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ATIVIDADE SOBREE O PRÉ-MODERNISMO 2021

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Questões resolvidas

Uma atitude comum caracteriza a postura literária de autores pré-modernistas, a exemplo de Lima Barreto, Graça Aranha, Monteiro Lobato e Euclides da Cunha.
Pode ela ser definida como
a) a necessidade de superar, em termos de um programa definido, as estéticas românticas e realistas.
b) pretensão de dar um caráter definitivamente brasileiro à nossa literatura, que julgavam por demais europeizadas.
c) a necessidade de fazer crítica social, já que o realismo havia sido ineficaz nessa matéria.
d) uma preocupação com o estudo e com a observação da realidade brasileira.
e) aproveitamento estético do que havia de melhor na herança literária brasileira, desde suas primeiras manifestações.

Assinale a alternativa correta quanto ao Pré-modernismo.
a) São autores do Pré-modernismo Euclides da Cunha, autor de Os Sertões, Lima Barreto, autor de Triste fim de Policarpo Quaresma e Monteiro Lobato, autor de Urupês
b) As obras do período resumem os ideais da Semana de Arte Moderna, através da quebra das tradições e do desvio sistemático das estruturas consagradas.
c) A poesia pré-modernista revela influências do Parnasianismo, através da construção de poemas de forma fixa, uso de rimas ricas, presença da mitologia e da cultura grecoromana, seleção vocabular.
d) São obras constitutivas do período: Juca Mulato, de Menotti Del Picchia; Cinza das Horas, de Manuel Bandeira; e Memórias Sentimentais de João Miramar, de Oswald de Andrade.
e) Período marcado pelo romance urbano que acaba com a descrição do regional, a fim de valorizar as várias transformações sociais no país, tais como o êxodo rural e o crescimento das cidades, da criminalidade e da corrupção.

Do texto acima, depreende-se que a personagem Policarpo Quaresma é:
a) corrompível, sempre disposto a se vender em qualquer oportunidade.
b) desiludido, quase sempre indiferente aos acontecimentos em volta.
c) quixotesco, em busca de projetos ideais e abstratos para problemas reais.
d) psicótico, conduzindo ao extremo as soluções drásticas dos problemas.
e) apático, preocupado apenas com os livros e as artes.

O texto acima apresenta, como características da escrita de Lima Barreto,
a) a análise da Guerra de Canudos e o otimismo acerca do futuro da nação.
b) o nacionalismo ufanista e a tematização da escravidão indígena e africana.
c) o uso de uma linguagem rebuscada e o tema da loucura nas classes menos abastadas.
d) o olhar para a realidade social do país e a opção por uma linguagem não rebuscada.
e) a predileção por figuras de linguagem que expressam contraste e o nacionalismo ufanista.

Destaca-se nessa estrofe o uso da hipérbole, cuja conceituação se relaciona com o seguinte trecho de música do compositor Cazuza:
a) Dias sim, dias não / Eu vou sobrevivendo sem um arranhão / Da caridade de quem me detesta.
b) Exagerado / Jogado aos teus pés / Eu sou mesmo exagerado.
c) É que eu preciso dizer que eu te amo / Te ganhar ou perder sem engano / É eu preciso dizer que eu te amo / Tanto.
d) Eu protegi teu nome por amor / Em um codinome, Beija-flor / Não responda nunca, meu amor / Pra qualquer um na rua, Beija-flor.

Verifica-se que:
a) O trecho mostra que em todos os momentos de sua vida, Quaresma preocupou-se com o bem coletivo. Mas, neste momento, ele pensa em si próprio e vê que é um homem abandonado, incompreendido, injustiçado. Toda a sua dedicação à pátria não lhe deu felicidade nenhuma: é um homem só e decepcionado.
b) O trecho foi extraído do 1º capítulo do romance em questão, que introduz o major Quaresma em seu sítio, fazendo uma reflexão de sua vida passada. A partir daí, em tempo psicológico, a narrativa resgata os episódios marcantes da vida de Quaresma envolvido na consolidação de seus projetos nacionalistas.
c) Este trecho mostra que em todos os momentos de sua vida, Quaresma agiu como um cidadão nacionalista, envolvido, sobretudo, com o bem da pátria. Em sua reflexão fica claro que, mesmo após sua vida ter sido “um encadeamento de decepções”, ele, o indivíduo, não se importa.
d) Nas últimas linhas do trecho acima há a afirmação de que “A sua vida era uma decepção, uma série, melhor, um encadeamento de decepções”. A última grande decepção de Quaresma, dentro de seu projeto de mostrar que o Brasil era uma nação viável e grandiosa, foi descobrir que o rio Amazonas era menor que o rio Nilo.

A narrativa focaliza um momento histórico-social de valores contraditórios. Essa contradição insere-se, no contexto, pela
a) falta de aproximação entre a menina e a senhora, preocupada com as amigas.
b) receptividade da senhora para com os padres, mas deselegante para com as beatas.
c) ironia do padre a respeito da senhora, que era perversa com as crianças.
d) resistência da senhora em aceitar a liberdade dos negros, evidenciada no final do texto.
e) rejeição aos criados por parte da senhora, que preferia tratá-los com castigos.

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Questões resolvidas

Uma atitude comum caracteriza a postura literária de autores pré-modernistas, a exemplo de Lima Barreto, Graça Aranha, Monteiro Lobato e Euclides da Cunha.
Pode ela ser definida como
a) a necessidade de superar, em termos de um programa definido, as estéticas românticas e realistas.
b) pretensão de dar um caráter definitivamente brasileiro à nossa literatura, que julgavam por demais europeizadas.
c) a necessidade de fazer crítica social, já que o realismo havia sido ineficaz nessa matéria.
d) uma preocupação com o estudo e com a observação da realidade brasileira.
e) aproveitamento estético do que havia de melhor na herança literária brasileira, desde suas primeiras manifestações.

Assinale a alternativa correta quanto ao Pré-modernismo.
a) São autores do Pré-modernismo Euclides da Cunha, autor de Os Sertões, Lima Barreto, autor de Triste fim de Policarpo Quaresma e Monteiro Lobato, autor de Urupês
b) As obras do período resumem os ideais da Semana de Arte Moderna, através da quebra das tradições e do desvio sistemático das estruturas consagradas.
c) A poesia pré-modernista revela influências do Parnasianismo, através da construção de poemas de forma fixa, uso de rimas ricas, presença da mitologia e da cultura grecoromana, seleção vocabular.
d) São obras constitutivas do período: Juca Mulato, de Menotti Del Picchia; Cinza das Horas, de Manuel Bandeira; e Memórias Sentimentais de João Miramar, de Oswald de Andrade.
e) Período marcado pelo romance urbano que acaba com a descrição do regional, a fim de valorizar as várias transformações sociais no país, tais como o êxodo rural e o crescimento das cidades, da criminalidade e da corrupção.

Do texto acima, depreende-se que a personagem Policarpo Quaresma é:
a) corrompível, sempre disposto a se vender em qualquer oportunidade.
b) desiludido, quase sempre indiferente aos acontecimentos em volta.
c) quixotesco, em busca de projetos ideais e abstratos para problemas reais.
d) psicótico, conduzindo ao extremo as soluções drásticas dos problemas.
e) apático, preocupado apenas com os livros e as artes.

O texto acima apresenta, como características da escrita de Lima Barreto,
a) a análise da Guerra de Canudos e o otimismo acerca do futuro da nação.
b) o nacionalismo ufanista e a tematização da escravidão indígena e africana.
c) o uso de uma linguagem rebuscada e o tema da loucura nas classes menos abastadas.
d) o olhar para a realidade social do país e a opção por uma linguagem não rebuscada.
e) a predileção por figuras de linguagem que expressam contraste e o nacionalismo ufanista.

Destaca-se nessa estrofe o uso da hipérbole, cuja conceituação se relaciona com o seguinte trecho de música do compositor Cazuza:
a) Dias sim, dias não / Eu vou sobrevivendo sem um arranhão / Da caridade de quem me detesta.
b) Exagerado / Jogado aos teus pés / Eu sou mesmo exagerado.
c) É que eu preciso dizer que eu te amo / Te ganhar ou perder sem engano / É eu preciso dizer que eu te amo / Tanto.
d) Eu protegi teu nome por amor / Em um codinome, Beija-flor / Não responda nunca, meu amor / Pra qualquer um na rua, Beija-flor.

Verifica-se que:
a) O trecho mostra que em todos os momentos de sua vida, Quaresma preocupou-se com o bem coletivo. Mas, neste momento, ele pensa em si próprio e vê que é um homem abandonado, incompreendido, injustiçado. Toda a sua dedicação à pátria não lhe deu felicidade nenhuma: é um homem só e decepcionado.
b) O trecho foi extraído do 1º capítulo do romance em questão, que introduz o major Quaresma em seu sítio, fazendo uma reflexão de sua vida passada. A partir daí, em tempo psicológico, a narrativa resgata os episódios marcantes da vida de Quaresma envolvido na consolidação de seus projetos nacionalistas.
c) Este trecho mostra que em todos os momentos de sua vida, Quaresma agiu como um cidadão nacionalista, envolvido, sobretudo, com o bem da pátria. Em sua reflexão fica claro que, mesmo após sua vida ter sido “um encadeamento de decepções”, ele, o indivíduo, não se importa.
d) Nas últimas linhas do trecho acima há a afirmação de que “A sua vida era uma decepção, uma série, melhor, um encadeamento de decepções”. A última grande decepção de Quaresma, dentro de seu projeto de mostrar que o Brasil era uma nação viável e grandiosa, foi descobrir que o rio Amazonas era menor que o rio Nilo.

A narrativa focaliza um momento histórico-social de valores contraditórios. Essa contradição insere-se, no contexto, pela
a) falta de aproximação entre a menina e a senhora, preocupada com as amigas.
b) receptividade da senhora para com os padres, mas deselegante para com as beatas.
c) ironia do padre a respeito da senhora, que era perversa com as crianças.
d) resistência da senhora em aceitar a liberdade dos negros, evidenciada no final do texto.
e) rejeição aos criados por parte da senhora, que preferia tratá-los com castigos.

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ATIVIDADE SOBREE O PRÉ-MODERNISMO
1- Uma atitude comum caracteriza a postura literária de autores pré-modernistas, a exemplo de Lima
Barreto, Graça Aranha, Monteiro Lobato e Euclides da Cunha. Pode ela ser definida como:
a) a necessidade de superar, em termos de um programa definido, as estéticas românticas e realistas.
b) pretensão de dar um caráter definitivamente brasileiro à nossa literatura, que julgavam por demais
europeizadas.
c) a necessidade de fazer crítica social, já que o realismo havia sido ineficaz nessa matéria.
d) aproveitamento estético do que havia de melhor na herança literária brasileira, desde suas primeiras
manifestações.
e) uma preocupação com o estudo e com a observação da realidade brasileira.
2- Assinale a alternativa correta quanto ao Pré- modernismo.
a) São autores do Pré-modernismo Euclides da Cunha, autor de Os Sertões, Lima Barreto, autor
de Triste fim de Policarpo Quaresma e Monteiro Lobato, autor de Urupês
b) As obras do período resumem os ideais da Semana de Arte Moderna, através da quebra das
tradições e do desvio sistemático das estruturas consagradas.
c) A poesia pré-modernista revela influências do Parnasianismo, através da construção de poemas
de forma fixa, uso de rimas ricas, presença da mitologia e da cultura grecoromana, seleção
vocabular.
d) São obras constitutivas do período: Juca Mulato, de Menotti Del Picchia; Cinza das Horas, de
Manuel Bandeira; e Memórias Sentimentais de João Miramar, de Oswald de Andrade.
e) Período marcado pelo romance urbano que acaba com a descrição do regional, a fim de
valorizar as várias transformações sociais no país, tais como o êxodo rural e o crescimento das
cidades, da criminalidade e da corrupção.
3- Sobre Triste fim de Policarpo Quaresma, de Lima Barreto, pode-se afirmar:
a) É um poema épico que conta a história de Marechal Floriano.
b) É uma narrativa de ficção que conta a história de Brás Cubas.
c) É um livro de memórias escrito por Riobaldo Tatarana.
d) É um conto que narra a história de amor de Olga e Marechal Floriano.
e) É um romance em que é narrada a história de um brasileiro visionário.
Morreu Peri, incomparável idealização dum homem natural como o sonhava Rousseau, protótipo
de tantas perfeições humanas que no romance, ombro a ombro com altos tipos civilizados, a todos
sobreleva em beleza d’alma e corpo.
Contrapôs-lhe a cruel etnologia dos sertanistas modernos um selvagem real, feio e brutesco,
anguloso e desinteressante, tão incapaz, muscularmente, de arrancar uma palmeira, como incapaz,
moralmente, de amar Ceci.
[...]
Não morreu, todavia.
Evoluiu.
O indianismo está de novo a deitar copa, de nome mudado. Crismouse de “caboclismo”. O cocar
de penas de arara passou a chapéu de palha rebatido à testa; a ocara virou rancho de sapé; o
tacape afilou, criou gatilho, deitou ouvido e é hoje espingarda trochada; o boré descaiu
lamentavelmente para pio de inambu; a tanga ascendeu a camisa aberta ao peito.
Mas o substrato psíquico não mudou: orgulho indomável, independência, fidalguia, coragem,
virilidade heroica, todo o recheio, em suma, sem faltar uma azeitona, dos Peris e Ubirajaras.
Este setembrino rebrotar duma arte morta inda se não desbagoou de todos os frutos. Terá o seu “I
Juca Pirama”, o seu “Canto do Piaga” e talvez dê ópera lírica.
[...]
Porque a verdade nua manda dizer que entre as raças de variado matiz, formadoras da
nacionalidade e metidas entre o estrangeiro recente e o aborígene de tabuinha do beiço, uma
existe a vegetar de cócoras, incapaz de evolução, impenetrável ao progresso. Feia e sorna, nada a
põe de pé.
LOBATO, M, Urupês. São Paulo: Brasiliense, 1957.
Vocabulário:
boré: trombeta de bambu usada pelos índios.
inambu: ave desprovida completamente ou quase completamente de cauda.
ocara: choupana de índios do Brasil.
sorna: indolente, inerte.
trochada: cano de espingarda que foi torcido para tornar-se reforçado.
4- Sobre o Pré-Modernismo é INCORRETO afirmar que:
a) sua prosa aproxima-se da realidade, expondo e denunciando os contrastes e as mazelas
socioeconômicas brasileiras.
b) é um período de transição das prosas realista e naturalista e das poesias parnasiana e
simbolista para produção literária modernista brasileira.
c) são alguns de seus prosadores: Monteiro Lobato, Euclides da Cunha, Lima Barreto e Graça
Aranha.
d) é uma escola literária brasileira que sofreu forte influência do estilo moderno da prosa
portuguesa.
e) sua prosa retrata diferentes realidades brasileiras, dentre elas: os subúrbios cariocas, o interior
paulista e o sertão nordestino.
“À proporção que falava, mais Quaresma se entusiasmava. Ele não podia ver bem a fisionomia
do ditador, encoberto agora como lhe restava o rosto pelas abas do chapéu de feltro; mas, se a
visse, teria de esfriar, pois havia na sua máscara sinais do aborrecimento mais mortal. Aquele
falatório de Quaresma, aquele apelo à legislação, a medidas governamentais, iam mover-lhe o
pensamento, por mais que não quisesse. O presidente aborrecia-se. Num dado momento disse:
- Mas, pensa você, Quaresma, que eu hei de por a enxada na mão de cada um desses
vadios?! Não havia exército que chegasse...
Quaresma espantou-se, titubeou, mas retorquiu:
– Mas, não é isso, Marechal. Vossa Excelência, com o seu prestígio e poder, está capaz de
favorecer, com medidas enérgicas e adequadas, o aparecimento de iniciativas, de encaminhar
o trabalho, de favorecê-lo e torná-lo remunerador...
Bastava, por exemplo... [...]
Floriano já ouvia Quaresma muito aborrecido. O bonde chegou; ele se despediu do Major,
dizendo com aquela sua placidez de voz:
– Você, Quaresma, é um visionário...” (p.128)
5- Do texto acima, depreende-se que a personagem Policarpo Quaresma é:
a) corrompível, sempre disposto a se vender em qualquer oportunidade.
b) desiludido, quase sempre indiferente aos acontecimentos em volta.
c) quixotesco, em busca de projetos ideais e abstratos para problemas reais.
d) psicótico, conduzindo ao extremo as soluções drásticas dos problemas.
e) apático, preocupado apenas com os livros e as artes.
Os subúrbios do Rio de Janeiro são a mais curiosa coisa em matéria de edificação de cidade. A
topografia do local, caprichosamente montuosa, influiu decerto para tal aspecto, mais influíram,
porém, os azares das construções.
Nada mais irregular, mais caprichoso, mais sem plano qualquer, pode ser imaginado. As casas
surgiam como se fossem semeadas ao vento e, conforme as casas, as ruas se fizeram. Há
algumas delas que começam largas como boulevares e acabam estreitas que nem vielas; dão
voltas, circuitos inúteis e parecem fugir ao alinhamento reto com um ódio tenaz e sagrado.
Às vezes se sucedem na mesma direção com uma frequência irritante, outras se afastam, e
deixam de permeio um longo intervalo coeso e fechado de casas. Num trecho, há
casas amontoadas umas sobre outras numa angústia de espaço desoladora, logo adiante um vasto
campo abre ao nosso olhar uma ampla perspectiva.
Marcham assim ao acaso as edificações e conseguintemente o arruamento. Há casas de todos
os gostos e construídas de todas as formas.
Vai-se por uma rua a ver um correr de chalets, de porta e janela, parede de frontal, humildes e
acanhados, de repente se nos depara uma casa burguesa, dessas de compoteiras na cimalha
rendilhada, a se erguer sobre um porão alto com mezaninos gradeados. Passada essa surpresa,
olha-se acolá e dá-se com uma choupana de pau-a-pique, coberta de zinco ou mesmo palha, em
torno da qual formiga uma população; adiante, é uma velha casa de roça, com varanda e colunas
de estilo pouco classificável, que parece vexada a querer ocultar-se, diante daquela onda de
edifícios disparatados e novos.
BARRETO, Lima. Triste Fim de Policarpo Quaresma. São Paulo: Ateliê Editorial, 2001. (Fragmento).
 
6- O texto acima apresenta, como características da escrita de Lima Barreto,
a) a análise da Guerra de Canudos e o otimismo acerca do futuro da nação.
b) o nacionalismo ufanista e a tematização da escravidão indígena e africana.
c) o uso de uma linguagemrebuscada e o tema da loucura nas classes menos abastadas.
d) o olhar para a realidade social do país e a opção por uma linguagem não rebuscada.
e) a predileção por figuras de linguagem que expressam contraste e o nacionalismo ufanista.
Leia a estrofe extraída do “Poema negro”, de Augusto dos Anjos.
Dorme a casa. O céu dorme. A árvore dorme.
Eu, somente eu, com a minha dor enorme
Os olhos ensanguento na vigília!
E observo, enquanto o horror me corta a fala,
O aspecto sepulcral da austera sala
E a impassibilidade da mobília. (ANJOS, A. Eu e outras poesias. São Paulo: Martins Fontes, 1994. p.109)
7- Destaca-se nessa estrofe o uso da hipérbole, cuja conceituação se relaciona com o seguinte
trecho de música do compositor Cazuza:
a) Dias sim, dias não / Eu vou sobrevivendo sem um arranhão / Da caridade de quem me detesta.
b) Exagerado / Jogado aos teus pés / Eu sou mesmo exagerado.
c) É que eu preciso dizer que eu te amo / Te ganhar ou perder sem engano / É eu preciso dizer
que eu te amo / Tanto.
d) Eu protegi teu nome por amor / Em um codinome, Beija-flor / Não responda nunca, meu amor /
Pra qualquer um na rua, Beija-flor.
“Que lhe importavam os rios? Eram grandes? Pois que fossem... Em que lhe contribuiria para a
felicidade saber o nome dos heróis do Brasil? Em nada... O importante é que ele tivesse sido feliz.
Foi? Não. Lembrou-se das suas coisas de tupi, do folk-lore, das suas tentativas agrícolas...
Restava disso tudo em sua alma uma satisfação? Nenhuma! Nenhuma! O tupi encontrou a
incredulidade geral, o riso, a mofa, o escárnio; e levou-o à loucura. Uma decepção. E a agricultura?
Nada. As terras não eram ferazes e ela não era fácil como diziam os livros. Outra decepção. E,
quando o seu patriotismo se fizera combatente, o que achara? Decepções. Onde estava a doçura
de nossa gente? Pois ele não a viu combater como feras? Pois não a via matar prisioneiros,
inúmeros? Outra decepção. A sua vida era uma decepção, uma série, melhor, um encadeamento
de decepções.” (Lima Barreto. Triste fim de Policarpo Quaresma).
8- Verifica-se que: 
a) O trecho mostra que em todos os momentos de sua vida, Quaresma preocupou-se com o bem
coletivo. Mas, neste momento, ele pensa em si próprio e vê que é um homem abandonado,
incompreendido, injustiçado. Toda a sua dedicação à pátria não lhe deu felicidade nenhuma: é
um homem só e decepcionado. 
b) O trecho foi extraído do 1º capítulo do romance em questão, que introduz o major Quaresma
em seu sítio, fazendo uma reflexão de sua vida passada. A partir daí, em tempo psicológico, a
narrativa resgata os episódios marcantes da vida de Quaresma envolvido na consolidação de
seus projetos nacionalistas.
c) Este trecho mostra que em todos os momentos de sua vida, Quaresma agiu como um cidadão
nacionalista, envolvido, sobretudo, com o bem da pátria. Em sua reflexão fica claro que, mesmo
após sua vida ter sido “um encadeamento de decepções”, ele, o indivíduo, não se importa.
d) Nas últimas linhas do trecho acima há a afirmação de que “A sua vida era uma decepção, uma
série, melhor, um encadeamento de decepções”. A última grande decepção de Quaresma,
dentro de seu projeto de mostrar que o Brasil era uma nação viável e grandiosa, foi descobrir
que o rio Amazonas era menor que o rio Nilo. 
Leia o soneto seguinte, de Augusto dos Anjos.
 
A ideia
 
De onde ela vem?! De que matéria bruta
Vem essa luz que sobre as nebulosas
Cai de incógnitas criptas misteriosas
Como as estalactites duma gruta?!
Vem da psicogenética e alta luta
Do feixe de moléculas nervosas,
Que, em desintegrações maravilhosas,
Delibera, e depois, quer e executa!
 
Vem do encéfalo absconso que a constringe,
Chega em seguida às cordas do laringe,
Tísica, tênue, mínima, raquítica...
 
Quebra a força centrípeta que a amarra,
Mas, de repente, e quase morta, esbarra
No mulambo da língua paralítica!
(ANJOS, A. Eu e outras poesias. São Paulo: Martins Fontes, 1994. p.13)
9- Com base nesse soneto, pode-se afirmar sobre a poesia de Augusto dos Anjos:
a) Utilizando recursos precários de expressão, valoriza o poder da linguagem.
b) Fazendo uso da alegoria, aborda a decadência da sociedade escravocrata.
c) Por meio da força verbal, expressa aspectos agônicos do homem.
d) De posse de um léxico trivial, recupera as fontes clássicas do lirismo.
Negrinha
Negrinha era uma pobre órfã de sete anos. Preta? Não; fusca, mulatinha escura, de cabelos
ruços e olhos assustados.
Nascera na senzala, de mãe escrava, e seus primeiros anos vivera-os pelos cantos escuros da
cozinha, sobre velha esteira e trapos imundos. Sempre escondida, que a patroa não gostava de
crianças.
Excelente senhora, a patroa. Gorda, rica, dona do mundo, amimada dos padres, com lugar
certo na igreja e camarote de luxo reservado no céu. Entaladas as banhas no trono (uma cadeira
de balanço na sala de jantar), ali bordava, recebia as amigas e o vigário, dando audiências,
discutindo o tempo. Uma virtuosa senhora em suma - “dama de grandes virtudes apostólicas,
esteio da religião e da moral”, dizia o reverendo.
 
Ótima, a dona Inácia.
Mas não admitia choro de criança. Ai! Punha-lhe os nervos em carne viva. [...]
A excelente dona Inácia era mestra na arte de judiar de crianças. Vinha da escravidão, fora
senhora de escravos – e daquelas ferozes, amigas de ouvir cantar o bolo e estalar o bacalhau.
Nunca se afizera ao regime novo – essa indecência de negro igual.
LOBATO, M. Negrinha. In: MORICONE, I. Os cem melhores contos brasileiros do século. Rio de Janeiro: Objetiva, 2000 (fragmento).
10- A narrativa focaliza um momento histórico-social de valores contraditórios. Essa contradição
insere-se, no contexto, pela
a) falta de aproximação entre a menina e a senhora, preocupada com as amigas.
b) receptividade da senhora para com os padres, mas deselegante para com as beatas.
c) ironia do padre a respeito da senhora, que era perversa com as crianças.
d) resistência da senhora em aceitar a liberdade dos negros, evidenciada no final do texto.
e) rejeição aos criados por parte da senhora, que preferia tratá-los com castigos.

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