Buscar

Historia da Educação - Tema 1 - Na Antiguidade Classica

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

MÓDULO 1 
NA ANTIGUIDADE CLÁSSICA
	Módulo 1
Explicar as características da Educação na Grécia Clássica.
	Módulo 2
Descrever os elementos que marcaram a Educação na Roma Clássica.
	Módulo 3
Identificar traços da Educação na Antiguidade Clássica na Educação contemporânea.
EDUCAÇÃO NA GREGA CLÁSSICA.
Ideais de três dos maiores pensadores da Filosofia clássica:
SÓCRATES: Entendia a Filosofia como a procura da verdade, trilhando o caminho da sabedoria. Busca das verdades universais: o caminho para a prática do bem e da virtude. Ele almejava que as pessoas se livrassem das falsas certezas para alcançar a verdade própria do ser humano.
Sócrates criou a Maiêutica, método de ensino investigativo que se baseava nas interrogações para dar à luz o conhecimento.
Maiêutica : Método com duas etapas que destruíam as falsas verdades ara criar a universal. São elas:
	1) Implantava-se a dúvida, de modo que o saber adquirido fosse interrogado para revelar as fraquezas e contradições na forma de pensar.
	2) Estimulava-sebusca de novos conceitos, de novas opiniões, o pensamento por si mesmo, a fim de desvelar a verdade, livrando-se do falso conhecimento.
PLATÃO: A teoria do conhecimento tem como base a convicção de que o mundo sensível em que vivemos é apenas um mundo aparente, incapaz de nos oferecer conhecimento verdadeiro.Para chegarmos a esse tipo de conhecimento, necessitamos buscar o mundo inteligível, onde está a verdadeira essência das coisas. Assim, o conhecimento se dá a partir da ideia até a realidade.
Para ratificar suas concepções intelectuais, Platão criou o Mito da Caverna, cuja história é a seguinte:
Prisioneiros acorrentados em frente a uma parede podiam ver apenas sombras. Quando um deles, enfim, se liberta, encontra uma realidade diferente. Impressionado, o preso volta para contar aos demais sobre o mundo que existia fora da caverna. A intenção dele era livrá-los da escuridão. Mas os outros prisioneiros não só se recusaram a acreditar no homem, como o mataram.
ARISTÓTELES: Somente na pólis, o homem se realizava plenamente em busca do bem supremo. No entanto, essa realização não era definitivamente alcançada, pois não estava presa a um tempo específico, mas se refazia – inclusive como sensação –, à medida em que o homem decidia por novas determinações em seu ato constitutivo e reconstitutivo.
O Conhecimento segundo Aristóteles
Aristóteles propõe uma teoria do conhecimento praticamente inversa à teoria de Platão (que foi seu mestre) ao defender que a relação de nossos sentidos com o mundo visível nos possibilita a chegada ao conhecimento. As etapas desse processo de chegada ao conhecimento seriam as seguintes:
Para o pensamento aristotélico, o aprendizado era visto como uma prática política. Somente pelo entendimento do conceito de pólis seria possível compreender seu projeto de educação como canal capaz de desenvolver as condições necessárias para a segurança do regime e para a saúde do Estado. A Educação, para Aristóteles, deveria ocupar toda a vida do cidadão desde sua concepção.
Ao Estado, cabia:
1 Guiar os cidadãos à prática das virtudes.
2 Ocupar-se da educação dos jovens.
3 Estabelecer leis que promovessem a educação conforme a moral, voltada à vida política, o que estabelecia seu equilíbrio.
4 Tornar a educação um assunto público. 
Atenção: Não estamos resumindo o pensamento destes filósofos. Além da impossibilidade de fazer isto em poucas linhas, nosso objetivo aqui não é este, mas despertar para a influência destes autores na Educação grega.
EDUCAÇÃO GREGA
Não existia o modelo de escola como conhecemos na Grécia Clássica. O jovem cidadão estava constantemente aprendendo. A própria família tinha essa responsabilidade, conforme a tradição religiosa, e muitas atividades reuniam os gregos em comemoração: esses eram os momentos que faziam a Educação acontecer naturalmente.
O ensino das letras e dos cálculos demorou um pouco mais para se difundir, pois, na formação escolar, a preocupação recaía, prioritariamente, sobre a prática esportiva.
Os gregos tratavam a educação como um processo de preparação para a vida social. O homem era visto não só como um ser racional, mas como o centro do universo.
A busca pelo conhecimento e o estudo da natureza, do ser humano e das artes, da observação e da investigação do mundo levaram ao desenvolvimento da Filosofia, entendida como a formação do homem, de seu espírito e de sua alma. Assim como o aspecto intelectual, a educação pelas artes era fundamental para gerar esse homem. Esse processo era resumido pela palavra paideia, que não é possível traduzir em virtude de seus inúmeros significados.
Mas segue uma boa tentativa de Werner Jaeger:
[...] a essência de toda a verdadeira educação, [o] que dá ao homem o desejo e a ânsia de se tornar um cidadão perfeito, [o que] o ensina a mandar e a obedecer, tendo a justiça como fundamento. A educação de cada pólis refletia a forma de organização e os ideais de cada sociedade.
Iremos especificar os pormenores da educação ateniense e da espartana a seguir.
EDUCAÇÃO ATENIENSE
O principal objetivo da educação em Atenas era preparar integralmente o cidadão.
Assim, a educação ateniense propiciou o surgimento e o desenvolvimento da Filosofia, que pode ser dividida em três fases:
	Período pré-socrático
Buscava-se explicar as questões da natureza e a origem do mundo.
	Período socrático
A reflexão residia sobre o homem. Este foi o momento em os filósofos clássicos estudados se destacaram.
	Período helenístico
A Filosofia ficou marcada pela visão cristã e por soluções individuais em detrimento do coletivo.
EDUCAÇÃO ESPARTANA
A educação em Esparta era mais voltada para a formação de soldados para as guerras.
A disciplina era um valor, e o respeito dos guerreiros a seus superiores era primordial. Assim, a educação moral espartana valorizava a obediência, a aceitação dos castigos e o respeito aos mais velhos, bem como privilegiava a vida comunitária.
1. O método investigativo criado por Sócrates, que se baseava nas interrogações para dar à luz o conhecimento e que destruía as falsas verdades para gerar uma universal, era conhecido como:
A) Arché
B) Dialética
C) Maiêutica - (Maiêutica é como foi chamado o Método Socrático, que consistia em levar o indivíduo a desenvolver um determinado conceito ou conhecimento, a partir de um processo em duas etapas: negação (ou dúvida) do conhecimento já estabelecido; aquisição (ou lembrança) do verdadeiro conhecimento, que estaria oculto pelo anterior.)
D) Pedagogia
E) Paideia
2. Uma das características da Educação grega, especificamente em Atenas, era a valorização da Retórica neste processo. Levando em conta que este ponto é um dos mais contrastantes com a Educação espartana, assinale a alternativa que explicita este contraste:
A) Em Atenas, a preocupação era formar um cidadão capaz de defender suas ideias na Ágora. Em Esparta, o objetivo era formar o guerreiro. - (A Educação de Atenas visava à formação do cidadão, que necessitaria saber argumentar na Ágora. A retórica era apenas um dos instrumentos nesta formação. Em Esparta, a meta educativa se baseava no rígido código do Agogê. Portanto, um filósofo jamais chegaria ao poder administrativo daquela cidade-Estado militar e bélica.)
B) Em ambas as cidades-estados, a preocupação era a formação do cidadão. No entanto, a Retórica era uma característica exclusiva de Atenas.
C) A importância da Retórica era impedir que o filósofo pudesse chegar ao poder administrativo da cidade-Estado, tão comum em Esparta.
D) Em Atenas, a Retórica desenvolve a arte da argumentação. Em Esparta é o Agogê que assume o mesmo papel, destacando a música e a poesia.
MÓDULO 2 
EDUCAÇÃO NA ROMA CLÁSSICA
Para compreender a Educação no Império Romano, necessitamos buscar alguns elementos entre aqueles conhecidos como seus grandes pensadores: poetas, filósofos e historiadores.
Destacaremos três destes ilustres personagens:
HORÁCIO
Além de sua importância como poeta, pois trouxe muito da filosofia grega para Roma através de sua poesia, Horácio (65 a.C.- 27 a.C.) presenciou o nascimento do Império Romano, sendo contemporâneo de Julio Cesar, Marco Antonio, Cleópatra e Otaviano Augustus.
	De sua vasta obra, que influenciou o pensamento romano, podemos destacar uma frase que será reconhecida como a marca do filósofo:
Sapere aude! Ouse saber!
	Séculos mais tarde, Immanuel Kant, um dos fundadores do pensamento contemporâneo, traduziu a frase como:
“Tenha coragem de pensar por si mesmo”.
SÊNECA
Vivenciou eventos fundamentais na sociedade romana, foi preceptor de Nero na sua infância e seu conselheiro até se tornar imperador. Como filósofo, advogado, dramaturgo e homem público, Sêneca é considerado um dos mais importantes autores do império. Além de vasta obra, deixou como herança sua preocupação ética: coerência entre aquilo que pensava e escrevia com aquilo que vivia. Também defendia o conceito de igualdade natural entre os homens – vivia em constante combate à escravidão, tão comum em seu tempo.
FLÁVIO JOSEFO
Foi um historiador judeu, tornado cidadão romano. Ele testemunhou eventos fundamentais de seu tempo, todos registrados em suas obras: a expansão definitiva do Império Romano sobre a Palestina, a destruição do Templo de Jerusalém (70 d.C.) e o nascimento do Cristianismo. Vivendo permanentemente dividido, não só como historiador, mas como homem público, deixou relatos fundamentais daquele período, que ainda hoje são fontes preciosas.
EDUCAÇÃO ROMANA
Como podemos perceber, apesar da influência helenística sobre a cultura de Roma, essa sociedade também possuía grandes pensadores que marcaram aquele período e que resistiam a tal influência, na busca de manutenção de suas tradições. Mesmo assim, não identificaremos elementos opostos ao ideal grego de educação. Em Roma:
Esperava-se que se proporcionasse à criança o saber necessário para o exercício de sua profissão de soldado ou de proprietário rural.
“Nesse período, a educação da criança era de responsabilidade da família, do pater familias [...]. Isso significa que, desde os primeiros tempos da cidade, a autonomia da educação paterna era uma lei do Estado – o pai é dono e artífice de seus filhos.”
Manacorda, 2006, p. 74.
No século II a.C., o pater familias concedeu à mãe os direitos sobre a educação de seus filhos durante a primeira infância, incluindo as meninas, que também aprendiam os elementos iniciais do alfabeto. A criança crescia em casa, com os colegas, entre os brinquedos e as aprendizagens básicas.
A mulher adquiriu uma autoridade desconhecida na Antiguidade grega. Essa tradição permaneceu por muito tempo, inclusive no século I d.C., conforme destaca Manacorda (2006, p. 75): “Quintiliano também atribui à mãe a tarefa de ensinar aos filhos os primeiros elementos do falar e do escrever”. Manacorda, 2006, p. 74.
Resumindo, então, a formação da criança na Roma Antiga:
	Por volta dos sete anos de idade, o pai deveria proporcionar ao filho a educação moral e cívica, baseada na tradição, bem como na aprendizagem de noções jurídicas e de conceitos estabelecidos na Lei das XII Tábuas, a fim de desenvolver sua consciência histórica e o patriotismo. Para isso, a Educação romana compreendia, também, os exercícios físicos e militares.
	Em torno de 16 anos, finalmente livre da infância, o jovem dava início à aprendizagem da vida pública, militar ou política, acompanhado do pai ou, se necessário, de um parente e, até mesmo, de um escravo instruído, com o objetivo de se inserir na sociedade. Durante cerca de um ano, antes de cumprir o serviço militar, adquiria conhecimentos de Direito, de prática pública e da Eloquência (baseada diretamente nos estudos gregos em Retórica).
INFLUÊNCIA GREGA NA EDUCAÇÃO ROMANA
No início da República, o crescimento do comércio e a expansão de Roma propiciaram transformações na organização da sociedade. Inclusive, aos poucos, consolidou-se outro modelo de educação mais coerente com o novo momento vivido pelos romanos.
Escravo Pedagogo -> Escravo Mestre -> Escravo Libertus
Provavelmente, a evolução histórica foi do escravo pedagogo e mestre da própria família ao escravo mestre das crianças de várias famílias e, enfim, ao escravo libertus, que ensina na sua própria escola. Manacorda, 2006, p. 78.
E quem eram esses escravos? A maioria deles veio da Grécia conquistada pelos romanos. Em Roma, os escravos gregos ensinaram a própria língua e transmitiram sua cultura aos romanos. Além disso, os etruscos (povo da Etrúria, uma terra antiga da Península Itálica) também foram influenciados pelos gregos, com quem aprenderam o alfabeto.
De modo gradual, a Educação tornou-se um ofício praticado, inicialmente, por escravos no interior da família e, em seguida, por libertos na escola.
Nesse período, os mestres eram mais desprezados do que estimados e, muitas vezes, lembrados pelos castigos corporais e pela pobreza. Apesar de sua severidade, é comum encontrarmos relatos de revoltas por parte dos alunos, que até os agrediam fisicamente.
Em seguida, foram criadas as cátedras de Retórica nas grandes cidades. Além disso, houve favorecimento e promoção da instituição de escolas municipais de gramática e de retórica nas províncias.
Então, pela primeira vez, os romanos desenvolveram um sistema de ensino: um organismo centralizado que coordenava inúmeras instituições escolares espalhadas por todas as províncias do império, constituídas em caráter oficial pela intervenção do Estado.
Atenção: Observamos a influência grega e etrusca sobre a origem de uma forma de educação não familiar, mas institucionalizada na escola. Logo, a cultura grega converteu-se em patrimônio comum dos povos do Império Romano e, depois, foi repassada durante muito tempo à Europa medieval e moderna, chegando, assim, à nossa época
1. Dentre tantos autores, filósofos, poetas, juristas e dramaturgos, que marcaram a Roma Clássica, destacamos a importância de Sêneca naquele contexto, mesmo quando suas ideias contrastavam com a própria estrutura do Império Romano.
A) O ensino visava oferecer à criança o aprendizado suficiente para sua atuação social.
B) Grande parte do processo educativo era realizada por escravos. (A preocupação de Sêneca especificamente, e de outros pensadores do Império, contrastava com o modelo escravocrata vigente. Vale lembrar que, naquele momento, os escravos eram prisioneiros de guerra, e, geralmente, eram os mais qualificados para o trabalho que exerciam.)
C )A responsabilidade da família era destacada na Educação romana.
D) Educação romana também compreendia exercícios físicos e militares.
E) O Pater familias era uma figura importante no contexto da Educação Romana, inclusive por sua plena autoridade sobre os escravos.
2. Apesar da tentativa de um modelo de Educação próprio, Roma não teve como impedir a influência grega, não somente pela utilização dos escravos, prisioneiros de guerra, mas por uma série de fatores ligados ao processo educacional do cidadão.
Assinale a única alternativa que apresenta uma analogia à Educação grega, especialmente ao ensino da Retórica:
A) Exercícios físicos e militares como parte do processo pedagógico.
B) O ensino das primeiras letras (alfabetização) no âmbito familiar.
C) O ensino da Eloquência, última fase de aprendizado antes do serviço militar. (O ensino da Eloquência está diretamente ligado ao ensino de Retórica, na Grécia. Ou seja, ao preocupar-se com a formação do cidadão, o processo educacional visava oferecer um conteúdo referente à apresentação clara das próprias ideias e, especialmente, a argumentação, capacidade de sustentar tais ideias com argumentos.)
D) O desprezo pelo mestre por parte dos alunos, pela condição de escravos que se encontravam a maioria.
E) A educação moral e cívica era oferecida às crianças, a partir dos sete anos de idade, no seio da própria família.
MÓDULO 3
Identificar traços da Educação na Antiguidade Clássica na Educação contemporânea.
MUNDO INTELIGÍVEL (PLATÃO)
É preciso conhecer as formas, a verdade e a razão de tudo o que existe no mundo sensível. Tudo o que nasce e desaparece não pode ser considerado o ser de maneiraplena. Neste mundo, tudo é instável, pois se transforma com o tempo. A verdade é o lugar para onde devemos retornar, pois viemos dela, das formas inteligíveis e das essências.
EDUCAÇÃO: MISSÃO
A instrução deve culminar na formação do cidadão e da cidade dos justos. Por isso, é necessário haver equilíbrio entre as três almas presentes no homem: animal, passional e intelectual. O intelecto (razão) tem de dominar as paixões e os instintos.
PRÁTICA DIALÉTICA
Embora nossa legislação educacional, nos últimos anos, tenha passado por muitas alterações, é fácil perceber que alguns dos pontos definidos como essenciais por Platão estão presentes ainda hoje. Sim, a dialética(Esse termo, que deriva de diálogo, não foi empregado, na história da filosofia, com significado unívoco. Para Platão, a Dialética é a técnica da investigação conjunta, feita através da colabora de duas ou mais pessoas, segundo procedimento socrático de perguntas e respostas) ainda permanece nos discursos, mas é fundamental para que haja, verdadeiramente, Educação.
O MITO DA CAVERNA
Provavelmente você já percebeu, mas é importante destacar que não há nada mais emancipador para o ser humano que a Educação. Ela que permite ao homem “ter coragem de pensar por si mesmo” (uma conclusão também romana).
Moral da história: a educação liberta, ilumina os que estão no mundo das sombras e leva à verdade.
FORMAÇÃO CIDADÃ
Outro ponto em que esta influência é perceptível corresponde à preocupação da formação do cidadão. Ou melhor: a Educação é uma prática social, no seio da pólis. Portanto, representa uma prática política.
A educação era, portanto, uma condição da pólis e não podia ser negligenciada. Para Aristóteles, a política era a ciência mais importante, e, apenas por meio da educação, o homem desenvolvia a prática do bem-estar comum. Mas, para que a educação alcançasse seus objetivos, era necessário um conjunto de atividades pedagógicas e coordenadas, que visassem a uma cidade perfeita e a um cidadão feliz.
O filósofo grego também deixou de herança o método peripatético(Esse termo deriva do grego perípatos (= passeio aberto) e identifica o lugar onde foi instalado o Liceu (Escola Filosófica fundada por Aristóteles). Pela proposta de conhecimento amplo e ao mesmo tempo aprofundado que Aristóteles propunha a seus seguidores, tal método indica, hoje, a busca por um conhecimento mais abrangente e menos especializado; ainda que sem perder-se na superficialidade), que discutia as questões filosóficas mais profundas, relacionadas à metafísica, à Física e à Lógica.
EDUCAÇÃO ROMANA
A crítica a esse modelo de educação se fez presente e partiu de dentro da própria sociedade, que, por meio de seus importantes pensadores ou filósofos, não só condenou como também externou proposições a respeito da escola. Veremos uma dessas colocações a seguir.
A memorização e a repetição marcaram fortemente essa escola inicial. Certamente, o tédio de tal didática, o medo das varas e dos chicotes, e os conteúdos muito distantes da vida diária e dos interesses reais dos jovens e da sociedade não encorajaram a frequência aos estudos.
[...] em Roma, encontramo-nos, pela primeira vez, perante uma crítica fundamental da escola pelo que ela é, e não pelos acidentes de sua vida diária – assistimos, enfim, ao nascimento de uma consciência crítica sobre a escola e a educação.
DESAFIOS GERAIS PARA O ATUAL MODELO DE ENSINO
Infelizmente, sabemos que não foi apenas as qualidades da Educação Clássica e a valorização do saber como constituinte do cidadão que herdamos de nossa História. Ainda trazemos muito embates, conflitos e até mesmo a realidade de violência, persistente na sociedade em geral, para dentro da escola.
Mas, com honestidade, identificando nossos erros e acertos nos modelos educacionais adotado até aqui, necessitamos dar passos!
Dentre os inúmeros passos que podemos dar, além de oferecer formação acadêmica de qualidade, é preciso investir esforços para termos um relacionamento sadio e respeitoso entre escola e sociedade e entre professores e alunos.
Como profissionais da Educação – atuais ou futuros – necessitamos estar atentos às lições da História e da História da Educação. E assim superarmos essa realidade de violência, e podermos fazer da escola verdadeiro ambiente de segurança, convivência e, claro, Educação.
1. O pensamento platônico, a relação entre o mundo inteligível e a Educação, e as propostas que ele apresenta como disciplina escolar podem nos trazer importantes reflexões sobre uma estratégia fundamental para que a educação não seja apenas imposição de conhecimentos alheios.
Assinale a única alternativa que identifica essa estratégia:
A) A recriação do Gineceu nas escolas para a existência de um ensino mais prático e objetivo.
B) A criação de uma Escola Peripatética, em que os conhecimentos serão mais aprofundados.
C) A valorização da Reminiscência, levando os alunos a buscarem conhecimentos esquecidos.
D) O resgate do ensino da Dialética a fim de possibilitar uma educação dialógica.( A Dialética tornou-se fundamental no contexto da Educação Clássica por valorizar exatamente a condição necessária para a autonomia do cidadão, a fim de assumir seu papel na sociedade, através do diálogo. Da mesma forma, espera-se que a formação do educando passe pelo mesmo caminho para que também seja responsável por seu aprendizado.)
E) O Mito da Caverna apresenta-se como uma excelente analogia com a condição humana de sermos mais abertos ao que é mítico do que aquilo que é racional.
2. Aristóteles deixou muitas heranças para a educação grega e romana. Uma delas foi um método de ensino que discutia as questões filosóficas mais profundas, relacionadas à Metafísica, à Física e à Lógica, conhecido como:
A)Phisis.
B)Peripatético.( A origem do nome deste método vem do hábito de Aristóteles de ensinar ao ar livre, caminhando, enquanto lia e dava preleções sob os portais cobertos do Liceu (perípatos) ou sob as árvores que o cercavam. Sempre pelas manhãs, mestre e discípulos debatiam sobre os temas mencionados.)
C)Dialética.
D)Maiêutica.
E)Paideia
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Se quisermos resumir a importância da Educação Clássica para o desenvolvimento das práticas educacionais atuais, seja em seu período específico ou através da herança deixada a nós, devemos nos concentrar na valorização e no respeito ao conhecimento, ou seja, há algo a ser aprendido.
Daí o grande papel da Filosofia naquele contexto. Assim, formar o cidadão, nos tempos clássicos da Grécia e de Roma ou atualmente, é permitir a ele o acesso ao conhecimento e às condições para posicionar-se frente a este mesmo conhecimento e, consequentemente, frente à sociedade em que vive.

Continue navegando