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1_Teste - Estatuto do conhecimento cient?fico.docx TESTE DE AVALIAÇÃO – FILOSOFIA 11.º Nome da Escola Ano letivo 2020-2021 Novos Contextos Filosofia | 11.º ano Nome do Aluno Turma N. º Data - - 2021 Professor Classificação O estatuto do conhecimento científico Grupo I 1. Indique, para cada questão que se segue, a opção correta. 1.1. Segundo a conceção indutivista do método científico, a investigação científica parte de A. observações. B. teorias. C. hipóteses. D. problemas. 1.2. Segundo Popper, o método científico começa por A. problemas. B. observações. C. experiências. D. generalizações. 1.3. Popper defende que, quanto mais falsificável for uma dada afirmação, mais interessante ela é para a ciência. Qual das afirmações seguintes é, de acordo com Popper, mais interessante? A. Não existem planetas com órbitas elípticas. B. Todos os planetas têm órbitas elípticas. C. Alguns planetas têm órbitas elípticas. D. Existem planetas com órbitas elípticas. 1.4. Na conceção de ciência de Thomas Kuhn, quando uma comunidade científica se dedica sobretudo à resolução de enigmas vive um período A. revolucionário. B. não paradigmático. C. de ciência extraordinária. D. de ciência normal. 1.5. Segundo Popper, as fases do método científico, de carácter hipotético-dedutivo (ou conjetural), seguem esta ordem: A. dedução das consequências; formulação da hipótese ou conjetura a partir de um facto-problema; experimentação. B. experimentação; formulação da hipótese ou conjetura a partir de um facto-problema; dedução das consequências. C. formulação da hipótese ou conjetura a partir de um facto-problema; dedução das consequências; experimentação. D. dedução das consequências; experimentação; formulação da hipótese ou conjetura a partir de um facto-problema. 1.6. Para Kuhn, a ciência entra em crise quando A. surge uma anomalia. B. ocorre uma revolução. C. a ciência normal se desenvolve e cria novos problemas. D. não se conseguem resolver as anomalias persistentes. 1.7. O problema da demarcação traduz-se na preocupação epistemológica em estabelecer A. a distinção das ciências entre si. B. a separação da ciência relativamente a outros modos de conhecimento. C. a distinção entre a filosofia e a religião. D. a separação no interior da ciência. 1.8. “Segundo o critério da falsificabilidade, o enunciado ‘Surgirá no céu uma bola de fogo’ é científico.” Esta afirmação é A. verdadeira, porque o enunciado versa sobre um conteúdo empírico. B. falsa, porque tal enunciado não é empiricamente falsificável. C. verdadeira, porque a hipótese poderá vir a confirmar-se. D. falsa, porque o enunciado não se refere a um conteúdo empírico. 1.9. Segundo Thomas Kuhn A. as revoluções científicas são frequentes na história da ciência. B. uma simples anomalia é suficiente para derrubar um paradigma. C. a «ciência normal» desenvolve-se à margem de qualquer paradigma. D. um excesso de anomalias pode originar um período de crise da ciência. 1.10. Para Kuhn, a verdade científica implica A. a dependência de um paradigma. B. a correspondência com a realidade. C. a coerência interna. D. a discursividade. Grupo II 1. Apresente duas objeções à conceção indutivista do método científico. 2. Refira duas críticas à perspetiva falsificacionista de Popper. (Na sua resposta, comece por explicar em que consiste o critério da falsificabilidade.) 3. Leia o texto. «Podemos ter de renunciar à noção, explícita ou implícita, de que as mudanças de paradigma aproximam os cientistas, e os que com eles aprendem, cada vez mais da verdade.» T. Kuhn, A Estrutura das Revoluções Científicas, Lisboa, Guerra & Paz, 2009, p. 230 3.1. Descreva as condições que, segundo Kuhn, levam às mudanças de paradigmas. 3.2. Concorda com a posição de Kuhn expressa no texto? Justifique a sua resposta. Grupo III 1. “[Para uns,] a comunidade científica avança com base em argumentos sólidos sustentados por indícios empíricos sólidos. De acordo com eles, o estilo de raciocínio promovido pela ciência, modelado pelo método científico, é o estilo que melhor contribui para o conhecimento. (...) [Outros, porém,] comparam (...) a substituição de uma teoria científica dominante numa área de investigação a uma conversão religiosa. A comunidade científica não é um agente racional coletivo que, de uma maneira objetiva, pesa razões a favor e contra teorias concorrentes.” L. Bortolotti, Introdução à Filosofia da Ciência, Lisboa, Gradiva, 2008, pp. 210-211 (adaptado) Compare, a partir do texto, as perspetivas de Popper e de Kuhn acerca da objetividade da ciência. COTAÇÕES Grupo I 1. ............................................................................................................................................. 50 pontos Grupo II 1. …......................................................................................................................................... 30 pontos 2. …......................................................................................................................................... 30 pontos 3.1. .......................................................................................................................................... 20 pontos 3.2. .......................................................................................................................................... 20 pontos Grupo III 1. ……………………………..................................................................................................... 50 pontos TOTAL .................................................................................................................................. 200 pontos 2 José Ferreira Borges · Marta Paiva · Orlanda Tavares 1_Teste - Estatuto do conhecimento cient?fico.pdf 1 José Ferreira Borges · Marta Paiva · Orlanda Tavares TESTE DE AVALIAÇÃO – FILOSOFIA 11.º Nome da Escola Ano letivo 2020-2021 Novos Contextos Filosofia | 11.º ano Nome do Aluno Turma N. º Data - - 2021 Professor Classificação O estatuto do conhecimento científico Grupo I 1. Indique, para cada questão que se segue, a opção correta. 1.1. Segundo a conceção indutivista do método científico, a investigação científica parte de A. observações. B. teorias. C. hipóteses. D. problemas. 1.2. Segundo Popper, o método científico começa por A. problemas. B. observações. C. experiências. D. generalizações. 1.3. Popper defende que, quanto mais falsificável for uma dada afirmação, mais interessante ela é para a ciência. Qual das afirmações seguintes é, de acordo com Popper, mais interessante? A. Não existem planetas com órbitas elípticas. B. Todos os planetas têm órbitas elípticas. C. Alguns planetas têm órbitas elípticas. D. Existem planetas com órbitas elípticas. 1.4. Na conceção de ciência de Thomas Kuhn, quando uma comunidade científica se dedica sobretudo à resolução de enigmas vive um período A. revolucionário. B. não paradigmático. C. de ciência extraordinária. D. de ciência normal. 2 José Ferreira Borges · Marta Paiva · Orlanda Tavares 1.5. Segundo Popper, as fases do método científico, de carácter hipotético-dedutivo (ou conjetural), seguem esta ordem: A. dedução das consequências; formulação da hipótese ou conjetura a partir de um facto- problema; experimentação. B. experimentação; formulação da hipótese ou conjetura a partir de um facto-problema; dedução das consequências. C. formulação da hipótese ou conjetura a partir de um facto-problema; dedução das consequências; experimentação. D. dedução das consequências; experimentação; formulação da hipótese ou conjetura a partir de um facto-problema. 1.6. Para Kuhn, a ciência entra em crise quando A. surge uma anomalia. B. ocorre uma revolução. C. a ciência normal se desenvolve e cria novos problemas. D. não se conseguem resolver as anomalias persistentes. 1.7. O problema da demarcação traduz-se na preocupação epistemológica em estabelecer A. a distinção das ciências entre si. B. a separação da ciência relativamente a outros modos de conhecimento. C. a distinção entre a filosofia e a religião. D. a separação no interior da ciência. 1.8. “Segundo o critério da falsificabilidade, o enunciado ‘Surgirá no céu uma bola de fogo’ é científico.” Esta afirmação é A. verdadeira, porque o enunciado versa sobre um conteúdo empírico. B. falsa, porque tal enunciado não é empiricamente falsificável. C. verdadeira, porque a hipótese poderá vir a confirmar-se. D. falsa, porque o enunciado não se refere a um conteúdo empírico. 1.9. Segundo Thomas Kuhn A. as revoluções científicas são frequentes na história da ciência. B. uma simples anomalia é suficiente para derrubar um paradigma. C. a «ciência normal» desenvolve-se à margem de qualquer paradigma. D. um excesso de anomalias pode originar um período de crise da ciência. 3 José Ferreira Borges · Marta Paiva · Orlanda Tavares 1.10. Para Kuhn, a verdade científica implica A. a dependência de um paradigma. B. a correspondência com a realidade. C. a coerência interna. D. a discursividade. Grupo II 1. Apresente duas objeções à conceção indutivista do método científico. 2. Refira duas críticas à perspetiva falsificacionista de Popper. (Na sua resposta, comece por explicar em que consiste o critério da falsificabilidade.) 3. Leia o texto. «Podemos ter de renunciar à noção, explícita ou implícita, de que as mudanças de paradigma aproximam os cientistas, e os que com eles aprendem, cada vez mais da verdade.» T. Kuhn, A Estrutura das Revoluções Científicas, Lisboa, Guerra & Paz, 2009, p. 230 3.1. Descreva as condições que, segundo Kuhn, levam às mudanças de paradigmas. 3.2. Concorda com a posição de Kuhn expressa no texto? Justifique a sua resposta. Grupo III 1. “[Para uns,] a comunidade científica avança com base em argumentos sólidos sustentados por indícios empíricos sólidos. De acordo com eles, o estilo de raciocínio promovido pela ciência, modelado pelo método científico, é o estilo que melhor contribui para o conhecimento. (...) [Outros, porém,] comparam (...) a substituição de uma teoria científica dominante numa área de investigação a uma conversão religiosa. A comunidade científica não é um agente racional coletivo que, de uma maneira objetiva, pesa razões a favor e contra teorias concorrentes.” L. Bortolotti, Introdução à Filosofia da Ciência, Lisboa, Gradiva, 2008, pp. 210-211 (adaptado) Compare, a partir do texto, as perspetivas de Popper e de Kuhn acerca da objetividade da ciência. 4 José Ferreira Borges · Marta Paiva · Orlanda Tavares COTAÇÕES Grupo I 1. ............................................................................................................................................. 50 pontos Grupo II 1. …......................................................................................................................................... 30 pontos 2. …......................................................................................................................................... 30 pontos 3.1. .......................................................................................................................................... 20 pontos 3.2. .......................................................................................................................................... 20 pontos Grupo III 1. ……………………………..................................................................................................... 50 pontos TOTAL .................................................................................................................................. 200 pontos 2_Correção Teste - Estatuto do conhecimento científico.docx Correção do Teste de Avaliação – Filosofia 11.º O estatuto do conhecimento científico GRUPO I 1. 1.1. A. 1.2. A. 1.3. B. 1.4. D. 1.5. C. 1.6. D. 1.7. B. 1.8. B. 1.9. D. 1.10. A. GRUPO II 1. O aluno poderá apresentar duas das seguintes objeções: – Há muitas situações em que a observação não é o ponto de partida da investigação científica. Frequentemente, o ponto de partida são os problemas que surgem do confronto ou do conflito entre uma observação e as expectativas ou teorias já existentes. – Ainda que o cientista recorra à observação, ela não é totalmente neutra, imparcial e isenta de pressupostos ou de preconceitos, ocorrendo sempre num determinado contexto. A observação é afetada por pressupostos teóricos, teorias, conceitos e pelas expectativas que o cientista desenvolve face à investigação. – O raciocínio indutivo não confere o rigor lógico necessário às teorias científicas. É o problema da indução, levantado por Hume. Confiamos na indução porque partimos do princípio da uniformidade da natureza (o princípio de que os fenómenos se repetem e são previsíveis ou de que o futuro se assemelha ao passado). Mas este princípio decorre da experiência anterior e do hábito, sendo igualmente estabelecido por generalização (isto significa que recorremos à indução para justificar a confiança na própria indução). A indução não é racionalmente justificável. – O método indutivista, ligado à verificação experimental, assenta num argumento falacioso: se uma teoria T é verdadeira, então verifica-se a previsão P (que dela se deduz); ora, verifica-se a previsão P; logo, a teoria T é verdadeira. Estamos perante a falácia da afirmação do consequente. 2. O critério da falsificabilidade é o critério de cientificidade proposto por Popper, segundo o qual uma teoria é científica somente se for falsificável, isto é, passível de ser submetida a testes ou confrontada com a experiência e refutável através de dados empíricos. Uma das críticas a esta perspetiva é a seguinte: o processo de refutação ou falsificação não é o procedimento mais comum entre os cientistas. Alguns autores defendem que a atitude falsificacionista não corresponde exatamente àquela que os cientistas demonstram na atividade científica. Geralmente os cientistas procuram confirmar aquilo que as teorias científicas propõem e, mesmo que dada observação implique a rejeição de uma previsão, isso não os demove de investigar no mesmo sentido. Por outro lado, é expectável que o cientista se concentre mais nas previsões bem-sucedidas do que naquelas que são um fracasso. Estas previsões são fundamentais para o progresso da ciência. Uma segunda crítica diz-nos que também ao nível da história da ciência encontramos episódios que parecem pôr em causa a perspetiva falsificacionista e a ideia de que a ciência progride por meio de conjeturas e refutações. Copérnico, Galileu ou Newton, por exemplo, não abandonaram as suas teorias na presença de factos que aparentemente as poderiam falsificar. 3. 3.1. Na conceção de ciência de Thomas Kuhn, a prática científica normal é orientada por um paradigma. A fase de «ciência normal» é, essencialmente, uma fase de resolução de enigmas. Os períodos de ciência normal são interrompidos por períodos de «ciência extraordinária» que culminam em revoluções científicas. Uma revolução científica consiste numa mudança de paradigma. 3.2. No caso de o estudante concordar com a perspetiva de Kuhn: Uma revolução científica consiste numa mudança de paradigma; o novo paradigma e o paradigma anterior são incomensuráveis. As novas teorias são teorias rivais, que substituem as anteriores; não são melhores do que as anteriores, nem mais nem menos verdadeiras. Daí Kuhn considerar que as mudanças de paradigma não aproximam necessariamente os cientistas, nem significam uma aproximação cada vez maior da ciência à verdade. A incomensurabilidade dos paradigmas contraria a noção de que a ciência, no seu todo, progride cumulativamente na direção da verdade. No caso de o estudante discordar da perspetiva de Kuhn: O progresso da ciência implica que as teorias possam ser comparadas. As teorias podem ser comparadas considerando a sua resistência a testes empíricos rigorosos. As novas teorias corrigem os erros das anteriores e alargam o seu campo de aplicação. Ao eliminar erros, as novas teorias aproximam-se cada vez mais da verdade. GRUPO III 1. Popper é um dos autores que defendem a perspetiva indicada na primeira parte do texto, apoiando a objetividade da ciência; Kuhn defende a perspetiva exposta na segunda parte do texto, pondo em causa a objetividade da ciência; Popper considera que as teorias científicas têm uma justificação objetiva, ou seja, dependem de “argumentos sólidos sustentados por indícios empíricos sólidos”; Kuhn entende que a adesão da “comunidade científica” a uma teoria em detrimento de outra depende também de fatores subjetivos dos cientistas, comparando-a a “uma conversão religiosa”. Na perspetiva de Popper, as teorias são submetidas a sucessivos testes empíricos e são avaliadas de acordo com critérios lógicos objetivos (independentes de fatores subjetivos); na perspetiva de Kuhn, nenhum conjunto de critérios objetivos assegura que diferentes cientistas adotem as mesmas teorias, pois a interpretação e a aplicação desses critérios dependem de fatores subjetivos, ou seja, “a comunidade científica não é um agente racional coletivo que, de uma maneira objetiva, pesa razões a favor e contra teorias concorrentes”; Popper defende que da aplicação do método científico resulta a substituição das teorias falsificadas por outras melhores, num processo de contínua aproximação à verdade; Kuhn defende que os paradigmas rivais (as teorias em confronto) são incomensuráveis e que a substituição de um paradigma por outro (de uma teoria por outra) não representa uma aproximação à verdade. 1 José Ferreira Borges · Marta Paiva · Orlanda Tavares 2_Correção Teste - Estatuto do conhecimento científico.pdf 1 José Ferreira Borges · Marta Paiva · Orlanda Tavares Correção do Teste de Avaliação – Filosofia 11.º O estatuto do conhecimento científico GRUPO I 1. 1.1. A. 1.2. A. 1.3. B. 1.4. D. 1.5. C. 1.6. D. 1.7. B. 1.8. B. 1.9. D. 1.10. A. GRUPO II 1. O aluno poderá apresentar duas das seguintes objeções: – Há muitas situações em que a observação não é o ponto de partida da investigação científica. Frequentemente, o ponto de partida são os problemas que surgem do confronto ou do conflito entre uma observação e as expectativas ou teorias já existentes. – Ainda que o cientista recorra à observação, ela não é totalmente neutra, imparcial e isenta de pressupostos ou de preconceitos, ocorrendo sempre num determinado contexto. A observação é afetada por pressupostos teóricos, teorias, conceitos e pelas expectativas que o cientista desenvolve face à investigação. – O raciocínio indutivo não confere o rigor lógico necessário às teorias científicas. É o problema da indução, levantado por Hume. Confiamos na indução porque partimos do princípio da uniformidade da natureza (o princípio de que os fenómenos se repetem e são previsíveis ou de que o futuro se assemelha ao passado). Mas este princípio decorre da experiência anterior e do hábito, sendo igualmente estabelecido por generalização (isto significa que recorremos à indução para justificar a confiança na própria indução). A indução não é racionalmente justificável. – O método indutivista, ligado à verificação experimental, assenta num argumento falacioso: se uma teoria T é verdadeira, então verifica-se a previsão P (que dela se deduz); ora, verifica-se a previsão P; logo, a teoria T é verdadeira. Estamos perante a falácia da afirmação do consequente. 2. O critério da falsificabilidade é o critério de cientificidade proposto por Popper, segundo o qual uma teoria é científica somente se for falsificável, isto é, passível de ser submetida a testes ou confrontada com a experiência e refutável através de dados empíricos. Uma das críticas a esta perspetiva é a seguinte: o processo de refutação ou falsificação não é o procedimento mais comum entre os cientistas. Alguns autores defendem que a atitude falsificacionista não corresponde exatamente àquela que os cientistas demonstram na atividade científica. Geralmente os cientistas procuram confirmar aquilo que as teorias científicas propõem e, mesmo que dada observação implique a rejeição de uma previsão, isso não os demove de investigar no mesmo sentido. 2 José Ferreira Borges · Marta Paiva · Orlanda Tavares Por outro lado, é expectável que o cientista se concentre mais nas previsões bem-sucedidas do que naquelas que são um fracasso. Estas previsões são fundamentais para o progresso da ciência. Uma segunda crítica diz-nos que também ao nível da história da ciência encontramos episódios que parecem pôr em causa a perspetiva falsificacionista e a ideia de que a ciência progride por meio de conjeturas e refutações. Copérnico, Galileu ou Newton, por exemplo, não abandonaram as suas teorias na presença de factos que aparentemente as poderiam falsificar. 3. 3.1. Na conceção de ciência de Thomas Kuhn, a prática científica normal é orientada por um paradigma. A fase de «ciência normal» é, essencialmente, uma fase de resolução de enigmas. Os períodos de ciência normal são interrompidos por períodos de «ciência extraordinária» que culminam em revoluções científicas. Uma revolução científica consiste numa mudança de paradigma. 3.2. No caso de o estudante concordar com a perspetiva de Kuhn: Uma revolução científica consiste numa mudança de paradigma; o novo paradigma e o paradigma anterior são incomensuráveis. As novas teorias são teorias rivais, que substituem as anteriores; não são melhores do que as anteriores, nem mais nem menos verdadeiras. Daí Kuhn considerar que as mudanças de paradigma não aproximam necessariamente os cientistas, nem significam uma aproximação cada vez maior da ciência à verdade. A incomensurabilidade dos paradigmas contraria a noção de que a ciência, no seu todo, progride cumulativamente na direção da verdade. No caso de o estudante discordar da perspetiva de Kuhn: O progresso da ciência implica que as teorias possam ser comparadas. As teorias podem ser comparadas considerando a sua resistência a testes empíricos rigorosos. As novas teorias corrigem os erros das anteriores e alargam o seu campo de aplicação. Ao eliminar erros, as novas teorias aproximam-se cada vez mais da verdade. GRUPO III 1. Popper é um dos autores que defendem a perspetiva indicada na primeira parte do texto, apoiando a objetividade da ciência; Kuhn defende a perspetiva exposta na segunda parte do texto, pondo em causa a objetividade da ciência; Popper considera que as teorias científicas têm uma justificação objetiva, ou seja, dependem de “argumentos sólidos sustentados por indícios empíricos sólidos”; Kuhn entende que a adesão da “comunidade científica” a uma teoria em detrimento de outra depende também de fatores subjetivos dos cientistas, comparando-a a “uma conversão religiosa”. Na perspetiva de Popper, as teorias são submetidas a sucessivos testes empíricos e são avaliadas de acordo com critérios lógicos objetivos (independentes de fatores subjetivos); na perspetiva de Kuhn, nenhum conjunto de critérios objetivos assegura que diferentes cientistas adotem as mesmas teorias, pois a interpretação e a aplicação desses critérios dependem de fatores subjetivos, ou seja, “a comunidade científica não é um agente racional coletivo que, de uma maneira objetiva, pesa razões a favor e contra teorias concorrentes”; Popper defende que da aplicação do método científico resulta a substituição das teorias falsificadas por outras melhores, num processo de contínua aproximação à verdade; Kuhn defende que os paradigmas rivais (as teorias em confronto) são incomensuráveis e que a substituição de um paradigma por outro (de uma teoria por outra) não representa uma aproximação à verdade. 3_Grelha de Classificação - Estatuto do conhecimento científico.xlsx 11.º Grelha de classificação de Ficha de Avaliação - 11.º ano · ESTATUTO DO CONHECIMENTO CIENTÍFICO Ano letivo 2020-2021 Grupo I Grupo II Grupo III Questão 1. 1. 2. 3.1. 3.2. 1. TOTAL Pontos por questão 5x10 Total 50 30 30 20 20 50 200 N.º Nome 1 0 2 0 3 0 4 0 5 0 6 0 7 0 8 0 9 0 10 0 11 0 12 0 13 0 14 0 15 0 16 0 17 0 18 0 19 0 20 0 21 0 22 0 23 0 24 0 25 0 26 0 27 0 28 0 29 0 30 0
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