012), as queixas mais frequentes em pacientes submetidos à hemodiálise são: dores e náuseas, tendo causas diversas. Os autores reforçam que essas alterações podem ser potencializadas por modificações súbitas no equilíbrio hidroeletrolítico, que podem desencadear hipotensão e síndrome do desequilíbrio. A condição crônica e o tratamento hemodialítico são fontes de estresse e podem ocasionar problemas como isolamento social, perda do emprego, dependência da Previdência Social, limitações de locomoção e lazer, diminuição da atividade física, necessidade de adaptação à perda da autonomia, alterações da imagem corporal e toma consciência da perda de autonomia para viver no mundo, consigo, com os outros, perdendo a esperança na continuidade de sua própria vida. Isso porque as doenças crônicas se caracterizam pelo fato de não terem cura ou serem de duração prolongada, e, a longo e/ ou curto prazo, conduzem à morte (BOSENBECKER, et. al., 2015). O enfermeiro pode ajudar a desenvolver uma sensação de bem-estar, esperança, aquisição de confiança, melhor adaptação à doença, liberdade e autonomia para fazer escolhas sábias e que privilegiem uma consequente melhoria da qualidade de vida (CALDERAN, et. al., 2013). Muniz (et al., 2015) vem ressaltar que a equipe de enfermagem que conhece a realidade e as necessidades dos pacientes contribuem com uma assistência mais eficaz e humanizada aos pacientes renais crônicos, desempenhando assim um papel de relevância entre seus clientes. As pesquisas realizadas por Ruback (2016) são bastante peculiares e diferenciam-se dos demais trabalhos analisados, por realizar um estudo sobre os cuidados que a equipe de enfermagem deve ter em monitorar e orientar os pacientes sobre a ingestão de proteína, sódio, potássio, assim como ter o controle da ingestão hídrica. Desse modo, pode-se inferir que a Sistematização de Assistência de enfermagem, é um instrumento metodológico e sistemático para a melhoria da qualidade de vida e, principalmente, da assistência oferecida aos portadores de insuficiência renal crônica. Frazão (et al., 2014) cita que, personalizar o cuidado a cada indivíduo inclui conhecer a família do paciente, este fator primordial proporciona ao enfermeiro subsídios para orientá-la, suprir as suas dúvidas e amenizar seus anseios, já que a doença afeta também aos familiares. Além do mais, possibilita a troca de experiências, vínculo, e promovendo uma melhor adesão ao tratamento por parte do paciente renal, e consequentemente melhorando a qualidade de vida e fortalecimento dos vínculos familiares. Por estar em constante contato com o paciente e família e também os demais membros da equipe multiprofissional, o enfermeiro é o profissional responsável por orientar o paciente e a família sobre a doença, sobre as suas implicações e limitações, assim como dar informações em relação ao plano terapêutico, os aspectos técnicos do processo e os possíveis problemas emocionais que o paciente venha a apresentar. 3. CONCLUSÃO Os estudos analisados permitiram identificar que há uma grande necessidade de prestar uma assistência humanizada aos pacientes renais crônicos pelos os profissionais que atuam na área da enfermagem, possibilitando métodos a utilização dos mais diversos instrumentos e técnicas para o alivio da dor. O primeiro cuidado de enfermagem ao paciente renal crônico é sem dúvida o acolhimento. Neste acolhimento, é importante uma postura receptiva assumida pelo profissional de enfermagem, onde o mesmo precisa exercer a humanização no seu atendimento. Deste modo, o enfermeiro deve ter a compreensão de que a enfermagem é uma experiência vivida entre seres humanos. Sabendo de todas alterações e dificuldades vividas pelos pacientes com doença renal crônica, é necessário que o enfermeiro construa uma visão assistencial holística para que desta forma consiga alcançar os objetivos recomendados e então construir uma relação de troca e confiança com os pacientes e seus familiares, podendo assim obter uma assistência eficaz, minimizando possíveis intercorrências que possa surgir, considerando que uma orientação eficiente e uma assistência satisfatória irão refletir de forma positiva na vida dos pacientes. Desta forma, este estudo indica que o cuidado de enfermagem aos clientes dependentes de hemodiálise deve transcender o tratamento tradicional, atendendo as especificidades do cliente como um todo, contribuindo, assim, para melhorias na qualidade de vida destes indivíduos. 4. REFERENCIAS RIEGEL, F., SERTÓRIO, F. C., SIQUEIRA, D. S. Nursing interventions in relation to hemodialysis complications. Rev. Enferm UFPI 2018; 7(1): 63-70. 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