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Questão 1) Com base nos seus conhecimentos a respeito dos tratamentos preliminares, primários, secundários e terciários de efluentes, responda a situação problema abaixo: “Uma empresa do ramo alimentício, produtora de sorvetes, possui um sistema de lodos ativados para o tratamento da matéria orgânica do seu efluente. O sistema apresenta bactérias metanogênicas que reduzem o teor de nitrogênio e fósforo do efluente. O químico responsável fez análises da água tratada e constatou que os teores de sólidos sedimentáveis estavam dentro dos padrões aceitáveis, porém fósforo e nitrogênio estavam em elevado nível. No processo de produção são realizadas sucessivas lavagens dos equipamentos, sendo que são feitas lavagens ácidas em alguns itens e básicas em outros (com intervalos de no mínimo 4 horas entre as mesmas) e esta água é diretamente levada até o sistema de lodos ativados. O efluente proveniente do processo produtivo passa por um sistema de gradeamento e uma caixa de gordura, para após, ser direcionado ao sistema de lodos ativado”. Baseado no descrito, cite e explique, ao menos duas formas de aumentar o rendimento do tratamento. Tendo em vista que o processo não está sendo eficiente da maneira que é esperado, iremos propor duas maneiras de aumentar o rendimento do tratamento. Proposta 1: Conhecendo o processo produtivo em que o efluente é gerado e conhecendo o sistema de tratamento deste efluente, podemos verificar que o nível de fósforo e nitrogênio continuam altos, mesmo após ter passado pelos seguintes tratamentos: Tratamento preliminar: Gradeamento, onde são removidos os sólidos grosseiros capazes de causar obstruções nas próximas etapas do tratamento. Já na caixa de gordura são removidos resíduos maiores presentes no efluente que não foram removidos no gradeamento. Nela, ficam depositadas graxas e gorduras que possivelmente iriam gerar problemas no tratamento posterior. Tratamento secundário: Sistema de lodo ativado, trata-se de um processo biológico, onde os microorganismos presentes nesse efluente são mantidos sob aeração. De acordo com Sant’anna Jr (2010, apud OLIVEIRA, 2014, p.7), o oxigênio fornecido neste sistema é consumido por bactérias heterotróficas que facilitam o processo de degradação da matéria orgânica. Conforme visto em aula, alguns parâmetros precisam ser analisados previamente antes do efluente ser transferido ao sistema de lodos ativado. Como por exemplo, a entrada de produtos tóxicos, oxigênio dissolvido, concentração do lodo ativado e suas características, tempo de retenção, vazão de entrada, concentração de nutrientes, odor, cor , pH e temperatura. Desta forma, Sant’anna Jr (2010, apud OLIVEIRA, 2014), afirma que a faixa adequada para que haja um bom rendimento do lodo ativado se encontra entre 6,0 e 8,0. Tendo em vista que no processo de produção são realizadas sucessivas lavagens dos equipamentos em alguns itens ácidos e em outros com básicos, seria necessário fazer o ajuste de pH, antes de serem transferidos esses efluentes ao sistema de lodos ativados. Proposta 2: Tendo em vista que o efluente passa por um sistema de gradeamento, seguido da caixa de gordura e lodos ativados e mesmo assim, não tem um resultado satisfatório em relação a eliminação de fósforo e nitrogênio do efluente, se propõe juntamente com os outros tratamentos, um sistema de alagados construídos (SACs). Esse sistema de alagados construído é bem eficiente na retirada de fósforo e nitrogênio, além de ser um sistema de baixo custo de implantação e monitoramento. Antes de ser enviado ao sistema de lodos ativados, o efluente passaria pelos SACs. Segundo estudos realizados por Mendonça et al. (2012), os SACs podem ser construídos por meio de recipientes de PEAD, cortados transversalmente, formando duas calhas. O substrato a ser utilizado deve ser de 80% brita n° 0 e 20% areia. Em seguida deve ser plantada a espécie Typha dominguensis, conhecida como taboa, por meio de propágulos vegetativos de aproximadamente 25 cm de comprimento. Com isso, o efluente irriga esses vegetais durante 48 horas e após esse período, se inicia um novo ciclo. Esse sistema apresenta resultados satisfatórios em relação a remoção de nitrogênio, que fica em torno de 53% de remoção. Já para remoção de fósforo, o sistema apresenta remoção de aproximadamente 34% Após essas 48 horas, o efluente restante segue para o sistema de lodos ativado, para potencializar a remoção de fósforo do efluente.
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