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Inserir Título Aqui Inserir Título Aqui Saúde Mental da Criança e do Adolescente Práticas do Educador e Profissional da Saúde Diante dos Transtornos Mentais na Infância e Adolescência Responsável pelo Conteúdo: Prof.ª Me. Carla Rizzo Revisão Textual: Prof.ª Dr.ª Selma Aparecida Cesarin Nesta unidade, trabalharemos os seguintes tópicos: • O Impacto dos Transtornos Mentais na Escola; • O Reconhecimento dos Sintomas de Transtornos Mentais no Contexto Educacional, Clínico e Possíveis Intervenções Clínicas e Educacionais. Fonte: Getty Im ages Objetivos • Compreender os prejuízos dos transtornos mentais na infância e no período da adolescência; • Estudar os sintomas relacionados ao Transtorno de Conduta, Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade, Transtorno de Ansiedade e Transtorno do Espectro Autista; • Reconhecer a importância do estudo aprofundado sobre os Transtornos Mentais para a melhoria nos atendimentos nas Áreas de Educação e Saúde. Caro Aluno(a)! Normalmente, com a correria do dia a dia, não nos organizamos e deixamos para o úl- timo momento o acesso ao estudo, o que implicará o não aprofundamento no material trabalhado ou, ainda, a perda dos prazos para o lançamento das atividades solicitadas. Assim, organize seus estudos de maneira que entrem na sua rotina. Por exemplo, você poderá escolher um dia ao longo da semana ou um determinado horário todos ou alguns dias e determinar como o seu “momento do estudo”. No material de cada Unidade, há videoaulas e leituras indicadas, assim como sugestões de materiais complementares, elementos didáticos que ampliarão sua interpretação e auxiliarão o pleno entendimento dos temas abordados. Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discussão, pois estes ajudarão a verificar o quanto você absorveu do conteúdo, além de propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e aprendizagem. Bons Estudos! Práticas do Educador e Profissional da Saúde Diante dos Transtornos Mentais na Infância e Adolescência UNIDADE Práticas do Educador e Profi ssional da Saúde Diante dos Transtornos Mentais na Infância e Adolescência Contextualização Para começarmos o estudo desta Unidade, caro(a) aluno(a), vamos refletir sobre a afirmação de Pereira (2013, p. 11): Apesar da aproximação entre serviços de Saúde mental e educação, esta ainda é incipiente. A literatura mostra que o conhecimento em grupos da comunidade como familiares, professores e outros profis- sionais de educação sobre Saúde mental facilita a identificação preco- ce e o tratamento de crianças com problemas de Saúde mental. Segundo o relatório da conferência “Surgeon General’s on Children’s Mental Health” (28), as Escolas são reconhecidas como o local mais importante para oferecer cuidados com a Saúde mental aos jovens e para reforçar a busca aos serviços de Saúde. Faço das palavras de Pereira (2013) as minhas: as Escolas devem estar mais próximas dos Profissionais da Saúde, vez que a aproximação entre os Serviços de Saúde mental e as Unidades Escolares têm obtido sucesso quando realizada. Entretanto, faço ressalvas em relação ao processo excessivo da Medicalização em crianças e em jovens que apresentam algum quadro de transtorno mental: vários médicos propõem a prática medicamentosa como metodologia preventiva na área da Saúde mental, acreditando assim, que podemos evitar comportamentos indesejáveis no futuro de muitas crianças e adolescentes, principalmente, aqueles que fogem do padrão esperado pela Escola e pela família. Concordo com o que foi explicado no artigo científico Medicalização dos Modos de Ser e de Aprender, escrito por Christofari, Freitas e Baptista (2015): A diversidade humana tem sido diariamente produzida por um amplo processo de medicalização, atribuindo aos indivíduos uma série de rótulos e classificações, inserindo-os em uma rede de explicações pa- tológicas. Medicalização é um dispositivo que transforma problemas políticos, sociais e culturais em questões pessoais a serem tratadas ou medicadas. Isola-se o indivíduo de um contexto para analisar em deta- lhes suas particularidades e torná-las patológicas. Produz-se um modo de olhar para o outro como se ele fosse uma simples somatória de características biológicas e comportamentais, ambas tomadas como ponto de partida para a definição da presença de possíveis patologias. As questões comportamentais, ou os chamados desvios de conduta, tornam-se sintomas patológicos na medida em que a racionalidade médica, sobretudo o discurso médico-clínico, se faz presente em todos os campos da vida e se expande pelas diferentes práticas educativas. Nas primeiras décadas do Século XX, com a intensificação das prá- ticas higienistas no Brasil e com a inserção destas na Escola, atua-se de modo a prevenir maus hábitos. Para tanto, a manutenção da Saú- de seria possível por meio do cuidado dirigido às condições de vida, às relações sociais entre adultos e crianças e às relações familiares. Nesse sentido, a família passa a ser compreendida como forte influ- ência sobre o desenvolvimento da criança, sobretudo em relação ao 6 7 desenvolvimento Escolar, tanto como transmissora de genes suposta- mente saudáveis, frágeis ou doentes; como produtora de condutas que poderiam justificar a julgada incapacidade do indivíduo de se adaptar às condições sociais nas quais está inserido. O que você pensa sobre os prejuízos dos transtornos mentais na vida acadêmica das crian- ças e adolescentes, a Medicalização na Escola e as intervenções realizadas no interior da Escola ou Clínicas? Vamos estudar e aprofundar a temática em questão? Convido você a realizar um mergulho nos estudos relacionados à identificação dos sintomas dos Transtornos Mentais mais frequentes nas Escolas e possíveis manejos que podem ser utilizados nas salas de aulas ou clínicas. Ótimo estudo e reflexão! 7 UNIDADE Práticas do Educador e Profi ssional da Saúde Diante dos Transtornos Mentais na Infância e Adolescência O Impacto dos Transtornos Mentais na Escola 10 a 20% das crianças e adolescentes brasileiros apresentam algum tipo de transtorno mental? Pode-se afirmar que o Brasil enfrenta um quadro epidemiológico muito sério. Segundo Vieira et al. (2016), um desses estudos envolvendo crianças e jovens entre 7 a 14 anos, vivendo na Região Sudeste do Brasil, indicou que um a cada oito alunos ma- triculados na Escola tem algum problema ou dificuldade, necessitando de atendimento especializado na área de Saúde mental: Além da alta prevalência, o impacto dos transtornos psiquiátricos na vida do indivíduo – aferido pelo Índice de Incapacidade por Doença (Global Burden of Disease) – é considerado o mais prejudicial den- tre todos os problemas médicos na população dos 10 aos 24 anos. A situação no Brasil é particularmente alarmante se considerarmos a proporção continental do País e as enormes diferenças culturais e sociais entre as suas regiões. Figura 1 Fonte: Getty Images Neste sentido, o alto índice de problemas relacionados à Saúde mental de crianças ou adolescentes brasileiros tem causado forte impacto no cotidiano Escolar. É frequente que educadores, psicólogos, neuropediatras, psicopedagogos e fonoaudi- ólogos se deparem com alunos que têm algum tipo de problema emocional/comporta- mental, dificuldades de aprendizagem, transtornos específicos de aprendizagem, baixo rendimento acadêmico, déficit de atenção, problemas cognitivos, alto índice de agressi- vidade e violência, ansiedade, depressão, problemas legais na Justiça por violência ou comportamentos antissociais e transtornos do espectro autista, entre outros. 8 9 A problemática relatada acima traz muitos prejuízos à Saúde mental dos professores. Será que a Sociedade global, moderna e capitalista está adoecida, lembrando-se de que a Escola é uma importante instituição social? Vamos assistir ao vídeo do jornalista Hélio Moura: Saúde dos Professores.Bloco 1: Reali- dade em Pauta. Esse vídeo também será utilizado para as questões relacionadas às Ativida- des de Sistematização desta Unidade. Disponível em: https://youtu.be/Rz4GtZrt9wE É possível que os Transtornos Mentais dos alunos tenham forte impacto na vida pro- fissional dos professores, porém poucos estudos foram realizados sobre a influência das Doenças Mentais no próprio aluno e em seus professores. Para Penteado e Souza Neto (2016, p.10), “A atenção ao cuidado, à Saúde e ao bem- -estar na Escola não deve se restringir ao alunado, mas deve incluir o professorado e as relações formativas nas quais estes estão envolvidos”. Segundo Penteado e Souza Neto (2016), faz-se necessário ampliar o debate sobre as relações sociais, a organização do trabalho docente e as questões relacionadas ao pro- cesso Saúde-doença-cuidado na docência. Com isso, percebe-se a necessidade de o Brasil aumentar o número de profissionais com formação específica em Psiquiatria, Psicologia e Pedagogia da infância e adolescên- cia, vez que nossas crianças e adolescentes têm recebido pouca atenção e os diagnósti- cos ainda são muito imprecisos sobre esses transtornos. Atualmente, existe um elevado número de queixas trazidas pelos profissionais que atuam em Escolas e também grande encaminhamento de crianças e adolescentes para atendimentos psicológicos ou médicos em Instituições Públicas ou Clínicas particulares. Quais serão os efeitos da elaboração desses diagnósticos em transtornos mentais, da uti- lização maciça de medicamentos que tentam modelar o comportamento e dos possíveis estigmas enfrentados por essas crianças e jovens na Escola e na vida? Agora, vamos assistir à brilhante palestra do Pediatra e Sanitarista Dr. Daniel Becker: Crianças, já para fora. TEDxLaçado. Esse vídeo também será utilizado para as questões relacionadas às Atividades de Sistematização desta Unidade. Disponível em: https://youtu.be/1Kxffmj78Os Figura 2 Fonte: Getty Images 9 UNIDADE Práticas do Educador e Profi ssional da Saúde Diante dos Transtornos Mentais na Infância e Adolescência O Dr. Daniel Becker deixa bem claro que a instituição família está cometendo “alguns pecados” cruciais quando se trata de cuidar, proteger e educar seus filhos. Não estou afirmando que o desenvolvimento dos transtornos mentais em crianças e adolescentes é culpa da família, mas alertando que esta também tem papel preponde- rante na constituição do sujeito e na formação da personalidade de seus filhos. Qual a concepção que você tem a respeito do papel da família na constituição e na forma- ção da personalidade das crianças e adolescentes? Faço minhas as palavras do livre docente e Doutor Eduardo Carlos Bianca Bittar (2007, p. 602): Com a crescente individualização da vida contemporânea, o lar perde um tanto de seu significado. Com isso, os pais, indivíduos sobrecar- regados por jornadas de trabalho informais e jornadas flexíveis, mas que ocupam mais tempo que a jornada de trabalho regulamentada, e ocupados com questões ligadas à afirmação de seu egocentrismo, de- positam sobre as instituições sociais algumas tarefas antes considera- das especialmente das famílias. Nesse sentido, há uma transmissão de responsabilidade à Escola, em cujo contrato “deve” estar embutida a responsabilidade por alimentar, suprir afetivamente, moldar o caráter, preparar para o vestibular, domesticar a fúria infantil, curar os desvios psíquicos, entre outros. É impressionante como os Educadores e os Profissionais da Saúde levantam como hipótese que o enfraquecimento das Instituições relacionadas à identidade familiar traz como resultado a desestruturação do indivíduo e, consequentemente, falta de referência emocional, cognitiva e social para muitas crianças e adolescentes. Essa crise de identidade familiar pode estar relacionada ao mal-estar moral, ético e psicológico que acomete muitas crianças e jovens do mundo global e moderno. Nesse contexto, infelizmente, as crianças e os adolescentes passam a ser, basicamen- te, socializados pela Escola. Assim, explica PROST (1992 p. 61-114.): A família perde gradualmente as funções que a caracterizavam como microssociedade. A socialização dos filhos deixou de ser parte da es- fera doméstica. A família, portanto, deixa de ser instituição para se tornar um simples ponto de encontro das vidas privadas. (...) A afirmação da vida privada de cada indivíduo corrói internamente a instituição familiar. (...) A relação do indivíduo com a família se inverteu. Hoje, exceto na maternidade, a família não é senão a reunião dos indivíduos que a compõem nesse momento; cada indivíduo tem sua própria vida priva- da e espera que esta seja favorecida por uma família do tipo informal. 10 11 Figura 3 Fonte: Getty Images A Escola e os profissionais que nela atuam ainda não conseguem, por falta de infor- mações ou orientação especializada, lidar com os inúmeros problemas de ordem emo- cional e comportamental de muitas crianças e adolescentes. O professor, infelizmente, acaba interpretando a maioria desses problemas psico- lógicos ou de personalidade como transtorno mental ou vice-versa, desconsiderando quando realmente existe o transtorno. Isso pode gerar um grande problema, ou seja, encaminhamentos desnecessários para os consultórios de psiquiatras ou neuropediatras que acabam recorrendo à utiliza- ção de medicamentos. Em geral, a ideia desses profissionais é prevenir ou tratar comportamentos indesejá- veis, tais como: ansiedade, agitação sem precedentes, hiperatividade frenética e déficit de atenção, entre outros. Talvez, a simples utilização de Estratégias Pedagógicas ou bons Processos Terapêuti- cos pudessem resolver parte dos problemas relacionados aos Transtornos Mentais (quan- do sem gravidade) sem tanta medicalização. É importante ressaltar que os Transtornos Mentais não tratados ou negados pela família são muito prejudiciais também, mas será que não está existindo um exagero por parte de alguns profissionais da Medicina? Reflita sobre um trecho do artigo científico: Medicalização dos Modos de Ser e de Aprender (CHRISTOFARI; FREITAS; BAPTISTA, 2015): Transforma-se, desse modo, algo que diz respeito à relação pedagó- gica em supostos distúrbios, como temos visto atualmente com diag- nósticos de dislexia, déficit de atenção e hiperatividade, entre outros. Crianças que em uma dada época eram tidas como levadas, sapecas, introvertidas, agitadas, teimosas e/ou indisciplinadas agora são diag- nosticadas com os mais diversos transtornos, déficits e desvios. 11 UNIDADE Práticas do Educador e Profi ssional da Saúde Diante dos Transtornos Mentais na Infância e Adolescência Atualmente essa distorção, esse grande hall de rotulações, direcio- na-se a todas as crianças, independente de sua classe econômica. Filhos de pais alcoólatras, drogados, crianças oriundas de famílias de- sestruturadas, com pais ausentes: essas crianças têm seu histórico de vida analisado como causadores de seu suposto fracasso Escolar. Uma condição de vida considerada desregrada torna-se justificativa de provável fracasso e, desse modo, a Escola exime-se de uma análise mais abrangente e contextualizada daquilo que foi categorizado como problema de aprendizagem. Figura 4 Fonte: Getty Images Segundo Caponi (2010, p. 140), “As classificações humanas geram efeitos nos sujeitos: cada classificação, cada diagnóstico, cada tipificação de pessoas, implica uma mudança no modo como agimos, como expressamos nossas emoções e sentimentos”. Enfim, essas classificações influenciam na maneira que os indivíduos irão se constituir como sujeitos. Até que ponto, “Os comportamentos considerados inadequados” pela Es- cola, família ou Medicina são realmente transtornos de Saúde? É preciso cautela e também uma revisão dos excessos no quesito da medicalização na infância e na adolescência. Segundo Christofari, Freitas e Baptista (2015), alguns discursos sobre alunos conside- rados fora dos padrões de aluno ideal ou a suposta não aprendizagemde muitos alunos são alicerçados na concepção de uma espécie de herança familiar dos males genéticos e de conduta: No ambiente Escolar o processo de medicalização pode ser definido como prática que indicaria quais alunos estariam aptos a permanecer na Escola e a aprender na forma determinada por esta instituição. A medicalização é a produção social de doenças que justificam a su- posta não aprendizagem de uma ampla gama de alunos, os quais não se enquadram no perfil de aluno padrão. Este modo de subjetivação nos convoca a problematizar a classificação da diversidade humana, tratando desvios e distúrbios como patologias. 12 13 Figura 5 Fonte: Getty Images Figura 6 Fonte: Getty Images Faz-se necessário compreender que a temática sobre a medicalização de crianças e ado- lescentes é complexa. Para finalizar, é preciso estudar a fundo as dimensões ainda não explicadas sobre o processo de medicalização na infância e na adolescência, vez que, na Sociedade capitalista e globalizada, são pouco valorizadas as relações sociais, e o controle social é um elemento significativo para atender às necessidades do Mercado. Até que ponto, o problema do insucesso Escolar (evasão, violência, agressividade, comportamentos inadequados e déficit de atenção, entre outros) não está diretamente relacionado a questões históricas para justificar esse problema num enfoque individual, psicológico e biológico. O Reconhecimento dos Sintomas de Transtornos Mentais no Contexto Educacional, Clínico e Possíveis Intervenções Clínicas e Educacionais Convido você a conhecer como podemos identificar os transtornos mentais descritos nesta Unidade e quais intervenções podem ser realizadas no contexto escolar ou clínico para melhor atendimento das necessidades das crianças ou adolescentes que apresen- tam esses transtornos. Vamos lá?! 13 UNIDADE Práticas do Educador e Profi ssional da Saúde Diante dos Transtornos Mentais na Infância e Adolescência O Transtorno de Conduta e seus sintomas Os problemas relacionados à conduta, em geral, são muito mais informados pelas famílias e professores do que os problemas emocionais. Em muitos casos, os problemas de ordem emocional passam despercebidos aos educadores e pais, exceto quando interferem no ren- dimento acadêmico dos alunos. Para Vilhena e Paula (2017), os problemas de conduta (PDC) se definem assim: São comportamentos antissociais, mais comuns ao sexo masculino, e dividem-se em Transtorno de Conduta (TC) e Transtorno de Oposição Desafiante (TOD), caracterizados por comportamentos de insensibilida- de, relacionamento conturbado com pares, agressão física a outras pes- soas, oposição a adultos e figuras de autoridade e violação a normas. Geralmente, a criança ou o adolescente que manifesta o Transtorno de Conduta (PDC) apresenta um padrão persistente e repetitivo de comportamento que costuma transgredir ou violar os direitos dos outros ou as regras sociais. Vamos conhecer alguns dos sintomas ou comportamentos que podem manifestar-se na Escola, na família, no contexto clínico ou na Sociedade, segundo a Revisão Bibliográfica de Bongers et al., 2004; Murray et al, 2013; Teixeira et al, 2014, e Grunspun, 1999: Agressão ou intimidação às pessoas (agressividade física ou verbal, ameaças constantes, arranhões, atirar objetos, bater, beliscar, brigar, chutar, empurrar, gritar e/ou morder); requintes de crueldade com pessoas ou animais; comportamentos provocativos que desafiam ou- trem; ataques de transtorno desafiador frequente e sério, “cabular” aulas, desobediência grave; mentira para obter o que deseja ou bene- ficiar-se da situação; assaltos à mão armada, invasão de propriedade para roubar ou cometer furtos; delatar para obter vantagem; extor- são; bater carteira; arrancar bolsa; destruição deliberada de objetos ou propriedades alheias; enganar ou iludir o outro; perturbação às pessoas de forma deliberada; raiva e ressentimento pelos outros; ser vingativo e rancoroso; responsabilizar os outros por seus erros; são desprovidos de emoções e insensíveis; audácia e desrespeito a puni- ções; inteligência a seguir da média, com risco aumentado para com- portamentos criminais e uso de drogas; dificuldades de aprendizagem e, consequentemente, na vida adulta, dificuldades financeiras. Mas, professora, eu tenho muitos alunos que apresentam esses comportamentos! Então, estou diante de um aluno antissocial ou muitos alunos antissociais? Precisamos investigar, vez que o início do transtorno de conduta (PDC) pode acon- tecer já na infância, antes dos 12 anos ou na adolescência, após 12 anos, segundo Grunspun (2006): 14 15 Estes transtornos estão em nossa época, disparados na frente de to- dos os outros transtornos da infância e da adolescência, na busca de ajuda de profissionais da Saúde mental. O crescimento dos crimes, em número e gravidade, cometidos por crianças e adolescentes, tem alar- mado as sociedades, que modificam as leis sobre delinquência juvenil e tentam rebaixar a idade de responsabilidade criminal, com aumento das penas para jovens infratores, com institucionalização prolongada ou perpétua. As leis sobre a prática de atos inflacionais cometidos antes dos 18 anos costumam ser especiais, e, segundo essas leis, as crianças e os adolescentes entre 12 e 18 anos são penalmente inimputáveis, mas sujeitos a medidas especiais, garantidas pelo ECA (1990). Vamos conhecer, agora, a visão de outro estudioso, o Prof. Dr. Miguel Arroyo, que consi- dera outras hipóteses sobre os males que acometem a infância e a adolescência brasileira. Convido você a assistir à aula inaugural desse grande mestre, falando dos disparates que acontecem na Escola brasileira e como nossas crianças e jovens das classes menos favorá- veis estão destruídos emocionalmente, literalmente em cacos! Disponível em: https://youtu.be/UUhRGtTPKfM O Transtorno de Conduta: intervenções na Escola e na Clínica Estamos longe de dar conta dos transtornos de conduta entre jovens e crianças, vez que carecem de habilidades sociais e emocionais para resolverem seus problemas. Entretanto, quero compartilhar com você algumas estratégias ou práticas que poderão ser implementadas e desenvolvidas entre os profissionais da Educação e da Saúde. Intervenções na Clínica em relação aos Transtornos de Conduta No ambiente Escolar, faz-se necessário que o profissional da Saúde realize adapta- ções ao seu trabalho, para poder orientar soluções práticas aos problemas e dificuldades apresentadas pelas crianças e jovens com PDC (Problemas de Conduta). Segundo Jané (2011), o profissional da Saúde deve agir de forma indireta no contexto escolar, considerando alguns aspectos: • Conjugar seus conhecimentos e técnicas com outros profissionais que atuam no contexto Escolar, tais como o psicopedagogo, o pedagogo, o professor, o gestor educacional e o médico, entre outros; • Assessorar de forma consultiva numa perspectiva comportamental; • Orientar estratégias de mudanças comportamentais entre professor-aluno; • Trabalhar de forma multidisciplinar para instrumentalizar os professores; 15 UNIDADE Práticas do Educador e Profi ssional da Saúde Diante dos Transtornos Mentais na Infância e Adolescência • Intervir para evitar o sofrimento e a consolidação daquelas condutas antissociais, antes que interfiram na esfera relacional e funcional pessoal, familiar, Escolar e social da população infantil e juvenil. A atuação do profissional clínico deve fazer o levantamento do problema, suas ca- racterísticas, extensão e repercussões dos Transtornos de Conduta (TDC), na Escola e na família. Em seguida, promover programas que contenham Estratégias ou Técnicas que auxiliem o professor na relação com a criança ou o jovem com TDC (Transtorno de Conduta). Também é importante programar intervenções que possam suprimir os comporta- mentos indesejáveis e potencializar as condutas adequadas ao convívio social, incenti- vando a capacidade de se relacionar de forma empática e ética, considerandoo bem comum de todos, na Escola e na família. Intervenções na Escola em relação aos Transtornos de Conduta (TDC) A partir de uma avaliação psicoeducacional, explica Celina Pereira (2013), existe uma série de tratamentos disponíveis: Psicoterapias, Medicamentos, Treinamento de Habili- dades Sociais e Desenvolvimento de Programas Educacionais Transversais, para que o jovem ou a criança com TDC (Transtorno de Conduta) possa reconhecer as causas e as consequências de suas atitudes, verbalizar sentimentos e compreender a necessidade de modificar seus comportamentos. Pereira (2013, p. 22) explica que é necessário compreender que não existe uma re- ceita pronta para o professor evitar os transtornos de conduta em sala de aula, mas a estudiosa propõe algumas estratégias educacionais: • Desenvolver relacionamento consistente e de confiança com a criança, mostrando que seu interesse é ajudá-la e não recriminá-la; • Identificar o objetivo do comportamento da criança para tentar orientá-la sobre formas positivas de conseguir algo que deseja; • Perceber se o comportamento negativo é um problema do aluno ou uma reação des- proporcional a um ambiente inadequado. Se a causa estiver no ambiente, agir apenas com a criança pode piorar seu comportamento, porque pode sentir-se injustiçada; • Estabelecer rotinas e regras claras de comportamento para o aluno; • Valorizar os comportamentos positivos quando os mesmos acontecem; • Propor atividades e m duplas, ou seja, quando uma criança com comportamen- to negativo fica encarregada de ajudar ao colega , ela poderá sentir-se valoriza- da e importante; • Manter-se calmo(a) diante de uma criança ou jovem com comportamento inadequa- do ou nefasto; • Se o comportamento negativo for muito grave, permitir que o pai, cuidador ou acompanhante terapêutico fique na sala de aula por um tempo. Algumas crianças sentem vergonha de se comportar mal na frente de adultos significativos; 16 17 • Não tolerar bullying ou zombaria em sala de aula, ao contrário, incentivar compor- tamentos de gentileza e amizade. Finalizo o assunto, acrescentando algumas estratégias também interessantes, desen- volvidas durante o meu percurso profissional (RIZZO, 2019): • Ensinar técnicas de relaxamento e respiração; • Falar sobre sentimentos e emoções; • Aprender a controlar a raiva ou as reações impetuosas, através do esporte, da arte, da poesia, entre outros; • Aceitar a crítica positiva sem levar para o lado pessoal; • Pensar possíveis soluções para os conflitos, entre outros, a partir da filosofia orien- tal e ocidental. O Transtorno de Ansiedade e seus sintomas A ansiedade é inerente ao desenvolvimento humano com sofrimento suportável e, geralmente, vem acompanhada do medo. Grunspun (1999, p. 77) explica que pode aparecer a superposição em grupos de medo, inquietação, sofrimento e somatização, incapacitando a criança ou o adolescente para as atividades sociais e escolares. Vamos compreender as principais características do TAG (Transtorno de Ansiedade)? Convi- do você a assistir a Dra. Ivete Gattás, Psiquiatra e Coordenadora da UPIA da Unifesp, falando sobre o TAG Infantil. Disponível em: https://youtu.be/iPFGdS6J-7k Você gostou do vídeo? Ele é bastante elucidativo para compreendermos como pode- mos perceber os sintomas dos Transtornos de Ansiedade (TAG) na Escola e na Clínica. Segundo Nascimento e Calsa (2017), desde que o homem existe, a ansiedade está presente no comportamento humano, vez que faz parte ter sentimentos de ameaça, perigo, enfim, do que não é conhecido. No mundo contemporâneo, a ansiedade pode ser compreendida como desdobra- mentos da aceleração e processos da Sociedade pós-moderna e global, ou seja, entendi- da como “normal” para os sujeitos. Direcionando-se para o interior da Escola, estudos da Psicanálise e da Psicopedago- gia indicam que a ansiedade excessiva pode prejudicar o desempenho no Processo da Aprendizagem, ou melhor, a cognição fica abalada. Segundo Rizzo (1996), quando a emoção prevalece, a cognição está comprometida ou ofuscada. Na verdade, como explicam Soares e Martins (2010), a ansiedade é um fenômeno que está relacionado a múltiplos fatores: fisiológicos, biológicos, emocionais, cognitivos e sociais. 17 UNIDADE Práticas do Educador e Profi ssional da Saúde Diante dos Transtornos Mentais na Infância e Adolescência Assim, é comum encontrar diferenças nos sintomas conforme a faixa etária e o gênero. Entretanto, segundo Zuardi (2017), os sintomas de ansiedade na adolescência estão relacionados à manifestação de outras doenças mentais na vida adulta, como depressão, transtornos de ansiedade, utilização de drogas e bebidas, pouca eficiência na Escola e/ ou desajustamento social. Segundo Lowenthal (2013), o transtorno de ansiedade é comum na infância e na adoles- cência. A estudiosa explica que a ansiedade pode ser definida “Como sensação de medo e apreensão, caracterizada por uma tensão ou um desconforto proveniente da antecipação de uma situação desconhecida ou de um perigo”. Lowenthal (2013) explica que a ansiedade e o medo são considerados patológicos quando exagerados, quando desproporcionais em relação ao estímulo ou, ainda, quando qualitativamente diversos do que se observa como norma nessas faixas etárias: Existem diversos subtipos de transtornos ansiosos, entre eles: • transtorno de ansiedade generalizada; • transtorno de ansiedade de separação; • transtorno do pânico; • fobias específicas; • fobia social; • transtorno de estresse póstraumático. Vamos conhecer alguns dos sintomas ou comportamentos que podem manifestar-se na Escola, na família, no contexto clínico ou na Sociedade, segundo a Revisão Bibliográ- fica sobre os Transtornos de Ansiedade (TAG) de Grunspun (1999); Assis et al. (2007); Lowenthal (2013); Pereira (2013); Fernandes et al. (2014); Muniz e Fernandes (2016); Grolli; Wagner; Dalbosco (2017); Zuardi (2017); Nascimento; Calsa (2017): • Na infância, além da ansiedade prevalente, apresenta sintomas fóbicos, algumas obsessões, somatizações e sintomas depressivos; • Episódio agudo, que se inicia abruptamente, em que a criança se descontrola com emoções de medo agudo, catastrófico, agarra-se a mãe ou adulto de confiança, com gritos, choros ou soluços intercalados; • Em crianças e adolescentes pode ocorrer uma hiperatividade no sistema autonômi- co e nos mecanismos neurológicos com sintomas clínicos, alterando um órgão ou um conjunto de órgãos: » Perturbações cardíacas: palpitações, constrição na garganta, vertigem; » Perturbações respiratórias: sufocação, apneia, hiperventilação; » Perturbações digestórias: dores abdominais, vômitos, piloroespasmos, diarreias; » Perturbações urinárias: necessidade urgente de urinar; 18 19 » Perturbações motoras: tremores, rigidez muscular; » Perturbações da pele: transpiração, arrepios, ereção dos pelos; » Perturbações do Sistema Nervoso Central: cefaleia, reação de alarme catastrófico. OBSERVAÇÃO: via de regra, essa crise tem a duração de minutos, mas pode se repetir várias vezes, deixando a criança esgotada. • Preocupações excessivas com o desempenho pessoal, Escolar e profissional; • Insegurança e necessidade de aprovação e reconhecimento; • Falar demais ou de menos / comer demais ou quase nada / dormir demais, sono insatisfatório ou insônia; • Perfeccionismo exagerado; • Baixo autoconceito; • Tensão constante; • Cansar-se facilmente; • Irritabilidade; • Sintomas depressivos leves, médios ou graves; • Desajustamento Escolar e problemas na aprendizagem; • Alteração de humor e, consequentemente, possível envolvimento em situações perigosas; • A cognição pode ficar abalada, ampliando as percepções ameaçadoras de perigo e medo, fazendo com que o indivíduo não confie em sua capacidade de enfrentar a situação; • Tendência a processar informações de forma enviesada, interpretando algumas situações de forma exagerada e dramática. O Transtorno de Ansiedade: intervenções na Escola e na Clínica Quero compartilharcom você algumas estratégias e práticas que poderão ser im- plementadas e desenvolvidas entre os profissionais da Educação e da Saúde para poderem intervir de forma mais eficaz em relação aos processos de ansiedade das crianças e dos jovens. Intervenções na Clínica em relação aos Transtornos de Ansiedade No tratamento do TAG (Transtorno de Ansiedade), recomenda-se, segundo Zuardi (2017), as seguintes intervenções na Área Clínica: • Terapia cognitiva-comportamental, orientação psicodinâmica ou psicanálise para adolescentes e adultos que já sofrem há vários anos desse transtorno mental; • Orientação e aconselhamento sobre técnicas de relaxamento ou atividades físicas; • A Terapia farmacológica deve ser considerada em conjunto com a abordagem psi- coterápica quando o grau de sofrimento da criança ou adolescente for demasiado. 19 UNIDADE Práticas do Educador e Profi ssional da Saúde Diante dos Transtornos Mentais na Infância e Adolescência Intervenções na Escola em relação aos Transtornos de Ansiedade Segundo Pereira (2013), os profissionais da Escola ou professores podem intervir de algumas maneiras em sala de aula, lembrando que as intervenções e as estratégias sugeridas não substituem o tratamento orientado por profissionais especializados na Área Clínica. Vamos conhecer: • Dar apoio à família para que esta possa dialogar com seu filho sobre o que está provocando o desconforto emocional; • Identificar quais situações emocionais, sociais e de aprendizagem provocam ansie- dade na criança ou adolescente; • Família e Escola devem evitar cobranças excessivas no que diz respeito à vida aca- dêmica do aluno com transtorno de ansiedade; • No período de adaptação, caso a criança necessite que o cuidador permaneça um tempo maior na Escola, a mesma deve permitir e ir reduzindo gradualmente o tem- po de permanência do adulto; • Evitar chamar a atenção da criança que chega atrasada na aula, por conta da difi- culdade de separar-se de seu cuidador; • Antecipar e esclarecer os eventos como passeios, trabalhos extra-classe, agenda, rotina do dia, entre outros; • Permitir um tempo maior para fazer as atividades e checar suas respostas, princi- palmente para as crianças/adolescentes que têm transtornos de ansiedade genera- lizada ou transtornos compulsivos e obsessivos; • Não impedir a criança ou o jovem que tenha a necessidade de ritualizar alguma situação; • Estabelecer limites para os alunos ansiosos que saem muito da sala de aula; • Incentivar as atividades lúdicas, físicas e de relaxamento físico e mental. O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade e seus sintomas O Ministério da Saúde em parceria com o Programa Nacional TelesSaúde Brasil Redes e a Biblioteca Virtual e Saúde alertam que os Profissionais da Educação, em especial os pro- fessores, estão cometendo muitos equívocos quando encaminham crianças ou jovens para avaliação de Transtornos de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), conforme já expli- cado anteriormente. Na maioria das vezes, o problema está relacionado à falta de limites ou outros problemas de ordem psicossocial. É perceptível o despreparo desses profissionais em relação ao TDAH. Assista ao vídeo “Os cuidados com alunos que possuem TDAH, em SE”, disponível em: http://bit.ly/2MWOYdm 20 21 Segundo Grunspun (1999), são três as principais características do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH): atenção comprometida, hiperatividade e impulsividade evidente em mais de uma situação de vida, como nos relacionamentos no contexto familiar, Escola, Clínica, trabalho e vida profissional. Pereira (2013) explica que os indivíduos que tem TDAH podem mostrar um perfil predominantemente hiperativo/impulsivo, um perfil predominantemente desatento ou uma combinação de ambos (o que é o mais frequente). Os professores precisam parar de comparar as crianças mais dispersivas com aquelas que prestam mais atenção em classe. É preocupante e me parecem excessivos os números apresentados por Leonardo e Suzuki (2016, p. 47): Outro aspecto preocupante e alarmante relacionado ao TDAH, so- bretudo no âmbito Escolar, é o elevado número de crianças que estão sendo diagnosticadas com este transtorno e fazendo uso de medica- ção. No Brasil, a venda da Ritalina (nome comercial do medicamento metilfenidato, muito utilizado nos diagnósticos de TDAH) ou “dro- ga da obediência”– nome popular pelo qual ficou conhecida – foi de 70.000 caixas no ano 2000, e no ano de 2009, o número de vendas chegou a 1.700.000 caixas. “[...] no ano de 2008 gastou-se cerca de 88 milhões de reais com a compra de metilfenidato no Brasil”. (MOYSÉS; COLLARES, 2010, p. 96) Crianças e adolescentes com TDAH podem apresentar os seguintes sintomas, se- gundo Grunspun (1999); Araujo (2002); Pereira (2013); Leonardo; Suzuki (2016); Cruz, Okamoto; Ferrazza (2016): Prestar pouca atenção a detalhes / Mover pés e mãos de modo inces- sante / Cometer erros por falta de atenção / Dificuldade em se concen- trar / Dificuldade em permanecer sentado em determinadas situações (em deveres ou brincadeiras) em que isto é esperado (sala de aula, mesa de jantar, etc.) / Correr ou se dependurar em objetos frequentemente, em situações nas quais isto é inapropriado / Dificuldade em seguir as instruções / Dificuldade para manter-se em atividades de lazer até o fim ou deixar as atividades sem terminá-las / Dificuldade em se or- ganizar ou planejar com antecedência / Parecer ser movido por um “motor” sempre “ligado”/ Relutância ou antipatia para fazer deveres de casa / Falar demais / Dificuldade em realizar tarefas que exijam esforço mental por muito tempo / Perder objetos ou esquecer compromissos / Responder a perguntas antes das mesmas serem concluídas / Distrair- -se com muita facilidade com as coisas a sua volta / Não conseguir aguardar a sua vez para expressar seus pensamentos / Esquecer coisas do dia-a-dia / Interromper frequentemente os outros em suas atividades ou conversas / Não ouvir quando lhe falam diretamente. 21 UNIDADE Práticas do Educador e Profi ssional da Saúde Diante dos Transtornos Mentais na Infância e Adolescência Intervenções na clínica em relação aos Transtornos de Déficit de Atenção e Hiperatividade Os profissionais da Saúde têm papel preponderante na orientação das famílias e dos profissionais na Área da Educação. Podem ser desenvolvidos programas de consultoria na Escola e/ou na família, que ensinem técnicas cognitivas para alunos com TDAH, como por exemplo: • Autoinstruções para trabalhar o autocontrole, focalização da atenção, através da respiração; • Definir os problemas apresentados na Escola e na família e, antes de qualquer expli- cação ao aluno com TDAH, organizar a rotina (na casa e na Escola), assim como as atividades que serão desenvolvidas, por meio de uma lista contendo o planejamento simples das tarefas e seus segmentos; • Promoção de autoavaliação contínua do aluno com TDAH para responsabilização de suas condutas, trabalhando a observação de si e a autoanálise frente ao cumpri- mento das regras, das boas interações sociais com os familiares e ambiente escolar; • Reforço positivo e fortalecimento da autoestima, por meio do desenvolvimento de vínculo terno e de confiança; • Terapia Cognitiva-Comportamental para o aluno com TDAH; • Treinamento de Habilidades Sociais, individual e coletivamente; • Grupo de Apoio à família; • Utilização de medicamentos, quando necessário. Intervenções na Escola em relação aos Transtornos de Déficit de Atenção e Hiperatividade É preciso desenvolver um repertório de intervenções para poder atuar eficientemente no ambiente da sala de aula de uma criança com TDAH. Para isso, estude o documento citado a seguir. Solicito agora a leitura do documento do Ministério da Saúde, vez que o texto contém vá- rias sugestões de intervenções do Professor para ajudar a criança e o jovem com TDAH na sala de aula. Vamos fazer a leitura? Disponível em: http://bit.ly/2MTY9uZ Você aprendeu muitasestratégias para lidar com alunos que manifestam sintomas de TDAH em sala de aula. Agora, é com você e com a Equipe Gestora da Escola. Que tal multiplicar os conhecimentos estudados com seus pares de profissão? O Transtorno do Espectro Autista e seus sintomas Vamos estudar o TEA (Transtorno do Espectro Autista) e seus sintomas? Sua origem ainda é desconhecida, porém os estudos desenvolvidos no Laboratório Genoma da USP 22 23 e em Laboratórios de outros países, apontam para a existência de um forte componen- te genético atuando na determinação da doença. Contudo, não existe um padrão de herança característico e tem sido sugerido que o Autismo seja associado às condições multifatoriais, ou seja, alterações genéticas associadas à presença de fatores ambientais podem desencadear o desenvolvimento do transtorno. Segundo Xavier; Marchiori e Scwartzman (2019, p. 14): Os Transtornos do Espectro do Autismo (TEA) são condições neu- robiológicas, de início precoce (antes dos três anos de idade), com causas multifatoriais, e que acarretam prejuízos com níveis variados de severidade, afetando as áreas da interação social, da comunicação e do comportamento. Com grande frequência estão presentes, tam- bém, alterações sensoriais. Ocorrem mais frequentemente no sexo masculino, na proporção de 4:1. Assista ao vídeo “Como diagnosticar o autismo na infância”, com José Salomão Schwartzman. Disponível em: https://youtu.be/B_MsnZTHwSQ Crianças e adolescentes com o Transtorno do Espectro Autista podem apresentar os seguintes comportamentos e sintomas, segundo Revisão Bibliográfica de Grunspun (1999); Zanon; Backes; Bosa (2014); D’antino, Brunoni; Schwartzman (2014); Xavier et al. (2015); Xavier; Marchiori; Scwartzman (2019); Gonçalves, Menezes; Tonial (2019): Hiper ou hiporreatividade a estímulos sensoriais; comportamento in- comum para aspectos sensoriais, como indiferença a dor/temperatura e fascínio por luzes e/ou movimento; há descrições de intolerância acentuada para determinados estímulos táteis (cortar as unhas, ves- tir determinados tipos de roupa, mexer em massinhas e tintas, entre outros), bem como ingerir determinados alimentos apenas pela tex- tura ou temperatura; interesses fixos e altamente restritos (ordena- ção de brinquedos e objetos em fila, e com respostas catastróficas quando contrariados); movimentos motores; insistências nas mesmas coisas, pouca tolerância à mudança, comportamentos agressivos e auto agressivos (tapas no rosto, socos na cabeça, morder os dedos e as mãos, se arranhar ou se cortar com objetos); déficit no desenvolvi- mento; dificuldade na manutenção ou na compreensão de relaciona- mentos; prejuízo na comunicação e dificuldade para estabelecer uma conversa ou responder a interações sociais; tendência para a repeti- ção de frases ou palavras na forma de ecolalias imediatas, tardias ou mitigadas; a maneira de falar também se mostra anormal no ritmo, acentuação e inflexão; alguns autistas terminam todas as frases com uma inflexão interrogativa; outros, pela alteração da prosódia, dão a impressão de falar com sotaque estrangeiro; nos pacientes com bom rendimento intelectual, a fala se mostra pedante pelo uso de termos e construções que não são esperados para a idade; a compreensão da fala está quase sempre comprometida, mesmo nos casos em que o intelecto está mais preservado; problemas relacionados à epilepsia e síndromes genéticas; prejuízo acentuado no uso de múltiplos com- portamentos não verbais, tais como contato visual direto e expressão facial pobre, não conseguindo compreender as expressões faciais dos 23 UNIDADE Práticas do Educador e Profi ssional da Saúde Diante dos Transtornos Mentais na Infância e Adolescência outros (o que pode comprometer muito a sua possibilidade de enten- der boa parte da comunicação que se processa entre as pessoas); falta de tentativa espontânea de compartilhar prazer; maneirismos estere- otipados e repetitivos na parte motora, tais como agitar ou torcer as mãos e movimentos complexos em todo o corpo; desinteresse por jo- gos ou brincadeiras de imitação social, compatíveis com o desenvolvi- mento; demonstração de intenso interesse em uma determinada área, dedicando-se exclusivamente a ela. Podem colecionar certos objetos, estudar certos assuntos com tamanha intensidade que acabam por se tornar verdadeiros especialistas. Esse foco restrito de interesses aliado à excelente memória visual que costumam apresentar faz com que sejam tomados, por vezes, por indivíduos superdotados; oscilações nas habilidades atencionais; tendência a demonstrar preferência pelo detalhamento e direcionar o foco na parte em detrimento do processo global; apresentam dificuldade em relação à atenção alternada quando precisam tomar decisões rápidas; habilidades visuoespaciais têm se mostrado como área de potencialidade nos TEA. Crianças de alto funcionamento, em geral, demonstram maior precisão em tarefas de aprendizagem com mapas, com melhor recordação das pistas e tempo de latência inferior aos controles. Apresentam boa discriminação, detecção e memorização para estímulos visuais simples; ausência de sorriso social. Intervenções na clínica em relação aos Transtornos do Espectro Autista Faz-se necessário que o processo de tratamento e diagnóstico de TEA seja feito por uma Equipe Multidisciplinar com experiência clínica e que não se limite apenas à aplica- ção de Testes Neuropsicológicos ou Exames Clínicos. É preciso fazer uma avaliação dos processos neurológicos, metabólicos e genéticos, mas também ampliar as investigações em outras frentes do conhecimento, interligando vários profissionais da Saúde: Médicos Psiquiatras ou neuropediatras com Especialização em Transtornos da Aprendizagem, Psicólogos com Especialização em Neuropsicologia, Nutricionistas, Nutrólogos, Fonoaudiólogos, Terapeutas Ocupacionais, Psicopedagogos, Fisioterapeutas e Educadores Físicos, entre outros. A seguir, algumas recomendações sobre intervenções e manejos que os profissionais da Saúde podem realizar com base no Protocolo do Estado de São Paulo de Diagnós- tico, Tratamento e Encaminhamento de Pacientes com Transtorno do Espectro Autista (TEA) de 2014 e nos estudos propostos por Bosa (2006); Mapelli et al. (2018): • Entrevista semiestruturada com a família para coleta de dados sobre a criança ou adolescente com TEA; • Como metodologia, a Análise de Narrativa, para compreender o enredo e reca- pitulação dos fatos, personagens, tempo, espaço e ambiente da história contada pela família. Interpretação dos pensamentos, sentimentos e significados emocionais trazidos pelos pais; • Medicamentos como a Risperidona ou antipsicóticos são prescritos para indivíduos com TEA, aliviando comportamentos agressivos/irritabilidade e propiciando o de- 24 25 senvolvimento de habilidades sociais, apresentando como efeito colateral recorrente o aumento de apetite e peso corporal; • Em associação aos medicamentos, são utilizadas terapias comportamentais, es- tímulos de desenvolvimento de habilidades motoras e cognitivas e estratégias de comunicação direcionadas por profissionais fisioterapeutas, fonoaudiólogos, tera- peutas ocupacionais e psicólogos; • Práticas integrativas podem ser utilizadas como propulsoras de felicidade das crian- ças autistas, destacando o interesse delas pela música. O resultado benéfico da mu- sicoterapia colabora para o desenvolvimento de habilidades sociais e comunicativas das crianças estudadas; • A espiritualidade concebe o apoio capaz de trazer sustento a tudo que está acima da competência do ser humano; a crença em um ser superior transmite força e co- ragem para vencer os obstáculos impostos pelos déficits do autismo. Dessa forma, torna-se uma importante estratégia a ser utilizada como apoio emocional; • Com crianças pequenas, a prioridade deve ser a terapia da fala, da interação so- cial/linguagem e suporte familiar. Já com adolescentes, os grupos de habilidades sociais, terapia ocupacional e sexualidade;• Um sistema baseado em figuras parece exigir menos habilidades cognitivas, linguís- ticas ou de memória, já que as figuras ou fotos refletem as necessidades e/ou os interesses individuais; • Programas de linguagem individualizados são importantes para melhorar a com- preensão e a complexidade da fala; • A técnica conhecida como “Comunicação facilitada” envolve o uso de apoio físico para mãos, braços ou pulsos a fim de auxiliar as crianças a utilizar cartões de co- municação de vários tipos, melhorando as habilidades de linguagem; • Dispositivos de comunicação computadorizados têm sido especialmente projetados para crianças com autismo. Em geral, o foco está em ativar a alternância dos inter- locutores e em encorajar as interações; • Outro sistema de instrução com base visual é o programa educacional TEACCH (Treatment and Education of Autistic and Related Communication Handicapped Children). É um programa altamente estruturado que combina diferentes materiais visuais que ajudam a aperfeiçoar a linguagem e o aprendizado, e a reduzir compor- tamentos inapropriados; • Acompanhamento evolutivo das funções cognitivas pré e pós-intervenções farma- cológicas e não farmacológicas e na identificação dos sinais mais específicos para o diagnóstico e intervenções precoces. Para a avaliação cognitiva, se propõe o uso de instrumentos como o SON-R 2½-7, o WISC-III e o WAIS III. O SON-R 2 ½ é um instrumento de avaliação psicológica que pode ser utilizado no contexto educa- cional e clínico; • Avaliação das funções executivas e análise da teoria da mente. 25 UNIDADE Práticas do Educador e Profi ssional da Saúde Diante dos Transtornos Mentais na Infância e Adolescência Intervenções na Escola em relação aos Transtornos do Espectro Autista A Escola pode contribuir muito para o tratamento das crianças e jovens com TEA, desenvolvendo as funções alteradas e diminuindo os comportamentos que dificultam a capacidade adaptativa e interacional desses indivíduos. Vamos conhecer algumas práticas que podem ser desenvolvidas em sala de aula ou no ambiente Escolar, com base nos estudos de Sánchez-Cano (2011); Bosa (2006); Khoury (2013) e Veloso (2014): • A Escola deve fazer uma pesquisa para verificação do nível geral de conhecimento que o professor tem sobre o TEA em crianças e adolescentes; • Formação em educação especial; • Professores podem elaborar uma lista de controle para verificação das estratégias psicoeducativas trabalhadas em sala de aula com foco nas alterações das habilida- des sociais e comportamentais e dos avanços na comunicação e linguagem; • Apresentar para o professorado um inventário contendo comportamentos e sinto- mas autísticos; • Montar um diário de campo para registrar os diversos eventos, avanços e retroces- sos vividos em sala de aula com a criança ou adolescente com TEA; • O professor deve fazer um levantamento dos padrões comportamentais e sociais dos alunos com TEA, a fim de pensar estratégias pedagógicas adequadas para atender às necessidades especiais desses alunos; • Capacitação da Escola, relação sobre a caracterização do TEA e possibilidades de manejo em sala de aula; • Reavaliação dos currículos propostos na Escola; • Ensinar as principais técnicas relacionadas ao Programa ABA (Análise do Compor- tamento Aplicado) e TEACCH, para organização do ambiente, uso de pistas visuais e o trabalho com base nas habilidades prévias da criança ou do jovem; • Oferecer oportunidades (piscina, playground) para as crianças observarem ou inte- ragirem espontaneamente (mesmo que com limitações) com outras crianças parece ser ainda a melhor estratégia; • Não existe uma única abordagem que seja totalmente eficaz para todas as crianças e em todas as diferentes etapas da vida. Ou seja, uma intervenção específica que pode ter um bom resultado em certo período de tempo (anos pré-Escolares) pode apresentar eficácia diferente nos anos seguintes (adolescência). Isso ocorre, em par- te, porque as famílias alteram suas expectativas e valores com relação ao tratamen- to das crianças de acordo com o desenvolvimento delas e do contexto familiar; • A Escola deve direcionar o foco a toda a família, e não somente no indivíduo com o transtorno do espectro autista; • Identificar com clareza os materiais disponíveis na sala de aula para que o aluno possa manusear e fazer seus trabalhos; • Trabalho em grupo para o aluno com TEA poder interagir com seus pares; 26 27 • Utilização das TICs (Tecnologias de Informação e Comunicação) adaptadas às ca- racterísticas do aluno com TEA; • Uso de imagens ou símbolos para acompanhar a linguagem funcional, como foto- grafias reais em vez de desenhos, de modo a tornar-se mais perceptível e significa- tivo para a criança em questão; • Realizar atividades ligadas a artes e à música, que ajudem a desenvolver capacida- des motoras, cognitivas e sensórias, e a reduzir comportamentos estereotipados; • Utilizar os jogos como recursos que ampliam possibilidades de compreensão atra- vés de experiências significativas. Além disso, pelo seu caráter coletivo, permitem que alunos autistas troquem informações, façam perguntas e explicitem as suas ideias e estratégias avançando no seu processo de aprendizagem e comunicação; • Elogiar o aluno com TEA toda vez que conseguir executar uma tarefa ou uma me- lhoria nas habilidades relacionais e comportamentais. Para finalizar, sugiro a leitura do excelente texto Autismo: intervenções psicoeducacio- nais, da Prof.ª Dr.ª Cleonice Alves Bosa (2006). Disponível em: http://bit.ly/2OYYWh1 27 UNIDADE Práticas do Educador e Profi ssional da Saúde Diante dos Transtornos Mentais na Infância e Adolescência Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Livros Capacitação de Saúde mental para professores do ensino fundamental e seu impacto no am- biente Escolar PEREIRA, C. A. Capacitação de Saúde mental para professores do ensino fun- damental e seu impacto no ambiente Escolar. 2013. 173p. Dissertação Mestrado em Ciências) – Universidade de São Paulo (USP)/Faculdade de Medicina, Programa de Psiquiatria, São Paulo, 2013. Vídeos Desatenção, inquietude e impulsividade – TDAH ROSÁRIO, Dr.ª M. C. Desatenção, inquietude e impulsividade – TDAH. Prof.ª Adjun- ta do Depto de psiquiatria da EPM/Unifesp e coordenadora da Unidade de Psiquiatria da Infância e Adolescência (UPIA), e saiba mais sobre a patologia. http://bit.ly/2MTxBdj Leitura Contribuições para a inclusão Escolar de alunos com necessidades especiais: estudos interdis- ciplinares em educação e Saúde em alunos com Transtornos do Espectro do Autismo no muni- cípio de Barueri, SP D’ANTINO, M. E. F; BRUNONI, D; SCHWARTZMAN, J. S. Contribuições para a inclusão Escolar de alunos com necessidades especiais: estudos interdisciplinares em educação e Saúde em alunos com Transtornos do Espectro do Autismo no município de Barueri, SP: Memnon, 2015. Livro Eletrônico. http://bit.ly/2J2nUse Problemas de conduta: prevalência, fatores de risco/proteção; impacto na vida Escolar e adulta VILHENA, K; DE PAULA, C. S. Problemas de conduta: prevalência, fatores de risco/ proteção; impacto na vida escolar adulta. Cadernos de Pós-Graduação em Distúrbios do Desenvolvimento, v. 17, n. 1, 2018. http://bit.ly/35HwDK5 28 29 Referências ARAUJO, A. P. de Q. C. Avaliação e manejo da criança com dificuldade Escolar e distúrbio de atenção. 2002. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/jped/v78s1/ v78n7a13.pdf>. Acesso em: 21 set. 2019. ARROYO, M. Vídeo Miguel Arroyo parte 1/3 – Aula Inaugural. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=UUhRGtTPKfM>. Acesso em: 15 set. 2019. ASSIS, S. G. de et al. Ansiedade em crianças: um olhar sobre transtornos de ansiedade e violências na infância — Rio de Janeiro: FIOCRUZ/ENSP/CLAVES/CNPq, 2007. 88p. (Série Violência e Saúde Mental Infanto-Juvenil). BARLETTA, J. B. 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