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3º SIMULADO 2ª SÉRIE LÍNGUA PORTUGUESA BLOCO 3 QUESTÃO 01 (Descritor 1) ENTREVISTA O ensaísta canadense Alberto Manguei, autor de Uma História da Leitura, explica por que a palavra escrita é a grande ferramenta para entender o mundo. [...] Veja - Numa época em que predominam as imagens, por que a leitura ainda é importante? Manguei - A atual cultura de imagens é superficialíssima, ao contrário do que acontecia na Idade Média e na Renascença, épocas que também eram marcadas por uma forte imagética. Pense, por exemplo, nas imagens veiculadas pela publicidade. Elas captam a nossa atenção por apenas poucos segundos, sem nos dar chance para pensar. Essa é a tendência geral em todos os meios visivos. Assim, a palavra escrita é, mais do que nunca, a nossa principal ferramenta para compreender o mundo. A grandeza do texto consiste em nos dar a possibilidade de refletir e interpretar. Prova disso é que as pessoas estão lendo cada vez mais, assim como mais livros estão sendo publicados a cada ano. Bill Gates, presidente da Microsoft, propõe uma sociedade sem papel. Mas, para desenvolver essa ideia, ele publicou um livro. Isso diz alguma coisa. MENAI, Tania. Entrevista.Veja, 7 de julho de 1999. Disponível em: https://www.trabalhosgratuitos.com/Outras/Diversos/Linguagem-E- Argumenta%C3%A7%C3%A3o-534269.html.Fragmento. De acordo com a explicação do canadense, a grandeza do texto consiste na (A) probabilidade de refletir e interpretar. (B) publicação de mais livros a cada ano. (C) veiculação de informações publicitárias. (D) insólita imagética que marcou a Renascença. (E) cultura de imagens superficial da Idade Média. COMENTÁRIO DO GABARITO Este item contempla o descritor 01 que avalia a habilidade de localizar informações que estejam explícitas no texto, ou seja, ao estudante lhe é permitido retomar o texto e localizar a informação que é pedida claramente no comando do item. Ao buscar pistas no texto-base fica evidente que “A grandeza do texto consiste em nos dar a possibilidade de refletir e interpretar. ” Portanto temos como gabarito a alternativa A. QUESTÃO 02 (Descritor 2) O FIEL DOM JOSÉ Era uma vez um príncipe que encontrou numa sapataria um rapaz tão vivo e simpático que desejou tê-lo como amigo e companheiro. O rei foi pedir ao sapateiro que desse seu filho para viver na casa real, e o sapateiro cedeu. O rapaz se chamava José e o rei lhe deu o 'dom'. Todo o mundo no reinado só o conhecia, daí em diante, por Dom José. O príncipe e Dom José eram inseparáveis nas festas, passeios e caçadas. O rei tinha uma filha muito bonita mas invejosa e de mau gênio. Vendo aquela amizade do irmão com Dom José, enciumou-se e planejou desfazer o afeto que ligava os dois moços. CASCUDO, Luís da Câmara. Contos tradicionais do Brasil. São Paulo: Global, 2014. Fragmento. No trecho destacado, o pronome “o” refere-se ao (A) rei. (B) filho. (C) irmão. (D) príncipe. (E) sapateiro. COMENTÁRIO DO GABARITO Este descritor avalia a habilidade de identificar quais palavras estão sendo substituídas e/ou repetidas para facilitar a continuidade do texto e a compreensão do sentido. No trecho em questão, o pronome oblíquo foi utilizado para substituir o filho do sapateiro, evitando repetições desnecessárias, facilitando a continuidade do texto, sendo a alternativa B o gabarito. QUESTÃO 03 (Descritor 3) CONTO: CAPÍTULO DOS CHAPÉUS [...] A sala do dentista tinha já algumas freguesas. Mariana não achou entre elas uma só cara conhecida, e para fugir ao exame das pessoas estranhas, foi para a janela. Da janela podia gozar a rua, sem atropelo. Recostou-se; Sofia veio ter com ela. Alguns chapéus masculinos, parados, começaram a fitá-las; outros, passando, faziam a mesma coisa. Mariana aborreceu-se da insistência; mas, notando que fitavam principalmente a amiga, dissolveu-se-lhe o tédio numa espécie de inveja. Machado de Assis. Fragmento. Disponível em: http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bv000201.pdf. No trecho destacado, pode-se inferir que: (A) Mariana e Sofia eram atraídas pelos chapéus masculinos. (B) Os homens se sentiam atraídos por Mariana ao vê-la na janela. (C) Os homens olhavam para o local onde Mariana e Sofia estavam. (D) Os homens que passavam na rua fixavam o olhar em Mariana e Sofia. (E) Mariana e Sofia observavam os chapéus masculinos que passavam na rua. http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bv000201.pdf COMENTÁRIO DO GABARITO Este descritor avalia a habilidade de o estudante relacionar informações, inferindo quanto ao sentido de uma palavra ou expressão no texto. Sendo assim, o contexto (“chapéus masculinos parados, começaram a fita-las”) indica o sentido de que os homens estavam parados fixando o olhar em Mariana e Sofia. Neste caso o gabarito é a alternativa D. Leia o texto e responda às questões 04 e 05. A VIDA SEM CASAMENTO Afinal, o que as mulheres querem? No campo das aspirações femininas mais fundamentais, essa é uma pergunta facílima de responder. Por razões sociais, culturais e biológicas, a maioria absoluta das mulheres aspira a encontrar um companheiro, casar-se, construir família e, por intermédio dos filhos, ver cumprido o imperativo tão profundamente entranhado em seu corpo e em sua psique ao longo de centenas de milhares de anos de história evolutiva. A diferença a que se assiste hoje é que não existe mais um calendário fixo para que isso aconteça. A formidável mudança que eclodiu e se consolidou ao longo do último século, com o processo de emancipação feminina, o acesso à educação e a conquista do controle reprodutivo, permitiu a um número crescente de mulheres adiar a “ programação” materno-familiar. As mulheres que dispõem de autonomia econômica e vida independente não são mais consideradas balzaquianas aos 30 anos – apenas 30 anos! -, encalhadas aos 35 e aos 40, reduzidas irremediavelmente à condição de solteironas, quando não agregadas de baixíssimo status social, melancolicamente mexendo tachos de comida para os sobrinhos nas grandes cozinhas das famílias multinucleares do passado. Imaginem só chamar de titia uma profissional em pleno florescimento, com um ou mais títulos universitários – e um corpinho bem-cuidado que enfrenta com honras o jeans de cintura baixa ou o biquíni nos intervalos dos compromissos de trabalho. Além de fora de moda, o termo pode ser até ofensivo. O contraponto a esses avanços é que, quanto mais as mulheres prorrogam o casamento, mais se candidatam a uma vida inteira sem alcançá-lo. Bel Moherdani. Revista Veja. 29 Novembro 2006 (Fragmento) QUESTÃO 04 (Descritor 4) Infere-se do texto que as mulheres (A) aspiram ao casamento e querem ter muitos filhos. (B) evitam o matrimônio para manter sua emancipação. (C) tendem a adiar o casamento para avançar nos estudos e na vida profissional. (D) apresentam preocupação em serem chamadas de balzaquianas por não casarem. (E) continuam semelhantes às mesmas de antigamente, cuidando dos afazeres do lar. COMENTÁRIO DO GABARITO Este item avalia a habilidade de inferir informações implícitas no texto, ou seja, informações que não se encontram claramente na base textual, porém, podem ser percebidas pela construção de inferências do leitor em relação ao texto. O gabarito é a alternativa C, pois, o estudante, por meio de deduções percebe que as ideias apresentadas nas linhas de 11 a 16 enfatizam que as mulheres estão menos preocupadas em casar-se e priorizam a vida profissional e os estudos. QUESTÃO 05 (Descritor 14) O trecho que apresenta uma opinião é (A) “[...] a maioria absoluta das mulheres aspira a encontrar um companheiro, [...]” (ℓ. 4-5) (B) “A diferença a que se assiste hoje é que não existe mais um calendário fixo para que isso aconteça. ” (ℓ. 10-11) (C) “A formidável mudança que eclodiu e se consolidou ao longo do último século,[...]” (ℓ. 11-13) (D) “As mulheres que dispõem de autonomia econômica e vida independente não são mais consideradas balzaquianas aos 30 anos” (ℓ. 16-18) (E) “Além de fora de moda, o termo pode ser até ofensivo. ” (ℓ. 28-29) COMENTÁRIO DO GABARITO Este descritor avalia a habilidade de o estudante distinguir o que são afirmações baseadas em valores (opiniões) e afirmações baseadas em evidências (fatos) presentes no texto. Se compreendeu que o narrador revela uma opinião no trecho: “As mulheres que dispõem de autonomia econômica e vida independente não são mais consideradas balzaquianas aos 30 anos” (ℓ. 16-18), indicou a alternativa D como gabarito, demonstrando assim ser um leitor eficaz. QUESTÃO 06 (Descritor 6) TEM ALGO (MUITO) ERRADO NO SEU CELULAR Série de ficção investiga o lado oculto da vida conectada – e descobre um futuro tão assustador quanto verossímil. Uma pesquisa feita no ano passado descobriu que ficamos quase 11h por dia, em média, olhando para telas: do computador, do celular, da TV. Quando não estamos no trânsito, dormindo, comendo ou tomando banho, estamos olhando para uma tela. Mas essa simbiose com a tecnologia não é só alegria - também pode ter efeitos imprevisíveis, e sinistros, sobre nós. Essa é a premissa de Black Mirror, série cuja nova temporada estreia este mês. O fluxo ensurdecedor de dados, a ditadura das redes sociais, o entretenimento obtuso e bruto, a escalada do ódio online e offline - como tudo isso já acontece hoje, e como pode ficar. Black Mirror é uma pancada. E o mais impressionante é perceber como é real. Disponível em: http://www.pesquisamundi.org/2016/09/tem-algo- muito-errado-no-seu-celular.html. O tema do texto é (A) a quantidade de tempo que se passa diante de telas. (B) a pesquisa sobre o lado assustador da internet. (C) o descrédito da tecnologia em nosso futuro. (D) o fluxo ensurdecedor de dados na internet. (E) a estreia da série Black Mirror. COMENTÁRIO DO GABARITO Este descritor avalia a capacidade do estudante em compreender o sentido global do texto e resumir em uma sentença qual seu assunto principal. Levando-se em 5 15 25 30 10 20 consideração as marcas textuais (Essa é a premissa de Black Mirror, série cuja nova temporada estreia este mês, e o próprio título fazer menção à nova série.) podemos apontar a alternativa “E” como gabarito. QUESTÃO 07 (Descritor 7) CUIDADO COM QUE COMPRA! Para os moldes atuais, Magdalena Schöttlin não tinha feito nada de errado, na realidade. Mas em uma vila alemã de 1708, seu comportamento era ultrajante. A esposa de 34 anos de um tecelão vivia usando um “lenço exagerado no pescoço que não condizia com sua condição de vida, sendo um flagrante de violação das ordens do governo sobre vestuário”. Os censores locais, responsáveis por fazer-se cumprir as leis, já haviam alertado Magdalena duas vezes. Então o pastor dirigiu um sermão de domingo castigando a elegância da alfaiataria, se referindo especialmente ao lenço de Magdalena. Finalmente, os censores convocaram a pobre mulher diante de todo o conselho da igreja e ordenaram que ela se explicasse. Quando ela protestou contra a proibição de seu acessório, alegando que havia sido presenteada com o objeto e que outras pessoas também usavam adornos parecidos, a paciência dos censores acabou. Magdalena foi ordenada a parar de usar seu lenço “ostentação” para sempre. Ela também foi sentenciada a pagar 11 Kreuzer- quase o equivalente a quatro dias de trabalho. Magdalena é apenas uma entre milhares de moradoras das quais as práticas de consumo foram reconstruídas pelo time de historiadores econômicos da Universidade de Cambridge. As mudanças nos hábitos de consumo são interessantes não só por suas próprias finalidades, mas também porque podem ter efeitos muito mais amplos. Revista BBCHistory Brasil, ANO 2 –Nº 8,2015 Nesse texto, o autor defende a ideia de que o lenço usado por Magdalena (A) tinha uma finalidade democrática. (B) violava os padrões da moda atual. (C) chamava atenção por ser deselegante. (D) era apreciado pela sociedade da época. (E) representava um símbolo de ostentação. COMENTÁRIO DO GABARITO Este descritor avalia a habilidade de o estudante perceber qual é a ideia defendida pelo autor. Dessa forma, a leitura atenta do texto indica a alternativa E como gabarito, pois, essa tese está expressa no primeiro e mais claramente no segundo parágrafo. QUESTÃO 08 (Descritor 8) QUEM SOMOS, AMÉRICA LATINA? Às culturas que aqui já estavam, somou-se a europeia, acompanhada de um processo colonial repleto de violências físicas e simbólicas contra as que aqui viviam (é importante recordar). Isso sem falar da grande quantidade de pessoas trazidas da África, o que foi uma das maiores brutalidades e vergonhas da humanidade: a escravidão massiva e o comércio internacional de pessoas. Porém a contribuição europeia é sim, muito grande e valiosa à nossa cultura, pois chegaram também não só colonizadores espanhóis, portugueses, ingleses, franceses e holandeses, mas também, posteriormente, imigrantes alemães, italianos, suíços, entre tantos outros. Também migraram para cá chineses, japoneses, árabes, colocando ainda mais tempero em nossa sopa cultural. Em meio a esta mescla de tantas influências, como falar de identidade latino-americana? Melhor nem falarmos dela. Melhor pensarmos plural, nas identidades latino-americanas. Existem muitas semelhanças, porém também profundas diferenças entre países e mesmo entre regiões dentro de um mesmo Estado nacional. Porém o processo político e social dos últimos anos levanta um potente e possível caminho: a unidade na diversidade. A heterogeneidade não tem que ser um problema, pelo contrário, deve ser uma virtude, pois é possivelmente a maior riqueza que temos. TAVEIRA, Vitor. Quem somos, América Latina? Jornal Mundo Jovem, Porto Alegre, v. 53, n.453, p.16, fevereiro. 2015.Fragmento. O argumento que sustenta a tese destacada no texto é o de que (A) as culturas dos nativos, somaram-se a europeia, formando assim apenas uma cultura. (B) a heterogeneidade não deve ser um problema, e sim uma virtude, pois é a maior riqueza de um povo. (C) a identidade latino-americana formou-se a partir dos povos que vieram da África e de outros continentes. (D) as semelhanças e diferenças existentes entre países e estados podem causar distanciamento entre os povos. (E) a violência praticada contra os nativos destruiu a confiança das pessoas que passaram a viver no mesmo país, mas desconfiando um dos outros. COMENTÁRIO DO GABARITO Este descritor avalia a habilidade de o estudante estabelecer relação entre a tese e os argumentos oferecidos para sustentá-la. Neste item, ao defender que deve haver “unidade na diversidade”, o autor argumenta que “a heterogeneidade não deve ser vista como um problema”, apontando a alternativa B como gabarito. QUESTÃO 09 (Descritor 9) A NEGRITUDE COMO BANDEIRA Nas últimas décadas do século XX, os negros brasileiros perceberam que a luta iniciada por Castro Alves (ironicamente, um branco) deveria ser levada adiante. Agora, não mais uma luta pela abolição, mas pelo fim do preconceito racial e cultura da desigualdade de oportunidades, da discriminação social. Assim, diversos grupos organizados, bem como muitos negros de destaque na sociedade, têm afirmado sua identidade afro- brasileira, seja por meio de manifestações de protesto, seja por meio de atividades culturais identificadas com as origens africanas. A discussão em torno da igualdade de oportunidades entre negros e brancos tem se ampliado no país e chegou à universidade. Hoje, algumas instituições têm reservado parte de suas vagas para a população negra, o que tem causado polêmicas, inclusive na comunidade negra. http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034- 77012004000100001. A informaçãoprincipal do texto é (A) o combate ao racismo na sociedade. (B) as desigualdades entre brancos e negros. (C) o preconceito de um branco que deveria ser levado a diante. (D) as vagas reservadas para a população negra nas instituições. (E) as discussões a respeito da igualdade entre brancos e negros. COMENTÁRIO DO GABARITO Este descritor avalia a habilidade de o estudante reconhecer a estrutura e a organização do texto, localizando a parte principal e as secundárias que o compõem. No texto em questão, a informação principal consiste em discutir a igualdade entre negros e brancos, pois afirma: “Agora, não mais uma luta pela abolição, mas pelo fim do preconceito racial e cultura da desigualdade de oportunidades, da discriminação social. ”, apresentando, portanto, a alternativa E como gabarito. QUESTÃO 10 (Descritor 10) A TERRA DOS MENINOS PELADOS “Havia um menino diferente dos outros meninos. Tinha o olho direito preto, o esquerdo azul e a cabeça pelada. Os vizinhos mangavam dele e gritavam: Ô pelado! Tanto gritaram que ele se acostumou, achou o apelido certo, deu para se assinar a carvão nas paredes: Dr. Raimundo Pelado. Era de bom gênio e não se zangava; mas os garotos dos arredores fugiam ao vê-lo, escondiam-se por detrás das árvores da rua, mudavam a voz e perguntavam que fim tinham levado os cabelos dele. Não tendo com quem entender-se, Raimundo Pelado falava só, e os outros pensavam que ele estava malucando. Estava nada! Conversava sozinho e desenhava na calçada coisas maravilhosas do país de Tatipirun, onde não há cabelos e as pessoas têm um olho preto e outro azul”. RAMOS, Graciliano. Alexandre e outros heróis. Rio de Janeiro: Record, 1987. In: http://graciliano.com.br/site/obra/a-terra-dos-meninos-pelados- 1939. O conflito gerador do enredo se deu pelo fato de (A) o Dr. Raimundo Pelado conversar sozinho. (B) o menino se acostumar com o novo nome. (C) os vizinhos gritarem e mangarem do menino. (D) o Pelado ser muito diferente dos outros meninos. (E) os olhos das pessoas de Tatipirun serem diferentes. COMENTÁRIO DO GABARITO Este descritor avalia a habilidade em reconhecer os fatos que causam o conflito ou que motivam as ações das personagens, originando o enredo do texto. A narrativa refere-se a um menino que era alvo de chacotas por ter cabeça pelada, um olho azul e outro preto. O estudante que consegue perceber que o conflito gerador do enredo é o fato de o menino ser diferente dos outros assinala a alternativa D como gabarito. http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-77012004000100001. http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-77012004000100001. http://graciliano.com.br/site/obra/a-terra-dos-meninos-pelados-1939 http://graciliano.com.br/site/obra/a-terra-dos-meninos-pelados-1939 LÍNGUA PORTUGUESA BLOCO 4 LEIA O TEXTO E RESPONDA ÀS QUESTÕES 01 E 02. ASSALTOS INSÓLITOS Assalto não tem graça nenhuma, mas alguns, contados depois, até que são engraçados. É igual a certos incidentes de viagem, que, quando acontecem, deixam a gente aborrecidíssimo, mas depois, narrados aos amigos num jantar, passam a ter sabor de anedota. Uma vez me contaram de um cidadão que foi assaltado em sua casa. Até aí, nada demais. Tem gente que é assaltada na rua, no ônibus, no escritório, até dentro de igrejas e hospitais, mas muitos o são na própria casa. O que não diminui o desconforto da situação. Pois lá estava o dito-cujo em sua casa, mas vestido em roupa de trabalho, pois resolvera dar uma pintura na garagem e na cozinha. As crianças haviam saído com a mulher para fazer compras e o marido se entregava a essa terapêutica atividade, quando, da garagem, vê adentrar pelo jardim dois indivíduos suspeitos. Mal teve tempo de tomar uma atitude e já ouvia: — É um assalto, fica quieto senão leva chumbo. Ele já se preparava para toda sorte de tragédias quando um dos ladrões pergunta: — Cadê o patrão? Num rasgo de criatividade, respondeu: — Saiu, foi com a família ao mercado, mas já volta. — Então vamos lá dentro, mostre tudo. Fingindo-se, então, de empregado de si mesmo, e ao mesmo tempo para livrar sua cara, começou a dizer: — Se quiserem levar, podem levar tudo, estou me lixando, não gosto desse patrão. Paga mal, é um pão-duro. Por que não levam aquele rádio ali? Olha, se eu fosse vocês levava aquele som também. Na cozinha tem uma batedeira ótima da patroa. Não querem uns discos? Dinheiro não tem, pois ouvi dizerem que botam tudo no banco, mas ali dentro do armário tem uma porção de caixas de bombons, que o patrão é tarado por bombom. Os ladrões recolheram tudo o que o falso empregado indicou e saíram apressados. Daí a pouco chegavam a mulher e os filhos. Sentado na sala, o marido ria, ria, tanto nervoso quanto aliviado do próprio assalto que ajudara a fazer contra si mesmo. SANTANNA, Affonso Romano. PORTA DE COLÉGIO E OUTRAS CRÔNICAS. São Paulo: Ática 1995. (Coleção Para gostar de ler). QUESTÃO 01 (Descritor 11) O dono da casa livra-se de toda sorte de tragédias, principalmente, porque (A) aconselha a levar o som. (B) mostra os objetos da casa. (C) mente para os assaltantes. (D) conta os defeitos do patrão. (E) fazia sua atividade terapêutica. COMENTÁRIO DO GABARITO Este descritor estabelece relação causa/consequência entre partes e elementos do texto. Dessa forma, no texto “assaltos insólitos”, o estudante verificará que o motivo do dono da casa ter se livrado de toda sorte de tragédia ocorre em razão dele ter mentido para os assaltantes, portanto, gabarito é a alternativa C. Para chegar a essa conclusão, basta o estudante associar o corrido principal “a mentira do dono da casa” com o que isso provocou “a amenização da situação”. QUESTÃO 02 (Descritor 12) A finalidade do texto é (A) advertir sobre os possíveis lugares em que ocorrem assaltos. (B) relatar um fato incomum ocorrido com um cidadão. (C) expor uma opinião sobre um assunto sério. (D) instruir o leitor como evitar uma tragédia. (E) fazer o leitor refletir sobre um assalto. COMENTÁRIO DO GABARITO Este descritor avalia a habilidade de identificar a finalidade de textos de diferentes gêneros. Para chegar a essa conclusão, o estudante deverá entender que cada texto apresenta uma finalidade específica. Portanto, ao término da leitura de “assaltos insólitos”, o estudante verificará que nesse texto é narrado um acontecimento não corriqueiro vivenciado por um cidadão. Sendo assim, depreender-se-á que a finalidade do texto em questão é a de relatar um fato incomum ocorrido com um cidadão, gabarito, alternativa B. QUESTÃO 03 (Descritor 13) O POETA DA ROÇA Sou fio das mata, canto da mão grossa, Trabáio na roça, de inverno e de estio. A minha chupana é tapada de barro, Só fumo cigarro de paia de mio. Sou poeta das brenhas, não faço o papé De argun menestré, ou errante cantô Que veve vagando, com sua viola, Cantando, pachola, à percura de amô. Não tenho sabença, pois nunca estudei, Apenas eu sei o meu nome assiná. Meu pai, coitadinho! Vivia sem cobre, E o fio do pobre não pode estudá. Meu verso rastero, singelo e sem graça, Não entra na praça, no rico salão, Meu verso só entra no campo e na roça Nas pobre paioça, da serra ao sertão. [...] ASSARÉ, Patativa do. Disponível em: http://professorarozelia.blogspot.com.br/2011/03/textos-para-trabalhar- variacao.html. Fragmento. No texto, a palavra em destaque apresenta-se como (A) um recurso estilístico usado pelo autor. (B) um desvio equivocado da língua portuguesa. (C) uma palavra de significado regional específico. (D) uma verbalização coloquial da palavra trabalho. http://professorarozelia.blogspot.com.br/2011/03/textos-para-trabalhar-variacao.html http://professorarozelia.blogspot.com.br/2011/03/textos-para-trabalhar-variacao.html(E) uma impossibilidade física de o falante pronunciar a palavra adequadamente. COMENTÁRIO DO GABARITO Este descritor identifica as marcas linguísticas que evidenciam o locutor e o interlocutor de um texto. A língua é caracterizada por diferentes formas de verbalização. Em razão disso, há o que se chama de variação linguística. O estudante deve entender que esse fenômeno também faz parte da língua portuguesa. Sendo assim, no poema “O poeta da roça”, o estudante verificará que a palavra registrada “trabáio” é, na verdade, uma das possibilidades de verbalização da palavra “trabalho”, com isso, marcará como gabarito a alternativa D. QUESTÃO 04 (Descritor 5) Leia o texto. Disponível em: http://www.tribunaribeirao.com.br/site/charge-17-de- janeiro-de-2017/. Com a linguagem verbal e não verbal do texto, evidencia- se que (A) o homem usa o argumento da longevidade da mulher para explorá-la. (B) o homem está descansando para aumentar sua expectativa de vida. (C) o homem está convencido de que viverá menos que a esposa. (D) a mulher está satisfeita em servir o marido. (E) a mulher concorda com a fala do marido. COMENTÁRIO DO GABARITO Este descritor avalia a habilidade de interpretar texto com auxílio de material gráfico diverso (propagandas, quadrinhos, foto, etc.). Na charge em questão, verifica-se que o homem utiliza o argumento de que a expectativa de vida da mulher é maior que a dele e aproveita-se disso para explorar a mulher. Ao fazer essa associação, o estudante verificará que a figura do homem, na linguagem não verbal, apresenta-se bem à vontade. A mulher, por outro lado, não demonstra ficar satisfeita. Isso tudo foi provocado em razão da esperteza do marido. O estudante realizando toda essa associação marcará a alternativa A como gabarito. QUESTÃO 05 (Descritor 15) É CURIOSO COMO NÃO SEI DIZER QUEM SOU É curioso como não sei dizer quem sou. Quer dizer, sei-o bem, mas não posso dizer. Sobretudo tenho medo de dizer porque no momento em que tento falar não só não exprimo o que sinto como o que sinto se transforma lentamente no que eu digo.... Sou como você me vê. Posso ser leve como uma brisa ou forte como uma ventania, depende de quando e como você me vê passar. Não me deem fórmulas certas, porque eu não espero acertar sempre. Não me mostrem o que esperam de mim, porque vou seguir meu coração. Não me façam ser quem não sou. Não me convidem a ser igual, porque sinceramente sou diferente. Não sei amar pela metade. Não sei viver de mentira. Não sei voar de pés no chão. Sou sempre eu mesma, mas com certeza não serei a mesma pra sempre. LISPECTOR, Clarice. In: Perto do Coração Selvagem. Disponível em: http://www.citador.pt/textos/nao-sei-dizer-quem-sou- clarice-lispector O termo destacado estabelece relação de (A) consequência. (B) conformidade. (C) comparação. (D) concessão. (E) causa. COMENTÁRIO DO GABARITO Este descritor avalia a habilidade de estabelecer relações lógico-discursivas presentes no texto, marcadas por conjunções, advérbios, etc. No texto: “É curioso como não sei dizer quem sou”, o uso do termo destacado “como”, no contexto que foi utilizado, marca uma relação de conformidade entre as informações apresentadas. Assim, o estudante deverá verificar essa relação lógico- discursiva proporcionada pelo uso dessa ferramenta linguística para marcar como gabarito a alternativa B. QUESTÃO 06 (Descritor 16) Disponível em :https://onsizzle.com/i/que-iss0-amiga-voce-esta- bebendo-esse-iogurte-paz-2-1994761. O humor da charge consiste em a (A) personagem ainda não ter consumido o iogurte. (B) personagem está tomando há duas horas o iogurte. (C) personagem está consumindo há uma semana o iogurte. (D) personagem está admirada, pois a outra ainda bebe o iogurte. (E) personagem ter entendido que deve passar uma semana tomando o iogurte. http://www.tribunaribeirao.com.br/site/charge-17-de-janeiro-de-2017/ http://www.tribunaribeirao.com.br/site/charge-17-de-janeiro-de-2017/ https://onsizzle.com/i/que-iss0-amiga-voce-esta-bebendo-esse-iogurte-paz-2-1994761 https://onsizzle.com/i/que-iss0-amiga-voce-esta-bebendo-esse-iogurte-paz-2-1994761 COMENTÁRIO DO GABARITO Este descritor avalia a habilidade de identificar efeitos de ironia ou humor em textos variados. Nessa charge, o estudante deverá verificar a interpretação equivocada da amiga sobre o consumo do iogurte. Isso, a partir da situação de comunicação, proporcionou o efeito de humor, logo, para a resposta desse item tem-se como gabarito a alternativa E. QUESTÃO 07 (Descritor 17) TEM TUDO A VER A poesia tem tudo a ver com a plumagem, o voo, e o canto dos pássaros, a veloz acrobacia dos peixes, as cores todas do arco-íris, o ritmo dos rios e cachoeiras, o brilho da lua, do sol e das estrelas, a explosão em verde, em flores e frutos. A poesia - é só abrir os olhos e ver- tem tudo a ver com tudo. JOSÉ, Elias. Disponível em: http://escrevereprolongarotempo.blogspot.com.br/2010/03/tem-tudo- ver-elias-jose.html. (Fragmento.) No trecho destacado, os travessões foram utilizados para (A) indicar a fala de um personagem. (B) apresentar a ideia central do texto. (C) estabelecer uma pausa no discurso do eu lírico. (D) destacar um diálogo estabelecido entre o eu lírico e a amada. (E) mostrar a mudança de discurso do eu lírico para uma personagem. COMENTÁRIO DO GABARITO Este descritor avalia a habilidade de reconhecer o efeito de sentido decorrente do uso da pontuação e de outras notações. No poema: “Tem tudo a ver”, o eu lírico começa a descrever sobre a poesia e faz associações. Depois, verifica-se o uso de travessões, o que proporciona um efeito de pausa em relação ao ritmo que o poema vinha sendo desenvolvido, ou seja, o eu lírico estabelece uma pausa no discurso. O estudante deverá chegar a essa interpretação para marcar como gabarito a alternativa C. QUESTÃO 08 (Descritor 18) MOÇA LINDA BEM TRATADA Moça linda bem tratada, Três séculos de família, Burra como uma porta: Um amor! [ ... ] ANDRADE. Mário de. Disponível em: http://leaoramos.blogspot.com.br/ 2007/07/ mrio-de-andrade-moa-linda-trs-sculos-de.html. No texto, ao utilizar a expressão em destaque, o autor pretende (A) criticar a família da moça. (B) zombar da beleza da moça. (C) debochar do amor da moça. (D) ironizar a educação da moça. (E) recriminar a bondade da moça. COMENTÁRIO DO GABARITO Este descritor avalia a habilidade de reconhecer o efeito de sentido decorrente da escolha de uma determinada palavra ou expressão. No poema: “Moça linda bem tratada”, os versos destacados “Burra como uma porta: Um amor!”, apresentam-se com uma linguagem conotativa, a qual, o estudante, verificando o valor dessa conotação, deverá entender que o efeito de sentido proporcionado a partir do uso dessa expressão é uma ironia relacionada às características da moça. Se o estudante chegar a essa interpretação marcará como gabarito a alternativa D. QUESTÃO 09 (Descritor 19) CHOVE CHUVA Chove chuva Chove sem parar (2x) Pois eu vou fazer uma prece Pra Deus, nosso Senhor Pra chuva parar De molhar o meu divino amor Que é muito lindo É mais que o infinito É puro e belo Inocente como a flor... Por favor, chuva ruim Não molhe mais O meu amor assim (2x) Chove chuva Chove sem parar (2x) (…) Disponível em: https://www.letras.mus.br/jorge-ben- jor/46643/.Fragmento. No trecho em destaque, observa-se “ch” repetido, esse recurso é utilizado para (A) reproduzir na música o fenômeno da chuva. (B) sugerir ao leitor a sonoridade da chuva. (C) facilitar a memorização da canção. (D) mostrar a continuidade da chuva. (E) enfatizar o tema da canção. COMENTÁRIO DO GABARITO Este descritor avalia a habilidade de reconhecer o efeito de sentido decorrente da exploração de recursos ortográficos e/ou morfossintáticos.No texto: “Chove chuva”, o estudante deverá verificar que o uso repetitivo do “ch” foi feito de forma motivacional, pois, como o poema se trata de chuva, houve uma tentativa de, com o uso do som do “CH”, sugerir ao leitor a sonoridade da chuva. Assim, o gabarito desse item é a alternativa B. http://escrevereprolongarotempo.blogspot.com.br/2010/03/tem-tudo-ver-elias-jose.html http://escrevereprolongarotempo.blogspot.com.br/2010/03/tem-tudo-ver-elias-jose.html http://leaoramos.blogspot.com.br/ https://www.letras.mus.br/jorge-ben-jor/46643/ https://www.letras.mus.br/jorge-ben-jor/46643/ QUESTÃO 10 (Descritor 21) TEXTO 1 INTERNET Contra! Extremamente contra! Apesar da INTERNET ser um BEM, não deve ser considerado um direito fundamental. As pessoas vivem sem internet! E, cada vez que algo se transforma em "direito fundamental", justifica-se a intervenção do estado, fazendo com que, de fato, este direito seja negado às pessoas. Afinal, nada como a mão do estado para transformar o livre mercado num balcão de negócios, corrupção, ineficiência... encarecendo o serviço e oferecendo lixo aos cidadãos! SOU CONTRA! (Disponível em: http://arquivo.edemocracia.camara.leg.br/web/internet/forum/- /message_boards/message/1702236. Acesso em 27.06.2017). TEXTO 2 INTERNET Sim, sou absolutamente a favor. Considero que a internet, ao ser fornecida ao acesso universal, por seus criadores e fomentadores, foi necessariamente baseada na premissa da liberdade de comunicação por indivíduos ao redor do mundo, bem como todas as expressões derivadas e respectiva, através de um meio de livre acesso e distribuição sem restrições peculiares a sua utilização. O princípio fundamental da internet é justamente ser e ter, a propriedade de ferramenta para comunicação e acesso, justo, universal e neutro a toda sociedade mundial. Restrições pontuais, por motivos governamentais, de qualquer espécie, além de maquiar a realidade intrínseca da conduta individual e coletiva, priva e restringe a informação e pesquisa, bem como induz a supressão de modo tendencioso, em benefício de alguns privilegiados, a fomentar falsas informações. Devo lembrar que o conteúdo existente na internet hoje, não é irreal, apesar de abstrato, mas sim o retrato preciso da realidade em que vivemos, pois nela podemos figurar exatamente o que existe no mundo fora dela. Em uma internet livre, não é possível manipular a realidade, em uma pesquisa contratada, por exemplo. (Disponível em: http://arquivo.edemocracia.camara.leg.br/web/internet/forum/- /message_boards/message/1702236. Acesso em 27.06.2017). Os dois textos divergem no que se refere (A) ao tema abordado. (B) ao fomento de informações falsas. (C) ao conteúdo irreal que pode ser manipulado na internet. (D) à opinião sobre a internet como um princípio fundamental. (E) à conduta individual e coletiva dos usuários sobre a restrição de informações. COMENTÁRIO DO GABARITO Este descritor avalia a habilidade de reconhecer posições distintas entre duas ou mais opiniões relativas ao mesmo fato ou ao mesmo tema. No texto 1, “Internet”, verifica-se a defesa de que a internet não deve ser considerada como um direito fundamental, já no texto 2, “Internet”, há uma opinião contrária a isso. Dessa forma, nota-se que os dois textos se divergem no que se refere à opinião sobre a internet como um princípio fundamental. O gabarito desse item, portanto, é a alternativa D. http://arquivo.edemocracia.camara.leg.br/web/internet/forum/-/message_boards/message/1702236 http://arquivo.edemocracia.camara.leg.br/web/internet/forum/-/message_boards/message/1702236 http://arquivo.edemocracia.camara.leg.br/web/internet/forum/-/message_boards/message/1702236 http://arquivo.edemocracia.camara.leg.br/web/internet/forum/-/message_boards/message/1702236
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